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Tristeza Parasitária Bovina ( TPB) ● Etiologia: ● É causada por dois protozoários do gênero Babesia ( Babesia bovis e Babesia bigemina) em associação com uma rickettsiose do gênero Anaplasma ( Anaplasma marginale). ● Obs: diferente a Anaplasma platys que parasita plaquetas e que acomete cães, essa espécie de Anaplasma parasita hemácias de bovinos. ● Epidemiologia: ● Locais onde tem a presença do carrapato, zonas tropicais e subtropicais. ● A patogenicidade varia entre as espécies de Babesias, entre cepas isoladas, susceptibilidade do hospedeiro ( raça, idade e imunidade). Animais jovens são mais resistentes que os adultos, devido ao recebimento do colostro. ● Existe uma classificação quanto à distribuição geográfica do carrapato e da TPB em áreas livres, áreas de instabilidade enzoótica e áreas de estabilidade enzoótica (endêmicas). @medicinacat ● a) Áreas livres> Não tem área livre no Brasil. Normalmente é em regiões de clima frio, onde o carrapato não ocorre, logo TPB também não ocorre. ● b) Áreas de instabilidade enzoótica> acontece em regiões do país onde existe uma estação com clima frio mais definido, que nesse período o animal passe sem contato com os carrapatos e com isso tem a diminuição de infecções por TBP. Com isso, pode ocorrer a queda de anticorpos devido a queda de contato , consequentemente ficam desprotegidos e quando retornar o período de infestação por carrapato e ocorre nova infecção, ocasionando surtos. ( sul do RS, algumas regiões de SC e PR). ● Áreas estáveis> onde tem prevalência do carrapato, durante todo ano e com isso os animais se recontaminam e irão produzir anticorpos contra os agentes parasitários. A frequência de Ac no rebanho chega a ser superior a 75%. Em alguns casos isolados, pode ocorrer devido a introdução de novos animais ( áreas com baixa concentração de carrapatos). ● A suscetibilidade ocorre em raças europeias e cruzadas. Jovens são mais resistentes que os adultos. ● Há imunidade humoral e celular, mas não é duradoura ( necessário contato com agente). Quanto ao animal imune , mas sem contato com o agente por mais de 8 meses ele torna-se suscetível a doença. ● Não há imunidade cruzada entre as espécies, ou seja, se o animal está contaminado com Babesia bovis, ela não tem a Babesia bigemina. ● É importante fazer uma pequena exposição aos agentes nas primeiras semanas de vida após o consumo de colostro. Posteriormente, a exposição controlada aos agentes. ● Essa doença tem importância econômica devido aos grandes prejuízos que a mesa acarreta. A morbidade,mortalidade, perdas na produção, abortos e custos com profilaxia e tratamento são os principais aspectos. ● Babesiose > também conhecida como ( Piroplasmose; Febre do Carrapato; Água vermelha; Febre do Texas; Nambiuvú e quando associada à Anaplasmose chama Tristeza Parasitária Bovina). @medicinacat ● B. bovis = menor que 2,5 micrômetros; piriforme , aparecem em pares ( comum). Tropismo por órgão viscerais e centrais ( pouco tropismo por circulação periférica e acúmulo de hemácias nos capilares). ● B. bigemina= maior que 3 a micrometros; formas piriformes , isoladas e bigeminadas. Tropismo pela circulação periférica. ● Transmissão: Vetor carrapato, Rhipicephalus boophilus microplus. ● As larvas presentes no pasto podem vir contaminadas e levar para os bovinos a partir da ingestão. A Fêmea do carrapato pode já fazer a postura de ovos contaminados. ● A forma contaminante que é eliminada na saliva do carrapato é os esporozoítos, evoluindo para trofozoítos dentro das hemácias dos bovinos e ao sofrer a divisão se transformam em merozoítos . O merozoíto é liberado das hemácias podendo invadir outras ou então vai ser transmitida para outro carrapato. ● Os carrapatos se infectam por ocasião no repasto sanguíneo, quando ocorre a ingestão de sangue do bovino infectado. Uma vez ingerido o sangue , ocorre o rompimento das hemácias dentro do lúmen intestinal do carrapato, iniciando o ciclo de multiplicação e reprodução sexuada. Esse processo dpa origem a às estruturas vermiculares que invadem a hemolinfa e diversos órgãos , principalmente os ovários e ocorre a infecção dos ovos, originando a transmissão transovariana. ● Patogenia: ● Forma periférica> alta parasitemia, anemia hemolítica ( intra ou extravascular). ● Forma viscerotrópica ( eritrócitos infectados no endotélio capilar) > babesia induz protusões na membrana do eritrócito, a hemácia de adera nos vasos do capilares , causando uma hipotensão, alteração da coagulação e formação de trombos. ● Sinais clínicos: ● Início> 2 a 3 semanas após a inoculação do protozoário pelo carrapato. Primeiro sinal é febre alta, anorexia e atonia do rúmen e isolamento do animal do resto do rebanho. Animal indócil, permanecendo deitado e à sombra. Dorso arqueado e pêlo arrepiado. Dispneia e taquicardia relacionado a hipóxia devido a anemia. @medicinacat ● Outros sinais mais característicos são mucosas pálidas, icterícia (hemólise extravascular) mais tardiamente. 75% dos eritrócitos podem ser destruídos dentro de 3 a 5 dias. Quadro crítico pode regredir dentro de 1 semana, a taxa de mortalidade pode chegar a 50%. ● Animal sobrevivente pode ter algumas sequelas como perda de peso, aborto, queda na produção de leite, com prolongado período de recuperação. ● Babesia bovis> acúmulo de hemácias parasitadas em capilares de órgãos como cérebro, rins, baço e fígado. Levando uma anóxia, e na protrusão da hemácia e adesão dos vasos faz ativação das cascatas de coagulação e complemento. Além disso ocorre a hipotensão devido a baixa circulação adequada de sangue, levando a choque e morte. ● Babesia bigemina> alta parasitemia ( periférica) febre, anemia hemolítica (intra e extravascular), a intravascular causando hemoglobinemia e hemoglobinúria e a extravascular causando a ictérica. ● Diagnóstico: ● presença de carrapatos, história clínica e sintomas. ● Esfregaços sanguíneos corados (panótico ou Giemsa) é possível visualizar a Babesia. ● Necrópsia. ● Achados de necropsia: carcaça ictérica ou pálida, sangue pouco viscoso. O Plasma pode estar avermelhado ou ictérico. Rins com coloração vermelho-escura devido ao excesso de hemoglobina nos túbulos e com congestão acentuada. Fìago muito pálido (anemia) ou alaranjado ( icterícia- grande quantidade de bilirrubina). Baço aumentado e friável devido à alta destruição dos eritrócitos. Bexiga distendida com urina vermelho-escura devido a hemoglobinúria. ‘’Babesiose cerebral’’ encéfalo coloração rósea ou róseo-avermelhada, com intensa congestão e adesão dos eritrócitos às células endoteliais. ● Testes sorológicos> hemaglutinação, imunofluorescência indireta (IFI). @medicinacat ● Anaplasmose > Anaplasma marginale são pequenos corpúsculos intraeritrocitários com 0,3 micrômetros ficando na periferia dos eritrócitos. Tem forma arredondada, densa e homogênea. ● Transmissão: vetor biológico Rhipicephalus boophilus microplus , e vetores mecânicos como insetos hematófagos ( Tabanídeos=mutuca e Stomoxys=mosca do estábulo). ● Além desses vetores tem transmissão iatrogênica e intra-uterina. ● Após a inoculação por artrópodes hematófagos, a infecção por A. marginale no hospedeiro bovino inicia-se com a penetração dos corpúsculos iniciais nos eritrócitos por processo de endocitose, o qual envolve a invaginação da membrana citoplasmática, formando o vacúolo parasitóforo. ● No interior do vacúolo, os corpúsculos iniciais se multiplicam por divisão binária e/ou processo de brotamento, originando até 8 corpúsculos. Estes são eliminados dos eritrócitos por exocitose, sem romper a membrana da hemácia, iniciando novo ciclo ao invadir novas células. ● Sinais clínicos: início das alterações 3 a 8 semanas, febre, anemia (fagocitose pormacrófagos), mucosas pálidas, icterícia, não há hemoglobinúria ( porque não tem hemólise intavascular) e aborto. ● Diagnóstico para TPB: ● A partir dos sinais clínicos, histórico de carrapatos. ● Exame laboratorial a partir do parasitológico (esfregaço sanguíneo),patologia clínica (anemia regenerativa), sorológico (ELISA) ou biologia molecular(material genética) e achados de necropsia. ● B. bovis> sinais neurológicos ● B. bigemina> hemoglobinúria ● Anaplasma> ictericia sem hemoglobinúria. ● Hematócrito <20%; plasma (hemoglobinúria/icterícia); eritrograma (anemia macrocítica hipocrômica). ● Tratamento: ● Babesia> dipropionato de imidocarb ( 1,2mg/kg) SC/ Diaceturato de diminazene (3,5 mg/kg) IM. ● Anaplasma> cloridrato de tetraciclina (20mg/kg) IM. ( resíduo no leite 72 após a administração) ● Suporte com transfusão, vit B12 ( importante na síntese de novas hemácias). @medicinacat ● Nos casos em que o agente etiológico não foi confirmado ou nos animais coinfectados pelos dois agentes, recomenda-se a utilização de fármacos associados. ● Profilaxia e controle: ● controle do vetor, aplicação de acaricidas ( banho carrapaticida nos bovinos). ● Além disso, garantir boa imunidade passiva para o bezerro, através do colostro. Fazer exposição controlada para desenvolver imunidade ativa. Além de vacinas animais suscetíveis. @medicinacat
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