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Resumo - Medicina legal - Lesões Corporais e Morte

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1 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
 
 
 
–
▪ Alteração ou desordem da normalidade dos tecidos 
orgânicos do indivíduo em decorrência da aplicação de 
energia traumatizante/vulnerante (traumatologia 
forense). 
▪ Tem origem externa e violenta. 
▪ Causando dano à saúde ou integridade física do indivíduo. 
▪ Podendo essa lesão ser por culpa, dolo, acidente ou 
autolesão. 
▪ Apenas o médico legista faz esse exame. 
▪ O médico legista pode ser solicitado a comparecer ao 
local onde se encontra a vítima (ex. hospital) para exame 
da lesão corporal e tem obrigação de comparecer. 
 
 
▪ Não confundir com exame perinecroscópico: realizado no 
local do crime pelo perito criminal. 
▪ Caracterização: 
o Extensão 
o Gravidade 
o Perenidade – tenta estimar o tempo de existência 
dessa lesão 
K Equimose! 
K Espectro equimótico de Le Grand Du Saulle 
o Quantidade 
K Tem grande importância jurídica por 
exemplo entre uma vítima que sofreu 1 
lesão, para uma que sofreu 5 ou 6. 
o Qualidade (características) 
K Por ex.: instrumento perfurocortante. 
▪ Lesões: dolosas, culposas. 
▪ Dolosas: 
o Com intenção de...(direto) 
o Assumiu o risco de...(indireto) 
▪ Culposas: 
o Imprudência 
o Negligência 
o Imperícia 
▪ Classificação (aplicável apenas na lesão dolosa): 
o Leve. 
o Grave. 
o Gravíssima. 
 
 
 
 
▪ Art. 129 
o Ofender a integridade corporal ou a saúde de 
outrem: 
o Lesão corporal de natura leve 
K Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano. 
o Lesão corporal de natureza grave: 
K §1 ° Se resulta: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
K Diz respeito a qualquer pessoa: criança, 
adulto, idoso, empregado ou não; 
K Considera-se também a incapacidade 
parcial: andar mancando, segurar com 
dificuldade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Lesão corporal de natureza gravíssima: 
K §2 ° Se resulta: 
 
 
 
 
 
 
Lesões Corporais e Morte 
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta 
(30) dias; 
 
 
II – Perigo de vida; 
III – Debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV – Aceleração de parto (antecipar o parto do bebê com vida); 
 
Pena: reclusão, de um (1) a cinco (5) anos. 
 
Já foi questão de prova 
Muito cobrado em prova! 
Diz respeito a qualquer atividade, não apenas trabalho. 
O tempo será aferido por meio de exame de lesão corporal 
complementar. 
I – Incapacidade permanente para o trabalho; 
II – Enfermidade incurável; 
III – Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV – Deformidade permanente; 
V - Aborto 
 
Pena: reclusão, de dois (2) a oito (8) anos. 
 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por 
mais de trinta (30) dias; 
 
• Se refere a qualquer atividade funcional habitual 
normal: 
Trabalhar 
Estudar 
Locomover-se 
Alimentar-se 
Assear-se 
Atividades domésticas 
Atividades físicas e esportes, outras 
+ de 30 dias corridos!! 
Exame complementar 
de L. C. a partir do 
31° dia. 
II – Perigo de vida (“morte”) 
 
• Exemplos: lesões ao coração, cérebro, pulmões, fígado; 
 
III – Debilidade permanente de membros, sentido ou 
função 
 
• Exemplos: deformidade de membros, redução do tato, 
visão, audição, locomoção, função de segurar objetos etc. 
Medicina Legal 
 
2 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Lesão corporal seguida de morte: 
K §3 ° Se resulta a morte e as 
circunstâncias evidenciam que o agente 
não quis o resultado, nem assumiu o 
risco de produzi-lo; 
o Pena: reclusão, de quatro (4) a doze (12) anos. 
o O dolo é na lesão, culpa na morte. Ou seja, a 
intenção era de causar dano, não a morte. 
o Italianos: homicídio preterintencional; 
o Alemães: Lesão corporal qualificada pelo resultado. 
o Exemplo: briga com socos, briga numa sacada em 
que a vítima cai da sacada e morre em função de 
um TCE. 
 
 
 
▪ Lesões leves: 
o Pequenos danos superficiais em pele, tecidos 
musculares (subcutâneo, vasos...). Pouca 
repercussão orgânica e recuperação rápida. 
o “Lesões insignificantes”. 
o São descritas dessa forma pela doutrina para 
evitar judicialização: criminalidade da ninharia, 
princípio da insignificância. 
o Quando são processados, entram na Lei 9.099/95, 
juizados especiais; 
o Exemplos: equimoses pequenas, marcas de unha, 
beliscões etc. 
 
▪ Trauma (definição) 
o Incidência de energia externa sobre o indivíduo 
capaz de causar uma alteração da normalidade 
(física ou mental), com ou sem alteração da 
morfologia corporal; 
 
▪ Lesão (definição) 
o Alteração estrutural decorrente da agressão ao 
organismo, macroscópica ou microscopicamente 
visualizável. 
 
 
▪ Temperatura; 
▪ Pressão atmosférica; 
▪ Eletricidade; 
▪ Radioatividade – energias ionizantes; 
▪ Explosão 
 
TEMPERATURA 
▪ Morte ou lesão por ação térmica; 
 
▪ Causas possíveis: 
o Calor irradiante do ambiente contra o corpo (ex.: 
calor por equipamentos industriais, de laboratório, 
de cozinhas industriais) 
o Fogo no próprio corpo (vestes); 
o Contato direto com chamas (objetos em queima); 
o Calor da passagem de correntes elétricas altas 
(efeito Joule); 
o Substâncias químicas: ácidos, álcalis etc; 
 
Calor Difuso (Indireto) – Termonoses 
 
▪ Insolação (sol) 
 
 
 
 
 
▪ Intermação 
 
 
 
 
 
▪ Câimbras 
 
 
 
 
 
 
▪ Miliária 
 
 
 
 
 
 
Relembrando 
• Lesões leves: são definidas por exclusão, detenção. 
• Art. 129, §1° - graves, reclusão. 
• Art. 129, §2° - gravíssimas, reclusão. 
 
I – Incapacidade permanente para o trabalho 
 
• Aqui o legislador foi taxativo (não é qualquer 
atividade, se refere a trabalho, exercer atividade 
econômica) 
• Lesões encefálicas e medulares graves; 
• Câncer; 
• Cegueira, outras; 
Raras, acidentais; 
Calor ambiental; 
Ocorre geralmente em locais abertos; 
Radiação solar direta; 
Ex: brincadeira com pipa; 
trabalhadores rurais, bronzeamentos. 
Acidentais; 
Excesso de calor ambiental; 
Ocorre geralmente em locais fechados; 
Pouco arejamento, refrigeração; 
Contrações espasmódicas e muito 
dolorosas da musculatura 
esquelética das pernas. 
 
Cristalina ou sudâmina – obstrução superficial da 
epiderme, sem inflamações. 
Rubra ou brotoeja – afeta camada intermediária 
da epiderme, em que o suor fica retido e infiltra o 
espaço intracelular, causando inflamação. 
 
3 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
 
 
Mortes ou lesões por calor direto 
 
▪ Normalmente a morte de queimados se dá pela perda 
hidroeletrolítica nas primeiras horas, com possível choque 
hipovolêmico ou neurogênico. 
▪ Em seguida, insuficiência respiratória pela inalação de 
gases tóxicos; 
▪ Primeiros dias, pode ocorrer insuficiência renal (pulmão de 
choque); 
▪ Infecção generalizada; 
 
▪ Queimaduras 
 
 
 
 
 
 
▪ As queimaduras podem ser de: 
 
o 1° Grau (Sinal de Christinson) 
K Epiderme lesionada (mas pode 
regenerar) 
K Vermelhidão 
K Pele quente, seca e ardida 
o 2° Grau (Sinal de Chambert) 
K Atinge a derme superficial e profunda 
K Pode formar bolhas 
o 3° Grau 
K Morte celular da pele e tecidos moles 
K Com formação de placas (“escaras”) 
K Tecidos lesionados são substituídos por 
tecidos de granulação (cicatrização de 
dentro para fora) 
K Cicatrizes retráteis e quelóides 
o 4° Grau 
K Carbonização (local ou generalizada) 
K Sinal de Devergie (ou sinal do 
saltimbanco/posição do boxeador) – 
post mortem (ocorre pela retração dos 
tecidos em razão da carbonização) 
K Sinal de Montalti (intra vitam – fuligem 
na mucosa da árvore respiratória) 
 
Mortes ou lesões por temperaturas baixas 
 
▪ Frio difuso: 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Sinais associados ao frio difuso: 
 
o Úlcera de Wischnewski 
K Infiltrações hemorrágicas em mucosa 
gástrica 
o Sangue em tonalidade menos escura e baixo índice 
de coagulação. 
K Infiltrações hemorrágicas em mucosa 
gástrica 
o Rigidez cadavérica precoce, intensa e demoradao Espuma sanguinolenta nas vias respiratórias 
 
▪ Frio localizado: 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Frio localizado pode ser: 
 
o 1° Grau 
K Eritema/vasoconstrição periférica 
o 2° Grau 
K Flictenas (bolhas) 
o 3° Grau 
K Necrose/gangrena 
 
ELETRICIDADE 
 
▪ Industrial ou artificial: eletroplessão; 
o Marca ou sinal de Jellinek; 
o Metalização: deposição de partículas de cobre do 
fio condutor elétrico que entrou em contato com a 
mão da vítima; 
 
 
 
 
o Passando pelo coração, o potencial letal é maior; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
? Chamas diretas; 
? Superfícies quentes; 
? Gases superaquecidos; 
? Líquidos escaldantes; 
? Geralmente acidentais. 
 
? Hipotermia 
? < 35°C até 32°C – leve 
? Até 31°C a 28°C – moderada 
? < 28°C - grave 
 
? Chamado de geladuras, contatos com superfícies 
frias. 
? Pode ser causado por – gelo seco (gás carbônico 
sólido) ou objetos metálicos em condições de baixa 
temperatura. 
 
O contato da corrente com a mão da vítima eleva 
a temperatura (efeito Joule), fundindo a ponta do 
cabo de cobre do fio na mão da vítima. 
Sinal ou Marca de Jellinek 
? Lesões típicas, mas nem sempre presentes; 
? Forma elíptica, circular ou estrelar; 
? Esbranquiçada; 
? Endurecida, mumificada; 
? Centro deprimido e bordas elevadas; 
 
4 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
▪ Natural: energia elétrica cósmica 
o Fulminação: quando age letalmente; 
o Fulguração: quando apenas provoca lesões; 
o A morte se dá por inibição direta dos centros 
nervosos por paralisia e asfixia; 
o Marca ou sinal de Lichtenberg; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BAROPATIAS 
 
▪ Nível do mar: 1 atm ou 760 mmHg 
▪ Grandes altitudes (baixas pressões): rarefação, baixa 
concentração de oxigênio; 
o Conhecido como “mal das montanhas”, “doença dos 
monges” 
 
 
▪ Grandes pressões: altas concentrações de oxigênio no 
sangue, despressurização rápida, embolia gasosa, bolhas 
de ar no sangue; 
o “Mal dos caixões”, “mal dos mergulhadores” 
 
 
 
 
 
▪ Leis que explicam o fenômeno: 
o Lei de Boyle-Mariotte – sob temperatura 
constante, o volume ocupado por uma massa de 
gás é inversamente proporcional à pressão 
suportada; 
o Lei de Henry – a concentração de um gás 
dissolvido em uma massa líquida é diretamente 
proporcional à pressão exercida pela fase gasosa 
da mistura líquido-gás; 
o Lei de Dalton – a pressão exercida por uma mistura 
gasosa é igual à soma das pressões parciais de 
cada componente da mistura; 
 
RADIOATIVIDADE 
 
▪ Radiação ionizante: raios-x; 
▪ Energia capaz de ionizar (quebrar ligações químicas da 
molécula de DNA), alterando-o; 
▪ Formas de exposição: 
o Crônica: câncer e outras doenças (doses pequenas 
por longos períodos); Ex: Operador de rx. 
o Aguda: queimaduras ou radiodermites (grandes 
doses, curtos períodos); Ex: acidente com Césio 137. 
 
 
 
 
 
EXPLOSÃO 
 
▪ Chamadas também de “blast injury”; 
▪ Resulta de manifestações violentas decorrentes da 
expansão gasosa de uma explosão potente, seguida de 
uma onda de pressão ou de choque. 
▪ Explosão – passagem de um estado para outro de 
determinado composto químico 
▪ Consequências: 
 
 
 
 
▪ Consequências mais graves podem ser: 
o Primário 
K Desaparecimento do corpo. 
K Despedaçamento. 
K Mutilações. 
K Queimaduras externas. 
o Secundário 
K Se relacionam aos efeitos dos 
fragmentos que se movem pela onda de 
choque. 
o Terciário 
K Efeito do impacto do corpo quando este 
é projetado. 
K Ocasiona lesões contusas ou corto-
contusas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinal ou Marca de Lichtenberg 
? Figura dendrítica, arborização ou samambaia; 
? Podem desaparecer com o passar do tempo; 
Tonturas, vertigens, cansaço, desmaio 
? Exemplo: mergulhadores 
? Disforia, perda da consciência, 
convulsões, morte 
? 1º grau: depilatório ou eritematosa 
? 2º grau: ulceração com crosta 
? 3º grau: necrose do tecido 
? Comoção labiríntica (surdez passageira) 
? Rotura linear da metade anterior do tímpano 
 
 
5 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
▪ Lesões que em contato (interno/externo) com o organismo 
são capazes de causar danos à vida e à saúde. 
▪ São elas: 
o Substâncias cáusticas – atuação externa; 
o Venenos – atuação interna; 
 
CÁUSTICOS 
 
▪ Provocam lesões tegumentares (mais ou menos graves); 
▪ Exemplos: 
o Ácidos – ácido sulfúrico ou óleo de vitríolo, ácido 
azótico ou nítrico, ácido clorídrico, crômico, água 
de cobre; 
K Efeitos coagulantes ou liquefaciantes; 
 
VENENOS 
 
▪ Definição – qualquer substância que, administrada e 
introduzida pelas mais diversas vias no organismo, ainda 
que homeopaticamente, danifica a vida ou a saúde. 
▪ Envenenamento – conjunto de elementos caracterizadores 
da morte violenta ou do dano à saúde decorrentes da 
ação de substâncias específicas de forma acidental, 
criminosa ou voluntária. 
▪ Os venenos podem ser classificados em: 
o Quanto ao estado físico 
K Líquidos, sólidos, gasosos 
o Quanto à origem 
K Animal, vegetal, mineral e sintético 
o Quanto às funções químicas 
K Óxidos, ácidos, bases, sais, 
hidrocarbonetos, álcoois, acetonas, 
aldeídos, ácidos orgânicos, ésteres, 
aminas, aminoácidos, carboidratos e 
alcaloides. 
o Quanto ao uso 
K Doméstico, agrícola, industrial, 
medicinal, cosmético e venenos 
propriamente ditos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Se dividem em: 
o Perfurante; 
o Cortante; 
o Contundente; 
o Perfuro contundente; 
o Perfuro cortante; 
o Corto contundente; 
 
▪ Podem ser por: 
o Armas naturais – mãos, pés, dentes, unhas; 
o Armas propriamente ditas – punhal, soco inglês, 
peixeira, arma de fogo; 
o Armas eventuais – navalhas, lâminas, facas, barra 
de ferro, bengala; 
o Animais - cães, gatos, onças 
o Meios diversos – quedas, explosões etc. 
 
AÇÃO CONTUNDENTE 
 
▪ Causadora de dano de forma: 
o Ativa – instrumento se choca com o corpo; 
o Passiva – corpo choca-se com o instrumento; 
o Mista – biativa ou bioconvergente; 
 
▪ Gera lesões superficiais ou profundas; 
o Contusão ou ferida contusa; 
o Agem por impacto ou choque contra o corpo; 
o São duros (rígidos); 
o Sem ponta e sem gume; 
o Explosões e acidentes automobilísticos também 
produzem feridas contusas; 
 
▪ Instrumentos contundentes 
o Exemplos – pedaço de madeira, martelo, pedra, 
barra metálica, bastão, coronha de arma de fogo; 
 
CONTUSÃO 
 
▪ Extravasamento de sangue nos interstícios; 
▪ Sem efração nos tegumentos; 
▪ Consequência de ação traumática; 
▪ Lesão fechada com comprometimento de tecido 
subcutâneo e integridade real ou aparente da pele e das 
mucosas; 
 
Síndrome do body packer ou “mula” 
Y Transporte de drogas ilícitas no interior 
do organismo; 
Y Ocorrem pelo rompimento de bolsas 
ou cápsulas com drogas, gerando 
maciça absorção na corrente 
sanguínea. 
Síndrome do body pusher 
Y Transporta pequenas quantidades de 
droga em orifícios naturais (ânus e 
vagina). 
 
6 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
 
 
 
 
 
FERIDA CONTUSA 
 
▪ Contusão aberta; 
▪ Consequência de ação traumática de instrumento 
vulnerante causando solução de continuidade; 
▪ Características: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Ação tangencial do agente vulnerante; 
▪ Arrancamento parcial ou total da epiderme com a 
exposição da derme; 
▪ Também chamada de: abrasão ou erosão dérmica; 
▪ Crosta – se forma em 24 horas; 
▪ Regeneração total – 20 a 30 dias (não é cicatrização); 
 
 
▪ Coleções sanguíneas de sangue extravasado; 
▪ Rompimento dos vasos mais calibrosos localizados abaixo 
da pele (subcutâneo); 
▪ Hematoma x equimose: 
o Na equimose, o sangue está infiltrado, espalhado 
nas malhas dos tecidos; 
o No hematoma, há extravasamento de sangue, 
mas não há difusão nos tecidos; 
o O hematoma faz relevo na pele, tem delimitação 
mais ou menos nítida e é de absorção mais 
demorada que a equimose; 
 
 
▪ Congestão (vasodilatação exclusivamentevital) de pouca 
intensidade (exemplo: tapa com a mão aberta); 
▪ Pode desaparecer em pouco tempo (minutos ou horas); 
▪ Ideal que seja rapidamente periciado; 
▪ Semelhante ao eritema traumático, porém em maior grau, 
pois desaparece em cerca de 6 a 24 horas, dependendo 
da região, da irrigação sanguínea e da intensidade da 
ação. 
 
 
▪ Aumento de volume dos tecidos por coleção de líquido que 
os infiltra intensamente, decorrente de distúrbio 
circulatório localizado; 
▪ Pode ser acúmulo seroso (linfa) ou pode ser sangue; 
▪ Comum em recém-nascidos durante o processo de parto 
normal (o acúmulo de fluidos na região occipital é 
chamado de “tumor do parto” ou caput succedaneum); 
▪ Bossa sanguínea x hematoma; 
▪ A bossa sanguínea se apresenta sempre sobre um plano 
ósseo e pela sua saliência bem pronunciada na superfície 
cutânea. 
▪ Ex: “galo na cabeça”; 
 
 
 
▪ Extravasamento e dispersão de sangue nas malhas dos 
tecidos superficiais ou profundos; 
▪ Deve haver um plano mais resistente logo abaixo da 
região traumatizada e rotura capilar; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espectro Equimótico de Legrand du Saulle, Tourdes e 
Devergie 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Tendem a desaparecer a partir do 15° ao 20° dia; 
▪ Melhor verificadas com a Lâmpada de Wood; 
 
Espécies de Contusão 
Y Escoriação; 
Y Hematoma; 
Y Rubefação; 
Y Bossa sanguínea e linfática; 
Y Equimose; 
ESCORIAÇÃO 
HEMATOMA 
RUBEFAÇÃO 
BOSSAS 
EQUIMOSES 
Equimoses podem ser: 
Y Imediatas ou tardias; 
Y Superficiais ou profundas 
o Podem ocorrer nas vísceras; 
Y Intra vitam ou post mortem; 
o Post mortem: considerada uma “falsa equimose”, 
onde o sangue local não está coagulado e não 
há infiltração leucocitária, o que apenas ocorreria 
em vida; 
Y No local ou a distância; 
Y Formadas por rotura dos vasos ou por diapedese; 
o Na diapedese as células sanguíneas ultrapassam 
as paredes dos vasos. 
Y Bordos de ângulos irregulares; 
Y Feridas escoriadas ou equimosadas; 
Y Fundo da lesão sujo (desigual, irregular) 
Y Pele próxima ao ferimento se descola 
Y Forma estrelada, sinuosa ou retilínea 
Y Podem causar fraturas/TCE 
 
7 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
 
 
 
 
Tipos de Equimoses 
 
▪ 1) Petéquias 
o Pequenas equimoses; 
o Quase sempre agrupadas caracterizadas por 
um pontilhado hemorrágico; 
o Tamanho: ponto até a cabeça de um alfinete; 
o Frequentes nas mortes rápidas, pode decorrer 
de septicemia, viroses, asfixias, coqueluche; 
o Resulta de: aumento de permeabilidade capilar 
por hipóxia e hipercapnia e/ou hipertensão 
capilar; 
 
▪ 2) Víbices 
o Forma de estrias; 
o Algumas delas típicas de estrias de pneus de 
automóveis; 
o Estrias pneumáticas de Simonin; 
o Outro exemplo: cacetete; 
 
▪ 3) Sugilação 
o Em forma de pequenos grãos, resultado da 
confluência destes numa área bem delineada; 
o Exemplo: o “chupão” dos atos libidinosos; 
 
▪ 4) Equimona 
o Equimose de grandes proporções; 
 
▪ 5) Manchas equimóticas lenticulares de Tardieu 
o Equimoses de ordem físico-química; 
o Pequenas e violáceas; 
o Patognomônicas de asfixias mecânicas do tipo 
sufocação direta; 
o Ocorrem abaixo das pleuras (subpleurais), 
pericárdio (subpericárdicas), tecido palpebral 
(asfixias mecânicas); 
 
▪ 6) Manchas subpleurais de Paltauf 
o Equimoses de ordem físico-química; 
o Sugestivas de afogamento ou insuficiência 
respiratória aguda; 
o Mais extensas que as de Tardieu; 
o Contornos irregulares; 
 
▪ 7) Cianose cérvico-facil (máscara equimótica de Morestin) 
o Compressão do tórax por sufocação indireta; 
o É intra vitam; 
 
▪ 8) Equimoses perianais ou vulvovaginais 
o Não causadas por atos libidinosos; 
o Decorrem de prurido nessas regiões (alterações 
dermatológicas); 
 
▪ 9) Equimoses de etiologia não mecânica 
o Espontâneas ou emotivas; 
o Chamadas de púrpuras; 
 
▪ 10) Equimose retrofaringeana de Brouardel 
o Indica constrição do pescoço; 
 
▪ 11) Equimoses resultantes de enforcamentos 
o Indica agressão por enforcamento, esganadura, 
contusão local ou estrangulamento; 
 
▪ 12) Equimoses a distância 
o Ocorrem distantes da lesão 
 
 
 
 
 
 
 
▪ 13) Mobilidade equimótica 
o Se deslocam do ponto de contusão; 
o Equimoses mais profundas, visíveis com 4 a 5 
dias; 
 
FRATURAS 
 
▪ Soluções de continuidade, parcial ou total, dos ossos 
submetidos à ação de instrumentos contundentes. 
▪ Podem ser: 
o Patológicas - Osteoporose 
o Abertas – Solução de continuidade é nos planos 
superficiais; 
o Fechadas – Completa ou incompleta, com ou 
sem desvio. Fragmentos ósseos não extrapolam 
os limites do corpo; 
o Expostas – Fragmentos ósseos exteriorizados; 
o Completas – Osso dividido em mais de um 
fragmento; 
o Incompletas – Não há divisão do osso; 
o Cominutivas – Múltiplos fragmentos ósseos; 
o Diretas – No próprio local do traumatismo; 
o Indiretas – Em local afastado de onde ocorreu 
o traumatismo. 
 
 
Equimoses conjuntivais 
Y Permanecem vermelhas do início ao fim da sua 
evolução; 
Exemplos de equimoses a distância 
Y Sinal do Zorro (ou do guaxinim) 
o Afeta regiões periorbitais 
o Fratura ou contusão de crânio 
Y Sinal de Battle 
o Hemorragia atrás das orelhas; 
o Fratura na base do crânio; 
Y Sinal de Cullen 
o Equimose periumbilical; 
o Pancreatite aguda; 
 
8 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RUPTURA VISCERAL 
 
▪ Traumatismo atinge as vísceras, rompendo órgãos 
internos; 
▪ Pode não ter repercussão na pele; 
▪ Exemplo: sucção em razão de explosão. 
 
Esmagamento 
 
▪ Compressão completa e destrutiva do corpo; 
▪ Pode ser parcial (dedo) ou total (corpo inteiro); 
 
Defenestração 
 
▪ Lesões por precipitação; 
▪ Exemplo: lesões decorrentes de paraquedismo; 
 
Encravamento 
 
▪ Penetração de objeto consistente e afiado em qualquer 
parte do corpo; 
▪ Quase sempre acidental; 
 
Empalamento 
 
▪ Penetração de objeto de grande eixo longitudinal pelo 
ânus ou região perianal. 
 
AÇÃO CORTANTE 
 
▪ Instrumentos cortantes 
o Agem por um gume afiado, por pressão e 
deslizamento, linear ou obliquamente sobre a pele 
ou órgãos, produzem soluções de continuidade 
chamadas de feridas incisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Características das lesões incisas: 
o Por causa da ação em arco empregada pelo 
agressor, o centro da lesão será mais profundo 
do que as extremidades; 
o Sem traumatismos ao redor da ferida; 
o Sangram mais do que as feridas contusas; 
o Bordas da ferida – nítidas, lisas, regulares; 
o Regularidade do fundo da lesão (sem pontes de 
tecido ou regiões mortificadas); 
o Mais extensas do que profundas; 
o Hemorragia abundante; 
o Secção perfeita de tecidos moles subcutâneos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Sinais das Lesões Incisas 
o Sinal de Romanese e de Lacassagne 
K “Cauda de Escoriação” (Sinal de 
Ramanese), também chamada de 
ferida fusiforme 
K “Cauda de rato” ou lesão em 
acordeão/sanfona (Sinal de 
Lacassagne) 
K Ambas representam o último ponto 
de contato do instrumento cortante 
com a pele da vítima. 
 
 
 
 
 
 
Y Luxação 
o Perda definitiva, não irreversível, de 
contato entre as superfícies articulares; 
o Via de regra, rotura de ligamentos; 
o Pode ser completa ou incompleta 
(subluxação) 
Exemplos de Instrumentos 
? Navalha 
? Bisturi 
? Faca 
? Lâminas de barbear 
? Vidro 
? Papel 
Tipologia das Lesões Incisas 
? Incisas simples 
▪ Maior comprimento do que profundidade 
▪ Bordas regulares 
▪ Fundo liso e brilhante 
▪ Superficiais 
? Em bisel (“bico de flauta”) 
▪ Feridas “com retalho” 
▪ Lesão de modo oblíquo, para destacar uma 
porção do tecido 
? Mutilante 
▪ “Tira um pedaço” (nariz, orelha, genitália etc) 
▪ Ação de modo tangencial ao ponto atingido 
 
9 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
 
o Sinal de Gilvaz 
K Cicatriz no rosto da vítima em função 
da ação cortante 
o Sinal deChavigny 
K Quando a ordem das lesões se cruza 
K A segunda lesão é produzida sobre a 
primeira (feridas sobrepostas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Lesões de defesa 
o Geralmente situadas em: antebraço, palmas das 
mãos (inclusive parte externa das mãos); 
 
▪ Lesões de hesitação 
o Múltiplas e nem sempre profundas. 
 
ESGORJAMENTO E DECAPITAÇÃO 
 
▪ Esgorjamento 
o Longa ferida transversal no pescoço 
o Significativa profundidade (lesando além dos 
planos cutâneos, músculo, esôfago, traqueia); 
o Pode ser homicida ou suicida; 
 
▪ Decapitação (ou degola) 
o Se dá na porção posterior do pescoço; 
o Ferida incisa ou corto-contusa; 
o Não pode ser suicida; 
 
AÇÃO PERFURANTE 
 
▪ Instrumentos perfurantes 
o Agem por pressão contra uma pequena superfície 
do corpo, afastando as fibras do tecido; 
o As lesões também são chamadas de “punctórias”; 
o Instrumentos perfurantes são – pontiagudos, 
alongados e finos; 
 
▪ Características das lesões perfurantes: 
o Pouco sangramento; 
o Pouca nocividade na superfície e, por vezes, grande 
gravidade na profundidade (atinge algum órgão); 
o Abertura estreita; 
o Quando há ferimento de saída – geralmente mais 
irregular e de menor diâmetro; 
o Quase sempre de menor diâmetro que o do 
instrumento causador, devido à elasticidade e à 
retratilidade dos tecidos cutâneos; 
 
▪ Os instrumentos podem ser: 
o Pequeno calibre 
K Diâmetro muito pequeno 
K Raramente mortais 
K Exemplo: alfinete, agulha, pregos, 
espinhos 
o Médio calibre 
K Fusiformes, “casa de botão”, “botoeira”; 
K Podem ser mortais; 
K Exemplo: furador de gelo, espeto de 
churrasco; 
o Grande calibre 
K Floretes ou estacas; 
K Utilizadas no empalamento; 
 
 
 
 
 
▪ Leis – Lesões de Médio Calibre 
o Lei de Filhos – 1ª Lei (ou lei da semelhança) 
K Lesões que parecem ter sido produzidas 
por instrumentos de dois gumes 
 
 
 
 
Observação 
Se o instrumento utilizado possui uma ponta, mas 
necessita de pressão para penetrar as camadas de 
pele, ele causa uma lesão perfuro contundente 
ou perfuro contusa. 
 
10 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
o Lei de Filhos – 2ª Lei (ou lei do paralelismo) 
K Feridas na mesma região em que as 
linhas de força tenham apenas um 
sentido, de modo que seu maior eixo 
sempre tem a mesma direção. 
o Lei de Langer (ou lei da elasticidade) 
K Em regiões de muitas fibras, as lesões 
podem apresentar formas anômalas 
(bico, estrelar, quadrada) 
K A extremidade da lesão pode ter aspecto 
de seta, triângulo ou quadrilátero 
 
 
 
 
AÇÃO PERFUROCORTANTE 
 
▪ Lesões perfurocortantes 
o Objetos que possuem ponta e gume; 
o Possuem mecanismo misto – perfuram e cortam; 
o Agem por pressão e secção; 
o Ferimentos em forma de “botoeira” ou “casa de 
botão” 
o Espessura do corte é maior do que a espessura da 
lâmina (tônus muscular) 
o Comprimento da lesão menor do que o da lâmina 
 
▪ Instrumentos perfurocortantes 
o Um gume 
K Lesões mais profundas que extensas 
K Bordas lisas 
K Um ângulo agudo e outro arredondado 
K Exemplos: facas de cozinha, espada 
o Dois gumes 
K Produzem lesão com uma fenda de 
bordas iguais e ângulos agudos 
K Exemplos: punhais 
K Comparar adotando as Leis de Filhos e 
Langer 
o Três ou mais gumes 
K Tendem à forma estrelar ou triangular 
K Obedecendo às Leis de Filhos e Langer 
K Comparadas a instrumentos de médio 
calibre 
K Exemplos: Lima 
 
 
 
AÇÃO CORTOCONTUNDENTE 
 
▪ Lesões cortocontusas 
o Transferência de energia cinética de forma mista; 
o Ação cortante (gume) e contundente (pressão) 
o O instrumento é o que possui peso e superfície de 
corte e há o emprego de força do agente 
 
▪ Instrumentos cortocontundentes 
o Machados 
o Facão 
o Enxada 
o Cutelo 
o Guilhotina 
o Rodas de trem 
 
▪ Características 
o Apresentam ferida bizarra e seguida de 
escoriações e equimoses 
o Pode envolver fratura 
o Sangramento menor que as feridas cortantes 
o Não apresentam pontes de tecido no fundo da 
lesão – com essa característica você já descarta 
que seja uma lesão apenas contusa 
o Não apresentam cauda de escoriação 
o Espostejamento – múltiplos fragmentos do corpo 
de forma irregular (acidentes ferroviários) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observação 
As leis de Filhos e Langer estão sempre associadas 
à instrumentos perfurantes de médio calibre. 
Observação 
Não confundir objetos cortantes com 
cortocontundentes (foice, machado, roda de 
trem) – estes agem mais pela força e peso com que 
são empregados do que pelo gume; 
 
11 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
Resumo das Lesões 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO PERFUROCONTUNDENTE 
 
Projéteis de Arma de Fogo Comuns e de Alta Energia 
 
▪ Armas de fogo (instrumento perfuro contundente) 
o Projéteis de arma de fogo – disparo único; 
o Grãos de chumbo – disparo múltiplo; 
o Definição 
K Dispositivo a base de material resistente, 
geralmente metal, que possui finalidade 
de disparar projéteis em direção a uma 
pessoa, objeto etc; 
K O dispositivo deve conter mecanismo com 
capacidade para iniciar o acionamento da 
espoleta da munição, uma câmara de 
combustão (local que fica a munição 
aguardando ser acionada) e um cano (dá 
direção ao projétil). 
 
▪ Balística 
o Estuda o emprego dos instrumentos perfuro 
contundentes por armas de fogo; 
o Balística interna 
K Estuda fenômenos físicos e químicos e 
elementos que caracterizam o movimento 
do projétil desde a iniciação da carga de 
lançamento até a saída do cano da arma. 
o Balística externa 
K Estuda a trajetória do projétil fora do 
cano da arma até o alvo. 
o Balística terminal 
K Efeitos sobre o projétil e sobre o alvo após 
o impacto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Classificação das armas e munições 
 
REVÓLVERES 
 
▪ Características 
o Tambor giratório 
o Número variado de câmaras (compartimento para 
armazenamento de munição) – de 5 a 6 
 
 
 
 
PISTOLAS 
 
▪ Características 
o Não possui tambor, utilizando o chamado 
“carregador” (onde são armazenadas as munições) 
o Poder ser automáticas ou semiautomáticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
SUBMETRALHADORAS 
 
▪ Características 
o Portátil 
o Cano longo 
o Internamente raiada 
o Automáticas 
o Projéteis do mesmo tipo que os das pistolas 
 
 
 
ESPINGARDAS 
 
▪ Características 
o Cano longo 
o Alma lisa 
o De repetição (deve ser recarregada manualmente 
a cada tiro) 
o Automática ou semiautomática 
 
 
 
CARABINA 
 
▪ Características 
o Portátil 
o Cano longo 
o Alma raiada 
o Projéteis do mesmo tipo dos usados em revólveres 
ou pistolas 
 
 
 
FUZIL 
 
▪ Características 
o Portátil 
o Cano longo 
o Alma raiada 
o Deflagra cartuchos de uso militar e formato 
específico 
 
 
 
▪ Outras características dos armamentos mencionados 
o Cano pode possuir internamente 
K Cristas ou sulcos em formato helicoidal 
K Os formatos podem variar em número e 
sentido 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Raiamento 
o Servem para aumentar a precisão e o alcance do 
projétil; 
o Estriações – ranhuras causadas pelo atrito do 
projétil com as cristas e as raias do cano (permite 
a microcomparação balística); 
 
▪ Características dos armamentos 
o Portabilidade 
K De porte 
K Portátil (ou individual) 
K Não portátil 
o Modo de carregamento 
K Retrocarga (carregamento de munição 
pela parte de trás do cano – pistolas, 
revólveres) 
K Antecarga (carregamento pela frente) 
o Tipo de cano 
K Alma lisa 
K Alma raiada 
o Calibre 
K Calibre real - medido no cano da arma; 
K Calibre nominal - medido no cartucho ao 
nível do estojo; 
o Automaticidade 
K Automáticas – carregamento, disparo e 
demais operações ocorrem de modo 
contínuo enquanto o gatilho estiver 
acionado; 
K Semiautomáticas – todas as operações de 
funcionamento são automáticas, exceto o 
disparo, que precisa de um novoacionamento em cada disparo; 
 
 
Direita – destrógiras 
Esquerda - sinistrógiras 
 
13 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
▪ Características dos munições 
o Pólvora 
K Material propelente 
K Sofre ignição por meio da combustão da 
espoleta 
K Gera gases que impulsionam o projétil 
o Espoleta 
K Também chamada de escorva 
K Composto químico (tetrazeno, nitrato de 
bário, chumbo, estifnato de chumbo, 
tissulfato de amônio) 
K A partir dela que o precursor da arma 
atua, acionando o gatilho, produzindo 
centelha que inflama a pólvora e gera 
explosão 
o Estojo 
K Também chamada de bucha 
K Normalmente feita de latão 
o Projétil 
K Pode ter formato que admite a expansão 
ao atingir o alvo 
K Jaquetado, semijaquetado, teflon ou com 
marcadores luminosos 
 
Lesões por Projétil de Arma de Fogo 
 
LESÕES DE ENTRADA 
 
▪ Disparos de longa distância 
o Alvo está além do alcance do “cone de dispersão” 
o Somente o projétil produz efeitos (sem os efeitos 
secundários) 
o Características da lesão: 
K Diâmetro menor do que o do projétil 
K Orla de escoriação, enxugo e equimose 
K Bordas invertidas 
K Forma arredondada ou elíptica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Disparos de curta distância (queima roupa) 
o O alvo está dentro dos limites do alcance do cone 
de dispersão (ou explosão) 
o Distância de 10 a 15 cm 
o Usualmente, até 10 cm é considerado queima roupa 
o Além da ocorrência de zona de enxugo, escoriação 
e equimose, apresentam os seguintes efeitos: 
K Orla ou Zona de esfumaçamento/tisnado 
K Orla ou Zona de Tatuagem 
K Orla ou Zona de 
Queimadura/chamuscamento 
 
 
 
Orla de Escoriação 
? Causa arrancamento da epiderme (pela 
passagem do projétil) 
? Chamada também de: Anel de Fisch, orla de 
contusão, orla desepitelizada, orla erosiva, 
zona inflamatória 
Cone de Dispersão 
? Conjunto de elementos eliminados pela arma 
durante o disparo 
? Partículas metálicas, gases aquecidos, chama, 
resíduos de pólvora combusta ou não e 
resíduos de compostos da espoleta 
Orla de Equimose 
? Ação contundente da entrada do projétil 
? Chamada também de auréola equimótica 
? Tonalidade violácea 
? Decorrente da sufusão hemorrágica da 
ruptura de pequenos vasos no entorno do 
ferimento 
Orla de Enxugo 
? Impurezas e detritos que ficam retidos na 
pele quando o projétil passa 
? Concêntrico – tiros perpendiculares 
? Meia lua – tiros oblíquos 
? Também chamado de: Orla de Chavigny, 
Orla de Canuto e Tovo, Orla de Alimpadura 
? Auréola escura ao redor do orifício de 
entrada 
 
14 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Disparo com tiro encostado/apoiado: 
o Tanto os efeitos primários como os secundários dos 
componentes da munição irão penetrar nos 
tecidos; 
o Se atinge estruturas ósseas (formato da lesão): 
K Irregular 
K Denteada 
K Entralhes (estrelada) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orla de Esfumaçamento 
? Também chamado de Orla ou Zona de 
Tisnado e Zona de Falsa Tatuagem; 
? Área de depósito da fuligem, circunscreve a 
ferida de entrada; 
? Pode ser removida com lavagem do local, 
não há impregnação tecidual; 
 
Orla de Tatuagem 
? Também chamado de Zona de Tatuagem; 
? Grânulos de pólvora ou resíduos sólidos da 
queima que ficam impregnados na pele; 
? Atravessam a epiderme, se incrustam na 
derme (remoção só com cirurgia); 
? Arredondado – tiros perpendiculares; 
? Crescente – tiros oblíquos. 
 
Orla de Chamuscamento 
? Também chamado de Orla ou Zona de 
Queimadura, Zona de Chama; 
? Ocorre nos tiros a queima roupa; 
? Queimadura da pele e dos pelos; 
? Pele apergaminhada, tonalidade vermelho-
escura ou de acordo com a cor da pólvora; 
Sinal de Hoffman 
? Também chamado de Boca de Mina, 
Câmara/Cratera de Mina; 
? Local: entre a pele e o osso; 
? Mecanismo: forte expansão dos gases da 
queima da pólvora, atingem o osso e 
retornam bruscamente causando ruptura do 
epitélio; 
 
Sinal de Benassi 
? Também chamado de Sinal de Benassi-
Cueli; 
? Local: crânio ou escápula; 
? Halo fuliginoso na lâmina externa do osso 
(relativa ao orifício de entrada); 
 
Sinal de Puppe-Werkgaertner 
? Desenho da boca da mira do cano por ação 
contundente ou pelo seu aquecimento; 
 
Rosa de Tiro de Cevidalli 
? Quando ocorre disparos múltiplos; 
? Diâmetro possui relação com a distância do 
tiro e a entrada dos balins (em grupo mais ou 
menos circular. 
 
15 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LESÕES DE SAÍDA 
 
▪ Com projétil único 
o Geralmente, bordas reviradas para fora; 
o Maior sangramento e forma irregular; 
o Não apresentam: 
K Orla de escoriação ou halo de enxugo 
K Presença de elementos químicos 
decorrentes da decomposição da 
pólvora 
 
▪ Com projétil desfragmentado/múltiplo 
o Pode ter variações; 
o Depende da repercussão em anteparos ósseos, 
causando fragmentação do projétil e, 
consequentemente, múltiplas saídas. 
 
Lesões e Mortes por Armas de Fogo de Alta Energia 
 
▪ Projéteis de alta energia 
o Alcançam velocidade inicial de deslocamento acima 
de 600 m/s (metros por segundo); 
o São supersônicos (ultrapassam a velocidade do 
som); 
o Exemplo: Fuzis; 
o Quanto maior a velocidade, maiores serão os 
danos; 
 
▪ Aspectos de diferenciação entre os projéteis de alta 
energia e outros 
o Cavitação – projéteis de baixa energia, seus 
efeitos serão percebidos mais sutilmente; 
o Lesões de entrada e saída – em projéteis de alta 
energia, as lesões serão mais pronunciadas, 
especialmente nas de saída – formarão grandes 
cavidades permanentes. 
o A principal diferença entre os dois tipos de 
munição é a energia cinética que pode transmitir 
(e, consequentemente, na capacidade do dano); 
 
▪ Lesões de entrada sem anteparo ósseo ou rígido (coletes 
balísticos) 
o Ovalares, conforme o ângulo de penetração do 
projétil; 
o Bordas talhadas a pique – com ou sem orla de 
escoriação; 
o Comumente, com microlacerações em torno de 1 
mm; 
o Orifício de entrada tende a ser menor do que o 
tamanho do PAF, mas isso também pode variar a 
depender do aumento da velocidade do projétil 
(gerando aumento do orifício); 
 
▪ Lesões de entrada com anteparo ósseo ou rígido (coletes 
balísticos) 
o Como gera instabilidade no projétil, gera aumento 
na ferida de entrada; 
o Torna difícil a diferenciação entre ferida de 
entrada e de saída; 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinal de Schusskanol 
? Esfumaçamento das paredes do conduto 
causado pelo projétil entre as lâminas 
internas e externas de um osso chato. 
 
Sinal de Richter 
? Fragmentos próximos ao orifício de 
passagem; 
Sinal de Tovo e Lattes 
? Presença de pele no interior do corpo; 
Sinal de Calcado (funil) de Bonnet 
? Incidência do projétil apresentando a 
formatação de um cone; 
? Impressão do relevo ou desenho das vestes 
nos disparos à queima roupa; 
? Entrada maior, saída menor. 
Sinal do Rasgão Crucial de Nerio Rojas 
? Roupas se rasgam em formato de cruz; 
Sinal de Escarapela 
? Tiro produz dois anéis concêntricos de 
esfumaçamento intercalados por um halo 
claro. 
Cavitação 
? As ondas de pressão causadas pela energia 
cinética do projétil, podem gerar um 
deslocamento (temporário ou permanente) de 
uma cavidade ao atingir os tecidos, produzindo 
ou não lesões de saída. 
 
16 Ariana Tavares Polícia Civil da Paraíba – Perito Criminal 
▪ Cavitação temporária 
o Cavidade gerada é ampla e fugaz (dura um curto 
período de tempo); 
 
▪ Cavitação permanente 
o Quando cessam os resultados da cavidade 
temporária e permanecem os danos produzidos. 
 
 
 
 
 
 
 
▪ As lesões de saída serão determinadas com base:o Tamanho do trajeto; 
o Na velocidade; 
o Estabilidade do projétil.

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