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P á g i n a | 1 ODONTO 115 - UFRN ESTOMATOLOGIA E PATOLOGIA ORAL Alterações orais provocadas por agentes físicos e químicos Injurias físicas: mastigação, alimentos quentes (traumas térmicos), radiação solar, uso de próteses mal adaptadas Injurias químicas: medicamentos - lesões, pigmentos, crescimento de tecidos Agentes físicos • Linha alba Linha branca na mucosa jugal, geralmente bilateral (pode ser unilateral) e na altura da oclusão dos dentes Não é removível à raspagem Pressão, irritação por fricção ou trauma de sucção das superfícies vestibulares dos dentes Mais comum em mulheres Pacientes edêntulos não apresentam essa alteração Histopatológico: Hiperparaceratose é aumento da camada de ceratina sendo uma paraceratina P á g i n a | 2 ODONTO 115 - UFRN ESTOMATOLOGIA E PATOLOGIA ORAL Acantose que é o aumento da camada espinhosa do epitélio Degeneração hidrópica que é o edema intracelular Conduta e tratamento: Não há necessidade de tratamento Correção de alterações oclusais ou maus hábitos • Morsicatio buccarum Mastigação crônica da bochecha Morsicatio significa mordida Mucosa jugal – morsicatio buccarum Mucosa labial – morsicatio labiorum Língua – morsicatio linguarum Estresse Mulheres acima de 35 anos O paciente pode relatar conseguir retirar os pedaços brancos causados pela mastigação naquele local Em caso de dúvida se a lesão branca de língua é um morsicatio deve-se propor uma biopsia visto que podemos ter outros tipos de lesões brancas graves na língua, por isso é importante averiguar o diagnostico P á g i n a | 3 ODONTO 115 - UFRN ESTOMATOLOGIA E PATOLOGIA ORAL Histopatológico: Camada de hiperparaceratose – observamos a região branca da lesão Podemos observar colônias bacterianas – são esses pontos roxos na superfície da imagem, isso ocorre devido a flora bucal Hiperplasia epitelial com acantose Degeneração hidrópica (adaptação que o tecido sofreu devido a agressão) OBS. Nem todo morsicatio apresenta colônias microbianas. Camada de paraceratina menor, mas com hiperplasia epitelial Conduta e tratamento: Não há necessidade de tratamento, Podemos propor uma proteção acrílica para a proteger o local quando não se consegue parar • Estomatite nicotínica Lesão presente no palato duro Não é uma lesão pré-maligna Calor Charuto e cachimbo Homens > 45 anos Esta também associada a lesões de glandulas salivares – os pontos observados são os ductos das glandulas inflamadas devido o calor do cachimbo P á g i n a | 4 ODONTO 115 - UFRN ESTOMATOLOGIA E PATOLOGIA ORAL Histopatológico: metaplasia escamosa no ducto das glândulas -> adaptação que um epitélio sofre em virtude da agressão sofrida e logo se transforma em outro epitélio, o ducto da glândula se transforma em um epitélio estratificado pavimentoso Ducto com metaplasia Conduta e tratamento: Completamente reversível Cessação do hábito de fumar - 1-2 semanas sem fumar já observamos mudanças na lesão Lesão branca persistente – necessidade de averiguar melhor a lesão • Ulceras traumáticas Fonte de irritação Causada por traumas Língua, lábios e mucosa jugal -> mais fácil de ser traumatizado Gengiva, palato e fundo de vestíbulo -> também podem afetar essas localizações Tipos de ulcerações traumáticas: Doença de Riga-fede – ulcera traumática em recém nascidos devido a presença de dentes decíduos ou supranumerários P á g i n a | 5 ODONTO 115 - UFRN ESTOMATOLOGIA E PATOLOGIA ORAL Ulceração aftosa recorrente não é causada por traumas Processo inflamatório crônico com ulceração e eosinofilia (PICUE) – lesões de duração mais longa e presença de eosinófilos Ulceras factícias – auto mutilação, induzidas pelo paciente, diagnóstico difícil de ser feito pois o paciente não relata o que está fazendo Membrana fibrinopurulenta ao redor da lesão ulcerada ao centro Doença de Riga-fede Ulceras eosinofílicas – mais profundas que as ulceras convencionais, borda mais elevada e endurecida, pode ser semelhante a um carcinoma logo geralmente acaba sendo feita a biópsia A ulcera eosinofilica tende a cicatrizar após a biópsia P á g i n a | 6 ODONTO 115 - UFRN ESTOMATOLOGIA E PATOLOGIA ORAL Histopatológico: Região de ulcera – descontinuidade epitelial podendo haver sangramento, temos extravasamento de fibrina e restos necróticos de células – membrana fibrinopurulenta Presença de celulas para a defesa do local Ulcera eosinofílica Células pequenas com núcleo bem rosado/vermelho - eosinófilos Tipo de ulcera que mais fazemos biopsia devido sua demora para cicatrização e aparência semelhante ao de um carcinoma Conduta e tratamento: Remoção da causa Tratamento sintomático – uso de corticosteroide tópicos (oncilon), fotobiomodulação (laser de baixa potência) Biopsia incisional é recomendada para lesões não cicatrizadas em 15 dias Com relação a doença de Riga-fede: Exodontia não é recomendada a não ser em caso de supranumerário Desgastes incisais podem ser feitos Cobertura das incisais com resina composta para que eles fiquem mais lisos reduzindo a lesão
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