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Apostila de Estomatologia Estabelecimento de diagnóstico e tratamento Diagnóstico Conjunto de dados clínicos que para serem obtidos deve - se levar em conta não apenas os sintomas, mas também a história médica do paciente. Os dados são obtidos através do exame (sinais e sintomas) do paciente, que conduz e orienta para determinação de uma doença. Semiologia Relacionado ao estudo dos sinais e sintomas das doenças humanas SINTOMAS: Relato das sensações do paciente. Ex: dor, formigamento. SINAIS: Observado pelo profissional. Ex: mancha, nódulos. SINAL PATOGNOMÕNICO: característica encontrada exclusivamente em determinada doença e indica sua presença. Classificação da semiologia Dividia em três (03) partes: SEMIOGÊNESE Estuda a formação dos sinais e sintomas do ponto de vista clínico. SEMIOTÉCNICA Técnica de colheita dos sinais e sintomas. Utilizam-se os sentidos naturais do examinador, através de manobras. PROPEDÊUTICA Estudo, análise e interpretação dos dados coletados na semiotécnica. Conduta clínica para estabelecimento do diagnóstico Após obtenção dos sinais e sintomas, procede-se à interpretação dos dados definindo o quadro clínico. Prognóstico O prognóstico pode ser classificado como: bom, mal ou duvidoso. Está sempre associado ao tratamento. Tratamento O tratamento é estabelecido de acordo com o doente e a doença, sendo importante saber qual será o comportamento de uma terapia aplicada neste paciente. TRATAMENTO DE SUPORTE Manutenção da saúde geral do paciente através de alimentação, repouso e suplemento alimentar. TRATAMENTO EXPECTANTE Temporário, enquanto aguarda a evolução da doença. TRATAMENTO SINTOMÁTICO Tratamento com a finalidade de combater a os sintomas que o paciente se queixa. Proservação É o período de acompanhamento após o tratamento em que o paciente será monitorado durante o tempo indicado pela doença, no qual todas as possibilidades são esperadas: cura, recidiva ou morte. Exame clínico Anamnese A anamnese é uma aliada para o profissional de saúde. Sendo a primeira etapa em qualquer consulta odontológica. Consiste em uma entrevista prévia para ouvir o paciente e entender suas queixas, avaliar sinais e sintomas. Assim, ela é considerada a base inicial de qualquer atendimento. É através dessa ficha, que se dará o direcionamento para a solicitação de exames de imagem e outros, quando preciso. Além de ser importante para as etapas sequentes do tratamento. Exame físico Consiste em avaliar os sinais da doença, podendo lançar mão de exames de imagens ou outros exames complementares para fechar o diagnóstico. Inspeção As principais manobras são: Palpação Auscultação Percussão A inspeção física deve levar em consideração todos as características gerais do paciente, cor de pele, desenvolvimento dos ossos da face, tonicidade, mobilidade da musculatura, a expressão dos olhos. A inspeção local é dirigida para a região de cabeça e pescoço. Estruturas anatômicas relacionadas com a cavidade oral como ATM, ossos do sistema estomatognático, glândulas salivares, língua, gânglios, devem ser inspecionadas. Inspeção intrabucal inicia-se face interna do lábio, gengiva, fundo de sulco, rebordo alveolar, mucosa jugal, língua, assoalho bucal, palato e dentes. Manobras semiotécnica As manobras de semiotécnica são os recursos clínicos utilizados para colher sinais. Podem ser realizadas diretamente, por meio dos órgãos dos sentidos do examinador, ou indiretamente, com a utilização de instrumentos e aparelhos que de alguma forma ampliem os sentidos. Inspeção Utiliza-se a visão de modo direto (“a olho nu”) ou indireto, por meio de lentes e espelhos. As estruturas a serem inspecionadas devem estar secas e com boa visibilidade. Palpação Ato de palpar, por meio da palpação colhem- se sinais pelo tato e pela compressão. Assim, observam-se modificações de textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume, conteúdo, elasticidade e temperatura. Percussão Ato ou efeito de percutir (bater, tocar). Leves batidas originam vibrações, por meio das quais se identifica o estado físico do conteúdo da estrutura que está sendo percutida. PERCUSSÃO INDIRETA: normalmente é feita com o cabo do espelho. PERCUSSÃO DIRETA: realizada diretamente com os dedos. Auscultação Ato de ouvir sons e ruídos produzidos no organismo. Em odontologia, o seu emprego é restrito, mas importante na avaliação fisiológica da articulação temporomandibular Punção Ato ou efeito de pungir ou puncionar; em outras palavras: picar, perfurar. Usam-se seringas hipodérmicas com agulha de diâmetro amplo o suficiente para aspirar líquidos e semissólidos por meio da tração do êmbolo. Diascopia Consiste em visualizar uma determinada estrutura comprimida por uma lâmina de vidro. sendo utilizada em lesões escuras, suspeitas de hemangioma ou nevo, fazendo-se compressão com uma lâmina de vidro sobre a área a ser estudada. Exames complementares Biópsia A biópsia serve de auxílio para fechar o diagnóstico correto. Várias vezes a biópsia é o diagnóstico e também o tratamento, outras vezes o tratamento daquela lesão é diferente daquela biópsia que se realizou inicialmente. A biópsia é indicada para lesões que se apresentam sob forma de úlceras persistentes que não cicatrizam espontaneamente ou após o tempo. As lesões de pequenas dimensões podem ser removidas totalmente, sem riscos de sangramentos. Citologia esfoliativa A citologia esfoliativa é um exame complementar de diagnóstico que utiliza células naturalmente eliminadas para estudo microscópico. Consiste em remover as células mais superficiais da lesão através da esfoliação (raspagem). As células passam por um processo de renovação celular, então na camada basal são produzidas células o tempo inteiro, essas células vão subir da camada basal até a superfície do epitélio, chega na superfície do epitélio vira ceratina e depois esfolia. Assim, a avaliasse as células que se desprendem da mucosa Na odontologia utilizasse citologia esfoliativa quando o paciente está com uma imunossupressão muito grande, ou quando o paciente não tem condições de fazer um procedimento cirúrgico, como por exemplo um paciente internado na UTI. Contudo, mesmo sendo um exame altamente confiável, a citologia esfoliativa não substitui a biópsia, pois não define o tipo de lesão maligna. A principal finalidade da citologia esfoliativa é a detecção de tumores malignos. Existem as escovas conhecidas como Swab, que são esfregadas em cima da lesão, para remover as células da camada superficial; depois que se fez essa manobra, pega-se uma lâmina de microscópio e coloca-se esse conteúdo que foi raspado nessa lâmina. CLASSIFICAÇÃO DE CITOLOGIA CLASSE I – Ausência de células atípicas ou anormais; CLASSE II – Citologia atípica, mas sem evidência de malignidade; CLASSE III – Citologia sugestiva, mas não conclusiva de malignidade; CLASSE IV – Citologia fortemente sugestiva de malignidade; CLASSE V – Citologia conclusiva para malignidade. Biópsia Incisional • Indicação para lesões grandes (> 1cm); • Lesão localizada em áreas de risco; • Remove-se uma parte da lesão; • Não pode ser qualquer parte da lesão; • Se eu suspeitar de lesão maligna ou lesão cística muito grande faz biópsia incisional. Biópsia Excisional • Indicado para lesões menores (< 1cm); • Lesões pigmentadas; • Remove-se a lesão inteira/remoção total da lesão; • A lesão é armazenada no formol;• Faz-se a excisional de uma suspeita de câncer, quando a lesão é muito pequena. Para uma lesão maior que 10 mm pode- se fazer uma incisional. Informações do relatório • Nome; • Idade e sexo do paciente; • Data da coleta do material; • Descrição da lesão (forma, localização, dimensão, cor, base, contorno, textura, número). • Breve relatório clínico; • Tipo de biópsia. Os dados devem guiar o exame histopatológico. Radiografia O exame radiográfico de rotina deve fazer parte dos exames periódicos da boca e de suas estruturas anexas. O diagnóstico e o controle das lesões ósseas podem ser realizados com maior fidelidade, tornando-se cada vez mais precisos à medida que os recursos da radiografia se aplicam. Cintilografia É o registro da cintilação, que é o principal fenômeno no processo de formação da imagem, a partir da radiação emitida pelo órgão que está sendo examinado, obtidas por meio da injeção de uma substância radioativa na corrente circulatória. Ultrassonografia A ultrassonografia, é um exame de imagem diagnóstico que serve para visualizar qualquer órgão ou tecido do corpo, através de ondas sonoras. Quando o exame é realizado com Doppler, é possível observar o fluxo sanguíneo dessa região. Imagem branca – hiperecoica Imagem escura – hipoecoica Tomografia computadorizada Na odontologia a tomografia computadorizada é bastante usada, principalmente, para identificar e delinear processos patológicos, como tumores benignos e malignos, cistos, além de visualizar dentes retidos, traumas, seios paranasais, componentes ósseos da articulação e leitos para implantes dentários. Considerado como um método para avaliar imagens das estruturas ósseas, a tomografia computadorizada é um método radiológico que permite obter a reprodução de uma parte do corpo humano, para que então o diagnóstico seja definido com mais precisão e agilidade, sendo possível efetuar uma melhor distinção entre os tecidos devido a maior sensibilidade, dando auxílio na detecção de anomalias que antes só seriam realizadas com procedimentos invasivos. É realizada com uma fonte circular de emissão de raio X que gira ao redor da cabeça do paciente. Realiza aquisição simultânea das imagens da maxila e da mandíbula. Além disso o exame permite ver a relação das duas arcadas. A tomografia tem aplicações importantes em todas as especialidades odontológicas. Na ortodontia é utilizada na avaliação de dentes inclusos e na análise de sua relação com estruturas adjacentes. Na implantodontia, a tomografia permite a avaliação quantitativa e qualitativa do osso alveolar, possibilitando a mensuração de sua altura e dimensão anteroposterior. Na cirurgia bucomaxilofacial, ela exerce um papel fundamental na detecção de fraturas do nariz, da maxila, da mandíbula e do arco zigomático, Dentes inclusos. Exames hematológicos Hemograma O hemograma estuda a contagem de células sanguíneas, o sangue é um tecido vivo formado por células de diferentes formas, tipos e finalidades. SÉRIE VERMELHA - estuda as hemácias (ou eritrócitos ou glóbulos vermelhos). SÉRIE BRANCA - estuda os glóbulos brancos, representados pelos neutrófilos, eosinófilo, basófilos, linfócitos e monócitos. SÉRIE PLAQUETÁRIA - Quantifica as plaquetas presentes em uma determinada amostragem de sangue colhida. Coagulograma O coagulograma é um conjunto de exames responsáveis pela análise de alterações da coagulação presentes no sangue humano. Com ele, é possível identificar doenças ou complicações e iniciar o tratamento o mais rápido possível. O tempo de protrombina (TP) avalia os fatores de coagulação, já o índice de relação normalizada (INR), é um exame fundamental para avaliação e controle de pacientes anticoagulados que necessitam de intervenções cirúrgicas INR: 1,0 – valor ideal, pois mostra o equilíbrio entre coagulação e anticoagulação. Neutrófilos Combate as infecções bacterianas. Linfócitos Responsáveis pela defesa do corpo, segunda célula mais comum dos glóbulos brancos. Principais linhas de defesa contra infecções virais e surgimento de tumores. Lesões fundamentais São alterações morfológicas que conduzem à descrição de lesões nos tegumentos cutâneo e mucoso (pele e/ou mucosa). Manchas ou máculas Área circunscrita não elevada com alteração de cor, que é distinta dos tecidos adjacentes. Ocorre a modificação da coloração normal da mucosa e apresenta cor, forma e tamanho variado. Placa Ligeira elevação de 1 a 2mm, achatada, levemente elevada e superficial, de coloração branca, que não desprende a raspagem. Erosão Quando ocorre o rompimento superficial do epitélio, sem que haja exposição do conjuntivo. Ocorrem ulcerações rasas e superficiais. Úlcera Lesão superficial circunscrita, resultante do rompimento do epitélio com a exposição do tecido conjuntivo. Evolui da erosão. ÚLCERA – lesões de caráter crônico (persiste por semana ou meses). ÚLCERAÇÃO – lesões de curta duração. Vesícula e bolha Lesão da pele ou mucosa elevada, circunscrita contendo fluido em seu interior. A VESÍCULA é de dimensão pequena, até 3mm. A BOLHA é de dimensão grande, maior que 3mm. Pápula Pequena massa elevada, circunscrita, sólida e palpável na pele ou na mucosa, seu diâmetro não ultrapassa 5mm. Nódulos Grande massa elevada, circunscrita, sólida e palpável na pele e na mucosa. Com variação de consistência, tamanho, base de implantação, cor e superfície. • Consistência: flácida ou rugosa; • Base de implantação: Séssil, larga ou pediculada; • Superfície: Lisa ou rugosa. Lesões ulceradas e vesicobolhosas Lesões ulceradas São lesões que ocorrem pela exposição do epitélio e em continuidade com exposição do tecido conjuntivo adjascente. Afta A estomatite aftosa recorrente, popularmente conhecida como afta é uma das patologias mais comuns da mucosa oral, com característica próprias e etiologia pouco conhecida. As úlceras surgem quase exclusivamente na mucosa não-ceratinizada e podem ser precedidas por uma mácula eritematosa em associação a sintomas prodrômicos de queimação, prurido ou pontadas. As ulcerações aftosas menores são as mais comuns e representam o padrão presente em mais de 80% dos indivíduos afetados. ETIOLOGIA Diferentes subgrupos de pacientes parecem ter diferentes causas para a ocorrência das aftas. Estes fatores sugerem um processo patológico que pode ser desencadeado por uma variedade de agentes causais, envolvendo os fatores hereditários, psicossomáticos, hormonais e infecciosos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As ulcerações aftosas são observadas mais frequentemente em crianças e adultos jovens, com aproximadamente 80% dos indivíduos afetados relatando suas primeiras ulcerações antes dos 30 anos de idade. A ulceração demonstra uma membrana fibrinopurulenta removível, branco-amarelada, que é circundada por um halo eritematoso, medindo não mais que 3mm. As mucosas jugal e labial são mais frequentemente afetadas, seguidas pela superfície ventral da língua, fundo de vestíbulo, soalho da boca e palato mole. DIAGNÓSTICO Nenhum procedimento laboratorial fornece o diagnóstico definitivo. O diagnóstico é feito pela apresentação clínica e pela exclusão de outras doenças que produzem ulcerações que se parecem com as aftas. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O prognóstico é favorável e desaparece espontaneamente de 5 a 7 dias. Nos pacientes com doença leve, a base da terapia é o uso de anti-inflamatórios (corticosteroides) tópicos. Ulcerações traumáticas Lesões agudas e crônicas da mucosa oral são frequentemente observadas. ETIOLOGIA Podem resultar de um dano mecânico como o contatocom alimentos cortantes ou mordidas acidentais durante a mastigação, escovação excessiva, durante a fala, ou até mesmo dormindo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O trauma agudo ou crônico na mucosa oral pode resultar em ulcerações superficiais, únicas, profundas de contorno irregulares e dimensões variadas. TRATAMENTO E POGNÓSTICO O tratamento consiste na remoção do agente traumático. Tais ulcerações podem permanecer por longos períodos de tempo, mas geralmente cicatrizam em poucos dias. Lesões vesiculares e bolhosas Causadas por infecções, essas lesões têm a possibilidade de ulcerar. A fase de vesícula ou bolha pode ser curta. Herpes (Herpesvírus) O Herpesvírus apresenta lesões vesiculares mucocutâneas que ocorrem predominantemente no lábio e mucosas que ulceram com frequência. A maioria dos casos de gengivoestomatite herpética aguda ocorre entre os 6 meses e 5 anos de idade, com pico de prevalência entre os 2 e 3 anos de idade. Apesar desta estatística, alguns casos são relatados em pacientes com mais de 60 anos de idade. ETIOLOGIA Causada pelo vírus do herpes simples (VHS), a gengivoestomatite herpética primária aguda (herpes primário) é o padrão mais comum de infecção primária sintomática pelo VHS. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Inicialmente, na mucosa afetada desenvolvem- se diversas vesículas puntiformes, que rapidamente se rompem e formam inúmeras lesões pequenas, avermelhadas. Essas lesões iniciais aumentam um pouco de tamanho e desenvolvem áreas centrais de ulceração, recobertas por uma fibrina amarela. As ulcerações adjacentes podem coalescer e formar ulcerações maiores rasas e irregulares. Tanto a mucosa oral móvel quanto a aderida podem ser afetadas, e o número de lesões é altamente variável. Em todos os casos, a gengiva apresenta-se aumentada, dolorosa e extremamente eritematosa. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Os pacientes devem restringir o contato com as lesões ativas para prevenir a disseminação para outros locais e pessoas. O aciclovir em suspensão é iniciado nos 3 primeiros dias de sintomatologia pela técnica de bochechar e engolir 5 vezes ao dia por 5 dias. Herpes - Zoster Doença infecciosa que apresenta lesões vesiculares mucocutâneas que ocorrem principalmente na pele e na mucosa sempre acompanhando uma terminação nervosa periférica. ETIOLOGIA Após a infecção inicial pelo vírus varicela zoster (catapora), o vírus é transportado para os nervos sensitivos e presumivelmente estabelece sua latência no gânglio espinhal dorsal. O herpes-zoster clinicamente evidente ocorre após a reativação do vírus, com o envolvimento da distribuição do nervo sensitivo afetado. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Durante a replicação viral inicial, desenvolvem- se ganglionites ativas que resultam em necrose neural e neuralgia grave. Essa reação inflamatória é responsável pelos sintomas prodrômicos de dor intensa que precedem a erupção cutânea em mais de 90% dos casos. Conforme o vírus movimenta-se pelo nervo, a dor intensifica-se e tem sido descrita como queimação, formigamento, coceira, um incômodo pontiagudo ou cortante. DIAGNÒSTICO O diagnóstico do herpes-zoster pode muitas vezes ser feito com base nas manifestações clínicas, entretanto outros procedimentos podem ser necessários nos casos atípicos. A cultura viral pode confirmar a impressão clínica, mas leva pelo menos 24 horas. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A febre deve ser tratada com antipiréticos que não contenham aspirina. Antipruriginosos, como a difenidramina, podem ser administrados para diminuir o prurido. As lesões cutâneas devem ser mantidas secas e limpas a fim de prevenir infecções secundárias. Pênfigo vulgar É uma doença mucocutâneas de origem imunológica que se manifesta na mucosa bucal, principalmente na gengiva, muitas vezes simulando uma gengivite. Ele não é observado com muita frequência. No entanto, o pênfigo vulgar é uma condição importante porque, se não tratada, muitas vezes resulta na morte do paciente. ETIOLOGIA As bolhas que caracterizam essa doença ocorrem devido a uma produção anormal, por razões desconhecidas, de autoanticorpos que são dirigidos contra glicoproteínas de superfície da célula epidérmica, desmogleína, ou seja, sua origem é imunológica. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Ocorre predominantemente entre a quarta e sexta década da vida, e a predominância pelo sexo masculino e feminino é igual. Clinicamente apresenta vesículas, erosões e ulcerações em qualquer superfície da pele ou da mucosa bucal, no histológico apresenta Fenda intraepitelial. Os pacientes normalmente queixam-se de dor na mucosa bucal, e o exame clínico exibe erosões superficiais e irregulares e ulcerações distribuídas aleatoriamente na mucosa bucal. DIAGNÓSTICO Uma das características do pênfigo vulgar é que a bolha que pode ser induzida em pele de aparência normal se uma pressão lateral firme for exercida. Isto é chamado de sinal Nikolsky positivo. Sinal de Nikolsky - após pressionar o local notará imediatamente que aparecerá uma bolha que se rompe. TRATAMENTO E PROGNÒSTICO O pênfigo é uma doença sistêmica; portanto, o tratamento consiste basicamente em corticosteroides sistêmicos (geralmente prednisona), muitas vezes em combinação com outros medicamentos imunossupressores (denominados agentes poupadores de esteroides), como a azatioprina. Rânula Rânula é um termo usado para mucoceles que ocorrem no soalho de boca. A origem da mucina extravasada é usualmente a glândula sublingual, mas as rânulas podem também se originar do ducto da glândula submandibular ou, possivelmente, das glândulas salivares menores presentes no soalho de boca. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A rânula em geral se apresenta como um aumento de volume flutuante, de formato abaulado e coloração azulada no soalho de boca, embora lesões profundas possam apresentar a coloração normal da mucosa. As rânulas são vistas mais frequentemente em crianças e adultos jovens. Estas lesões tendem a ser maiores que as mucoceles nas localizações orais. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento da rânula consiste na remoção da glândula sublingual e/ou marsupialização, que consiste na remoção da porção superior. Mucocele Mucocele é uma lesão comum da mucosa oral resultante da ruptura de um ducto de glândula salivar e o extravasamento da mucina para dentro dos tecidos moles adjacentes. Este extravasamento geralmente é resultante de um trauma local, em geral mordida no lábio inferior ou traumatismo por aparelho ortodôntico, embora em muitos casos não haja história de trauma associado. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As mucoceles geralmente se apresentam como aumentos de volume mucosos em forma de cúpula, que podem ter seus tamanhos variando de 1 a 2 mm a alguns centímetros. São mais comuns em crianças e adultos jovens, entretanto, têm sido relatadas em todas as idades. PROGNÓSTICO E TRATAMENTO Algumas mucoceles são lesões autolimitantes que se rompem e cicatrizam sozinhas. Entretanto, muitas dessas lesões são de natureza crônica, e a excisão cirúrgica local é necessária. O prognóstico é excelente, embora ocasionalmente algumas mucoceles possam recidivar, necessitando de reexcisão, especialmente se as glândulas subjacentes não tiverem sido removidas. Lesões brancas e pigmentadas As lesões brancas que surgem na mucosa bucal tem como características principal o acúmulo de queratina. Diagnóstico diferencial Existem membranas de coloração branca que recobrem úlceras e lesões. Essas membranas, diferentemente das hiperqueratoses, destacam-se quando raspadas. LINHA ALBA A linha alba é uma alteração comum da mucosa jugal, geralmente associada a pressão, irritação por fricção ou traumade sucção das superfícies vestibulares dos dentes. Esta alteração consiste em uma linha branca que geralmente é bilateral. Pode ser escamosa e está localizada na altura da linha de oclusão. Não é incomum ocorrerem membranas brancas recobrindo áreas que sofreram traumatismo mecânico, como em pacientes que recebem anestesia local (mordida pós- anestésica). Ou ainda lesões de aspecto branco que surgem de forma desconhecida como as leucoplasias. ETIOLOGIA As lesões brancas da mucosa bucal se desenvolvem a partir de reações hiperqueratóticas que resulta do aumento da camada superficial de queratina do epitélio, pelo estímulo de agentes agressivos como tabagismo, etilismo e traumatismo mecânico prolongado. Hiperqueratose A hiperqueratose é espessamento da parte mais externa da epiderme, o stratum corneum. É representada clinicamente por placa branca tênue que não é removida pela raspagem. Áreas mais comumente acometidas são: Ventre lateral posterior da língua, mucosa bucal e palato duro. ETIOLOGIA É uma hiperplasia da camada de queratina induzida por agentes agressores, que pode ser um trauma mecânico ou crônico, como dentes fraturados, cariados ou hígidos. A hiperqueratose também pode ser provocada pela ação tóxica dos produtos do fumo como o tabaco, alcatrão, nicotina. ESTOMATITE NICOTÍNICA É uma lesão ceratótica branca claramente associada ao fumo de tabaco, ela não parece ter natureza pré-maligna e se desenvolve em resposta ao calor em vez de aos agentes químicos presentes na fumaça do tabaco. É mais comumente encontrada em homens com idade superior a 45 anos. Através da exposição de longa duração ao calor, a mucosa palatina se torna difusamente cinza ou branca; numerosas pápulas levemente elevadas são observadas, geralmente com centros vermelhos e com pequenas depressões. Tais pápulas representam glândulas salivares menores inflamadas e seus orifícios ductais. A mucosa que recobre as pápulas frequentemente parece mais branca do que o epitélio circunvizinho. Queilite actínica A queilose actínica, mais conhecida como queilite actínica é uma alteração pré-maligna comum do vermelhão do lábio inferior que resulta de uma exposição progressiva excessiva ao espectro ultravioleta da luz solar. Um indivíduo com exposição crônica à luz do sol e imunidade comprometida, especialmente receptores de órgãos transplantados, tem risco elevado de desenvolver um câncer do vermelhão do lábio inferior. DIAGNÓSTICO O teste de Shedd, realizado com o auxílio do azul de toluidina, pincelando-o sobre a área branca é uma excelente ferramenta para o auxílio no diagnóstico. Remove-se o excesso do corante por meio de bochechos. Onde houver impregnação residual azul, deve-se fazer citologia esfoliativa ou biópsia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A queilose actínica raramente ocorre em pessoas com idades abaixo de 45 anos. Tem forte predileção pelo gênero masculino, com uma proporção homem-mulher de cerca de 10:1 em alguns estudos. As alterações clínicas incluem a atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior, caracterizada por uma superfície lisa e áreas de manchas pálidas, e pelo apagamento da margem entre a zona do vermelhão e a porção cutânea do lábio. PROGNÓSTICO E TRATAMETO As alterações associadas à queilose actínica podem ser irreversíveis, porém os pacientes devem ser encorajados a utilizar bálsamos para lábios com bloqueadores solares para prevenir maiores danos. As áreas de endurecimento, espessamento, ulceração ou leucoplasia devem ser submetidas à biópsia para excluir a possibilidade de carcinoma. Leucoplasia A leucoplasia oral (leuco = branco; plakia = mancha) é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “uma placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença.” O termo é estritamente clínico e não implica uma alteração tecidual histopatológica específica. A leucoplasia é, de longe, a lesão oral pré- cancerosa mais comum, representando 85% de tais lesões com predileção pelo sexo masculino. A leucoplasia não é destacada pela raspagem e não desaparece após remover o agente causador. As áreas mais comuns são: lábios, borda lateral da língua e mucosa jugal. ETIOLOGIA A causa da leucoplasia permanece desconhecida, embora existam várias hipóteses, como o uso contínuo de tabaco, etilismo, radiação ultravioleta, microrganismos e traumas. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A leucoplasia representa apenas um termo clínico, o primeiro passo no tratamento é chegar a um diagnóstico histopatológico definitivo. Desse modo, a realização de uma biópsia é mandatória e guiará o curso do tratamento. Além disso, o tecido obtido pela biópsia deve ser retirado das áreas de envolvimento clinicamente mais “severas”. As leucoplasias que estejam exibindo displasia epitelial moderada ou um quadro mais grave justificam a sua destruição ou remoção completa, se isso for possível. Líquen plano O líquen plano é uma doença dermatológica crônica relativamente comum, que com frequência afeta a mucosa bucal; é uma doença mucocutânea mediada imunologicamente. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O aspecto clássico e mais frequente é o reticular, que se desenvolve bilateralmente na mucosa jugal sob forma de placas filiformes. O líquen plano reticular é assim chamado por causa de seu padrão característico de linhas brancas entrelaçadas (também conhecido como estrias de Wickham). PROGNÓSTICO E TRATAMENTO O líquen plano reticular normalmente não produz sintomas e nenhum tratamento é necessário. O líquen plano erosivo com frequência é incômodo para o paciente, devido à dor na cavidade bucal. Por ser uma condição mediada imunologicamente, os corticosteroides são recomendados. Nevo branco esponjoso O nevo branco esponjoso é uma genodermatose (doença cutânea determinada geneticamente) relativamente rara, herdada como um traço autossômico dominante, apresentando alto grau de penetrância e expressividade variável. Esta condição deve-se a um defeito na ceratinização normal da mucosa bucal. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O nevo branco esponjoso apresenta-se indolor como uma placa rugosa, branca ou branco-acinzentada opaca, com textura esponjosa. Na maioria das vezes, a lesão é grandes proporções (Simétrico e bilateral). Podendo ser confundida com leucoplasia. Geralmente surgem ao nascimento ou no início da infância, mas algumas vezes a condição desenvolve-se durante a adolescência. Afetam a mucosa jugal bilateralmente na maioria dos casos, ventre da língua, a mucosa labial, o palato mole, a mucosa alveolar e o soalho bucal. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Por ser uma condição benigna, não é necessário tratamento. O prognóstico é favorável. Lesões pigmentadas São manchas escuras que ocorrem na mucosa bucal, com coloração diferente da mucosa normal. São de origem endógena ou exógina. O fator relacionado aos pigmentos próprios da mucosa bucal - Melanina e Hemoglobina. Origem endógena – quando pigmentos naturais produzidos pelo próprio organismo, acumulam se em pontos específicos em certos pontos da mucosa, provocando manchas escuras. Origem exógena - quando ocorre a deposição de materiais estranho nos tecidos por contato ou por ingestão de substâncias que depositam nos tecidos bucais, a substância mais comum é o amalgama. Pigmentação melânica A pigmentação melânica fisiológica é uma alteração constitucional na forma de manchas provocadas pelo aumento da produção e deposição de melanina. É observada mancha enegrecida que ocorre geralmente em toda a extensão da gengiva inserida, por vestibular.TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Não requer nenhum tipo de tratamento. Existem tratamentos alternativos para casos que o paciente tem demanda estética. Tatuagem por amálgama Tatuagens por amálgama são lesões pigmentadas, exógenas, de frequente ocorrência na mucosa bucal, que resultam da introdução acidental de partículas de amálgama nos tecidos moles. ETIOLOGIA O amálgama pode ser incorporado ao interior da mucosa oral de diversas maneiras. Áreas com abrasão prévia da mucosa podem ser contaminadas por pó de amálgama no interior de fluidos orais. Pedaços de amálgama quebrado podem cair nos sítios de extração, e outras formas de contaminação. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Apresentam-se como manchas, ou, raramente, como lesões ligeiramente elevadas. Elas podem ser pretas, azuis ou cinza. As bordas podem ser bem definidas, irregulares ou difusas. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Não há necessidade de tratamento quando os fragmentos podem ser detectados radiograficamente. Quando nenhum fragmento metálico é encontrado e a lesão não pode ser diferenciada clinicamente, a biópsia pode ser necessária para excluir a possibilidade de neoplasia melanocítica. Crescimentos teciduais causados por traumatismo Quando um agente traumático fere o tecido conjuntivo reage com um aumento cujo conteúdo é tipicamente inflamatório. O conteúdo desse crescimento é composto principalmente de tecido de granulação, vasos neoformados, células de defesa e fibroblastos. O agente traumático é físico-mecânico, de baixa intensidade, de ação prolongada e intermitente. A presença de dentes, próteses, espículas ósseas, corpos estranhos, alimentos durante a mastigação. A resposta do organismo varia conforme o tempo de aplicação, a frequência e intensidade do agente traumático e as características individuais do paciente. As lesões mais recorrentes são: • Granuloma gengival; • Granuloma piogênico; • Granuloma periférica de células gigante; • Hiperplasia fibrosa infamatória; • Fibromatose gengivais. Granuloma gengival É uma lesão nodular esférica que ocorre da papila interdental, indolor, com cerca de 0,5 cm. Apresenta coloração rosa escuro a vermelho intenso. As lesões pouco avermelhada são pouco consistente à palpação e se torna isquêmico quando comprimidas. Granuloma piogênico O granuloma piogênico represente uma resposta tecidual a um irritante local ou a um trauma. Apesar de seu nome, não é um granuloma verdadeiro. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Clinicamente é um aumento de volume com superfície lisa ou lobulada, que usualmente é pedunculada, embora algumas lesões sejam sésseis. A superfície é caracteristicamente ulcerada e varia do rosa ao vermelho ao roxo, dependendo da idade da lesão. Mostram uma marcante predileção pela gengiva, representando 75% dos casos. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento dos pacientes com granuloma piogênico consiste na excisão cirúrgica conservadora, que usualmente é curativa. O espécime deve ser submetido a exame microscópico para afastar o diagnóstico de lesões mais graves. Ocasionalmente, a lesão recidiva, e a reexcisão é necessária. Em raras situações são notadas múltiplas recidivas. Granuloma periférica de células gigantes É um crescimento semelhante a tumor relativamente comum na cavidade oral. Provavelmente não representa uma neoplasia verdadeira, mas sim uma lesão reacional causada por irritação local ou trauma. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Ocorre exclusivamente na gengiva ou no rebordo alveolar edêntulo, apresentando-se como um aumento de volume nodular de coloração que varia do vermelho ao vermelho- azulado. A maioria das lesões têm menos que 2 cm de diâmetro, embora grandes lesões sejam vistas ocasionalmente. A lesão pode ser séssil ou pedunculada, e pode ou não ser ulcerada. Pode se desenvolver em qualquer idade. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento do granuloma periférico de células gigantes consiste na excisão cirúrgica local, abaixo do osso subjacente. É relatada recidiva em aproximadamente 10% dos casos, e a reexcisão deve ser feita. Hiperplasia fibrosa inflamatória É uma hiperplasia de tecido conjuntivo fibroso, semelhante a um tumor, que se desenvolve em associação com as bordas de uma prótese total ou parcial mal adaptada. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Apresenta-se como uma única prega ou múltiplas pregas de tecido hiperplásico no vestíbulo alveolar. Mais frequentemente, duas pregas de tecido estão presentes, e as bordas da prótese associada se encaixam perfeitamente dentro da fissura entre as pregas. O tamanho da lesão pode variar de hiperplasias localizadas menores que 1 cm, a grandes lesões que envolvem grande parte da extensão do vestíbulo. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento consiste na remoção cirúrgica, com o exame microscópico do tecido removido. A prótese mal adaptada deve ser refeita ou corrigida para prevenir a recidiva da lesão. Fibromatose gengival A fibromatose gengival é um aumento gengival lento e progressivo causado por um crescimento colagenoso do tecido conjuntivo fibroso da gengiva. Apesar do nome, esta desordem não apresenta relação com as fibromatoses hipercelulares e neoplásicas que podem ocorrer tanto em tecidos moles como no osso. A fibromatose gengival pode ser familiar (Fibromatose gengival hereditária) ou idiopática (Fibromatose gengival irritativa). ETIOLOGIA Fibromatose gengival irritante - Desenvolve-se de maneira geral, a partir do ressecamento da mucosa gengival anterior por vestibular em respiradores bucais. Fibromatose gengival hereditária - É uma anomalia de desenvolvimento que resulta de fator genético. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Na maioria dos casos, o aumento começa antes dos 20 anos de idade e frequentemente está relacionado com a erupção dos dentes decíduos ou permanentes. Fibromatose gengival irritante - Nota-se aumento das papilas gengivais interdentais, formando nódulos. Fibromatose gengival hereditária - Apresenta crescimento tecidual fibrótico, recobrindo total ou parcialmente os dentes anterossuperiores. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento conservador consiste em gengivectomia associada a um rigoroso programa de higiene bucal. O acompanhamento é recomendado pela tendência a recorrência em poucos anos. Fibromatose gengival medicamentosa Apresenta uma variação da fibromatose gengival associada a medicamentos como dilantina (anticonvulsivante), ciclosporina (imunossupressor), que são agentes que podem provocar hiperplasia gengival. Doenças infeciosas da mucosa bucal Quando ocorre a invasão do corpo por novos microrganismos nem sempre a resposta vai ter caráter lesivo, uma vez que o corpo tem capacidade adaptativa, e pode responder a formação de anticorpos para combater uma eventual futura doença. A modulação da inflamação é necessária, já que a inflamação tem ação protetora, porém, se a reação inflamatória de início é benéfica, com o passar do tempo pode causar necrose do tecido inflamatório. O 1º estágio do processo inflamatório é o agudo, caracterizado clinicamente pela presença dos sinais cardinais da inflamação. Sinais cardinais da inflamação Edema – A histamina promove uma disjunção das células endoteliais, aumentando a permeabilidade vascular e saída do líquido plasmático. Rubor – Ocorre em decorrência da abertura dos esfíncteres pré-capilares estimulados por serotonina e bradicinina aumentam a circulação sanguínea local. Calor – Ocorre o aumento da função metabólica principalmente das fibras musculares. As reações que provocam aumento de aporte sanguíneo causam o aumento de temperatura. Dor - Ocorre o estímulo de histaminas e prostaglandinas.Candidíase A infecção fúngica causada por Candida Albicans, um microrganismo fúngico do tipo levedura. A candidíase é de longe a infecção fúngica oral mais comum em humanos, podendo se apresentar de formas diversas, o que, algumas vezes, dificulta o diagnóstico. ETIOLOGIA Ocorre quando o crescimento do fungo da Candida Albicans é excessivo. É a infecção intraoral mais comum da infecção pelo HIV (cerca de 90% dos pacientes desenvolvem a infecção em algum momento da doença). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A candidíase da mucosa oral pode exibir uma variedade de padrões clínicos. PSEUDOMEMBRANOSA (sapinho) - Placas brancas, cremosas, destacáveis; sensação de queimação, hálito fétido, destacável a raspagem. Mais presente em mucosa jugal, língua, palato. É a mais fácil de diagnosticar devido suas características. ERITEMATOSA - Manchas vermelhas, sensação de queimação. Mais presente na região posterior do palato duro, mucosa jugal, dorso da língua. Mais comum, menos diagnosticável. HIPERPLÁSICA - Leucoplasia por candida. Placas brancas não destacáveis, assintomática, presente na mucosa jugal anterior. QUEILITE ANGULAR - Lesões fissuradas avermelhadas; irritadas, sensação de ferida no local, acomete a comissura labial. É resultado do acúmulo de saliva na comissura labial. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Qualquer fator que altere o equilíbrio do ecossistema bucal pode ocasionar ou favorecer o aparecimento da candidíase. Fatores sistêmicos – estresse físico e emocional, diminuição do fluxo salivar, uso de fumo, uso de prótese. Uso de medicamentos – corticoides (dificultam a defesa local), antibiótico (inativam bactérias total ou parcial). TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Vários medicamentos antifúngicos já foram desenvolvidos para o tratamento da candidíase oral, cada qual com suas vantagens e desvantagens (Fluconazol, nistatina clotrimazol). Paracoccidioidomicose A paracoccidioidomicose é uma infecção fúngica profunda, causada pelo Paracoccidioides brasiliensis. Tem uma marcante predileção por homens, com relação de homens: mulheres acometidos de 15:1. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Apresenta-se inicialmente como uma infecção pulmonar que ocorre após a exposição aos esporos dos microrganismos. As lesões orais apresentam-se como úlceras moriformes, que geralmente acometem a mucosa alveolar, gengiva e palato. Os lábios, língua, orofaringe e mucosa jugal também podem ser envolvidos em uma porcentagem significante dos casos. Na maioria dos pacientes com lesões orais, mais de uma área na boca é afetada. DIAGNÓSTICO A demonstração dos brotamentos múltiplos característicos das leveduras, com características clínicas compatíveis, usualmente é adequada para estabelecer um diagnóstico de paracoccidioidomicose. Podem ser obtidos espécimes para cultura, mas o P. brasiliensis cresce lentamente. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O esquema de tratamento dos pacientes com paracoccidioidomicose depende da gravidade da doença. Os derivados das sulfonamidas são usadas atualmente em muitas situações para o tratamento de casos leves e moderados. Para casos graves há indicação de uso da anfotericina B intravenosa. Gengivite ulcerativa necrosante É uma doença infecciosa que ocorre na gengiva. A infecção frequentemente ocorre na presença de estresse psicológico. Além do estresse, outros fatores podem estar relacionados ao aumento da frequência de GUN: Imunossupressão, tabagismo, trauma local, deficiência nutricional, higiene bucal, deficiente, sono inadequado e doenças recentes. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS A GUN pode ocorrer em qualquer idade, nos casos clássicos de GUN, as papilas interdentais estão altamente inflamadas, edematosas e hemorrágicas. Casos iniciais podem não ser diagnosticados porque a ulceração começa acometendo apenas a ponta da papila interdental. Odor fétido, dor intensa, hemorragia espontânea e acúmulo de tecido necrosado são observados. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Ao contrário da maioria das formas de doença periodontal, a GUN demonstra uma resolução rápida após a remoção das bactérias desencadeadoras. Bochechos frequentes com clorexidina, água morna com sal ou peróxido de hidrogênio diluído são benéficos no aumento da resposta ao tratamento. Antibióticos (metronidazol e penicilina têm sido sugeridos como os medicamentos de escolha) são auxiliares úteis, especialmente na presença de febre ou linfadenopatia. Sífilis A sífilis é uma infecção crônica mundial causada pelo Treponema pallidum. As principais vias de transmissão são o contato sexual e da mãe para o feto. A infecção se manifesta no local de inoculação, atingindo rapidamente a circulação. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Varia de acordo com a fase em que se encontra a doença. A sífilis primária ocorre 2 a 4 semanas após o contágio, no ponto de inoculação, na forma de úlcera ou erosão. Quando atinge a língua e os lábios, a úlcera é profunda de base endurecida, com bordos elevados e crateriforme. SÍFILIS PRIMÁRIA A sífilis primária é caracterizada pelo cancro, que se desenvolve na área de inoculação, tornando-se clinicamente evidente 3 a 90 dias após a exposição inicial. As lesões orais são vistas mais nos lábios, mas outras áreas incluem a língua, palato, gengiva e amígdalas. SÍFILIS SECUNDÁRIA A fase seguinte é conhecida como sífilis secundária (disseminada), sendo identificada clinicamente 4 a 10 semanas após a infecção inicial. As lesões da sífilis secundária podem surgir antes da resolução completa da lesão primária. Durante a sífilis secundária, os sintomas sistêmicos em geral surgem. Os mais comuns são linfadenopatia indolor, dor de garganta, mal-estar, cefaleia, perda de peso, febre e dor músculo-esquelética. SÍFILIS TERCIÁRIA Após a sífilis secundária, os pacientes entram em uma fase livre de lesões e sintomas, conhecida como sífilis latente. Este período de latência pode durar de 1 a 30 anos; inclui as complicações mais sérias da doença, devido ao risco de desenvolver distúrbios sistêmicos graves. SÍFILIS CONGÊNITA Ocorre contaminação do feto pela mãe infectada, ainda na vida intrauterina, provoca alterações de desenvolvimento. Três achados diagnósticos patognomônicos, conhecidos como tríade de Hutchinson: • Dentes de Hutchinson; • Ceratite ocular intersticial; • Surdez associada ao comprometimento do oitavo par de nervos cranianos. A infecção altera a formação dos incisivos (incisivos de Hutchinson) e dos molares (molares em amora, molares de Fournier, molares de Moon). TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento da sífilis necessita de uma avaliação individual e de uma abordagem terapêutica individualizada. O tratamento de eleição é a penicilina. A dose e o esquema de administração variam de acordo com a fase da doença, envolvimento neurológico e estado imunológico do paciente. Doenças ósseas Osteomielite A osteomielite é um processo inflamatório agudo ou crônico nos espaços medulares ou nas superfícies corticais do osso que se estende além do sítio inicial de envolvimento. Aguda A osteomielite supurativa aguda ocorre quando um processo inflamatório agudo se dissemina através dos espaços medulares do osso e o tempo é insuficiente para permitir a reação do corpo na presença do infiltrado inflamatório. A condição está associada, a traumatismo mecânico, como exodontias de dentes que propiciaram infecção. Após a exodontia o alvéolo foi contaminado ou ainda quando ocorre contaminação óssea externa. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Pacientes com osteomielite aguda apresentam sinais e sintomas de um processo inflamatório agudo que caracteristicamente possui menosde um mês de duração. Febre, leucocitose, linfadenopatia, sensibilidade significativa e tumefação dos tecidos moles da área afetada podem estar presentes. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Se for observada a formação evidente de abscesso, o tratamento da osteomielite aguda consiste em antibioticoterapia e drenagem. Os antibióticos mais selecionados incluem a penicilina, a clindamicina, a cefalexina, a cefotaxima, a tobramicina e a gentamicina. Crônica A osteomielite supurativa crônica existe quando a resposta de defesa leva à produção de tecido de granulação, o qual subsequentemente forma um tecido de cicatrização denso, na tentativa de isolar a área infectada. A osteomielite crônica costuma surgir após a osteomielite aguda. O que caracteriza a fase crônica é a presença de – sequestros ósseos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Se a osteomielite aguda não for tratada rapidamente, ocorre a evolução para a osteomielite crônica, ou o processo pode surgir primariamente sem a ocorrência de um episódio agudo prévio. Podem estar presentes tumefação, dor, formação de fístula, drenagem purulenta, formação de sequestro ósseo, perda de dentes ou fratura patológica. Os pacientes podem apresentar exacerbações agudas ou períodos de diminuição da dor associados à progressão lenta e crônica. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A osteomielite crônica é de difícil tratamento medicamentoso, presumivelmente devido ao fato das cavidades de osso necrótico e dos organismos estarem protegidos da ação dos antibióticos pela cápsula de tecido conjuntivo fibroso circundante. A intervenção cirúrgica é obrigatória. Alveolite Após a extração de um dente, um coágulo sanguíneo é formado no sítio da extração, com a eventual estruturação do coágulo por tecido de granulação, substituição gradual por um osso fibrilar grosseiro e, finalmente, a substituição por osso maduro. A destruição do coágulo inicial impede a cicatrização apropriada e causa uma condição clínica conhecida como osteíte alveolar (Alveolite). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O local da extração afetado é inicialmente preenchido por um coágulo contaminado acinzentado, que se perde e deixa um alvéolo ósseo vazio (alvéolo seco), osso exposto e muito sensível. Em geral, desenvolvem-se dores acentuadas, odor fétido, e (menos frequentemente) tumefação e linfadenopatia 3 a 4 dias após a extração do dente. Em alguns casos, a dor irradia ipsilateralmente do alvéolo para o ouvido, região temporal ou olho. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Durante a avaliação do paciente que se queixa de dor pós exodontia, deve ser realizada uma radiografia da região afetada, para que se exclua a possibilidade de um fragmento radicular retido ou de um corpo estranho. A curetagem do alvéolo não é recomendada, porque isto aumenta a dor associada. Analgésicos orais potentes devem ser prescritos e deve ser oferecida ao paciente uma seringa plástica com instruções de como manter o alvéolo limpo com a irrigação doméstica com clorexidina ou solução salina. Osteomielite com periostite proliferativa A formação óssea em uma reação periosteal é um achado comum que ocorre em uma ampla variedade de patologias intraósseas e que acomete todas as faixas etárias. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A periostite proliferativa representa uma reação periosteal à presença de inflamação. O periósteo afetado forma diversas fileiras de osso vital reacional, paralelamente umas às outras, expandindo a superfície do osso afetado. Os pacientes acometidos tendem a ser primariamente crianças e adultos jovens, com uma faixa etária média de 13 anos de idade. Não é observada predominância por gênero. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A maioria dos casos de periostite proliferativa dos ossos gnáticos está associada a lesões inflamatórias periapicais e o tratamento nestes casos (extração do dente acometido ou tratamento endodôntico apropriado) direciona- se para a eliminação da fonte de infecção. Após a eliminação do foco de infecção e a resolução da inflamação, as camadas de osso consolidam-se em 6 a 12 meses, enquanto a ação da musculatura suprajacente auxilia a remodelar o osso para o seu estado original. Osteonecrose Os bifosfonatos compreendem uma classe única de medicamentos que demonstrou inibir os osteoclastos e possivelmente interferir na angiogênese através de ações como a inibição do fator de crescimento endotelial vascular. A osteonecrose associado ao uso de bifosfonato que ocorre nos ossos maxilares, principalmente mandíbula. Se por um lado o efeito terapêutico é eficiente, os efeitos colaterais podem ser observados. ETIOLOGIA É causada por fármacos que contém compostos bifosfonatos nitrogenados em sua composição. Quando os osteoclastos ingerem o osso tratado por bifosfonatos, o medicamento é citotóxico e induz a apoptose osteoclástica, uma redução no recrutamento de osteoclastos adicionais, e a estimulação dos osteoblastos a liberarem um fator de inibição osteoclástica. Quando a função osteoclástica diminui, as microfraturas, então, se acumulam e a vida dos osteócitos aprisionados excede, criando áreas de osso vulnerável. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Radiograficamente como sinal precoce de osteonecrose – lâmina dura que não se remodela, na mandíbula apresenta-se osso exposto ao mínimo traumatismo. A necrose pode ocorrer após um procedimento odontológico invasivo. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Todos os pacientes que usam tais medicamentos devem ser alertados sobre os riscos e instruídos a obter e manter uma higiene oral excelente. Todos os procedimentos restauradores, protéticos, endodônticos convencionais e periodontais de rotina podem ser realizados caso haja necessidade. O objetivo do tratamento é parar a dor, se o osso exposto irrita os tecidos adjacentes a borda áspera de osso exposto deve ser alisada. Nos pacientes sintomáticos, a antibioticoterapia sistêmica (i.e., penicilina com ou sem metronidazol; ciprofloxacina ou eritromicina e metronidazol para os pacientes alérgicos à penicilina) e o uso de clorexidina geralmente levam ao alívio da dor. Doenças das glândulas salivares As glândulas salivares fazem parte dos órgãos anexos ao tubo digestório. Elas exercem papel fundamental no mecanismo da digestão produzindo amilase salivar - um enzima que atua diretamente sobre o bolo alimentar como catalizador no processo da degradação. Sialadenite A inflamação das glândulas salivares (sialadenite) pode ser oriunda de diversas causas infecciosas e não infecciosas. A infecção viral mais comum é a caxumba, embora outros vírus possam causar infecções das glândulas salivares. A maioria das infecções bacterianas surge como resultado da obstrução ductal ou da diminuição do fluxo salivar, permitindo a disseminação retrógada das bactérias através do sistema ductal. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A sialadenite bacteriana aguda é mais comum na glândula parótida e é bilateral em 10% a 25% dos casos. A glândula afetada apresenta- se com aumento de volume e dolorida, e a pele sobrejacente pode apresentar-se quente e eritematosa. Podem estar presentes febre baixa e trismo. Quando a glândula é massageada, geralmente é observada uma drenagem purulenta a partir do orifício do ducto. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento da sialadenite aguda inclui antibioticoterapia apropriada e a reidratação do paciente para estimular o fluxo salivar. A drenagem cirúrgica pode ser necessária se houver formação de abscesso. Tem sido relatada uma taxa de mortalidade de 20% a 50% em pacientes debilitados, em decorrência da disseminação da infecção e sepse. Sialolitíase Os sialólitos são estruturas calcificadas que se desenvolvem dentro do sistema ductalsalivar (Glândulas salivares maiores). Eles surgem através da deposição de sais de cálcio ao redor de um ninho de debris na luz do ducto. Os debris podem incluir um muco espesso, bactéria, células do epitélio do ducto ou corpos estranhos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os cálculos salivares podem ocorrer em qualquer faixa etária, porém, ocorrem mais comumente em adultos jovens. Ao exame radiográfico, a sialolitíase tipicamente se apresenta como uma massa radiopaca. Entretanto, nem to dos os sialólitos são visíveis em radiografias convencionais (provavelmente devido ao grau de calcificação de algumas lesões). um aumento de volume duro pode ser palpado logo abaixo da mucosa. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Os sialólitos pequenos das glândulas maiores podem, algumas vezes ser tratados de forma conservadora com massagens na glândula e esforço para expelir a pedra através do orifício do ducto. Os sialólitos grandes usualmente necessitam de remoção cirúrgica. Síndrome de Sjogren A síndrome de Sjogren é uma desordem autoimune crônica sistêmica que envolve principalmente as glândulas salivares e lacrimais, resultando em xerostomia (boca seca) e xeroftalmia (secura ocular). Duas formas da doença são reconhecidas: 1. Síndrome de Sjogren primária (somente síndrome sicca; nenhuma outra desordem autoimune está presente). 2. Síndrome de Sjogren secundária (o paciente manifesta a síndrome sicca associada a outra desordem autoimune). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PRIMÁRIA – envolve exclusivamente as glândulas salivares e lacrimais, provocando hipossalivação e consequentemente sensação de boca seca (xerostomia) e secura conjuntival (xeroftalmia). SECUNDÁRIA – ocorre em glândulas salivares e lacrimais acompanhada de comprometimento sistêmico com desenvolvimento de artrite reumatoide, lúpus eritematoso. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento do paciente com a síndrome de Sjogren é principalmente de suporte. Salivas artificiais estão disponíveis para o tratamento da xerostomia; balas ou gomas de mascar sem açúcar podem auxiliar na manutenção da lubrificação oral. Tumores das glândulas salivares Os tumores das glândulas salivares podem originar-se de glândulas salivares menores, maiores ou ainda glândulas acessórias. Um sinal relativamente comum nos casos de tumores malignos é a paralisia facial unilateral, que pode ser total ou parcial. Adenoma Pleomórfico O adenoma pleomórfico, ou tumor misto benigno, é a neoplasia de glândula salivar mais comum, são derivados de uma mistura de elementos ductais e mioepiteliais. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Independentemente do sítio de origem, o adenoma pleomórfico tipicamente se apresenta como um aumento de volume firme, indolor e de crescimento lento. Ocorre em qualquer faixa etária, mas é mais comum em adultos jovens e em adultos de meia-idade entre as idades de 30 e 60 anos. O adenoma pleomórfico é também o tumor de glândula salivar menor primário mais comum que se desenvolve na infância. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Os adenomas pleomórficos são mais bem tratados pela excisão cirúrgica. Com a remoção cirúrgica adequada, o prognóstico é excelente, com uma taxa de cura de mais de 95%. O risco de recorrência parece ser baixo para os tumores de glândula salivar menor. Tumor de Warthin O tumor de Warthin é uma neoplasia benigna que ocorre quase exclusivamente na glândula parótida. Embora seja menos comum que o adenoma pleomórfico, é o segundo tumor benigno mais comum da parótida, representando 5% a 14% de todas as neoplasias de parótida. A patogênese deste tumor é incerta. A hipótese tradicional sugere que estes tumores podem originar-se do tecido glandular heterotrópico encontrado dentro dos linfonodos da glândula parótida. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O tumor de Warthin geralmente se apresenta como uma massa nodular indolor e de crescimento lento na glândula parótida. As lesões podem ser firmes ou flutuantes à palpação. O tumor ocorre mais frequentemente na cauda da parótida, próximo ao ângulo da mandíbula, e pode ser notado muitos meses antes de o paciente procurar tratamento. Uma característica única é a tendência de o tumor de Warthin ocorrer bilateralmente, o que pode ser notado em 5% a 17% dos casos relatados. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento de escolha para os pacientes com tumor de Warthin é a remoção cirúrgica. O procedimento é geralmente realizado com facilidade devido à localização superficial da lesão. Carcinoma mucoepidermoide O carcinoma mucoepidermoide é uma das neoplasias malignas de glândula salivar mais comum. Desenvolve-se por meio de duas formas, que se distinguem pela diferença de comportamento clínico e histológico. O de baixo grau tem melhor prognóstico, com semelhanças clínicas dos tumores benignos. Já o de alto grau tem comportamento mais agressivo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Mais comum na glândula parótida e usualmente se apresenta como um aumento de volume assintomático. A maioria dos pacientes percebe a presença da lesão com um ano ou menos de evolução, embora haja relatos de aumentos de volume tumorais com anos de duração. pode se desenvolver dor ou paralisia do nervo facial, geralmente associadas a tumores de alto grau. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento é determinado pela localização, grau histopatológico e estágio clínico do tumor. Tumores em estágio precoce da parótida geralmente podem ser tratados pela parotidectomia subtotal com preservação do nervo facial, os avançados, com a remoção do nervo facial. Os tumores da glândula submandibular são tratados pela remoção total. Carcinoma adenoide cística O carcinoma adenoide cístico é uma das neoplasias malignas de glândula salivar mais comum e mais bem reconhecida. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Pode ocorrer em qualquer glândula salivar, mas aproximadamente 50% a 60% originam- se nas glândulas salivares menores. O palato é a localização mais comum para as lesões de glândula salivar menor. Esta lesão é mais comum em adultos de meia-idade e é raro nos indivíduos com idade abaixo dos 20 anos de idade, geralmente se apresenta como um aumento de volume de crescimento lento. A dor é o achado clínico mais comum e mais importante. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O carcinoma adenoide cístico é um tumor implacável que tende à recidiva local e eventual metástase a distância. Em geral a excisão cirúrgica é o tratamento de escolha, e a radioterapia adjuvante pode melhorar a sobrevida do paciente em alguns casos. Adenocarcinoma Também denominado adenocarcinoma de célula acinares é uma neoplasia maligna de glândulas salivares com células que exibem diferenciação acinar serosa. Apresentam um comportamento não agressivo e estão associados a um bom prognóstico. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Ocorrem na glândula parótida, um achado racional tendo em vista que a parótida é a maior glândula salivar e inteiramente composta por elementos serosos, com uma ampla variação de faixa etária, com um pico de prevalência relativamente elevado da segunda à sétima décadas de vida. O tumor pode ser assintomático, embora, algumas vezes, sejam relatada, dor e sensibilidade, apresenta como um aumento de volume de crescimento lento. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Os adenocarcinomas de células acinares confinados ao lobo superficial da glândula parótida são mais bem tratados pela lobotomia; para os situados no lobo profundo, a parotidectomia total é geralmente necessária. Pode ser necessário que o nervo facial seja sacrificado caso esteja envolvido pelo tumor. Os tumores submandibulares são tratados pela remoção total da glândula, e os tumores de glândula salivar menor são tratados pela excisãocirúrgica com margem de segurança. A radioterapia adjuvante pode ser considerada para a doença local não controlada. Tumores benignos Os tumores benignos da cavidade oral, nem sempre tem uma origem definida. Porém pode ocorrer o aparecimento de lesões tumorais benignas estimadas por fator traumático mecânico ou virótico. Fibroma O fibroma é o “tumor” mais comum da cavidade oral. Entretanto, é questionado se, na maioria das situações, ele representa uma neoplasia verdadeira. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Embora o fibroma de irritação possa ocorrer em qualquer lugar da boca, a localização mais comum é a mucosa jugal, ao longo da linha de oclusão. Presumivelmente, isto é uma consequência do trauma da mordida na bochecha. Tipicamente, a lesão se apresenta como um nódulo de superfície lisa e coloração rosada, similar à coloração da mucosa circunjacente. Muitos fibromas são sésseis, embora alguns sejam pedunculados. Seus tamanhos podem variar de pequenas lesões, com apenas poucos milímetros de diâmetro, a grandes. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O fibroma de irritação é tratado pela excisão cirúrgica conservadora. A recidiva é extremamente rara. Entretanto, é importante que o tecido excisado seja encaminhado para exame microscópico. Papiloma escamoso O papiloma escamoso é uma proliferação benigna do epitélio escamoso estratificado que resulta em um aumento de volume papilar ou verruciforme. Acredita-se que essa lesão seja induzida pelo papilomavírus humano (HPV). O exato meio de transmissão é desconhecido. Tem sido sugerida a transmissão interpessoal por contato sexual, não-sexual, por objetos contaminados, saliva e pelo leite materno. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Ocorre com igual frequência em homens e mulheres. Alguns autores têm postulado que a lesão se desenvolve predominantemente em crianças. Os sítios preferencialmente acometidos incluem a língua, lábios e palato mole; contudo, qualquer superfície oral pode ser afetada. Essa lesão é o aumento de volume de tecido mole mais comum que se origina no palato mole. O papiloma escamoso é um nódulo macio, indolor, exofítico, pediculado, com projeções superficiais digitiformes que lhe conferem uma aparência de “couve-flor” ou verrucosa. O papiloma é geralmente unitário e cresce rapidamente até o tamanho máximo de cerca de 0,5 cm, com pequena ou nenhuma alteração após alcançar esse patamar. Contudo, lesões mais desenvolvidas atingindo 3,0 cm em seu maior diâmetro têm sido descritas. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A excisão cirúrgica conservadora, incluindo a base da lesão, é o tratamento adequado para o papiloma escamoso oral, e a recidiva é improvável. Lipoma O lipoma é um tumor benigno de gordura. A patogênese dos lipomas é incerta, mas eles parecem ser mais comuns em indivíduos obesos. Entretanto, o metabolismo dos lipomas é completamente independente da gordura corpórea normal. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS São aumentos de volume nodulares, de superfície lisa e consistência macia, que podem ser sésseis ou pedunculados. Tipicamente, o tumor é assintomático, sendo em geral percebido muitos meses ou anos antes do diagnóstico. Muitos possuem tamanho menor que 3 cm, mas ocasionalmente as lesões podem tornar-se maiores. Os sítios de ocorrência menos comuns incluem a língua, o assoalho da boca e os lábios. A maioria dos pacientes tem 40 anos de idade ou mais, sendo os lipomas incomuns em crianças. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Os lipomas são tratados pela excisão local conservadora, sendo as recidivas raras. Hemangioma os hemangiomas são considerados tumores benignos da infância que exibem uma rápida fase de crescimento com proliferação de células endoteliais, seguida de uma involução gradual. MANIFESTAÇÕES CLÍNCAS Os hemangiomas são os tumores da infância mais comuns, ocorrendo em 5% a 10% das crianças com 1 ano de idade. São muito mais comuns em mulheres do que em homens, sendo que a localização mais comum é a região de cabeça e pescoço. Tumores superficiais da pele se apresentam como aumentos de volume de superfície bosselada, com coloração vermelho-clara. São firmes e borrachosos à palpação, e o sangue não pode ser evacuado com a aplicação de pressão. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A ressecção cirúrgica raramente é justificada durante a infância. A terapia farmacológica pode ser indicada em casos problemáticos. Cistos Por definição, um cisto é uma cavidade patológica (muitas vezes preenchida por líquido) que é revestida por epitélio. Uma variedade de cistos do desenvolvimento da cabeça e pescoço foi descrita. Cisto dentígero O cisto dentígero é definido como um cisto que se origina pela separação do folículo que fica ao redor da coroa de um dente incluso. Esse é o tipo mais comum de cisto odontogênico do desenvolvimento. O cisto dentígero envolve a coroa de um dente impactado e se conecta ao dente pela junção amelocementária. A patogênese desse cisto é incerta, mas aparentemente ele se desenvolve pelo acúmulo de fluido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Pode ser encontrado em pacientes com uma ampla variação de idade, eles são descobertos mais frequentemente em pacientes entre 10 e 30 anos. Há uma leve predileção pelo sexo masculino, os pequenos em geral são completamente assintomáticos e são descobertos somente em exames radiográficos de rotina, lesões extensivas podem causar assimetria facial. Radiograficamente, o cisto dentígero mostra uma área radiolúcida unilocular que está associada à coroa de um dente incluso. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Enucleação do cisto juntamente com a remoção do dente não erupcionado, caso tenha indicação de exodontia. Cisto gengival do recém- nascido Os cistos gengivais do recém-nascido são pequenos, superficiais e com conteúdo de ceratina, que são encontrados na mucosa alveolar de crianças. Esses cistos se originam dos remanescentes da lâmina dental. Surgem como pequenas pápulas esbranquiçadas, geralmente múltiplas, na mucosa que recobre o processo alveolar dos neonatos. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Não se indica tratamento para os cistos gengivais do recém-nascido, pois as lesões involuem espontaneamente como consequência da ruptura dos cistos e resultante contato com a superfície da mucosa oral. As lesões raramente são observadas após os 3 meses de idade. Cisto gengival do adulto É uma lesão incomum, o cisto gengival do adulto mostra uma predileção marcante para ocorrência na região de canino e pré-molares inferiores, são mais comumente encontrados em pacientes na quinta e sexta décadas de vida. Eles estão, quase que invariavelmente, localizados na gengiva vestibular ou na mucosa alveolar. Clinicamente, aparecem como um nódulo indolor, em forma de cúpula, com menos de 0,5 cm de diâmetro. Frequentemente são de cor azulada ou cinza-azulada, alguns casos, o cisto pode causar uma “reabsorção em taça” superficial do osso alveolar. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Responde bem à simples excisão cirúrgica, com prognóstico excelente. Cisto periodontal lateral É um tipo incomum de cisto odontogênico do desenvolvimento que ocorre tipicamente ao longo da superfície radicular lateral de um dente. Acredita-se que surja dos restos da lâmina dental e represente a contraparte intraóssea do cisto gengival do adulto. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Ocorre com maior frequência em pacientes da quinta à sétima décadas de vida, raramente ocorrendo em pessoas com menos de 30 anos de idade. Radiograficamente, o cisto aparece como uma área radiolúcida localizada lateralmente à raiz ou raízes de dentes com vitalidades. A maioria desses cistos possui menos de 1,0cm em seu maior diâmetro. TRATAMENTO E PROGNÓSTICOA enucleação conservadora do cisto periodontal lateral é o tratamento de escolha, a recidiva não é comum. Cisto de erupção O cisto se desenvolve como resultado da separação do folículo dentário da coroa de um dente em erupção que já está posicionado nos tecidos moles que recobrem o osso alveolar. Provavelmente, os cistos se desenvolveram devido a uma deposição de colágeno no tecido conjuntivo gengival, o que resultou em um teto pericoronário mais espesso e menos penetrável. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Surge como um aumento de volume de consistência mole, frequentemente translúcido, na mucosa gengival que recobre a coroa de um dente decíduo ou permanente em erupção com cor azul a marrom arroxeada. A maioria dos exemplos é observada em crianças com menos de 10 anos de idade. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Pode não haver necessidade de tratamento porque o cisto geralmente se rompe espontaneamente, permitindo a erupção do dente. Se isso não acontecer, então a simples excisão do teto do cisto geralmente permite a rápida erupção do dente (ulectomia). Cisto odontogênico glandular É um tipo raro de cisto odontogênico do desenvolvimento que pode apresentar um comportamento agressivo, de origem odontogênica, mas também exibe características glandulares ou salivares. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Ocorre, mais comumente, em adultos de meia-idade, com a média de 48 anos ao diagnóstico; raramente ele ocorre antes dos 20 anos. Apresenta uma forte predileção pela região anterior dos ossos gnáticos e muitas lesões mandibulares atravessam a linha média. O tamanho do cisto pode variar desde uma pequena lesão, com menos de 1cm de diâmetro, até grandes lesões destrutivas que podem envolver a maior parte da maxila ou da mandíbula. Pequenos cistos podem ser assintomáticos; contudo, grandes cistos com frequência produzem expansão clínica que, às vezes, pode estar associada à dor e parestesia. Radiograficamente, a lesão apresenta-se com radiolúcida unilocular ou multilocular, margens da lesão radiolúcida e bem definidas, apresentando bordas escleróticas. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A maioria dos casos de cisto odontogênico glandular tem sido tratada mediante enucleação e curetagem. Contudo, esse cisto mostra uma propensão para recidiva. Ceratocisto odontogênico Surge a partir dos restos celulares da lâmina dental. É tratado como cisto, mas se comporta como tumor. Podem ser encontrados em pacientes com idade variável, desde a infância até a velhice (entre 10 e 40 anos), sendo a região posterior da mandíbula mais acometida. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Pequenos ceratocistos odontogênicos geralmente são assintomáticos e descobertos somente durante o curso de um exame radiográfico, os de grandes dimensões podem estar associados a dor, edema ou drenagem. Tendem a crescer em uma direção ântero- posterior, dentro da cavidade medular do osso, sem causar expansão óssea óbvia. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Enucleação e curetagem. Cisto odontogênico ortoceratinizado Não denota um tipo clínico específico de cisto odontogênico, mas apenas se refere a um cisto odontogênico que microscopicamente apresenta um revestimento epitelial ortoceratinizado. Os cistos odontogênicos ortoceratinizados ocorrem predominantemente em adultos jovens e mostram uma razão de 2:1 entre homens e mulheres. A lesão ocorre duas vezes mais frequentemente na mandíbula do que na maxila, com uma tendência a envolver as regiões posteriores dos ossos gnáticos. O tamanho pode variar de menos de 1cm até grandes lesões, maiores do que 7cm de diâmetro. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A enucleação seguida de curetagem é o tratamento usual para os cistos odontogênicos ortoceratinizados. As recidivas têm sido observadas, marcadamente com a taxa de recidiva de 30% ou mais. Cisto odontogênico calcificante É uma lesão incomum que demonstra considerável diversidade histopatológica e comportamento clínico variável. Apesar de ser amplamente considerado como um cisto, alguns investigadores preferem classificá-lo como uma neoplasia. Além disso, o cisto odontogênico calcificante pode estar associado a outros tumores odontogênicos reconhecidos, mais comumente aos odontomas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS É predominantemente uma lesão intraóssea, apesar de casos relatadas terem se apresentado como lesões periféricas (extraósseas). Os pacientes podem ter idade variando da infância à velhice. geralmente se apresenta como uma lesão radiolúcida, unilocular, bem definida, apesar de a lesão poder ser, ocasionalmente, multilocular. Estruturas radiopacas dentro da lesão, quer sejam calcificações irregulares ou de densidade semelhante ao osso, estão presentes. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O prognóstico de um paciente com cisto odontogênico calcificante é favorável, sendo relatadas somente poucas recidivas após a enucleação simples. Tumores odontogênicos Os tumores odontogênicos compreendem um grupo complexo de lesões de diversos tipos histopatológicos e comportamentos clínicos. Algumas dessas lesões são neoplasias verdadeiras e podem, raramente, exibir comportamento maligno. Outras podem representar malformações semelhantes a tumor (hamartomas). Ameloblastoma O ameloblastoma é o tumor odontogênico clinicamente significativo mais comum, são tumores de origem epitelial odontogênica, originários dos restos da lâmina dentária, de um órgão do esmalte em desenvolvimento, do revestimento epitelial de um cisto odontogênico, ou das células basais da mucosa oral. Eles ocorrem em três diferentes situações: 1. Sólido convencional ou multicístico; 2. Unicístico; 3. Periférico (extraósseo). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O ameloblastoma sólido convencional ou multicístico intraósseo é encontrado em pacientes com ampla variação etária. É raro em crianças com menos de 10 anos e relativamente incomum no grupo de 10 a 19 anos. Ocorrem na mandíbula, mais frequentemente na região de ramo e corpo de mandíbula. O tumor frequentemente é assintomático e lesões menores são detectadas somente durante o exame radiográfico. A apresentação clínica usual é de uma tumefação indolor ou expansão dos ossos gnáticos. Se não for tratada, então a lesão pode crescer lentamente até atingir proporções grandes ou grotescas. A dor e a parestesia são incomuns, mesmo nos tumores grandes. O aspecto radiográfico da lesão é frequentemente descrito como em “bolhas de sabão” em loculações grandes ou como “em favos de mel” em loculações são pequenas. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Os pacientes com ameloblastoma intraósseo multicístico ou sólido têm sido tratados de diversas maneiras. O tratamento varia desde uma simples enucleação seguida por curetagem até a ressecção em bloco. Tumor odontogênico adenomatoide O tumor odontogênico adenomatoide representa 3% a 7% de todos os tumores odontogênicos, são, em grande parte, limitados aos pacientes jovens, e dois terços de todos os casos são diagnosticados quando o paciente tem entre 10 e 19 anos. Ocorre nas regiões anteriores dos ossos gnáticos, sendo encontrado duas vezes mais na maxila do que na mandíbula, com uma discreta predileção pelo sexo feminino. Raramente excedem 3cm em seu maior diâmetro, apesar de algumas lesões maiores terem sido descritas. A lesão pode se mostrar completamente radiolúcida; contudo, frequentemente, ela contém calcificações delicadas (em flocos de neve). Geralmente está envolvida com uma extensa cápsula fibrosa. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tumor odontogênico adenomatoide é completamente benigno; devido à presença de sua cápsula, ele pode ser facilmente enucleado do osso. O comportamento agressivo não foi documentado e a recidiva após enucleação, se ocorrer, é
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