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Apostila de estomatologia

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Apostila de 
Estomatologia 
 
Estabelecimento de 
diagnóstico e tratamento 
Diagnóstico 
Conjunto de dados clínicos que para serem 
obtidos deve - se levar em conta não apenas 
os sintomas, mas também a história médica 
do paciente. Os dados são obtidos através do 
exame (sinais e sintomas) do paciente, que 
conduz e orienta para determinação de uma 
doença. 
Semiologia 
Relacionado ao estudo dos sinais e sintomas 
das doenças humanas 
SINTOMAS: Relato das sensações do 
paciente. Ex: dor, formigamento. 
SINAIS: Observado pelo profissional. Ex: 
mancha, nódulos. 
SINAL PATOGNOMÕNICO: característica 
encontrada exclusivamente em determinada 
doença e indica sua presença. 
Classificação da semiologia 
Dividia em três (03) partes: 
SEMIOGÊNESE 
Estuda a formação dos sinais e sintomas do 
ponto de vista clínico. 
SEMIOTÉCNICA 
Técnica de colheita dos sinais e sintomas. 
Utilizam-se os sentidos naturais do 
examinador, através de manobras. 
PROPEDÊUTICA 
Estudo, análise e interpretação dos dados 
coletados na semiotécnica. 
 
 
Conduta clínica para 
estabelecimento do diagnóstico 
Após obtenção dos sinais e sintomas, 
procede-se à interpretação dos dados 
definindo o quadro clínico. 
Prognóstico 
O prognóstico pode ser classificado como: 
bom, mal ou duvidoso. Está sempre associado 
ao tratamento. 
Tratamento 
O tratamento é estabelecido de acordo com 
o doente e a doença, sendo importante saber 
qual será o comportamento de uma terapia 
aplicada neste paciente. 
TRATAMENTO DE SUPORTE 
Manutenção da saúde geral do paciente 
através de alimentação, repouso e 
suplemento alimentar. 
TRATAMENTO EXPECTANTE 
Temporário, enquanto aguarda a evolução 
da doença. 
TRATAMENTO SINTOMÁTICO 
Tratamento com a finalidade de combater a 
os sintomas que o paciente se queixa. 
 
Proservação 
É o período de acompanhamento após o 
tratamento em que o paciente será 
monitorado durante o tempo indicado pela 
doença, no qual todas as possibilidades são 
esperadas: cura, recidiva ou morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exame clínico 
Anamnese 
A anamnese é uma aliada para o profissional 
de saúde. Sendo a primeira etapa em 
qualquer consulta odontológica. Consiste em 
uma entrevista prévia para ouvir o paciente e 
entender suas queixas, avaliar sinais e 
sintomas. Assim, ela é considerada a base 
inicial de qualquer atendimento. 
É através dessa ficha, que se dará o 
direcionamento para a solicitação de exames 
de imagem e outros, quando preciso. Além 
de ser importante para as etapas sequentes 
do tratamento. 
Exame físico 
Consiste em avaliar os sinais da doença, 
podendo lançar mão de exames de imagens 
ou outros exames complementares para 
fechar o diagnóstico. 
 Inspeção 
As principais manobras são: Palpação 
 Auscultação 
 Percussão 
A inspeção física deve levar em consideração 
todos as características gerais do paciente, 
cor de pele, desenvolvimento dos ossos da 
face, tonicidade, mobilidade da musculatura, a 
expressão dos olhos. 
A inspeção local é dirigida para a região de 
cabeça e pescoço. Estruturas anatômicas 
relacionadas com a cavidade oral como ATM, 
ossos do sistema estomatognático, glândulas 
salivares, língua, gânglios, devem ser 
inspecionadas. 
Inspeção intrabucal inicia-se face interna do 
lábio, gengiva, fundo de sulco, rebordo 
alveolar, mucosa jugal, língua, assoalho bucal, 
palato e dentes. 
Manobras semiotécnica 
As manobras de semiotécnica são os 
recursos clínicos utilizados para colher sinais. 
Podem ser realizadas diretamente, por meio 
dos órgãos dos sentidos do examinador, ou 
indiretamente, com a utilização de 
instrumentos e aparelhos que de alguma 
forma ampliem os sentidos. 
Inspeção 
Utiliza-se a visão de modo direto (“a olho nu”) 
ou indireto, por meio de lentes e espelhos. As 
estruturas a serem inspecionadas devem 
estar secas e com boa visibilidade. 
 
Palpação 
Ato de palpar, por meio da palpação colhem-
se sinais pelo tato e pela compressão. Assim, 
observam-se modificações de textura, 
espessura, consistência, sensibilidade, volume, 
conteúdo, elasticidade e temperatura. 
 
Percussão 
Ato ou efeito de percutir (bater, tocar). Leves 
batidas originam vibrações, por meio das quais 
se identifica o estado físico do conteúdo da 
estrutura que está sendo percutida. 
 
PERCUSSÃO INDIRETA: normalmente é feita 
com o cabo do espelho. 
PERCUSSÃO DIRETA: realizada diretamente 
com os dedos. 
Auscultação 
Ato de ouvir sons e ruídos produzidos no 
organismo. Em odontologia, o seu emprego é 
restrito, mas importante na avaliação fisiológica 
da articulação temporomandibular 
 
Punção 
Ato ou efeito de pungir ou puncionar; em 
outras palavras: picar, perfurar. Usam-se 
seringas hipodérmicas com agulha de 
diâmetro amplo o suficiente para aspirar 
líquidos e semissólidos por meio da tração do 
êmbolo. 
 
Diascopia 
Consiste em visualizar uma determinada 
estrutura comprimida por uma lâmina de vidro. 
sendo utilizada em lesões escuras, suspeitas de 
hemangioma ou nevo, fazendo-se 
compressão com uma lâmina de vidro sobre 
a área a ser estudada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exames complementares 
Biópsia 
A biópsia serve de auxílio para fechar o 
diagnóstico correto. Várias vezes a biópsia é o 
diagnóstico e também o tratamento, outras 
vezes o tratamento daquela lesão é diferente 
daquela biópsia que se realizou inicialmente. 
A biópsia é indicada para lesões que se 
apresentam sob forma de úlceras persistentes 
que não cicatrizam espontaneamente ou após 
o tempo. 
As lesões de pequenas dimensões podem ser 
removidas totalmente, sem riscos de 
sangramentos. 
Citologia esfoliativa 
A citologia esfoliativa é um exame 
complementar de diagnóstico que utiliza células 
naturalmente eliminadas para estudo 
microscópico. Consiste em remover as células 
mais superficiais da lesão através da esfoliação 
(raspagem). 
As células passam por um processo de 
renovação celular, então na camada basal são 
produzidas células o tempo inteiro, essas células 
vão subir da camada basal até a superfície do 
epitélio, chega na superfície do epitélio vira 
ceratina e depois esfolia. Assim, a avaliasse as 
células que se desprendem da mucosa 
Na odontologia utilizasse citologia esfoliativa 
quando o paciente está com uma 
imunossupressão muito grande, ou quando o 
paciente não tem condições de fazer um 
procedimento cirúrgico, como por exemplo um 
paciente internado na UTI. 
Contudo, mesmo sendo um exame altamente 
confiável, a citologia esfoliativa não substitui a 
biópsia, pois não define o tipo de lesão maligna. 
A principal finalidade da citologia esfoliativa é a 
detecção de tumores malignos. 
 
Existem as escovas conhecidas como Swab, 
que são esfregadas em cima da lesão, para 
remover as células da camada superficial; depois 
que se fez essa manobra, pega-se uma lâmina 
de microscópio e coloca-se esse conteúdo que 
foi raspado nessa lâmina. 
CLASSIFICAÇÃO DE CITOLOGIA 
CLASSE I – Ausência de células atípicas ou 
anormais; 
CLASSE II – Citologia atípica, mas sem evidência 
de malignidade; 
CLASSE III – Citologia sugestiva, mas não 
conclusiva de malignidade; 
CLASSE IV – Citologia fortemente sugestiva de 
malignidade; 
CLASSE V – Citologia conclusiva para 
malignidade. 
 
Biópsia Incisional 
• Indicação para lesões grandes (> 1cm); 
• Lesão localizada em áreas de risco; 
• Remove-se uma parte da lesão; 
• Não pode ser qualquer parte da lesão; 
• Se eu suspeitar de lesão maligna ou lesão 
cística muito grande faz biópsia incisional. 
Biópsia Excisional 
• Indicado para lesões menores (< 1cm); 
• Lesões pigmentadas; 
• Remove-se a lesão inteira/remoção total 
da lesão; 
• A lesão é armazenada no formol;• Faz-se a excisional de uma suspeita de 
câncer, quando a lesão é muito pequena. 
Para uma lesão maior que 10 mm pode-
se fazer uma incisional. 
 
Informações do relatório 
• Nome; 
• Idade e sexo do paciente; 
• Data da coleta do material; 
• Descrição da lesão (forma, localização, 
dimensão, cor, base, contorno, textura, 
número). 
• Breve relatório clínico; 
• Tipo de biópsia. 
Os dados devem guiar o exame histopatológico. 
Radiografia 
O exame radiográfico de rotina deve fazer parte 
dos exames periódicos da boca e de suas 
estruturas anexas. 
O diagnóstico e o controle das lesões ósseas 
podem ser realizados com maior fidelidade, 
tornando-se cada vez mais precisos à medida que 
os recursos da radiografia se aplicam. 
 
Cintilografia 
É o registro da cintilação, que é o principal 
fenômeno no processo de formação da imagem, a 
partir da radiação emitida pelo órgão que está 
sendo examinado, obtidas por meio da injeção de 
uma substância radioativa na corrente circulatória. 
 
Ultrassonografia 
A ultrassonografia, é um exame de imagem 
diagnóstico que serve para visualizar qualquer órgão 
ou tecido do corpo, através de ondas sonoras. 
Quando o exame é realizado com Doppler, é 
possível observar o fluxo sanguíneo dessa região. 
Imagem branca – hiperecoica 
Imagem escura – hipoecoica 
 
Tomografia computadorizada 
Na odontologia a tomografia computadorizada é 
bastante usada, principalmente, para identificar e 
delinear processos patológicos, como tumores 
benignos e malignos, cistos, além de visualizar 
dentes retidos, traumas, seios paranasais, 
componentes ósseos da articulação e leitos para 
implantes dentários. 
Considerado como um método para avaliar 
imagens das estruturas ósseas, a tomografia 
computadorizada é um método radiológico que 
permite obter a reprodução de uma parte do 
corpo humano, para que então o diagnóstico seja 
definido com mais precisão e agilidade, sendo 
possível efetuar uma melhor distinção entre os 
tecidos devido a maior sensibilidade, dando auxílio 
na detecção de anomalias que antes só seriam 
realizadas com procedimentos invasivos. 
É realizada com uma fonte circular de emissão 
de raio X que gira ao redor da cabeça do 
paciente. Realiza aquisição simultânea das imagens 
da maxila e da mandíbula. Além disso o exame 
permite ver a relação das duas arcadas. 
A tomografia tem aplicações importantes em todas 
as especialidades odontológicas. 
Na ortodontia é utilizada na avaliação de dentes 
inclusos e na análise de sua relação com estruturas 
adjacentes. 
Na implantodontia, a tomografia permite a avaliação 
quantitativa e qualitativa do osso alveolar, 
possibilitando a mensuração de sua altura e 
dimensão anteroposterior. 
Na cirurgia bucomaxilofacial, ela exerce um papel 
fundamental na detecção de fraturas do nariz, da 
maxila, da mandíbula e do arco zigomático, Dentes 
inclusos. 
 
 
 
 
 
Exames hematológicos 
Hemograma 
O hemograma estuda a contagem de células 
sanguíneas, o sangue é um tecido vivo formado 
por células de diferentes formas, tipos e 
finalidades. 
SÉRIE VERMELHA - estuda as hemácias (ou 
eritrócitos ou glóbulos vermelhos). 
SÉRIE BRANCA - estuda os glóbulos brancos, 
representados pelos neutrófilos, eosinófilo, 
basófilos, linfócitos e monócitos. 
SÉRIE PLAQUETÁRIA - Quantifica as plaquetas 
presentes em uma determinada amostragem de 
sangue colhida. 
Coagulograma 
O coagulograma é um conjunto de exames 
responsáveis pela análise de alterações da 
coagulação presentes no sangue humano. Com 
ele, é possível identificar doenças ou 
complicações e iniciar o tratamento o mais rápido 
possível. 
O tempo de protrombina (TP) avalia os fatores 
de coagulação, já o índice de relação normalizada 
(INR), é um exame fundamental para avaliação e 
controle de pacientes anticoagulados que 
necessitam de intervenções cirúrgicas 
INR: 1,0 – valor ideal, pois mostra o equilíbrio 
entre coagulação e anticoagulação. 
Neutrófilos 
Combate as infecções bacterianas. 
Linfócitos 
Responsáveis pela defesa do corpo, segunda 
célula mais comum dos glóbulos brancos. 
Principais linhas de defesa contra infecções virais 
e surgimento de tumores. 
 
 
 
 
 
Lesões fundamentais 
São alterações morfológicas que conduzem à 
descrição de lesões nos tegumentos cutâneo e 
mucoso (pele e/ou mucosa). 
Manchas ou máculas 
Área circunscrita não elevada com alteração de 
cor, que é distinta dos tecidos adjacentes. Ocorre 
a modificação da coloração normal da mucosa e 
apresenta cor, forma e tamanho variado. 
 
Placa 
Ligeira elevação de 1 a 2mm, achatada, levemente 
elevada e superficial, de coloração branca, que 
não desprende a raspagem. 
 
Erosão 
Quando ocorre o rompimento superficial do 
epitélio, sem que haja exposição do conjuntivo. 
Ocorrem ulcerações rasas e superficiais. 
 
Úlcera 
Lesão superficial circunscrita, resultante do 
rompimento do epitélio com a exposição do 
tecido conjuntivo. Evolui da erosão. 
 
ÚLCERA – lesões de caráter crônico (persiste 
por semana ou meses). 
ÚLCERAÇÃO – lesões de curta duração. 
Vesícula e bolha 
Lesão da pele ou mucosa elevada, circunscrita 
contendo fluido em seu interior. 
A VESÍCULA é de dimensão pequena, até 
3mm. 
 
A BOLHA é de dimensão grande, maior que 
3mm. 
 
Pápula 
Pequena massa elevada, circunscrita, sólida e 
palpável na pele ou na mucosa, seu diâmetro 
não ultrapassa 5mm. 
 
Nódulos 
Grande massa elevada, circunscrita, sólida e 
palpável na pele e na mucosa. Com variação 
de consistência, tamanho, base de 
implantação, cor e superfície. 
• Consistência: flácida ou rugosa; 
• Base de implantação: Séssil, larga ou 
pediculada; 
• Superfície: Lisa ou rugosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lesões ulceradas e 
vesicobolhosas 
Lesões ulceradas 
São lesões que ocorrem pela exposição do 
epitélio e em continuidade com exposição do 
tecido conjuntivo adjascente. 
Afta 
A estomatite aftosa recorrente, popularmente 
conhecida como afta é uma das patologias 
mais comuns da mucosa oral, com 
característica próprias e etiologia pouco 
conhecida. 
As úlceras surgem quase exclusivamente na 
mucosa não-ceratinizada e podem ser 
precedidas por uma mácula eritematosa em 
associação a sintomas prodrômicos de 
queimação, prurido ou pontadas. 
As ulcerações aftosas menores são as mais 
comuns e representam o padrão presente 
em mais de 80% dos indivíduos afetados. 
 
ETIOLOGIA 
Diferentes subgrupos de pacientes parecem 
ter diferentes causas para a ocorrência das 
aftas. Estes fatores sugerem um processo 
patológico que pode ser desencadeado por 
uma variedade de agentes causais, envolvendo 
os fatores hereditários, psicossomáticos, 
hormonais e infecciosos. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
As ulcerações aftosas são observadas mais 
frequentemente em crianças e adultos jovens, 
com aproximadamente 80% dos indivíduos 
afetados relatando suas primeiras ulcerações 
antes dos 30 anos de idade. 
A ulceração demonstra uma membrana 
fibrinopurulenta removível, branco-amarelada, 
que é circundada por um halo eritematoso, 
medindo não mais que 3mm. 
As mucosas jugal e labial são mais 
frequentemente afetadas, seguidas pela 
superfície ventral da língua, fundo de vestíbulo, 
soalho da boca e palato mole. 
DIAGNÓSTICO 
Nenhum procedimento laboratorial fornece o 
diagnóstico definitivo. O diagnóstico é feito pela 
apresentação clínica e pela exclusão de outras 
doenças que produzem ulcerações que se 
parecem com as aftas. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O prognóstico é favorável e desaparece 
espontaneamente de 5 a 7 dias. 
Nos pacientes com doença leve, a base da 
terapia é o uso de anti-inflamatórios 
(corticosteroides) tópicos. 
 
Ulcerações traumáticas 
Lesões agudas e crônicas da mucosa oral são 
frequentemente observadas. 
 
ETIOLOGIA 
Podem resultar de um dano mecânico como 
o contatocom alimentos cortantes ou 
mordidas acidentais durante a mastigação, 
escovação excessiva, durante a fala, ou até 
mesmo dormindo. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O trauma agudo ou crônico na mucosa oral 
pode resultar em ulcerações superficiais, 
únicas, profundas de contorno irregulares e 
dimensões variadas. 
TRATAMENTO E POGNÓSTICO 
O tratamento consiste na remoção do agente 
traumático. Tais ulcerações podem 
permanecer por longos períodos de tempo, 
mas geralmente cicatrizam em poucos dias. 
Lesões vesiculares e bolhosas 
Causadas por infecções, essas lesões têm a 
possibilidade de ulcerar. A fase de vesícula ou 
bolha pode ser curta. 
Herpes (Herpesvírus) 
O Herpesvírus apresenta lesões vesiculares 
mucocutâneas que ocorrem 
predominantemente no lábio e mucosas que 
ulceram com frequência. 
A maioria dos casos de gengivoestomatite 
herpética aguda ocorre entre os 6 meses e 5 
anos de idade, com pico de prevalência entre 
os 2 e 3 anos de idade. Apesar desta 
estatística, alguns casos são relatados em 
pacientes com mais de 60 anos de idade. 
 
ETIOLOGIA 
Causada pelo vírus do herpes simples (VHS), 
a gengivoestomatite herpética primária aguda 
(herpes primário) é o padrão mais comum de 
infecção primária sintomática pelo VHS. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Inicialmente, na mucosa afetada desenvolvem-
se diversas vesículas puntiformes, que 
rapidamente se rompem e formam inúmeras 
lesões pequenas, avermelhadas. Essas lesões 
iniciais aumentam um pouco de tamanho e 
desenvolvem áreas centrais de ulceração, 
recobertas por uma fibrina amarela. 
As ulcerações adjacentes podem coalescer e 
formar ulcerações maiores rasas e irregulares. 
Tanto a mucosa oral móvel quanto a aderida 
podem ser afetadas, e o número de lesões é 
altamente variável. Em todos os casos, a 
gengiva apresenta-se aumentada, dolorosa e 
extremamente eritematosa. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Os pacientes devem restringir o contato com 
as lesões ativas para prevenir a disseminação 
para outros locais e pessoas. O aciclovir em 
suspensão é iniciado nos 3 primeiros dias de 
sintomatologia pela técnica de bochechar e 
engolir 5 vezes ao dia por 5 dias. 
Herpes - Zoster 
Doença infecciosa que apresenta lesões 
vesiculares mucocutâneas que ocorrem 
principalmente na pele e na mucosa sempre 
acompanhando uma terminação nervosa 
periférica. 
ETIOLOGIA 
Após a infecção inicial pelo vírus varicela 
zoster (catapora), o vírus é transportado para 
os nervos sensitivos e presumivelmente 
estabelece sua latência no gânglio espinhal 
dorsal. O herpes-zoster clinicamente evidente 
ocorre após a reativação do vírus, com o 
envolvimento da distribuição do nervo 
sensitivo afetado. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Durante a replicação viral inicial, desenvolvem-
se ganglionites ativas que resultam em 
necrose neural e neuralgia grave. Essa reação 
inflamatória é responsável pelos sintomas 
prodrômicos de dor intensa que precedem a 
erupção cutânea em mais de 90% dos casos. 
Conforme o vírus movimenta-se pelo nervo, 
a dor intensifica-se e tem sido descrita como 
queimação, formigamento, coceira, um 
incômodo pontiagudo ou cortante. 
DIAGNÒSTICO 
O diagnóstico do herpes-zoster pode muitas 
vezes ser feito com base nas manifestações 
clínicas, entretanto outros procedimentos 
podem ser necessários nos casos atípicos. A 
cultura viral pode confirmar a impressão 
clínica, mas leva pelo menos 24 horas. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
A febre deve ser tratada com antipiréticos que 
não contenham aspirina. Antipruriginosos, 
como a difenidramina, podem ser 
administrados para diminuir o prurido. As 
lesões cutâneas devem ser mantidas secas e 
limpas a fim de prevenir infecções secundárias. 
 
Pênfigo vulgar 
É uma doença mucocutâneas de origem 
imunológica que se manifesta na mucosa 
bucal, principalmente na gengiva, muitas vezes 
simulando uma gengivite. 
Ele não é observado com muita frequência. No 
entanto, o pênfigo vulgar é uma condição 
importante porque, se não tratada, muitas 
vezes resulta na morte do paciente. 
ETIOLOGIA 
As bolhas que caracterizam essa doença 
ocorrem devido a uma produção anormal, por 
razões desconhecidas, de autoanticorpos que 
são dirigidos contra glicoproteínas de 
superfície da célula epidérmica, desmogleína, 
ou seja, sua origem é imunológica. 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Ocorre predominantemente entre a quarta e 
sexta década da vida, e a predominância pelo 
sexo masculino e feminino é igual. Clinicamente 
apresenta vesículas, erosões e ulcerações em 
qualquer superfície da pele ou da mucosa 
bucal, no histológico apresenta Fenda 
intraepitelial. 
Os pacientes normalmente queixam-se de dor 
na mucosa bucal, e o exame clínico exibe 
erosões superficiais e irregulares e ulcerações 
distribuídas aleatoriamente na mucosa bucal. 
DIAGNÓSTICO 
Uma das características do pênfigo vulgar é 
que a bolha que pode ser induzida em pele de 
aparência normal se uma pressão lateral firme 
for exercida. Isto é chamado de sinal Nikolsky 
positivo. 
 
Sinal de Nikolsky - após pressionar o local 
notará imediatamente que aparecerá uma 
bolha que se rompe. 
TRATAMENTO E PROGNÒSTICO 
O pênfigo é uma doença sistêmica; portanto, 
o tratamento consiste basicamente em 
corticosteroides sistêmicos (geralmente 
prednisona), muitas vezes em combinação 
com outros medicamentos 
imunossupressores (denominados agentes 
poupadores de esteroides), como a 
azatioprina. 
 
Rânula 
Rânula é um termo usado para mucoceles que 
ocorrem no soalho de boca. A origem da 
mucina extravasada é usualmente a glândula 
sublingual, mas as rânulas podem também se 
originar do ducto da glândula submandibular 
ou, possivelmente, das glândulas salivares 
menores presentes no soalho de boca. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A rânula em geral se apresenta como um 
aumento de volume flutuante, de formato 
abaulado e coloração azulada no soalho de 
boca, embora lesões profundas possam 
apresentar a coloração normal da mucosa. 
As rânulas são vistas mais frequentemente em 
crianças e adultos jovens. Estas lesões tendem 
a ser maiores que as mucoceles nas 
localizações orais. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tratamento da rânula consiste na remoção 
da glândula sublingual e/ou marsupialização, 
que consiste na remoção da porção superior. 
Mucocele 
Mucocele é uma lesão comum da mucosa oral 
resultante da ruptura de um ducto de glândula 
salivar e o extravasamento da mucina para 
dentro dos tecidos moles adjacentes. Este 
extravasamento geralmente é resultante de 
um trauma local, em geral mordida no lábio 
inferior ou traumatismo por aparelho 
ortodôntico, embora em muitos casos não 
haja história de trauma associado. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
As mucoceles geralmente se apresentam 
como aumentos de volume mucosos em 
forma de cúpula, que podem ter seus 
tamanhos variando de 1 a 2 mm a alguns 
centímetros. São mais comuns em crianças e 
adultos jovens, entretanto, têm sido relatadas 
em todas as idades. 
PROGNÓSTICO E TRATAMENTO 
Algumas mucoceles são lesões autolimitantes 
que se rompem e cicatrizam sozinhas. 
Entretanto, muitas dessas lesões são de 
natureza crônica, e a excisão cirúrgica local é 
necessária. 
O prognóstico é excelente, embora 
ocasionalmente algumas mucoceles possam 
recidivar, necessitando de reexcisão, 
especialmente se as glândulas subjacentes 
não tiverem sido removidas. 
 
 
 
 
 
 
 
Lesões brancas e pigmentadas 
As lesões brancas que surgem na mucosa 
bucal tem como características principal o 
acúmulo de queratina. 
Diagnóstico diferencial 
Existem membranas de coloração branca que 
recobrem úlceras e lesões. Essas membranas, 
diferentemente das hiperqueratoses, 
destacam-se quando raspadas. 
LINHA ALBA 
A linha alba é uma alteração comum da 
mucosa jugal, geralmente associada a pressão, 
irritação por fricção ou traumade sucção das 
superfícies vestibulares dos dentes. 
Esta alteração consiste em uma linha branca 
que geralmente é bilateral. Pode ser escamosa 
e está localizada na altura da linha de oclusão. 
 
Não é incomum ocorrerem membranas 
brancas recobrindo áreas que sofreram 
traumatismo mecânico, como em pacientes 
que recebem anestesia local (mordida pós-
anestésica). 
Ou ainda lesões de aspecto branco que 
surgem de forma desconhecida como as 
leucoplasias. 
 
ETIOLOGIA 
As lesões brancas da mucosa bucal se 
desenvolvem a partir de reações 
hiperqueratóticas que resulta do aumento da 
camada superficial de queratina do epitélio, 
pelo estímulo de agentes agressivos como 
tabagismo, etilismo e traumatismo mecânico 
prolongado. 
Hiperqueratose 
A hiperqueratose é espessamento da parte 
mais externa da epiderme, o stratum 
corneum. É representada clinicamente por 
placa branca tênue que não é removida pela 
raspagem. 
Áreas mais comumente acometidas são: 
Ventre lateral posterior da língua, mucosa 
bucal e palato duro. 
 
ETIOLOGIA 
É uma hiperplasia da camada de queratina 
induzida por agentes agressores, que pode ser 
um trauma mecânico ou crônico, como 
dentes fraturados, cariados ou hígidos. 
A hiperqueratose também pode ser 
provocada pela ação tóxica dos produtos do 
fumo como o tabaco, alcatrão, nicotina. 
 
ESTOMATITE NICOTÍNICA 
É uma lesão ceratótica branca claramente 
associada ao fumo de tabaco, ela não parece 
ter natureza pré-maligna e se desenvolve em 
resposta ao calor em vez de aos agentes 
químicos presentes na fumaça do tabaco. 
É mais comumente encontrada em homens 
com idade superior a 45 anos. Através da 
exposição de longa duração ao calor, a 
mucosa palatina se torna difusamente cinza ou 
branca; numerosas pápulas levemente 
elevadas são observadas, geralmente com 
centros vermelhos e com pequenas 
depressões. 
Tais pápulas representam glândulas salivares 
menores inflamadas e seus orifícios ductais. A 
mucosa que recobre as pápulas 
frequentemente parece mais branca do que o 
epitélio circunvizinho. 
 
Queilite actínica 
A queilose actínica, mais conhecida como 
queilite actínica é uma alteração pré-maligna 
comum do vermelhão do lábio inferior que 
resulta de uma exposição progressiva 
excessiva ao espectro ultravioleta da luz solar. 
 
Um indivíduo com exposição crônica à luz do 
sol e imunidade comprometida, especialmente 
receptores de órgãos transplantados, tem 
risco elevado de desenvolver um câncer do 
vermelhão do lábio inferior. 
DIAGNÓSTICO 
O teste de Shedd, realizado com o auxílio do 
azul de toluidina, pincelando-o sobre a área 
branca é uma excelente ferramenta para o 
auxílio no diagnóstico. Remove-se o excesso 
do corante por meio de bochechos. Onde 
houver impregnação residual azul, deve-se 
fazer citologia esfoliativa ou biópsia. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A queilose actínica raramente ocorre em 
pessoas com idades abaixo de 45 anos. Tem 
forte predileção pelo gênero masculino, com 
uma proporção homem-mulher de cerca de 
10:1 em alguns estudos. 
As alterações clínicas incluem a atrofia da 
borda do vermelhão do lábio inferior, 
caracterizada por uma superfície lisa e áreas 
de manchas pálidas, e pelo apagamento da 
margem entre a zona do vermelhão e a 
porção cutânea do lábio. 
PROGNÓSTICO E TRATAMETO 
As alterações associadas à queilose actínica 
podem ser irreversíveis, porém os pacientes 
devem ser encorajados a utilizar bálsamos 
para lábios com bloqueadores solares para 
prevenir maiores danos. 
As áreas de endurecimento, espessamento, 
ulceração ou leucoplasia devem ser 
submetidas à biópsia para excluir a 
possibilidade de carcinoma. 
Leucoplasia 
A leucoplasia oral (leuco = branco; plakia = 
mancha) é definida pela Organização Mundial 
de Saúde (OMS) como “uma placa ou mancha 
branca que não pode ser caracterizada clínica 
ou patologicamente como qualquer outra 
doença.” O termo é estritamente clínico e não 
implica uma alteração tecidual histopatológica 
específica. 
A leucoplasia é, de longe, a lesão oral pré-
cancerosa mais comum, representando 85% 
de tais lesões com predileção pelo sexo 
masculino. 
 
 
A leucoplasia não é destacada pela raspagem 
e não desaparece após remover o agente 
causador. 
As áreas mais comuns são: lábios, borda lateral 
da língua e mucosa jugal. 
ETIOLOGIA 
A causa da leucoplasia permanece 
desconhecida, embora existam várias 
hipóteses, como o uso contínuo de tabaco, 
etilismo, radiação ultravioleta, microrganismos 
e traumas. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
A leucoplasia representa apenas um termo 
clínico, o primeiro passo no tratamento é 
chegar a um diagnóstico histopatológico 
definitivo. Desse modo, a realização de uma 
biópsia é mandatória e guiará o curso do 
tratamento. Além disso, o tecido obtido pela 
biópsia deve ser retirado das áreas de 
envolvimento clinicamente mais “severas”. 
As leucoplasias que estejam exibindo displasia 
epitelial moderada ou um quadro mais grave 
justificam a sua destruição ou remoção 
completa, se isso for possível. 
Líquen plano 
O líquen plano é uma doença dermatológica 
crônica relativamente comum, que com 
frequência afeta a mucosa bucal; é uma 
doença mucocutânea mediada 
imunologicamente. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O aspecto clássico e mais frequente é o 
reticular, que se desenvolve bilateralmente na 
mucosa jugal sob forma de placas filiformes. 
O líquen plano reticular é assim chamado por 
causa de seu padrão característico de linhas 
brancas entrelaçadas (também conhecido 
como estrias de Wickham). 
PROGNÓSTICO E TRATAMENTO 
O líquen plano reticular normalmente não 
produz sintomas e nenhum tratamento é 
necessário. 
O líquen plano erosivo com frequência é 
incômodo para o paciente, devido à dor na 
cavidade bucal. Por ser uma condição mediada 
imunologicamente, os corticosteroides são 
recomendados. 
 
Nevo branco esponjoso 
O nevo branco esponjoso é uma 
genodermatose (doença cutânea determinada 
geneticamente) relativamente rara, herdada 
como um traço autossômico dominante, 
apresentando alto grau de penetrância e 
expressividade variável. Esta condição deve-se 
a um defeito na ceratinização normal da 
mucosa bucal. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O nevo branco esponjoso apresenta-se 
indolor como uma placa rugosa, branca ou 
branco-acinzentada opaca, com textura 
esponjosa. Na maioria das vezes, a lesão é 
grandes proporções (Simétrico e bilateral). 
Podendo ser confundida com leucoplasia. 
Geralmente surgem ao nascimento ou no 
início da infância, mas algumas vezes a 
condição desenvolve-se durante a 
adolescência. Afetam a mucosa jugal 
bilateralmente na maioria dos casos, ventre da 
língua, a mucosa labial, o palato mole, a mucosa 
alveolar e o soalho bucal. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Por ser uma condição benigna, não é 
necessário tratamento. O prognóstico é 
favorável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lesões pigmentadas 
São manchas escuras que ocorrem na 
mucosa bucal, com coloração diferente da 
mucosa normal. São de origem endógena ou 
exógina. O fator relacionado aos pigmentos 
próprios da mucosa bucal - Melanina e 
Hemoglobina. 
Origem endógena – quando pigmentos 
naturais produzidos pelo próprio organismo, 
acumulam se em pontos específicos em 
certos pontos da mucosa, provocando 
manchas escuras. 
Origem exógena - quando ocorre a 
deposição de materiais estranho nos tecidos 
por contato ou por ingestão de substâncias 
que depositam nos tecidos bucais, a substância 
mais comum é o amalgama. 
 
Pigmentação melânica 
A pigmentação melânica fisiológica é uma 
alteração constitucional na forma de manchas 
provocadas pelo aumento da produção e 
deposição de melanina. 
 
É observada mancha enegrecida que ocorre 
geralmente em toda a extensão da gengiva 
inserida, por vestibular.TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Não requer nenhum tipo de tratamento. 
Existem tratamentos alternativos para casos 
que o paciente tem demanda estética. 
 
 
 
Tatuagem por amálgama 
Tatuagens por amálgama são lesões 
pigmentadas, exógenas, de frequente 
ocorrência na mucosa bucal, que resultam da 
introdução acidental de partículas de 
amálgama nos tecidos moles. 
ETIOLOGIA 
O amálgama pode ser incorporado ao interior 
da mucosa oral de diversas maneiras. Áreas 
com abrasão prévia da mucosa podem ser 
contaminadas por pó de amálgama no interior 
de fluidos orais. Pedaços de amálgama 
quebrado podem cair nos sítios de extração, 
e outras formas de contaminação. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Apresentam-se como manchas, ou, 
raramente, como lesões ligeiramente elevadas. 
Elas podem ser pretas, azuis ou cinza. As 
bordas podem ser bem definidas, irregulares 
ou difusas. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Não há necessidade de tratamento quando os 
fragmentos podem ser detectados 
radiograficamente. Quando nenhum 
fragmento metálico é encontrado e a lesão 
não pode ser diferenciada clinicamente, a 
biópsia pode ser necessária para excluir a 
possibilidade de neoplasia melanocítica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crescimentos teciduais causados 
por traumatismo 
Quando um agente traumático fere o tecido 
conjuntivo reage com um aumento cujo 
conteúdo é tipicamente inflamatório. O 
conteúdo desse crescimento é composto 
principalmente de tecido de granulação, vasos 
neoformados, células de defesa e fibroblastos. 
O agente traumático é físico-mecânico, de 
baixa intensidade, de ação prolongada e 
intermitente. A presença de dentes, próteses, 
espículas ósseas, corpos estranhos, alimentos 
durante a mastigação. 
A resposta do organismo varia conforme o 
tempo de aplicação, a frequência e intensidade 
do agente traumático e as características 
individuais do paciente. 
As lesões mais recorrentes são: 
• Granuloma gengival; 
• Granuloma piogênico; 
• Granuloma periférica de células gigante; 
• Hiperplasia fibrosa infamatória; 
• Fibromatose gengivais. 
Granuloma gengival 
É uma lesão nodular esférica que ocorre da 
papila interdental, indolor, com cerca de 0,5 
cm. Apresenta coloração rosa escuro a 
vermelho intenso. As lesões pouco 
avermelhada são pouco consistente à 
palpação e se torna isquêmico quando 
comprimidas. 
 
Granuloma piogênico 
O granuloma piogênico represente uma 
resposta tecidual a um irritante local ou a um 
trauma. Apesar de seu nome, não é um 
granuloma verdadeiro. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Clinicamente é um aumento de volume com 
superfície lisa ou lobulada, que usualmente é 
pedunculada, embora algumas lesões sejam 
sésseis. A superfície é caracteristicamente 
ulcerada e varia do rosa ao vermelho ao roxo, 
dependendo da idade da lesão. Mostram uma 
marcante predileção pela gengiva, 
representando 75% dos casos. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tratamento dos pacientes com granuloma 
piogênico consiste na excisão cirúrgica 
conservadora, que usualmente é curativa. O 
espécime deve ser submetido a exame 
microscópico para afastar o diagnóstico de 
lesões mais graves. 
Ocasionalmente, a lesão recidiva, e a reexcisão 
é necessária. Em raras situações são notadas 
múltiplas recidivas. 
Granuloma periférica de 
células gigantes 
É um crescimento semelhante a tumor 
relativamente comum na cavidade oral. 
Provavelmente não representa uma neoplasia 
verdadeira, mas sim uma lesão reacional 
causada por irritação local ou trauma. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Ocorre exclusivamente na gengiva ou no 
rebordo alveolar edêntulo, apresentando-se 
como um aumento de volume nodular de 
coloração que varia do vermelho ao vermelho-
azulado. 
A maioria das lesões têm menos que 2 cm de 
diâmetro, embora grandes lesões sejam vistas 
ocasionalmente. A lesão pode ser séssil ou 
pedunculada, e pode ou não ser ulcerada. Pode 
se desenvolver em qualquer idade. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tratamento do granuloma periférico de 
células gigantes consiste na excisão cirúrgica 
local, abaixo do osso subjacente. É relatada 
recidiva em aproximadamente 10% dos casos, 
e a reexcisão deve ser feita. 
Hiperplasia fibrosa 
inflamatória 
É uma hiperplasia de tecido conjuntivo fibroso, 
semelhante a um tumor, que se desenvolve 
em associação com as bordas de uma prótese 
total ou parcial mal adaptada. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Apresenta-se como uma única prega ou 
múltiplas pregas de tecido hiperplásico no 
vestíbulo alveolar. 
Mais frequentemente, duas pregas de tecido 
estão presentes, e as bordas da prótese 
associada se encaixam perfeitamente dentro 
da fissura entre as pregas. O tamanho da lesão 
pode variar de hiperplasias localizadas menores 
que 1 cm, a grandes lesões que envolvem 
grande parte da extensão do vestíbulo. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tratamento consiste na remoção cirúrgica, 
com o exame microscópico do tecido 
removido. A prótese mal adaptada deve ser 
refeita ou corrigida para prevenir a recidiva da 
lesão. 
Fibromatose gengival 
A fibromatose gengival é um aumento 
gengival lento e progressivo causado por um 
crescimento colagenoso do tecido conjuntivo 
fibroso da gengiva. Apesar do nome, esta 
desordem não apresenta relação com as 
fibromatoses hipercelulares e neoplásicas que 
podem ocorrer tanto em tecidos moles como 
no osso. 
A fibromatose gengival pode ser familiar 
(Fibromatose gengival hereditária) ou 
idiopática (Fibromatose gengival irritativa). 
ETIOLOGIA 
Fibromatose gengival irritante - Desenvolve-se 
de maneira geral, a partir do ressecamento da 
mucosa gengival anterior por vestibular em 
respiradores bucais. 
Fibromatose gengival hereditária - É uma 
anomalia de desenvolvimento que resulta de 
fator genético. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Na maioria dos casos, o aumento começa 
antes dos 20 anos de idade e frequentemente 
está relacionado com a erupção dos dentes 
decíduos ou permanentes. 
Fibromatose gengival irritante - Nota-se 
aumento das papilas gengivais interdentais, 
formando nódulos. 
Fibromatose gengival hereditária - Apresenta 
crescimento tecidual fibrótico, recobrindo total 
ou parcialmente os dentes anterossuperiores. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tratamento conservador consiste em 
gengivectomia associada a um rigoroso 
programa de higiene bucal. O 
acompanhamento é recomendado pela 
tendência a recorrência em poucos anos. 
Fibromatose gengival 
medicamentosa 
Apresenta uma variação da fibromatose 
gengival associada a medicamentos como 
dilantina (anticonvulsivante), ciclosporina 
(imunossupressor), que são agentes que 
podem provocar hiperplasia gengival. 
 
 
 
 
 
 
Doenças infeciosas da mucosa 
bucal 
Quando ocorre a invasão do corpo por novos 
microrganismos nem sempre a resposta vai 
ter caráter lesivo, uma vez que o corpo tem 
capacidade adaptativa, e pode responder a 
formação de anticorpos para combater uma 
eventual futura doença. 
A modulação da inflamação é necessária, já 
que a inflamação tem ação protetora, porém, 
se a reação inflamatória de início é benéfica, 
com o passar do tempo pode causar necrose 
do tecido inflamatório. 
O 1º estágio do processo inflamatório é o 
agudo, caracterizado clinicamente pela 
presença dos sinais cardinais da inflamação. 
Sinais cardinais da inflamação 
Edema – A histamina promove uma disjunção 
das células endoteliais, aumentando a 
permeabilidade vascular e saída do líquido 
plasmático. 
Rubor – Ocorre em decorrência da abertura 
dos esfíncteres pré-capilares estimulados por 
serotonina e bradicinina aumentam a 
circulação sanguínea local. 
Calor – Ocorre o aumento da função 
metabólica principalmente das fibras 
musculares. As reações que provocam 
aumento de aporte sanguíneo causam o 
aumento de temperatura. 
Dor - Ocorre o estímulo de histaminas e 
prostaglandinas.Candidíase 
A infecção fúngica causada por Candida 
Albicans, um microrganismo fúngico do tipo 
levedura. A candidíase é de longe a infecção 
fúngica oral mais comum em humanos, 
podendo se apresentar de formas diversas, o 
que, algumas vezes, dificulta o diagnóstico. 
ETIOLOGIA 
Ocorre quando o crescimento do fungo da 
Candida Albicans é excessivo. É a infecção 
intraoral mais comum da infecção pelo HIV 
(cerca de 90% dos pacientes desenvolvem a 
infecção em algum momento da doença). 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A candidíase da mucosa oral pode exibir uma 
variedade de padrões clínicos. 
PSEUDOMEMBRANOSA (sapinho) - Placas 
brancas, cremosas, destacáveis; sensação de 
queimação, hálito fétido, destacável a 
raspagem. Mais presente em mucosa jugal, 
língua, palato. É a mais fácil de diagnosticar 
devido suas características. 
 
ERITEMATOSA - Manchas vermelhas, 
sensação de queimação. Mais presente na 
região posterior do palato duro, mucosa jugal, 
dorso da língua. Mais comum, menos 
diagnosticável. 
 
HIPERPLÁSICA - Leucoplasia por candida. 
Placas brancas não destacáveis, assintomática, 
presente na mucosa jugal anterior. 
 
QUEILITE ANGULAR - Lesões fissuradas 
avermelhadas; irritadas, sensação de ferida no 
local, acomete a comissura labial. É resultado 
do acúmulo de saliva na comissura labial. 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Qualquer fator que altere o equilíbrio do 
ecossistema bucal pode ocasionar ou 
favorecer o aparecimento da candidíase. 
Fatores sistêmicos – estresse físico e 
emocional, diminuição do fluxo salivar, uso de 
fumo, uso de prótese. 
Uso de medicamentos – corticoides (dificultam 
a defesa local), antibiótico (inativam bactérias 
total ou parcial). 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Vários medicamentos antifúngicos já foram 
desenvolvidos para o tratamento da candidíase 
oral, cada qual com suas vantagens e 
desvantagens (Fluconazol, nistatina clotrimazol). 
Paracoccidioidomicose 
A paracoccidioidomicose é uma infecção 
fúngica profunda, causada pelo 
Paracoccidioides brasiliensis. Tem uma 
marcante predileção por homens, com 
relação de homens: mulheres acometidos de 
15:1. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Apresenta-se inicialmente como uma infecção 
pulmonar que ocorre após a exposição aos 
esporos dos microrganismos. As lesões orais 
apresentam-se como úlceras moriformes, que 
geralmente acometem a mucosa alveolar, 
gengiva e palato. 
Os lábios, língua, orofaringe e mucosa jugal 
também podem ser envolvidos em uma 
porcentagem significante dos casos. Na maioria 
dos pacientes com lesões orais, mais de uma 
área na boca é afetada. 
 
DIAGNÓSTICO 
A demonstração dos brotamentos múltiplos 
característicos das leveduras, com 
características clínicas compatíveis, 
usualmente é adequada para estabelecer um 
diagnóstico de paracoccidioidomicose. Podem 
ser obtidos espécimes para cultura, mas o P. 
brasiliensis cresce lentamente. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O esquema de tratamento dos pacientes com 
paracoccidioidomicose depende da gravidade 
da doença. Os derivados das sulfonamidas são 
usadas atualmente em muitas situações para o 
tratamento de casos leves e moderados. Para 
casos graves há indicação de uso da 
anfotericina B intravenosa. 
 
Gengivite ulcerativa 
necrosante 
É uma doença infecciosa que ocorre na 
gengiva. A infecção frequentemente ocorre 
na presença de estresse psicológico. Além do 
estresse, outros fatores podem estar 
relacionados ao aumento da frequência de 
GUN: Imunossupressão, tabagismo, trauma 
local, deficiência nutricional, higiene bucal, 
deficiente, sono inadequado e doenças 
recentes. 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
A GUN pode ocorrer em qualquer idade, nos 
casos clássicos de GUN, as papilas interdentais 
estão altamente inflamadas, edematosas e 
hemorrágicas. Casos iniciais podem não ser 
diagnosticados porque a ulceração começa 
acometendo apenas a ponta da papila 
interdental. Odor fétido, dor intensa, 
hemorragia espontânea e acúmulo de tecido 
necrosado são observados. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Ao contrário da maioria das formas de doença 
periodontal, a GUN demonstra uma resolução 
rápida após a remoção das bactérias 
desencadeadoras. 
Bochechos frequentes com clorexidina, água 
morna com sal ou peróxido de hidrogênio 
diluído são benéficos no aumento da resposta 
ao tratamento. Antibióticos (metronidazol e 
penicilina têm sido sugeridos como os 
medicamentos de escolha) são auxiliares úteis, 
especialmente na presença de febre ou 
linfadenopatia. 
 
Sífilis 
A sífilis é uma infecção crônica mundial 
causada pelo Treponema pallidum. As 
principais vias de transmissão são o contato 
sexual e da mãe para o feto. A infecção se 
manifesta no local de inoculação, atingindo 
rapidamente a circulação. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Varia de acordo com a fase em que se 
encontra a doença. 
A sífilis primária ocorre 2 a 4 semanas após o 
contágio, no ponto de inoculação, na forma de 
úlcera ou erosão. 
Quando atinge a língua e os lábios, a úlcera é 
profunda de base endurecida, com bordos 
elevados e crateriforme. 
SÍFILIS PRIMÁRIA 
A sífilis primária é caracterizada pelo cancro, 
que se desenvolve na área de inoculação, 
tornando-se clinicamente evidente 3 a 90 dias 
após a exposição inicial. As lesões orais são 
vistas mais nos lábios, mas outras áreas 
incluem a língua, palato, gengiva e amígdalas. 
SÍFILIS SECUNDÁRIA 
A fase seguinte é conhecida como sífilis 
secundária (disseminada), sendo identificada 
clinicamente 4 a 10 semanas após a infecção 
inicial. As lesões da sífilis secundária podem 
surgir antes da resolução completa da lesão 
primária. 
Durante a sífilis secundária, os sintomas 
sistêmicos em geral surgem. Os mais comuns 
são linfadenopatia indolor, dor de garganta, 
mal-estar, cefaleia, perda de peso, febre e dor 
músculo-esquelética. 
SÍFILIS TERCIÁRIA 
Após a sífilis secundária, os pacientes entram 
em uma fase livre de lesões e sintomas, 
conhecida como sífilis latente. Este período de 
latência pode durar de 1 a 30 anos; inclui as 
complicações mais sérias da doença, devido ao 
risco de desenvolver distúrbios sistêmicos 
graves. 
SÍFILIS CONGÊNITA 
Ocorre contaminação do feto pela mãe 
infectada, ainda na vida intrauterina, provoca 
alterações de desenvolvimento. Três achados 
diagnósticos patognomônicos, conhecidos 
como tríade de Hutchinson: 
• Dentes de Hutchinson; 
• Ceratite ocular intersticial; 
• Surdez associada ao 
comprometimento do oitavo par de 
nervos cranianos. 
A infecção altera a formação dos incisivos 
(incisivos de Hutchinson) e dos molares 
(molares em amora, molares de Fournier, 
molares de Moon). 
 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tratamento da sífilis necessita de uma 
avaliação individual e de uma abordagem 
terapêutica individualizada. 
O tratamento de eleição é a penicilina. A dose 
e o esquema de administração variam de 
acordo com a fase da doença, envolvimento 
neurológico e estado imunológico do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doenças ósseas 
Osteomielite 
A osteomielite é um processo inflamatório 
agudo ou crônico nos espaços medulares ou 
nas superfícies corticais do osso que se 
estende além do sítio inicial de envolvimento. 
Aguda 
A osteomielite supurativa aguda ocorre 
quando um processo inflamatório agudo se 
dissemina através dos espaços medulares do 
osso e o tempo é insuficiente para permitir a 
reação do corpo na presença do infiltrado 
inflamatório. 
A condição está associada, a traumatismo 
mecânico, como exodontias de dentes que 
propiciaram infecção. Após a exodontia o 
alvéolo foi contaminado ou ainda quando 
ocorre contaminação óssea externa. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Pacientes com osteomielite aguda apresentam 
sinais e sintomas de um processo inflamatório 
agudo que caracteristicamente possui menosde um mês de duração. Febre, leucocitose, 
linfadenopatia, sensibilidade significativa e 
tumefação dos tecidos moles da área afetada 
podem estar presentes. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Se for observada a formação evidente de 
abscesso, o tratamento da osteomielite aguda 
consiste em antibioticoterapia e drenagem. Os 
antibióticos mais selecionados incluem a 
penicilina, a clindamicina, a cefalexina, a 
cefotaxima, a tobramicina e a gentamicina. 
Crônica 
A osteomielite supurativa crônica existe 
quando a resposta de defesa leva à produção 
de tecido de granulação, o qual 
subsequentemente forma um tecido de 
cicatrização denso, na tentativa de isolar a área 
infectada. 
A osteomielite crônica costuma surgir após a 
osteomielite aguda. O que caracteriza a fase 
crônica é a presença de – sequestros ósseos. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Se a osteomielite aguda não for tratada 
rapidamente, ocorre a evolução para a 
osteomielite crônica, ou o processo pode 
surgir primariamente sem a ocorrência de um 
episódio agudo prévio. Podem estar presentes 
tumefação, dor, formação de fístula, 
drenagem purulenta, formação de sequestro 
ósseo, perda de dentes ou fratura patológica. 
Os pacientes podem apresentar 
exacerbações agudas ou períodos de 
diminuição da dor associados à progressão 
lenta e crônica. 
 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
A osteomielite crônica é de difícil tratamento 
medicamentoso, presumivelmente devido ao 
fato das cavidades de osso necrótico e dos 
organismos estarem protegidos da ação dos 
antibióticos pela cápsula de tecido conjuntivo 
fibroso circundante. A intervenção cirúrgica é 
obrigatória. 
Alveolite 
Após a extração de um dente, um coágulo 
sanguíneo é formado no sítio da extração, 
com a eventual estruturação do coágulo por 
tecido de granulação, substituição gradual por 
um osso fibrilar grosseiro e, finalmente, a 
substituição por osso maduro. A destruição do 
coágulo inicial impede a cicatrização 
apropriada e causa uma condição clínica 
conhecida como osteíte alveolar (Alveolite). 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O local da extração afetado é inicialmente 
preenchido por um coágulo contaminado 
acinzentado, que se perde e deixa um alvéolo 
ósseo vazio (alvéolo seco), osso exposto e 
muito sensível. 
Em geral, desenvolvem-se dores acentuadas, 
odor fétido, e (menos frequentemente) 
tumefação e linfadenopatia 3 a 4 dias após a 
extração do dente. Em alguns casos, a dor 
irradia ipsilateralmente do alvéolo para o 
ouvido, região temporal ou olho. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Durante a avaliação do paciente que se queixa 
de dor pós exodontia, deve ser realizada uma 
radiografia da região afetada, para que se 
exclua a possibilidade de um fragmento 
radicular retido ou de um corpo estranho. 
A curetagem do alvéolo não é recomendada, 
porque isto aumenta a dor associada. 
Analgésicos orais potentes devem ser 
prescritos e deve ser oferecida ao paciente 
uma seringa plástica com instruções de como 
manter o alvéolo limpo com a irrigação 
doméstica com clorexidina ou solução salina. 
Osteomielite com periostite 
proliferativa 
A formação óssea em uma reação periosteal 
é um achado comum que ocorre em uma 
ampla variedade de patologias intraósseas e 
que acomete todas as faixas etárias. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A periostite proliferativa representa uma 
reação periosteal à presença de inflamação. O 
periósteo afetado forma diversas fileiras de 
osso vital reacional, paralelamente umas às 
outras, expandindo a superfície do osso 
afetado. Os pacientes acometidos tendem a 
ser primariamente crianças e adultos jovens, 
com uma faixa etária média de 13 anos de 
idade. Não é observada predominância por 
gênero. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
A maioria dos casos de periostite proliferativa 
dos ossos gnáticos está associada a lesões 
inflamatórias periapicais e o tratamento nestes 
casos (extração do dente acometido ou 
tratamento endodôntico apropriado) direciona-
se para a eliminação da fonte de infecção. 
Após a eliminação do foco de infecção e a 
resolução da inflamação, as camadas de osso 
consolidam-se em 6 a 12 meses, enquanto a 
ação da musculatura suprajacente auxilia a 
remodelar o osso para o seu estado original. 
Osteonecrose 
Os bifosfonatos compreendem uma classe 
única de medicamentos que demonstrou inibir 
os osteoclastos e possivelmente interferir na 
angiogênese através de ações como a inibição 
do fator de crescimento endotelial vascular. 
A osteonecrose associado ao uso de 
bifosfonato que ocorre nos ossos maxilares, 
principalmente mandíbula. Se por um lado o 
efeito terapêutico é eficiente, os efeitos 
colaterais podem ser observados. 
ETIOLOGIA 
É causada por fármacos que contém 
compostos bifosfonatos nitrogenados em sua 
composição. 
Quando os osteoclastos ingerem o osso 
tratado por bifosfonatos, o medicamento é 
citotóxico e induz a apoptose osteoclástica, 
uma redução no recrutamento de 
osteoclastos adicionais, e a estimulação dos 
osteoblastos a liberarem um fator de inibição 
osteoclástica. 
Quando a função osteoclástica diminui, as 
microfraturas, então, se acumulam e a vida 
dos osteócitos aprisionados excede, criando 
áreas de osso vulnerável. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Radiograficamente como sinal precoce de 
osteonecrose – lâmina dura que não se 
remodela, na mandíbula apresenta-se osso 
exposto ao mínimo traumatismo. A necrose 
pode ocorrer após um procedimento 
odontológico invasivo. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Todos os pacientes que usam tais 
medicamentos devem ser alertados sobre os 
riscos e instruídos a obter e manter uma 
higiene oral excelente. 
Todos os procedimentos restauradores, 
protéticos, endodônticos convencionais e 
periodontais de rotina podem ser realizados 
caso haja necessidade. 
O objetivo do tratamento é parar a dor, se o 
osso exposto irrita os tecidos adjacentes a 
borda áspera de osso exposto deve ser 
alisada. 
Nos pacientes sintomáticos, a antibioticoterapia 
sistêmica (i.e., penicilina com ou sem 
metronidazol; ciprofloxacina ou eritromicina e 
metronidazol para os pacientes alérgicos à 
penicilina) e o uso de clorexidina geralmente 
levam ao alívio da dor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doenças das glândulas salivares 
As glândulas salivares fazem parte dos órgãos 
anexos ao tubo digestório. Elas exercem papel 
fundamental no mecanismo da digestão 
produzindo amilase salivar - um enzima que 
atua diretamente sobre o bolo alimentar como 
catalizador no processo da degradação. 
Sialadenite 
A inflamação das glândulas salivares 
(sialadenite) pode ser oriunda de diversas 
causas infecciosas e não infecciosas. A 
infecção viral mais comum é a caxumba, 
embora outros vírus possam causar infecções 
das glândulas salivares. 
A maioria das infecções bacterianas surge 
como resultado da obstrução ductal ou da 
diminuição do fluxo salivar, permitindo a 
disseminação retrógada das bactérias através 
do sistema ductal. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A sialadenite bacteriana aguda é mais comum 
na glândula parótida e é bilateral em 10% a 
25% dos casos. A glândula afetada apresenta-
se com aumento de volume e dolorida, e a 
pele sobrejacente pode apresentar-se quente 
e eritematosa. Podem estar presentes febre 
baixa e trismo. Quando a glândula é 
massageada, geralmente é observada uma 
drenagem purulenta a partir do orifício do 
ducto. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tratamento da sialadenite aguda inclui 
antibioticoterapia apropriada e a reidratação do 
paciente para estimular o fluxo salivar. A 
drenagem cirúrgica pode ser necessária se 
houver formação de abscesso. Tem sido 
relatada uma taxa de mortalidade de 20% a 
50% em pacientes debilitados, em decorrência 
da disseminação da infecção e sepse. 
Sialolitíase 
Os sialólitos são estruturas calcificadas que se 
desenvolvem dentro do sistema ductalsalivar 
(Glândulas salivares maiores). Eles surgem 
através da deposição de sais de cálcio ao 
redor de um ninho de debris na luz do ducto. 
Os debris podem incluir um muco espesso, 
bactéria, células do epitélio do ducto ou corpos 
estranhos. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Os cálculos salivares podem ocorrer em 
qualquer faixa etária, porém, ocorrem mais 
comumente em adultos jovens. 
Ao exame radiográfico, a sialolitíase 
tipicamente se apresenta como uma massa 
radiopaca. Entretanto, nem to dos os sialólitos 
são visíveis em radiografias convencionais 
(provavelmente devido ao grau de calcificação 
de algumas lesões). um aumento de volume 
duro pode ser palpado logo abaixo da mucosa. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Os sialólitos pequenos das glândulas maiores 
podem, algumas vezes ser tratados de forma 
conservadora com massagens na glândula e 
esforço para expelir a pedra através do orifício 
do ducto. Os sialólitos grandes usualmente 
necessitam de remoção cirúrgica. 
Síndrome de Sjogren 
A síndrome de Sjogren é uma desordem 
autoimune crônica sistêmica que envolve 
principalmente as glândulas salivares e 
lacrimais, resultando em xerostomia (boca 
seca) e xeroftalmia (secura ocular). 
Duas formas da doença são reconhecidas: 
1. Síndrome de Sjogren primária (somente 
síndrome sicca; nenhuma outra desordem 
autoimune está presente). 
2. Síndrome de Sjogren secundária (o 
paciente manifesta a síndrome sicca associada 
a outra desordem autoimune). 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
PRIMÁRIA – envolve exclusivamente as 
glândulas salivares e lacrimais, provocando 
hipossalivação e consequentemente sensação 
de boca seca (xerostomia) e secura conjuntival 
(xeroftalmia). 
SECUNDÁRIA – ocorre em glândulas salivares 
e lacrimais acompanhada de 
comprometimento sistêmico com 
desenvolvimento de artrite reumatoide, lúpus 
eritematoso. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tratamento do paciente com a síndrome de 
Sjogren é principalmente de suporte. Salivas 
artificiais estão disponíveis para o tratamento 
da xerostomia; balas ou gomas de mascar sem 
açúcar podem auxiliar na manutenção da 
lubrificação oral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tumores das glândulas salivares 
Os tumores das glândulas salivares podem 
originar-se de glândulas salivares menores, 
maiores ou ainda glândulas acessórias. 
Um sinal relativamente comum nos casos de 
tumores malignos é a paralisia facial unilateral, 
que pode ser total ou parcial. 
Adenoma Pleomórfico 
O adenoma pleomórfico, ou tumor misto 
benigno, é a neoplasia de glândula salivar mais 
comum, são derivados de uma mistura de 
elementos ductais e mioepiteliais. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Independentemente do sítio de origem, o 
adenoma pleomórfico tipicamente se 
apresenta como um aumento de volume 
firme, indolor e de crescimento lento. 
Ocorre em qualquer faixa etária, mas é mais 
comum em adultos jovens e em adultos de 
meia-idade entre as idades de 30 e 60 anos. 
O adenoma pleomórfico é também o tumor 
de glândula salivar menor primário mais 
comum que se desenvolve na infância. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Os adenomas pleomórficos são mais bem 
tratados pela excisão cirúrgica. Com a 
remoção cirúrgica adequada, o prognóstico é 
excelente, com uma taxa de cura de mais de 
95%. O risco de recorrência parece ser baixo 
para os tumores de glândula salivar menor. 
Tumor de Warthin 
O tumor de Warthin é uma neoplasia benigna 
que ocorre quase exclusivamente na glândula 
parótida. Embora seja menos comum que o 
adenoma pleomórfico, é o segundo tumor 
benigno mais comum da parótida, 
representando 5% a 14% de todas as 
neoplasias de parótida. 
A patogênese deste tumor é incerta. A 
hipótese tradicional sugere que estes tumores 
podem originar-se do tecido glandular 
heterotrópico encontrado dentro dos 
linfonodos da glândula parótida. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O tumor de Warthin geralmente se apresenta 
como uma massa nodular indolor e de 
crescimento lento na glândula parótida. As 
lesões podem ser firmes ou flutuantes à 
palpação. 
O tumor ocorre mais frequentemente na 
cauda da parótida, próximo ao ângulo da 
mandíbula, e pode ser notado muitos meses 
antes de o paciente procurar tratamento. 
Uma característica única é a tendência de o 
tumor de Warthin ocorrer bilateralmente, o 
que pode ser notado em 5% a 17% dos casos 
relatados. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tratamento de escolha para os pacientes 
com tumor de Warthin é a remoção cirúrgica. 
O procedimento é geralmente realizado com 
facilidade devido à localização superficial da 
lesão. 
Carcinoma 
mucoepidermoide 
O carcinoma mucoepidermoide é uma das 
neoplasias malignas de glândula salivar mais 
comum. 
Desenvolve-se por meio de duas formas, que 
se distinguem pela diferença de 
comportamento clínico e histológico. O de 
baixo grau tem melhor prognóstico, com 
semelhanças clínicas dos tumores benignos. Já 
o de alto grau tem comportamento mais 
agressivo. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Mais comum na glândula parótida e 
usualmente se apresenta como um aumento 
de volume assintomático. A maioria dos 
pacientes percebe a presença da lesão com 
um ano ou menos de evolução, embora haja 
relatos de aumentos de volume tumorais com 
anos de duração. pode se desenvolver dor ou 
paralisia do nervo facial, geralmente associadas 
a tumores de alto grau. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tratamento é determinado pela localização, 
grau histopatológico e estágio clínico do tumor. 
Tumores em estágio precoce da parótida 
geralmente podem ser tratados pela 
parotidectomia subtotal com preservação do 
nervo facial, os avançados, com a remoção do 
nervo facial. Os tumores da glândula 
submandibular são tratados pela remoção total. 
Carcinoma adenoide 
cística 
O carcinoma adenoide cístico é uma das 
neoplasias malignas de glândula salivar mais 
comum e mais bem reconhecida. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Pode ocorrer em qualquer glândula salivar, 
mas aproximadamente 50% a 60% originam-
se nas glândulas salivares menores. O palato é 
a localização mais comum para as lesões de 
glândula salivar menor. Esta lesão é mais 
comum em adultos de meia-idade e é raro 
nos indivíduos com idade abaixo dos 20 anos 
de idade, geralmente se apresenta como um 
aumento de volume de crescimento lento. A 
dor é o achado clínico mais comum e mais 
importante. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O carcinoma adenoide cístico é um tumor 
implacável que tende à recidiva local e 
eventual metástase a distância. Em geral a 
excisão cirúrgica é o tratamento de escolha, e 
a radioterapia adjuvante pode melhorar a 
sobrevida do paciente em alguns casos. 
Adenocarcinoma 
Também denominado adenocarcinoma de 
célula acinares é uma neoplasia maligna de 
glândulas salivares com células que exibem 
diferenciação acinar serosa. Apresentam um 
comportamento não agressivo e estão 
associados a um bom prognóstico. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Ocorrem na glândula parótida, um achado 
racional tendo em vista que a parótida é a 
maior glândula salivar e inteiramente composta 
por elementos serosos, com uma ampla 
variação de faixa etária, com um pico de 
prevalência relativamente elevado da segunda 
à sétima décadas de vida. 
O tumor pode ser assintomático, embora, 
algumas vezes, sejam relatada, dor e 
sensibilidade, apresenta como um aumento de 
volume de crescimento lento. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Os adenocarcinomas de células acinares 
confinados ao lobo superficial da glândula 
parótida são mais bem tratados pela lobotomia; 
para os situados no lobo profundo, a 
parotidectomia total é geralmente necessária. 
Pode ser necessário que o nervo facial seja 
sacrificado caso esteja envolvido pelo tumor. 
Os tumores submandibulares são tratados pela 
remoção total da glândula, e os tumores de 
glândula salivar menor são tratados pela 
excisãocirúrgica com margem de segurança. 
A radioterapia adjuvante pode ser considerada 
para a doença local não controlada. 
 
Tumores benignos 
Os tumores benignos da cavidade oral, nem 
sempre tem uma origem definida. Porém 
pode ocorrer o aparecimento de lesões 
tumorais benignas estimadas por fator 
traumático mecânico ou virótico. 
Fibroma 
O fibroma é o “tumor” mais comum da 
cavidade oral. Entretanto, é questionado se, na 
maioria das situações, ele representa uma 
neoplasia verdadeira. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Embora o fibroma de irritação possa ocorrer 
em qualquer lugar da boca, a localização mais 
comum é a mucosa jugal, ao longo da linha de 
oclusão. Presumivelmente, isto é uma 
consequência do trauma da mordida na 
bochecha. Tipicamente, a lesão se apresenta 
como um nódulo de superfície lisa e coloração 
rosada, similar à coloração da mucosa 
circunjacente. 
Muitos fibromas são sésseis, embora alguns 
sejam pedunculados. Seus tamanhos podem 
variar de pequenas lesões, com apenas 
poucos milímetros de diâmetro, a grandes. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O fibroma de irritação é tratado pela excisão 
cirúrgica conservadora. A recidiva é 
extremamente rara. Entretanto, é importante 
que o tecido excisado seja encaminhado para 
exame microscópico. 
Papiloma escamoso 
O papiloma escamoso é uma proliferação 
benigna do epitélio escamoso estratificado que 
resulta em um aumento de volume papilar ou 
verruciforme. Acredita-se que essa lesão seja 
induzida pelo papilomavírus humano (HPV). 
O exato meio de transmissão é desconhecido. 
Tem sido sugerida a transmissão interpessoal 
por contato sexual, não-sexual, por objetos 
contaminados, saliva e pelo leite materno. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Ocorre com igual frequência em homens e 
mulheres. Alguns autores têm postulado que a 
lesão se desenvolve predominantemente em 
crianças. 
Os sítios preferencialmente acometidos 
incluem a língua, lábios e palato mole; contudo, 
qualquer superfície oral pode ser afetada. Essa 
lesão é o aumento de volume de tecido mole 
mais comum que se origina no palato mole. 
O papiloma escamoso é um nódulo macio, 
indolor, exofítico, pediculado, com projeções 
superficiais digitiformes que lhe conferem uma 
aparência de “couve-flor” ou verrucosa. 
O papiloma é geralmente unitário e cresce 
rapidamente até o tamanho máximo de cerca 
de 0,5 cm, com pequena ou nenhuma 
alteração após alcançar esse patamar. 
Contudo, lesões mais desenvolvidas atingindo 
3,0 cm em seu maior diâmetro têm sido 
descritas. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
A excisão cirúrgica conservadora, incluindo a 
base da lesão, é o tratamento adequado para 
o papiloma escamoso oral, e a recidiva é 
improvável. 
Lipoma 
O lipoma é um tumor benigno de gordura. A 
patogênese dos lipomas é incerta, mas eles 
parecem ser mais comuns em indivíduos 
obesos. Entretanto, o metabolismo dos lipomas 
é completamente independente da gordura 
corpórea normal. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
São aumentos de volume nodulares, de 
superfície lisa e consistência macia, que 
podem ser sésseis ou pedunculados. 
Tipicamente, o tumor é assintomático, sendo 
em geral percebido muitos meses ou anos 
antes do diagnóstico. Muitos possuem 
tamanho menor que 3 cm, mas 
ocasionalmente as lesões podem tornar-se 
maiores. 
Os sítios de ocorrência menos comuns 
incluem a língua, o assoalho da boca e os lábios. 
A maioria dos pacientes tem 40 anos de idade 
ou mais, sendo os lipomas incomuns em 
crianças. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Os lipomas são tratados pela excisão local 
conservadora, sendo as recidivas raras. 
Hemangioma 
os hemangiomas são considerados tumores 
benignos da infância que exibem uma rápida 
fase de crescimento com proliferação de 
células endoteliais, seguida de uma involução 
gradual. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNCAS 
Os hemangiomas são os tumores da infância 
mais comuns, ocorrendo em 5% a 10% das 
crianças com 1 ano de idade. São muito mais 
comuns em mulheres do que em homens, 
sendo que a localização mais comum é a 
região de cabeça e pescoço. 
Tumores superficiais da pele se apresentam 
como aumentos de volume de superfície 
bosselada, com coloração vermelho-clara. São 
firmes e borrachosos à palpação, e o sangue 
não pode ser evacuado com a aplicação de 
pressão. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
A ressecção cirúrgica raramente é justificada 
durante a infância. A terapia farmacológica 
pode ser indicada em casos problemáticos. 
Cistos 
Por definição, um cisto é uma cavidade 
patológica (muitas vezes preenchida por 
líquido) que é revestida por epitélio. Uma 
variedade de cistos do desenvolvimento da 
cabeça e pescoço foi descrita. 
Cisto dentígero 
O cisto dentígero é definido como um cisto 
que se origina pela separação do folículo que 
fica ao redor da coroa de um dente incluso. 
Esse é o tipo mais comum de cisto 
odontogênico do desenvolvimento. 
O cisto dentígero envolve a coroa de um 
dente impactado e se conecta ao dente pela 
junção amelocementária. A patogênese desse 
cisto é incerta, mas aparentemente ele se 
desenvolve pelo acúmulo de fluido entre o 
epitélio reduzido do esmalte e a coroa do 
dente. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Pode ser encontrado em pacientes com uma 
ampla variação de idade, eles são descobertos 
mais frequentemente em pacientes entre 10 e 
30 anos. 
Há uma leve predileção pelo sexo masculino, 
os pequenos em geral são completamente 
assintomáticos e são descobertos somente 
em exames radiográficos de rotina, lesões 
extensivas podem causar assimetria facial. 
 
Radiograficamente, o cisto dentígero mostra 
uma área radiolúcida unilocular que está 
associada à coroa de um dente incluso. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Enucleação do cisto juntamente com a 
remoção do dente não erupcionado, caso 
tenha indicação de exodontia. 
Cisto gengival do recém-
nascido 
Os cistos gengivais do recém-nascido são 
pequenos, superficiais e com conteúdo de 
ceratina, que são encontrados na mucosa 
alveolar de crianças. Esses cistos se originam 
dos remanescentes da lâmina dental. 
Surgem como pequenas pápulas 
esbranquiçadas, geralmente múltiplas, na 
mucosa que recobre o processo alveolar dos 
neonatos. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Não se indica tratamento para os cistos 
gengivais do recém-nascido, pois as lesões 
involuem espontaneamente como 
consequência da ruptura dos cistos e 
resultante contato com a superfície da 
mucosa oral. As lesões raramente são 
observadas após os 3 meses de idade. 
 
Cisto gengival do adulto 
É uma lesão incomum, o cisto gengival do 
adulto mostra uma predileção marcante para 
ocorrência na região de canino e pré-molares 
inferiores, são mais comumente encontrados 
em pacientes na quinta e sexta décadas de 
vida. Eles estão, quase que invariavelmente, 
localizados na gengiva vestibular ou na mucosa 
alveolar. 
Clinicamente, aparecem como um nódulo 
indolor, em forma de cúpula, com menos de 
0,5 cm de diâmetro. Frequentemente são de 
cor azulada ou cinza-azulada, alguns casos, o 
cisto pode causar uma “reabsorção em taça” 
superficial do osso alveolar. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Responde bem à simples excisão cirúrgica, 
com prognóstico excelente. 
 
Cisto periodontal lateral 
É um tipo incomum de cisto odontogênico do 
desenvolvimento que ocorre tipicamente ao 
longo da superfície radicular lateral de um 
dente. Acredita-se que surja dos restos da 
lâmina dental e represente a contraparte 
intraóssea do cisto gengival do adulto. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Ocorre com maior frequência em pacientes 
da quinta à sétima décadas de vida, raramente 
ocorrendo em pessoas com menos de 30 
anos de idade. 
Radiograficamente, o cisto aparece como uma 
área radiolúcida localizada lateralmente à raiz 
ou raízes de dentes com vitalidades. A maioria 
desses cistos possui menos de 1,0cm em seu 
maior diâmetro. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICOA enucleação conservadora do cisto 
periodontal lateral é o tratamento de escolha, 
a recidiva não é comum. 
Cisto de erupção 
O cisto se desenvolve como resultado da 
separação do folículo dentário da coroa de um 
dente em erupção que já está posicionado 
nos tecidos moles que recobrem o osso 
alveolar. 
Provavelmente, os cistos se desenvolveram 
devido a uma deposição de colágeno no 
tecido conjuntivo gengival, o que resultou em 
um teto pericoronário mais espesso e menos 
penetrável. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Surge como um aumento de volume de 
consistência mole, frequentemente 
translúcido, na mucosa gengival que recobre a 
coroa de um dente decíduo ou permanente 
em erupção com cor azul a marrom 
arroxeada. A maioria dos exemplos é 
observada em crianças com menos de 10 anos 
de idade. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Pode não haver necessidade de tratamento 
porque o cisto geralmente se rompe 
espontaneamente, permitindo a erupção do 
dente. Se isso não acontecer, então a simples 
excisão do teto do cisto geralmente permite 
a rápida erupção do dente (ulectomia). 
Cisto odontogênico 
glandular 
É um tipo raro de cisto odontogênico do 
desenvolvimento que pode apresentar um 
comportamento agressivo, de origem 
odontogênica, mas também exibe 
características glandulares ou salivares. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Ocorre, mais comumente, em adultos de 
meia-idade, com a média de 48 anos ao 
diagnóstico; raramente ele ocorre antes dos 
20 anos. Apresenta uma forte predileção pela 
região anterior dos ossos gnáticos e muitas 
lesões mandibulares atravessam a linha média. 
O tamanho do cisto pode variar desde uma 
pequena lesão, com menos de 1cm de 
diâmetro, até grandes lesões destrutivas que 
podem envolver a maior parte da maxila ou 
da mandíbula. Pequenos cistos podem ser 
assintomáticos; contudo, grandes cistos com 
frequência produzem expansão clínica que, às 
vezes, pode estar associada à dor e parestesia. 
Radiograficamente, a lesão apresenta-se com 
radiolúcida unilocular ou multilocular, margens 
da lesão radiolúcida e bem definidas, 
apresentando bordas escleróticas. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
A maioria dos casos de cisto odontogênico 
glandular tem sido tratada mediante 
enucleação e curetagem. Contudo, esse cisto 
mostra uma propensão para recidiva. 
Ceratocisto odontogênico 
Surge a partir dos restos celulares da lâmina 
dental. É tratado como cisto, mas se comporta 
como tumor. Podem ser encontrados em 
pacientes com idade variável, desde a infância 
até a velhice (entre 10 e 40 anos), sendo a 
região posterior da mandíbula mais acometida. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Pequenos ceratocistos odontogênicos 
geralmente são assintomáticos e descobertos 
somente durante o curso de um exame 
radiográfico, os de grandes dimensões podem 
estar associados a dor, edema ou drenagem. 
Tendem a crescer em uma direção ântero-
posterior, dentro da cavidade medular do osso, 
sem causar expansão óssea óbvia. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Enucleação e curetagem. 
 
 
Cisto odontogênico 
ortoceratinizado 
Não denota um tipo clínico específico de cisto 
odontogênico, mas apenas se refere a um 
cisto odontogênico que microscopicamente 
apresenta um revestimento epitelial 
ortoceratinizado. 
Os cistos odontogênicos ortoceratinizados 
ocorrem predominantemente em adultos 
jovens e mostram uma razão de 2:1 entre 
homens e mulheres. A lesão ocorre duas 
vezes mais frequentemente na mandíbula do 
que na maxila, com uma tendência a envolver 
as regiões posteriores dos ossos gnáticos. 
O tamanho pode variar de menos de 1cm até 
grandes lesões, maiores do que 7cm de 
diâmetro. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
A enucleação seguida de curetagem é o 
tratamento usual para os cistos odontogênicos 
ortoceratinizados. As recidivas têm sido 
observadas, marcadamente com a taxa de 
recidiva de 30% ou mais. 
Cisto odontogênico 
calcificante 
É uma lesão incomum que demonstra 
considerável diversidade histopatológica e 
comportamento clínico variável. Apesar de ser 
amplamente considerado como um cisto, 
alguns investigadores preferem classificá-lo 
como uma neoplasia. 
Além disso, o cisto odontogênico calcificante 
pode estar associado a outros tumores 
odontogênicos reconhecidos, mais 
comumente aos odontomas. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
É predominantemente uma lesão intraóssea, 
apesar de casos relatadas terem se 
apresentado como lesões periféricas 
(extraósseas). Os pacientes podem ter idade 
variando da infância à velhice. 
geralmente se apresenta como uma lesão 
radiolúcida, unilocular, bem definida, apesar de 
a lesão poder ser, ocasionalmente, multilocular. 
Estruturas radiopacas dentro da lesão, quer 
sejam calcificações irregulares ou de densidade 
semelhante ao osso, estão presentes. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O prognóstico de um paciente com cisto 
odontogênico calcificante é favorável, sendo 
relatadas somente poucas recidivas após a 
enucleação simples. 
 
 
 
 
 
 
 
Tumores odontogênicos 
Os tumores odontogênicos compreendem 
um grupo complexo de lesões de diversos 
tipos histopatológicos e comportamentos 
clínicos. Algumas dessas lesões são neoplasias 
verdadeiras e podem, raramente, exibir 
comportamento maligno. Outras podem 
representar malformações semelhantes a 
tumor (hamartomas). 
Ameloblastoma 
O ameloblastoma é o tumor odontogênico 
clinicamente significativo mais comum, são 
tumores de origem epitelial odontogênica, 
originários dos restos da lâmina dentária, de 
um órgão do esmalte em desenvolvimento, do 
revestimento epitelial de um cisto 
odontogênico, ou das células basais da mucosa 
oral. 
Eles ocorrem em três diferentes situações: 
1. Sólido convencional ou multicístico; 
2. Unicístico; 
3. Periférico (extraósseo). 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O ameloblastoma sólido convencional ou 
multicístico intraósseo é encontrado em 
pacientes com ampla variação etária. É raro 
em crianças com menos de 10 anos e 
relativamente incomum no grupo de 10 a 19 
anos. 
Ocorrem na mandíbula, mais frequentemente 
na região de ramo e corpo de mandíbula. O 
tumor frequentemente é assintomático e 
lesões menores são detectadas somente 
durante o exame radiográfico. A apresentação 
clínica usual é de uma tumefação indolor ou 
expansão dos ossos gnáticos. Se não for 
tratada, então a lesão pode crescer 
lentamente até atingir proporções grandes ou 
grotescas. A dor e a parestesia são incomuns, 
mesmo nos tumores grandes. 
 
O aspecto radiográfico da lesão é 
frequentemente descrito como em “bolhas de 
sabão” em loculações grandes ou como “em 
favos de mel” em loculações são pequenas. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Os pacientes com ameloblastoma intraósseo 
multicístico ou sólido têm sido tratados de 
diversas maneiras. O tratamento varia desde 
uma simples enucleação seguida por 
curetagem até a ressecção em bloco. 
 
Tumor odontogênico 
adenomatoide 
O tumor odontogênico adenomatoide 
representa 3% a 7% de todos os tumores 
odontogênicos, são, em grande parte, 
limitados aos pacientes jovens, e dois terços 
de todos os casos são diagnosticados quando 
o paciente tem entre 10 e 19 anos. Ocorre nas 
regiões anteriores dos ossos gnáticos, sendo 
encontrado duas vezes mais na maxila do que 
na mandíbula, com uma discreta predileção 
pelo sexo feminino. Raramente excedem 3cm 
em seu maior diâmetro, apesar de algumas 
lesões maiores terem sido descritas. 
A lesão pode se mostrar completamente 
radiolúcida; contudo, frequentemente, ela 
contém calcificações delicadas (em flocos de 
neve). Geralmente está envolvida com uma 
extensa cápsula fibrosa. 
 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
O tumor odontogênico adenomatoide é 
completamente benigno; devido à presença 
de sua cápsula, ele pode ser facilmente 
enucleado do osso. O comportamento 
agressivo não foi documentado e a recidiva 
após enucleação, se ocorrer, é

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