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ARTIGO DE PROCESSO PENAL

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FACULDADE DE DIREITO DA UFBA
TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORA ENVENENADA
Daiane Naiara Monteiro Menezes[footnoteRef:1] [1: Graduanda em Administração pelo Centro Universitário Jorge Amado no sétimo semestre e em Direito pela Faculdade de Direito da UFBA no oitavo semestre.
] 
Ensaio apresentado como requisito para aprovação na Disciplina de Processual Penal II do Curso de Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia sob a orientação do Professor Misael França.
SUMÁRIO:
1. Introdução. 	2. Teoria do Nexo Causal Inexistente e Teoria da Descoberta Inevitável.	3. Jurisprudência. 	4. Problematização/crítica ao julgado.	5. Referências
1. Introdução
No Direito Penal frequentemente se utiliza do mecanismo de provas para se aproximar da “verdade real” dos fatos controvertidos e comprovar a existência do ato ilícito. Contudo, para a produção destas provas, a Constituição Federal no seu art. 5º, LVI traz os limites que devem ser observados e as garantias para que não se valha de qualquer maneira de produção das provas assegurando assim o direito à dignidade humana. Neste inciso a Constituição é veemente contrária a admissibilidade, no processo, de provas obtidas por meio ilícito. Também o Código de Processo Penal assegura esta inadmissibilidade no seu artigo 157. 
A teoria do fruto da árvore proibida consiste na derivação destes ordenamentos jurídicos sobre a inadmissibilidade da prova ilícita no processo penal. De acordo com a lei 11.690/08 juntamente com os artigos 155, 156 e 157 do CPP, temos que o fruto da árvore envenenada nada mais é que todas as provas que foram obtidas em decorrência de uma prova ilícita, consequentemente serão também consideradas ilícitas e não deve ser anexada ao processo.
Por isso, temos que no processo penal se a prova for obtida com o vício da ilicitude, esta deve ser considerada nula e conforme o artigo 573, § 1º, declarada a nulidade deste ato, todos os outros que dele diretamente dependam ou sejam consequência, serão automaticamente anulados.
2. Teoria do Nexo Causal Inexistente e Teoria da Descoberta Inevitável.	
Entretanto, mesmo o ordenamento pátrio inadmitindo provas ilícitas, traz duas formas de flexibilização para aceitar esta prova que, em primeira análise, seja fruto daquela prova cravada de ilicitude. São os institutos de inexistência do nexo causal entre a prova apresentada e aquela anulada por sua ilicitude e o de se comprovar que esta prova apresentada seria descoberta por outra maneira que não fosse viciada.
Na doutrina existe uma grande crítica quanto a estes mecanismos, uma vez que, em última análise seriam maneiras de prejudicar o acusado. Além de que, apenas fortaleceria o incentivo à obtenção de provas ilícitas apenas se preocupando (acusação) posteriormente em transformar a prova em lícita.
4. Jurisprudência. 	
PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ROUBO QUALIFICADO. FUNDAMENTOS DA DECISÃO RECORRIDA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO. SÚMULA 182/STJ. PLEITO ABSOLUTÓRIO. TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA. INAPLICABILIDADE. EXISTÊNCIA DE FONTE DE PROVA INDEPENDENTE. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA PARTE, IMPROVIDO. 1. A teor da Súmula 182 do STJ, é manifestamente inadmissível o agravo regimental que não impugna, especificamente, os fundamentos da decisão confrontada. 2. O Tribunal de origem afastou a incidência da teoria dos frutos da árvore envenenada ao entendimento de que, apesar da ilegalidade da prisão e do reconhecimento dos acusados no distrito policial, existiriam outros elementos de convicção nos autos, que seriam fontes independentes de provas, aptos a ensejar o decreto condenatório. 3. Conforme a jurisprudência desta Corte, demonstrada a existência de fonte independente, a nulidade do ato não tem o condão de invalidar as provas subsequentes. Incidência da Súmula 83/STJ. 4. Agravo regimental parcialmente conhecido e, nesta parte, improvido.
(STJ - AgRg no REsp: 1573910 SP 2015/0312701-0, Relator: Ministro NEFI CORDEIRO, Data de Julgamento: 22/03/2018, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/04/2018)
No caso em analise, um carteiro, após algumas ocorrências de roubo das encomendas que estaria entregando, dirigiu-se ao Distrito Policial e os policiais do plantão o colocaram na viatura e o levaram para tentar reconhecimentos dos acusados no bairro onde havia ocorrido o fato. Após o insucesso no primeiro bairro, dirigiram-se a outro nas redondezas. Ato contínuo, o carteiro reconheceu dois homens que teriam sido os autores do crime. Coercitivamente, sem prisão em flagrante e/ou um mandado de prisão, os policiais levaram os dois envolvidos para a delegacia. Em consequência desta prisão, o carteiro (vítima e única testemunha) reconheceu os dois homens como seus algozes. Assim, o distrito policial solicitou a expedição do mandado de prisão temporária e este só foi expedido dois dias após a prisão dos acusados. 
Configurada a ilicitude da prisão, o juízo em primeiro grau decidiu pela absolvição dos acusados alegando:
“... Verifico que as provas que alicerçam a instauração do inquérito policial foram obtidas por meio ilícito e contaminaram as demais provas dela derivadas, de sorte a tornar imprestável o suporte probatório que lastreou a denuncia formulada pelo MPF.”
Porém após o MPF recorrer, o Tribunal de Justiça decidiu pela condenação dos réus por alegar que a diligência em que os policiais acompanharam a vítima para que esta tentasse reconhecer os autores do crime era ato legal e que a prisão foi lastreada no mandado de prisão preventiva expedido pelo juízo competente. 
Posteriormente os acusados recorreram ao STJ pedindo a manutenção da decisão proferida pelo juízo de primeiro grau, ou seja, a absolvição dos acusados em decorrência da comprovada tese do fruto da árvore proibida. 
Contudo, o STJ manteve a decisão do Tribunal em reconhecimento da não aplicação da tese apresentada.
5. Problematização/crítica ao julgado.	
De acordo com o aprendizado nesta disciplina, eu defendo que a decisão do juízo de primeiro grau foi a assertiva, pois, realmente no caso em análise a prisão foi um ato ilícito. E em decorrência desta prisão, foi obtido o reconhecimento da vítima e só depois foi solicitado o mandado de prisão preventiva. 
Não vejo como os atos posteriores teriam sido realizados sem a prisão ilícita. 
Pela teoria do fruto da árvore envenenada, tudo que se derivasse da prisão indevida deveria ser afastado do processo. 
Infelizmente ainda vivemos em tempos de relativização dos direitos e preceitos fundamentais constantes na Constituição Federal e (pseudo) assegurados pelo Código de Processo Penal. 
7. Referências
· STJ - AgRg no REsp: 1573910 SP 2015/0312701-0, Relator: Ministro NEFI CORDEIRO, Data de Julgamento: 22/03/2018, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/04/2018. Disponível em https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/860090466/agravo-regimental-no-recurso-especial-agrg-no-resp-1573910-sp-2015-0312701-0/inteiro-teor-860090476 
· Prado A. R. M. e França M. N. B. Teoria da descoberta inevitável: quando a ilicitude da prova é útil ao devido processo legal. Disponível em <https://ava.ufba.br/pluginfile.php/634837/mod_resource/content/1/Artigo%20Fórum%202.pdf>
· Teoria dos frutos da árvore envenenada. Disponível em <https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/335087045/teoria-dos-frutos-da-arvore-envenenada>
· Lima F. S. A teoria do fruto da árvore envenenada (“fruits of the poisonouns tree”). Disponível em <https://jus.com.br/artigos/72070/a-teoria-do-fruto-da-arvore-envenenada-fruits-of-the-poisonouns-tree>
· Campos G. F. Teoria dos frutos da árvore envenenada. Disponível em <https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwik8NvCrsTtAhX5D7kGHTPiBsYQFjACegQIAxAC&url=http%3A%2F%2Frevistas.unifenas.br%2Findex.php%2FBIC%2Farticle%2Fdownload%2F201%2F150&usg=AOvVaw3npClHojwBx9zXqRStcei4>
Bacharelanda em Direito no segundo semestre pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia.
Bacharelanda em Administração no sextosemestre pelo Centro Universitário Jorge Amado.
Email: dmenezes.ufba@hotmail.com
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