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Farmacologia ilustrada, Karen Whalen

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Atualizada e reorganizada, ª edição dea 6 Farmacologia
ilustrada mantém características fundamentaiscomo o
texto claro, didático e amplamente ilustrado, sendo o livro
ideal para uso em sala de aula. Com isso, alunos das
diversas áreas da saúde que têm essa disciplina em seu
curso, bem como profissionais que se utilizam desses
conhecimentos, têm nesta obra uma referência para
estudo e revisão dos princípios da farmacologia médica
e dos mecanismos de ação, usos terapêuticos,
farmacocinética e efeitos adversos de fármacos das
diversas classes terapêuticas.
DESTAQUES E NOVIDADES DESTA EDIÇÃO:
Seis novos capítulos trazem conteúdos relacionados a
fármacos de abuso, anti-histamínicos, fármacos para tratar
obesidade, distúrbios urológicos, anemia e distúrbios
nos ossos.
Mais de 500 ilustrações coloridas e esquemáticas
facilitam a assimilação de conteúdos complexos como,
é o caso dos mecanismos de ação dos fármacos.
Ao longo do livro estão distribuídas 380 questões de
estudo com respostas comentadas auxiliam, as quais
na fixação e revisão dos conteúdos.
Visite a Área do Professor em www.grupoa.com.br para
ter acesso às imagens da obra, em formato PowerPoint®
(em português), úteis como recurso didático em sala
de aula.
BARROS, E.
Medicamentos de A a Z - 2016-2018 – 5.ed.
BARROS, E.; BARROS, H.M.T. & COLS.
Medicamentos na prática clínica
BRUNTON, L.L.; CHABNER, B.A.; KNOLLMANN, B.C.
As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman – 12.ed.
CAETANO, N.
BPR - Guia de remédios 2016/17 – 13.ed.
CORDIOLI, A.V.; GALLOIS, C.B.; ISOLAN, L.
Psicofármacos: consulta rápida – 5.ed.
HILAL-DANDAN, R.; BRUNTON, L.L.
Manual de farmacologia e terapêutica de Goodman & Gilman – 2.ed.
KATZUNG, B.G.; MASTERS, S.B.; TREVOR, A.J.
Farmacologia básica e clínica (Lange) – 12.ed.
KLAASSEN, C.D.; WATKINS III, J.B.
Fundamentos em toxicologia de Casarett e Doull (Lange) – 2.ed.
MARTIN, C.P.; TALBERT, R.L.
Guia de farmacoterapia
OLIVEIRA, I.R.; SCHWARTZ, T.; STAHL, S.M.
Integrando psicoterapia e psicofarmacologia: manual para clínicos
OLSON, K.R.
.Manual de toxicologia clínica – 6 ed.
SADOCK, B.J.; SADOCK, V.A.; SUSSMAN, N.
Manual de farmacologia psiquiátrica de Kaplan & Sadock – 6.ed.
SCHATZBERG, A.F.; COLE, J.O.; DEBATTISTA, C.
Manual de psicofarmacologia clínica – 6.ed.
TOY, E.C.; LOOSE, D.S.; TISCHKAU, S.A.; PILLAI, A.S.
Casos clínicos em farmacologia (Lange) – 3.ed.
WELLS, B.G.; DIPIRO, J.T.; SCHWINGHAMMER, T.L.; DIPIRO, C.V.
Manual de farmacoterapia – 9.ed.
WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T.A.
Farmacologia ilustrada – 6.ed.
Nota
A farmacologia está em constante evolução e, à medida que novas pesquisas e a experiência clínica ampliam o 
nosso conhe cimento, são necessárias modificações no tratamento e na farmacoterapia. Os organizadores desta 
obra consultaram as fontes conside radas confiáveis, em um esforço para oferecer informações completas e, ge-
ralmente, de acordo com os padrões aceitos à época da publicação. Entretanto, tendo em vista a possibilidade 
de falha humana ou de mudanças na área, os leitores devem confirmar estas informações com outras fontes: por 
exemplo, e em particular, os leitores são aconselhados a conferir a bula de qualquer medicamento que pretendam 
administrar, para se certificar de que a informação contida neste livro está correta e de que não houve alteração na 
dose recomendada nem nas contraindicações para o seu uso. Esta recomendação é particularmente importante 
em relação a medicamentos novos ou raramente usados.
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
W552f Whalen, Karen.
 Farmacologia ilustrada [recurso eletrônico] / Karen 
 Whalen, Richard Finkel, Thomas A. Panavelil ; tradução e 
 revisão técnica: Augusto Langeloh. – 6. ed. – Porto Alegre : 
 Artmed, 2016.
 Editado como livro impresso em 2016.
 ISBN 978-85-8271-323-5
 1. Farmacologia. I. Finkel, Richard. II. Panavelil, 
 Thomas A. III. Título. 
CDU 615-028.22
Whalen_iniciais_ed_eletronica.indd 2 05/05/2016 16:20:17
Tradução e revisão técnica desta edição:
Augusto Langeloh
Professor aposentado de Farmcologia do Instituto de 
Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul (ICBS/UFRGS).
Mestre e Doutor em Farmacologia pela 
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
karen whalen, Pharm.D., BCPS
Department of Pharmacotherapy and Translational 
Research
University of Florida
College of Pharmacy
Gainesville, Florida
richard finkel, Pharm.D.
Department of Pharmaceutical Sciences
Nova Southeastern University
College of Pharmacy
Fort Lauderdale, Florida
thomas a. panavelil, Ph.D., MBA
Department of Pharmacology
Nova Southeastern University
College of Medical Sciences
Fort Lauderdale, Florida
2016
Versão impressa 
desta obra: 2016
Whalen_iniciais_ed_eletronica.indd 3 05/05/2016 16:20:17
Obra originalmente publicada sob o título
Lippincott’s illustrated reviews: pharmacology, 6th Edition 
ISBN 9781469887562 
Copyright © 2015 Lippincott Williams & Wilkins, a Wolters Kluwer business. 
Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health did not participate in the translation of this title. 
Published by arrangement with Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health Inc. USA
Gerente editorial: Letícia Bispo de Lima
Colaboraram nesta edição
Editora: Mirian Raquel Fachinetto Cunha
Capa: Márcio Monticelli com imagem da edição original
Preparação de originais: Juliana Lopes Bernardino
Leitura final: Maria Edith Amorim Pacheco
Editoração: Know-how Editorial
Revisor da edição original
Ashley Castleberry, Pharm.D., M.A.Ed.
University of Arkansas for Medical Sciences
College of Pharmacy
Little Rock, Arkansas
Ilustrações e design gráfico originais:
Michael Cooper
Cooper Graphic
www.cooper247.com
Claire Hess
hess2 Design
Loisville, Kentucky
Reservados todos os direitos de publicação à 
ARTMED EDITORA LTDA., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A.
Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana 
90040-340 – Porto Alegre, RS 
Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070
Unidade São Paulo 
Rua Doutor Cesário Mota Jr., 63 – Vila Buarque 
01221-020 – São Paulo – SP 
Fone: (11) 3221-9033 
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É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, 
sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, 
fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora.
IMPRESSO NO BRASIL 
PRINTED IN BRAZIL
Whalen_iniciais_ed_eletronica.indd 4 05/05/2016 16:20:18
Andrew Hendrickson, Pharm.D.
Department of Pharmacy
North Florida/South Georgia VA Medical Center
Gainesville, Florida
Angela K. Birnbaum, Ph.D.
Department of Experimental and Clinical Pharmacology
University of Minnesota
College of Pharmacy
Minneapolis, Minnesota
Carol Motycka, Pharm.D., BCACP
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
College of Pharmacy
Jacksonville, Florida
Charles A. Peloquin, Pharm.D.
Department of Pharmacotherapy and 
Translational Research
University of Florida
College of Pharmacy
Gainesville, Florida
Dawn Sollee, Pharm.D., DABAT
Florida/USVI Poison Information Center
UF Health – Jacksonville
Jacksonville, Florida
Elizabeth Sherman, Pharm.D.
Department of Pharmacy Practice
Nova Southeastern University
College of Pharmacy
Fort Lauderdale, Florida
Eric Dietrich, Pharm.D., BCPS
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
Colleges of Pharmacy and Medicine
Gainesville, Florida
Eric Egelund, Pharm.D., Ph.D.
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
College of Pharmacy
Gainesville, Florida
Jamie Kisgen, Pharm.D., BCPS
Department of Pharmacy
Sarasota Memorial Health Care System
Sarasota, Florida
Jason Powell, Pharm.D.
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
College of Pharmacy
Gainesville, Florida
Jeannine M. Conway, Pharm.D., BCPS
Department of Experimental and Clinical Pharmacology
University of Minnesota
College of Pharmacy
Minneapolis, Minnesota
Joanna Peris, Ph.D.
Department of Pharmacodynamics
University of Florida
College of Pharmacy
Gainesville, Florida
Jose A. Rey, Pharm.D., BCPP
Department of Pharmaceutical Sciences
Nova Southeastern University
College of Pharmacy
Fort Lauderdale, Florida
Joseph Spillane, Pharm.D., DABAT
Department of Pharmacy
UF Health – Jacksonville
Jacksonville, Florida
Coautores
Whalen_iniciais_ed_eletronica.indd 5 05/05/2016 16:20:18
vi Whalen, Finkel & Panavelil
Karen Sando, Pharm.D., BCACP
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
College of Pharmacy
Gainesville, Florida
Karen Whalen, Pharm.D., BCPS
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
College of Pharmacy
Gainesville, Florida
Katherine Vogel Anderson, Pharm.D., BCACP
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
Colleges of Pharmacy and Medicine
Gainesville, Florida
Kourtney LaPlant, Pharm.D., BCOP
Department of Pharmacy
North Florida/South Georgia VA Medical Center
Gainesville, Florida
Kristyn Mulqueen, Pharm.D., BCPS
Department of Pharmacy
North Florida/South Georgia VA Medical Center
Gainesville, Florida
Kyle Melin, Pharm.D., BCPS
Department of Pharmacy Practice
University of Puerto Rico
School of Pharmacy
San Juan, Puerto Rico
Lisa Clayville Martin, Pharm.D.
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
College of Pharmacy
Orlando, Florida
Nathan R. Unger, Pharm.D.
Department of Pharmacy Practice
Nova Southeastern University
College of Pharmacy
Palm Beach Gardens, Florida
Nicholas Carris, Pharm.D., BCPS
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
Colleges of Pharmacy and Medicine
Gainesville, Florida
Paige Louzon, Pharm.D., BCOP
Department of Pharmacy
North Florida/South Georgia VA Medical Center
Gainesville, Florida
Patrick Cogan, Pharm.D.
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
College of Pharmacy
Gainesville, Florida
Rajan Radhakrishnan, B.S. Pharm., M.S., Ph.D.
Roseman University of Health Sciences
College of Pharmacy
South Jordan, Utah
Richard Finkel, Pharm.D.
Department of Pharmaceutical Sciences
Nova Southeastern University
College of Pharmacy
Fort Lauderdale, Florida
Robin Moorman Li, Pharm.D., BCACP
Department of Pharmacotherapy and Translational Research
University of Florida
College of Pharmacy
Jacksonville, Florida
Shawn Anderson, Pharm.D., BCACP
Department of Pharmacy
North Florida/South Georgia VA Medical Center
Gainesville, Florida
Sony Tuteja, Pharm.D., BCPS
Department of Medicine
Perelman School of Medicine at the University of Pennsylvania
Philadelphia, Pennsylvania
Thomas A. Panavelil, Ph.D., MBA
Department of Pharmacology
Nova Southeastern University
College of Medical Sciences
Fort Lauderdale, Florida
Thomas B. Whalen, M.D.
Diplomate, American Board of Anesthesiology
Ambulatory Anesthesia Consultants, PLLC
Gainesville, Florida
Timothy P. Gauthier, Pharm.D., BCPS (AQ-ID)
Department of Pharmacy Practice
Nova Southeastern University
College of Pharmacy
Fort Lauderdale, Florida
Venkata Yellepeddi, B.S. Pharm, Ph.D.
Roseman University of Health Sciences
College of Pharmacy
South Jordan, Utah
Whalen_iniciais_ed_eletronica.indd 6 05/05/2016 16:20:18
Farmacologia ilustrada, 6ª edição, foi totalmente atualizada, reorganizada e 
ampliada por um grupo de organizadores coordenados por Karen Whalen. 
Fazem parte deste grupo Richard Finkel, PharmD, organizador também da 
edição anterior, e Thomas A. Panavelil, Ph.D., MBA, que na edição anterior 
havia sido um dos revisores dos originais.
Embora totalmente revista e contando com seis novos capítulos, esta obra 
mantém as características que a tornam ideal para o ensino e a aprendiza-
gem em sala de aula, assim como para aqueles profissionais que buscam 
uma revisão dos conteúdos da área: utilizando-se de marcadores, o texto é 
Prefácio
Débito cardíaco
Volume 
sanguíneo
Resistência
periférica
Diminuição da 
pressão arterial
Bloqueadores dos 
adrenoceptores �
Ativação de 
adrenoceptores 
�1 no coração
Renina
Ativação de 
adrenoceptores �1 
nos rins
Aldosterona
Angiotensina II
Retenção de 
sódio e água
Colesterol
LDL
MEMBRANA PLASMÁTICA
SANGUE
Receptor de LDL
HMG-CoA Acetato
CoA
2 NADP+
Ácido mevalônico
2 NADPH + 2H+
Inibidores da HMG-CoA redutase
As estatinas inibem a HMG-CoA redutase, 
levando à diminuição da concentração 
de colesterol no interior da célula
1
RNAm
DNA
Receptor
Ribossomo
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO
VLDL
VLDL
+
O baixo colesterol 
intracelular 
estimula a síntese 
de receptores 
de LDL
2
O aumento do 
número de recep-
tores de LDL pro-
move a absorção 
da LDL do sangue
3
O baixo colesterol
intracelular diminui 
a secreção de VLDL
4
IV
IM
A maioria das cefalosporinas 
não penetra o líquido
cerebrospinal; as de 
3ª geração alcançam níveis 
terapêuticos no líquido
cerebrospinal
Cefalosporinas
Ceftriaxona 
aparece
na bile
Na urina, aparece 
principalmente 
fármaco inalterado
As mais de 500 figuras que ilustram 
o conteúdo são o diferencial de 
Farmacologia ilustrada. 
Coloridas e esquemáticas, elas 
facilitam a assimilação de 
informações complexas, como 
é o caso dos mecanismos 
de ação dos fármacos.
Whalen_iniciais_ed_eletronica.indd 7 05/05/2016 16:20:19
viii Whalen, Finkel & Panavelil
organizado de forma bastante didática, trazendo informações sobre princí-
pios farmacológicos, mecanismos de ação, usos terapêuticos, farmacociné-
tica e efeitos adversos de fármacos. Além de apresentar capítulos sobre os 
princípios farmacológicos e sobre as diversas classes terapêuticas, o livro 
reúne também capítulos organizados a partir de distúrbios específicos, como 
é o caso das doenças neurodegenerativas. E para complementar e tornar a 
obra ainda mais útil, esta edição conta com seis novos capítulos, os quais 
abordam temas como fármacos de abuso, obesidade, anti-histamínicos, fár-
macos destinados ao tratamento de distúrbios urológicos, anemias e distúr-
bios nos ossos.
Boa leitura e bons estudos!
Questões para estudo
Escolha a resposta correta.
 47.1 Um homem de 45 anos, receptor de transplante renal há 
3 meses e mantido com prednisona, ciclosporina e MMF, 
revela aumento dos níveis de creatinina e biópsia renal 
que indica grave rejeição. Qual dos seguintes tratamen-
tos seria apropriado?
A. Aumento da dosagem de prednisona.
B. Hemodiálise.
C. Tratamento com globulina de coelhos antitimócitos.
D. Tratamento com sirolimo.
E. Tratamento com azatioprina.
Resposta correta = C. Aparentemente, o paciente está sofrendo re-
jeição aguda do rim. O tratamento mais eficaz seria a administração 
de um anticorpo. O aumento da dosagem de prednisona pode ter al-
gum efeito, mas não é suficiente para impedir a rejeição. O sirolimo é 
usado profilaticamente, junto à ciclosporina, para prevenir a rejeição 
renal, mas é menos eficaz quando o processo já está acontecendo. 
Além disso, a associação de sirolimo à ciclosporina é mais nefrotóxica 
do que a ciclosporina isolada. A azatioprina não tem vantagens sobre 
o MMF.
As questões de múltipla escolha com respostas comentadas ao final de cada capítulo 
facilitam a fixação e a revisão dos conteúdos estudados. Ao longo do livro, 380 questões 
estão disponíveis para você testar e revisar seus conhecimentos.
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Sumário
UNIDADE I: Princípios da terapia farmacológica
Capítulo 1: Farmacocinética 1
Capítulo 2: Interações fármaco-receptor e farmacodinâmica 25
UNIDADE II: Fármacos que afetam o sistema nervoso autônomo
Capítulo 3: O sistema nervoso autônomo 39
Capítulo 4: Agonistas colinérgicos 51
Capítulo 5: Antagonistas colinérgicos 65
Capítulo 6: Agonistas adrenérgicos 77
Capítulo 7: Antagonistas adrenérgicos 95
UNIDADE III: Fármacos que afetam o sistema nervoso central
Capítulo 8: Doenças degenerativas 107
Capítulo 9: Ansiolíticos e hipnóticos
121
Capítulo 10: Antidepressivos 135
Capítulo 11: Antipsicóticos 147
Capítulo 12: Antiepilépticos 157
Capítulo 13: Anestésicos 171
Capítulo 14: Opioides 191
Capítulo 15: Fármacos de abuso 205
Capítulo 16: Estimulantes do sistema nervoso central 215
UNIDADE IV: Fármacos que afetam o sistema cardiovascular
Capítulo 17: Anti-hipertensivos 225
Capítulo 18: Diuréticos 241
Capítulo 19: Insuficiência cardíaca 255
Capítulo 20: Antiarrítmicos 269
Capítulo 21: Antianginosos 281
Capítulo 22: Anticoagulantes e antiplaquetários 291
Capítulo 23: Anti-hiperlipêmicos 311
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x Whalen, Finkel & Panavelil
UNIDADE V: Fármacos que afetam o sistema endócrino
Capítulo 24: Hipófise e tireoide 325
Capítulo 25: Antidiabéticos 335
Capítulo 26: Estrogênios e androgênios 351
Capítulo 27: Hormônios suprarrenais 365
Capítulo 28: Obesidade 375
UNIDADE VI: Fármacos para outros distúrbios
Capítulo 29: Sistema respiratório 381
Capítulo 30: Anti-histamínicos 393
Capítulo 31: Antieméticos e gastrintestinais 401
Capítulo 32: Distúrbios urológicos 415
Capítulo 33: Anemia 423
Capítulo 34: Distúrbios dermatológicos 431
Capítulo 35: Distúrbios nos ossos 441
Capítulo 36: Anti-inflamatórios, antipiréticos e analgésicos 447
UNIDADE VII: Fármacos quimioterápicos
Capítulo 37: Princípios do tratamento antimicrobiano 471
Capítulo 38: Antimicrobianos inibidores da parede celular 483
Capítulo 39: Antimicrobianos inibidores da síntese proteica 499
Capítulo 40: Quinolonas, antagonistas do ácido fólico 
e antissépticos do trato urinário 513
Capítulo 41: Antimicobacterianos 525
Capítulo 42: Antifúngicos 535
Capítulo 43: Antiprotozoários 547
Capítulo 44: Anti-helmínticos 561
Capítulo 45: Antiviróticos 567
Capítulo 46: Anticâncer 587
Capítulo 47: Imunossupressores 619
UNIDADE VIII: Toxicologia
Capítulo 48: Toxicologia clínica 631
Abreviaturas 641
Crédito das figuras 643
Índice 645
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UNIDADE I
Princípios da terapia farmacológica
1Farmacocinética
Venkata Yellepeddi
I. RESUMO
A farmacocinética estuda o que o organismo faz com o fármaco, ao passo 
que a farmacodinâmica (ver Cap. 2) descreve o que o fármaco faz no orga-
nismo. Quatro propriedades farmacocinéticas determinam o início, a intensi-
dade e a duração da ação do fármaco (Fig. 1.1):
 • Absorção: Primeiro, a absorção desde o local de administração per-
mite a entrada do fármaco (direta ou indiretamente) no plasma.
 • Distribuição: Segundo, o fármaco pode, então, reversivelmente, 
sair da circulação sanguínea e distribuir-se nos líquidos intersticial 
e intracelular.
 • Biotransformação: Terceiro, o fármaco pode ser biotransformado no 
fígado ou em outros tecidos.
 • Eliminação: Finalmente, o fármaco e seus metabólitos são elimina-
dos do organismo na urina, na bile ou nas fezes.
Usando o conhecimento das variáveis farmacocinéticas, os clínicos podem 
eleger condutas terapêuticas ideais, incluindo via de administração, dosa-
gem, frequência e duração do tratamento. 
II. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS
A via de administração é determinada primariamente pelas propriedades do 
fármaco (p. ex., hidro ou lipossolubilidade, ionização) e pelos objetivos tera-
pêuticos (p. ex., necessidade de um início rápido de ação, necessidade de 
tratamento por longo tempo, ou restrição de acesso a um local específico). 
As vias principais de administração de fármacos incluem a enteral, a paren-
teral e a tópica, entre outras.
Figura 1.1
Representação esquemática de absorção, 
distribuição, biotransformação e excreção.
Absorção
(entrada) 
1
Distribuição2
Biotransformação3
Excreção
(saída) 
4
Fármaco no local
da administração
Fármaco
nos tecidos
Metabólito(s)
nos tecidos
Fármaco e/ou metabólito(s)
na urina, bile, lágrima, leite,
saliva, suor ou fezes
Fármaco
no plasma
Capitulo_01_Whalen.indd 1 25/04/2016 09:28:10
2 Whalen, Finkel & Panavelil
A. Enteral
A administração enteral, ou administração pela boca, é o modo mais se-
guro, comum, conveniente e econômico de administrar os fármacos. O 
fármaco pode ser deglutido, por via oral, ou pode ser colocado sob a 
língua (sublingual) ou entre a bochecha e a gengiva (bucal), facilitando a 
absorção direta na circulação sanguínea.
 1. Oral: A administração oral oferece várias vantagens. Os fárma-
cos orais são facilmente autoadministrados, e a toxicidade e/ou a 
dosagem excessiva podem ser neutralizadas com antídotos como 
o carvão ativado. Porém, as vias envolvidas na absorção oral são 
as mais complicadas, e o baixo pH do estômago inativa alguns 
fármacos. Uma ampla variedade de preparações orais é disponi-
bilizada, incluindo preparações revestidas (entéricas) e de libera-
ção prolongada.
a. Preparações revestidas (entéricas): O revestimento entérico 
é um envoltório químico que protege o fármaco do ácido gástri-
co, liberando-o, porém, no intestino (menos ácido), onde o en-
voltório se dissolve e permite a liberação do fármaco. Tais re-
vestimentos são úteis para certos fármacos (p. ex., omeprazol) 
que são instáveis em meio ácido. Fármacos que são irritantes 
ao estômago, como o ácido acetilsalicílico, podem ser formula-
dos com revestimento que vai se dissolver no intestino delga-
do, preservando, assim, o estômago.
b. Preparações de liberação prolongada: Medicamentos de li-
beração prolongada (abreviados como LA, longa ação, ou LL, 
liberação lenta) têm revestimentos ou ingredientes especiais 
que controlam a liberação do fármaco, permitindo, assim, uma 
absorção mais lenta e uma duração de ação mais longa. As 
formulações LA podem ser administradas com menor frequên-
cia e podem aumentar a aderência do paciente. Além disso, as 
formas de LA podem manter as concentrações na faixa tera-
pêutica por um período longo de tempo, em contraste com as 
formas de liberação imediata, que podem resultar em picos e 
vales maiores nas concentrações plasmáticas. As formulações 
LA são vantajosas para os fármacos que têm meia-vida curta. 
Por exemplo, a meia-vida da morfina por via oral é de 2 a 4 ho-
ras, e ela precisa ser administrada seis vezes ao dia para pro-
porcionar alívio contínuo da dor. Entretanto, são necessárias 
apenas duas doses ao usar comprimidos LA. Infelizmente, vá-
rias das formulações LA foram desenvolvidas somente para 
obter uma vantagem comercial sobre os produtos de liberação 
convencional, em vez de vantagens clínicas comprovadas.
 2. Sublingual e bucal: A colocação do fármaco sob a língua permi-
te que ele se difunda na rede capilar e, assim, entre diretamente 
na circulação sistêmica. A administração sublingual tem várias 
vantagens, incluindo facilidade de administração, absorção rápi-
da, ultrapassagem do ambiente gastrintestinal (GI) hostil e capa-
cidade de evitar a biotransformação de primeira passagem (ver 
discussão adiante). A via bucal (entre a bochecha e a gengiva) é 
similar à via sublingual.
B. Parenteral
A via parenteral introduz o fármaco diretamente na circulação sistêmica. 
Ela é usada para fármacos que são pouco absorvidos no trato GI (TGI) 
Oral
Inalação
Ótico
Epidural
Ocular Parenteral:
IV, IM, SC
Adesivo
transdermal
Sublingual
Bucal
Tópica
Figura 1.2
Vias comumente usadas para a 
administração de fármacos.
IV, intravenosa; IM, intramuscular; 
SC, subcutânea.
Capitulo_01_Whalen.indd 2 25/04/2016 09:28:11
Farmacologia Ilustrada 3
(p. ex., heparina) e para os que são instáveis no TGI (p. ex., insulina). 
Essa administração também é usada no tratamento do paciente impos-
sibilitado de tomar a medicação oral (paciente inconsciente) ou quando 
é necessário um início rápido de ação. Além disso, as vias parenterais 
têm maior biodisponibilidade e não estão sujeitas à biotransformação de 
primeira passagem ou ao meio GI agressivo. Elas também asseguram o 
melhor controle sobre a dose real de fármaco administrada ao organismo. 
Contudo, as vias parenterais são irreversíveis e podem causar dor, medo, 
lesões teciduais e infecções. As três principais vias
de administração pa-
renteral são a intravascular (intravenosa ou intra-arterial), a intramuscular 
e a subcutânea (Fig. 1.3).
 1. Intravenosa (IV): A injeção IV é a via parenteral mais comum. Ela 
é útil para fármacos que não são absorvidos por via oral, como o 
bloqueador neuromuscular rocurônio. A via IV permite um efeito 
rápido e um grau de controle máximo sobre a quantidade de fárma-
co administrada. Quando injetada em bólus, toda a dose de fármaco 
é administrada na circulação sistêmica quase imediatamente. Se 
for administrado como infusão IV, o fármaco é infundido em um 
período de tempo maior, resultando em pico de concentração plas-
mática mais baixo e em aumento da duração do nível do fármaco 
circulante. A administração IV é vantajosa para fármacos que po-
dem causar irritação quando administrados por outras vias, porque 
o fármaco se dilui no sangue rapidamente. Porém, diferentemente 
dos fármacos administrados por via oral, os que são injetados não 
podem ser retirados por meio de estratégias como a ligação a car-
vão ativado. A administração IV pode inadvertidamente causar in-
fecção por meio de contaminação no local da injeção. Ela também 
pode precipitar constituintes do sangue, causar hemólise ou outras 
reações adversas se for introduzida muito rapidamente ou se alcan-
çar concentrações elevadas. Por isso, os pacientes devem ser cui-
dadosamente monitorados quanto a reações desfavoráveis, e a 
velocidade de infusão deve ser cuidadosamente controlada.
 2. Intramuscular (IM): Fármacos administrados por via IM podem 
estar em soluções aquosas, que são absorvidas rapidamente, ou 
em preparações especializadas de depósito, que são absorvidas 
lentamente. As preparações de depósito, com frequência, consis-
tem em uma suspensão do fármaco em um veículo não aquoso, 
como o polietilenoglicol. À medida que o veículo se difunde para 
fora do músculo, o fármaco precipita-se no local da injeção. O fár-
maco então se dissolve lentamente, fornecendo uma concentração 
sustentada durante um período de tempo prolongado. Exemplos 
de fármacos de liberação prolongada são o haloperidol (ver Cap. 
11) e o depósito de medroxiprogesterona (ver Cap. 26).
 3. Subcutânea (SC): Esta via de administração, como a IM, oferece 
absorção por difusão simples e é mais lenta do que a via IV. A in-
jeção SC minimiza os riscos de hemólise ou trombose associados 
à injeção IV e pode proporcionar efeitos lentos, constantes e pro-
longados. Esta via não deve ser usada com fármacos que cau-
sam irritação tissular, porque pode ocorrer dor intensa e necrose. 
Fármacos administrados comumente por via SC incluem insulina 
e heparina.
C. Outras
 1. Inalação oral: As vias inalatórias oral e nasal (ver adiante) 
asseguram a rápida oferta do fármaco através da ampla superfície 
A
B
200
100
0
0 30 60 90
Injeção
intramuscularInjeção
subcutânea
Epiderme
Derme
Tecido
subcutâneo
Músculo
5 mg de midazolam 
por via intravenosa
Tempo (minutos)
Co
nc
en
tr
aç
ão
 n
o 
pl
as
m
a
(n
g/
m
L)
5 mg de
midazolam intramuscular
Figura 1.3
A. Representação esquemática da 
injeção subcutânea e intramuscular. 
B. Concentração de midazolam no 
plasma após injeção intravenosa 
e intramuscular.
Capitulo_01_Whalen.indd 3 25/04/2016 09:28:12
4 Whalen, Finkel & Panavelil
da membrana mucosa do trato respiratório e do epitélio pulmonar. 
Os efeitos dos fármacos são quase tão rápidos como os da injeção 
IV em bólus. Fármacos que são gases (p. ex., alguns anestésicos) 
e aqueles que podem ser dispersados em aerossol são administra-
dos por inalação. Esta via é particularmente eficaz e conveniente 
para pacientes com problemas respiratórios (como asma ou 
doença pulmonar obstrutiva crônica), pois o fármaco é administra-
do diretamente no local de ação, minimizando, assim, os efeitos 
sistêmicos. Exemplos de fármacos administrados por inalação in-
cluem os broncodilatadores, como o salbutamol, e os corticosteroi-
des, como a fluticasona.
 2. Inalação nasal: Esta via envolve a administração de fármacos di-
retamente dentro do nariz. Incluem-se os descongestionantes na-
sais, como a oximetazolina, e o corticosteroide anti-inflamatório 
furoato de mometasona. A desmopressina é administrada por via 
intranasal no tratamento do diabetes insípido.
 3. Intratecal e intraventricular: A barreira hematencefálica retarda 
ou impede a entrada dos fármacos no sistema nervoso central 
(SNC). Quando se desejam efeitos locais e rápidos, é necessário 
introduzir o fármaco diretamente no líquido cerebrospinal. Por 
exemplo, a anfotericina B intratecal é usada no tratamento da me-
ningite criptocócica (ver Cap. 42).
 4. Tópica: A aplicação tópica é usada quando se deseja um efeito 
local do fármaco. Por exemplo, o clotrimazol em pomada é aplicado 
diretamente na pele para o tratamento de infecções por fungos.
 5. Transdérmica: Esta via de administração proporciona efeitos sis-
têmicos pela aplicação do fármaco na pele, em geral, por meio de 
um adesivo cutâneo (Fig. 1.4). A velocidade de absorção pode va-
riar de modo acentuado, dependendo das características físicas da 
pele no local da aplicação e da lipossolubilidade do fármaco. Essa 
via é usada com mais frequência para a oferta prolongada de fár-
macos, como o fármaco antianginoso nitroglicerina, o antiemético 
escopolamina e os adesivos de nicotina usados para facilitar a in-
terrupção do hábito de fumar.
 6. Retal: Como 50% da drenagem da região retal não passa pela 
circulação portal, a biotransformação dos fármacos pelo fígado é 
minimizada com o uso desta via. A vantagem adicional da via retal 
é evitar a destruição do fármaco no ambiente GI. Ela também é útil 
se o fármaco provoca êmese, quando administrado por via oral, ou 
se o paciente já se encontra vomitando ou se está inconsciente. 
(Nota: a via retal é usada comumente para a administração de an-
tieméticos.) Com frequência, a absorção retal é errática e incom-
pleta, e vários fármacos irritam a mucosa retal. A Figura 1.5 resu-
me as características das vias de administração comuns.
III. ABSORÇÃO DE FÁRMACOS
Absorção é a transferência de um fármaco do seu local de administração 
para a corrente sanguínea. A velocidade e a eficiência da absorção depen-
dem do ambiente onde o fármaco é absorvido, das suas características quí-
micas e da via de administração (o que influencia sua biodisponibilidade). 
Excetuando a via IV, as demais podem resultar em absorção parcial e me-
nor biodisponibilidade. 
B
A
VASO SANGUÍNEOVASO SANGUÍNEO
Cobertura
Fármaco se difundindo do reservatório 
para os tecidos subcutâneos
Adesivo
de contato
Membrana libera-
dora de fármaco
Reservatório 
de fármaco
Pele
Figura 1.4
A. Representação esquemática de 
um adesivo transcutâneo. B. Adesivo 
transcutâneo de nicotina aplicado 
no braço.
VIA DE 
ADMINISTRAÇÃO PADRÃO DE ABSORÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS
Oral • Variável; afetada por 
vários fatores
 • Via de administração mais segu-
ra e mais comum, conveniente 
e econômica
 • Absorção limitada de alguns fármacos
 • Os alimentos podem interferir 
na absorção
 • É necessária adesão do paciente
 • Os fármacos podem ser biotransfor-
mados antes de serem absorvidos 
sistemicamente
Intravenosa • A absorção não é necessária • Pode ter efeitos imediatos
 • Ideal para dosagens de altos volumes
 • Adequada para substâncias irritantes 
e misturas complexas
 • Valiosa para situações de emergência
 • Permite a titulação da dosagem
 • Ideal para fármacos proteicos de alta 
massa molecular e peptídeos
 • Imprópria para substâncias oleosas
 • A injeção em bolus pode resultar em 
efeitos adversos
 • A maioria das substâncias deve ser 
injetada lentamente
 • São necessárias técnicas de 
assepsia estritas
Subcutânea • Depende do diluente do 
fármaco:
– soluções aquosas: imediata; 
– preparações de depósito: 
liberação lenta e prolongada
 • Adequada para fármacos de 
liberação lenta
 • Ideal para algumas suspensões pouco 
solúveis
 • Dor e necrose se o fármaco é irritante
 • Inadequada para
fármacos adminis-
trados em volumes elevados
Intramuscular • Depende dos diluentes do 
fármaco: 
– soluções aquosas: imediata; 
– preparações de depósito: 
liberação lenta e prolongada
 • Adequada se o volume é moderado
 • Adequada para veículos oleosos e 
certas substâncias irritantes
 • Preferível à via IV se o paciente deve 
se autoadministrar
 • Afeta certos testes de laboratório 
(creatinocinase)
 • Pode ser dolorosa
 • Pode causar hemorragia intramuscu-
lar (evitar durante o tratamento com 
anticoagulante)
Transdérmica 
(adesivo)
 • Lenta e prolongada • Evita o efeito de primeira passagem
 • Conveniente e indolor
 • Ideal para fármacos lipofílicos e que 
tem baixa biodisponibilidade oral
 • Ideal para fármacos que são elimina-
dos rapidamente do organismo
 • Alguns pacientes são alérgicos aos 
adesivos, o que pode causar irritação
 • O fármaco deve ser muito lipofílico
 • Pode causar atraso no acesso ao local 
de ação farmacológica
 • Limitado a fármacos que podem ser 
tomados em doses pequenas diárias
Retal • Errática e variável • Evita parcialmente o efeito de primei-
ra passagem
 • Evita a destruição pela acidez gástrica
 • Ideal se o fármaco causa êmese
 • Ideal para pacientes com êmese 
ou comatosos
 • O fármaco pode irritar a mucosa retal
 • Não é uma via “bem aceita”
Inalatória • Pode ocorrer absorção sis-
têmica, o que nem sempre 
é desejado
 • A absorção é rápida; pode ter 
efeitos imediatos
 • Ideal para gases
 • É eficaz para pacientes com proble-
mas respiratórios
 • A dose pode ser titulada
 • Se o alvo do efeito se localiza nos 
pulmões: são usadas doses menores 
comparando com as que se usariam 
por via oral ou parenteral
 • Menos efeitos adversos sistêmicos
 • Principal via de adictos (o fármaco 
pode acessar rapidamente o cérebro)
 • Os pacientes podem ter dificuldade 
em regular a dose
 • Alguns pacientes têm dificuldades no 
uso dos inaladores
Sublingual • Depende do fármaco: 
– poucos fármacos (p. ex., 
nitroglicerina) têm absorção 
sistêmica direta e rápida
– a maioria dos fármacos tem 
absorção incompleta 
e errática
 • Evita o efeito de primeira passagem
 • Evita a destruição pela acidez gástrica
 • Mantém a estabilidade do fár-
maco, porque a saliva tem pH 
relativamente neutro
 • Pode causar efeitos farmacológicos 
imediatos
 • Limitada a certos tipos de fármacos
 • Limitada a fármacos que podem ser 
tomados em pequenas doses
 • Pode perder parte do fármaco 
se deglutido
Figura 1.5
Padrão de absorção, vantagens e desvantagens das vias de administração mais comuns.
Capitulo_01_Whalen.indd 4 25/04/2016 09:28:12
Farmacologia Ilustrada 5
da membrana mucosa do trato respiratório e do epitélio pulmonar. 
Os efeitos dos fármacos são quase tão rápidos como os da injeção 
IV em bólus. Fármacos que são gases (p. ex., alguns anestésicos) 
e aqueles que podem ser dispersados em aerossol são administra-
dos por inalação. Esta via é particularmente eficaz e conveniente 
para pacientes com problemas respiratórios (como asma ou 
doença pulmonar obstrutiva crônica), pois o fármaco é administra-
do diretamente no local de ação, minimizando, assim, os efeitos 
sistêmicos. Exemplos de fármacos administrados por inalação in-
cluem os broncodilatadores, como o salbutamol, e os corticosteroi-
des, como a fluticasona.
 2. Inalação nasal: Esta via envolve a administração de fármacos di-
retamente dentro do nariz. Incluem-se os descongestionantes na-
sais, como a oximetazolina, e o corticosteroide anti-inflamatório 
furoato de mometasona. A desmopressina é administrada por via 
intranasal no tratamento do diabetes insípido.
 3. Intratecal e intraventricular: A barreira hematencefálica retarda 
ou impede a entrada dos fármacos no sistema nervoso central 
(SNC). Quando se desejam efeitos locais e rápidos, é necessário 
introduzir o fármaco diretamente no líquido cerebrospinal. Por 
exemplo, a anfotericina B intratecal é usada no tratamento da me-
ningite criptocócica (ver Cap. 42).
 4. Tópica: A aplicação tópica é usada quando se deseja um efeito 
local do fármaco. Por exemplo, o clotrimazol em pomada é aplicado 
diretamente na pele para o tratamento de infecções por fungos.
 5. Transdérmica: Esta via de administração proporciona efeitos sis-
têmicos pela aplicação do fármaco na pele, em geral, por meio de 
um adesivo cutâneo (Fig. 1.4). A velocidade de absorção pode va-
riar de modo acentuado, dependendo das características físicas da 
pele no local da aplicação e da lipossolubilidade do fármaco. Essa 
via é usada com mais frequência para a oferta prolongada de fár-
macos, como o fármaco antianginoso nitroglicerina, o antiemético 
escopolamina e os adesivos de nicotina usados para facilitar a in-
terrupção do hábito de fumar.
 6. Retal: Como 50% da drenagem da região retal não passa pela 
circulação portal, a biotransformação dos fármacos pelo fígado é 
minimizada com o uso desta via. A vantagem adicional da via retal 
é evitar a destruição do fármaco no ambiente GI. Ela também é útil 
se o fármaco provoca êmese, quando administrado por via oral, ou 
se o paciente já se encontra vomitando ou se está inconsciente. 
(Nota: a via retal é usada comumente para a administração de an-
tieméticos.) Com frequência, a absorção retal é errática e incom-
pleta, e vários fármacos irritam a mucosa retal. A Figura 1.5 resu-
me as características das vias de administração comuns.
III. ABSORÇÃO DE FÁRMACOS
Absorção é a transferência de um fármaco do seu local de administração 
para a corrente sanguínea. A velocidade e a eficiência da absorção depen-
dem do ambiente onde o fármaco é absorvido, das suas características quí-
micas e da via de administração (o que influencia sua biodisponibilidade). 
Excetuando a via IV, as demais podem resultar em absorção parcial e me-
nor biodisponibilidade. 
B
A
VASO SANGUÍNEOVASO SANGUÍNEO
Cobertura
Fármaco se difundindo do reservatório 
para os tecidos subcutâneos
Adesivo
de contato
Membrana libera-
dora de fármaco
Reservatório 
de fármaco
Pele
Figura 1.4
A. Representação esquemática de 
um adesivo transcutâneo. B. Adesivo 
transcutâneo de nicotina aplicado 
no braço.
VIA DE 
ADMINISTRAÇÃO PADRÃO DE ABSORÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS
Oral • Variável; afetada por 
vários fatores
 • Via de administração mais segu-
ra e mais comum, conveniente 
e econômica
 • Absorção limitada de alguns fármacos
 • Os alimentos podem interferir 
na absorção
 • É necessária adesão do paciente
 • Os fármacos podem ser biotransfor-
mados antes de serem absorvidos 
sistemicamente
Intravenosa • A absorção não é necessária • Pode ter efeitos imediatos
 • Ideal para dosagens de altos volumes
 • Adequada para substâncias irritantes 
e misturas complexas
 • Valiosa para situações de emergência
 • Permite a titulação da dosagem
 • Ideal para fármacos proteicos de alta 
massa molecular e peptídeos
 • Imprópria para substâncias oleosas
 • A injeção em bolus pode resultar em 
efeitos adversos
 • A maioria das substâncias deve ser 
injetada lentamente
 • São necessárias técnicas de 
assepsia estritas
Subcutânea • Depende do diluente do 
fármaco:
– soluções aquosas: imediata; 
– preparações de depósito: 
liberação lenta e prolongada
 • Adequada para fármacos de 
liberação lenta
 • Ideal para algumas suspensões pouco 
solúveis
 • Dor e necrose se o fármaco é irritante
 • Inadequada para fármacos adminis-
trados em volumes elevados
Intramuscular • Depende dos diluentes do 
fármaco: 
– soluções aquosas: imediata; 
– preparações de depósito: 
liberação lenta e prolongada
 • Adequada se o volume é moderado
 • Adequada para veículos oleosos e 
certas substâncias irritantes
 • Preferível à via IV se o paciente deve 
se autoadministrar
 • Afeta certos testes de laboratório 
(creatinocinase)
 • Pode ser dolorosa
 • Pode causar hemorragia intramuscu-
lar (evitar durante o tratamento com 
anticoagulante)
Transdérmica 
(adesivo)
 • Lenta e prolongada • Evita o efeito de primeira passagem
 • Conveniente e indolor
 • Ideal para
fármacos lipofílicos e que 
tem baixa biodisponibilidade oral
 • Ideal para fármacos que são elimina-
dos rapidamente do organismo
 • Alguns pacientes são alérgicos aos 
adesivos, o que pode causar irritação
 • O fármaco deve ser muito lipofílico
 • Pode causar atraso no acesso ao local 
de ação farmacológica
 • Limitado a fármacos que podem ser 
tomados em doses pequenas diárias
Retal • Errática e variável • Evita parcialmente o efeito de primei-
ra passagem
 • Evita a destruição pela acidez gástrica
 • Ideal se o fármaco causa êmese
 • Ideal para pacientes com êmese 
ou comatosos
 • O fármaco pode irritar a mucosa retal
 • Não é uma via “bem aceita”
Inalatória • Pode ocorrer absorção sis-
têmica, o que nem sempre 
é desejado
 • A absorção é rápida; pode ter 
efeitos imediatos
 • Ideal para gases
 • É eficaz para pacientes com proble-
mas respiratórios
 • A dose pode ser titulada
 • Se o alvo do efeito se localiza nos 
pulmões: são usadas doses menores 
comparando com as que se usariam 
por via oral ou parenteral
 • Menos efeitos adversos sistêmicos
 • Principal via de adictos (o fármaco 
pode acessar rapidamente o cérebro)
 • Os pacientes podem ter dificuldade 
em regular a dose
 • Alguns pacientes têm dificuldades no 
uso dos inaladores
Sublingual • Depende do fármaco: 
– poucos fármacos (p. ex., 
nitroglicerina) têm absorção 
sistêmica direta e rápida
– a maioria dos fármacos tem 
absorção incompleta 
e errática
 • Evita o efeito de primeira passagem
 • Evita a destruição pela acidez gástrica
 • Mantém a estabilidade do fár-
maco, porque a saliva tem pH 
relativamente neutro
 • Pode causar efeitos farmacológicos 
imediatos
 • Limitada a certos tipos de fármacos
 • Limitada a fármacos que podem ser 
tomados em pequenas doses
 • Pode perder parte do fármaco 
se deglutido
Figura 1.5
Padrão de absorção, vantagens e desvantagens das vias de administração mais comuns.
Capitulo_01_Whalen.indd 5 25/04/2016 09:28:13
6 Whalen, Finkel & Panavelil
A. Mecanismos de absorção de fármacos a partir do TGI
Dependendo das propriedades químicas, os fármacos podem ser absor-
vidos do TGI por difusão passiva, difusão facilitada, transporte ativo ou 
endocitose (Fig. 1.6).
 1. Difusão passiva: A força motora da absorção passiva de um fár-
maco é o gradiente de concentração através da membrana que 
separa dois compartimentos corporais. Em outros termos, o fárma-
co se move da região de concentração alta para a de concentração 
baixa. A difusão passiva não envolve transportador, não é saturável 
e apresenta baixa especificidade estrutural. A maioria dos fárma-
cos é absorvida por esse mecanismo. Os fármacos hidrossolúveis 
atravessam as membranas celulares através de canais ou poros 
aquosos, e os lipossolúveis movem-se facilmente através da maio-
ria das membranas biológicas, devido à sua solubilidade na bica-
mada lipídica.
 2. Difusão facilitada: Outros fármacos podem entrar na célula por 
meio de proteínas transportadoras transmembrana especializadas 
que facilitam a passagem de moléculas grandes. Essas proteínas 
transportadoras sofrem alterações conformacionais, permitindo a 
passagem de fármacos ou moléculas endógenas para o interior da 
célula, movendo-os de áreas de alta concentração para áreas de 
baixa concentração. Esse processo é denominado difusão facilita-
da. Ele não requer energia, pode ser saturado e pode ser inibido 
por compostos que competem pelo transportador.
 3. Transporte ativo: Esta forma de entrada de fármacos também en-
volve transportadores proteicos específicos que atravessam a 
membrana. Poucos fármacos cujas estruturas se assemelham às 
de metabólitos de ocorrência natural são transportados através da 
membrana celular usando esses transportadores proteicos especí-
ficos. O transporte ativo dependente de energia é movido pela hi-
drólise de trifosfato de adenosina. Ele é capaz de mover fármacos 
contra um gradiente de concentração – ou seja, de uma região com 
baixa concentração de fármaco para outra com concentração mais 
elevada. Esse processo é saturável. Os sistemas de transporte ati-
vo são seletivos e podem ser inibidos competitivamente por outras 
substâncias cotransportadas. 
 4. Endocitose e exocitose: Estes tipos de absorção são usados 
para transportar fármacos excepcionalmente grandes através da 
membrana celular. A endocitose envolve o engolfamento de molé-
culas do fármaco pela membrana e seu transporte para o interior 
da célula pela compressão da vesícula cheia de fármaco. A exoci-
tose é o inverso da endocitose. Muitas células usam a exocitose 
para secretar substâncias para fora por um processo similar ao da 
formação de vesículas. A vitamina B12 é transportada através da 
parede intestinal por endocitose, ao passo que certos neurotrans-
missores (p. ex., norepinefrina) são armazenados em vesículas in-
tracelulares no terminal nervoso e liberados por exocitose.
B. Fatores que influenciam a absorção
 1. Efeito do pH na absorção de fármacos: A maioria dos fármacos 
é ácido fraco ou base fraca. Fármacos ácidos (HA) liberam um pró-
ton (H+), causando a formação de um ânion (A–):
HA H+ + A–
4
Fármaco 
com 
molécula 
grande
Endocitose
3
D
D
D ATP ADP
D DD
D D
Transporte ativo
Transportador
de fármaco
2
D D
D D
D
D
D
Difusão facilitada
Transportador
de fármaco
Fármaco
D
D
D
D
DD
D
D
D
D
1
Membrana celular
Espaço
extracelular
Difusão passiva
Fármaco Fármaco
Difusão passiva 
de um fármaco 
lipossolúvel 
dissolvido na 
membrana
Difusão passiva 
de fármaco hidros-
solúvel através de 
um canal ou 
poro aquoso
Citosol
Figura 1.6
Representação esquemática de 
fármacos atravessando a membrana 
celular.
ATP, trifosfato de adenosina; ADP, difosfato 
de adenosina.
Capitulo_01_Whalen.indd 6 25/04/2016 09:28:15
Farmacologia Ilustrada 7
As bases fracas (BH+) também podem liberar um H+. Contudo, a 
forma protonada dos fármacos básicos, em geral, é carregada, e a 
perda do próton produz a base (B) não ionizada:
BH+ B + H+
Um fármaco atravessa a membrana mais facilmente se estiver não 
ionizado (Fig. 1.7). Assim, para os ácidos fracos, a forma HA não 
ionizada consegue permear através das membranas, mas o A– 
não consegue. Para a base fraca, a forma não ionizada, B, conse-
gue penetrar através das membranas celulares, mas a BH+ proto-
nada não consegue. Por isso, a concentração efetiva da forma 
permeável de cada fármaco no seu local de absorção é determina-
da pelas concentrações relativas entre as formas ionizada e não 
ionizada. A relação entre as duas formas é, por sua vez, determi-
nada pelo pH no local de absorção e pela força do ácido ou base 
fracos, que é representada pela constante de ionização, o pKa 
(Fig. 1.8). (Nota: o pKa é uma medida da força da interação de um 
composto com um próton. Quanto menor o pKa de um fármaco, 
mais ácido ele é. Ao contrário, quanto maior o pKa, mais básico ele 
é.) O equilíbrio de distribuição é alcançado quando a forma per-
meável de um fármaco alcança uma concentração igual em todos 
os espaços aquosos do organismo.
 2. Fluxo de sangue no local de absorção: Os intestinos recebem 
um fluxo de sangue muito maior do que o estômago, de modo que 
a absorção no intestino é favorecida ante a do estômago. (Nota: o 
choque reduz drasticamente o fluxo sanguíneo aos tecidos cutâneos, 
minimizando a absorção de administrações SC.)
 3. Área ou superfície disponível para absorção: Com uma superfí-
cie rica em bordas em escova contendo microvilosidades, o intestino 
tem uma superfície cerca de 1.000 vezes maior que a do estômago; 
por isso, a absorção de fármacos pelo intestino é mais eficiente.
 4. Tempo de contato com a superfície de absorção: Se um fárma-
co se desloca muito rapidamente ao longo do TGI, como pode 
ocorrer em uma diarreia intensa, ele não é bem absorvido. Contu-
do, qualquer retardo no transporte do fármaco do estômago para o 
intestino reduz a sua velocidade de absorção. (Nota: a presença de 
A
HA
–
H+
A
HA
–
H+
BH
B
H+
+
BH
B
H+
+
A
B
Compartimento
corporal
Compartimento
corporal
Membrana
lipídica
Compartimento
corporal
Compartimento
corporal
Ácido fraco
Base fraca
Membrana
lipídica
Figura 1.7
A. Difusão da forma não ionizada de 
um ácido fraco através da membrana 
lipídica. B. Difusão da forma não 
ionizada de uma base fraca através 
da membrana lipídica.
pKa
32 4 5 6 7 8 9 10 11
pH > pKapH < pKa
Quando pH = pKa,
[HA] = [A–] e
[BH+] = [B]
pH
Quando o pH é menor do que o
pKa, as formas protonadas
HA e BH+ predominam
Quando o pH é maior do que o
pKa, as formas desprotonadas
A– e B predominam
Figura 1.8
A distribuição de um fármaco entre sua forma ionizada e não ionizada depende do pH do ambiente e do pKa do 
fármaco. Para exemplificar, o fármaco nesta figura foi imaginado com um pKa de 6,5.
Capitulo_01_Whalen.indd 7 25/04/2016 09:28:20
8 Whalen, Finkel & Panavelil
alimento no estômago dilui o fármaco e retarda o esvaziamento 
gástrico. Portanto, quando um fármaco é ingerido com o alimento, 
em geral, é absorvido mais lentamente.)
 5. Expressão da glicoproteína P: A glicoproteína P é uma proteína 
transportadora transmembrana responsável pelo transporte de 
várias moléculas, incluindo fármacos, através da membrana celu-
lar (Fig. 1.9). Ela é expressa em tecidos por todo o organismo, in-
cluindo fígado, rins, placenta, intestinos e capilares cerebrais, e 
está envolvida no transporte de fármacos dos tecidos para o san-
gue. Ou seja, ela “bombeia” fármacos para fora das células. As-
sim, nas áreas de expressão elevada, a glicoproteína P diminui a 
absorção de fármacos. Além de transportar vários fármacos para 
fora das células, ela também está associada com a resistência a 
vários fármacos.
C. Biodisponibilidade
Biodisponibilidade representa a taxa e a extensão com que um fármaco 
administrado alcança a circulação sistêmica. Por exemplo, se 100 mg de 
um fármaco são administrados por via oral, e 70 mg desse fármaco são 
absorvidos inalteradamente, a sua biodisponibilidade é de 0,7, ou 70%. 
Conhecer a biodisponibilidade é importante para calcular a dosagem de 
fármaco para vias de administração não IV.
 1. Determinação de biodisponibilidade: A biodisponibilidade é de-
terminada pela comparação dos níveis plasmáticos do fármaco de-
pois de uma via de administração particular (p. ex., administração 
oral) com os níveis plasmáticos obtidos por administração IV. Na 
administração IV, 100% do fármaco entra na circulação rapidamen-
te. Quando o fármaco é administrado por via oral, somente parte da 
dose aparece no plasma. Considerando a concentração plasmáti-
ca do fármaco em função do tempo, pode-se mensurar a área sob 
a curva (ASC). A ASC reflete a extensão da absorção do fármaco. 
A biodisponibilidade de um fármaco administrado por via oral é a 
relação da ASC após administração oral com a ASC por adminis-
tração IV (admitindo que as dosagens oral e IV são equivalentes; 
Fig. 1.10).
 2. Fatores que influenciam a biodisponibilidade: Em contraste 
com a administração IV, que confere 100% de biodisponibilidade, a 
administração oral de um fármaco envolve frequentemente bio-
transformação de primeira passagem. A biotransformação, além 
das características físicas e químicas do fármaco, determina a ve-
locidade e a extensão com que ele alcança a circulação sistêmica. 
a. Biotransformação hepática de primeira passagem: Quando 
um fármaco é absorvido a partir do TGI, primeiro ele entra na 
circulação portal antes de entrar na circulação sistêmica (ver 
Fig. 1.11). Se o fármaco é rapidamente biotransformado no fí-
gado ou na parede intestinal durante essa passagem inicial, a 
quantidade de fármaco inalterado que tem acesso à circulação 
sistêmica diminui. Isso é denominado biotransformação de pri-
meira passagem. (Nota: a biotransformação de primeira passa-
gem pelo intestino ou fígado limita a eficácia de vários fármacos 
quando usados por via oral. P. ex., mais de 90% da nitroglicerina 
é destruida durante a biotransformação de primeira passagem. 
Assim, ela é administrada primariamente por via sublingual ou 
ATP
ADP +
 Pi
Fármaco (extracelular)
Fármaco
(intracelular)
Figura 1.9 
As seis alças da glicoproteína P 
através da membrana formam um 
canal central para o bombeamento 
de fármacos da célula, dependente 
de ATP.
Biodisponibilidade = ASC oral x 100
TempoC
on
ce
nt
ra
çã
o 
pl
as
m
át
ic
a 
do
 fá
rm
ac
o
ASC injetada
Fármaco 
administrado 
por via IV
Fármaco
administrado
por via oral
Fármaco
administrado
ASC
(injetada)
ASC (oral)
Figura 1.10
Determinação da biodisponibilidade 
de um fármaco.
ASC, área sob a curva; IV, intravenosa.
Capitulo_01_Whalen.indd 8 25/04/2016 09:28:21
Farmacologia Ilustrada 9
transdérmica.) Fármacos com intensa biotransformação de pri-
meira passagem devem ser administrados em dosagem sufi-
ciente para assegurar a quantidade necessária de fármaco ativo 
no local de ação desejado.
b. Solubilidade do fármaco: Fármacos muito hidrofílicos são 
pouco absorvidos, devido à sua impossibilidade de atravessar 
membranas celulares ricas em lipídeos. Paradoxalmente, fár-
macos extremamente lipofílicos são também pouco absorvi-
dos, pois são totalmente insolúveis nos líquidos aquosos do 
organismo e, portanto, não têm acesso à superfície das célu-
las. Para que um fármaco seja bem absorvido, ele deve ser 
basicamente lipofílico, mas ter alguma solubilidade em solu-
ções aquosas. Essa é uma das razões pelas quais vários fár-
macos são ácidos fracos ou bases fracas.
c. Instabilidade química: Alguns fármacos, como a benzilpenici-
lina, são instáveis no pH gástrico. Outros, como a insulina, são 
destruídos no TGI pelas enzimas digestivas.
d. Natureza da formulação do fármaco: A absorção do fármaco 
pode ser alterada por fatores não relacionados com a sua es-
trutura química. Por exemplo, o tamanho da partícula, o tipo de 
sal, o polimorfismo cristalino, o revestimento entérico e a pre-
sença de excipientes (como os agentes aglutinantes e disper-
santes) podem influenciar a facilidade da dissolução e, por 
isso, alterar a velocidade de absorção.
D. Bioequivalência
Duas formulações de fármacos são bioequivalentes se elas apresentam 
biodisponibilidades comparáveis e tempos similares para alcançar o pico 
de concentração plasmática.
E. Equivalência terapêutica
Duas formulações são terapeuticamente equivalentes se elas são equi-
valentes farmacêuticos, isto é, se apresentam a mesma dosagem, con-
têm a mesma substância ativa e são indicadas pela mesma via de admi-
nistração, com perfis clínicos e de segurança similares. (Nota: a eficácia 
clínica com frequência depende da concentração sérica máxima e do 
tempo necessário [após a administração] para alcançar o pico de con-
centração. Portanto, dois fármacos que são bioequivalentes podem não 
ser terapeuticamente equivalentes.)
IV. DISTRIBUIÇÃO DE FÁRMACOS
Distribuição de fármacos é o processo pelo qual um fármaco reversivelmente 
abandona o leito vascular e entra no interstício (líquido extracelular) e, então, 
nas células dos tecidos. Para fármacos administrados por via IV, onde não 
existe absorção, a fase inicial (isto é, imediatamente após a administração 
até a rápida queda na concentração) representa a fase de distribuição, na 
qual o fármaco rapidamente sai da circulação e entra nos tecidos (Fig. 1.12). 
A passagem do fármaco do plasma ao interstício depende do débito car-
díaco e do fluxo sanguíneo regional, da permeabilidade capilar, do volume 
do tecido, do grau de ligação do fármaco às proteínas plasmáticas e tissula-
res e da lipofilicidade relativa do fármaco.
Circulação
portal
Circulação
sistêmica
IV
Os fármacos administra-
dos por via IV entram 
diretamente na circula-
ção sistêmica e têm 
acesso direto às demais 
regiões do organismo
Os fármacos administrados por via 
oral são expostos primeiro ao 
fígado e podem ser extensamente 
biotransformados antes de alcançar 
as demais regiões do organismo
Figura 1.11 
A biotransformação de primeira 
passagem pode ocorrer com 
fármacos
administrados por 
via oral.
IV, intravenosa.
Capitulo_01_Whalen.indd 9 25/04/2016 09:28:22
10 Whalen, Finkel & Panavelil
A. Fluxo sanguíneo
A taxa de fluxo de sangue para os capilares dos tecidos varia ampla-
mente. Por exemplo, o fluxo de sangue para os órgãos ricos em vasos 
(cérebro, fígado e rins) é maior do que para os músculos esqueléticos. 
O tecido adiposo, a pele e as vísceras têm fluxo sanguíneo ainda menor. 
A variação no fluxo de sangue explica parcialmente a curta duração da 
hipnose produzida por um bólus de injeção IV de propofol (ver Cap. 13). O 
elevado fluxo sanguíneo, junto com a elevada lipossolubilidade do propo-
fol, permite-lhe distribuição rápida ao SNC e produz anestesia. A subse-
quente distribuição lenta aos músculos esqueléticos e ao tecido adiposo 
diminui a concentração plasmática, de modo que a concentração elevada 
no SNC se reduz, e a consciência é recuperada.
B. Permeabilidade capilar
A permeabilidade capilar é determinada pela estrutura capilar e pela na-
tureza química do fármaco. A estrutura capilar varia em termos de fração 
exposta da membrana basal com junções com frestas entre as células 
endoteliais. No fígado e no baço, uma fração significativa da membrana 
basal é exposta em razão de os capilares serem descontínuos e gran-
des, através dos quais podem passar grandes proteínas plasmáticas 
(Fig. 1.13A). No cérebro, a estrutura capilar é contínua, e não existem 
frestas (Fig. 1.13B). Para entrar no cérebro, o fármaco precisa passar 
através das células endoteliais dos capilares do SNC ou ser transporta-
do ativamente. Por exemplo, um transportador específico leva o fármaco 
levodopa para o interior do cérebro. Em contraste, fármacos lipossolúveis 
entram facilmente no SNC, pois se dissolvem na membrana das células 
endoteliais. Fármacos ionizados ou polares em geral fracassam tentando 
entrar no SNC, pois não conseguem passar através das células endo-
teliais, as quais não apresentam junção com frestas (Fig. 1.13C). Essas 
células intimamente justapostas formam junções estreitadas que consti-
tuem a barreira hematencefática.
C. Ligação de fármacos a proteínas plasmáticas e dos tecidos
 1. Ligação a proteínas plasmáticas: A ligação reversível às proteí-
nas plasmáticas fixa os fármacos de forma não difusível e retarda 
sua transferência para fora do compartimento vascular. A albumina 
é a principal proteína ligadora e pode atuar como uma reserva de 
fármaco (à medida que a concentração do fármaco livre diminui, 
devido à eliminação, o fármaco ligado se dissocia da proteína). 
Isso mantém a concentração de fármaco livre como uma fração 
constante do fármaco total no plasma.
 2. Ligação a proteínas dos tecidos: Vários fármacos se acumulam 
nos tecidos, levando a concentrações mais elevadas no tecido do 
que no líquido extracelular e no sangue. Os fármacos podem acu-
mular como resultado da ligação a lipídeos, proteínas ou ácidos 
nucleicos. Os fármacos também podem ser transportados ativa-
mente aos tecidos. Os reservatórios nos tecidos podem servir de 
fonte principal de fármaco e prolongar sua ação ou causar toxicida-
de local ao fármaco (p. ex., a acroleína, metabólito da ciclofosfami-
da, pode causar cistite hemorrágica porque se acumula na bexiga.)
D. Lipofilicidade
A natureza química do fármaco influencia fortemente a sua capacidade 
de atravessar membranas celulares. Os fármacos lipofílicos se movem 
Estrutura de capilares 
no fígado 
Estrutura de um 
capilar cerebral
Fármaco
ionizado
Fármacos
lipossolúveis
Passagem 
mediada por 
transportador
Processo podal do astrócito
Célula
endotelial
cerebral
Membrana basal
Permeabilidade de 
um capilar cerebral
Junção
estreitada
B
A
C
Fármaco
Célula
endotelial
Junção 
com fenda
Membrana
basal
Nas junções estreitadas, 
duas células adjacentes 
fundem de modo que as 
células são �sicamente 
unidas e formam uma 
parede contínua que 
impede vários fármacos 
de entrar no cérebro
Grandes frestas permitem aos 
fármacos mover-se entre o sangue 
e o interstício no fígado
Figura 1.13
Corte transversal de capilares 
hepáticos e cerebrais.
1
0,75
0,5
0,25
0 1 3 42
Co
nc
en
tr
aç
ão
 n
o 
pl
as
m
a
Injeção do fármaco em bolus
1,5
1,25
Fase de
eliminação
Fase de
distribuição
Tempo
Figura 1.12 
Concentrações do fármaco no soro 
após uma injeção única do fármaco. 
Admite-se que o fármaco se distribui 
e subsequentemente é eliminado.
Capitulo_01_Whalen.indd 10 25/04/2016 09:28:22
Farmacologia Ilustrada 11
mais facilmente através das membranas biológicas. Esses fármacos se 
dissolvem nas membranas lipídicas e permeiam toda a superfície celular. 
O principal fator que influencia a distribuição do fármaco lipofílico é o 
fluxo de sangue para aquela área. Em contraste, os fármacos hidrofílicos 
não penetram facilmente nas membranas celulares e devem passar atra-
vés de junções com fendas.
E. Volume de distribuição
O volume de distribuição aparente, Vd, é o volume de líquido necessário 
para conter todo o fármaco do organismo na mesma concentração pre-
sente no plasma. O Vd é calculado dividindo-se a dose que alcança a 
circulação sistêmica pela concentração no plasma no tempo zero (C0):
Vd =
quantidade de fármaco no organismo
C0
Embora o Vd não tenha base física ou fisiológica, pode ser útil para com-
parar a distribuição de um fármaco com os volumes dos compartimentos 
de água no organismo.
 1. Distribuição no compartimento aquoso do organismo: Logo 
que o fármaco entra no organismo, ele tem o potencial de distribuir-se 
em qualquer um dos três compartimentos funcionalmente distintos 
de água corporal, ou ser sequestrado em um local celular.
a. Compartimento plasmático: Se um fármaco tem massa mo-
lecular muito alta ou liga-se extensamente às proteínas, ele é 
muito grande para atravessar as fendas dos capilares e, as-
sim, é efetivamente aprisionado dentro do compartimento 
plasmático (vascular). Como resultado, ele tem um Vd baixo 
que se aproxima do volume de plasma, ou cerca de 4 L em 
um indivíduo com 70 kg. A heparina (ver Cap. 22) tem esse 
tipo de distribuição.
b. Líquido extracelular: Se um fármaco apresenta baixa massa 
molecular, mas é hidrofílico, ele pode passar através das fen-
das endoteliais dos capilares para o líquido intersticial. Contudo, 
fármacos hidrofílicos não podem se mover através das mem-
branas celulares lipídicas para entrar no líquido intracelular. Por 
isso, esses fármacos se distribuem em um volume que é a 
soma do volume de plasma com a água intersticial, os quais, 
juntos, constituem o líquido extracelular (cerca de 20% da mas-
sa corpórea, ou 14 L em uma pessoa com 70 kg). Os antimicro-
bianos aminoglicosídeos (ver Cap. 39) mostram esse tipo de 
distribuição.
c. Água corporal total: Se um fármaco apresenta baixa massa 
molecular e é lipofílico, ele pode se mover para o interstício 
através das fendas e também passar através das membranas 
celulares para o líquido intracelular. Esses fármacos se distri-
buem em um volume de cerca de 60% da massa corporal, ou 
cerca de 42 L em uma pessoa com 70 kg. O etanol tem este Vd.
 2. Volume de distribuição aparente: Um fármaco raramente se as-
socia de forma exclusiva a um único compartimento de água corpo-
ral. Ao contrário, a maioria dos fármacos se distribui em vários com-
partimentos, com frequência ligando-se avidamente a componentes 
A. Fluxo sanguíneo
A taxa de fluxo de sangue para os capilares dos tecidos varia ampla-
mente. Por exemplo, o fluxo de sangue para os órgãos ricos em vasos 
(cérebro, fígado e rins) é maior do que para os músculos esqueléticos. 
O tecido adiposo, a pele e as vísceras têm fluxo sanguíneo ainda menor. 
A variação no fluxo de sangue explica parcialmente a curta duração da 
hipnose produzida por um bólus de injeção IV de propofol (ver Cap. 13). O 
elevado fluxo sanguíneo, junto com a elevada lipossolubilidade do propo-
fol, permite-lhe distribuição rápida ao SNC e produz anestesia. A subse-
quente distribuição lenta aos músculos esqueléticos
e ao tecido adiposo 
diminui a concentração plasmática, de modo que a concentração elevada 
no SNC se reduz, e a consciência é recuperada.
B. Permeabilidade capilar
A permeabilidade capilar é determinada pela estrutura capilar e pela na-
tureza química do fármaco. A estrutura capilar varia em termos de fração 
exposta da membrana basal com junções com frestas entre as células 
endoteliais. No fígado e no baço, uma fração significativa da membrana 
basal é exposta em razão de os capilares serem descontínuos e gran-
des, através dos quais podem passar grandes proteínas plasmáticas 
(Fig. 1.13A). No cérebro, a estrutura capilar é contínua, e não existem 
frestas (Fig. 1.13B). Para entrar no cérebro, o fármaco precisa passar 
através das células endoteliais dos capilares do SNC ou ser transporta-
do ativamente. Por exemplo, um transportador específico leva o fármaco 
levodopa para o interior do cérebro. Em contraste, fármacos lipossolúveis 
entram facilmente no SNC, pois se dissolvem na membrana das células 
endoteliais. Fármacos ionizados ou polares em geral fracassam tentando 
entrar no SNC, pois não conseguem passar através das células endo-
teliais, as quais não apresentam junção com frestas (Fig. 1.13C). Essas 
células intimamente justapostas formam junções estreitadas que consti-
tuem a barreira hematencefática.
C. Ligação de fármacos a proteínas plasmáticas e dos tecidos
 1. Ligação a proteínas plasmáticas: A ligação reversível às proteí-
nas plasmáticas fixa os fármacos de forma não difusível e retarda 
sua transferência para fora do compartimento vascular. A albumina 
é a principal proteína ligadora e pode atuar como uma reserva de 
fármaco (à medida que a concentração do fármaco livre diminui, 
devido à eliminação, o fármaco ligado se dissocia da proteína). 
Isso mantém a concentração de fármaco livre como uma fração 
constante do fármaco total no plasma.
 2. Ligação a proteínas dos tecidos: Vários fármacos se acumulam 
nos tecidos, levando a concentrações mais elevadas no tecido do 
que no líquido extracelular e no sangue. Os fármacos podem acu-
mular como resultado da ligação a lipídeos, proteínas ou ácidos 
nucleicos. Os fármacos também podem ser transportados ativa-
mente aos tecidos. Os reservatórios nos tecidos podem servir de 
fonte principal de fármaco e prolongar sua ação ou causar toxicida-
de local ao fármaco (p. ex., a acroleína, metabólito da ciclofosfami-
da, pode causar cistite hemorrágica porque se acumula na bexiga.)
D. Lipofilicidade
A natureza química do fármaco influencia fortemente a sua capacidade 
de atravessar membranas celulares. Os fármacos lipofílicos se movem 
Estrutura de capilares 
no fígado 
Estrutura de um 
capilar cerebral
Fármaco
ionizado
Fármacos
lipossolúveis
Passagem 
mediada por 
transportador
Processo podal do astrócito
Célula
endotelial
cerebral
Membrana basal
Permeabilidade de 
um capilar cerebral
Junção
estreitada
B
A
C
Fármaco
Célula
endotelial
Junção 
com fenda
Membrana
basal
Nas junções estreitadas, 
duas células adjacentes 
fundem de modo que as 
células são �sicamente 
unidas e formam uma 
parede contínua que 
impede vários fármacos 
de entrar no cérebro
Grandes frestas permitem aos 
fármacos mover-se entre o sangue 
e o interstício no fígado
Figura 1.13
Corte transversal de capilares 
hepáticos e cerebrais.
Capitulo_01_Whalen.indd 11 25/04/2016 09:28:23
12 Whalen, Finkel & Panavelil
celulares – como lipídeos (abundantes em adipócitos e membranas 
celulares), proteínas (abundantes no plasma e nas células) e ácidos 
nucleicos (abundantes no núcleo das células). Por essa razão, o 
volume no qual o fármaco se distribui é denominado volume de dis-
tribuição aparente (Vd). O Vd é uma variável farmacocinética útil 
para calcular a dose de carga de um fármaco.
 3. Determinação do Vd: Como a depuração do fármaco geralmente é 
um processo de primeira ordem, pode-se calcular o Vd. A primeira 
ordem considera que uma fração constante do fármaco é elimina-
da por unidade de tempo. Este processo pode ser analisado de 
modo mais fácil lançando-se em um gráfico o log da concentração 
do fármaco no plasma (Cplasma) em relação ao tempo (Fig. 1.14). A 
concentração do fármaco no plasma pode ser extrapolada para o 
tempo zero (o momento da injeção IV) no eixo Y, para determinar 
C0, que é a concentração que teria sido alcançada se a fase de 
distribuição tivesse ocorrido instantaneamente. Isso permite o cál-
culo do Vd da seguinte maneira: 
Vd =
dose
C0
Por exemplo, se 10 mg de um fármaco são injetados em um pa-
ciente, e a concentração plasmática extrapolada para o tempo zero 
(C0) é igual a 1 mg/L (do gráfico na Fig. 1.14B), então Vd = 10 mg / 
1 mg/L = 10 L.
 4. Efeito de Vd na meia-vida (t1/2) do fármaco: O Vd tem influência 
importante na meia-vida do fármaco, pois a sua eliminação depen-
de da quantidade de fármaco ofertada ao fígado ou aos rins (ou 
outro órgão onde ocorra a biotransformação) por unidade de tem-
po. A oferta de fármaco aos órgãos de eliminação depende não só 
do fluxo sanguíneo, como também da fração de fármaco no plas-
ma. Se o fármaco tem um Vd elevado, a maior parte do fármaco 
está no espaço extraplasmático e indisponível para os órgãos ex-
cretores. Portanto, qualquer fator que aumente o Vd pode aumentar 
a meia-vida e prolongar a duração de ação do fármaco. (Nota: um 
valor de Vd excepcionalmente elevado indica considerável seques-
tro do fármaco em algum tecido ou compartimento do organismo.)
V. DEPURAÇÃO DE FÁRMACOS 
POR MEIO DA BIOTRANSFORMAÇÃO
Logo que o fármaco entra no organismo começa o processo de eliminação. 
As três principais vias de eliminação são biotransformação hepática, elimina-
ção biliar e eliminação urinária. Juntos, esses processos de eliminação dimi-
nuem exponencialmente a concentração no plasma. Ou seja, uma fração 
constante do fármaco presente é eliminada por unidade de tempo (Fig. 1.14A). 
A maioria dos fármacos é eliminada de acordo com uma cinética de primeira 
ordem, embora alguns, como o ácido acetilsalicílico em doses altas, sejam 
eliminados de acordo com cinética de ordem zero ou não linear. A biotrans-
formação gera produtos com maior polaridade, que facilita a eliminação. A 
depuração (clearance – CL) estima a quantidade de fármaco depurada do 
organismo por unidade de tempo. A CL total é uma estimativa composta que 
reflete todos os mecanismos de eliminação do fármaco e é calculada pela 
seguinte equação:
A
B
4
3
2
1
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
t1/2
0 1 3 42
C0 = 
4
2
1
1
0
0
1 3 42
Tempo
Co
nc
en
tr
aç
ão
 n
o 
pl
as
m
a
Injeção rápida
do fármaco
Tempo
Co
nc
en
tr
aç
ão
 n
o 
pl
as
m
a 
(C
p)
Injeção rápida do fármaco
Fase de
distribuição
Fase de
eliminação
A meia-vida (tempo necessário para
reduzir à metade a concentração do
fármaco no plasma) é igual a 0,69 Vd/CL
A maioria dos fármacos
apresenta diminuição
exponencial na concen-
tração em função do 
tempo, durante a fase 
de eliminação
Extrapolação até o
tempo “0” fornece o C0,
o valor hipotético de
concentração do fárma-
co previsto se a distri-
buição fosse alcançada
instantaneamente
Figura 1.14
Concentrações do fármaco no plasma 
após uma injeção única de um 
fármaco no tempo zero. A. Os dados 
de concentração foram lançados em 
uma escala linear. B. Os dados de 
concentração foram lançados em 
uma escala logarítmica.
Capitulo_01_Whalen.indd 12 25/04/2016 09:28:23
Farmacologia Ilustrada 13
CL = 0,693 Vd/t1/2
onde t½ é a meia-vida de eliminação, Vd é o volume de distribuição aparen-
te, e 0,693 é a constante log natural. A meia-vida do fármaco é usada com 
frequência para medir a CL do fármaco porque, para vários fármacos, Vd é 
uma constante.
A. Cinética da biotransformação
 1. Cinética de primeira ordem: A transformação metabólica dos fár-
macos é catalisada por enzimas, e a maioria das reações obedece 
à cinética de Michaelis-Menten:
v = velocidade de biotransformação do fármaco =
Vmáx [C]
Km + [C]
Na maioria das situações clínicas, a concentração
do fármaco, [C], 
é muito menor do que a constante de Michaelis, Km, e a equação se 
reduz para: 
v = velocidade de biotransformação =
Vmáx [C]
Km
Isto é, a velocidade de biotransformação do fármaco é diretamen-
te proporcional à concentração do fármaco livre, e é observada 
uma cinética de primeira ordem (Fig. 1.15). Isso indica que uma 
fração constante do fármaco é biotransformada por unidade de 
tempo (isto é, a cada meia-vida, a concentração se reduz em 
50%). A cinética de primeira ordem também é referida como ciné-
tica linear.
 2. Cinética de ordem zero: Com poucos fármacos, como o ácido 
acetilsalicílico, o etanol e a fenitoína, as doses são muito grandes. 
Por isso, [C] é muito maior do que Km, e a equação de velocidade 
se torna a seguinte: 
V = velocidade de biotransformação do fármaco = = Vmáx
Vmáx [C]
[C]
A enzima é saturada pela concentração elevada de fármaco livre, e 
a velocidade da biotransformação permanece constante no tempo. 
Isso é denominado cinética de ordem zero (também denominado 
de cinética não linear). Uma quantidade constante de fármaco é 
biotransformada por unidade de tempo. A velocidade de elimina-
ção é constante e independe da concentração do fármaco. 
B. Reações da biotransformação de fármacos
Os rins não conseguem eliminar os fármacos lipofílicos de modo eficien-
te, pois estes facilmente atravessam as membranas celulares e são reab-
sorvidos nos túbulos contorcidos distais. Por isso, os fármacos lipossolú-
veis sao primeiramente biotransformados no fígado em substâncias mais 
polares (hidrofílicas), usando dois grupos gerais de reações, denomina-
dos fase I e fase II (Fig. 1.16).
100
0
50
0
Para a maioria dos fármacos, a concen-
tração no plasma é menor do que o Km 
e a eliminação é de primeira ordem, 
isto é, proporcional à dose do fármaco
Poucos fármacos, como ácido acetil-
salicílico, etanol e fenitoína, têm do-
sagens muito elevadas. Por isso, a 
concentração do fármaco no plasma 
é muito maior do que o Km, e as suas 
biotransformações são de ordem zero,
isto é, constante e independente da 
dose do fármaco
Dose dofármaco
V
el
oc
id
ad
e 
de
 
bi
ot
ra
ns
fo
rm
aç
ão
 d
o 
fá
rm
ac
o
Figura 1.15
Efeitos da dose do fármaco na 
velocidade da sua biotransformação.
Capitulo_01_Whalen.indd 13 25/04/2016 09:28:24
14 Whalen, Finkel & Panavelil
 1. Fase I: As reações de fase I convertem fármacos lipofílicos em 
moléculas mais polares, introduzindo ou desmascarando um grupo 
funcional polar, como –OH ou –NH2. As reações de fase I em geral 
envolvem redução, oxidação ou hidrólise. A biotransformação de 
fase I pode aumentar ou diminuir a atividade farmacológica, ou ain-
da não ter efeito sobre ela.
a. Reações de fase I utilizando o sistema P450: As reações de 
fase I envolvidas com maior frequência na biotransformação de 
fármacos são catalisadas pelo sistema citocromo P450 (tam-
bém denominado oxidases microssomais de função mista). O 
sistema P450 é importante para a biotransformação de vários 
compostos endógenos (como esteroides, lipídeos) e para a 
biotransformação de substâncias exógenas (xenobióticos). O 
citocromo P450, designado como CYP, é uma superfamília de 
isoenzimas contendo heme presentes na maioria das células, 
mas principalmente no fígado e no TGI.
1) Nomenclatura: O nome da família é indicado pelo algaris-
mo arábico que segue a sigla CYP, e a letra maiúscula de-
signa a subfamília; por exemplo, CYP3A (Fig. 1.17). Um 
segundo algarismo indica a isoenzima específica, como 
em CYP3A4.
2) Especificidade: Como há vários genes diferentes que co-
dificam múltiplas enzimas, há várias isoformas P450 dife-
rentes. Essas enzimas têm a capacidade de modificar um 
grande número de substratos estruturalmente distintos. 
Além disso, um fármaco individual pode ser substrato para 
mais de uma isoenzima. Quatro isoenzimas são responsá-
veis pela ampla maioria das reações catalisadas pelo 
P450: CYP3A4/5, CYP2D6, CYP2C8/9 e CYP1A2 (Fig. 
1.17). Quantidades consideráveis de CYP3A4 são encon-
tradas na mucosa intestinal, respondendo pela biotransfor-
mação de primeira passagem de fármacos como a clorpro-
mazina e o clonazepam.
3) Variabilidade genética: As enzimas P450 exibem consi-
derável variabilidade genética entre indivíduos e grupos 
raciais. Variações na atividade de P450 podem alterar a 
eficácia dos fármacos e o risco de efeitos adversos. A 
CYP2D6, em particular, revela polimorfismo genético. Mu-
tações na CYP2D6 resultam em capacidade muito baixa de 
biotransformar substratos. Algumas pessoas, por exemplo, 
CYP2D6
19%
CYP2C8/9
16%
CYP1A2
11%
CYP2C19
8%
CYP2E1
4%
CYP2B6
3%
CYP2A6
3%CYP3A4/5
36%
Figura 1.17
Contribuição relativa das isoformas 
de citocromos P450 (CYP) na 
biotransformação de fármacos. 
Fármaco 
(Lipofílico) Fase I Fase II
Produtos de
conjugação 
(hidrossolúvel)
Oxidação, 
redução e/ou 
hidrólise 
(polar)
Alguns fármacos entram 
diretamente na Fase II 
de biotransformação
O fármaco conjugado
geralmente é inativo
Após a Fase I, o fármaco pode ser ativado, permanecer 
inalterado ou, com mais frequência, inativado
Figura 1.16
Biotransformação dos fármacos.
Capitulo_01_Whalen.indd 14 25/04/2016 09:28:25
Farmacologia Ilustrada 15
não obtêm benefício do analgésico opiáceo codeína, por-
que não têm a enzima CYP2D6 que o ativa. Polimorfismos 
similares foram caracterizados para a subfamília CYP2C. 
Por exemplo, o clopidogrel tem a advertência de que os 
pacientes que são maus biotransformadores pela CYP2C19 
têm maior incidência de eventos cardiovasculares (p. ex., 
choque ou infarto do miocárdio) quando usam esse fárma-
co. O clopidogrel é um pró-fármaco, e a ativação pela 
CYP2C19 é necessária para convertê-lo no metabólito ati-
vo. Embora a CYP3A4 exiba uma variabilidade entre indiví-
duos maior que 10 vezes, nenhum polimorfismo foi identifi-
cado para essa isoenzima P450.
4) Indutores: As enzimas dependentes de CYP450 são um alvo 
importante de interações farmacocinéticas de fármacos. Uma 
dessas interações é a indução de isoenzimas CYP-específicas. 
Xenobióticos (substâncias químicas que não são produzidas 
nem deveriam estar presentes normalmente no organismo, 
como poluentes ambientais) podem induzir a atividade dessas 
enzimas. Certos fármacos (p. ex., fenobarbital, rifampicina e 
carbamazepina) são capazes de aumentar a síntese de uma ou 
mais isoenzimas CYP. Isso resulta no aumento da biotransfor-
mação de fármacos e pode levar a reduções significativas nas 
concentrações plasmáticas dos fármacos biotransformados por 
essas isoenzimas CYP, com concomitante redução do efeito 
farmacológico. Por exemplo, a rifampicina, um fármaco antitu-
berculose (ver Cap. 41), diminui de modo significativo a concen-
tração plasmática dos inibidores de HIV protease, diminuindo, 
assim, sua capacidade de suprimir a replicação do HIV. A erva-
-de-são-joão é um fitoterápico amplamente usado e é um indu-
tor potente da CYP3A4. Várias interações com fármacos são 
relatadas devido ao uso simultâneo da erva-de-são-joão. A Fi-
gura 1.18 lista alguns dos mais importantes indutores para iso-
enzimas CYP representativas. As consequências do aumento 
da biotransformação de fármacos incluem 1) menor concentra-
ção do fármaco no plasma; 2) menor atividade do fármaco, se o 
metabólito é inativo; 3) aumento da atividade, se o metabólito é 
ativo; e 4) redução do efeito terapêutico do fármaco.
5) Inibidores: A inibição da atividade das isoenzimas CYP é 
uma fonte importante de interações de fármacos que leva a 
efeitos adversos graves. A forma mais comum de inibição é 
pela competição pela mesma isoenzima. Alguns fármacos, 
contudo, são capazes de inibir reações das quais nem são 
substratos (p. ex., cetoconazol), provocando interações. Nu-
merosos fármacos são capazes de inibir uma ou mais vias de 
biotransformação CYP-dependente da varfarina. Por exem-
plo, o omeprazol é um inibidor importante de três das isoenzi-
mas CYP responsáveis pela biotransformação da varfarina. 
Se os dois fármacos são tomados

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