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FUCAP – FACULDADE CAPIVARI GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO DE CASO NO MERCADO BUSS-ME RAMON PIRES DE OLIVEIRA MARCELO NASARIO OURIQUES Capivari de Baixo, junho de 2017 RAMON PIRES DE OLIVEIRA MARCELO OURIQUES NASARIO GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO DE CASO NO MERCADO BUSS-ME Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Faculdade Capivari, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis. Orientação de: Prof. Dr. Aladim Rocha de Jesus. Capivari de Baixo, junho de 2017 RESUMO A finalidade deste trabalho é ressaltar a importância na escolha de um sistema informatizado prático e eficiente para auxiliar na gestão de estoque de um estabelecimento. Isso é crucial para as vendas de mercadorias e também auxilia o gestor nas tomadas de decisão, garantindo um bom retorno financeiro para a empresa. O objetivo da pesquisa foi apresentar a rotina do controle de estoque do Mercado Buss – ME e apontar possíveis melhorias, caso fossem identificados problemas que pudessem interferir no crescimento da empresa. Para a elaboração do trabalho, foi utilizada pesquisa bibliográfica, com a qual se buscaram mais informações sobre o controle de estoque, conciliando a teoria com a prática, aplicando esses conhecimentos na empresa em estudo. Como o objeto de estudo não possui controle algum para administrar seu estoque, indicou-se o sistema informatizado denominado NeoGrid, o qual auxilia no planejamento, armazenagem e controle de todo o estoque. Concluiu-se que é importante a implantação de sistemas informatizados que tragam ferramentas que auxiliem no controle de estoques, armazenagem, reposição, compra, em suma, de toda a logística da empresa, o que pode causar um impacto positivo em seu desenvolvimento e crescimento e em diversas outras que passam pelos mesmos problemas. Palavras-chave: Gestão de estoque. Controle de estoque. Armazenagem. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 7 2 EMBASAMENTO TEÓRICO .......................................................................................... 8 2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE ......................................................... 8 2.1.1 O desenvolvimento da contabilidade no Brasil .......................................................... 9 2.1.2 Objeto da contabilidade .............................................................................................. 10 2.1.3 Objetivo e finalidade da Contabilidade ..................................................................... 10 2.1.4 Usuários da Contabilidade ......................................................................................... 10 2.1.5 Conceitos a Teoria Contábil ....................................................................................... 11 2.1.6 A contabilidade como ciência social .......................................................................... 11 2.2 RAMOS DA CONTABILIDADE ................................................................................... 11 2.2.1 Contabilidade Financeira ........................................................................................... 12 2.2.2 Contabilidade Fiscal e Tributária .............................................................................. 12 2.2.3 Contabilidade Gerencial ............................................................................................. 13 2.2.4 Contabilidade de custos .............................................................................................. 13 2.3 ESTOQUE ....................................................................................................................... 14 2.3.1 Conceito em Gestão de Estoque ................................................................................. 14 2.4 CRITÉRIOS DE ESTOQUE ........................................................................................... 14 2.4.1 Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS) ......................................................... 14 2.4.2 Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS) ............................................................ 15 2.4.3 Custo Médio ................................................................................................................. 15 2.5 ESTOQUE DE SEGURANÇA ........................................................................................ 15 2.6 DEMANDA ..................................................................................................................... 15 2.7 LOGÍSTICA .................................................................................................................... 16 2.8 SISTEMA DE INFORMAÇÃO ...................................................................................... 16 3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA ................................................................... 16 3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO .................................................................... 17 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................................................... 18 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: HISTÓRIA DA EMPRESA......18 4.1.1 Organograma da empresa .......................................................................................... 20 4.1.2 Métodos utilizados atualmente pela empresa ........................................................... 20 4.1.3 Como funciona o estoque atualmente? ...................................................................... 21 4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 23 4.2.1 Empresa NeoGrid ........................................................................................................ 23 4.2.2 Conhecendo o sistema NeoGrid. ................................................................................ 24 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 30 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 31 7 1 INTRODUÇÃO Desde o início dos tempos, a contabilidade surge para controlar e verificar as necessidades da gestão do patrimônio do homem. O objetivo da contabilidade é analisar as variações do patrimônio das entidades, auxiliando e transmitindo informações importantes nas tomadas de decisão das empresas, registrando e controlando o mesmo e, além disso, passando todas as informações ocorridas no mês corrente, analisando fatores que foram alcançados e verificando os possíveis acontecimentos futuros. Segundo Gonçalves e Baptista (2007), no decorrer das décadas, a contabilidade vem sendo definida como uma forma de arte, técnica ou ciência. É considera também uma ciência, porque utiliza métodos científicos de investigação apropriados. Estuda as variantes dos patrimônios e apresenta formas verídicas e confiáveis para sua aplicação, solucionando possíveis problemas nas finanças. De acordo com Martins (2003), para a apuração do resultado de cada período, bem como o levantamento final de todo o patrimônio, bastava-se realizar o levantamento dos estoques em termos físicos, já que sua medida em valores monetários era simplificado. O assunto em questão é: Um sistema que auxilie na gestão de estoque como um todo. Com ele será abordado tudo que diz respeito ao estoque. A escolha desse tema se deve ao fato de ser uma área importante que está presente em grande parte das entidades. Tem muita relevância para a área contábil, pois dentro da contabilidade se estuda os estoques dasentidades, sendo feito um balanço, analisando o que tem-se fisicamente, o que foi vendido e também apurando as quebras e desperdícios. No setor contábil, são inúmeras as dificuldades encontradas, principalmente pelas pequenas empresas. Na maioria das vezes, o empreendedor não possui nenhum entendimento sobre planejamento financeiro e contábil do negócio, bem a respeito de gestão, o que acaba gerando graves problemas, porque as decisões não são tomadas com segurança. Uma boa gestão de estoque em um estabelecimento é crucial para as vendas de mercadorias e também auxilia o gestor nas tomadas de decisão, garantindo um bom retorno financeiro para a empresa. O objetivo geral desta pesquisa é apresentar a rotina do controle de estoque do Mercado Buss – ME, e apontar possíveis melhorias. Para atender ao objetivo geral, tem-se como objetivos específicos: analisar a forma de controle de estoque utilizada pelo Mercado Buss atualmente; propor a implantação de um sistema que auxilie na gestão de estoque. 8 A entidade estudada não conta com nenhum sistema adequado para seu planejamento geral, apresentando um grave problema no planejamento financeiro, consequência do fato de possuir uma estrutura de organização muito simples, não sendo possível saber se a empresa vem apresentando bons resultados. A pesquisa contribuirá para que a empresa faça melhor controle em seus estoques, obtendo, por esse meio, informações importantes para tomar suas decisões no dia-a-dia. Busca-se trazer melhorias para o estabelecimento em questão, orientado o proprietário a conduzir sabiamente o estoque para que, assim, amplie suas vendas, fazendo uma boa análise do que se tem e o que pode ser mudado. 2 EMBASAMENTO TEÓRICO Conforme Iudícibus (2003), a contabilidade teve origem na necessidade do ser humano em gerir suas contas do patrimônio. Os primeiros registros contábeis surgiram em lugares como fazendas, sítios ou até mesmo os negócios locais nas grandes cidades em épocas passadas. A ferramenta da contabilidade se tornou cada vez mais comum e indispensável para o homem, administrando seus resultados eficiente e eficazmente por meio de análise mais clara o patrimônio de sua entidade. Para Sá (2002), a contabilidade é tão remotamente antiga quanto as origens da civilização. Ela vista como uma das profissões mais importantes para a sociedade, considerada uma das primeiras conhecidas pelo homem, pois com ela se conseguia prever futuras perdas e prejuízos, facilitando à gestão alcançar um melhor resultado. 2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE A Contabilidade já estava inserida na vida do homem bem antes mesmo de ele saber escrever ou calcular. Isso é comprovado há muitos anos atrás, através de desenhos, inscrições, pinturas e rabiscos nas paredes das grutas. Segundo Sá (2002), por volta de 20.000 anos atrás, a civilização primitiva já dispunha de alguns instrumentos usados para evidenciar suas conquistas e riqueza. Ainda de acordo com Sá (2002), há mais de 6000 anos o comércio já era intenso e o controle da Igreja era muito grande, o que dava origem à quantidade de fatos a registrar e também ao desenvolvimento da escrita contábil. Muitos registros eram feitos em peças de argila e se calculava o quanto se gastava. 9 Segundo Iudícibus (2003), para alguns historiadores os primeiros sinais objetivos de contas datam aproximadamente 2000 anos A.C. É possível localizar os primeiros exemplos completos de contabilidade na civilização da Suméria e Babilônia. A contabilidade teve uma evolução muito lenta até o surgimento da moeda. Nessa época, as mercadorias eram negociadas de forma simples, na qual os comerciantes anotavam suas obrigações e deveres perante terceiros em um inventário físico. Para que a contabilidade chegasse até o que é hoje, suas formas de registros e cálculos passaram por muitas transformações e ajustes desde o princípio. Mas o marco básico da contabilidade teve início em 1494, na cidade de Veneza, na Itália. Quando Luca Paccioli desenvolveu o método das partidas dobradas a partir do inventário. Paccioli é considerado o pai dos autores da contabilidade. A partir da sua obra, muitos autores aperfeiçoaram um detalhe ou outro, mas sua obra permanece intacta até os dias de hoje (SCHIMIDT, 2000). 2.1.1 O desenvolvimento da contabilidade no Brasil A Contabilidade brasileira pode ser dividida em dois grandes momentos: o período que vai desde o Descobrimento do Brasil até o ano de 1964 e o período que se inicia em 1964, quando foi introduzido um novo método de ensino da Contabilidade no país (SÁ, 2002). Segundo Iudícibus (2003), após a Proclamação da República, uma série de eventos influenciou o desenvolvimento da Contabilidade no Brasil, dentre eles a criação de um curso regular que oficializava a profissão contábil pelo Grêmio dos Guarda-Livros de São Paulo. Em 1902, surge a Escola Prática de Comércio, que conta com o apoio de inúmeras personalidades e instituições sob a influência da escola italiana. Outro ponto de destaque foi o reconhecimento oficial dos cursos de Guarda-Livros e de Perito-Contador da Escola Prática de Comércio em 1905. Schimidt (2000) afirma que a segunda etapa do desenvolvimento da Contabilidade no Brasil teve início em 1964, quando o professor José da Costa Boucinhas introduziu um novo método de ensino contábil, seguindo a linha norte-americana, baseado no livro Introductory Accounting, de Finney & Miller. O ano de 1976 foi muito importante para a Contabilidade brasileira por causa da publicação, em 15 de dezembro, da nova Lei das Sociedades por Ações. Essa lei incorpora normas e práticas contábeis, representando um dos maiores avanços para a área da Contabilidade e incorporando, definitivamente, as tendências da Escola Americana. 10 2.1.2 Objeto da contabilidade A contabilidade tem como objeto o patrimônio das Entidades econômico- administrativas. De acordo com Schimidt (2000), o Patrimônio é um conjunto de meios e recursos materiais e imateriais que visam à satisfação das necessidades da atividade de uma Entidade. Os fenômenos que ocorrem com o patrimônio, como riqueza das células sociais, são o objeto de estudos da ciência contábil. Para Iudícibus (2003), na contabilidade, o objeto será sempre o patrimônio da entidade, representado por um conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros. 2.1.3 Objetivo e finalidade da Contabilidade Seu objetivo é permitir o estudo e o controle dos fatos decorrentes da gestão do patrimônio das empresas, com a finalidade de propiciar a obtenção de informações econômicas e financeiras acerca da entidade (FRANCO, 1997). Para Sá (2002), tais finalidades não alcançam somente as áreas da informação, mas também as da explicação dos fenômenos patrimoniais. A informação sofre efeitos, enquanto a explicação só se vale da essência de apresentar a verdade sobre os acontecimentos tidos com a riqueza do patrimônio. 2.1.4 Usuários da Contabilidade Segundo Iudícibus (2003), os usuários podem ser tanto internos quanto externos: Usuários internos: são as pessoas que compõem a entidade, como é o caso do gerente e do diretor, que usam a contabilidade para ajudar no seu processo de tomada de decisão. Os administradores e os diretores estudam, com as informações da contabilidade, se é possível determinar o fechamento de uma filial ou fazer novos investimentos. Usuários externos: são as pessoas que utilizam as informações contábeis para seu processo decisório. O acesso às informações é mais limitado por possuir uma menor possibilidade de obter informações sobre a entidade. Um instrumento importante para esses usuários são as demonstrações financeiras. Ex: fornecedores, bancos, novos acionistas. O mais interessado dos usuários da contabilidade é o Governo. 11 2.1.5 Conceitos a Teoria Contábil Schimidt (2000) descreve que a Teoria da Contabilidadeé um conjunto de princípios hipotéticos, conceituais e programáticos que formam um quadro geral de referência para a investigação da natureza da contabilidade. A Teoria é o conjunto de conhecimentos que dão a explicação completa de uma arte ou ciência. A Prática é a execução das regras e dos princípios de uma arte ou ciência, ou simplesmente a aplicação da teoria. A finalidade da teoria é estudar, sob a orientação de um método próprio, a natureza do patrimônio, a função do organismo de uma empresa, o controle do movimento, a criação de uma terminologia própria e adequada, a elaboração de um plano de contas, de forma que da sua aplicação, a qualquer momento, possa-se analisar a evolução do patrimônio. Estuda-se teoria com a finalidade de obter conhecimento intelectual para que seja aplicada de forma correta e simples na prática do processo contábil. Sem a teoria, a contabilidade não teria foco nem direção, nem as demonstrações contábeis teriam padrões ou muito menos atenderiam às normas técnicas (SÁ, 2002). 2.1.6 A contabilidade como ciência social Franco (1997) já conceituava com os seguintes dizeres: Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e variação, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. Nesse sentido, pode-se entender a contabilidade como uma ciência que estuda e controla o patrimônio, representando-o de forma sistemática para servir como instrumento básico para a tomada de decisões de todos os seus potenciais usuários. Segundo Sá (2002), a contabilidade é ciência porque atende aos requisitos que classificam o conhecimento como tal, assim sendo conhecida pelas academias, intelectuais e gênios da humanidade. A ciência também é um conjunto de teorias, e a contabilidade possui muitas delas. 2.2 RAMOS DA CONTABILIDADE Para Franco (1997), muitos que não são da profissão da contabilidade, ou que ainda 12 estão em dúvida em segui-la ou não, imaginam que a área contábil atua somente com cálculos e balanços patrimoniais, mas enganam-se, pois a relação do contador com gestão de pessoas é um diferencial que o evidencia para o mercado de trabalho. Segundo Marion (2008), na contabilidade geral e financeira, o profissional contábil além de atuar na parte econômica, tem um alcance social amplo, informando a sociedade como certas entidades utiliza os recursos conferidos pelos sócios. Sendo assim, exerce um papel fundamental dentro da sociedade. Há várias atuações dentro da contabilidade nas quais os profissionais da área podem especializar-se com mais aprofundamento isso Depende da identificação de cada profissional com determinado campo de atuação, como se pode observar em algumas das áreas mais comuns da contabilidade, a seguir: 2.2.1 Contabilidade Financeira Martins (2001) confirma que a natureza das informações da contabilidade gerencial é mais subjetiva e relevante. A contabilidade gerencial se diferencia da contabilidade financeira devido ao fato desta estar ligada diretamente à situação real da empresa. Segundo Crepaldi (2011), a entidade existe sempre em prol dos empresários. A contabilidade financeira tem como objetivo adequar um planejamento a fim de aumentar o capital dos empresários. O setor financeiro está envolvido em todos os aspectos importantes da entidade. Sendo assim, os administradores jamais poderão executar as ações sem as devidas informações financeiras. Para Stickney e Weil (2001), há uma série de pessoas envolvidas na contabilidade financeira. Os usuários que deverão estar presentes são: um investidor na ação de uma empresa; um banco que esteja disposto a lhe fornecer empréstimos quando necessários; clientes para fazer o giro das mercadorias; ter convênios em sindicatos para que os respectivos trabalhadores sejam assegurados enquanto houver acordos salariais; autoridades tributárias para averiguar imposto de renda, e concorrentes que estejam interessados na fatia de mercado e lucros das mercadorias da entidade. 2.2.2 Contabilidade Fiscal e Tributária O contador, para Pêgas (2007), auxilia na administração da empresa pela adoção do planejamento tributário e político que visam minimizar os custos tributários, direcionando 13 suas ações para as disponibilidades legais e constitucionais. As alternativas legais têm de ser avaliadas de forma estrutural e organizacional pelo volume de recursos gerados pela atividade econômica da empresa, lembrando sempre que cada empresa deve levar em consideração o custo-benefício, que varia muito em função dos valores envolvidos. Segundo Fabretti (2015), o setor fiscal e tributário é um conjunto de ações que reúne tudo o que diz respeito ao patrimônio da entidade e às variações nela contidas. Tem a obrigação de demonstrar ao fisco toda sua movimentação mensal. Tem o cumprimento de regras da legislação como: a Legislação Federal e Normas Tributarias da União; Legislação Contábil entre outras. 2.2.3 Contabilidade Gerencial Segundo Iudícibus (1987), a contabilidade gerencial, em um sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir informações que se encaixem de maneira válida e efetiva no modelo decisório do administrador. Porém, atente-se que cada empresa tem sua peculiaridade, sua característica, seu ponto fraco e forte, e cabe ao gestor estudar as informações contábeis que a entidade proporciona. Conforme Pizzolato (2000), a contabilidade gerencial trabalha com informação contábil que pode ser útil para administração e auxilia os gestores a controlar toda a área gerencial da entidade. É o conjunto de informações contábeis para circulação interna, modificada com o propósito assessorar os gerentes no processo decisório. 2.2.4 Contabilidade de custos Contabilidade de custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e serviços com a função de informar com precisão e rapidez à administração para o auxílio na tomada de decisões (BRUNI; FAMÁ, 2008). Segundo Wernke (2004), na parte de indústria, os fatores ligados à produção são matérias-primas, salários e encargos dos funcionários da fábrica, e no processo produtivo, são as máquinas, os móveis e os utensílios usados para a produção, assim diferenciando os gastos e as despesas usadas pela empresa. Logo, pode-se afirmar que a contabilidade de custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e/ou serviços. Sua principal função é 14 fornecer informações úteis e rápidas para os administradores para, assim, efetivarem com mais certeza a tomada de decisões. É voltada para a análise de gastos da entidade no decorrer de suas operações (CREPALDI, 2004). 2.3 ESTOQUE O termo estoque é usado para designar um montante de produtos ou mercadorias da entidade que nela são estocados, o armazenamento. Geralmente é feito em depósitos separados do estabelecimento de vendas. Para Iudícibus (2003), o estoque é representado pelo conjunto de matérias-primas, produtos em fabricação, produtos prontos, material de aplicação e material de embalagem, nas indústrias, e pelas mercadorias, nas empresas comerciais. Não ter a mercadoria disponível implica perda de venda imediata e, consequentemente, o consumidor final irá até outro estabelecimento. Além disso, fica na memória do cliente a imagem da falta do produto final, perdendo também possíveis vendas futuras. 2.3.1 Conceito em Gestão de Estoque Conforme Iudícibus (2003), o controle de estoques é o procedimento usado para fiscalizar, gerir a entrada e saída de produtos da empresa, que pode acontecer tanto em indústrias como no comércio varejista e de atacado. A gestão adequada do estoque serve parater-se o controle de toda matéria-prima, produção e mercadorias vendidas ou revendidas. Conforme Martins (2003), a gestão de estoque se constitui em ações que permitem ao gestor observar se está sendo usado corretamente o estoque da entidade, assim como bem alocado e estabelecido em ambientes apropriados para cada tipo de produto. 2.4 CRITÉRIOS DE ESTOQUE Segundo Martins (2003), a gestão busca não deixar os estoques parados ou sem giro, ou seja, tentando manter um fluxo ativo dos produtos. Para se obter melhor controle do estoque, adota-se alguns critérios, como: 2.4.1 Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS) Esse método de avaliação é atribuído aos produtos com custos mais recentes, e para 15 melhor defini-lo é usado o termo “Primeiro que Entra, Primeiro que Sai”, que tem origem inglesa (CREPALDI, 1999). Para Leone (2000), o estoque final com valor superior terá consequentemente um custo de vendas mais baixo; contudo, terá maior lucro. Talvez a maior vantagem desse critério é que se ajusta ao fluxo físico dos produtos na maior parte das vezes. 2.4.2 Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS) Para Martins (2001), este outro critério de avaliação é diferente do anterior citado. É utilizado no controle interno dos estoques, atribuído às mercadorias com os custos mais antigos. Para definir melhor o termo, que também é de origem inglesa, “Último que entra, Primeiro que Sai”. Segundo Leone (2000), aplicando-se esse método onde se encontra uma alta inflação, o lucro do período será melhor refletido. Ele não se ajusta ao fluxo físico de mercadorias, pois é um fluxo de custos e não de mercadorias. 2.4.3 Custo Médio Neste critério, os produtos que são armazenados em seus estoques serão sempre analisados pela média de custo de aquisição, sempre quando for feita uma nova compra de mercadorias. Com esse método, sempre quando for efetuada uma aquisição por custo unitário diferente dos produtos já existentes no estoque, o seu custo médio do estoque mudará (RIBEIRO, 2005). 2.5 ESTOQUE DE SEGURANÇA Estoque de segurança, segundo Barbosa (2012), compõe parte dos estoques e é utilizado somente no fim do ciclo de ressuprimento, no caso de haver uma demanda subestimada. Assim, cobrirá eventuais problemas como esse ou será necessário ainda se houver falha na entrega do pedido por greves na alfândega, trânsito ou problemas com fornecedor. 2.6 DEMANDA Conforme Viana (2002), a demanda de uma empresa tem associação com o consumo, 16 pois para realizar-se a previsão de demanda, é necessário ter informações adequadas no que diz respeito ao consumo. Levam-se em conta dois aspectos fundamentais para a realização da demanda: primeiro, averiguar sua evolução e os afastamentos da empresa, analisando tipos de funções da própria demanda. 2.7 LOGÍSTICA Segundo Bowersox e Closs (2001), hoje a logística não é vista somente como distribuição de materiais, mas sim como administração de materiais e distribuição física. A ligação entre setores de produção, armazenagem, compras, financeiro e marketing se tornaram mais estreitas, aproximando, assim, o conceito e prática da logística, que no início eram duas coisas distintas. 2.8 SISTEMA DE INFORMAÇÃO Segundo Pozo (2010), as funções logísticas dentro de uma empresa não poderiam ser eficientes sem as informações necessárias de custo e desempenho. Essas informações são essenciais para o planejamento e controle logístico. A função que permitirá o sucesso da ação logística dentro de uma organização para que ela possa operar eficientemente são as informações necessárias de custo, procedimentos e desempenho essenciais para correto planejamento e controle logístico. Com uma base de dados bem estruturados, as informações sobre clientes, vendas, padrões de entregas e níveis dos estoques e as disponibilidades físicas e financeiras servirão como base na eficiência da administração das atividades primárias e de apoio. 3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA O presente capítulo trata da metodologia usada na pesquisa, considerando o enquadramento metodológico e os procedimentos metodológicos. De acordo com Ruiz (2006), nem todos os ramos de estudo que empregam esses métodos são ciências. Dessa forma, conclui-se que a utilização de métodos científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos. Ainda de acordo com Ruiz (2006), a palavra método é de origem grega e pode ser entendido como um conjunto de normas-padrão que devem ser satisfeitas, caso se deseje que 17 a pesquisa seja tida por adequadamente conduzida e capaz de levar a conclusões merecedoras de adesão racional. 3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO Quanto à natureza do objetivo, pode-se afirmar que esta é uma pesquisa exploratória. Segundo Gil (2002), esse tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar mais familiaridade com o problema e com a finalidade de reunir mais conhecimento ou informações até então desconhecidas. No que tange à natureza da pesquisa, trata-se de um estudo teórico e prático, pois parte de pesquisas em livros e artigos científicos da área contábil, buscando conceitos e teorias. O objetivo da pesquisa teórica é ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturais, sistemas e modelos teóricos, gerar novas hipóteses por força de dedução lógica (GONÇALVES, 1998). Gil (2002) nos diz que a pesquisa prática tem por objetivo pesquisar, comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos e fazer a sua aplicação às diferentes necessidades humana. Com relação à lógica do estudo, tem-se que esta é uma pesquisa dedutiva. Sendo que o pensamento é dedutivo quando a partir de enunciados mais gerais dispostos ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega a uma conclusão particular ou menos geral (RUIZ, 2006). A coleta de dados foi feita a partir de fontes primárias, as quais correspondem à literatura primária e são aqueles dados que se apresentam e são disseminados exatamente na forma com que são produzidos por seus autores. Já os dados secundários são informações e avaliações derivadas de fontes primárias (PINHEIRO, 2006). Podemos afirmar que a abordagem da pesquisa é um estudo qualitativo. Beuren (2003) afirma que na pesquisa qualitativa, concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado. Nesse sentindo, essa pesquisa se desenvolve a partir de dados qualitativos, como documentos e registros para interpretação correta dos documentos pesquisados. A pesquisa se classifica do ponto de vista de sua natureza como “pesquisa aplicada”. De acordo com Gil (2002), tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos. Está voltada para interesses e verdades locais. 18 Quanto aos procedimentos técnicos, trata-se de um estudo de caso no mercado Ouriques Buss Cia LTDA, que atua no ramo de comércio alimentício, situada na cidade de Tubarão/SC. O estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados. A coleta dos dados e sua análise se dão da mesma forma que nas pesquisas de campo, em geral (BEUREN, 2003). Trata-se, ainda, de uma pesquisa bibliográfica, porque foram buscados conceitos em livros e artigos. Segundo Pinheiro (2006), a pesquisa bibliográfica, é elaborada com base em material já publicado. Podendo ser materiais impressos, como livros, revistas, teses, dissertações e outros. Estas pesquisas passaram a incluir também outros tipos de fontes, como CDs, fitas e outros materiais disponibilizados na internet. 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: HISTÓRIA DA EMPRESA A empresa que serviu de base para esta pesquisa atua noramo de comércio alimentício, sendo de pequeno porte e adotando como regime tributário o Simples Nacional. Sua razão social é OURIQUES BUSS CIA LTDA e seu nome fantasia é Mercado Buss (CNPJ: 056588330001/68), localizada na cidade de Tubarão/SC, bairro Passagem, Rua Floresta, n. 249, CEP: 88706-530. A empresa foi fundada em 11 de abril de 1997, pelos atuais proprietários, Vilson Buss e Cleide Ouriques Buss, que optaram por alugar uma pequena sala e montar um açougue com uma mercearia. Como na maioria das empresas familiares, o começo foi árduo. Vilson trabalhava no açougue e Cleide no caixa, sendo que contavam também com um colaborador para repor as mercadorias. Com muita dedicação e trabalho, a empresa cresceu. Mesmo com o surgimento de alguns obstáculos, persistiram, até que no ano de 1999 adquiriram um terreno e construíram uma nova sala, saindo do aluguel. Com o passar dos anos, foram aumentando a sala comercial até a pequena mercearia virar Mercado, que antes contava com um colaborador, e agora já eram quatro. Visionários, os sócios Vilson e Cleide almejavam ampliar os negócios e com muito trabalho, esforço e até em excesso, como virar a madrugada no trabalho, Cleide dedicava seu domingo de descanso para limpar o mercado. Assim, batalharam e conseguiram adquirir dois terrenos que ficavam 19 localizados atrás do até então Mercado Buss. Posteriormente, iniciaram a construção do que seria o novo Mercado, onde o sonho de ter uma empresa mais ampla e moderna estava próximo. O novo Mercado Buss foi inaugurado no dia 27 de outubro de 2010, com um ambiente mais acolhedor para atender seus clientes. O novo mercado possui setores de Açougue, Padaria, Bazar com linha Cama, Mesa e Banho, além de contar com uma lojinha de acessórios femininos e masculinos. Ainda gerenciada por Vilson e Cleide, hoje contam com importante ajuda dos dois filhos, Felipe e Bruna. Além da família, o mercado conta com dezessete colaboradores, divididos nas funções de: açougueiros, padeiros, auxiliar de padeiro, balconistas, empacotadores, repositores de mercadorias, caixas, motorista, financeiro, responsável pelas compras e serviços gerais. Por ser uma empresa familiar, não há nenhum sistema de controle financeiro, sendo desconhecidos detalhes acerca da saúde financeira da empresa, o lucro, as despesas, as contas a receber e as contas a pagar. Porém, o proprietário e administrador, Vilson, afirma que, do jeito dele, sabe mais ou menos todas essas informações. Mas nada é exato, o que gera grande preocupação, porque um controle gerencial é essencial em qualquer empresa. No ano de 2017, o Mercado Buss completou 20 anos. Em conversa com os proprietários, foi relatado que ambos estão satisfeitos com o patrimônio conquistado, pois tudo foi resultado de muita luta em 20 anos de trabalho sem tirar férias. Hoje o principal objetivo da empresa é sempre trazer novidades, produtos de qualidade e promoções para seus clientes. A contabilidade da entidade é feita pela Contronil Serviços Contábeis Ltda., localizada na cidade de Tubarão/SC, Avenida Marcolino Martins Cabral, 926, Sala 814, bairro Centro, CEP: 88701-001. 20 4.1.1 Organograma da empresa Figura 1 – Organograma do Mercado Fonte: Elaborado pelos autores (2017) 4.1.2 Métodos utilizados atualmente pela empresa A entidade em estudo não possui ferramentas adequadas para o seu planejamento em geral, tendo uma grande dificuldade no planejamento financeiro, em particular quanto à entrada e saída mensal dos recursos, dificultando o gerenciamento das receitas e despesas e na tomada de decisões quanto ao uso dos recursos financeiros. Segundo os sócios, desde o início da atividade foi assim. Não possuem um controle específico de entradas e saídas, vendas, compras, despesas, não sabendo se está obtendo o lucro ou prejuízo. Um dos sócios anota o que é necessário numa simples agenda e assim vai fazendo o controle da entidade. Na agenda constam todos os financiamentos a serem pagos, os salários de todos os funcionários, duplicatas a pagar, duplicatas a receber e cheques a serem compensados. As anotações são feitas todos os meses, seguindo sempre o mesmo padrão. O sócio se programa para pagar as contas com uma semana de antecedência. No 21 começo do mês, estão sempre pagas em dia e, assim, vai organizando e fazendo do seu jeito, mas cometendo equívocos, como não anotar a venda do dia, não fazer fechamento e nem abertura do caixa, não contabilizar o dinheiro que é retirado do caixa durante o dia. 4.1.3 Como funciona o estoque atualmente? A empresa estudada não utiliza um método de gestão de estoque ou de armazenagem de seus produtos, portando não se sabe qual importância dos itens que estão esgotados ou acabando no estoque, ou seja, qual deles precisará ser comprado primeiro e quais deles ainda podem esperar para serem comprados. O mercado Buss não possui sistemas para o controle de suas mercadorias. Ambos sócios acreditam que é muito caro para se instalar um programa específico que os auxilie na gestão do estoque e de toda a empresa, pois não há um empregado especializado para essa tarefa, o que exigiria treiná-lo, trazendo mais uma despesa para a empresa. As compras são efetuadas semanalmente. Um dos sócios, com o auxílio do conferente e de outros funcionários, fazem o levantamento de todos os produtos que já estão em falta e outros que estão no fim do estoque e anota em sua agenda. A maioria das mercadorias são compradas por cotação. Após o levantamento do estoque, que é feito nos fins de semana, são realizadas as compras para a semana seguinte. A empresa efetua as compras de fornecedores somente do sul do país, como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em duas semanas mensais são compradas mais mercadorias: a primeira semana do mês pelo fato de ter mais vendas, logo a empresa precisa realizar a reposição dos produtos no mercado, e a última semana do mês, pelo fato de os vendedores terem muitas promoções para que se cumpram as suas metas de vendas. Dessa forma, o mercado aproveita esses momentos para adquirir produtos com valores mais baixos do que o normal. O depósito têm um espaço amplo para a armazenagem das mercadorias e é divido em corredores com prateleiras que são classificados como: produtos de limpeza, utensílios e utilidades, frios, açougue, produtos não perecíveis, bebidas, frutas e outros. Desse modo, são localizados facilmente. A armazenagem dos produtos é feita através de porta paletes, evitando que os produtos fiquem em contato diretamente com o chão, e outros são empilhados nas prateleiras. Os itens não são codificados e classificados em nenhuma forma de sistema informatizado, portanto são armazenados conforme a classificação nos corredores. Quando chegam produtos novos, são mantidos no mesmo local onde os antigos estão alocados. 22 No depósito são armazenados mais de três mil itens, há somente um funcionário responsável pelo recebimento dos produtos (conferente) e não há nenhum registro de mercadorias. Quando chegam novos produtos, remanejam-se ao depósito funcionários que estejam ociosos ou os que têm menos serviço naquele momento para ajudarem no recebimento e na reposição do estoque. Quando as mercadorias chegam, o conferente compara as notas de compras com a lista de pedidos que foram feitas e depois libera para descarregamento. As mercadorias são descarregadas com o auxílio de uma empilhadeira e direcionadas diretamente às prateleiras. Também nesse momento, outros empregados separam os produtos que estão faltando e fazem imediatamente o abastecimento nas estantes do mercado. Segundo um dos sócios, não há controle do que entra ou sai do estoque. São anotados em uma agenda simples o que está faltando nas estantes e repassado a vários funcionários, que imediatamente vão ao depósito, separam os produtos e osrecolocam nas estantes. Não é feita nota de entrada ou saída de produtos do depósito para reposição do mercado. O mercado não faz inventário, método que ajudaria muito no controle das mercadorias. Por não possuir controle de seu estoque, o Mercado Buss apresenta vários problemas que corroem o lucro da empresa, como não possuir estoque de segurança. Muitos produtos que faltam são comprados somente na semana seguinte e os proprietários não ficam sabendo dessa falta, pois não têm conferente responsável para esse controle. A saída de mercadorias do depósito é feita por vários funcionários. Os responsáveis pela limpeza do mercado retiram do estoque os produtos que serão utilizados para a sua função e não comunicam ninguém. Isso aumenta a falta de produtos para a venda. O tempo de reposição também não é adequado, pois os produtos são comprados para serem consumidos naquela semana, e muitos fornecedores costumam atrasar suas entregas, deixando o depósito vazio por mais alguns dias. Por isso, perdem-se clientes pela falta de mercadoria. Como a maioria das compras são feitas por cotação e não se controla o que entrou primeiro ou por último, parte dos produtos se perde por passar do prazo de validade. Muitas mercadorias são compradas desnecessariamente e na maioria das vezes, quando se percebe que estão muito tempo no estoque, são feitas promoções muito baixas, assim, havendo perdas consideráveis no capital investido. O mercado se torna vulnerável à prática de desvio de mercadorias e roubos, pois não se têm um controle confiável do estoque da empresa. Produtos danificados durante o 23 transporte de entrega e mesmo no depósito vão direto para uma sala juntamente com as mercadorias que venceram no estoque para serem devolvidos e renegociados. Muitas compras ainda são feitas sem notas fiscais. Outro ponto importante é que não há compras emergenciais. Os proprietários alegam que não é necessário porque as compras são feitas semanalmente. Apesar de tudo isso, os sócios admitem que o Mercado Buss possui muitos problemas que precisam serem resolvidos. Como tudo é feito dessa forma há muito tempo, eles não se importam. 4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS No tempo que se passou na empresa estudada, analisando os procedimentos atuais em seu controle de estoque, verificou-se muitos problemas gravíssimos como: produtos sem notas de entrada e saída do estoque, falta de profissionais no recebimento e armazenagem de mercadorias, falta de um responsável diretamente pelo depósito, não são feitos inventários, e o principal, não há um sistema informatizado para controle do estoque e do mercado em geral. Aplicando os conhecimentos adquiridos sobre contabilidade, constatou-se que havia uma solução para esses problemas: a instalação de um sistema que gerisse toda a logística do mercado, auxiliando desde a saída dos produtos dos fornecedores até a chegada nas mãos dos clientes. Esse sistema denomina-se SISTEMA NEOGRID. 4.2.1 Empresa NeoGrid A empresa NeoGrid é uma multinacional brasileira que desenvolve soluções para toda a cadeia de suprimentos – Supply Chain Management (SCM). Possui milhares de empresas conectadas a sua rede em todo o mundo. É a única do segmento de softwares que oferece soluções de alta tecnologia, desde a produção até o consumidor final, passando pela distribuição e logística. Possui mais de 100 varejos homologados, entre eles os 10 maiores do Brasil e do mundo. Especialista nacional, atende a pequenas, médias e grandes empresas com soluções sob medida através de uma plataforma exclusiva e completa. A NeoGrid sincroniza indústrias, distribuidores, operadores logísticos, varejos, instituições financeiras e Governo, usando tecnologias inovadoras como Cloud Computing, Big Data, Mobile e Social Business. Por dois anos consecutivos (2012 e 2013), foi considerada pelo FINEP (Financiadora de Estudos e 24 Projetos) uma das empresas mais inovadoras do país. Recentemente, o Gartner Group – líder mundial na categoria de pesquisa de tecnologia da informação – indicou a NeoGrid entre as empresas que oferecem as melhores soluções de Supply Chain Management (SCM) do mercado. 4.2.2 Conhecendo o sistema NeoGrid. O sistema Neogrid é uma ferramenta muito utilizada por empresas na atualidade. Com esses serviços, pode-se gerenciar todos os setores da empresa, desde os estoques até o giro de produtos para compra e revenda. O software permite que a indústria gerencie seus produtos, visualize-os nos pontos de venda e possa balancear os estoques, graças ao detalhado inventário que ela oferece. Com dados precisos de consumo, ele facilita a previsão da demanda para reposição adequada dos produtos, otimiza a produção, os processos de pedidos e a logística de forma geral. Para os varejos e centros de distribuição ele melhora o balanceamento e o giro dos estoques, diminuindo os índices de ruptura e os excessos. Além disso, reduz o tempo de análise e coleta os dados necessários, tais “Como, Onde e Quanto” deve ser fornecido do produto e, ao mesmo tempo, disponibiliza os produtos de acordo com o real consumo. Sua função é de tal importância para o setor produtivo, de venda e revenda dos produtos comercializados para o consumidor final. Com essa ferramenta, pode-se controlar os fluxos de produção e de matéria-prima que são utilizados pela empresa. Dessa forma, tem-se um controle mais preciso e objetivo, de fácil entendimento para o administrador, contudo ganhado mais tempo para desenvolver outras funções pertinentes. Obtém-se um inventário com todos os produtos já registrados, sendo cadastrados automaticamente conforme dá-se entrada em notas de entradas e saída de fornecedores que ocorrem a cada venda realizada. Assim se segue sempre controlando o fluxo de entrada e saída dos produtos, evitando o acontecimento de furos no estoque. No sistema, podem-se identificar informações como: (LT) Lead Time; (LR) Lote de Reposição; (ES) Estoque de Segurança; Pedido do Dia; Pedidos Futuros e Ponto de Exposição Cadastrado. Lote de Reposição (LR): É a quantidade de dias que o sistema vai utilizar para suprir as vendas no mercado. 25 Tabela1 Fonte: Elaborada pelos autores (2017). Lead Time (LT): É o tempo estimado para que as mercadorias cheguem ao mercado, acrescido de uma margem de segurança. Lote de Reposição: Quantidade de estoque para cobrir a venda de “x” dias 26 Tabela 2 Fonte: Elaborada pelos autores (2017). Estoque de Segurança (ES): É a quantidade mínima que se tem no estoque. Pode ser interpretado como a margem de segurança para as vendas até a chegada dos novos pedidos. Tabela 3 Fonte: Elaborada pelos autores (2017). Lead Time: Em quanto tempo a loja vai receber o pedido Quando o estoque atingir o ES, ele pode gera novos pedidos 27 Cálculo do Lead Time (LT) e do Lote de Reposição (LR) Tabela 4 Fonte: Elaborada pelos autores (2017). Lead Time: 03 dias Lote de Reposição: 04 dias Hoje: dia 16/xx O sistema vai calcular quanto a loja precisa para a venda dos próximos 7 dias, incluindo o próprio o dia vigente nessa conta. Ponto de exposição: Quantidade em exposição diferenciada que vai somar na reposição. Tabela 5 Fonte: Elaborada pelos autores (2017) Quantidade em exposição diferenciada que vai somar na reposição 28 Gatilho: Quando temos ponta cadastrada, o Gatilho passa a ser o ponto de gerar pedido Tabela 6 Fonte: Elaborada pelos autores (2017). Exemplo: Estoque Segurança = 17 Ponta Gôndola cadastrada = 150 Gatilho = 167 Venda média dia = 7un Venda para os próximos 7 dias = 49un Estoque da loja = 148un Pedido = 68un Gatilho: Estoque de Segurança + Exposição do dia 29 Ponto cadastrado para exposição de 150un na PONTA DE GÔNDOLA Tabela 7 Fonte: Elaborada pelos autores (2017).Pedido do dia: Pedido gerado para o dia Tabela 8 Fonte: Elaborada pelos autores (2017). 30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo da pesquisa foi apresentar a rotina do controle de estoque do Mercado Buss e apontar possíveis melhorias nos problemas identificados que possam interferir no crescimento da empresa. Para que a empresa tenha um crescimento saudável, é importante identificar se o sistema de controle apresentado está sendo feito de forma correta, pois o estoque é uma parte vital para a empresa. Verificou-se que a falta de um sistema informatizado tanto no controle de estoque quanto no controle da empresa pode trazer diversos problemas operacionais e de gestão como, por exemplo, não satisfazer as necessidades dos clientes e nem da própria entidade. Identificou-se que o Mercado Buss não possui um sistema de estoque, o que pode causar um impacto negativo no desenvolvimento geral da empresa. A falta de acompanhamento do estoque faz com que o ele compre quantidades desnecessárias de mercadorias, aumentando o volume do estoque. Além de não ter uma programação exata do que pode ser comprado para suprir a reposição, o mercado não consegue evitar a falta de alguns itens ou até mesmo zerá-los. Já na armazenagem, não se tem um controle para a reposição das mercadorias e nem um profissional responsável por essa função. Isso é preocupante, pois a validade de muitos produtos acaba expirando, devido à falta de critérios para repô-los nas prateleiras. Por exemplo, lotes novos são colocados sobre os mais antigos, além de qualquer empregado ter liberdade de remanejar as mercadorias. Os proprietários estão cientes dessas falhas. O mercado necessita urgentemente de um sistema informatizado para o planejamento e controle dos estoques. Um sistema que auxilie na realização das compras, na reposição das mercadorias, na identificação do ponto de pedido, no estoque de segurança, na armazenagem dos produtos, em suma, que proporcione crescimento saudável para o mercado, o que consequentemente implicará melhor atendimento aos clientes. Com todas essas falhas identificadas, tem-se a expectativa de que com a implantação de um sistema informatizado e integrado, todos os problemas poderão ser amenizados. Esse sistema poderá trazer muitas melhorias para o mercado como um todo. É possível cruzar as informações do depósito com estoque da loja, identificando se há produtos suficientes para as vendas, possibilitando previsões de compra e quantidade e até previsão da chegada do mesmo ao mercado. Caso seja implantado esse sistema, a empresa terá a necessidade de contratar um profissional treinado e especializado para fazer a realização desse controle. 31 Dentro de todo esse contexto, apresentou-se como sugestão de melhoria ao Mercado Buss-ME o emprego do sistema NeoGrid, que permitirá à empresa gerenciar toda sua mercadoria, seu armazenamento, suas compras, seus pontos de venda e fazer o balanceamento do seu estoque, graças ao detalhado inventário que ele oferece. Concluiu-se com esse estudo que é importante a implantação de sistemas informatizados que tragam ferramentas que auxiliem no controle de estoques, armazenagem, reposição, compra e de toda a logística da empresa. Isso pode causar um impacto positivo no desenvolvimento e crescimento do empreendimento pesquisado e em diversos outros que passam pelos mesmos problemas. Sugere-se futuros estudos no ramo do comércio e varejo e o aperfeiçoamento de sistemas para a gestão de estoques. REFERÊNCIAS BARBOZA, M. Rodrigues. Planejamento e controle de estoques. São Paulo: Sol, 2012. BEUREN, Ilse maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade. São Paulo: Atlas, 2003. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. de. Gestão de custos e formação de preços. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008. CREPALDI, Silvio. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2004. ______. Curso básico de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1999. FRABETTI, L. C. Contabilidade tributária. 15 ed. São Paulo: Atlas, 2015. FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 23 ed. São Paulo: Atlas, 1997. 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