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Dermatopatias parasitárias · Métodos diagnósticos: 1. Raspado de pele: avaliar ácaros; 2. Tricograma: fungos e análise do pelo (atopia); 3. Cultura: fúngica e bacteriana. E antibiograma; 4. Citologia: neoformação, bactéria, fungos; 5. Biopsia: neoformação. · Carrapatos: é mais simples. São resolvidas após a retirada do carrapato e utilização de banho ou spry a base de piretróide, amitraz, bravecto, nexgard. É fundamental o controle ambiental (Program). As pododermatite afetam as patas dos animais, e podem ser de origem fúngica, bacteriana, parasitaria, neoplásica ou atopia. · Ácaros: os principais são: · Demodex (baratinha): · Sarcoptes scabei (zoonose): redondinho e patinhas curtinhas gordas. · Otodectes: mais ovalado e as patinhas são mais compridas. · Notoedris cati: redondinho. · Demodicose/demodiciose canina: altamente inflamatória. Não passa para o proprietário. · Causas: pode ser hereditária, genética (excluir da reprodução) ou imunológica. É um ácaro presente na pele canina, porém, em pequeno número. Quando diminui a imunidade ocorre a proliferação, leva à doença. É necessário tratar os surtos!!! · Sinais: eritema e alopecia. · Tipos de demodicose: 1. Localizada: áreas pequenas de alopecia, eritematosas, comum na face, ao redor dos olhos (‘’óculos’’); 2. Generalizada: áreas de extensa alopecia pelo corpo, eritematosas e descamativas. Quando atinge o animal na fase juvenil é relacionado com imunidade ruim. Comum em bullterrier, boxer, bulldog. 3. Pododemodicose: doença afeta as patas. Pode ser resultado da generalizada, curando-se do corpo, porém, a das patas permanece. 4. Otite: pode ocorrer como otite externa ceruminosa e eritematosa. · Diagnostico: raspado de pele (é para avaliar ácaro), sinais clínicos. · Tratamento: é encerrado quando o raspado for negativo até 30-60 dias após o primeiro raspado negativo. · Tópico: por meio de banhos. 1. Amitraz: é de eleição, porém, quando o animal está com a pele muito acometida, precisa recuperar primeiro e depois realizar os banhos com amitraz, pois, pode intoxicar. NÃO USAR em diabéticos (pois, aumenta a glicemia, incluindo o TUTOR!!), em cardiopatas (causa hipotensão), evitar deixar o animal no sol (ocorre vasodilatação e aumenta o risco de intoxicação). Diluir 4ml em 1 litro de água, 1 vez por semana, durante 4-6 semanas. Quando for lesão periocular, diluir em lubrificante ocular ou óleo mineral. 2. Clorexidina: para limpeza da pele. Pode intercalar com o amitraz, realizando um banho no início da semana com clorexidine, e no final com amitraz (2 banhos por semana, por 4-6 semanas). · Sistêmico: 1. Avermectinas: 1x/semana, por 4-6 semanas. 2. Isoxazalinas: bravecto (a cada 12 semanas), simparic (1x por mês). · Em casos secundários: piodermite (antibiótico por 21-30 dias) = amoxicilina + clavulanato. Para aumentar a imunidade = vitamina E, ou dose específica de Levamisol 3x/semana, por 3 semanas; ômegas (anti-inflamatório natural). · Demodicose felina: rara em gatos, geralmente acomete pálpebras, periocular, cabeça e pescoço. Presença de prurido, eritema, caspas, crostas e alopecia. · Diagnostico: raspado de pele, sinais clínicos. · Tratamento: banhos 1x/semana, durante 4-6 semanas (amitraz não é recomendado para gatos, mas é eficiente nessa espécie em banhos ou diluído em óleo mineral); Ivermectina injetável, 1x/semana ou a cada 7-15 dias. · Escabiose canina: Sarna sarcóptica. Ocorre o ano inteiro, é zoonose. Acomete áreas com pouco pelo (orelhas, barriga, cotovelos). · Sinais: queda de pelo, extremamente pruriginoso, com erupções avermelhadas. · Diagnostico: sinais clínicos, reflexo auricular-podal (quando coça a orelha o animal mexe o membro traseiro – ‘’tocar violão’’), raspado de pele (principalmente de orelha e cotovelo). · Tratamento: · Tópico: amitraz, piretróide, spray (Fipronil). · Sistêmico: ivermectina. Usar corticoide quando o prurido for muito intenso, por 1 semana. · Escabiose felina: Sarna notoédrica, causada pelo NOTOEDRES. As lesões aparecem inicialmente na borda da orelha e se disseminam rapidamente para o restante da orelha (‘’orelha casquenta’’), pálpebras, pescoço. · Sinais: altamente pruriginosa, pele espessada, dobrada e recoberta por crostas amareladas. · Diagnostico: sinais clínicos, raspado de pele. Fazer diferencial para Otodectes, atopia, hipersensibilidade alimentar, doença autoimune. · Tratamento: banhos com amitraz, 1x/semana, por 4-8 semanas; Ivermectina (1 aplicação SC, a cada 15 dias). · Sarna otodécica: Otocaríase, causada pelo Otodects cynotis. Únicos que são vistos no otoscópio (são brancos). Altamente contagioso, podendo afetar qualquer espécie, sendo difícil o controle em canis e gatis, todos os animais devem ser tratados. · Sinais clínicos: em cães: prurido auricular com corrimento mínimo, levando a otite externa, mas podem ser encontrados em outras partes do corpo (pescoço, cauda). Em gatos: sinais são variáveis, podendo ter grande quantidade de corrimento sem apresentar sintomas, ou prurido auricular intenso com corrimento mínimo. · Tratamento: natalene tópico no conduto (1-2x/dia, durante 15-30 dias); Ivermectina (2 doses SC, com intervalo de 15 dias cada); Nexgard. · Piolhos: infestação é denominada pediculose. Acomete com maior frequência animais de campo/fazenda. · Sinais clínicos: altamente irritantes, podendo levar ao prurido intenso, e os sugadores causam anemia e debilidade grave, principalmente em animais jovens. · Diagnostico: identificação no animal. Fazer diferencial para seborreia, escabiose, e D.A.P. · Tratamento: spray e banhos com inseticidas. · Pulgas: Ctenocephalides; Tunga penetrans (bicho-de-pé, tem que retirar + foldan). · Controle das pulgas: · Alívio no animal: fipronil, capstar, selamectina (revolution), bravecto, nexgard, simparic. · Quebra do ciclo ambiental: program, bolfo. · Medidas complementares: tosa, banho, escovação, aspiração de carpete, lavagem dos panos dos animais, dedetização da casa. · A pulga pode transmitir o Dipylidium. · D.A.P (Dermatite alérgica a picada de pulga): é uma hipersensibilidade a picada da pulga, em cães: apresentando dermatite – erupções pruriginosas, pápulas, eritema, hiperpigmentação e alopecia na região lombar. Em gatos: ocorre mais na região do pescoço, orelhas, e lombar, caracterizada por dermatite miliar pruriginosa (circular, vai aumentando de tamanho), alopecia. · Diagnostico: sinais clínicos e histórico. · Tratamento a curto prazo: fipronil, capstar para controle no animal + program para controle ambiental. Controle do prurido com prednisona, e anti-histamínicos (prometazina); antibiótico em caso de piodermite bacteriana. · Tratamento a longo prazo: continuar o controle das pulgas; corticoide em dias alternados em animais com hipersensibilidade grave. · Moscas: pode levar a uma dermatite pela picada da mosca, apresentando reação irritante no local, com pápulas ao redor do sangramento. Pode desenvolver-se uma hiperplasia pseudocarcinomatosa, com alopecia. Os locais mais afetados são a face e as orelhas. · Tratamento: repelentes contra as moscas, spray contra pulgas. Utilizar pomadas cicatrizantes a base de antibiótico (Fibrase). · Miiase: deve-se retirar as larvas, limpeza da área, larvicidas (Ivermectina 1 dose, ou Nexgard), pomadas cicatrizantes e se necessário antibiótico e anti-inflamatório sistêmico. · Dermatites fúngicas: 1. Micoses superficiais: dermatofitoses, Malassezia, candidíases. 2. Micoses subcutâneas: micetoma, pitiose, esporotricose; implantação traumática. 3. Micoses sistêmicas: blastomicose, criptococose, aspergilose. · Dermatofitose: causada pelo Microsporum (gatos são portadores assintomáticos) e Trichophyton (mais agressivo, em alguns casos não nasce mais pelos). São divididos em grupos que habitam o solo, habitam os animais e os que habitam o ser humano. · Achados clínicos em cães: áreas de alopeciacircunscritas, pelos facilmente epiláveis, caspa, crostas, pápulas e pústulas foliculares. Prurido mínimo ou ausente. É mais comum em cães jovens (filhote pós-desmama, por baixa da imunidade por estresse). Pode estar associada a infecção bacteriana secundária. Foliculite e furunculose nasal ou facial simétrica, em patas ou membros, são causadas pelo Trichophyton. O Quérion (lesão granulomatosa do dermatófito) é do tipo úmido, exsudativo, nodular e bem circunscrito. A onimicose (micose de unha) é rara e é causada pelo Trichophyton. · Lesões por Microsporum: qúerion: · Lesões por Trichophyton: · Diagnostico: · Exame direto: coleta de pelos, caspa, unhas. · Cultura fúngica. · Histopatológico: é mais utilizado em formas nodulares (querion). Diferencial para Foliculite estafilocócica e demodicose = primários; pênfigo, DAP, dermatite seborreica = secundários; os quérions devem ser diferenciados de corpo estranho, granulomas, dermatite por lambedura. · Tratamento: período 3-6 semanas, associar tópico + sistêmico em áreas extensas. Itraconazol VO (escolha para gatos), Xampu de cetoconazol ou sulfato de selênio. Tosar animais muito peludos, desinfecção de roupas e caminhas com hipoclorito de sódio. Em gatis deve-se tratar todos os animais, isolar os positivos e fazer quarentena nos novos. · Malassezia: Pode ser seca (caspa) ou úmida (cheiro característico). · Achados clínicos em cães: ocorre no verão ou nos meses mais úmidos, o prurido constante é o principal sinal. É muito frequente otite externa associada a Malassezia. Pode ser generalizada ou regional (orelhas, lábios, focinho, espaço interdigital, pescoço, interno de coxas, axilas). · Achados clínicos em gatos: raramente é relatada em gatos. · Diagnostico: durante o exame dermatológico rebater o pelo do animal ao contrário, se for seca as caspas caem junto com o pelo. Raspado, por meio da fita, carpete, para avaliação citológica. · Tratamento: cetoconazol VO ou itraconazol (preferencial para gatos), por 3-4 semanas. Em casos de recorrência é recomendado pulsoterapia com fluconazol, 1-3x/semana, por meses. Em dermatites generalizadas realizar o tratamento tópico também, com selênio ou xampu de cetoconazol. Na otite externa utilizar Posatex, Panolog (nistatina), que contem antifúngico, 3-4 gotas, 2x/dia, por 3-4 semanas. · Candidíase: doenças imunossupressoras (câncer, diabetes) ou drogas imunossupressoras predispõem ao aparecimento de cândida. · Achados clínicos em cães: acomete mucosas, e áreas de junção muco-cutânea, áreas úmidas (orelhas, interdigital, no meio das dobras). Nas mucosas aparecem como ulceras não cicatrizantes, malcheirosas, recobertas por placas esbranquiçadas com bordas eritematosas. Na pele inicialmente são pápulas e pústulas, que evoluem para placas eritematosas exsudantes e ulceras. · Achados clínicos em gatos: extremamente rara. As lesões incluem eritema, ulceras, crostas. · Diagnostico: citologia, biopsia. · Tratamento: tópico em lesões localizadas: nistatina (eleição), 3x/dia, por 3-4 semanas; sistêmico em lesões bucais, mucocutâneas ou generalizadas: nistatina, itraconazol VO, por 3-4 semanas. · Micoses subcutâneas: lesões crônicas e na maioria dos casos localizadas. · Micetoma eumicótico: tumefação, tratos drenantes e grânulos no corrimento. Geralmente são lesões solitárias, ocorrem mais nos membros e face. Evolução para nódulos dolorosos. Conforme vai cicatrizando forma-se massa dura (micetoma). · Diagnostico: citologia aspirativa, biopsia, cultura. · Tratamento: excisão cirúrgica. Em alguns casos é necessário a amputação do membro. E realizar quimioterapia antifúngica com base no resultado de cultura, por 2-3 meses após a cura clinica. · Esporotricose: em cães a forma mais comum é a cutânea, com formação de nódulos múltiplos e firmes, placas ulceradas com bordas elevadas, e áreas alopecicas na região da cabeça, orelha e tronco. Em gatos acredita-se que é inoculado por unha ou dente contaminado de outro gato. Inicialmente apresenta-se como abcessos e formação de nódulos crostosos. É zoonose. · Diagnostico: citologia aspirativa, biopsia, cultura. · Tratamento: itraconazol associado ou não a anfotericina B. · Micoses sistêmicas: · Criptococose: depende da imunidade do hospedeiro. · Sinais em gatos: afetam o trato respiratório superior, massa na narina, pápulas, nódulos e abcessos, em região de orelha, face e patas. · Sinais em cães: anormalidades do SNC e olhos, na pele: pápulas, nódulos, ulceras. · Diagnostico: citologia aspirativa e biopsia. · Tratamento: itraconazol, cetoconazol + flucitosina, fluconazol. · Aspergilose: só há relatos em cães. Pode causar inflamação, despigmentação, ulceração, blefarite e formação de crostas nas narinas. Pode levar a pneumonia ou meningite. · Diagnostico: citologia aspirativa, biopsia, cultura. · Tratamento: cetoconazol, itraconazol, por 6-8 semanas. Na forma disseminada nenhum tratamento foi eficiente. blefarite por aspergilose.
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