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A StuDocu não é patrocinada ou endossada por alguma faculdade ou universidade A queda dum anjo - Teste sobre a obra Linguística Portuguesa (Universidade de Aveiro) A StuDocu não é patrocinada ou endossada por alguma faculdade ou universidade A queda dum anjo - Teste sobre a obra Linguística Portuguesa (Universidade de Aveiro) Descarregado por maria valente (Mcbmv2005@gmail.com) lOMoARcPSD|8563296 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=a-queda-dum-anjo-teste-sobre-a-obra https://www.studocu.com/pt/document/universidade-de-aveiro/linguistica-portuguesa/a-queda-dum-anjo-teste-sobre-a-obra/3631742?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=a-queda-dum-anjo-teste-sobre-a-obra https://www.studocu.com/pt/course/universidade-de-aveiro/linguistica-portuguesa/2835334?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=a-queda-dum-anjo-teste-sobre-a-obra https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=a-queda-dum-anjo-teste-sobre-a-obra https://www.studocu.com/pt/document/universidade-de-aveiro/linguistica-portuguesa/a-queda-dum-anjo-teste-sobre-a-obra/3631742?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=a-queda-dum-anjo-teste-sobre-a-obra https://www.studocu.com/pt/course/universidade-de-aveiro/linguistica-portuguesa/2835334?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=a-queda-dum-anjo-teste-sobre-a-obra A queda dum anjo Era já Estio. Os galãs mais ardidos de Lisboa estanceavam por Seteais, por Pisões, e por aquelas várzeas de Colares, a engarrafar lirismo para gastarem por salas nas noites de Inverno. O primeiro deles que descortinou por entre árvores a formosa brasileira foi alvissarando aos outros a ondina incógnita, que saíra das vagas a buscar camilha de folhagem e boninas entre as fragas da serra da Lua. Começam os agitados monteiros da estranha caça a circunvagarem nas encostas e oiteirinhos que rodeavam a vivenda de Ifigénia. Uns a viam ao sol-posto, outros ao arraiar da manhã, e outros quando ela perpassava por entre áleas de cilindras para uma gruta fechada como concha de pérola. A presença de Calisto Elói, confundido com os arbustos floridos da casinha misteriosa, aumentou a curiosidade dos indagadores. Uns consideraram esposa do deputado a bela esquiva; outros aventaram hipóteses mais românticas mas menos honestas, À primeira conjectura opunha-se uma razão forte negativa: se ele era marido, porque vivia no hotel do Vítor? A segunda conjectura contraditava outra razão ponderável: se era amante, que descuidado amante era ele, que se encerrava no seu quarto do hotel, durante as noites - facto averiguado minudenciosamente pelos interessados? O mistério, pelo conseguinte, a nublar- se, e as esporas da curiosidade impaciente a picar os moços ociosos, e os ricaços velhos, que espreitavam, por entre a rede das sebes verdejantes, esta Susana, mais cuidadosa que a outra, que acendia fogos nos lúbricos juízes de Israel. Entre os mancebos, estremava-se um, que passava grandes espaços de tempo em quietismo escultural debaixo de um olmo, que sobranceava a casa de Ifigénia. Sempre que ela. à hora da maior calma, se aproximava da janela do seu gabinete a respirar o frescor do jardim, via o contemplativo sujeito de braços cruzados e olhos fitos. Mas, assim que, ao entardecer, os arredores da casa começavam a ser frequentados, o moço, como quem se resguarda, desaparecia. Era este sujeito aquele Vasco da Cunha, que esperava a herança de uma tia para casar com Adelaide Sarmento. Os olhos indiferentes de Ifigénia assetearam-lhe a pia alma, num daqueles dias em que ele viera de Lisboa a Sintra para assistir à novena de Santo António de Pádua, celebrada solenemente na capela de uma tia marquesa. Ou porque o ascético fidalgo andasse com o coração amolecido pelas práticas piedosas, ou porque Ifigénia se lhe figurasse algum daqueles serafins que visitavam os anacoretas da Tebaida, o certo é que não houve mais despegar-se- lhe a fantasia daquela imagem, que se interpunha entre ele e o santo filho de Marfim de Bulhões. Ifigénia atentou na pertinácia do homem, e contou ao primo Calisto, gracejando, a tempestade amorosa que lhe andava iminente na pessoa daquele sujeito. Assomaram diferentes cores ao rosto do morgado. Quisera ele dissimular o sobressalto com o sorriso; mas a rubidez sanguínea nos olhos, se o dramaturgo inglês a visse, arranjaria daquele aspeito feroz assunto para mais celerado preto. Ifigénia lisonjeou-se daquela explosão de lavas que arquejavam na lesta do homem. Lisonjeou-se!... Pois amava-o ela?! Camilo Castelo Branco, A Queda de Um Anjo I Descarregado por maria valente (Mcbmv2005@gmail.com) lOMoARcPSD|8563296 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=a-queda-dum-anjo-teste-sobre-a-obra 1. Caracterize o espaço social em que se movem as personagens. 2. Identifique a atitude assumida pelo narrador na descrição desse espaço. Justifique. 3. Aponte os processos estético-estilísticos fundamentais. 4. Caracterize os «mancebos» de que fala o texto. 5. A figura e atitudes de Vasco da Cunha despertam reacções diversas. 5.1. Explicite as reacções de Ifigénia e de Calisto. 5.2. Defina o(s) conceito(s) de amor que ressalta(m) da relação entre Ifigénia e Calisto. II 1. Transponha para o discurso directo o enunciado que se segue: A Catarina pediu que a fosse buscar. O Pedro respondeu que estava bem, mas que ela não podia baloiçar-se no barco. As frases numeradas de (a) a (c) são agramaticais, isto é, não respeitam a sintaxe do Português. 2. Dê versões devidamente corrigidas dessas frases. (a) - Não penses mais neles, pois não se preparavam a tempo do exame. (b) - Mais tranquilos, olharam em volta o João e a Rita. O eco dos meus passos pareceram-lhes uma música tonificante. (c) - Todos os aniversários são para eles dias de festa. Põe-se as melhores roupas, e o jantar é especial. Descarregado por maria valente (Mcbmv2005@gmail.com) lOMoARcPSD|8563296
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