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GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ALFACE UTILIZANDO MÉTODOS DE QUEBRA DE DORMÊNCIA Gustavo Rafael Souza [footnoteRef:1] [1: Cursando Engenharia Agronômica nas Faculdades Integradas Magsul. E-mail: gustavo.rafael10@hotmail.com. 2Formado em Engenharia Agronômica. Professor das Faculdades Magsul e Engenheiro Agrônomo na Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural – AGRAER. E-mail: ] João Alfredo da Silva RESUMO O experimento foi conduzido no outono de 2020, em caixas de madeira em minha residência em Pedro Juan Caballero – Paraguai, com objetivo de avaliar o número de germinações de sementes de alface, utilizando quatro tipos de métodos de quebra de dormência. Os tratamentos foram inserção em água a 90ºC durante 1min, inserção em água a temperatura ambiente por 12hs, inserção em ácido sulfúrico (H2SO4) durante 5min e inserção em ácido sulfúrico durante 15 min. A irrigação foi feita com base na necessidade da cultura . O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com quatro repetições. O tratamento foi encerrado logo após 5 dias da semeadura, pois é o tempo médio da germinação das sementes de alface. O tratamento com água a a 90ºC durante 1min foi o de melhor eficácia. PALAVRAS-CHAVE: Tratamentos, Alface, sementes, dormência INTRODUÇÃO É sabido que a alface é uma das hortaliças folhosas que não podem faltar na mesa do brasileiro, é a 3ª hortaliça mais produzida nacionalmente com cerca de 1,5 milhão de toneladas em 2018. Em Mato Grosso do Sul, com 645 toneladas, é a 2ª hortaliça mais produzida, perdendo apenas para a mandioca. Possui um comércio bastante lucrativo, na temporada de 2018 a sua comercialização girou em torno de R$ 1 milhão em nosso estado, sendo vista como ‘’negócio certo’’ para vários empreendedores. Para que uma semente de alface germine, é necessário um ambiente favorável tanto fisicamente como quimicamente, que haja disponibilidade de água, oxigênio e temperatura adequada. Porém, mesmo estando em condições favoráveis, algumas sementes não germinam que são chamadas de sementes dormentes, pois apresentam alguma irregularidade que impede a sua germinação. Essa irregularidade pode ser sanada com a quebra de dormência, que é um processo pela qual é induzida uma germinação através de métodos. Devido a grande demanda da alface, a quebra de dormência pode ser uma alternativa para acelerar a produção, já que a principal desvantagem da dormência é a germinação lenta e desuniforme e requer longos períodos para a superação da dormência. Este trabalho tem como objetivo, demonstrar a eficácia da quebra de dormência nas sementes de alface e verificar a agilidade e a eficácia de cada método a ser trabalhado. MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi conduzido em quatro caixas feitas em madeira do tipo palet como canteiros, com medidas de 50 cm de largura, 50 cm de comprimento e 12 cm de altura, em minha residência na cidade de Pedro Juan Caballero – Paraguai. De acordo com a classificação de Koeppen o clima é subtropical úmido. A cultura utilizada foi a alface, cultivar crespa. As sementes foram colocadas quatro recipientes de vidro, sendo responsável por quatro tipos de tratamentos. Feito os tratamentos de quebra de dormência, a semeadura foi realizada no dia 22 de maio de 2020, nas referidas caixas preenchidas com solo do tipo argilo-arenoso com matéria orgânica na base e cobertas com substrato comercial, semeadas a 1 cm de profundidade e espaçamento de 8 cm, ao todo foram 40 sementes usadas em cada caixa. A irrigação foi feita com o auxilio de um borrifador, sendo irrigadas duas vezes na parte da manhã e duas na parte da tarde, ambas com 2h de intervalo entre cada irrigação. A partir do dia 24 de maio, germinaram as primeiras mudas. O delineamento experimental usado foi o DIC (Delineamento Inteiramente Casualizado) por se tratar de um delineamento simples e flexível, pois o número de repetições e tratamentos pode variar, sem dificultar a análise. O experimento será composto por quatro tratamentos e quatro repetições, totalizando dezesseis parcelas. Os quatro tipos de tratamentos a serem usados são: Escarificação química utilizando ácido sulfúrico (H2SO4), sendo um tratamento com 5min e outro com 15min mergulhados no ácido e água (H2O) ambiente com 12h de mergulho e água a 90ºC durante 1min. O parâmetro a ser avaliado foi a quantidade de sementes que germinaram em um período de 5 dias, que é o tempo médio da germinação da alface. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da germinação são graficamente representados na figura 1. Conforme pode ser observado, o número de germinações das sementes com o tratamento de água a 90ºC 1min foi superior às demais, devido ao fato de que o choque térmico que há entre as sementes e a agua quente, permitiu que o tegumento das sementes fossem totalmente rompidos. Figura 1: Nº de germinações das sementes de alfaces expostas a diferentes tratamentos. Pode ser observada na tabela 1 a média do número de germinações. Dessa maneira, analisando-se a germinação das sementes de alface submetidas a diferentes tratamentos, podemos considerar que o tratamento com água a 90ºC e o tratamento com água ambiente 12hs apresentam um potencial para a produção.Tabela 1 – Germinações de sementes de alface submetidas a quatro diferentes tratamentos. Tratamento Médias Água quente a 90ºC 9,5 a Água ambiente 12Hs 6,75 ab Ácido sulfúrico 5min 4,75 bc Ácidosulfúrico15min 1,5 c CV(%) 19,3 *Médias seguidas por mesma letra, não diferem pelo teste de TUKEY a 5% de erro. Também pode ser dito que os tratamentos com água ambiente 12hs e ácido sulfúrico 5min não diferem entre si estatisticamente, pois a ação de ambos os tratamentos foram quase semelhantes, ambos conseguiram romper os tegumentos das sementes, porém pelo que foi observado, o ácido consegue em menos tempo mas com menor eficácia. Já o tratamento com ácido sulfúrico 15min, não diferiu apenas do tratamento com ácido 5min, pois basicamente seria como triplicar a ação do outro tratamento, fazendo com que parte das sementes não germinem devido ao elevado tempo de exposição ao ácido. CONCLUSÕES Podemos concluir dizendo que a eficácia do tratamento com água a 90ºC, é bastante alta em relação aos outros tratamentos, e pode ser uma ótima alternativa para a quebra de dormência das sementes de alface, por se tratar de um tratamento simples e que é economicamente viável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CARON, B. et al. Crescimento da alface em diferentes substratos. Lages: Revista de Ciências Agroveterinárias, v.3, n.2, p. 97-104, 2004. Disponível em: http://revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/5419. FERNANDES, G. D; VIEIRA, I.G. Métodos de Quebra de Dormência em Sementes. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Piracicaba-São Paulo. 1997. Disponível em: www.ipef.br/tecsementes/dormencia.asp LOPES, A. C. A. Dormência em sementes de hortaliças / Andrielle Câmara Amaral Lopes; Warley Marcos Nascimento. – Brasília, DF: Embrapa, 2012. Disponível em: www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/943055/1/doc1361.pdf Produção da Alface se Consolida. Diário Digital – Rede Record. 2018. Disponível em: www.diariodigital.com.br/agropecuaria/agrigultura/174613/ Zanon, A. Efeito da temperatura da água na quebra de dormência de sementes de Mimosa flocculosa Burkart. Embrapa Florestas. Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n. 24/25, p. 67-70, Jan./Dez. 1992. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/282131/1/azanon.pdf Nº DE GERMINAÇÕES H2O 12Hs H2O 90°C 1MIN H2SO4 5MIN H2SO4 15MIN 27 36 19 9 Tratamentos Nº de Germinações
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