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Otite Média Crônica (OMC) _____________________________________________________ Classificação - As otites médias crônicas são dividas em: 1. Não-Colesteatomatosa (OMC “simples”) 2. Colesteatomatosa _____________________________________________________ OMC Não-Colesteatomatosa (OMC “simples”) Causa: - Na grande maioria das vezes, é secundária a um ou vários episódios de OMA que cursam com uma sequela: perfuração da membrana timpânica! - No entanto, mais raramente, pode ocorrer por algum trauma que causa perfuração da membrana timpânica Quadro Clínico: - A OMC pode lesionar tanto a mucosa quanto outras estruturas da orelha média (principalmente os ossículos). Isso ocorre como consequência do processo inflamatório recorrente - Pode ocorrer exsudato mucóide ou mucopurulento com períodos de inatividade - Geralmente tem um curso benigno • No entanto, quando ocorrem lesões repetitivas, a infecção recorrente pode continuar destruindo estruturas da orelha média e, até mesmo, fazer lesão das células ciliadas da cóclea, causando alteração neurossensorial • Cursa com variados graus de acometimento auditivo: • Normalmente causa alteração puramente condutiva (uma vez que há perfuração da membrana timpânica) • Mas, como já exposto, pode causar alterações na cóclea, gerando acometimento auditivo misto Perda Condutiva Perda Mista Tratamento: - Controle dos períodos infecciosos (ATBterapia) - Tratamento definitivo: miringoplastias ou timpanoplastias — fechamento cirúrgico da membrana timpânica _____________________________________________________ OMC Colesteatomatosa Definição: - É uma afecção causada pela presença de tecido epitelial na orelha média e mastóide - Nessas localizações, esse tecido epitelial tem características patogênicas, com propriedades líticas, de crescimento e de migração • O tecido epitelial tem um tendência de crescer nos locais onde não tem pele • O problema é que o tecido epitelial dentro da orelha média cresce sem interrupção, causando lesões • Esse tecido epitelial é formado por uma matriz externa formada por epitélio escamoso estratificado queratinizado sobre uma perimatriz de tecido conjuntivo Classificação: - A OMC colesteatomatosa se divide em: 1. Congênita: • Caracterizada por um crescimento insidioso • Causa perda condutiva progressiva • Na otoscopia é possível observar massa retrotimpânica esbranquiçada (tecido epitelial) • Não há perfuração da membrana timpânica • É relativamente rara (1 a 2% de todos os colesteatomas) • Origem: • Durante o período embriológico existem restos epiteliais queratinazados dentro da orelha média • Normalmente, durante o desenvolvimento, esse tecido epitelial desaparece e ao nascimento a orelha média está livre de tecido epitelial • No entanto, em alguns casos esse tecido não desaparece, favorecendo a formação do colesteatoma congênito 2. Adquirida: • Nos colesteatomas adquiridos o tecido epitelial apresenta a seguinte origem: • A parte externa da membrana possui revestimento epitelial; a parte interna é tecido respiratório e entre elas existe uma camada de tecido conjuntivo • Aqui, o tecido epitelial possui origem do revestimento externo da membrana timpânica e da pele do meato acústico externo • Subdividida em: • Adquirida Primária: • Ocorre por migração epitelial para orelha média através de aspiração atical (migração epitelial que começa a partir da pars flacida) • Apresenta otorréia fétida e perda auditiva condutiva ou mista • Existem 3 teorias que tentam explicar sua fisiopatologia: • Teoria da Metaplasia Escamosa: O epitélio respiratório simples do ouvido médio sofreria metaplasia escamosa tranformando-se em epitélio queratinizado. Estimulo inflamatório atuaria sobre o tecido da orelha média, que guarda características de células pluripotenciais, causando a metaplasia; • Teoria da Invaginação da membrana timpânica: disfunções da tuba auditiva resultariam em pressão negativa no ouvido médio e isso faria uma bolsa de retração na pars flacida. Haveria acúmulo de debris de queratina nessas bolsas e posterior formação do colesteatoma; • Teoria de Hiperplasia de Células Basais: segundo essa teoria, por um mecanismo não definido, haveria uma invasão das células epiteliais da pars flacida em direção as camadas subepiteliais. • Adquirida Secundária: • Ocorre por migração epitelial para orelha média através de perfuração prévia da Membrana Timpânica • O paciente inicialmente possui OMC não-colesteatomatosa, ou seja, apenas uma perfuração na membrana, e por algum motivo o tecido epitelial da camada externa da membrana começa a entrar na orelha média • Cursa com otorréia fétida e perda auditiva condutiva ou mista • Existe 1 teoria que explica sua fisiopatologia: • Teoria Migratória: o epitélio escamoso queratinizado da superfície da membrana timpânica, através de uma perfuração, invadiria o ouvido médio • Existe a chamada citoqueratina 10, que só está presente no meato externo; em alguns colesteatomas foi encontrada citoqueratina 10 no meato médico, o que comprovaria essa teoria Manifestações Clínicas: - Otorréia recorrente crônica e fétida por anos - Perda auditiva condutiva ou mista - Pólipos (tecidos mucosos resultantes do processo inflamatório crônico - Erosões ósseas: • Erosão dos ossículos e do osso temporal resultante do processo infeccioso crônico • Relação com a resposta inflamatória persistente e com infecções virais ou bacterianas secundárias levando a produção de citocinas, como o TNF alfa, interleucinas (IL-1beta, IL-6, IL-8) Complicações: - Todas são resultantes da erosão e do processo infeccioso: • Mastoidite • Vertigem (erosão dos canais semicirculares, principalmente o lateral) • Perdas auditivas neurossensoriais (erosão da cóclea) • Paralisia facial (erosão do nervo facial) • Infecção intracraniana Diagnóstico: - É clínico (história clínica + otoscopia) - Em alguns casos, principalmente em casos que se busca fazer planejamento cirúrgico, pode- se considerar exame complementar com TC e RM Tratamento: - A erradicação da doença é exclusivamente cirúrgica - mastoidectomia (remoção da lesão epitelial na mastoide) Causa: Quadro Clínico: Tratamento: Definição: Classificação: Manifestações Clínicas: Complicações: Diagnóstico: Tratamento:
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