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AMBULATÓRIO DE OTORRINO Otite média aguda (OMA) Definição: inflamação do mucoperiósteo da orelha. - Início súbito e de curta duração - Pode ter resolução espontânea - Etiologia viral ou bacteriana* Principais bactérias: ● Streptococcus pneumoniae ● Haemophillus influenzae ● Streptococcus pyogenes Epidemiologia Pico de incidência: de 6 a 12 meses (iniciação de creche, infecção por outras crianças) - 75% das crianças apresentarão um episódio até os 12 meses. Maior incidência no inverno. A OMA é a principal complicação de um resfriado comum. Fisiopatologia IVAS → Processo infeccioso da tuba auditiva e nasofaringe → Edema de tuba auditiva → Disfunção da tuba auditiva → Pressão negativa na orelha média → Acúmulo de secreções → Colonização bacteriana. Fatores de risco ● Fator de proteção: aleitamento materno. Quadro clínico ● Otalgia (dor de ouvido) ● Otorreia (quando acontece otorreia PARA/STOP a otalgia) ● Febre ● Irritabilidade AMBIENTAIS HOSPEDEIRO IVAS Idade ↓ Creche/escola Anormalidades craniofaciais Tabagismo passivo Predisposição genética Uso de chupeta DRGE Diagnóstico É clínico: Otoscopia Principal achado: * Abaulamento da MT (membrana timpânica) - Hiperemia - Alteração da transparência - Aumento da vascularização Tratamento Otite média aguda recorrente (OMAR) Definição: 3 ou mais episódios de OMA em 6 meses. 4 ou mais episódios de OMA em 12 meses. Conduta: Controlar fatores de risco para OMA (os ambientais) Vacinação - anti influenza e antipneumocócica. Cirúrgico: tubo de ventilação. Otite média com efusão (OME) Definição: presença de fluido na orelha média na AUSÊNCIA de sinais e sintomas de infecção. A secreção pode ser: mucoide, serosa, sanguinolenta ou purulenta. Epidemiologia: 50% dos lactentes até o primeiro ano de vida. 90% das crianças antes da idade escolar. Pico de incidência no inverno. > Prevalente em crianças com malformações craniofaciais (disfunção tubária) Fatores de risco Os mesmos da OMA. Classificação: ● Aguda: < 3 semanas. ● Subaguda: 3 semanas a 3 meses. ● Crônica: 3 meses. Quadro clínico: - Déficit de atenção - Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem - Uso de aparelhos com som alto - Alterações comportamentais - Plenitude auricular - Tontura *Devido a perda auditiva condutiva. Diagnóstico É clínico: por otoscopia pneumática Presença de líquido na orelha média, visualizando: - Redução do mobilidade da MT - Redução da transparência da MT - Bolhas ou nível hidroaéreo > resolução Pode ser por timpanometria também. Tratamento Otite média crônica Definição: Processo inflamatório crônico, de origem infecciosa ou não e que acomete a fenda auditiva de forma focal ou generalizada. É dividida em: TIPOS - Não colesteatomatosa - Colesteatomatosa Fisiopatologia Teoria do ''continuum'': as diferentes fases de um mesmo processo. (M. Papparela) Otite média crônica NÃO colesteatomatosa Quadro clínico ● Otorreia intermitente (esse paciente não tem dor = otalgia) ● História de IVAS ou contato com água ● Hipoacusia (diminuição da acuidade auditiva) ● Perfuração timpânica Tipos de perfuração timpânica ● A perfuração marginal apresenta chances maiores de desenvolvimento de otite média crônica colesteatomatosa. Diagnóstico É clínico: histórias de otites de repetição na infância, otorreia intermitente, mergulho no mar/piscina. Precisa de avaliação audiométrica: - Perda auditiva condutiva* - Perda auditiva mista Exame de imagem (Tomografia de mastoide), não é necessário para diagnóstico, mas em algumas situações é bom pedir: - Otorreia refratária ao tratamento - Suspeita de complicações (paralisia de nervo facial) Tratamento Otite média crônica colesteatomatosa 2 TIPOS - Adquirida Dividida em: ● Primária Retração da MT Invaginação epitelial ● Secundária PT marginal Migração epitelial - Congênita Erro embriológico Restos embrionários de tecido epitelial na orelha média. Quadro clínico - Adquirida ● Otorreia Purulenta Crônica Fétida Piossanguinolenta ● Hipoacusia (condutiva ou mista) ● Vertigem Diagnóstico - Adquirida ● Aqui é obrigatório o EXAME DE IMAGEM! Tratamento: Cirúrgico Quadro clínico - Congênita Raro *Ausência de PT (perfuração timpânica) Massa esbranquiçada em MT normal Sem história de otorreia ou cirurgias prévias OMC prévia não exclui diagnóstico Tratamento: Cirúrgico