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1 PNEUMOLOGIA- BRONQUIECTASIA DANIEL DUARTE T79 Definição Bronquiectasias são desordens adquiridas, as quais são caracterizadas por Dilatações persistentes e irreversíveis dos Brônquios, em virtude da destruição do tecido de sustentação (Cartilagem, componentes elásticos e tecido muscular). Esses componentes de sustentação são substituídos por tecido fibroso, o que torna a lesão irreversível. Mecanismo de Formação A maioria das Bronquiectasia são desencadeadas por processos infecciosas, além disso alguns indivíduos podem ser predispostos (Devido a deficiência de mecanismos depuradores). Há um infecção ou a própria deficiência da depuração já existente levam a uma Disfunção do Sistema Muco Ciliar, o que permite que o muco seja Acumulado. Com o acúmulo do muco, temos um ambiente favorável a infecções bacterianas e a partir desse ponto, há a seleção das bactérias mais virulentas ocorrendo o processo inflamatório como consequência. Com a inflamação, temos uma nova disfunção do sistema mucociliar resultando em processos infecciosos recorrentes. Esse ciclo vai desencadear na dilatação e lesão brônquica resultando na bronquiectasia. A própria bronquiectasia funciona como um amplificado desse ciclo, uma vez que ela predispõe a infecções. As Bronquiectasias podem ser difusas ou localizadas. Além disso, elas podem ser classificadas em: Cilíndricas Quando a obstrução/ Inflamação acontece no ramo principal ou imediatamente no óstio de uma ramo secundário ao principal. Císticas Quando a obstrução ocorre em ramos mais periféricos dos brônquios. Etiologias As bronquiectasias podem ser de origem: Congênita; o Deficiência de elementos da parede crônquica; o Sequestro Pulmonar; Obstrução Pulmonar; Lesão do S. Mucociliar Acúmulo de Muco e Bactérias Seleção de bactérias Virulentas Processo Inflamatório Diminuição da Depuração Infecções Recorrentes Bronquiectasias Predisposiçã o a Infecções Evento Inicial: Infecção; Deficiência na depuração do muco; 2 PNEUMOLOGIA- BRONQUIECTASIA DANIEL DUARTE T79 o Aspiração de Corpo estranho; o DPOC; o Neoplasia o Impactação Mucoide; o Adenopatia Hilar; Pneumomonite Inflamatória; o Em virtude da aspiração de conteúdo gástrico ou substâncias sódicas; Resposta Imunológica Exacerbada; o Aspergilose Broncopulmonar alérgica; o Bronquiectasia Pós- transplantes; Deficiência Imunológica o AIDS; o Hipogamaglobulinemia; o Neoplasias; Pós-Infecções (Mais Comuns) o Bactérias, Vírus, Protozoários. Deficiência da Depuração mucociliar o S. de Young; o Fibrose Cística; Pseudobronquiectasias: São quadros de dilatações dos brônquios após infecções, como pneumonias, as quais podem persistir por algum tempo, porém são reversíveis. Quadro Clínico Os principais sintomas das Bronquiectasias são: A maioria dos pacientes são portadores de bronquite crônica (Presença de Expectoração por 3 meses em 2 anos seguidos) e por isso a expectoração. Uma exceção é a Bronquiectasia Seca, na qual o paciente não irá apresenta expectoração. Esse tipo de bronquiectasia é comum nos pacientes que apresentaram TB e por isso não há a expectoração, uma vez que a drenagem dos ápices pulmonares são mais eficientes. Entretanto, sobretudo, nesses pacientes podemos ter a Hemoptise como uma das complicações, a qual é bem frequente (Até 60%). Além disso, nas exacerbações das bronquiectasias, podemos ter quadros dispneicos. Essas exacerbações são provocadas quando o paciente apresenta um novo processo infeccioso. Principais Agentes Etiológicos das Infecções Avaliação Diagnóstica O diagnóstico Vai se dar por: 1. Avaliação Funcional do Paciente; 2. Exames de imagem; a. Raio-X; b. Tomografia Computadorizada de Alta Resolução; i. Melhor método diagnóstico 3. Broncoscopia; Tosse Crônica Expectoração • Streptococcus pneumoniae, Haemophilus Influeza Fase Inicial • Bactérias mais Resistentes (Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus) Bronquiectasia Estabelecida 3 PNEUMOLOGIA- BRONQUIECTASIA DANIEL DUARTE T79 Radiografia Não é o padrão ouro. Em bronquiectasias menores, podem se apresentar como consolidações acinares, semelhante a pneumonias. Em bronquiectasias maiores, há uma melhor visualização dos cistos mais na periferia (Figura 1) e os brônquios mais dilatados que o normal. Figura 1- Bronquiectasia Cística na periferia Tomografia Computadorizada É o exame que confirma a bronquiectasia, deve ser feita a TC de alta resolução. Os achados são: Presença de uma sombra em anel, anéis de sinete (Brônquio dilatado) o Sombras em anéis > 1,5x o lúmen do vaso adjacente fala em favor de Bronquiectasias cilíndricas; Figura 2- Sombra em anéis Preenchidas com secreções O Espessamento das Paredes brônquicas podem funcionar como um preditor do declínio funcional. As bronquiectasia, normalmente, são centrais . Há um tipo de bronquiectasia, a de tração, a qual apresenta cistos nas regiões basais. Avaliação Funcional Na Espirometria, com a progressão da doença, teremos uma DV Obstrutivo. Em exacerbações, podemos ver hipoxemia e hipercapenia na gasometria. DLCO Broncoscopia A broncoscopia não possui papel diagnóstico, ele é feita em algumas bronquiectasia, no intuito de afastar a hipótese de corpo estranho ou neoplasias. Além disso, ela pode ser usada para a hemostasia em pacientes com hemoptise. Na avaliação diagnóstica, pode ser feita a solicitação de alguns exames laboratoriais, como Hemograma o As plaquetas podem estar elevadas e podem funcionar como um fator de pior prognóstico ou indicativo de má qualidade de vida (> 400 x 109); Esfregaço e cultura de escarro; o Para a identificação da bactéria; o Baciloscopia (B. koch) Dosagem de IgM, IgG, IgA; o Avaliar se o pacientes está em supressão imunológica. Outros: o Teste do suor para Fibrose cística; o Teste para aspergilus; o Sorologia para HIV 4 PNEUMOLOGIA- BRONQUIECTASIA DANIEL DUARTE T79 Objetivos O tratamento consiste na Identificação do fator causal e na tentativa de remover este fator. Ou seja, na remoção do corpo estranho, no tratamento da neoplasias, infecções e demais etiologias da bronquiectasia. Para Bronquiectasias Localizadas, podemos fazer a remoção cirúrgica dessa área, uma vez que a bronquiectasia favorece reinfecções, como foi visto. Para Bronquiectasias difusas, devemos fazer o tratamento adequado dos processos infecciosos intercorrentes; Prevenir exacerbações, a fim de manter uma boa qualidade de vida para esses pacientes. Exacerbações A tosse é crônica nesses pacientes, assim, ela não pode ser usada como marcador de exacerbação. Entretanto, pacientes com exacerbações irão apresentar: Aumento da Produção de Expectoração e essa de caráter mais Purulento; Presença de Dispneia; Pode vir acompanhada de Febre (Uma vez que há uma nova infecção); Paciente apresenta um Mal-estar, letargia ou diminuição da tolerância ao exercício; Alterações na Ausculta: o Pacientes com bronquiectasia podem apresentar crepitações no local. o Com a exacerbações, podemos ter roncos e sibilos; Paciente com alterações radiológicas, como consolidações, em virtude de pneumonias. O tratamento da exacerbação é feito a partir da antibioticoterapia, lembrarque pode existir diferença entre as bactérias dependendo do estágio da bronquiectasia. Assim: •Beta-Lactâmicos •Cefalosporinas de 2º Geração •Macrolídeos Inicial •Precaução com a Pseudomonas •Ciprofloxacino •Ceftazidima/Cefepime •Imipenem/Meropenem •Piparacilina+Tazobactan •Oxicilina ou Vancomicina; Avançada 5 PNEUMOLOGIA- BRONQUIECTASIA DANIEL DUARTE T79 Prevenção das Infecções Há duas formas, o uso de antibióticos orais e inalatórios. Os antibióticos orais são utilizados em casos de infecções e consiste no uso por um período maior, mais prolongado, podendo chegar até a 4 semanas, a fim de evitar novas infecções. Já os antibióticos inalatórios podem ser usados de forma alterna, usa um mês e para durante um mês. Eles só são permitidos para pacientes com fibrose cística, porém pacientes com Bronquiectasias graves podem solicitar na justiça. Sua utilização visa diminuir a colonização das bactérias. Os antibióticos Inalatórios são: Zolteon/Tobi (Tobramicina Inalatória); Colistina (Plimixina E); Uma alternativa a isso é o uso de macrolídeos 2 a 3 vezes na semana. Fisioterapia Respiratória Drenagem Postural; Flutter; Pressão Positiva; BD Pacientes com DV Obstrutiva, podem fazer uso Mucolíticos N a tentativa de diminuir a expectoração (Uso de Bromexina, n-acetilcisteina);
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