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B A R B A R A B A R B O S A S A N T O S | C T B 3 0 5 2 GESTÃO FINANCEIRA » INVESTIMENTOS » ORÇAMENTO DE CAPITAL • “O Orçamento de Capital é um processo que consiste em avaliar e selecionar investimentos em longo prazo, que sejam coerentes com o objetivo da empresa de maximizar a riqueza de seus proprietários” (GITMAN, 2004, p. 288). • Se o investimento de capital tem a expectativa de gerar benefícios após um ano, as saídas de caixa recebem a denominação de “Dispêndio de Capital”. Quando a expectativa de resultados é inferior a um ano (curto prazo), denomina-se de “Dispêndio Corrente”. » UNIDADE 2 - INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOS » INVESTIMENTOS » MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS » FINANCIAMENTOS E ALAVANCAGEM DE CAPITAL GESTÃO FINANCEIRA • A série de fluxos de caixa irá representar a(s) saída(s) de caixa e a(s) entrada(s) de caixa. Estes fluxos podem representar uma série de fluxos de caixa convencionais e não convencionais. • Uma série de fluxos de caixa convencionais é representada por uma saída de caixa inicial e entradas fixas no decorrer de um período. • Retomando o exemplo da camisa (primeira unidade), vamos imaginar a possibilidade de investir em uma máquina para empacotar as camisetas. A máquina custa R$ 12.000,00 e trará um retorno de R$ 1.500,00 anuais por 10 anos. GESTÃO FINANCEIRA • Uma série de fluxos de caixa não convencionais são os investimentos que requerem diferentes saídas de capital para a manutenção das entradas. Do exemplo anterior, a máquina para empacotar camisetas pode ser reformada e atualizada para continuar provendo as entradas de R$ 1.500,00; mas para isso é necessário que no sexto ano seja realizada esta manutenção, representando mais uma saída de R$ 4.000,00. GESTÃO FINANCEIRA Este fluxo de saída(s) e entradas dos investimentos é considerado no orçamento de capital. GESTÃO FINANCEIRA • PROJETOS INDEPENDENTES • Dentre os diferentes projetos que a empresa possui, há um grupo de projetos que são independentes entre si, ou seja, um não depende do outro. Nos projetos independentes, os fluxos de caixa não estão relacionados, não dependem um do outro e a aceitação de um dos projetos não exclui os demais (GITMAN, 2004). • Na maioria dos casos, dentre os projetos independentes, a empresa precisa estabelecer prioridades nos investimentos, mas, havendo recursos, todos os projetos podem ser implementados simultaneamente. PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES Ao contrário dos projetos independentes, os projetos mutuamente excludentes são os que apresentam a mesma função, portanto, competem entre si. Ao decidir por um dos projetos mutuamente excludentes, é eliminada a necessidade dos demais. GESTÃO FINANCEIRA • FLUXOS RELEVANTES • Em orçamento de capital, os fluxos relevantes são: • • O investimento inicial: representa a saída de caixa inicial para o investimento. Além do investimento no ativo, também deve incluir os custos de instalação. • As entradas de caixa operacional: são resultantes do investimento realizado, expressando a recuperação do investimento inicial em cada um dos períodos. As entradas consideram as receitas geradas pelo ativo, menos as despesas. • O fluxo de caixa terminal: também é relevante, por demonstrar o fluxo de caixa ao final do investimento ou projeto. Nesta fase consideramos o valor recebido pela venda do ativo antigo. GESTÃO FINANCEIRA » MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS • PAYBACK • Traduzindo-se a expressão Payback, temos pay = pagamento e back =voltar, retorno. Desta forma, fica fácil de iniciarmos a conceituação de Payback: é a quantidade de períodos necessários para recuperar o investimento realizado. • A técnica do Payback é muito usada pelas grandes empresas na análise de pequenos investimentos, em que é pequena a quantidade de períodos de retorno. • Também é muito usada por pequenas empresas na análise da maioria de seus investimentos, muitas vezes, pela simplicidade do processo intuitivo. • Ao utilizar o Payback com critério para investir num determinado projeto, o gestor financeiro: • • Aceita: quando o Payback for menor que o número máximo de períodos aceitáveis. • • Rejeita: quando o Payback for superior ao número máximo de períodos aceitáveis. • O Payback apresenta-se com as técnicas do Payback simples e do Payback descontado. » UNIDADE 2 - INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOS » INVESTIMENTOS » MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS » FINANCIAMENTOS E ALAVANCAGEM DE CAPITAL GESTÃO FINANCEIRA • PAYBACK SIMPLES • O Payback simples não considera o custo de capital da empresa no decorrer dos períodos, apenas a quantidade de períodos necessários para recuperar o investimento realizado a partir de seus fluxos de caixa. • PAYBACK DESCONTADO • O Payback descontado difere do Payback simples, pois considera o custo do dinheiro no decorrer dos períodos de aceitação do retorno do investimento. Este custo pode ser representado através da acumulação do valor presente em cada período do projeto. GESTÃO FINANCEIRA No Payback simples, o retorno ocorria em4,4 anos. Agora, considerando o custo do dinheiro, a taxa de 9% a.a., o Payback descontado revela o retorno do investimento ao final do 6º período. O valor do Payback descontado pode ser considerado como sendo o prazo de recuperação do investimento remunerado no valor da taxa de juros que representa o custo do capital, mas não considera todos os capitais do fluxo de caixa. Na técnica do Payback descontado, a decisão continua centrada no número de períodos. GESTÃO FINANCEIRA • VPL • O VPL (Valor Presente Líquido) é uma das técnicas muito utilizadas ao realizar o orçamento de capital para avaliar os projetos de investimentos. O propósito é o de atualizar todas as entradas dos fluxos de caixa futuros para um valor presente, considerando o custo do dinheiro ao longo do tempo. • Ao atualizar os valores das entradas futuras, é preciso conhecer em que período consta cada entrada e, principalmente, qual é a taxa de desconto a ser aplicada. Esta taxa de desconto também pode ser denominada de taxa de retorno exigido, custo de oportunidade ou, ainda, custo de capital. Estes métodos Payback descontado e VPL são muito idênticos. Ou a mesma coisa? Na representação temos os mesmos elementos, mas a diferença consiste nas respostas: • No Payback descontado temos a informação da quantidade de períodos. • No VPL temos o valor presente líquido ao final dos períodos. As limitações do VPL consistem em conhecer a taxa de juros que mede o custo do capital futuro e ainda no resultado expresso em valor monetário, ao invés de uma porcentagem. GESTÃO FINANCEIRA • TIR • A TIR (Taxa Interna de Retorno) é uma técnica avançada para se calcular o orçamento de capital. É mais ampla do que o VPL, e muito utilizada na avaliação de alternativas de investimentos. • A TIR é definida como a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial de um projeto; ou seja, é a taxa que zera o VPL das entradas de caixa (GITMAN, 2004). • O gestor financeiro também precisa saber qual é a TMA (Taxa Mínima de Atratividade). A TMA é uma taxa de juros mínima que o dono do capital espera ao investir no projeto (custo de capital), ou ainda, para quem pega dinheiro emprestado, o máximo que está disposto a pagar pelo capital de terceiros. • Ao decidir por uma das alternativas de projetos a partir da TIR, o projeto pode ser: • • Aceito: quando a TIR for maior que o custo de capital. • • Rejeitado: quando a TIR for menor que o custo de capital. GESTÃO FINANCEIRA • VPL x TIR • O método VPL apresenta o valor monetário ao final de um determinado período, considerando os fluxos futuros em seu valor presente, conforme uma taxa de desconto estabelecida pelos donos do capital. O VPL está associado ao conceito de maximização da riqueza, ou seja, os ganhos absolutos que geram valor aos acionistas – donos do capital. • Já o método TIR expressa a taxa interna de retorno (%) – retornos relativos,que estão associados ao conceito de maximização da lucratividade. • RISCOS • No terceiro tópico da primeira unidade deste caderno conversamos um pouco sobre risco: a possibilidade de perda financeira, variabilidade de retorno ou, ainda, comprometimento do retorno previsto. Este risco pode aumentar ou diminuir, a partir de variáveis internas ou externas Os fatores internos estão relacionados à empresa e geralmente podem ser controlados, assim temos maior controle dos riscos. Já os fatores externos estão relacionados aos aspectos fora da empresa: mercado, finanças, economia etc.; e, que não estão sob nosso controle e, muitas vezes, aparecem como “elementossurpresa”, elevando o risco. GESTÃO FINANCEIRA • Ao realizar orçamentos de capital é necessário considerar o risco das entradas de capital, pois se elas não se realizarem, nosso Payback, VPL e TIR não serão os mesmos. O tempo de retorno poderá se prolongar, o valor presente líquido poderá ser menor ou, ainda, negativo; e a taxa interna de retorno poderá ser menor que a taxa mínima de atratividade (custo de capital). • Para reduzir os riscos é necessária uma análise de sensibilidade para avaliar a variabilidade do retorno, onde é preciso considerar estimativas pessimistas (o pior), estimativas prováveis (o esperado) e, ainda, estimativas otimistas (o melhor). • Para lidar com o risco, o gestor financeiro pode realizar simulações considerando todas as variáveis que afetam os resultados. No passado, estas simulações eram realizadas manualmente com lápis, papel e calculadora. • Atualmente, encontramos uma série de simuladores empresariais fazendo uso do computador, que coletam os dados operacionais e permitem ao gestor simular os resultados futuros, tratando situações pessimistas, prováveis e otimistas. GESTÃO FINANCEIRA » FINANCIAMENTOS E ALAVANCAGEM DE CAPITAL • ESTRUTURA DE CAPITAL • Ao montar uma empresa há a necessidade de dinheiro, ou seja, de capital, que pode ser: • • Capital próprio: representa os recursos dos sócios da empresa. • • Capital de terceiros: são os recursos emprestados, financiados com os não sócios. • A decisão de compor a estrutura de capital da empresa entre capital próprio e capital de terceiros é uma atividade bastante complexa para o gestor financeiro. » UNIDADE 2 - INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOS » INVESTIMENTOS » MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS » FINANCIAMENTOS E ALAVANCAGEM DE CAPITAL GESTÃO FINANCEIRA • Para evitar a falência da empresa, a estruturação do capital (próprio e de terceiros) considera: • • Risco econômico: a preocupação da empresa de não conseguir cobrir os seus custos operacionais. • • Risco financeiro: a preocupação de não conseguir cobrir suas obrigações financeiras. • • Custo de agency: também interpretado como a taxa imposta pelos investidores da empresa, os donos do capital. A imposição de altas taxas pode comprometer os resultados. • Informação assimétrica: a preocupação com o desencontro das informações, onde algo positivo pode de fato ser julgado como bom ou não; e vice-versa. GESTÃO FINANCEIRA • CUSTO DE CAPITAL E FINANCIAMENTOS • O gestor financeiro poderá conseguir capital através de diferentes fontes com diferentes custos, e este custo de capital é um fator importante a ser considerado na tomada das decisões financeiras, quanto à estrutura de capital. • São análises e decisões que circundam o gestor financeiro, pois em cada uma das situações terá que analisar o custo do capital. • Nas fontes de capital de longo prazo temos os projetos de investimentos em ativos permanentes. Este investimento é financiado junto com as instituições financeiras (bancos), conhecido também por “financiamentos”. A taxa estabelecida pelo banco varia: • • de instituição para instituição; • • do montante captado; • • da quantidade de períodos para a devolução deste capital; e, • • principalmente da análise que o banco realiza sobre a nossa empresa: o seu tempo de mercado, ativo, liquidez, grau de endividamento etc. GESTÃO FINANCEIRA • Já o custo do capital próprio é estabelecido pelo dono do capital, sócios da empresa. É uma taxa esperada pelos sócios pela aplicação do seu dinheiro na empresa. Alguns denominam de taxa de oportunidade ou taxa mínima de atratividade (abordado anteriormente). • O custo do capital próprio investido na empresa deverá ser no mínimo igual à taxa livre de risco da economia. No Brasil, esta taxa livre de risco é a SELIC (Sistema Especial de Liquidação de Custódia), que reflete o custo do dinheiro para empréstimos bancários baseado na remuneração dos títulos públicos. Se o custo do capital próprio (taxa esperada) for menor que a SELIC, não vale a pena investir na empresa e sim aplicar no mercado financeiro, que seu retorno será maior. GESTÃO FINANCEIRA • CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC) • O custo do capital de uma organização representa a taxa de juros necessária para satisfazer esta estrutura de capital próprio e de terceiros. • Para isso se faz necessário determinar o Custo Médio Ponderado do Capital (CMPC). É muito simples! Calculamos a média ponderada entre o custo do capital próprio e o custo do capital de terceiros, após o Imposto de Renda. GESTÃO FINANCEIRA • ALAVANCAGEM • Recorrendo ao dicionário, alavancagem é uma expressão usada para denominar um meio de ação para vencer qualquer resistência. • O gestor financeiro precisa lidar com a alavancagem da empresa, que pode ser: • ● Operacional: quando o percentual aumento das operações é superior ao aumento de seus custos. Exemplo: a elevação da produção é percentualmente superior ao custo de produção; ou ainda, quando a elevação das vendas é percentualmente superior aos custos. • ● Financeira: quando a empresa consegue usar os encargos financeiros fixos para aumentar o seu lucro (GITMAN, 2003). • ● Combinada: a alavancagem é combinada entre operacional e financeira – é o efeito da variação percentual da receita operacional no lucro líquido. GESTÃO FINANCEIRA • Ao estudar alavancagem é necessário também conhecer o conceito de ponto de equilíbrio, do inglês break-even-point. O ponto de equilíbrio é o momento em que as receitas (entradas) pagam todas as despesas (saídas) e o resultado final é 0 (zero) (ASSAF, 2009). • Quando os resultados são inferiores ao ponto de equilíbrio, significa dizer que há prejuízo, faltam recursos para as contas. Já quando os resultados superam o ponto de equilíbrio, há resultado. O ponto de equilíbrio pode ser operacional e financeiro. • O ponto de equilíbrio operacional é obtido no momento em que as vendas cobrem as despesas operacionais, então temos o “Lucro antes de despesas financeiras e IR” = 0 (zero). GESTÃO FINANCEIRA GESTÃO FINANCEIRA GESTÃO FINANCEIRA GESTÃO FINANCEIRA GESTÃO FINANCEIRA GESTÃO FINANCEIRA GESTÃO FINANCEIRA GESTÃO FINANCEIRA GESTÃO FINANCEIRA Um líder que não cuida de suas próprias finanças, não pode ter a audácia de querer ter seguidores, haja vista, que se um incompetente guiar outro incompetente, ambos alcançaram o mesmo destino final, a saber: o fracasso Pablo de Paula Bravin “ https://www.pensador.com/autor/pablo_de_paula_bravin/
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