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Lívia Leandro - Med Fits 33🧠 T R A U M A N O S N C . TUTORIA 01 - MOD 02 - P3 OBJETIVO 1 CONHECER A ANATOMOFISIOLOGIA DO SNC M E D U L A E S P I N H A L ➔ é uma massa cilindróide, de tecido nervoso, situada dentro do canal vertebral, ➔ Mede aproximadamente 45 cm (na mulher é menor) ➔ Cranialmente se limita com o bulbo, aproximadamente ao limite do forame magno do osso occipital ➔ O limite caudal no adulto se situa na segunda vértebra lombar - L2 ➔ Termina afilando-se formando o cone medular, continuando com um delgado filamento meníngeo (filamento terminal) ➔ É o maior condutor de informações que sai e entra no encéfalo pelos nervos espinhais. ESTRUTURA ➔ Possui forma aproximadamente cilíndrica, ligeiramente achatada no sentido anteroposterior ➔ Calibre não uniforme- apresenta dilatações (intumescência cervical e intumescência lombar) ➔ Intumescências: fazem conexão com as grossas raízes nervosas que formam o plexo braquial e lombossacral (inervação dos membros). Se devem a maior quantidade de neurônios e, portanto, fibras nervosas. ➔ Superfície da medula: Sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e sulco lateral posterior. Na medula cervical: sulco intermédio posterior (entre o mediano posterior e lateral posterior, e que continua no septo intermédio posterior no interior do funículo posterior). ➔ Nos sulcos lateral anterior e posterior são realizadas as conexões ventrais e dorsais dos nervos espinhais. Substâncias branca e cinzenta: ➔ Na medula, a substância cinzenta está dentro da branca e apresenta forma de borboleta ou H ➔ De cada lado há 3 colunas (em cortes aparecem como cornos: anterior, posterior e lateral) ➔ Obs: a coluna lateral só aparece na medula torácica e parte da medula lombar. ➔ Canal central da medula (canal do epêndima): está no centro da substância cinzenta e representa um resquício da luz do tubo neural do embrião. ➔ A substância branca é formada por fibras, sendo a maior parte delas mielínicas (essas fibras sobem e descem na medula e podem ser agrupadas de cada lado em 3 cordões: 1. Funículo anterior: entre a fissura mediana anterior e sulco lateral anterior 2. Funículo lateral: entre os sulcos lateral anterior e posterior 3. Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e o mediano posterior que é ligado a substância cinzenta pelo septo mediano posterior. Na parte cervical da medula, é dividido pelo sulco intermédio em: fascículo grácil e fascículo cuneiforme. https://www.emojiall.com/pt/emoji/%F0%9F%A7%A0 Lívia Leandro - Med Fits SEGMENTOS MEDULARES: ➔ Os nervos espinhais são condutores de informação ➔ Os sulcos lateral anterior e posterior, fazem conexão com pequenos filamentos nervosos (filamentos radiculares) => se unem formando as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais => se unem para formar os nervos espinhais ➔ A conexão com os nervos espinhais marca a segmentação da medula (é um segmento medular de determinado nervo, a parte da medula onde fazem conexão os filamentos radiculares que entram na composição deste nervo) ➔ Há 31 pares de nervos espinhais, que correspondem a 31 segmentos medulares: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo ENVOLTÓRIOS DA MEDULA ➔ Meninges: membranas fibrosas que envolvem a medula ➔ Dura-máter ou paquimeninge (mais espessa), Pia-máter e aracnóide (menos espessas = leptomeninge) DURA-MÁTER ➔ Meninge mais externa ➔ Formada por abundantes fibras colágenas que a tornam espessa e resistente ➔ SE ESTENDE DESDE O FORAME MAGNO ATÉ O NÍVEL DA SEGUNDA VÉRTEBRA SACRAL. ➔ DAS TRÊS MENINGES, É A QUE EFETIVAMENTE APRESENTA RESISTÊNCIA, FORMANDO UM DENSO SACO FIBROSO ➔ QUE PROTEGE E ENCERRA TODO O NEURO-EIXO (ENCÉFALO E MEDULA). ARACNÓIDE ➔ COBRE AS RAÍZES NERVOSAS E O GÂNGLIO DA RAIZ DORSAL, FUNDINDO-SE COM AS BAINHAS DOS NERVOS, FORMANDO UMA ENORME COBERTURA E SEGUINDO A DURA-MÁTER ESPINHAL ATÉ A SUA TERMINAÇÃO (NO LIGAMENTO COCCÍGEO NO SEGUNDO NÍVEL SACRAL). PIA-MÁTER ➔ É A COBERTURA DO TECIDO CONJUNTIVO QUE ENREDA OS VASOS SANGUÍNEOS. É INSEPARÁVEL DA MEDULA ESPINHAL E SE PROLONGA SOBRE SUAS RAÍZES E GÂNGLIOS ATÉ AS BAINHAS DOS NERVOS ESPINHAIS, FORNECENDO UMA FAIXA DE FIBRAS LONGITUDINAIS (LINHA RESPLENDENTE). AO NÍVEL DO CONE MEDULAR, A PIA-MÁTER CONTINUA NO FILAMENTO TERMINAL (QUE SE ESTENDE ENTRE AS RAÍZES NERVOSAS DA CAUDA EQUINA E TERMINA FUNDINDO-SE COM O PERIÓSTEO DO DORSO DA SEGUNDA VÉRTEBRA COCCÍGEA), SUBSTITUINDO GRADUALMENTE TODOS OS ELEMENTOS NERVOSOS DENTRO DELE. Meninges: Duramater (externa) Aracnóide (intermediária) - Trabéculas aracnóides Pia mater (interna) - ligamento denticulado (meio de fixação) ESTA MEMBRANA, A PIA-MÁTER, ATRAVÉS DE SUAS FIBRAS LONGITUDINAIS EXTERNAS, FORMA DOIS Lívia Leandro - Med Fits LIGAMENTOS DENTICULADOS, QUE SÃO LÂMINAS FIBROSAS ESTREITAS INSERIDAS DE MODO CONTÍNUO AO LONGO DA MEDULA ESPINAL ENTRE AS RAÍZES NERVOSAS VENTRAIS E DORSAIS. ELES PROPORCIONAM UMA IMPORTANTE FIXAÇÃO PARA A MEDULA ESPINHAL , DO MESMO MODO QUE O LÍQUIDO CÉREBRO-ESPINHAL, TAMBÉM CHAMADO DE LÍQUOR, TEM UM PAPEL AMORTECEDOR ESSENCIAL. AMBOS PROTEGEM A MEDULA DOS CHOQUES E DESLOCAMENTOS REPENTINOS. ESPAÇOS A) EPIDURAL, EXTRADURAL OU PERIDURAL: ENTRE A DURA MATER E O PERIÓSTEO DAS VÉRTEBRAS. CONTÉM TECIDO ADIPOSO E O PLEXO VENOSO VERTEBRAL INTERNO. B) SUBDURAL ESPAÇO COMPREENDIDO ENTRE A DURA MATER E A ARACNOIDE. É UMA CAVIDADE VIRTUAL CUJO CONTEÚDO É UM LÍQUIDO DE ESPESSURA CAPILAR COM FINALIDADE DE REDUZIR O ATRITO ENTRE AS MENINGES SUPRACITADAS. C) SUBARACNÓIDE SITUADO ENTRE A ARACNOIDE E A PIA MATER COMPREENDE O LÍQUOR (LIQUIDO CEREBROSPINAL OU CEFALORRAQUIDIANO). CLINICAMENTE, A ÁREA ENTRE L2 E S2, NO ESPAÇO SUBARACNÓIDE, TEM IMPORTÂNCIA PARA A COLETA DO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO COM FINS DIAGNÓSTICOS E PARA A ADMINISTRAÇÃO DE ANESTÉSICOS ESPINHAIS. A TOPOGRAFIA VERTEBROMEDULAR É IMPORTANTE PARA O DIAGNÓSTICO, PROGNÓSTICO E TRATAMENTO DE LESÕES DA MEDULA. CÉREBRO O cérebro compõe a maior parte do encéfalo, sendo encontrado na cavidade craniana. O cérebro é composto por dois hemisférios cerebrais (esquerdo e direito) e cinco lobos. Todos os lobos (exceto um) são nomeados de acordo com os ossos cranianos adjacentes a eles: lobos frontal, parietal, temporal, occipital e insular. O lobo insular está escondido logo abaixo dos lobos frontal, temporal e parietal. "Ínsula" significa ilha, o que o lobo insular de fato é: uma ilha de substância cinzenta escondida sob a superfície do cérebro. Você provavelmente encontrará o termo lobo límbico também. No entanto, este não constitui um lobo real, e sim um grupo funcional de regiões interconectadas do cérebro que, juntas, controlam as emoções, a memória e a perceção espacial. O cérebro, juntamente com o hipocampo, a amígdala, o bulbo olfatório (olfativo) e os núcleos da base, compõem o telencéfalo. A camada mais superficial do cérebro é o córtex cerebral. É uma camada de substância cinzenta que apresenta numerosas dobras (sulcos e giros [circunvoluções]), pode ser categorizada estruturalmente (citoarquitetura cortical) ou funcionalmente (áreas de Brodmann), e abriga regiões específicas como o córtex motor primário e o córtex somatossensorial primário, cada um acomodando um homúnculo. As conexões de substância branca se estendem entre a substância cinzenta do córtex cerebral e outras partes do mesmo hemisfério cerebral (fibras de projeção); do hemisfério oposto (fibras comissurais); e estruturas fora do córtex (fibras de associação). CÓRTEX CEREBRAL O córtex cerebral é a camada mais superficial do cérebro, e compõe a maior parte da substância cinzenta do cérebro. Existe também um córtex cerebeloso, que forma a camada superficial do cerebelo (ou pequeno cérebro). O córtex cerebral tem 2-5 mm de espessura, e é responsável por cerca de 80% da massa total do cérebro. Estima-se que a sua área total seja de cerca de 2000 cm2. O córtex cerebral tem uma série complicada de pregas tortuosas, os giros (circunvoluções), e entre estes giros (circunvoluções) existem indentações,denominadas sulcos. Lobo Frontal: (é dividido em 3 partes) - motora, pré motora, motor longitudinal - o lobo frontal é a parte mais anterior do cérebro, estando envolvido no controle muscular, intelecto superior, personalidade, humor, comportamento social e linguagem. Posteriormente, é separado do lobo parietal pelo sulco central (ou sulco de Rolando), e inferiormente é separado do lobo temporal pelo sulco lateral (ou sulco de Sylvius). As convoluções mais significativas do lobo frontal são os giros e sulcos pré-central, superior, médio e inferior, bem como os giros orbitais. Todo o lobo frontal é vascularizado pelas artérias cerebrais anterior e média, que são ramos da artéria carótida interna. Lobo Parietal: O lobo parietal está situado entre os lobos frontal e occipital, e separado deles pelos sulcos central e parieto-occipital, respectivamente. Está envolvido na linguagem, no cálculo, assim como na percepção de várias sensações, como toque, dor e pressão. O lobo é dividido em duas partes chamadas de lóbulos (superior e inferior), https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebro https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebro https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cortex-cerebral https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cortex-cerebral https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/arteria-carotida-interna Lívia Leandro - Med Fits que são separados por um sulco intraparietal. Outras estruturas importantes incluem o sulco pós-central, juntamente com os giros pós-central, angular e supramarginal. O lobo parietal é vascularizado por ramos das artérias cerebrais anterior, média e posterior. Esta última se origina da artéria basilar. Lobo Temporal: Continuando na lista, temos outro lobo do cérebro chamado de lobo temporal. É responsável pela memória, linguagem e audição. Situa-se abaixo dos dois lobos anteriores, dos quais é separado pelo sulco lateral. O lobo temporal é constituído pelos giros temporais superior, médio e inferior, delimitados pelos sulcos superior e inferior. É vascularizado pelas artérias cerebrais média e posterior. Lobo Occipital: O lobo occipital é a porção mais posterior do cérebro e está envolvido no processamento de estímulos visuais. Ele repousa no tentório do cerebelo, uma dobra da dura-máter que a separa do cerebelo. O lobo occipital é separado dos lobos parietal e temporal pelos sulcos parieto-occipital e calcarino, respectivamente. Características e marcos importantes adicionais incluem os giros occipitais superior e inferior, que são divididos pelo sulco occipital lateral, assim como o cúneus e o giro lingual. O suprimento vascular do lobo occipital é proveniente da artéria cerebral posterior. Ínsula Por último, mas não menos importante, temos a ínsula ou lobo insular, que está enterrado sob os lobos frontal, parietal e temporal. Este lobo está envolvido no processamento de várias sensações, como sabor, visceral, dor e função vestibular. O sulco central da ínsula divide sua superfície em giros curtos e longos. Este lobo é suprido por ramos da artéria cerebral média. Uma última estrutura anatômica evidente em uma visão sagital do cérebro é o lobo límbico, que está envolvido na modulação das funções viscerais, hormonais e autonômicas, assim como nas emoções, no aprendizado e na memória. O nome lobo límbico é na verdade equivocado, pois é considerado uma região do cérebro e não um lobo propriamente dito. Localizado acima do corpo caloso, consiste nos giros subcaloso, cingulado e para-hipocampal, juntamente com a formação hipocampal (uma estrutura subcortical). Aprender todas as informações acima definitivamente não é fácil, mas estamos aqui para tornar o aprendizado o mais fácil e agradável possível. A seguir você encontra outra videoaula, desta vez sob a perspectiva medial, para compreender melhor a anatomia do cérebro. ESTRUTURAS SUBCORTICAIS As estruturas subcorticais são um grupo de estruturas diversas encontradas no interior do cérebro. Elas incluem o diencéfalo (tálamo, epitálamo, subtálamo e hipotálamo), a glândula pituitária (hipófise), as estruturas límbicas e os núcleos da base. Estas estruturas possuem uma grande variedade de funções, como por exemplo: ● O hipotálamo e a glândula pituitária (hipófise) estão envolvidos na produção e regulação hormonal ● O sistema límbico (que inclui a formação hipocampal, o fórnix, a amígdala, o córtex insular, dentre outros) está envolvido na memória, no olfato, no comportamento emocional e no equilíbrio fisiológico do corpo como um todo (homeostase). ● Os núcleos da base são um grupo funcional de núcleos que juntos compõem uma unidade do sistema motor extrapiramidal, modificando a atividade motora. TRONCO CEREBRAL O tronco cerebral é a parte mais caudal do encéfalo. É composto pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo. O cerebelo, a ponte e o bulbo são frequentemente agrupados sob o nome de rombencéfalo. A importância do tronco encefálico se repousa em várias de suas características, que em conjunto dão a ele a definição informal de centro de sobrevivência: ● Contém todos os núcleos dos nervos cranianos (exceto os dos NC I e NC II), fornecendo controle somático e autonômico da cabeça e do pescoço. ● Contém os núcleos da formação reticular ● Contém os núcleos simpáticos e parassimpáticos, fornecendo centros vitais que controlam atividades tais como a respiração, a frequência cardíaca e motricidade vascular. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/hipocampo-anatomia-e-funcoes https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/hipocampo-anatomia-e-funcoes https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/estruturas-subcorticais https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/diencefalo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/hipocampo-anatomia-e-funcoes https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/hipocampo-anatomia-e-funcoes https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/os-12-nervos-cranianos https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/os-12-nervos-cranianos https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-da-cabeca-e-do-pescoco Lívia Leandro - Med Fits ● Todos os caminhos entre a medula espinal e o cérebro / cerebelo passam através do tronco cerebral. BULBO O bulbo é a porção mais inferior do tronco cerebral, que fica na fossa posterior do crânio. Ela se continua com a medula espinhal abaixo e com a ponte cerebral acima. Da sua face anterior emergem vários nervos cranianos e ali existem áreas elevadas, chamadas de protuberâncias, formadas por vários tratos e núcleos que atravessam o bulbo. Elas são a fissura mediana anterior, pirâmides (trato corticoespinhal), decussação das pirâmides, olivas (núcleo olivar inferior) e os nervos hipoglosso (NC XII), glossofaríngeo (NC XII) e vago (NV X). O bulbo também tem muitas estruturas anatômicas na sua face posterior. Isto inclui o sulco medial posterior, fascículos grácil e cuneiforme, tubérculos grácil e cuneiforme (núcleos respetivos), tubérculo trigeminal (núcleo espinhal do nervo trigêmeo), funículo lateral (fibras de substância branca lateral), metade inferior da fossa romboide (assoalho do quarto ventrículo), e o óbex. O suprimento arterial do bulbo é feito pelas artérias cerebelares anterior e posterior, juntamente com a artéria espinhal anterior. Está curioso para saber mais detalhes sobre a anatomia do bulbo? Veja os materiais abaixo. PONTE CEREBRAL Continuando um pouco acima, encontramos a ponte (protuberância). Ela é a porção central do tronco cerebral interposta entre o bulbo e o mesencéfalo. As funções da ponte (protuberância) cerebral são variadas e envolvem sono, respiração, deglutição, audição, controle da bexiga, equilíbrio e gustação, entre tantas outras funções motoras. A face anterior da ponte (protuberância) tem aparência estriada e contém várias linhas paralelas em virtude da presença de fibras córtico-ponto-cerebelares, que a percorrem horizontalmente. Os sulcos pontinos superior e inferior separam a ponte(protuberância) das partes vizinhas do tronco encefálico, enquanto os nervos trigêmeo (NC V), abducente (NC VI), facial (NC VII) e vestibulococlear (NC VIII) saem de sua superfície ventral. Existe também o sulco basilar que a percorre longitudinalmente e aloja a artéria basilar. A face posterior da ponte (protuberância) cerebral está intimamente conectada com o quarto ventrículo e o cerebelo. As estruturas associadas e protuberâncias incluem a metade superior da fossa rombóide, eminência mediana, sulco mediano posterior, colículo facial (nervo facial), estrias medulares (fibras do núcleo arqueado), locus coeruleus (parte da formação reticular) e áreas vestibulares (núcleos vestibulares). A ponte (protuberância) é suprida pelos ramos pontinos da artéria basilar. DIENCÉFALO O diencéfalo é composto pelas seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. É quase que completamente encoberto pelo telencéfalo que é localizado enormemente em sentido lateral e posterior para construir os hemisférios cerebrais. MESENCÉFALO E por último, mas não menos importante, chegamos à terceira parte do tronco cerebral, denominada mesencéfalo. É a porção mais superior, situando-se entre a ponte (protuberância) inferiormente e o tálamo superiormente. Desempenha um importante papel no movimento dos olhos, no processamento visual e auditivo, no estado de alerta e na regulação da temperatura. Primeiramente, o mesencéfalo é dividido em duas metades pelo aqueduto cerebral, que o atravessa. A parte anterior é conhecida como tegmento e a posterior como tecto mesencefálico. A superfície anterior do mesencéfalo contém dois pedúnculos cerebrais e o núcleo rubro. Cada pedúnculo contém a substância negra e o crus cerebri que leva as fibras dos tratos corticoespinhais, as quais são parte do tracto piramidal. Situada entre os pedúnculos está a fossa interpeduncular, que contém a substância perfurada posterior, através da qual as artérias perfurantes, que suprem o mesencéfalo, passam. O núcleo rubro é uma massa redonda e bastante vascularizada de substância cinzenta onde os tratos rubros aferentes (corticobulbar, cerebelo-rubral) e eferentes (rubro-espinhal, rubro-olivar) começam e terminam, respetivamente. Outras estruturas na superfície anterior do mesencéfalo incluem os tratos https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cranio https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/os-12-nervos-cranianos https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/os-12-nervos-cranianos https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-hipoglosso-xii https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-glossofaringeo-ix https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-vago https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-trigemeo-v https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-trigemeo-v https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-trigemeo-v https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervos-troclear-iv-e-abducente-vi https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-facial https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-vestibulococlear-viii Lívia Leandro - Med Fits ópticos e a emergência do nervo oculomotor (NC III). Rodeando o mesencéfalo, encontramos várias estruturas visíveis na sua face posterior. As mais proeminente são os corpos quadrigêmeos, que se apresentam como quatro eminências arredondadas, chamadas de colículos, na lâmina do teto mesencefálico. Cada colículo superior representa a estação retransmissora para reflexos visuais, enquanto cada colículo inferior, localizados inferiormente, funciona como uma estação retransmissora da via auditiva. Cada colículo correspondente é separado medialmente pelo frênulo do véu medular superior. Aqui emerge o nervo troclear (NC IV). Aprender sobre o tronco cerebral pode consumir muito tempo e ser bem difícil devido às suas complicadas estruturas. Nós do Kenhub entendemos a sua frustração. Incluímos abaixo alguns links que fornecem um resumo sobre o tronco encefálico e esperamos que isto possa simplificar seu aprendizado o máximo possível. CEREBELO O cerebelo fica entre o cérebro e o bulbo (bolbo) do tronco cerebral (Aprenda mais sobre o cerebelo e o tronco cerebral aqui!). Ele desempenha um papel importante na regulação das funções motoras, participando do planejamento e da modulação da atividade motora, incluindo a coordenação do corpo enquanto se movimenta. Tal como o cérebro, o cerebelo tem dois hemisférios (esquerdo e direito), que estão conectados por uma massa na linha média chamada de vérmis. Tem também três lobos: anterior, posterior e flóculo-nodular. O córtex cerebelar forma a camada mais externa do cerebelo e é composto por substância cinzenta. Estruturas importantes do cerebelo incluem muitos dos seus núcleos pares na profundidade de sua substância branca, e os pedúnculos cerebelares. Você pode aprender mais sobre a anatomia e a função do cerebelo aqui. VENTRÍCULOS Os ventrículos são cavidades interconectadas localizadas profundamente no cérebro. Elas estão cheias de líquido cefalorraquidiano (LCR, ou líquor), que age protegendo o cérebro e a medula espinal, fornecendo nutrientes e removendo resíduos. Há quatro ventrículos no cérebro: ● Dois ventrículos laterais - dentro dos lobos cerebrais ● Terceiro ventrículo - entre os tálamos ● Quarto ventrículo - localizado sobre a ponte e o bulbo, e abaixo do cerebelo O LCR é produzido pelas células do plexo coroide encontradas dentro das paredes ventriculares. Em seguida, circula pelos ventrículos através dos forames localizados entre eles. A partir do quarto ventrículo, o LCR acessa um sistema de cisternas subaracnóideas, fluindo através do espaço subaracnoideo do cérebro e da medula espinal até que finalmente seja absorvido para o sistema venoso do SNC. Preencha seus neurônios com conhecimento de qualidade sobre o líquor e o sistema ventricular. OBJETIVO 2 ENTENDER OS TRAUMAS NO SNC D E F I N I Ç Ã O ⇒ As lesões neuronais são de diferentes tipos e com diferentes consequências. Elas podem ocorrer de forma abrupta – traumas por exemplo –, ou crônicas, como as doenças degenerativas do sistema nervoso central. Fato é que ambas trazem consequências para a vida do indivíduo e para sua família. ⇒ A maioria das lesões do cérebro e medula espinhal ocorre em indivíduos com menos de 45 anos de idade e causam incapacidade crônica. O edema (inchaço) e outros fenômenos de fase aguda podem tratar-se eficazmente e as lesões do SNC, embora não sejam mortais, são incuráveis. ⇒ Nos países desenvolvidos, o traumatismo acidental é a causa principal da morte de crianças e de adultos jovens, incluindo aí as lesões incapacitantes permanentes em adultos. C A U S A S A origem de tais alterações são várias, dentre elas traumáticas, metabólicas e cerebrovasculares. As lesões traumáticas podem ser concussão, contusão, laceração, lesão axonal difusa. As metabólicas, iônicas. As cerebrovasculares são os hematomas, as hemorragias e as isquemias. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-oculomotor-iii https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-oculomotor-iii https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral Lívia Leandro - Med Fits A lesão implica na ausência ou dificuldade nessa transmissão e qualquer que seja o local desta lesão é sinônimo de repercussões (pequenas ou grandes) que levarão a alteração da vida do indivíduo parcialmente ou por completo, podendo chegar a ser desumanizantes. Essas repercussões dependerão do tamanho, local e tipo de lesão e podem tornar o indivíduo completamente dependente de outras pessoas, ou necessitar de adaptações. A famílias é igualmente atingida, já que também passarão por adaptações em prol deste novo cenário familiar TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO ⇒ O TCE geralmente é resultado de um trauma, impacto e aceleração e desaceleração. Como consequência ocorre a compressão do tecido cerebral contra a calota craniana, podendo levar ao aparecimento de hemorragias ou edemas. As lesões aparecem tanto no ponto de impactoquanto em outras localidades cerebrais. Isso se deve ao impacto contra lateral que ocorre neste tipo de lesão. Esse mecanismo explica porque as sequelas são tão variadas no pós TCE AVE: ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (derrame cerebral) ⇒ É definido como um comprometimento neurológico que tem como origem uma interrupção súbita do fluxo cerebral. ⇒ Em geral, observa-se que pacientes com história prévia de TCE apresentam maior ocorrência de AVEs e que apresentam maior mortalidade no quadro pós-AVE ⇒ As sequelas mais comuns estão relacionadas com a linguagem, orientação espacial, memória e funções executivas. Cerca de 60% dos pacientes com AVE apresentam algum tipo de sequela ou dependência de terceiros um ano após o evento, mas esse valor diminui consideravelmente para cerca de 33% naqueles avaliados três anos após o evento. Nos casos de AVE isquêmicos esse valor se altera um pouco, sendo cerca de 40% no primeiro caso e por volta de 30% no segundo caso. Nos casos de AVE hemorrágicos esse número aumenta assustadoramente. Estudos demonstram que cerca de 75% dos pacientes apresentam algum tipo de dependência de terceiros após um ano do evento. C L A S S I F I C A Ç Õ E S TIPOS DE LESÕES: É definido como lesão cerebral a descontinuidade de axônios seja ela de neurônios centrais ou periféricos. As lesões cerebrais podem ser classificadas em primárias e secundárias. As primárias são aquelas lesões que ocorrem no momento do trauma ou do acidente. As lesões secundárias são aquelas que ocorrem em momentos seguintes, tardios ao trauma. As lesões podem também receber a classificação segundo a sua extensão: focais ou difusas. As lesões focais são lesões que requerem baixa energia cinética. É composta pelos hematomas (intra ou extracerebrais) ou por áreas de isquemia, que acometem apenas uma área cerebral. As lesões difusas são aquelas lesões que acometem o cérebro como um todo. São lesões que necessitam de uma força de rotação do encéfalo dentro da caixa craniana. As lesões traumáticas podem ser classificadas em primárias e secundárias. Lesões traumáticas primárias: • Fratura óssea, laceração de partes moles e hematoma subgaleal; • Hemorragia extra-axial: - hematoma epidural - hematoma subdural - hemorragia subaracnóide; • Lesões intra-axiais: - lesão axonal difusa - contusão cortical - lesão na substância cinzenta profunda - lesão no tronco cerebral - hemorragia intraventricular/plexo coróide; Lesões traumáticas secundárias: • herniações cerebrais; Lívia Leandro - Med Fits • isquemia traumática (infartos); • edema cerebral difuso; • injúria hipóxica. Classificação de acordo com a origem: ➔ As lesões traumáticas podem ser concussão, contusão, laceração, lesão axonal difusa. ➔ As metabólicas, iônicas. ➔ As cerebrovasculares são os hematomas, as hemorragias e as isquemias. Tipos mais comuns de trauma cranioencefálico: Hematoma subdural agudo Achados Clínicos: Tipicamente, disfunção neurológica aguda, a qual pode ser focal, não focal ou ambas Com pequenos hematomas, possível função normal Diagnóstico: TC => hiperdensidade no espaço subdural, classicamente em formato crescente Grau de importante desvio da linha média Fratura de base de crânio Achados Clínicos: Vazamento de líquor pelo nariz ou orelhas Sangue atrás da membrana timpânica (hemotímpano) ou da orelha externa Equimose atrás da orelha (sinal de Battle) ou ao redor dos olhos (olhos de guaxinim) Diagnóstico: TC => geralmente visível Contusão cerebral Achados Clínicos: Graus amplamente variáveis de disfunção neurológica ou função normal Diagnóstico: TC => hiperdensidades resultantes de hemorragias pontuadas de tamanhos variados É um tipo de lesão associada à uma lesão parenquimatosa direta do cérebro por transmissão de energia cinética e alterações análogas às vistas nos tecidos moles (Fig.01). É composta por áreas de hemorragia peri vasos cerebrais de pequeno calibre e de tecido cerebral necrótico15. As regiões mais comuns de ocorrerem correspondem aos locais mais frequentes de impacto direto e às regiões superpostas a uma superfície interna irregular e áspera do crânio, como os lobos frontais ao longo dos giros orbitais e os lobos temporais. As contusões são menos frequentes em lobos occipitais, tronco cerebral e cerebelo. As contusões vistas em corte em forma de cunha, com a base ampla voltada para a superfície e centrada no ponto de impacto. Histologicamente, há evidências de edema e de hemorragia (pericapilares geralmente) nos estágios precoces e o extravasamento de sangue se estende pelo tecido nas horas subsequentes1 . As contusões são causas frequentes de ocorrência de micro-trombos no sistema nervoso central (SNC), que ocluem veias e artérias provocando acidentes vasculares cerebrais adjuntos5 . Concussão Achados Clínicos: Alteração no estado mental transiente (p. ex., perda da consciência ou memória) com duração de < 6 h Diagnóstico: Baseado nos achados clínicos TC => raramente anormal É definida pela American Academy of Neurology como uma “alteração induzida por trauma que podem ou não estar relacionada com a perda de consciência”. É um tipo de lesão cerebral leve. Ocorre por alteração no movimento da cabeça (Fig.01). O quadro neurológico característico inclui início instantâneo de disfunção neurológica transitória, incluindo perda de consciência, parada respiratória temporária e perda dos reflexos – a recuperação neurológica é completa – a explicação fisiológica dessa súbita alteração já é bastante conhecida e descrita: ocorrem diferentes reações bioquímicas e fisiológicas, como por exemplo, a despolarização secundária a fluxos iônicos através da membrana mediados geralmente por aminoácidos excitatórios, depleção de trifosfato de adenosina (ATP) mitocondrial, e alterações na permeabilidade vascular. LACERAÇÃO É um tipo de lesão associada à uma lesão parenquimatosa direta do cérebro por penetração de um objeto e esgarçamento de um tecido1 . Ocorre o rompimento do tecido cerebral, e costuma ser consequência de fraturas na calota craniana. LACERAÇÃO Ocorrem em consequência de uma lesão vascular, sendo muito comum secundária a traumas e a fraturas do crânio. As hemorragias levam aos hematomas, que tem sua classificação dependendo da posição anatômica do vaso lesionado. O sangue Lívia Leandro - Med Fits extravasa para um dos compartimentos existentes dentro da calota craniana: epidural, subdural, subaracnóideo e intraparenquimatoso. Pode ocorrer ainda a formação de uma fístula arteriovenosa, situação esta vista quando ocorre a lesão traumática da artéria carótida1 . O AVE (Acidente Vascular Encefálico) hemorrágico corresponde a cerca de 20% dos casos e se caracteriza pelo rompimento e extravasamento de sangue em qualquer região do tecido cerebral13. Pode ser consequência de um traumatismo grave, podendo sangrar para diversos compartimentos intracranianos. O extravasamento de sangue provoca uma laceração do parênquima cerebral e sua compressão, levando às lesões6 Hematoma subdural crônico Achados Clínicos: Cefaleia gradual, sonolência, confusão, às vezes com deficits focais ou convulsões Diagnóstico: TC => hipodensidade no espaço subdural (anormalidade é isodensa durante transição subaguda de hiperdenso para hipodenso) Hematoma subdural Está diretamente associado ao mecanismo de aceleração e desaceleração no trauma15. Quanto mais energia envolvida no trauma, maior o tamanho do hematoma. O espaço subdural é aquele existente entre a dura-máter e a aracnoide. Geralmente o sangramento de origina da laceração das veias pontes, localizando-se então mais comumente nas partes laterais dos hemisférios cerebrais (Fig. 02). É um tipo de lesão que aparece com frequência em idosos. Este fato se explica pela natural atrofia do parênquima cerebral, fazendo com que o cérebro apresente uma maior mobilidade no Líquido Cefalo-Raquidiano (LCR) e aumente o espaço disponível para o acúmulo sanguíneo. Nas crianças é mais explicado pela fragilidade das paredes dos vasos, facilitando então o seu rompimento1 . Os hematomas formados porpequenos sangramentos podem não apresentar sintoma algum e serem reabsorvidos espontaneamente pelo organismo. Quando são hematomas grandes, e que apresentem repercussão neurológica, podem apresentar, indicação de abordagem cirúrgica. Os sintomas mais comuns que indicam a drenagem cirúrgica são vômitos persistentes, cefaleias intensas, confusão mental, alterações de memória e paralisia, mesmo que leve, do lado oposto àquele da presença do hematoma. Lesão axonal difusa Achados Clínicos: Perda de consciência por mais de 6 h, mas ausência de déficits focais ou postura motora Diagnóstico: Baseado nos achados clínicos TC => no início pode ser normal ou mostrar pequenas hiperdensidades (microhemorragias) em corpo caloso, centro semioval, gânglio basal ou tronco encefálico RM: múltiplas micro-hemorragias na substância branca profunda ou nas regiões subcorticais e no tronco encefálico Hematoma epidural Achados Clínicos: Cefaléia, consciência debilitada em poucas horas, às vezes com um intervalo de lucidez Hérnia geralmente causando hemiparesia contralateral e dilatação pupilar ipsolateral Diagnóstico: TC => hiperdensidade no espaço epidural, classicamente em formato lenticular e localizada acima da artéria meníngea média (fossa temporal) devido à fratura óssea temporal. O espaço epidural é aquele compreendido entre a dura-mater e a superfície da calota craniana. Quando ocorre o acúmulo de sangue neste espaço, temos o hematoma epidural (Fig.02). Um dos fatores que favorece o aparecimento destes hematomas é que existem muitas artérias na dura-máter, e estas artérias são frequentemente laceradas nas fraturas de crânio. Temos que lembrar também que nas crianças os ossos do crânio não se encontram totalmente fundidos, e como consequência disso, podemos ter laceração de artérias secundária a trauma, sem a presença de fratura óssea1 . A pressão existente nas artérias é maior do que aquela existente nas veias, e por isso, explica-se a maior velocidade do extravasamento sanguíneo quando ocorre a lesão dessas estruturas. A presença do sangue é irritativa à dura-máter, provocando diferentes sintomas, como cefaleia (aguda), e confusão mental, parestesia, sonolência (tardias). Hemorragia subaracnoidea Achados Clínicos: Tipicamente, função normal Ocasionalmente, disfunção neurológica aguda Diagnóstico: TC: hiperdensidade dentro do espaço subaracnoideo na superfície do cérebro; frequentemente delineando os sulcos Lívia Leandro - Med Fits ISQUEMIA Ocorre uma interrupção ou diminuição drástica do fluxo sanguíneo normal do tecido cerebral11. Pode ser transitória ou permanente. O AVE isquêmico corresponde a cerca de 80% dos casos e se caracteriza por um coágulo ou por uma interrupção do fluxo sanguíneo13. Essa ausência de fluxo sanguíneo provoca um quadro de hipóxia que origina uma diminuição da quantidade de metabólitos no tecido, que permitem que este sobreviva6 . A extensão da lesão depende do tempo de interrupção do fluxo, de qual foi a via interrompida e qual foi a velocidade da interrupção. Depende também da quantidade de neurônios piramidais acometidos6 . Existem dois tipos de isquemia: a global e a focal1 . * Isquemia cerebral global: redução global da perfusão cerebral. Ocorre em situações como parada cardíaca, choque e hipotensão severa. Ocorre morte neuronal generalizada. * Isquemia cerebral focal: ocorre em uma determinada área do cérebro, que pode ser por uma doença de grande vaso (trombose ou embolia) ou por uma doença de pequenos vasos (vasculite e oclusão secundária). São várias as causas da isquemia cerebral, sendo a parada cardiorrespiratória, a oclusão de vasos cerebrais e extracerebrais e longos períodos de hipotensão sistêmica as causas mais comuns11. Pode ocorrer também nos casos de TCE devido ao esmagamento pela lesão contra-lateral ao impacto. LESÃO NEURONAL Sabe-se bem que o neurônio é uma célula com pouca capacidade de recuperação e/ou regeneração. Apesar disso é sabido também que o tecido nervoso tem a capacidade de criar novos caminhos e conexões para que seja suprida alguma alteração no trajeto original das sinapses nervosas. Esse reestabelecimento funcional ocorre principalmente por brotamento e sinaptogênese reativa4 . A presença de junções comunicantes (presença de sinapses elétricas) aumenta durante as lesões neuronais16. Um dos reguladores desse processo de brotamento parece ser a presença de fatores tróficos, que são pequenas proteínas que tem a função de estimular o crescimento e desenvolvimento de células e tecidos através de receptores específicos. Um grupo desses fatores são as neurotrofinas que são substâncias semelhantes aos fatores de crescimento do nervo (FCNs). Os FCNs juntamente com fatores neurotróficos ciliares (FNCs) e fatores neurotróficos derivados de linhas celulares gliais (FNDGs) promovem esse efeito trófico nas células neuronais. A liberação em demasia de glutamato e a superativação dos receptores do glutamato são mecanismos que levam à morte neuronal16. A lesão mais importante e impactante do neurônio é justamente sua secção total. Quando isso ocorre, o axônio perde contato como corpo neuronal e consequentemente com seu metabolismo, deixando de receber as substâncias básicas para o seu desenvolvimento e sobrevivência. Quando essa interrupção de informações e suprimento acontece, ocorre a degeneração do axônio e terminações nervosas da região pós lesão. A membrana celular perilesão tem a capacidade de regeneração com o intuito de diminuir a perda do axoplasma, numa tentativa de manutenção da estrutura e da função celular. Como resposta a esse processo, ocorre um processo inflamatório, levando a um edema regional. A interrupção deste suprimento e a consequente interrupção das informações na cadeia neuronal, faz com que os próprios neurônios escolham entre atrofiar ou degenerar. A partir deste processo é que se sabe qual é a extensão da lesão, podendo ser local ou com extensão de um feixe neuronal, explicando então o aparecimento de efeitos a distância das lesões originais. A zona do trauma é aquela em que ocorre a lesão neuronal. É nessa região em que ocorre a mais rápida degeneração neuronal, devido à lesão direta celular. E posteriormente a esse processo, ocorre então um movimento para a limpeza da região, com ação intensa de macrófagos e células gliais Após alguns dias da ocorrência do trauma, apresenta-se uma reação retrógrada que é observada no corpo celular, espalhando para toda a estrutura neuronal, desde a base da célula até a junção corpo celular-axônio. A degeneração de todas as sinapses no local da lesão ocorre em cerca de 15 dias. Já a necrose de todo o segmento distal neuronal (Degeneração Walleriana) ocorre num período de até 2 meses. Após a secção, alguns axônios tentam se regenerar, na expectativa de suportar o crescimento (desenvolvimento) de um novo axônio. A principal destas ações é a cromatólise, que é a dissolução da cromatina durante o processo de divisão celular. A cromatólise tem a capacidade de promover diversas ações na Lívia Leandro - Med Fits região traumatizada que permitem que o neurônio suporte uma possível regeneração axonal. Porém algumas células não possuem cromatólise, como as células de Purkinge no cerebelo. A intensidade desse processo de cromatólise depende da idade do neurônio e da sua localização. Lembrando sempre que células mais jovens apresentam uma capacidade maior de regeneração, e a partir daí, apresentam uma maior atividade desse processo. EVOLUÇÃO DO CASO CASO CLÍNICO: Joana, 25 anos, sofreu um acidente automobilístico com trauma crânio-encefálico. Quando chegou à emergência apresentava amaurose, leve agnosia verbal, evasiva na localização de estímulos e após avaliação do nível de consciência apresentou Glasgow de 10. Realizou tomografia, com o objetivo de avaliar se houve alteração na anatomia cerebral, que demonstrou imagem hiperdensa em fossa média do crânio (lobo temporal) com desvio da linha média. Joana ficou em observação na área vermelha da emergência, e os médicos atentos à evolução clínica da pacienteobservaram uma piora sucessiva do nível de consciência (Glasgow 8) e devido a suas condições clínicas foi transferida à terapia intensiva. Lá foi realizada intubação traqueal e colocada em ventilação mecânica. Após uma semana Joana saiu da UTI, recobrou os sentidos, mas não a memória, além de apresentar um comportamento agressivo, que provavelmente seria decorrente de uma alteração no sistema límbico. Memória Aletração no sistema limbico https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AA AQB2/1/vers_o_final___tcc.pdf OBJETIVO 3 COMPREENDER A ESCALA DE GLASGOW https://www.glasgowcomascale.org/downloads/GCS -Assessment-Aid-Portuguese.pdf ESCALA DE COMA DE GLASGOW (ECG) ➔ Desenvolvida em 1974 na Universidade de Glasgow, na Escócia, por Taeasdale e Jennet ➔ Empregada mundialmente para identificar disfunções neurológicas e acompanhar a evolução do nível de consciência; predizer prognóstico; e padronizar a linguagem entre os profissionais de saúde. ➔ Até hoje é usada como medida clínica objetiva da gravidade da lesão cerebral em pacientes, incluindo os politraumatizados. ➔ Tornou-se um adjunto no atendimento ao paciente de trauma, principalmente a vítimas de TCE, e, posteriormente, seu uso foi estendido às outras condições neurológicas capazes de alterar a consciência. ➔ O escore total varia de 3 até 15 e é obtido por meio da observação de atividades espontâneas e da aplicação de estímulos verbais e/ou dolorosos. A ECG é composta por três parâmetros de avaliação: Abertura ocular (nota de 1 a 4): observar a abertura ocular espontânea, aproximando-se do leito ou mesmo durante os procedimentos realizados, que recebe nota 4. A abertura ocular mediante estímulo verbal, por meio de chamado ou comando simples, como “abra os olhos”, por vezes sendo necessários estímulos verbais contínuos, pontua nota 3. Abertura ocular com aplicação de estímulo doloroso, aplicado pelo examinador, nas regiões de leito ungueal e supraorbital, pontua nota 2. A ausência de abertura ocular, mesmo após a aplicação de todos os estímulos anteriores, tem nota 1. Resposta verbal (nota de 1 a 5): o paciente orientado em tempo, espaço e pessoa, capaz de responder de forma coerente a perguntas simples formuladas pelo avaliador, tais como “Você sabe https://www.glasgowcomascale.org/downloads/GCS-Assessment-Aid-Portuguese.pdf https://www.glasgowcomascale.org/downloads/GCS-Assessment-Aid-Portuguese.pdf Lívia Leandro - Med Fits onde está?”, “Sabe o que aconteceu com você?”, deve ganhar nota 5. O paciente capaz de responder as perguntas, porém de forma não coerente, desorientada e confusa, pontua nota 4. A nota 3 correspondente a pacientes cujas respostas, de forma imprópria, não se relacionam com as perguntas. A necessidade de aplicação de estímulo doloroso, tendo como resposta sons incompreensíveis, como, por exemplo, gemidos e grunhidos, pontua nota 2. Paciente que não apresenta nenhuma resposta verbal, mesmo após aplicação de todos os estímulos anteriores, tem nota 1. Resposta motora (nota de 1 a 6): pontua nota 6 o paciente capaz de obedecer comandos simples, como “Levante o braço ou a perna”, “Mexa os pés ou as mãos”, com uma resposta motora adequada. Após aplicar um estímulo doloroso, o paciente localiza e tenta retirar a fonte da dor, e recebe nota (5). Após aplicar estímulo doloroso, o paciente é capaz de localizar a dor e retirar o membro por meio da flexão, entretanto, não retira a fonte do estímulo, e pontua nota (4). Recebe nota (3), o paciente cuja resposta motora seja pelo movimento de flexão, evidenciada pela postura de decorticação, na qual os braços são mantidos próximos ao corpo com punhos, mãos e dedos fletidos. As pernas estão em extensão e os pés, em flexão. Pontuam nota (2) aqueles pacientes cuja resposta motora for pelo movimento de extensão e com a postura de descerebração, na qual o pescoço está em extensão, os braços estão abduzidos e em extensão rígida próximos aos cotovelos, as pernas em extensão rígida na altura dos joelhos, e os pés em flexão plantar. Pontua nota (1) o paciente que não apresentar nenhuma resposta motora diante dos estímulos aplicados. Obs: Uma pontuação de 8 ou menos na ECG configura uma definição geralmente aceita de coma ou lesão cerebral grave. Pacientes com lesão cerebral que tenham uma pontuação ECG de 9 a 12 são categorizados como tendo “Lesão moderada” e indivíduos com escore ECG de 13 a 15 são designados como tendo “lesão leve”. https://www.scielo.br/pdf/eins/v14n2/pt_1679-4508- eins-14-2-0213.pdf OBJETIVO 4 ANALISAR OS EXAMES COMPLEMENTARES PARA AVALIAÇÃO DO TRAUMA NO SNC, CORRELACIONANDO COM O CASO TOMOGRAFIA Caso: imagem hiperdensa em fossa média do crânio (lobo temporal) com desvio da linha média. avaliação por imagem do traumatismo crânio-encefálico (TCE), no atendimento emergencial, até o presente, deve ser realizada preferencialmente pela tomografia computadorizada (TC). A TC além de diagnosticar fraturas ósseas, também pode avaliar lesões parenquimatosas e hemorragias ou coleções extra-axiais. As radiografias simples do crânio apresentam melhores resultados que a TC para o diagnóstico de fraturas, mas a avaliação limita-se à análise óssea, e não fornece informações precisas sobre o parênquima, por isso a radiografia é desnecessária nesse contexto. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA A RM pode fornecer informações superiores às da TC em relação ao parênquima e a coleções extra-axiais, principalmente hemorragia subaracnóide (HSA), mas nem sempre está disponível nos serviços emergenciais. Além disso, trata-se de um exame mais oneroso e demorado. Na emergência o tempo é crucial, e nem sempre é possível contar com a cooperação do paciente, que habitualmente não deve ser sedado. A RM pode ser indicada em casos de piora clínica sem evidências de lesões à tomografia, principalmente nos casos de suspeita de lesão axonal difusa, lesões isquêmicas secundárias em fase aguda, no seguimento de lesões parenquimatosas graves e na avaliação tardia de complicações do trauma. Lívia Leandro - Med Fits EXAME FÍSICO E CLÍNICO: ⇒ O exame da pele da cabeça deve ser feito com cuidado. Fraturas no crânio devem ser procuradas. Fraturas da base do crânio podem ser suspeitadas pela presença de sangue no tímpano e pela drenagem de líquido cefalorraquideano pelo ouvido ou nariz. ⇒ O propósito do exame neurológico inicial é determinar as funções dos hemisférios cerebrais e do tronco encefálico. Os exames subsequentes são importantes para verificar a evolução do paciente, se está havendo melhora ou deterioração do seu quadro clínico => escala de glasgow ⇒ O exame neurológico deve incluir, ainda, avaliação dos nervos cranianos e exame de fundo de olho (para verificar a presença de edema de papila presente no edema cerebral ou na hipertensão intracraniana). Os reflexos pupilares e os movimentos oculares devem, também, ser avaliados. EXAMES COMPLEMENTARES: ⇒ Radiografia de crânio nas incidências anteroposterior e lateral. As fraturas da convexidade são geralmente bem visíveis, mas as fraturas da base podem ser vistas em menos de 10% dos casos. ⇒ A tomografia computadorizada de crânio pode demonstrar fraturas, hematomas intra e extra cerebrais, áreas de contusão, edema cerebral, hidrocefalia, e sinais de herniação cerebral. ⇒ A ressonância magnética permite verificar a presença de lesões de difícil visualização à tomografia computadorizada, como hematomas subdurais, além de definir melhor a presença de edema. Entretanto é exame prolongado, o que dificulta a sua realização de rotina em pacientes com TCE. ⇒ A angiografia cerebral é indicada para avaliar lesões vasculares no pescoço ou na base do crânio. RM e TC podem detectar hematomas intracranianos operáveis, devem ser obtidos em todos os pacientes cujo estado de inconsciência seja observado por > 2h e para aqueles com alguma anormalidade neurológica focal. Se estes testes não estiverem disponíveis, deve-se encaminhar o paciente para um hospital mais equipado. Mapeamentos radioativos e EEG são de utilidade quase nulapara Dx na situação imediata ao pós-trauma. A medida contínua da PIC é amplamente utilizada para monitorar o progresso do paciente com trauma grave de crânio AVALIAÇÃO DOS PARES DE NERVOS: 1º par craniano ➔ O olfato, função do I par craniano (olfatório), geralmente é avaliada apenas depois de trauma na cabeça ou quando houver suspeita de lesões na fossa anterior (meningioma) ou se pacientes relatarem odor ou paladar anormal. ➔ Pede-se ao paciente para identificar odores (p. ex., sabonete, café, cravos) colocados junto às narinas enquanto a outra narina é ocluída. Álcool, amônia e outros irritantes, submetidos aos nociceptores do V par craniano (trigêmeo), são usados apenas quando houver suspeita de simulação. 2º par craniano ➔ Na avaliação do 2º par craniano (óptico), a acuidade visual é testada utilizando um quadro de Snellen para visão a distância ou um quadro manual para visão de perto; cada olho é avaliado individualmente, com o outro olho coberto. ➔ A percepção de cores é avaliada utilizando placas pseudoisocromáticas de Ishihara ou Hardy-Rand-Ritter que têm números ou figuras dentro de um campo de pontos especificamente coloridos. Lívia Leandro - Med Fits ➔ Os campos visuais são avaliados por confrontação direta nos 4 quadrantes visuais. As respostas pupilares diretas e consensuais são avaliadas. Também é realizado exame fundoscópico. 3º, 4º e 6º pares cranianos ➔ Na avaliação dos pares cranianos 3º (oculomotor), 4º (troclear) e 6º (abducente), os olhos são observados quanto a simetria de movimento, posição do globo ocular, assimetria ou queda das pálpebras (ptose) e espasmos ou tremulações dos globos ou das pálpebras. Os movimentos extraoculares controlados por esses nervos são testados pedindo-se ao paciente para acompanhar um alvo em movimento (p. ex., dedo do examinador, sinal luminoso) nos 4 quadrantes (inclusive através da linha mediana) e em direção à ponta do nariz; esse teste pode detectar nistagmo e paralisia de músculos oculares. O nistagmo de amplitude tênue breve do olhar na extremidade lateral é normal. ➔ Anisocoria ou diferenças nos tamanhos pupilares devem ser observadas em um quarto com luz fraca. O reflexo pupilar à luz é testado para simetria e rapidez. 5º par craniano ➔ Para avaliação das 3 divisões sensoriais (oftálmica, maxilar e mandibular) do 5º nervo (trigêmeo), o examinador usa um clipe para testar a sensibilidade facial e passa uma mecha de algodão na parte inferior ou lateral da córnea para avaliar o reflexo da corneano. Quando há perda de sensibilidade facial, deve-se examinar o ângulo da mandíbula; a preservação dessa área (inervada pela raiz espinal C2) sugere um deficit trigeminal. Um piscar fraco, decorrente de fraqueza facial (p. ex., paralisia do VII par craniano), deve ser distinguido de um reflexo corneano diminuído ou ausente, comum em indivíduos que usam lentes de contato. Um paciente com fraqueza facial normalmente sente a mecha de algodão em ambos os lados, até mesmo com o piscar diminuído. ➔ A função motora do trigêmeo é testada palpando-se o músculo masseter, enquanto o paciente cerra firmemente os dentes, e pede-se para que abra a boca contra resistência. Quando o músculo pterigoideo está fraco, a mandíbula desvia-se para o lado desse músculo. 7º par craniano ➔ O 7º par craniano (facial) é avaliado verificando a fraqueza hemifacial. Com frequência, a assimetria de movimentos faciais é mais evidente durante a conversação espontânea, em especial quando o paciente sorri ou, se estiver mentalmente confuso, fizer caretas perante um estímulo nocivo; no lado debilitado, o sulco nasolabial aprofunda-se e a rima das pálpebras amplia-se. Se o paciente apresentar apenas fraqueza facial inferior (i. e., o enrugamento da fronte e o fechamento das pálpebras são preservados), a fraqueza do VII nervo é central e não periférica. ➔ A sensibilidade gustativa nos dois terços anteriores da língua pode ser testada com soluções doces, azedas, salgadas e amargas colocadas em ambos os lados da língua. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/doen%C3%A7as-neuroftalmol%C3%B3gicas-e-de-pares-cranianos/vis%C3%A3o-geral-das-doen%C3%A7as-neuroftalmol%C3%B3gicas-e-de-pares-cranianos#v1042404_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/abordagem-ao-paciente-oftalmol%C3%B3gico/avalia%C3%A7%C3%A3o-do-paciente-oftalmol%C3%B3gico#v1152007_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/abordagem-ao-paciente-oftalmol%C3%B3gico/avalia%C3%A7%C3%A3o-do-paciente-oftalmol%C3%B3gico#v1152007_pt Lívia Leandro - Med Fits ➔ Hiperacusia, indicando fraqueza do músculo estapédio, pode ser detectada posicionando-se um diapasão em vibração próximo à orelha. 8º par craniano Como o 8º par craniano (vestibulococlear, acústico, auditivo) transmite entradas auditivas e vestibulares, a avaliação envolve ● Exames de audição ● Testes da função vestibular A audição é testada primeiro em cada ouvido sussurrando algo e ocluindo a orelha oposta. Qualquer perda suspeita devem levar imediatamente a testes audiológicos para confirmar os resultados e ajudar a diferenciar perda auditiva condutiva de perda neurossensorial. Os testes de Weber e Rinne podem ser realizados no leito para tentar diferenciar os dois, mas eles são difíceis de fazer de modo eficaz, exceto em ambientes especializados. Pode-se avaliar a função vestibular testando o nistagmo. A presença e características (p. ex., direção, duração, gatilhos) do nistagmo vestibular ajuda a identificar distúrbios vestibulares e, às vezes, diferenciar vertigem central de periférica. O nistagmo vestibular tem 2 componentes: ● Um componente lento causado pela entrada vestibular ● Um componente rápido corretivo que provoca o movimento no sentido oposto (chamado batimento) A direção do nistagmo é definida pela direção do componente rápido, pois é mais fácil de ver. O nistagmo pode ser rotatório, vertical ou horizontal e pode ocorrer espontaneamente, com o olhar, ou com o movimento da cabeça. Ao tentar diferenciar causas centrais de periféricas da vertigem, as seguintes diretrizes são confiáveis e devem ser consideradas no início: ● Não existem causas centrais da perda auditiva unilateral porque a entrada sensorial periférica das 2 orelhas é combinado quase que instantaneamente à medida que os nervos periféricos entram na ponte. ● Não existem causas periféricas de sinais do sistema nervoso central. Se um sinal do sistema nervoso central (p. ex., ataxia cerebelar) aparece ao mesmo tempo que a vertigem, é praticamente certo que a localização é central. A avaliação da vertigem usando testes de nistagmo é particularmente útil nas seguintes situações: ● Quando os pacientes têm vertigem durante o exame ● Quando os pacientes têm síndrome vestibular aguda ● Quando os pacientes têm vertigem posicional episódica Se os pacientes têm vertigem aguda durante o exame, nistagmo costuma ser aparente durante a inspeção. Mas a fixação visual pode suprimir o nistagmo. Nesses casos, o paciente é solicitado a usar um diopter de +30 ou lentes de Frenzel para evitar a fixação visual de modo que o nistagmo, se presente, pode ser observado. Pistas que ajudam a diferenciar vertigem central de periférica nesses pacientes incluem: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/perda-auditiva/perda-auditiva#v944288_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/perda-auditiva/perda-auditiva#v944331_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/perda-auditiva/perda-auditiva#v944304_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/abordagem-ao-paciente-com-doen%C3%A7a-otol%C3%B3gica/avalia%C3%A7%C3%A3o-das-doen%C3%A7as-otol%C3%B3gicas#v942669_pt Lívia Leandro- Med Fits ● Se o nistagmo está ausente com a fixação visual, mas presente com lentes de Frenzel, ele é provavelmente periférico. ● Se o nistagmo muda de direção (p. ex., de um lado para outro quando, p. ex., a direção do olhar muda), ele é provavelmente central. Entretanto, a ausência desse resultado não exclui causas centrais. Se o nistagmo é periférico, os olhos se afastam do lado disfuncional. Ao avaliar pacientes com síndrome vestibular aguda (início rápido da vertigem grave, náuseas e vômitos, nistagmo espontâneo e instabilidade postural), a manobra mais importante para ajudar a diferenciar vertigem central de vertigem periférica é a manobra de compressão da cabeça. Com o paciente sentado, o examinador segura a cabeça do paciente e pede que ele focalize um objeto, como o nariz do examinador. Então o examinador de repente e rapidamente vira a cabeça do paciente em cerca de 20° para a direita ou para a esquerda. Normalmente, os olhos continuam focalizando o objeto (por meio do reflexo vestíbulo-ocular). Outros resultados são interpretados como a seguir: ● Se os olhos se afastam temporariamente do objeto e então um movimento corretivo frontal retorna os olhos para o objeto, o nistagmo é provavelmente periférico (p. ex., neuronite vestibular). O aparelho vestibular em um dos lados é disfuncional. Quanto mais rápido a cabeça é girada, mais óbvio é o movimento corretivo. ● Se os olhos continuam focalizando o objeto e não há necessidade de um movimento corretivo, o nistagmo é provavelmente central (p. ex., enfarto cerebelar). Quando a vertigem é episódica e provocada pela mudança de posição, a manobra de Dix-Hallpike (ou Barany) é feita para testar a obstrução do canal semicircular posterior com cristais otoconiais deslocados (para vertigem posicional paroxística benigna [VPPB]). Nessa manobra, o paciente senta ereto na mesa de exame. O paciente é rapidamente abaixado para trás em uma posição supina com a cabeça estendida em 45° abaixo do plano horizontal (ao longo da borda da mesa de exame) e girado em 45 ° para um dos lados (p. ex., para o lado direito). Observam-se a direção e duração do nistagmo, bem como a sensação de vertigem. Volta-se o paciente à posição vertical e a manobra é repetida com a rotação para o outro lado. Nistagmo secundário à VPPB tem as seguintes características quase patognomônicas: ● Um período de latência de 5 a 10 segundos ● Normalmente, o nistagmo vertical (olhar para cima) quando os olhos se afastam da orelha afetada e nistagmo rotativo quando os olhos se aproximam da orelha afetada ● Nistagmo que causa fadiga quando a manobra de Dix-Hallpike é repetida Em comparação, a vertigem posicional e nistagmo relacionado com a disfunção do sistema nervoso central não têm um período de latência e não causam fadiga. A manobra de reposição canalicular de Epley pode ser feita em ambos os lados para ajudar a confirmar o diagnóstico de VPPB. Se o paciente tem VPPB, há uma alta probabilidade (até 90%) de que os sintomas desaparecerão após a manobra de Epley, e os resultados de uma manobra repetida de Dix-Hallpike serão então negativos. Lívia Leandro - Med Fits 9º e 10º pares cranianos ➔ O IX par craniano (glossofaríngeo) e o X par craniano X (vago) geralmente são avaliados em conjunto. Observa-se se há elevação simétrica do palato quando o paciente diz "ah". Se um lado é parético, a úvula é levantada e separada do lado parético. A parte posterior de cada lado da faringe pode ser tocada com um abaixador de língua para checar o reflexo faríngeo (de ânsia), e a assimetria do reflexo faríngeo é observada; a ausência bilateral do reflexo faríngeo é comum em pessoas saudáveis e pode não ser importante. ➔ Em um paciente entubado, não responsivo, a sucção no tubo endotraqueal deflagra tosse. ➔ Quando há rouquidão, inspecionam-se as pregas vocais. A rouquidão isolada (com reflexo faríngeo e elevação do palato normais) deve motivar a busca por lesões (p. ex., linfoma mediastinal, aneurisma de aorta) que comprimam o nervo laríngeo recorrente. 11º par craniano O XI par craniano (acessório espinal) é avaliado testando-se os músculos que inerva: ● No caso do esternocleidomastoideo, pede-se ao paciente para girar a cabeça contra a resistência imposta pela mão do examinador, enquanto este palpa o músculo ativo (oposto ao lado da rotação). ● Para a parte superior do trapézio, pede-se ao paciente para levantar os ombros contra a resistência imposta pelo examinador. 12º par craniano O XII par craniano (hipoglosso) é avaliado pedindo-se ao paciente para estender a língua e verificando-se se há atrofia, fasciculações e fraqueza (ocorre desvio para o lado da lesão). OBJETIVO 5 CONHECER O SISTEMA LÍMBICO, RELACIONADO COM O CASO (MEMÓRIA E AGRESSIVIDADE). Definição: Conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente, relacionadas com as emoções e a memória. Emoções: sentimentos subjetivos que suscitam manifestações fisiológicas (SN autônomo) e comportamentais (SN somático) Circuito de Papez: fundamental na conduta social (relacionado com a memória) Podemos resumir o circuito como: giro para-hipocampal e hipocampo → hipotálamo → tálamo → giro do cíngulo. Amígdala e área septal (relacionados com emoções) CONSTITUINTES DO SISTEMA LÍMBICO ( RELACIONADOS COM A EMOÇÃO ) 1. Córtex cingular anterior ➔ Função: Processamento das emoções (principalmente a tristeza) ➔ Lesão: Doméstica de animais, tratamento de psicóticos agressivos Lívia Leandro - Med Fits ➔ Obs: em casos de depressão severa, esta área é mais delgada, os sintomas desaparecem com estimulação elétrica. 2. Córtex Insular Anterior ➔ Empatia ➔ Sensação de nojo ➔ Conhecimento da própria fisionomia ➔ Percepção dos componentes subjetivos das emoções 3. Hipotálamo ➔ Função: Regulação dos processos emocionais - manifestações periféricas das emoções (SNA) 4. Núcleo Accumbens ➔ Função: Centro do prazer - é o mais importante componente do sistema mesolímbico (sistema de recompensa) 5. Área Septal ➔ Também faz parte do sistema mesolímbico ➔ Função: Centro do prazer - regulação de atividades viscerais (PA, ritmo respiratório) ➔ Lesão: ´´raiva septal´´ (hiperatividade emocional, ferocidade e raiva), reação anormal aos estímulos sexuais 6. Habênula ➔ Função: regulação dos níveis de dopamina (inibição do sistema mesolímbico); ➔ Frustração (sistema de não recompensa) ➔ Lesão: Melhora de sintomas depressivos 7. Amígdala - Corpo amigdalóide ➔ Composta por 12 núcleos agrupados em grupos corticomedial, basolateral e central ➔ Função: principal é o medo, comportamentos sexuais, expressão facial relacionada a emoções e agressividade ➔ Lesão: perde a capacidade de sentir medo, hipersexualidade CONSTITUINTES DO SISTEMA LÍMBICO ( RELACIONADOS COM A MEMÓRIA) 1. HIPOCAMPO Localização: acima do giro parahipocampal, no assoalho do corno anterior do ventrículo lateral Antigamente chamado de Corno de Ammon O hipocampo é uma eminência alongada e curva situada no assoalho do corno inferior do ventrículo lateral e acima do giro parahipocampal Tem relação com a memória a curto prazo, relacionado com: ➔ Amígdala: memória de eventos emocionais ➔ Área tegmentar ventral e N. Accumbens: Memória de eventos de prazer ➔ Essas conexões explica pq a consolidação da memória é maior quando a informação está associada a um episódio de grande impacto emocional (ruins ou bons) Funções: ➔ Memória declarativa a curto prazo ➔ Consolidação da memória ➔ Memória espacial (topográfica) - localização no espaço ➔ Ex: na doença de Alzheimer, há grave comprometimento do hipocampo, o paciente perde completamente a orientação e não consegue se dirigir de uma cadeira para a cama (na fase final) ➔ Regulação comportamental: determina o comportamento em um encontro social, promove motivações de agressão social ➔ Formação de novos neurônios (descoberto recentemente) - porém morrem com um tempo - eles estão ligados com novas memórias e morrem quando elassão consolidadas ÁREAS RELACIONADAS COM MEMÓRIA Diencefálicas ➔ Corpo mamilar ➔ Trato mamilotalâmico ➔ Núcleos anteriores do tálamo Telencefálicas ➔ Lobo temporal (porção medial): hipocampo, giro denteado, córtex entorrinal, córtex parahipocampal Lívia Leandro - Med Fits ➔ Córtex cingular posterior ➔ área pré-frontal desolateral (memórias funconais) ➔ Áreas de associação do neocórtex (memórias de longo prazo)
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