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HIPERPLASIA DE PRÓSTATA, INFECÇÃO URINÁRIA E CÁCULO RENAL UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS DISCIPLINA: UROLOGIA PROFESSOR: LUIS DOMINGOS RAMOS TRABALHO PARA PRIMEIRA NOTA LARA BIANCA CARDOSO PEREIRA 2021 HIPERPLASIA prostática benigna HIPERPLASIA PRÓSTATICA BENIGNA A HPB é uma das patologias mais comuns entre homens a partir da 5ª década de vida, podendo associar-se com sintomas do trato urinário inferior, como a obstrução mecânica da uretra e hipertrofia e fibrose do músculo detrusor O envelhecimento e os testículos funcionantes constituem os principais fatores de risco, além do histórico familiar positivo Diagnóstico História clínica: “PROSTATISMO” SINTOMAS DE OBSTRUÇÃO: esforço miccional, hesitação, gotejamento, esvaziamento incompleto, retenção urinária aguda SINTOMAS IRRITATIVOS: polaciúria, nictúria, incontinência e dor suprapúbica EF: toque retal com aumento prostático DIAGNÓSTICO Exames obrigatórios: EAS- PIÚRIA (fazer urinocultura), hematúria (USG vias urinárias ou cistoscopia) PSA- se > 10 ng/ml pensar em CANCER Exames de imagem: avaliar tamanho prostático e vias urinárias Função renal: avaliar nefropatia em casos graves Citologia: solicitar sempre que houver sintomas irritativos, devido ao risco de câncer de bexiga (principalmente em pacientes tabagistas) Score internacional de sintomas prostáticos O I-PSS não deve ser empregado como ferramenta diagnóstica, ficando reservado para avaliação da gravidade da sintomatologia, resposta terapêutica e detecção da progressão sintomática nos pacientes em observação clínica Tratamento I-PSS BAIXO: terapia farmacológica Inibidor da 5-alfa-redutase (bloqueio androgênico), ex: finasterida reduz tamanho prostática, s endo bom para sintomas obstrutivos Bloqueador alfa-1-adrenérgico (reduz tônus prostático), ex: prazosin é eficaz para sintomas irritativos I-PSS ALTO: cirurgia Ressecção transuretral (próstata <80-100 g) ou prostatectomia aberta (próstata grande ou presença de complicações Indicações absolutas de cirurgia: retenção urinaria aguda, IRA pós renal, disfunção vesical severa, cálculos vesicais, uretero hidrofrose, ITU recorrente e hematúria persistente Ablação a laser ou endoprotese: pacientes com discrasia sanguinea, anticoagulado ou alto risco cirugico Infecção urinária epidemiologia Cerca de 5% das visitas ao clinico geral são por infecção urinária Cerca de 12% dos homens terão pelo menos um episodio de infecção urinaria durante a vida Os sintomas comuns são: disuria, polaciuria, dor, febre, corriemento diagnóstico CLÍNICA + EXAMES Urina de rotina Urocultura Antibiograma No caso da pielonefrite, pode ser necessário a hemocultura e examaes de imagem, como US, TC e RNM tratamento Infeccao gonocócica NÃO complicada: Ceftriaxona 500 mg IM DU + Azitromicina 500 mg, 2 cp, VO, DU Infecção gonocócica disseminada: Ceftriaxona 500 mg, IM, DU + Azitromicina 500 mg, 2 cp, VO, DU Infecção por Clamídia: Azitromicina 500 mg, 2 cp, VO, DU ou Doxiciclina 100 mg, VO, 2x/dia, por 07 dias Calculo renal EPIDEMIOLOGIA Cerca de 1/1000 adultos e hospitalizado anualmente em decorrência de cálculos urinários Ate 12% dos homens e 5% das mulheres desenvolverão calculo renal até os 70 anos de idade A maioria dos cálculos são formados de oxalato de cálcio A concentração urinaria de sais é o principal fator de risco Diagnóstico: clínica + exames complementares Clinica: quando cursa com obstrução, pode causar dor intensa, acompanhada de náuseas/ vômitos e as vezes ate hematúria macroscópica Ao exame, Sinal de Giordano + Exames complementares: EAS, exames de imagem (TC) e determinação da composição do calculo tratamento Analgesia e antieméticos Facilitar a eliminação do calculo: aumentar aporte de líquidos + bloqueadores de alfa-receptores, como tansulosina 0,4 mg VO 1x/dia Para cálculos persistentes ou causadores de infecção, deve-se realizar a remoção completa, por litotripsia, ureteroscopia com laser holmium, nefrolitotomia percutânea CÂNCER DE PROSTATA, CÂNCER DE RIM E CÂNCER DE BEXIGA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS DISCIPLINA: UROLOGIA PROFESSOR: LUIS DOMINGOS RAMOS TRABALHO PARA SEGUNDA NOTA LARA BIANCA CARDOSO PEREIRA 2021 CâNCER DE PROSTATA EPIDEMIOLOGIA É a neoplasia de órgão sólido mais prevalente entre homens, é considerado o câncer da 3a idade, uma vez que cerca de 3/4 dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos e raramente há ocorrência em pacientes com idade inferior a 45 anos. No Brasil, a taxa de mortalidade bruta vem apresentando ritmo acentuado de crescimento, com elevação relativa de 139% nos últimos 20 anos; MAIOR ACOMETIMENTO ENTRE NEGROS Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são a presença de testosterona e a idade. Além disso, dieta rica em gorduras e herança genética são fatores de risco secundários aceitos na etiologia do tumor; DIAGNÓSTICO CLINICA: maioria assintomatico (sintomas = doença avançada) Toque: se endurecido, irregular ou nódulo, deve-se fazer biopsia Dosagem de PSA em pacientes > 60 anos, se > 4 deve-se biopsiar e se entre 2,5 e 4 deve-se fazer o refinamento do PSA USG transretal: biopsia da lesão e mais 6-14 fragmentos = PADRAO OURO DO DIAGNÓSTICO OBS: MS e INCA não recomendam mais o screening devido ao caráter indolente da neoplasia, na maioria dos casos DIAGNÓSTICO Atualmente, a biópsia é realizada, na grande maioria dos centros, por via transretal e guiada por ultrassonografia: avaliar o tamanho da próstata, a presença de nódulos com ecogenicidade alterada e que sugerem a presença de câncer, assim como a obtenção de múltiplos fragmentos prostáticos para avaliação histológica. A Ressonância Nuclear Magnética (RNM), sobretudo na chamada forma multiparamétrica, vem sendo mais empregada nos últimos anos. diagnóstico ESTADIAMENTO O tipo histológico mais comum é o adenocarcinoma; A avaliação local visa diferenciar o câncer localizado, que não invade a cápsula prostática, do tumor localmente avançado,que pode atingir as vesículas seminais, o colo vesical e até mesmo o reto; A RNM com bobina endorretal é o exame radiológico que proporciona imagens melhores das lesões extraprostáticas e do acometimento dos feixes vasculonervosos que contêm o nervo eretor. diagnóstico ESTADIAMENTO - Estadiamento clínico local da neoplasia T1 ---------------------------------------Tumor localizado (respeita os limites da cápsula) – geralmente, produto de ressecção transuretral de próstata, sem nódulo palpável T1a e T1b------------------------------Achados incidentais em cirurgia de rotina para hiperplasia prostática benigna T1c -------------------------------------Biópsia efetuada por elevação do PSA T2---------------------------------------- Tumor localizado, com nódulo palpável T3---------------------------------------- Tumor localmente avançado, que invade vesículas seminais ou estruturas extracapsulares T4 -----------------------------------------Invasão de órgãos vizinhos, como reto e bexiga tratamento A - Observação vigilante e vigilância ativa- o tumor apresenta comportamento biológico pouco agressivo, latente. latente. Assim, pacientes mais velhos, principalmente com idade superior a 75 anos, não se beneficiam com o tratamento radical. B – Prostatectomia- A próstata pode ser acessada por via perineal, retropúbica, videolaparoscópica e, mais ecentemente, robótica. Os benefícios quanto à disfunção erétil e à incontinência urinária ainda estão sendo avaliados. O candidato ideal para prostatectomia radical é o paciente com doença localizada, com características biológicas agressivas, expectativa de vida de 10 a 20 anos e livre de graves comorbidades. C – Radioterapia Os resultados oncológicos são satisfatórios e semelhantes aos da prostatectomia radical, porém, em geral, ligeiramente inferiores. tratamento D – Crioterapia- Atualmente, é utilizada para tumores localizados, localmente avançados e em recidivas após radioterapia, em que os resultados e as complicaçõessão bastante satisfatórios. E – Hormonoterapia- adrenocorticotrófico. O tratamento hormonal visa à interrupção direta da produção ou à redução do estímulo hipofisário para diminuir a produção de androgênios. Os mecanismos utilizados para o bloqueio são: - Castração cirúrgica pela orquiectomia bilateral; - Agonistas parciais dos hormônios hipofisários (LHRH); - Esteroides antiandrogênicos (flutamida, ciproterona); Estrogenoterapia. Essa forma de tratamento não é curativa, mas promove melhora dos sintomas urinários obstrutivos, redução da dor óssea e, até mesmo, da compressão medular por metástases vertebrais na fase inicial do tratamento. tratamento F – Quimioterapia- Demonstraram-se os benefícios da quimioterapia a portadores de câncer de próstata hormônio-resistente utilizando docetaxel associado a estramustina ou prednisona. Houve aumento da sobrevida quando em comparação aos esquemas antigos. Entretanto, o melhor momento para a utilização da droga ainda não foi definido. Câncer de rim epidemiologia Mais comum em residentes de áreas urbanas; Predomina no sexo masculino (2:1); A idade média do diagnóstico: em torno de 50-70 anos; Tabagismo é um importante fator de risco para o carcinoma de células renais (risco 2x maior); Outros fatores importantes: obesidade e a exposição ocupacional a determinadas substâncias, como o cádmio (2x maior), derivados do petróleo, como a gasolina (1,6x maior), e o asbesto (1,4x maior); A doença cística renal adquirida, entidade incidente em 35-50% dos pacientes em hemodiálise crônica, aumenta em 20x o risco de carcinoma renal Clínica e diagnóstico TRIADE CLÁSSICA (SÓ EM 10%): hematúria + massa abdominal + dor em flanco Complicacoes do trombo: varicocele, trombose da veia renal, Budd- Chiari, sopro cardíaco Sindormes paraneoplasicas: anemia, policitemia, HAS, FOI, hipercalcemia PTH like EXAMES COMPLEMENTARES: USG, se massa ou cisto complexo, deve-se pedir TC com contraste (qualquer massa renal é maligna ate que se prove o contrario! Clínica e diagnóstico O principal critério na TC sugestivo de Ca renal é a intensa captação de contraste (o que não acontece nas lesões benignas); Se a lesão for cística, os critérios sugestivos de malignidade são: Paredes espessas e irregulares; Septação; Massa multiloculada; Captação de contraste. A ressonância nuclear magnética passa a ser o exame de escolha nos pacientes com história de hipersensibilidade ao contraste iodado; A arteriografia renal tem grande utilidade no mapeamento pré-operatório da vasculatura renal, se uma angio-RNM não puder ser realizada. estadiamento estadiamento tratamento Esta neoplasia não apresenta radio ou quimiossensibilidade; Os tumores T1, T2 e T3, N0, N1 e N2 são candidatos à operação; O procedimento indicado é a nefrectomia radical, que classicamente envolve não apenas o rim, mas também os tecidos contidos no interior da fáscia de Gerota e a própria fáscia de Gerota; Na abordagem das lesões de tamanho pequeno a moderado (< 10 cm), sem envolvimento vascular ou linfonodal, muitos urologistas já estão utilizando a nefrectomia radical videolaparoscópica; O cirurgião deve retirar todo o trombo tumoral (trombectomia); tratamento A nefrectomia parcial é indicada nas lesões bilaterais, na presença de rim único, insuficiência renal prévia e tumores < 4 cm; Casos selecionados de acometimento em apenas um dos pólos renais também podem ser manejados com nefrectomia parcial; Muitos urologistas têm realizado nefrectomia parcial através de cirurgia robô-assistida; O tratamento cirúrgico de uma metástase pulmonar isolada, através de segmentectomia pulmonar, melhora de maneira discreta o prognóstico, desde que esta seja a única evidência de doença à distância. tratamento A cirurgia citoredutora (debulking) é empregada quando tumor primário não é passível de ressecção completa; Este procedimento associado à imunoterapia com interferon-alfa ou IL-2 tem demonstrado aumentar a sobrevida em pacientes selecionados com doença metastática estável e bom performance status; O prognóstico geral da doença metastática T4 ou M1 é reservado, embora possa variar em função da existência de cinco fatores de mau prognóstico: Ausência de nefrectomia; Karnofski performance status < 80; LDH > 1,5 vezes o normal; Hipercalcemia; Anemia. tratamento A radioterapia só é empregada para o controle da dor decorrente de metástases ósseas; A quimioterapia (QT) tem se mostrado desapontadora ao longo dos anos – a única droga que consegue obter alguma resposta parcial (20% dos casos) é a vimblastina; O carcinoma de células renais é um tumor imunoativo, isto é, ele induz uma resposta imunológica do hospedeiro, a qual pode levar à remissão completa da lesão (existem relatos de desaparecimento espontâneo deste tipo de câncer, sem qualquer tratamento); Tal fato levou os pesquisadores a testarem uma série de estratégias para estímulo do sistema imunológico, de modo a tentar induzir a destruição endógena do tumor Câncer de bexiga epidemiologia Paciente típico: homem branco idoso com media de 70 anos Os fatores de risco são: tabagismo, abuso de analgésicos, calculo vesical, radioterapia previa, ciclofosfamida, aminas aromáticas, dieta rica em carnes defumadas, gorduras e corantes Schistosoma haemotoblum Maioria não invasivo Muito sangramento e chance de recidiva alta Clinica e diagnóstico O principal sinal clínico é hematuria macroscópica indolor Fazer cistoscopia, e se negativa, fazer citologia urinária e, se positiva, fazer SEMPRE, US ou urografia excretora (pois pode haver lesão sincrônica alta) ESTADIAMENTO O fator mais importante é a profundidade da invasão tumoral (se invade ou não a camada muscular) tratamento Doença superficial: ressecção endoscópica + BCG intravesical por 1-3 anos Doenca invasiva: QT neoadjuvante + cistectomia radical Fazer seguimento com cistoscopia + citologia urinária (+ TC, se doença invasiva) Doença metastática: quimioterapia (tem boa sobrevida!) HEMATÚRIA MICROSCÓPICA, PIELONEFRITE E TRAUMA RENAL UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS DISCIPLINA: UROLOGIA PROFESSOR: LUIS DOMINGOS RAMOS TRABALHO PARA TERCEIRA NOTA LARA BIANCA CARDOSO PEREIRA 2021 Hematúria microscópica EPIDEMIOLOGIA É a presença de sangue na urina com 3 ou mais hemácias por campo em pelo menos duas de três amostras de urina É uma condição com alta prevalência, sendo um sinal bastante comum a várias doenças do trato urinário Toda hematúria DEVE ser investigada: ① hematúrias glomerulares – presença de doença que pode evoluir para insuficiência renal ② hematúrias pós-glomerulares – presença de tumores urológicos As hematúrias afetam até 18% da população e sua prevalência aumenta com a idade; 5-20% das hematúrias apresentam uma causa significativa CLASSIFICAÇÃO DAS HEMATÚRIAS As hematúrias podem ser classificadas em GLOMERULARES (“NEFROLÓGICAS”) e em PÓS-GLOMERULARES (“UROLÓGICAS”), sendo que ambas podem se apresentar como macroscópica ou microscópicas (nas glomerulares, é mais comum a forma microscópica) Nas hematúrias glomerulares, há a passagem de hemácias pela barreira glomerular, a qual normalmente não é permeável a hemácias, e alcançam o espaço de Bowman através de falhas parede capilar, prosseguindo por todo o trajeto do néfron Já as hematúrias pós-glomerulares se dão por doenças como tumores, cistos, cálculos, doenças vasculares, glomerulonefrite, tumor de bexiga, alterações na próstata CLASSIFICAÇÃO DAS HEMATÚRIAS ① sintomáticas – a presença de sintomas ajudam no diagnóstico, começando com a investigação no sítio em que os sintomas ocorrem ② assintomáticas – nesse caso, há uma demanda de uma investigação mais detalhada ③ transitórias – resolução espontânea com recidiva em qualquer momento ④ persistentes – diagnóstico da hematúria permanece oculto CLASSIFICAÇÃO DAS HEMATÚRIAS HEMATÚRIAS MICROSCÓPICAS HEMATÚRIA MICROSCÓPICA GLOMERULARES O maior risco relacionado com a presença de hematúrias glomerulares é a evolução para insuficiênciarenal Deve-se investigar outros sintomas que falam a favor de insuficiência renal: edema periorbitário e periférico, ganho de peso, oligúria (< 500mL/24 horas), urina escura, hipertensão arterial de início recente, infecção recente de vias aéreas (pensar em nefropatia por IgA), dores articulares, rashes cutâneos e febre de origem obscura (FOO) Nesse caso, deve-se encaminhar o paciente para a profissional da Nefrologia, o qual deve decidir se o paciente tem critérios para realização de BIÓPSIA RENAL HEMATÚRIA MICROSCÓPICA GLOMERULARES Biópsia renal É um procedimento invasivo e é realizada somente se a hematúria vier acompanhada de proteinúria, elevação da creatinina ou desenvolvimento de hipertensão) Permite saber o tipo de lesão glomerular: nefropatia por IgA, glomerulonefrites pós-infecciosas, glomerulonefrites membranoproliferativas, esclerose focal glomerular, glomerulonefrite rapidamente progressiva, nefrite lúpica, síndrome de Henoch-Schonlein, vasculites e síndrome hemolítica urêmica Nos pacientes em que não é realizada a biópsia, deve-se fazer o acompanhamento, sendo que em 40% há resolução espontânea, em 40% há persistência da hematúria, porém sem danos, e em 20% há o risco de evoluir para lesão glomerular com proteinúria, devendo biopsiar (15 destes 20% podem desenvolver insuficiência renal) HEMATÚRIA MICROSCÓPICA PÓS-GLOMERULARES O maior risco relacionado com a presença de hematúrias pós-glomerulares é ter como causa a neoplasia do trato urinário FATORES DE RISCO PARA NEOPLASIA: idade > 35 anos (quanto maior a idade, maior é o risco), sintomas miccionais irritativos crônicos, histórico prévio de hematúria macroscópica, história de tabagismo, histórico de exposição a aminas aromáticas, uso de ciclofosfamida e analgésicos derivados da fenacetina e tratamento com radioterapia pélvica (p.ex. tumores de colo uterino e de reto) Um paciente com hematúria microscópica pós-glomerular PERSISTENTE deve chamar a atenção do médico para uma possível neoplasia maligna em algum ponto do trato urinário, sendo que o locais mais frequentes são na bexiga e no rim AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DAS HEMATÚRIAS ODA HEMATÚRIA DEVE SER INVESTIGADA, TENDO COMO PONTO DE PARTIDA A PRESENÇA OU NÃO DE SINTOMAS Na ausência de sintomas, deve-se solicitar uma avaliação urológica completa: ultrassonografia de vias urinárias, urotomogrofia com ou sem contraste, urografia excretória, cistoscopia com biópsia ou coleta de lavado vesical para citologia oncótica, ressonância magnética, ureteroscopia rígida e ureterorrenoscopia flexível Deve-se sempre optar por começar pelo exame menos invasivo e progredir para os que mais atendem aos achados de um exame Mesmo naquele paciente em uso de medicações anticoagulantes, especialmente se a dose estiver adequada, deve-se pressupor que exista uma lesão urinária pielonefrite Pielonefrite Aguda DEFINIÇÃO Inflamação do rim e parênquima renal -> inflamatória e infecciosa Febre moderada a alta Calafrios Dor Lombar Sintomas de Cistite epidemiologia EPIDEMIOLOGIA 20% das bacteremias adquiridas em comunidade Incidência anual de aproximadamente 16/100.000. A Pielonefrite acontece mais frequentemente em bebés com idade inferior a um ano (devido às dejecções frequentes e à prematuridade do sistema imunitário); Na população feminina (provavelmente devido à maior proximidade do ânus em relação à uretra) Homens com hiperplasia benigna da próstata (fazem retenção urinária) Pielonefrite Aguda CLÍNICA Sintomas: Dor, febre, calafrios, sintomas gerais Sinais: Febre, taquicardia, manobra de Giordano Positiva LABORATÓRIO Leucocitose Urina turva com piúria Hematúria Bactérias Cilindros leucocitários e proteinúria Sepse urinária- cultura e hemocultura Pielonefrite Aguda TRATAMENTO Complicada e não complicada Não complicada: ATB oral -> fluoroquinolonas Crianças, gestantes, amamentação: aminopenicilinas, cefalosporinas de 2ª ou 3ª geração Complicada: ATB parenteral-> internação Diabetes, cálculos obstrutivos, cateteres, refluxo vesicoureteral, derivação urinária, imunodeficiência. Após 24 a 48h sem febre, a maioria dos pacientes recebendo terapia EV pode mudar para um esquema VO até completar 10 dias de tratamento. Trauma renal EPIDEMIOLOGIA/ETIOLOGIA As lesões contusas/fechadas são mais comuns do que as penetrantes/abertas. Os traumas contusos são causados principalmente por acidentes automobilísticos, seguido de quedas de altura e agressões físicas. PONTO IMPORTANTE DA HISTÓRIA DO TRAUMA: magnitude da desaceleração envolvida no mecanismo do trauma. T rauma fechado com rápida desaceleração acarreta estiramento da artéria renal com lesão da camada íntima vascular e trombose arterial. EPIDEMIOLOGIA/ETIOLOGIA Os traumas penetrantes geralmente são devido a ferimentos por arma de fogo ou perfurocortantes. Suspeitar de acometimento renal: ferimento penetrante em abdome superior, flanco e tórax inferior. Patologias preexistentes como rim em ferradura, hidronefrose, rins policísticos ou tumores, aumentam a suscetibilidade a lesões por trauma. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Sintoma mais frequente: hematúria (intensidade não correlacionada com a gravidade) Lesões vasculares renais graves não necessariamente cursam com hematúria mas pequenas contusões podem acarretar hematúria macroscópica. PODEM INDICAR TRAUMA RENAL: dor e/ou equimose em flanco; lesão hepática ou esplênica; fratura de arcos costais inferiores e de processos transverso de vértebras lombares CLASSIFICAÇÃO Grau I: contusão ou hematoma subcapsular não expansivo, sem laceração parenquimatosa; Grau II: hematoma perirrenal não expansivo ou laceração do córtex renal menor do que 1 cm; sem extravasamento urinário; Grau III: laceração do córtex renal maior do que 1 cm (estende-se até a medula renal); sem ruptura do sistema coletor ou extravasamento urinário; Grau IV: laceração maior do que 1cm atingindo córtex, medula e sistema coletor ou lesão da artéria ou das veias renais segmentares com hemorragia contida, trombose vascular Grau V: várias lacerações de grau IV ou avulsão do pedículo renal. CLASSIFICAÇÃO DIANGÓSTICO PADRÃO OURO: tomografia computadorizada com contraste intravenoso Se não puder fazer TC: urografia excretora Pacientes instáveis com indicação de exploração cirúrgica: fazer exploração do retroperitôneo com inspeção renal. As lojas renais devem ser abordadas cirurgicamente apenas em casos de hematoma pulsátil ou em expansão. Outra opção no transoperatório é a pielografia intravenosa – administra-se 2ml/ kg de contraste iodado e faz a pielografia 10 min depois.. DIAGNÓSTICO NVESTIGAÇÃO RADI OLÓGICA: trauma fechado com hematúria macroscópica ; trauma fechado com hematúria mic roscópica; PAS < 90 mmHg em qualquer momento da ressuscitação; trauma penetrante com hematúria macro ou micro. TRAUMA ABDOMINAL FECHADO: lembrar que crianças são mais suscetíveis do que adultos. Apresentam maiores níveis de catecolaminas circulantes durante o trauma – permite a manutenção dos níveis tensionais até que 50% do volume circulante seja perdido. TRATAMENTO Traumas fechados geralmente tem tratamento conservador. Traumas penetrantes geralmente requere exploração cirúrgica – maior gravidade e necessidade de avaliar órgãos adjacentes. INDICAÇÕES ABSOLUTAS DE EXPLORAÇÃO CIRÚRGICA: instabilidade hemodinâmica; hematoma perirrenal pulsátil ou em expansão; sangramento persistente. MANEJO CONSERVADOR: requer diagnóstico e classificação precisa por meio de TC; internação em UTI; repouso; acompanhamento clínico/laboratorial rigoroso; banco de sangue disponível. TRATAMENTO MANEJO CIRÚRGICO: laparotomia mediana. Sempre que possível tentar a cirurgia reconstrutiva renal. NEFRECTOMIA: só para lesões renais extensas em que a vida é posta em risco. LEMBRAR: antes de acessar o retroperitôneo, deve-se dissecar o hilo renal com controle vascular das suas estruturas. RECONSTRUÇÃO RENAL PÓS -TRAUMA: completa exposição renal, debridamentode tecidos inviáveis, hemostasia por meio da ligadura d os vasos sangrantes, fechamento da via coletora renal, aproximação do parênquima renal. TRATAMENTO SE LE SÃO P OLAR NÃO POD E SER RECONSTRUÍDA: nefrectomia parcial com cobertura com flap do omento maior/ enxerto de peritônio/ gordura retroperitoneal do parênquima renal exposto . EST IRAMENTO DA ARTÉRIA RENAL + ROMPIMENTO DA CAMADA ÍNTIMA VASCLAR = TROMBOSE: rápido diagnóstico pela T C com contraste ou angiografia -> revascularização renal com by-pass vascular ou com stents vasculares.
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