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1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL 1 Sumário 1. Introdução ............................................................................................... 2 2. Fases do Desenvolvimento Infantil (segundo Jean Piaget) .................... 4 Sensório-motor: de 0 a 2 anos ..................................................................... 4 Pré-operatório: de 2 a 7 anos ....................................................................... 5 Operatório concreto: de 8 a 12 anos ............................................................. 7 Operatório formal: a partir de 12 anos ........................................................... 7 3. Tipos de Desenvolvimento infantil .......................................................... 8 4. Desenvolvimento da Criança (0 a 6 anos) .............................................. 9 5. Psicologia do desenvolvimento infantil ................................................. 22 6. A importância do brincar no desenvolvimento infantil ........................... 23 7. Teoria de Piaget versus teoria de Vygotsky ......................................... 24 8. Fatores importantes para o bom desenvolvimento infantil ................... 25 9. Marcos do desenvolvimento infantil ...................................................... 26 Marcos importantes até os 12 meses ......................................................... 26 10. Desenvolvimento da linguagem ................................................................. 31 11. Quando a Criança não Apresenta o Desenvolvimento Típico ................. 33 12. Conclusão ................................................................................................ 35 13. Referências .............................................................................................. 36 2 1. Introdução O desenvolvimento infantil é um processo pelo qual todas as crianças passam desde o nascimento até mais ou menos 6 anos de idade. Está relacionado ao desenvolvimento de habilidades específicas que garantem a autossuficiência da criança. Ao conquistar determinadas capacidades, a criança passa a apresentar certos comportamentos e ações (como, por exemplo, dizer a primeira palavra, dar os primeiros passos, etc.) que são esperados a partir de determinada idade. Dessa forma, o desenvolvimento infantil acaba por ser um conjunto de aprendizados que, pouco a pouco, vai tornando a criança cada vez mais independente e autônoma. Segundo Marcondes (1980), desenvolvimento é o aumento da capacidade do indivíduo em realizar funções cada vez mais complexas. Desenvolvimento infantil é um processo que se inicia na vida intrauterina e envolve o crescimento físico, a maturação neurológica e a construção de habilidades relacionadas ao comportamento, visando tornar a criança competente para resolver às suas necessidades a às do seu meio. O desenvolvimento humano é dinâmico, com mudanças biológicas e psicológicas que permitem que a criança adquira novos comportamentos e também modifique os antigos. Com isso o desenvolvimento neuropsicomotor corresponde à aquisição progressiva de capacidades motoras e psicocognitiva de modo ordenado e sequencial (PIAGET,1980). A linguagem sofre influência contínua de fatores externos genéticos, ambientais que apresentam variações de um indivíduo para o outro e que tornam único o curso do desenvolvimento de cada criança. Alguns fatores são de boa relevância quanto os achados para o desenvolvimento da linguagem, especialmente nos períodos perinatal e neonatal, são prematuridade, gestação de alto risco, relação negativa entre mãe e feto, idade materna, assistência pré-natal precária, baixo peso ao nascer, comprimento menor que 45cm, asfixia perinatal, hemorragia intracraniana infecções congênitas, período de aleitamento materno menor que seis meses e baixa escolaridade materna (SOUZA 2002). Os primeiros anos de vida são muito importantes devido á intensa atividade cerebral, fruto da interação entre as características biológicas e as oportunidades de 3 experiência dos indivíduos. A intensa neuroplasticidade nesse período é também responsável por melhores prognósticos, se a intervenção ocorrer precocemente. Observa-se no Brasil que estudos mostram as influências da condição social, do fator desnutrição e da relação familiar como fatores de risco para o atraso do desenvolvimento neuropsicomotor da criança (GUTTON 2005). A supervisão do crescimento e do desenvolvimento da criança é uma importante tarefa que faz parte do rol de atividades do dia-a-dia do pediatra. O maior objetivo da identificação e do diagnóstico precoce do atraso do desenvolvimento de uma criança, e da consequente intervenção precoce, geralmente multiprofissional, ela contribui para que cada criança adquira seu máximo potencial individual, com finalidade da Pediatria (MÉIER 2013). O acompanhamento de crianças e do processo de desenvolvimento reúne diferentes modalidades de avaliação, que incluem os pais, os professores os pediatras e os demais profissionais. O acompanhamento de crianças e do processo de desenvolvimento reúne diferentes modalidades de avaliação. Reunindo ambos profissionais de saúde. Este acompanhamento é utilizado a anamnese, observação da criança em seu ambiente, a prática de atividade ou, ainda, a aplicação de instrumentos de triagem (LEMOS 1986). Não existe um instrumento padronizado, isto dificulta a avaliação do desenvolvimento, o que tem contribuído para que as alterações passem despercebidas, isto se torna evidente muito anos mais tarde. Possivelmente quando a criança está no ensino fundamental. A aquisição da linguagem é uma das realizações mais notáveis dos primeiros anos de vida. Aos cinco anos de idade, as crianças têm o domínio essencial do sistema de sons e da gramática de seu idioma e adquiriram um vocabulário de milhares de palavras. Este trabalho descreve os principais marcos do desenvolvimento da linguagem presentes nos cinco primeiros anos de vida, em crianças monolíngues com desenvolvimento típico, e os mecanismos que têm sido propostos para explicar essas aquisições (HAGE 2004). As habilidades de linguagem de crianças pequenas são importantes para seu sucesso interpessoal acadêmico. É essencial, portanto, dispor de descrições do desenvolvimento normativo que permitam identificação de crianças com 4 comprometimento de linguagem e compreender os mecanismos de aquisição da linguagem que podem fornecer a base para a otimização do desenvolvimento de todas as crianças. 2. Fases do Desenvolvimento Infantil (segundo Jean Piaget) As etapas do desenvolvimento infantil foram o principal tema de estudo do psicólogo suíço Jean Piaget. Jean William Fritz Piaget (9 de agosto de 1896 - 16 de setembro de 1980) Durante o tempo em que trabalhava em uma escola, Piaget se interessou por observar o raciocínio utilizado pelas crianças para responder as perguntas de seus professores. Posteriormente, passou a observar também os seus filhos e desta forma, acabou por subdividir as fases da infância. A teoria de Piaget considera que o desenvolvimento infantil consiste em quatro fases no que diz respeito à cognição: sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. As fases do desenvolvimento infantil são: Sensório-motor: de 0 a 2 anos Nesta fase, a criança se concentra nas sensações e nos movimentos. Ela começa a entender o que as sensações significam e como os movimentos dela podem levar a alterações no mundo exterior. 5 Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem controle consciente de suas ações motoras. No entanto, com o passar do tempo, ele vai gradualmente ganhando consciência de seus movimentos, e é aí que começa a festa: ele percebe que, se esticar o bracinho, consegue puxar o móbile em cima do berço. A partir daí, passaa testar as possibilidades de movimentação para ver aonde aquilo vai chegar. Vale lembrar que, nessa fase, a criança ainda tem dificuldades com tudo aquilo que ela não pode ver, tocar ou sentir. A chamada permanência do objeto ainda não existe, pois a criança não admite sua existência fora do seu campo sensorial. Sendo assim, se os pais escondem um brinquedo, por exemplo, ela não vai procurar. Pra ela, o brinquedo deixou de existir. O mesmo acontece com as pessoas: se o bebê não vê a mãe, ela automaticamente deixa de existir e começa a choradeira. A medida em que a criança vai recebendo estímulos, ela passa a ter uma vaga noção de que objetos fora de sua vista não necessariamente deixam de existir. É por isso que a brincadeira do “cadê o bebê?” é tão divertida e saudável! Pré-operatório: de 2 a 7 anos Esse estágio se inicia com a capacidade do pensamento representativo, ou seja, a criança começa a gerar representações da realidade no próprio pensamento. É isso que possibilita a aprendizagem da fala (que começa bem mais cedo, mas se desenvolve mais rapidamente aqui) e as brincadeiras de “faz de conta”. Vale lembrar que essa fase é marcada por um egocentrismo evidente, mas isso não significa falha de caráter, fazendo parte do desenvolvimento cognitivo típico de qualquer criança. Ao falar, ela fala sozinha e poucas vezes considera aquilo que foi dito para ela. Com isso, há também uma necessidade de “dar vida” às coisas: para as crianças nesse estágio, uma bola rolando faz isso porque tem vontade, não porque está em uma superfície íngreme ou porque uma força foi aplicada, tirando-a da inércia. Ela também acredita que as coisas acontecem para si mesma. Na mente das crianças 6 dessa idade, o sol se põe para que elas vão dormir, não porque o dia acaba naturalmente. Voltando ao pensamento representativo, é justamente ele que permite o desenvolvimento do pensamento lógico posteriormente. Nessa fase, a criança pode se confundir com números e quantidades. Um exemplo é quando colocamos a mesma quantidade de suco em copos de formatos diferentes: um fino e longo, outro largo e curto. Por mais que seja a mesma quantidade, o nível do suco no copo fino fica acima do nível no copo curto. Para as crianças nesse estágio, isso quer dizer que tem mais suco no copo fino, mesmo que antes elas tenham visto que se trata da mesma quantidade! Outro exemplo: se eu pegar dois biscoitos para mim e der apenas um biscoito para ela, a criança ficará chateada achando que tem menos. De fato, nesse caso, ela está certa. No entanto, se eu dividir o biscoito dela ao meio ao invés de dar um novo biscoito, ela achará isso justo. Isso acontece pois, para ela, parece que nós dois temos dois biscoitos, mesmo que as metades do biscoito dela sejam consideravelmente menores que os meus. Por isso, se o seu filho pequeno dá respostas erradas em exercícios que medem quantidades, volumes e tamanhos, não se preocupe: ele está se desenvolvendo normalmente, apenas passando pelo período pré-operatório no qual a lógica ainda está sendo formada! É também nesse estágio que as crianças começam a entender o que é certo e o que é errado, o que podem e o que não podem fazer. No entanto, ao serem apresentadas a uma nova situação inusitada, elas ainda não são capazes de julgar moralmente o problema, fazendo aquilo que têm vontade (independentemente de ser certo ou errado). Por isso, pais e mães devem ter paciência com as crianças nessa fase. Ela ainda tem muito a aprender e não adianta brigar quando ela faz algo de errado: ela simplesmente não é capaz de perceber sozinha que não pode. 7 Operatório concreto: de 8 a 12 anos Marcado pelo início do pensamento lógico concreto, as crianças passando por esse estágio começam a manipular mentalmente as representações das coisas que internalizou durante os estágios passados. O problema é que essa manipulação só pode ocorrer com coisas concretas, dispostas no mundo real. Conceitos abstratos ainda não são compreensíveis. Lembrando do exemplo dos copos de suco, a criança nessa fase já compreende que os dois copos têm a mesma quantidade de suco, ou seja, ela tem a noção de conservação. Quanto ao biscoito, ela também entende que duas metades de um biscoito não equivalem a dois biscoitos. Prepare-se para ter que dividir mais biscoitos com seu filho, porque essa desculpa não vai mais colar! Aqui, já há uma maior compreensão do que é moral. As regras da sociedade começam a fazer sentido e, em situações simples, a criança já é capaz de, por si só, julgar o que seria correto fazer. Operatório formal: a partir de 12 anos O último estágio postulado por Piaget tem seu início já na pré-adolescência, quando a criança é capaz de manipular, também, representações abstratas, fazendo operações com conceitos que não possuem formas físicas, como certos conceitos matemáticos. Nesse estágio, as crianças começam a entender o mundo pelos olhos de outras pessoas: elas passam a compreender experiências que elas mesmas não vivenciaram em primeira pessoa. Na verdade, esse processo já começa durante o período operatório concreto mas, como o nome já diz, só serve para objetos concretos. Já nesse novo estágio, a criança passa a entender o ponto de vista dos outros a respeito de conceitos abstratos. 8 3. Tipos de Desenvolvimento infantil Durante o processo de desenvolvimento, a criança evolui em diferentes aspectos de sua formação. A evolução não se dá somente no crescimento físico da criança, mas também na sua parte cognitiva e social, dentre outras. Desenvolvimento emocional O desenvolvimento emocional está relacionado aos sentimentos e às emoções e é perceptível por parte da criança desde a fase de bebê. Um bebê é capaz de compreender a recepção de carinho e de amor, e também de amar e de criar laços afetivos com os pais e com outras pessoas próximas, principalmente com aquelas com as quais tem mais convívio. O estabelecimento dessas relações é fundamental para que a criança desenvolva sua inteligência emocional e não tenha, no futuro, problemas afetivos. Desenvolvimento cognitivo O desenvolvimento cognitivo refere-se à parte mais intelectual do ser humano. Diz respeito à atenção, ao raciocínio, à memória e à capacidade de resolver problemas. A cognição do ser humano é desenvolvida com o tempo. Enquanto bebê, uma pessoa não tem uma capacidade de memória muito aguçada. Em geral, as pessoas não têm, por exemplo, recordações de acontecimentos que tenham tido lugar antes dos seus dois anos de idade. O desenvolvimento cognitivo infantil permite que a criança interprete, assimile e se relacione com os estímulos do ambiente que a cerca e com a sua própria essência. 9 Desenvolvimento físico O desenvolvimento físico é aquele através do qual as crianças desenvolvem habilidades e capacidades motoras como sentar, andar, ficar em pé, pular, correr, etc. Em atividades que requerem mais precisão, como por exemplo, escrever, o desenvolvimento físico fica também dependente do desenvolvimento cognitivo. Desenvolvimento social Com o desenvolvimento social, a criança aprende a interagir em sociedade. É com base nesse tipo de desenvolvimento que a criança estabelece com outras pessoas uma espécie de intercâmbio de informações, que permite adquirir cultura, tradições e normas sociais. A importância de brincar no desenvolvimento infantil está diretamente relacionada com esse tipo de desenvolvimento, pois através da socialização com outras crianças, são desenvolvidas certas capacidades de interação e noções de limites. O que pode influenciar o desenvolvimento infantil? Apesar da definição do conceito de fases do desenvolvimento piagetiano, o próprio Piaget defende que esse desenvolvimento poder ser beneficiado por certos estímulos e por um ambiente apropriado para crianças. 4. Desenvolvimento da Criança(0 a 6 anos) Berçário, Pré-Maternal, Maternal I, Maternal II, Jardim A e Jardim B Faixa etária: 0 aos 6 anos "A trajetória que uma criança percorre desde que começa a deixar de ser bebê (dependência total), até começar a se transformar em um ser mais independente e autônomo está relacionado tanto às condições biológicas, como aquelas proporcionadas pelo espaço familiar e social (escola), com o qual interage." É preciso saber que: O desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear. As mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma gradual, são períodos contínuos que vão se sucedendo e se superpondo. 10 Durante a evolução a criança experimenta avanços e retrocessos, vivendo seu desenvolvimento de modo particular. Acompanhamos a construção de sua personalidade respeitando que em cada idade há um jeito próprio de se manifestar. Tanto antecipar etapas, como não estimular a criança, podem ser geradores de futuros conflitos. Cabe a família e a ESCOLA conhecer e respeitar os passos do desenvolvimento infantil. Característica da faixa etária dos 0 aos 6 meses Desenvolvimento Físico Processo de fortalecimento gradual dos músculos e do sistema nervoso: os movimentos bruscos e descontrolados iniciais vão dando lugar a um controle progressivo da cabeça, dos membros e do tronco; Por volta das 8 semanas é capaz de levantar a cabeça sozinho durante poucos segundos, deitado de barriga para baixo; Controle completo da cabeça por volta dos 4 meses: deitado de costas, levanta a cabeça durante vários segundos; deitado de barriga para baixo começa a elevar-se com apoio das mãos e dos braços e virando a cabeça; Por volta dos 4 meses o controle das mãos é mais fino, sendo capaz de segurar num brinquedo; Entre os 4 e os 6 meses utiliza os membros para se movimentar, rolando para trás e para frente; apresenta também maior eficácia em alcançar e agarrar o que quer ou a posicionar-se no chão para brincar; Desenvolve o seu próprio ritmo de alimentação, sono e eliminação; Desenvolvimento progressivo da visão; Com 1 mês, é capaz de focar objetos a 90 cm de distância; Progressivamente será capaz de utilizar os dois olhos para focar um objeto próximo ou afastado, bem como de seguir a deslocação dos objetos ou pessoas; Entre os 4 e os 6 meses a visão e a coordenação olho-mão encontram-se próximas da do adulto; Desenvolvimento da função auditiva; 11 Entre os 2 e os 4 meses, o bebê reage aos sons e às alterações do tom de voz das pessoas que o rodeiam; Por volta dos 4-6 meses, possui já uma grande sensibilidade às modulações nos tons de voz que ouve; Desenvolvimento Cognitivo A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos; Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação; A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta; Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele, "mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam; Desenvolvimento Social Distingue a figura cuidadora das restantes pessoas com quem se relaciona, estabelecendo com ela uma relação privilegiada; Fixa o rosto e sorri (aparecimento do 1º sorriso social por volta das 6 semanas); Aprecia situações sociais com outras crianças ou adultos; Por volta dos 4 meses: capacidade de reconhecimento das pessoas mais próximas, o que influencia a forma como se relaciona com elas, tendo reações diferenciadas consoante a pessoa com quem interage. É também capaz de distinguir pessoas conhecidas de estranhos, revelando preferência por rostos familiares; Desenvolvimento Emocional Manifesta a sua excitação através dos movimentos do corpo, mostrando prazer ao antecipar a alimentação ou o colo; O choro é a sua principal forma de comunicação, podendo significar estados distintos (sono, fome, desconforto...); Apresenta medo perante barulhos altos ou inesperados, objetos, situações ou pessoas estranhas, movimentos súbitos e sensação de dor; 12 Característica da faixa etária dos 6 aos 12 meses Desenvolvimento Físico Desenvolvimento da motricidade: os músculos, o equilíbrio e o controlo motor estão mais desenvolvidos, sendo capaz de se sentar direito sem apoio e de fazer as primeiras tentativas de se pôr de pé, agarrando-se a superfícies de apoio; A partir dos 8 meses, consegue arrastar-se ou gatinhar; A partir dos 9 meses poderá começar a dar os primeiros passos, apoiando-se nos móveis; Desenvolvimento da preensão: entre os 6 e os 8 meses, é capaz de segurar os objetos de forma mais firme e estável e de manipulá-los na mão; por volta dos 10 meses, é já capaz de meter pequenos pedaços de comida na boca sem ajuda, é capaz de bater com dois objetos um no outro, utilizando as duas mãos, bem como adquire o controle do dedo indicador (aprende a apontar); Desenvolvimento Cognitivo A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos, principalmente através da boca; Desenvolvimento da noção de permanência do objeto, ou seja, a noção de que uma coisa continua a existir mesmo que não a consiga ver; Vocalizações; Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com o corpo aquilo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer uma coisa); Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais como "mamã" ou "papá" e ao longo dos próximos meses o bebê vai tentar imitar os sons familiares, embora inicialmente sem significado; A partir dos 8 meses: desenvolvimento do, acrescentando novos sons ao seu vocabulário. Os sons das suas vocalizações começam a acompanhar as modulações da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com significado; Nesta fase, o bebê gosta que os objetos sejam nomeados e começa a reconhecer palavras familiares como "papa", "mamã", "adeus", sendo 13 progressivamente capaz de associar ações a determinadas palavras (por ex: tchau-tchau" - acenar); A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida: o bebê sabe exatamente o que vai acontecer quando bate num determinado objeto (produz som) ou quando deixa cair um brinquedo (o pai ou a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os objetos com o seu fim (por ex., coloca o telefone junto ao ouvido); Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue manter-se concentrado durante períodos de tempo cada vez mais longos; A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses; Desenvolvimento Social O bebê está mais sociável, procurando ativamente a interação com quem o rodeia (através das vocalizações, dos gestos e das expressões faciais); Manifesta comportamentos de imitação, relativamente a pequenas ações que vê os adultos fazer (por ex., lavar a cara, escovar o cabelo, etc.); A partir dos 10 meses, maior interesse pela interação com outros bebês; Desenvolvimento Emocional Formação de um forte laço afetivo com a figura materna (cuidadora) - Vinculação; Presença de ansiedade de separação, que se manifesta quando é separado da mãe, mesmo que por breves instantes - trata-se de uma ansiedade normal no desenvolvimento emocional do bebê; Presença de ansiedade perante estranhos: sendo igualmente uma etapa normal do desenvolvimento emocional do bebê, manifesta-se quando pessoas desconhecidas o abordam diretamente; A partir dos 8 meses, maior consciência de si próprio; Nesta fase é comum os bebês mostrarem preferência por um determinado objeto (um cobertor ou uma pelúcia, por ex.), o qual terá um papel muito importante na vida do bebê - ajuda a adormecer, é objeto de reconforto quando está triste, etc.; 14 Característica da faixa etária de 01 aos 02 anos Desenvolvimento Físico Começa a andar, sobe e desce escadas, sobe os móveis, etc. - o equilíbrio é inicialmentebastante instável, uma vez que os músculos das pernas não estão ainda bem fortalecidos. Contudo, a partir dos 16 meses, o bebê já é capaz de caminhar e de se manter de pé em segurança, com movimentos muito mais controlados; Melhoria da motricidade fina devido à prática - capacidade de segurar um objeto, o manipula, passa de uma mão para a outra e o larga deliberadamente. Por volta dos 20 meses, será capaz de transportar objetos na mão enquanto caminha; Desenvolvimento Cognitivo Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das atividades - permite-lhe antecipar os acontecimentos e retomar uma atividade momentaneamente interrompida, à qual dedica um maior tempo de concentração. Da mesma forma, através da sua rotina diária, o bebê desenvolve um entendimento das sequências de acontecimentos que constituem os seus dias e dos seus pais; Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia; Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gestos e, a partir dos 15 meses, sem necessidade de recorrer aos gestos; Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez, a linguagem do bebê começa a adquirir tons de voz diferentes para transmitir significados diferentes. Progressivamente, irá sendo capaz de combinar palavras soltas em frases de 2 palavras; É capaz de acompanhar pedidos simples, como por ex. "dá-me a caneca"; As experiências físicas que vai fazendo ajudam a desenvolver as capacidades cognitivas. Por exemplo, por volta dos 20 meses; Sabe que um martelo de brincar serve para bater e já o deve utilizar; Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro da família; 15 Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta (por ex., finge que deita chá de um bule para uma xícara, põe açúcar e bebe - recorda uma sequência de acontecimentos e faz de conta que os realiza como parte de um jogo). A capacidade de fazer este tipo de jogos indica que está a começar a compreender a diferença entre o que é real e o que não é; Desenvolvimento Social Aprecia a interação com adultos que lhe sejam familiares, imitando e copiando os comportamentos que observa; Maior autonomia: sente satisfação por estar independente dos pais quando inserida num grupo de crianças, necessitando apenas de confirmar ocasionalmente a sua presença e disponibilidade - esta necessidade aumenta em situações novas, surgindo uma maior dependência quando é necessária uma nova adaptação; As suas interações com outras crianças são ainda limitadas: as suas brincadeiras decorrem sobre tudo em paralelo e não em interação com elas; A partir dos 20-24 meses, e à medida que começa a ter maior consciência de si própria, física e psicologicamente, começa a alargar os seus sentimentos sobre si próprio e sobre os outros - desenvolvimento da empatia (começa a ser capaz de pensar sobre o que os outros sentem); Desenvolvimento Emocional Grande reatividade ao ambiente emocional em que vive: mesmo que não o compreenda, apercebe-se dos estados emocionais de quem está próximo dele, sobre tudo os pais; Está a aprender a confiar, pelo que necessita de saber que alguém cuida dela e vai de encontro às suas necessidades; Desenvolve o sentimento de posse relativamente às suas coisas, sendo difícil partilhá-las; Embora esteja normalmente bem disposta, exibe por vezes alterações de humor ("birras"); É bastante sensível à aprovação/desaprovação dos adultos; 16 Característica da faixa etária dos 2 aos 3 anos Desenvolvimento Físico À medida que o seu equilíbrio e coordenação aumentam, a criança é capaz de saltar ou saltar de um pé para o outro quando está a correr ou a andar; É mais fácil manipular e utilizar objetos com as mãos, como um lápis de cor para desenhar ou uma colher para comer sozinha; Começa gradualmente a controlar os esfíncteres (primeiro os intestinos e depois a bexiga); Desenvolvimento Cognitivo Fase de grande curiosidade, sendo muito frequente a pergunta "Por quê?"; À medida que se desenvolvem as suas competências linguísticas, a criança começa a exprimir-se de outras formas, que não apenas a exploração física - trata-se de juntar as competências físicas e de linguagem (por ex., quando faço isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu desenvolvimento cognitivo; É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras. A partir dos 32 meses, já capaz de conversar com um adulto usando frases curtas e de continuar a falar sobre um assunto por um breve período; Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria como "eu" e pode conseguir descrever-se por frases simples, como "tenho fome"; A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz de voltar a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada nela por períodos de tempo mais longos); A criança está a começar a formar imagens mentais das coisas, o que a leva à compreensão dos conceitos - progressivamente, e com a ajuda dos pais, vai sendo capaz de compreender conceitos como dentro e fora, cima e baixo; Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de sequências numéricas simples e de diferentes categorias (por ex., é capaz de contar até 10 e de formar grupos de objetos - 10 animais de plástico podem ser 3 vacas, 5 porcos e 3 cavalos); 17 Desenvolvimento Social A mãe é ainda uma figura muito importante para a segurança da criança, não gostando de estranhos. A partir dos 32 meses, a criança já deve reagir melhor quando é separada da mãe, para ficar à guarda de outra pessoa, embora algumas crianças consigam este progresso com menos ansiedade do que outras; Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos: por ex., lavar a louça, maquiar-se, etc.; É capaz de participar em atividades com outras crianças, como por exemplo, ouvir histórias; Desenvolvimento Emocional Inicialmente o leque de emoções é vasto, desde o puro prazer até a raiva frustrada. Embora a capacidade de exprimir livremente as emoções seja considerada saudável, a criança necessitará de aprender a lidar com as suas emoções e de saber que sentimentos são adequados, o que requer prática e ajuda dos pais; Nesta fase, as birras são uma das formas mais comuns da criança chamar a atenção – geralmente deve-se a mudanças ou a acontecimentos, ou ainda a uma resposta aprendida (as birras costumam estar relacionadas com a frustração da criança e com a sua incapacidade de comunicar de forma eficaz); Características da faixa etária dos 03 aos 04 anos Desenvolvimento Físico Grande atividade motora: corre, salta, começa a subir escadas, pode começar a andar de triciclo; grande desejo de experimentar tudo; Embora ainda não seja capaz de amarrar sapatos, veste-se sozinha razoavelmente bem; É capaz de comer sozinha com uma colher ou um garfo; Copia figuras geométricas simples; É cada vez mais independente ao nível da sua higiene; é já capaz de controlar os esfíncteres (sobretudo durante o dia); 18 Desenvolvimento Cognitivo Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível para os adultos; Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de papéis; Compreende o conceito de "dois"; Sabe o nome, o sexo e a idade; Repete sequências de 3 algarismos; Começa a ter noção das relações de causa e efeito; É bastante curiosa e investigadora; Desenvolvimento Social É bastante sensível aos sentimentos dos que a rodeiam relativamente a si própria; Tem dificuldade em cooperar e partilhar; Preocupa-se em agradar os adultos que lhe são significativos, sendo dependente da sua aprovação e afeto; Começa a aperceber-se das diferenças no comportamento dos homens e das mulheres; Começa a interessar-semais pelos outros e a integrar-se em atividades de grupo com outras crianças; Desenvolvimento Emocional É capaz de se separar da mãe durante curtos períodos de tempo; Começa a desenvolver alguma independência e autoconfiança; Pode manifestar medo de estranhos, de animais ou do escuro; Começa a reconhecer os seus próprios limites, pedindo ajuda; Imita os adultos; Desenvolvimento Moral Começa a distinguir o certo do errado; As opiniões dos outros, acerca de si própria assumem grande importância para a criança; 19 Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva; Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo: "eu te mato!", sem ter noção das suas implicações; Característica da faixa etária dos 04 aos 05 anos Desenvolvimento Físico Rápido desenvolvimento muscular; Grande atividade motora, com maior controle dos movimentos; Consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com pouca ajuda; Desenvolvimento Cognitivo Adquiriu já um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 palavras; manifesta um grande interesse pela linguagem, falando incessantemente; Compreende ordens com frases na negativa; Articula bem consoantes e vogais e constrói frases bem estruturadas; Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo inúmeras perguntas; Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade; Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", "maior", "dentro", "debaixo", "atrás"; Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem representar objetos reais; Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, objetos macios, animais... Desenvolvimento Social Gosta de brincar com outras crianças; quando está em grupo, poderá ser seletiva acerca dos seus companheiros; Gosta de imitar as atividades dos adultos; Está a aprender a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar a vez do outro; Desenvolvimento Emocional Os pesadelos são comuns nesta fase; Tem amigos imaginários e uma grande capacidade de fantasiar; 20 Procura frequentemente testar o poder e os limites dos outros; Exibe muitos comportamentos desafiantes e opositores; Os seus estados emocionais alcançam os extremos: por ex., é desafiante e depois bastante envergonhada; Tem uma confiança crescente em si própria e no mundo; Desenvolvimento Moral Tem maior consciência do certo e errado, preocupando-se geralmente em fazer o que está certo; pode culpar os outros pelos seus erros (dificuldade em assumir a culpa pelos seus comportamentos); Características da faixa etária dos 5 aos 6 anos Desenvolvimento Físico A preferência manual está estabelecida; É capaz de se vestir e despir sozinha; Assegura sua higiene com autonomia; Pode manifestar dores de estômago ou vômitos quando obrigada a comer comidas de que não gosta; tem preferência por comida pouco elaborada, embora aceite uma maior variedade de alimentos; Desenvolvimento Cognitivo Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos verbais; Grande interesse pelas palavras e a linguagem; Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa; Segue instruções e aceita supervisão; Conhece as cores, os números, etc. Capacidade para memorizar histórias e repeti-las; É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do menor ao maior); Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em baixo", etc., bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã"; 21 Desenvolvimento Social A mãe é ainda o centro do mundo da criança, pelo que poderá recear a não voltar a vê-la após uma separação; Copia os adultos; Brinca com meninos e meninas; Está mais calma, não sendo tão exigente nas suas relações com os outros; é capaz de brincar apenas com outra criança ou com um grupo de crianças, manifestando preferência pelas crianças do mesmo sexo; Brinca de forma independente, sem necessitar de uma constante supervisão; Começa a ser capaz de esperar pela sua vez e de partilhar; Conhece as diferenças de sexo; Aprecia conversar durante as refeições; Começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebês; Está numa fase de maior conformismo, sendo crítica relativamente aqueles que não apresentam o mesmo comportamento; Desenvolvimento Emocional Pode apresentar alguns medos: do escuro, de cair, de cães ou de dano corporal, embora esta não seja uma fase de grandes medos; Se estiver cansada, nervosa ou chateada, poderá apresentar alguns dos seguintes comportamentos: roer as unhas, piscar repetidamente os olhos, fungar, etc.; Preocupa-se em agradar aos adultos; Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos dos outros; Envergonha-se facilmente; Desenvolvimento Moral Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem e em agradar, poderá por vezes mentir ou culpar os outros de comportamentos reprováveis. "Aprendemos sobre o jeito de ser de cada criança através da forma como se relaciona com seus amigos, seus brinquedos, como manifesta suas vontades e afetos; tolera suas frustrações, através das primeiras expressões gráficas e da linguagem". 22 Os principais fatores que podem impactar o desenvolvimento infantil são: Ambiente onde a criança vive. Hereditariedade (os seus pais, avós e demais ancestrais). Alimentação. Problemas físicos. 5. Psicologia do desenvolvimento infantil A psicologia do desenvolvimento infantil é responsável por estudar as alterações que ocorrem no comportamento do ser humano durante a infância e defende que ele precisa passar por algumas etapas de aprendizado para finalmente adquirir determinada capacidade. Esse estudo engloba não só o desenvolvimento emocional/afetivo (emoções e sentimentos), mas também o cognitivo (conhecimento/razão), o social (relações sociais) e o psicomotor (funções motoras e psíquicas). A psicologia do desenvolvimento busca estudar também os fatores que promovem as mudanças de comportamento que levam a determinado fim. O psicólogo suíço Jean Piaget, fez uma analogia entre o desenvolvimento infantil e o desenvolvimento de um embrião: ele considerou que o percurso do desenvolvimento infantil consistia em fases e que a conclusão de uma determinada fase era condição necessária para passar à fase seguinte, ou seja, defendia que o desenvolvimento ocorria de forma sequencial, sem pular etapas. Piaget definiu o desenvolvimento cognitivo como uma espécie de embriologia mental. A construção da criança enquanto indivíduo está diretamente relacionada com o ambiente que a cerca. A demanda do ambiente pode influenciar diretamente o alcance de determinadas capacidades. Essa condição estabelece algumas relações do desenvolvimento infantil com a aprendizagem: uma criança que não sofre estímulos, pode, por exemplo, desenvolver certas capacidades mais tarde ou até mesmo vir a não desenvolvê-las. Em outras palavras, se o ambiente não demanda, a criança pode não “reagir” e não “construir”. Em suma, a psicologia do desenvolvimento infantil defende que a construção acontece através da interação com o meio. 23 6. A importância do brincar no desenvolvimento infantil As brincadeiras e jogos constituem uma parte fundamental do processo de desenvolvimento infantil. Através das brincadeiras, as crianças têm a possibilidade de explorar seus sentimentos e emoções e também seus medos e angústias. O lúdico também permite que as crianças criem situações hipotéticas que auxiliam no desenvolvimento das capacidades de reflexão, análise, raciocínio, imaginação e criatividade. A brincadeira com outras crianças, por exemplo, ensina a criança a partilhar seja um brinquedo ou mesmo um espaço. Desta forma, a socialização ajuda a criança a ultrapassar a fase do egocentrismo.Por intermédio da brincadeira, a criança explora e reflete sobre a realidade e a cultura na qual está inserida, interiorizando-a. A experimentação de diferentes papéis sociais (o papel de mãe, pai, bombeiro, super-homem) através do faz-de-conta, permite à criança compreender o papel do adulto e aprender a comportar-se e a sentir como ele, constituindo-se como uma preparação para a entrada no mundo dos adultos. A criança procura assim conhecer o mundo e conhecer-se a si mesma. Outro aspeto importante do brincar é o desenvolvimento do raciocínio, da atenção, da imaginação e da criatividade, na medida em que as brincadeiras trazem novas linguagem e ajudam a criança a pensar, se quisermos, a pensar a realidade de forma criativa. Os benefícios do brincar são inesgotáveis e como tal é muito importante que os pais não se esqueçam de definir na agenda da criança um espaço diário para não fazer nada – é aí que surge o espaço para brincar. 24 O adulto pode e deve participar na brincadeira, uma vez que o seu envolvimento não só estreita os laços afetivos com a criança como também aumenta o seu nível de interesse e motivação. Na interação, o adulto tem oportunidade de conter e ajudar a criança na elaboração das inquietações que surgirem durante a brincadeira, bem como enriquecer e estimular a imaginação da criança, despertando- lhe ideias e questionando-a para a descoberta de soluções. 7. Teoria de Piaget versus teoria de Vygotsky Lev Semyonovich Vygotsky (17 de novembro de 1896 - 11 de junho de 1934) No domínio da psicologia, Jean Piaget e Lev Vygotsky foram grandes estudiosos do desenvolvimento infantil. Ambos são considerados construcionistas e interacionistas, pois defendem que nada acontece sem uma interação e que tudo precisa passar por um processo de construção até alcançar determinado fim. A diferença entre a teoria de Piaget e a teoria de Vygotsky são as mediações utilizadas para abordar a interação. Piaget considera que a interação se dê por meio da ação da criança. Desta forma ocorre uma troca com o meio; a criança age e aprende por experiência própria, não há uma pessoa ensinando. Para Vygotsky, a mediação ocorre por meio de ferramentas culturais, ou seja, o aprendizado ocorre quando a criança interage ou coopera com pessoas que fazem parte do seu ambiente. Posteriormente, esses processos de aprendizados são internalizados e passam a fazer parte do desenvolvimento independente da criança. 25 Em outras palavras, para Vygotsky o desenvolvimento infantil é resultado do convívio social. 8. Fatores importantes para o bom desenvolvimento infantil A base para um bom desenvolvimento é o vínculo afetivo com a mãe, o pai, os familiares e demais cuidadores. Quando há um ambiente acolhedor, a criança tem a oportunidade de crescer saudavelmente, desenvolvendo suas habilidades ao máximo. Ambientes perturbados como casas em que moram muitas pessoas, presença de muitas brigas, violência, abuso psicológico e físico, entre outros, são fatores de risco para que as crianças tenham dificuldade em desenvolver suas habilidades plenamente. Não raramente, esses pequenos passam a sofrer de transtornos mentais mais tarde na vida e podem ter dificuldades no social, na carreira, nos estudos, entre outros. Fatores que podem influenciar no desenvolvimento são: Hereditariedade: Se os pais começaram a falar mais tarde do que maior parte dos bebês, é provável que o filho também demore um pouco para aprender a falar; Nutrição: A alimentação é importante não apenas para o desenvolvimento do corpo, como também para a cognição, visto que o cérebro é um órgão como todos os outros e precisa estar nutrido para funcionar adequadamente; Ambiente: Quando há falta de estimulação no ambiente em que a criança vive, pode haver um retardo no desenvolvimento intelectual. Já ambientes com estímulos o suficiente, facilmente aceleram esse processo; Problemas Físicos: Se a criança sofre de alguma condição médica, o desenvolvimento pode ser dificultado. Crianças surdas, por exemplo, podem demorar para desenvolver a linguagem. 26 9. Marcos do desenvolvimento infantil Muitas mamães e papais sabem que seu filho está se desenvolvendo bem porque conhecem os marcos do desenvolvimento. Esses marcos são eventos nos quais a criança começa a demonstrar certos comportamentos e têm momentos certos para acontecerem. Vale lembrar que as idades podem variar bastante, mas em geral é aconselhável procurar um pediatra ao desconfiar que seu filho não está se desenvolvendo tipicamente. Marcos importantes até os 12 meses No nascimento, o bebê: Dorme a maior parte do tempo; Suga com a boca com frequência; Chora quando é perturbado ou sente desconfortos. 4 semanas Leva as mãos aos olhos e à boca; Move a cabeça de um lado para o outro quando deitado; Segue um objeto em movimento em frente ao rosto com o olhar; Responde aos sons do ambiente (levando sustos, chorando etc.); Pode se virar na direção de vozes e sons familiares; É capaz de focar em um rosto. 27 6 semanas Observa objetos dentro do seu campo de visão; Passa a sorrir quando falam com ele; Fica deitado sobre a barriguinha. 3 meses Consegue manter a cabeça firme quando está sentado; Eleva a cabeça a 45º quando deitado de bruços; Abre e fecha as mãozinhas; Faz força com os pés quando é colocado sob uma superfície plana; Movimenta-se para alcançar brinquedos suspensos, como o móbile do berço; Segue, com o olhar, um objeto na frente do seu rosto, balançando a cabeça de um lado para o outro; Observa rostos atentamente; Sorri ao ouvir a voz do cuidador (mãe, pai, babá etc.); Começa a balbuciar, emitindo sons semelhantes à fala. 5-6 meses Mantém a cabeça firme quando está de pé; Consegue se sentar com apoio; Rola o corpo em um sentido, geralmente da posição deitado de bruços para deitado de costas; Tenta alcançar objetos; Reconhece pessoas à distância; Presta bastante atenção às vozes humanas; Sorri espontaneamente; Ao sentir prazer, expressa por meio de gritinhos; Balbucia para brinquedos. 7 meses Consegue se sentar sem apoio; Sustenta parte do seu peso corporal quando mantido de pé; 28 Passa objetos de uma mão para a outra; Segura a própria mamadeira; Procura objetos que caíram; Responde ao próprio nome; Balbucia combinando vogais e consoantes; Responde à brincadeira do “cadê o bebê? ”. 9 meses Consegue se sentar bem; Tenta pegar brinquedos que estão longe do seu alcance; Responde quando os brinquedos são tirados dele; Engatinha ou se mantém sobre os pés e as mãos; Consegue se colocar de pé; A partir da posição de bruços, consegue se sentar; Consegue ficar de pé se apoiando em algo ou alguém; Diz “mama” e “papa”. 12 meses Consegue andar se apoiando em móveis ou segurando a mão de pessoas; Pode dar um ou dois passos sem apoio; Fica em pé por poucos momentos de cada vez; Diz “mama” e “papa” para as pessoas corretas; Aprende a beber em copo; Bate palminhas e dá tchau; Consegue falar algumas palavras. Marcos do desenvolvimento dos 18 meses aos 6 anos Aos 18 meses Anda bem; Consegue subir escadas se apoiando. Desenha uma linha vertical; Faz uma torre com 4 cubos; 29 Vira várias páginas de um livro ao mesmo tempo; Fala cerca de 10 palavras; Puxa brinquedos em cordas; Consegue comer algumas coisas sozinho. Aos 2 anos Tem coordenação motora o suficiente para correr bem; Sobe em móveis. Manuseia bem talheres; Vira páginas individuais dos livros; Faz uma torre com 7 cubos; Forma frases com 2 ou 3 palavras. Aos 2,5 anos: Salta; Sobre e desce escadas sem ajuda. Faz rabiscos em padrão circular; Abre portas; Conseguevestir roupas simples sozinho; Fala quando precisa ir ao banheiro. Aos 3 anos Possui boa coordenação motora para andar bem (marcha madura); Anda de velocípede. Prefere usar uma mão à outra; Copia um círculo; Consegue se vestir sozinho, mas ainda não sabe fechar os botões ou amarrar cadarços; Conta até 10 e usa plurais; Reconhece pelo menos 3 cores; Faz perguntas constantemente; Consegue comer sozinho; Grande parte das crianças nessa idade já conseguem usar o banheiro sozinhas. 30 Aos 4 anos Sobe e desce as escadas alternando os pés; Salta sobre um pé; Consegue lançar bolas. Copia uma cruz; Consegue se vestir; Lava as mãos e o rosto. Aos 5 anos Pula; Pega uma bola arremessada. Copia um triângulo; Desenha uma pessoa em 6 partes; Conhece 4 cores; Consegue se vestir e se despir sem ajuda. Aos 6 anos Anda em linha reta usando toda a superfície do pé. Escreve seu próprio nome. 31 10. Desenvolvimento da linguagem Crianças não nascem sabendo falar, e isso não é surpresa para ninguém. A fala, assim como a cognição, não surge da noite para o dia: ela também vai chegando por meio de estágios. Entretanto, não conseguir falar é diferente de não conseguir se comunicar. A comunicação entre cuidador e bebê é, na maioria das vezes, muito bem estabelecida. Quantas vezes você não viu uma mãe reconhecer a necessidade do pequeno só pelo choro? Pois bem, desde o começo ele já vai criando uma espécie de linguagem própria, ainda que não use as palavras. O problema é que nem todo mundo entende essa linguagem do bebê e, a medida em que cresce, ele precisa aprender a se adaptar ao mundo à sua volta. Com isso, ele passa a aprender a língua do lugar em que vive ao longo de dois estágios: o pré-linguístico e o linguístico. Estágio pré-linguístico Este estágio ocorre antes da criança conseguir falar as primeiras palavras. Durante esse tempo, ela costuma usar muito o choro para se comunicar. Muitas vezes, nem o bebê sabe muito bem porque está chorando. Para ele, a fome é apenas uma sensação desconfortável, não sendo muito diferente da dor da cólica. Com a ajuda da mãe, ele mesmo vai aprendendo o que é o que: se a sensação ruim passa depois de se alimentar, então é fome. Assim, ele cria um choro específico para essa sensação, a medida em que vai aprendendo a diferenciar o que sente. Com o tempo, ele começa a produzir sons chamados “arrulhos”, sons guturais (saem diretamente da garganta) que dão a base para que ele aprenda a usar as cordas vocais. Por volta dos 6-10 meses, o bebê passa a balbuciar e repetir sons de consoantes e vogais. É nessa fase que ele começa a falar “mama”, “papa” e “dada”. Não raramente, os pais confundem isso com suas primeiras palavras, quando na verdade o próprio bebê não faz muita ideia do que aquilo significa. Ou seja, nem sempre que a criança 32 fala “mama”, ela está chamando a mãe. Muitas vezes, está só experimentando suas cordas vocais. No final do primeiro ano de idade, a criança já tem uma noção básica dos sons usados na linguagem, o que dá a base para que ela possa efetivamente aprender a falar. É nessa hora que ela realmente começa a aprender suas primeiras palavras. Estágio linguístico Lá pela metade do segundo ano de vida (18 meses), a criança já consegue usar combinações de sons para se referir a pessoas, objetos, animais e até mesmo acontecimentos. Nessa época, estima-se que ela tenha um vocabulário de cerca de 50 palavras, mesmo que elas estejam erradas. O curioso é que, nessa fase, uma única palavra tem o valor de uma frase inteira. Um exemplo é quando ela aponta para fora de casa dizendo “ua”. Os pais entendem que essas duas letrinhas significam “eu quero ir para a rua”, ou “quero ir passear”. A esse fenômeno dá-se o nome de “holófrases”. Ainda nessa idade, são frequentes trocas e omissões de letras, como no exemplo citado da “rua sem r”. Ao final dos 2 anos de idade, espera-se que a criança tenha um vocabulário de mais de 100 palavras e, entre os 2 e 3 anos, ela começa a aprender as regras gramaticais e a trocar menos as letras. Aos 6 anos, já consegue falar frases longas e busca sempre empregar as regras gramaticais corretamente. Gênese da linguagem: como a criança aprende? Apesar de sabermos que a linguagem está sendo desenvolvida pelo que a criança demonstra externamente, não sabemos muito bem como esse aprendizado se dá. No entanto, diversos teóricos tentaram explicar isso. Um linguista chamado Chomsky acredita que parte do aprendizado é biologicamente determinado, ou seja, ocorre de maneira nativa. A criança vai aprendendo a falar porque seu organismo se desenvolve, possibilitando a fala. Já Skinner, um grande psicólogo comportamental, defendia que a linguagem era obtida pela experiência. A medida em que a criança experimentava a linguagem com seus pais e com outros adultos, ela ia aprendendo. 33 Piaget, já citado, traz uma terceira visão que reflete melhor o que vemos na prática: o aprendizado da linguagem ocorre por meio das interações entre a criança e o mundo. Ele se dá juntamente com o desenvolvimento cognitivo, e é baseado tanto em pressupostos biológicos quanto interacionistas. Com isso, fica mais claro que a criança precisa do estímulo dos pais para aprender a falar. Suas primeiras sílabas são, de fato, imitações dos sons que os pais emitem perto dela. Isso deixa claro como é preciso que haja alguém a estimulando para que a criança possa aprender a falar de fato. 11. Quando a Criança não Apresenta o Desenvolvimento Típico Para começar, devemos manter em mente que as idades, tanto do desenvolvimento cognitivo quanto motor, são aproximadas, com referência em uma média. Ou seja, a capacidade de pensamento representativo, característica marcante do estágio pré-operatório, pode não aparecer logo que a criança faz 2 anos de idade. Outra coisa importante é perceber que, muitas vezes, os estágios se sobrepõem: entrar no estágio pré-operatório não necessariamente quer dizer que a criança aprendeu tudo que tinha para aprender no estágio sensório-motor. Nesses casos, não há porque se preocupar, pois a passagem de um estágio para o outro não significa que ela não será capaz de desenvolver essas habilidades posteriormente. Pelo contrário, as habilidades já adquiridas continuam evoluindo sempre, independente do estágio. Vale lembrar que crianças diferentes se desenvolvem de maneiras diferentes, mas, em linhas gerais, existe um tempo certo para que algumas habilidades apareçam. Se, por acaso, uma criança de 3 anos ainda não consegue falar uma palavra, é sinal de que ela apresenta alguma disfunção no desenvolvimento e isso deve ser investigado. Por outro lado, bebês que não saem da fase do balbucio podem ser surdos, sendo esta apenas outra condição que precisa de atenção. Na dúvida, consulte sempre um pediatra de confiança. Se necessário, ele poderá encaminhar o pequeno para um fonoaudiólogo, psicopedagogo, neurologista, entre outras especialidades que podem ajudar a trabalhar essas habilidades. 34 É importante compreender os estágios do desenvolvimento cognitivo infantil porque é justamente nessa fase que aparecem os primeiros sintomas de vários transtornos diagnosticados na infância, como é o caso do autismo e do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Além disso, dificuldades no aprendizado de uma criança podem ser um convite para a reflexão: o que está acontecendo no ambiente social e familiar dessa criança que pode estar atrapalhando seu desenvolvimento? Como dito anteriormente, os vínculos afetivos são indispensáveis para um desenvolvimento pleno e de qualidade. Pais que brigam frequentemente ou que são ausentes, a presença de algum irmão com quem a criança é sempre comparada, situações nas quaisela é inferiorizada, entre outros, são todos fatores que prejudicam o desenvolvimento. Por isso, às vezes o problema pode não estar na criança em si, mas na dinâmica familiar. Nesses casos, é importante prestar atenção nas atitudes que podem prejudicá-la, assim como buscar ajuda quando necessário. 35 12. Conclusão Considera-se que o desenvolvimento da criança é um fator relevante em todos os aspectos, pois é preciso que se tenha um desenvolvimento na integra, ou seja, social, psicológico, por isso é fundamental que se possa oferecer condições a criança de ter um desenvolvimento sócioafetivo adequado e desenvolver também a sua capacidade de aprendizagem respeitando os limites de cada idade. A criança desde que nasce desenvolve-se de forma relevante e dinâmica, o desenvolvimento físico corresponde a sua maneira de crescer com fatores genéticos e biológicos interferindo nesse processo. Já o desenvolvimento social e afetivo é outro fator relevante que deve ser levado em consideração em especial no processo de aprendizagem. É verídico que a personalidade da criança é única e sua construção se dá nos primeiros anos de vida. A base deste desenvolvimento dará estruturação à infância, adolescência, juventude e vida adulta. Por este motivo, é tão importante o cuidado das crianças em seu desenvolvimento emocional saudável. Conhecer o mundo e sentir-se seguro é fundamental para o indivíduo que acabou de sofrer o trauma do nascimento e entrou no mundo real. Nesta fase, o mais importante é o estabelecimento do vínculo mãe-filho para que o bebê se sinta seguro e parta para a sua aventura de descobrir o mundo. As crianças com capacidades normais precisam apenas vivenciar interações conversacionais para adquirir a linguagem. No entanto, muitas crianças talvez não tenham experiências suficientes com esse tipo de interação para maximizar seu desenvolvimento de linguagem. Os pais devem ser encorajados a tratar seus filhos pequenos como parceiros de conversa desde os primeiros meses de vida. Educadores e formuladores de políticas devem reconhecer que as habilidades linguísticas das crianças não refletem apenas suas capacidades cognitivas, mas também as oportunidades de ouvir e usar a linguagem que seus ambientes lhes proporcionaram. 36 13. Referências ARIES, P. História Social da Criança e da Família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981. BARBEIRO, L. (2000). Com a linguagem: do lado dos sons. Leiria: Legenda. (pp. 116 a 124) BRUNER, J. Acción. Pensamiento e lenguaje. Madrid. Alianza, 1989. CARVALHO, A.M; PEREIRA, A.S. Qualidade em ambientes de um Programa de CHOMSKY, Noam. Linguagem e mente. 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