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DESENVOLVIMENTO-INFANTIL-2 (1)

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1 
 
 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
1 
 
 
Sumário 
 
1. Introdução ............................................................................................... 2 
2. Fases do Desenvolvimento Infantil (segundo Jean Piaget) .................... 4 
Sensório-motor: de 0 a 2 anos ..................................................................... 4 
Pré-operatório: de 2 a 7 anos ....................................................................... 5 
Operatório concreto: de 8 a 12 anos ............................................................. 7 
Operatório formal: a partir de 12 anos ........................................................... 7 
3. Tipos de Desenvolvimento infantil .......................................................... 8 
4. Desenvolvimento da Criança (0 a 6 anos) .............................................. 9 
5. Psicologia do desenvolvimento infantil ................................................. 22 
6. A importância do brincar no desenvolvimento infantil ........................... 23 
7. Teoria de Piaget versus teoria de Vygotsky ......................................... 24 
8. Fatores importantes para o bom desenvolvimento infantil ................... 25 
9. Marcos do desenvolvimento infantil ...................................................... 26 
Marcos importantes até os 12 meses ......................................................... 26 
10. Desenvolvimento da linguagem ................................................................. 31 
11. Quando a Criança não Apresenta o Desenvolvimento Típico ................. 33 
12. Conclusão ................................................................................................ 35 
13. Referências .............................................................................................. 36 
 
 
 
 
2 
 
 
1. Introdução 
O desenvolvimento infantil é um processo pelo qual todas as crianças passam 
desde o nascimento até mais ou menos 6 anos de idade. Está relacionado ao 
desenvolvimento de habilidades específicas que garantem a autossuficiência da 
criança. 
Ao conquistar determinadas capacidades, a criança passa a apresentar certos 
comportamentos e ações (como, por exemplo, dizer a primeira palavra, dar os 
primeiros passos, etc.) que são esperados a partir de determinada idade. Dessa 
forma, o desenvolvimento infantil acaba por ser um conjunto de aprendizados que, 
pouco a pouco, vai tornando a criança cada vez mais independente e autônoma. 
Segundo Marcondes (1980), desenvolvimento é o aumento da capacidade do 
indivíduo em realizar funções cada vez mais complexas. Desenvolvimento infantil é 
um processo que se inicia na vida intrauterina e envolve o crescimento físico, a 
maturação neurológica e a construção de habilidades relacionadas ao 
comportamento, visando tornar a criança competente para resolver às suas 
necessidades a às do seu meio. 
O desenvolvimento humano é dinâmico, com mudanças biológicas e 
psicológicas que permitem que a criança adquira novos comportamentos e também 
modifique os antigos. Com isso o desenvolvimento neuropsicomotor corresponde à 
aquisição progressiva de capacidades motoras e psicocognitiva de modo ordenado e 
sequencial (PIAGET,1980). 
A linguagem sofre influência contínua de fatores externos genéticos, 
ambientais que apresentam variações de um indivíduo para o outro e que tornam 
único o curso do desenvolvimento de cada criança. Alguns fatores são de boa 
relevância quanto os achados para o desenvolvimento da linguagem, especialmente 
nos períodos perinatal e neonatal, são prematuridade, gestação de alto risco, relação 
negativa entre mãe e feto, idade materna, assistência pré-natal precária, baixo peso 
ao nascer, comprimento menor que 45cm, asfixia perinatal, hemorragia intracraniana 
infecções congênitas, período de aleitamento materno menor que seis meses e baixa 
escolaridade materna (SOUZA 2002). 
Os primeiros anos de vida são muito importantes devido á intensa atividade 
cerebral, fruto da interação entre as características biológicas e as oportunidades de 
3 
 
 
experiência dos indivíduos. A intensa neuroplasticidade nesse período é também 
responsável por melhores prognósticos, se a intervenção ocorrer precocemente. 
Observa-se no Brasil que estudos mostram as influências da condição social, do fator 
desnutrição e da relação familiar como fatores de risco para o atraso do 
desenvolvimento neuropsicomotor da criança (GUTTON 2005). 
A supervisão do crescimento e do desenvolvimento da criança é uma 
importante tarefa que faz parte do rol de atividades do dia-a-dia do pediatra. O maior 
objetivo da identificação e do diagnóstico precoce do atraso do desenvolvimento de 
uma criança, e da consequente intervenção precoce, geralmente multiprofissional, ela 
contribui para que cada criança adquira seu máximo potencial individual, com 
finalidade da Pediatria (MÉIER 2013). 
O acompanhamento de crianças e do processo de desenvolvimento reúne 
diferentes modalidades de avaliação, que incluem os pais, os professores os 
pediatras e os demais profissionais. 
O acompanhamento de crianças e do processo de desenvolvimento reúne 
diferentes modalidades de avaliação. Reunindo ambos profissionais de saúde. Este 
acompanhamento é utilizado a anamnese, observação da criança em seu ambiente, 
a prática de atividade ou, ainda, a aplicação de instrumentos de triagem (LEMOS 
1986). Não existe um instrumento padronizado, isto dificulta a avaliação do 
desenvolvimento, o que tem contribuído para que as alterações passem 
despercebidas, isto se torna evidente muito anos mais tarde. Possivelmente quando 
a criança está no ensino fundamental. 
 A aquisição da linguagem é uma das realizações mais notáveis dos primeiros 
anos de vida. Aos cinco anos de idade, as crianças têm o domínio essencial do 
sistema de sons e da gramática de seu idioma e adquiriram um vocabulário de 
milhares de palavras. Este trabalho descreve os principais marcos do 
desenvolvimento da linguagem presentes nos cinco primeiros anos de vida, em 
crianças monolíngues com desenvolvimento típico, e os mecanismos que têm sido 
propostos para explicar essas aquisições (HAGE 2004). 
As habilidades de linguagem de crianças pequenas são importantes para seu 
sucesso interpessoal acadêmico. É essencial, portanto, dispor de descrições do 
desenvolvimento normativo que permitam identificação de crianças com 
4 
 
 
comprometimento de linguagem e compreender os mecanismos de aquisição da 
linguagem que podem fornecer a base para a otimização do desenvolvimento de 
todas as crianças. 
2. Fases do Desenvolvimento Infantil (segundo Jean Piaget) 
As etapas do desenvolvimento infantil foram o principal tema de estudo do 
psicólogo suíço Jean Piaget. 
 
 
 
 
 
 
 
Jean William Fritz Piaget (9 de agosto de 1896 - 16 de setembro de 1980) 
Durante o tempo em que trabalhava em uma escola, Piaget se interessou por 
observar o raciocínio utilizado pelas crianças para responder as perguntas de seus 
professores. Posteriormente, passou a observar também os seus filhos e desta forma, 
acabou por subdividir as fases da infância. 
A teoria de Piaget considera que o desenvolvimento infantil consiste em quatro 
fases no que diz respeito à cognição: sensório-motor, pré-operatório, operatório 
concreto e operatório formal. 
As fases do desenvolvimento infantil são: 
Sensório-motor: de 0 a 2 anos 
Nesta fase, a criança se concentra nas sensações e nos movimentos. Ela começa a 
entender o que as sensações significam e como os movimentos dela podem levar a 
alterações no mundo exterior. 
5 
 
 
Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem controle consciente de suas ações 
motoras. No entanto, com o passar do tempo, ele vai gradualmente ganhando 
consciência de seus movimentos, e é aí que começa a festa: ele percebe que, se 
esticar o bracinho, consegue puxar o móbile em cima do berço. A partir daí, passaa 
testar as possibilidades de movimentação para ver aonde aquilo vai chegar. 
Vale lembrar que, nessa fase, a criança ainda tem dificuldades com tudo aquilo que 
ela não pode ver, tocar ou sentir. A chamada permanência do objeto ainda não 
existe, pois a criança não admite sua existência fora do seu campo sensorial. Sendo 
assim, se os pais escondem um brinquedo, por exemplo, ela não vai procurar. Pra ela, 
o brinquedo deixou de existir. 
O mesmo acontece com as pessoas: se o bebê não vê a mãe, ela automaticamente 
deixa de existir e começa a choradeira. A medida em que a criança vai recebendo 
estímulos, ela passa a ter uma vaga noção de que objetos fora de sua vista não 
necessariamente deixam de existir. É por isso que a brincadeira do “cadê o bebê?” é 
tão divertida e saudável! 
Pré-operatório: de 2 a 7 anos 
Esse estágio se inicia com a capacidade do pensamento representativo, ou seja, a 
criança começa a gerar representações da realidade no próprio pensamento. É isso 
que possibilita a aprendizagem da fala (que começa bem mais cedo, mas se 
desenvolve mais rapidamente aqui) e as brincadeiras de “faz de conta”. 
Vale lembrar que essa fase é marcada por um egocentrismo evidente, mas isso não 
significa falha de caráter, fazendo parte do desenvolvimento cognitivo típico de 
qualquer criança. Ao falar, ela fala sozinha e poucas vezes considera aquilo que foi 
dito para ela. 
Com isso, há também uma necessidade de “dar vida” às coisas: para as crianças 
nesse estágio, uma bola rolando faz isso porque tem vontade, não porque está em 
uma superfície íngreme ou porque uma força foi aplicada, tirando-a da inércia. Ela 
também acredita que as coisas acontecem para si mesma. Na mente das crianças 
6 
 
 
dessa idade, o sol se põe para que elas vão dormir, não porque o dia acaba 
naturalmente. 
Voltando ao pensamento representativo, é justamente ele que permite o 
desenvolvimento do pensamento lógico posteriormente. Nessa fase, a criança pode 
se confundir com números e quantidades. 
Um exemplo é quando colocamos a mesma quantidade de suco em copos de formatos 
diferentes: um fino e longo, outro largo e curto. Por mais que seja a mesma quantidade, 
o nível do suco no copo fino fica acima do nível no copo curto. Para as crianças nesse 
estágio, isso quer dizer que tem mais suco no copo fino, mesmo que antes elas tenham 
visto que se trata da mesma quantidade! 
Outro exemplo: se eu pegar dois biscoitos para mim e der apenas um biscoito para 
ela, a criança ficará chateada achando que tem menos. De fato, nesse caso, ela está 
certa. No entanto, se eu dividir o biscoito dela ao meio ao invés de dar um novo 
biscoito, ela achará isso justo. Isso acontece pois, para ela, parece que nós dois temos 
dois biscoitos, mesmo que as metades do biscoito dela sejam consideravelmente 
menores que os meus. 
Por isso, se o seu filho pequeno dá respostas erradas em exercícios que medem 
quantidades, volumes e tamanhos, não se preocupe: ele está se desenvolvendo 
normalmente, apenas passando pelo período pré-operatório no qual a lógica ainda 
está sendo formada! 
É também nesse estágio que as crianças começam a entender o que é certo e o que 
é errado, o que podem e o que não podem fazer. No entanto, ao serem apresentadas 
a uma nova situação inusitada, elas ainda não são capazes de julgar moralmente o 
problema, fazendo aquilo que têm vontade (independentemente de ser certo ou 
errado). 
Por isso, pais e mães devem ter paciência com as crianças nessa fase. Ela ainda tem 
muito a aprender e não adianta brigar quando ela faz algo de errado: ela simplesmente 
não é capaz de perceber sozinha que não pode. 
7 
 
 
Operatório concreto: de 8 a 12 anos 
Marcado pelo início do pensamento lógico concreto, as crianças passando por esse 
estágio começam a manipular mentalmente as representações das coisas que 
internalizou durante os estágios passados. O problema é que essa manipulação só 
pode ocorrer com coisas concretas, dispostas no mundo real. Conceitos abstratos 
ainda não são compreensíveis. 
Lembrando do exemplo dos copos de suco, a criança nessa fase já compreende que 
os dois copos têm a mesma quantidade de suco, ou seja, ela tem a noção 
de conservação. Quanto ao biscoito, ela também entende que duas metades de um 
biscoito não equivalem a dois biscoitos. Prepare-se para ter que dividir mais biscoitos 
com seu filho, porque essa desculpa não vai mais colar! 
Aqui, já há uma maior compreensão do que é moral. As regras da sociedade começam 
a fazer sentido e, em situações simples, a criança já é capaz de, por si só, julgar o que 
seria correto fazer. 
Operatório formal: a partir de 12 anos 
O último estágio postulado por Piaget tem seu início já na pré-adolescência, quando a 
criança é capaz de manipular, também, representações abstratas, fazendo operações 
com conceitos que não possuem formas físicas, como certos conceitos matemáticos. 
Nesse estágio, as crianças começam a entender o mundo pelos olhos de outras 
pessoas: elas passam a compreender experiências que elas mesmas não vivenciaram 
em primeira pessoa. Na verdade, esse processo já começa durante o período 
operatório concreto mas, como o nome já diz, só serve para objetos concretos. Já 
nesse novo estágio, a criança passa a entender o ponto de vista dos outros a respeito 
de conceitos abstratos. 
8 
 
 
3. Tipos de Desenvolvimento infantil 
Durante o processo de desenvolvimento, a criança evolui em diferentes 
aspectos de sua formação. A evolução não se dá somente no crescimento físico da 
criança, mas também na sua parte cognitiva e social, dentre outras. 
Desenvolvimento emocional 
O desenvolvimento emocional está relacionado aos sentimentos e às emoções e é 
perceptível por parte da criança desde a fase de bebê. 
Um bebê é capaz de compreender a recepção de carinho e de amor, e também de 
amar e de criar laços afetivos com os pais e com outras pessoas próximas, 
principalmente com aquelas com as quais tem mais convívio. 
O estabelecimento dessas relações é fundamental para que a criança desenvolva sua 
inteligência emocional e não tenha, no futuro, problemas afetivos. 
Desenvolvimento cognitivo 
O desenvolvimento cognitivo refere-se à parte mais intelectual do ser humano. Diz 
respeito à atenção, ao raciocínio, à memória e à capacidade de resolver problemas. 
A cognição do ser humano é desenvolvida com o tempo. Enquanto bebê, uma pessoa 
não tem uma capacidade de memória muito aguçada. Em geral, as pessoas não têm, 
por exemplo, recordações de acontecimentos que tenham tido lugar antes dos seus 
dois anos de idade. 
O desenvolvimento cognitivo infantil permite que a criança interprete, assimile e se 
relacione com os estímulos do ambiente que a cerca e com a sua própria essência. 
 
9 
 
 
Desenvolvimento físico 
O desenvolvimento físico é aquele através do qual as crianças desenvolvem 
habilidades e capacidades motoras como sentar, andar, ficar em pé, pular, correr, etc. 
Em atividades que requerem mais precisão, como por exemplo, escrever, o 
desenvolvimento físico fica também dependente do desenvolvimento cognitivo. 
Desenvolvimento social 
Com o desenvolvimento social, a criança aprende a interagir em sociedade. 
É com base nesse tipo de desenvolvimento que a criança estabelece com outras 
pessoas uma espécie de intercâmbio de informações, que permite adquirir cultura, 
tradições e normas sociais. 
A importância de brincar no desenvolvimento infantil está diretamente relacionada 
com esse tipo de desenvolvimento, pois através da socialização com outras crianças, 
são desenvolvidas certas capacidades de interação e noções de limites. 
O que pode influenciar o desenvolvimento infantil? 
Apesar da definição do conceito de fases do desenvolvimento piagetiano, o próprio 
Piaget defende que esse desenvolvimento poder ser beneficiado por certos estímulos 
e por um ambiente apropriado para crianças. 
4. Desenvolvimento da Criança(0 a 6 anos) 
Berçário, Pré-Maternal, Maternal I, Maternal II, Jardim A e Jardim B 
Faixa etária: 0 aos 6 anos 
"A trajetória que uma criança percorre desde que começa a deixar de ser bebê 
(dependência total), até começar a se transformar em um ser mais independente e 
autônomo está relacionado tanto às condições biológicas, como aquelas 
proporcionadas pelo espaço familiar e social (escola), com o qual interage." 
É preciso saber que: 
 O desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear. 
 As mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma gradual, são períodos 
contínuos que vão se sucedendo e se superpondo. 
10 
 
 
 Durante a evolução a criança experimenta avanços e retrocessos, vivendo seu 
desenvolvimento de modo particular. 
 Acompanhamos a construção de sua personalidade respeitando que em cada 
idade há um jeito próprio de se manifestar. 
 Tanto antecipar etapas, como não estimular a criança, podem ser geradores 
de futuros conflitos. 
 Cabe a família e a ESCOLA conhecer e respeitar os passos do 
desenvolvimento infantil. 
Característica da faixa etária dos 0 aos 6 meses 
Desenvolvimento Físico 
 Processo de fortalecimento gradual dos músculos e do sistema nervoso: os 
movimentos bruscos e descontrolados iniciais vão dando lugar a um controle 
progressivo da cabeça, dos membros e do tronco; 
 Por volta das 8 semanas é capaz de levantar a cabeça sozinho durante 
poucos segundos, deitado de barriga para baixo; 
 Controle completo da cabeça por volta dos 4 meses: deitado de costas, levanta 
a cabeça durante vários segundos; deitado de barriga para baixo começa a 
elevar-se com apoio das mãos e dos braços e virando a cabeça; 
 Por volta dos 4 meses o controle das mãos é mais fino, sendo capaz de segurar 
num brinquedo; 
 Entre os 4 e os 6 meses utiliza os membros para se movimentar, rolando para 
trás e para frente; apresenta também maior eficácia em alcançar e agarrar o 
que quer ou a posicionar-se no chão para brincar; 
 Desenvolve o seu próprio ritmo de alimentação, sono e eliminação; 
 Desenvolvimento progressivo da visão; 
 Com 1 mês, é capaz de focar objetos a 90 cm de distância; 
 Progressivamente será capaz de utilizar os dois olhos para focar um objeto 
próximo ou afastado, bem como de seguir a deslocação dos objetos ou 
pessoas; 
 Entre os 4 e os 6 meses a visão e a coordenação olho-mão encontram-se 
próximas da do adulto; 
 Desenvolvimento da função auditiva; 
11 
 
 
 Entre os 2 e os 4 meses, o bebê reage aos sons e às alterações do tom de voz 
das pessoas que o rodeiam; 
 Por volta dos 4-6 meses, possui já uma grande sensibilidade às modulações 
nos tons de voz que ouve; 
Desenvolvimento Cognitivo 
 A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos; 
 Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação; 
 A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta; 
 Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele, 
"mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam; 
Desenvolvimento Social 
 Distingue a figura cuidadora das restantes pessoas com quem se relaciona, 
estabelecendo com ela uma relação privilegiada; 
 Fixa o rosto e sorri (aparecimento do 1º sorriso social por volta das 6 semanas); 
 Aprecia situações sociais com outras crianças ou adultos; 
 Por volta dos 4 meses: capacidade de reconhecimento das pessoas mais 
próximas, o que influencia a forma como se relaciona com elas, tendo reações 
diferenciadas consoante a pessoa com quem interage. É também capaz de 
distinguir pessoas conhecidas de estranhos, revelando preferência por rostos 
familiares; 
Desenvolvimento Emocional 
 Manifesta a sua excitação através dos movimentos do corpo, mostrando prazer 
ao antecipar a alimentação ou o colo; 
 O choro é a sua principal forma de comunicação, podendo significar estados 
distintos (sono, fome, desconforto...); 
 Apresenta medo perante barulhos altos ou inesperados, objetos, situações ou 
pessoas estranhas, movimentos súbitos e sensação de dor; 
 
 
 
12 
 
 
Característica da faixa etária dos 6 aos 12 meses 
Desenvolvimento Físico 
 Desenvolvimento da motricidade: os músculos, o equilíbrio e o controlo motor 
estão mais desenvolvidos, sendo capaz de se sentar direito sem apoio e de 
fazer as primeiras tentativas de se pôr de pé, agarrando-se a superfícies de 
apoio; 
 A partir dos 8 meses, consegue arrastar-se ou gatinhar; 
 A partir dos 9 meses poderá começar a dar os primeiros passos, apoiando-se 
nos móveis; 
 Desenvolvimento da preensão: entre os 6 e os 8 meses, é capaz de segurar 
os objetos de forma mais firme e estável e de manipulá-los na mão; por volta 
dos 10 meses, é já capaz de meter pequenos pedaços de comida na boca sem 
ajuda, é capaz de bater com dois objetos um no outro, utilizando as duas mãos, 
bem como adquire o controle do dedo indicador (aprende a apontar); 
Desenvolvimento Cognitivo 
 A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos, principalmente 
através da boca; 
 Desenvolvimento da noção de permanência do objeto, ou seja, a noção de que 
uma coisa continua a existir mesmo que não a consiga ver; 
 Vocalizações; 
 Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com o 
corpo aquilo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer 
uma coisa); 
 Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais como 
"mamã" ou "papá" e ao longo dos próximos meses o bebê vai tentar imitar os 
sons familiares, embora inicialmente sem significado; 
 A partir dos 8 meses: desenvolvimento do, acrescentando novos sons ao seu 
vocabulário. Os sons das suas vocalizações começam a acompanhar as 
modulações da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com significado; 
 Nesta fase, o bebê gosta que os objetos sejam nomeados e começa a 
reconhecer palavras familiares como "papa", "mamã", "adeus", sendo 
13 
 
 
progressivamente capaz de associar ações a determinadas palavras (por ex: 
tchau-tchau" - acenar); 
 A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem 
desenvolvida: o bebê sabe exatamente o que vai acontecer quando bate num 
determinado objeto (produz som) ou quando deixa cair um brinquedo (o pai ou 
a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os objetos com o seu fim (por 
ex., coloca o telefone junto ao ouvido); 
 Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue 
manter-se concentrado durante períodos de tempo cada vez mais longos; 
 A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses; 
Desenvolvimento Social 
 O bebê está mais sociável, procurando ativamente a interação com quem o 
rodeia (através das vocalizações, dos gestos e das expressões faciais); 
 Manifesta comportamentos de imitação, relativamente a pequenas ações que 
vê os adultos fazer (por ex., lavar a cara, escovar o cabelo, etc.); 
 A partir dos 10 meses, maior interesse pela interação com outros bebês; 
Desenvolvimento Emocional 
 Formação de um forte laço afetivo com a figura materna (cuidadora) - 
Vinculação; 
 Presença de ansiedade de separação, que se manifesta quando é separado 
da mãe, mesmo que por breves instantes - trata-se de uma ansiedade normal 
no desenvolvimento emocional do bebê; 
 Presença de ansiedade perante estranhos: sendo igualmente uma etapa 
normal do desenvolvimento emocional do bebê, manifesta-se quando pessoas 
desconhecidas o abordam diretamente; 
 A partir dos 8 meses, maior consciência de si próprio; 
 Nesta fase é comum os bebês mostrarem preferência por um determinado 
objeto (um cobertor ou uma pelúcia, por ex.), o qual terá um papel muito 
importante na vida do bebê - ajuda a adormecer, é objeto de reconforto quando 
está triste, etc.; 
 
14 
 
 
Característica da faixa etária de 01 aos 02 anos 
Desenvolvimento Físico 
 Começa a andar, sobe e desce escadas, sobe os móveis, etc. - o equilíbrio é 
inicialmentebastante instável, uma vez que os músculos das pernas não estão 
ainda bem fortalecidos. Contudo, a partir dos 16 meses, o bebê já é capaz de 
caminhar e de se manter de pé em segurança, com movimentos muito mais 
controlados; 
 Melhoria da motricidade fina devido à prática - capacidade de segurar um 
objeto, o manipula, passa de uma mão para a outra e o larga deliberadamente. 
Por volta dos 20 meses, será capaz de transportar objetos na mão enquanto 
caminha; 
Desenvolvimento Cognitivo 
 Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das atividades - 
permite-lhe antecipar os acontecimentos e retomar uma atividade 
momentaneamente interrompida, à qual dedica um maior tempo de 
concentração. Da mesma forma, através da sua rotina diária, o bebê 
desenvolve um entendimento das sequências de acontecimentos que 
constituem os seus dias e dos seus pais; 
 Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia; 
 Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gestos e, a partir 
dos 15 meses, sem necessidade de recorrer aos gestos; 
 Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez, a linguagem do 
bebê começa a adquirir tons de voz diferentes para transmitir significados 
diferentes. Progressivamente, irá sendo capaz de combinar palavras soltas em 
frases de 2 palavras; 
 É capaz de acompanhar pedidos simples, como por ex. "dá-me a caneca"; 
 As experiências físicas que vai fazendo ajudam a desenvolver as capacidades 
cognitivas. Por exemplo, por volta dos 20 meses; 
 Sabe que um martelo de brincar serve para bater e já o deve utilizar; 
 Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro da 
família; 
15 
 
 
 Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta (por 
ex., finge que deita chá de um bule para uma xícara, põe açúcar e bebe - 
recorda uma sequência de acontecimentos e faz de conta que os realiza como 
parte de um jogo). A capacidade de fazer este tipo de jogos indica que está a 
começar a compreender a diferença entre o que é real e o que não é; 
Desenvolvimento Social 
 Aprecia a interação com adultos que lhe sejam familiares, imitando e copiando 
os comportamentos que observa; 
 Maior autonomia: sente satisfação por estar independente dos pais quando 
inserida num grupo de crianças, necessitando apenas de confirmar 
ocasionalmente a sua presença e disponibilidade - esta necessidade aumenta 
em situações novas, surgindo uma maior dependência quando é necessária 
uma nova adaptação; 
 As suas interações com outras crianças são ainda limitadas: as suas 
brincadeiras decorrem sobre tudo em paralelo e não em interação com elas; 
 A partir dos 20-24 meses, e à medida que começa a ter maior consciência de 
si própria, física e psicologicamente, começa a alargar os seus sentimentos 
sobre si próprio e sobre os outros - desenvolvimento da empatia (começa a ser 
capaz de pensar sobre o que os outros sentem); 
Desenvolvimento Emocional 
 Grande reatividade ao ambiente emocional em que vive: mesmo que não o 
compreenda, apercebe-se dos estados emocionais de quem está próximo 
dele, sobre tudo os pais; 
 Está a aprender a confiar, pelo que necessita de saber que alguém cuida dela 
e vai de encontro às suas necessidades; 
 Desenvolve o sentimento de posse relativamente às suas coisas, sendo difícil 
partilhá-las; 
 Embora esteja normalmente bem disposta, exibe por vezes alterações de 
humor ("birras"); 
 É bastante sensível à aprovação/desaprovação dos adultos; 
 
16 
 
 
Característica da faixa etária dos 2 aos 3 anos 
Desenvolvimento Físico 
 À medida que o seu equilíbrio e coordenação aumentam, a criança é capaz de 
saltar ou saltar de um pé para o outro quando está a correr ou a andar; 
 É mais fácil manipular e utilizar objetos com as mãos, como um lápis de cor 
para desenhar ou uma colher para comer sozinha; 
 Começa gradualmente a controlar os esfíncteres (primeiro os intestinos e 
depois a bexiga); 
Desenvolvimento Cognitivo 
 Fase de grande curiosidade, sendo muito frequente a pergunta "Por quê?"; 
 À medida que se desenvolvem as suas competências linguísticas, a criança 
começa a exprimir-se de outras formas, que não apenas a exploração física - 
trata-se de juntar as competências físicas e de linguagem (por ex., quando faço 
isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu desenvolvimento cognitivo; 
 É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras. A partir dos 32 
meses, já capaz de conversar com um adulto usando frases curtas e de 
continuar a falar sobre um assunto por um breve período; 
 Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria 
como "eu" e pode conseguir descrever-se por frases simples, como "tenho 
fome"; 
 A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz 
de voltar a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada 
nela por períodos de tempo mais longos); 
 A criança está a começar a formar imagens mentais das coisas, o que a leva 
à compreensão dos conceitos - progressivamente, e com a ajuda dos pais, vai 
sendo capaz de compreender conceitos como dentro e fora, cima e baixo; 
 Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de sequências 
numéricas simples e de diferentes categorias (por ex., é capaz de contar até 
10 e de formar grupos de objetos - 10 animais de plástico podem ser 3 vacas, 
5 porcos e 3 cavalos); 
 
17 
 
 
Desenvolvimento Social 
 A mãe é ainda uma figura muito importante para a segurança da criança, não 
gostando de estranhos. A partir dos 32 meses, a criança já deve reagir melhor 
quando é separada da mãe, para ficar à guarda de outra pessoa, embora 
algumas crianças consigam este progresso com menos ansiedade do que 
outras; 
 Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos: por ex., lavar a louça, 
maquiar-se, etc.; 
 É capaz de participar em atividades com outras crianças, como por exemplo, 
ouvir histórias; 
Desenvolvimento Emocional 
 Inicialmente o leque de emoções é vasto, desde o puro prazer até a raiva 
frustrada. Embora a capacidade de exprimir livremente as emoções seja 
considerada saudável, a criança necessitará de aprender a lidar com as suas 
emoções e de saber que sentimentos são adequados, o que requer prática e 
ajuda dos pais; 
 Nesta fase, as birras são uma das formas mais comuns da criança chamar a 
atenção – geralmente deve-se a mudanças ou a acontecimentos, ou ainda a 
uma resposta aprendida (as birras costumam estar relacionadas com a 
frustração da criança e com a sua incapacidade de comunicar de forma eficaz); 
Características da faixa etária dos 03 aos 04 anos 
Desenvolvimento Físico 
 Grande atividade motora: corre, salta, começa a subir escadas, pode começar 
a andar de triciclo; grande desejo de experimentar tudo; 
 Embora ainda não seja capaz de amarrar sapatos, veste-se sozinha 
razoavelmente bem; 
 É capaz de comer sozinha com uma colher ou um garfo; 
 Copia figuras geométricas simples; 
 É cada vez mais independente ao nível da sua higiene; é já capaz de controlar 
os esfíncteres (sobretudo durante o dia); 
 
18 
 
 
Desenvolvimento Cognitivo 
 Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível para 
os adultos; 
 Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de 
papéis; 
 Compreende o conceito de "dois"; 
 Sabe o nome, o sexo e a idade; 
 Repete sequências de 3 algarismos; 
 Começa a ter noção das relações de causa e efeito; 
 É bastante curiosa e investigadora; 
Desenvolvimento Social 
 É bastante sensível aos sentimentos dos que a rodeiam relativamente a si 
própria; 
 Tem dificuldade em cooperar e partilhar; 
 Preocupa-se em agradar os adultos que lhe são significativos, sendo 
dependente da sua aprovação e afeto; 
 Começa a aperceber-se das diferenças no comportamento dos homens e das 
mulheres; 
 Começa a interessar-semais pelos outros e a integrar-se em atividades de 
grupo com outras crianças; 
Desenvolvimento Emocional 
 É capaz de se separar da mãe durante curtos períodos de tempo; 
 Começa a desenvolver alguma independência e autoconfiança; 
 Pode manifestar medo de estranhos, de animais ou do escuro; 
 Começa a reconhecer os seus próprios limites, pedindo ajuda; 
 Imita os adultos; 
Desenvolvimento Moral 
 Começa a distinguir o certo do errado; 
 As opiniões dos outros, acerca de si própria assumem grande importância para 
a criança; 
19 
 
 
 Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva; 
 Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo: "eu te mato!", sem ter 
noção das suas implicações; 
Característica da faixa etária dos 04 aos 05 anos 
Desenvolvimento Físico 
 Rápido desenvolvimento muscular; 
 Grande atividade motora, com maior controle dos movimentos; 
 Consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com pouca ajuda; 
Desenvolvimento Cognitivo 
 Adquiriu já um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 palavras; 
manifesta um grande interesse pela linguagem, falando incessantemente; 
 Compreende ordens com frases na negativa; 
 Articula bem consoantes e vogais e constrói frases bem estruturadas; 
 Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo inúmeras perguntas; 
 Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade; 
 Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", "maior", 
"dentro", "debaixo", "atrás"; 
 Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem representar 
objetos reais; 
 Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, objetos 
macios, animais... 
Desenvolvimento Social 
 Gosta de brincar com outras crianças; quando está em grupo, poderá ser 
seletiva acerca dos seus companheiros; 
 Gosta de imitar as atividades dos adultos; 
 Está a aprender a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar a vez do outro; 
Desenvolvimento Emocional 
 Os pesadelos são comuns nesta fase; 
 Tem amigos imaginários e uma grande capacidade de fantasiar; 
20 
 
 
 Procura frequentemente testar o poder e os limites dos outros; 
 Exibe muitos comportamentos desafiantes e opositores; 
 Os seus estados emocionais alcançam os extremos: por ex., é desafiante e 
depois bastante envergonhada; 
 Tem uma confiança crescente em si própria e no mundo; 
Desenvolvimento Moral 
 Tem maior consciência do certo e errado, preocupando-se geralmente em 
fazer o que está certo; pode culpar os outros pelos seus erros (dificuldade em 
assumir a culpa pelos seus comportamentos); 
Características da faixa etária dos 5 aos 6 anos 
Desenvolvimento Físico 
 A preferência manual está estabelecida; 
 É capaz de se vestir e despir sozinha; 
 Assegura sua higiene com autonomia; 
 Pode manifestar dores de estômago ou vômitos quando obrigada a comer 
comidas de que não gosta; tem preferência por comida pouco elaborada, 
embora aceite uma maior variedade de alimentos; 
Desenvolvimento Cognitivo 
 Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos 
verbais; 
 Grande interesse pelas palavras e a linguagem; 
 Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa; 
 Segue instruções e aceita supervisão; 
 Conhece as cores, os números, etc. 
 Capacidade para memorizar histórias e repeti-las; 
 É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do menor 
ao maior); 
 Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em baixo", 
etc., bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã"; 
 
21 
 
 
Desenvolvimento Social 
 A mãe é ainda o centro do mundo da criança, pelo que poderá recear a não 
voltar a vê-la após uma separação; 
 Copia os adultos; 
 Brinca com meninos e meninas; 
 Está mais calma, não sendo tão exigente nas suas relações com os outros; é 
capaz de brincar apenas com outra criança ou com um grupo de crianças, 
manifestando preferência pelas crianças do mesmo sexo; 
 Brinca de forma independente, sem necessitar de uma constante supervisão; 
 Começa a ser capaz de esperar pela sua vez e de partilhar; 
 Conhece as diferenças de sexo; 
 Aprecia conversar durante as refeições; 
 Começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebês; 
 Está numa fase de maior conformismo, sendo crítica relativamente aqueles 
que não apresentam o mesmo comportamento; 
Desenvolvimento Emocional 
 Pode apresentar alguns medos: do escuro, de cair, de cães ou de dano 
corporal, embora esta não seja uma fase de grandes medos; 
 Se estiver cansada, nervosa ou chateada, poderá apresentar alguns dos 
seguintes comportamentos: roer as unhas, piscar repetidamente os olhos, 
fungar, etc.; 
 Preocupa-se em agradar aos adultos; 
 Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos dos outros; 
 Envergonha-se facilmente; 
Desenvolvimento Moral 
 Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem e em agradar, 
poderá por vezes mentir ou culpar os outros de comportamentos reprováveis. 
"Aprendemos sobre o jeito de ser de cada criança através da forma como se relaciona 
com seus amigos, seus brinquedos, como manifesta suas vontades e afetos; tolera 
suas frustrações, através das primeiras expressões gráficas e da linguagem". 
22 
 
 
Os principais fatores que podem impactar o desenvolvimento infantil são: 
Ambiente onde a criança vive. 
Hereditariedade (os seus pais, avós e demais ancestrais). 
Alimentação. 
Problemas físicos. 
5. Psicologia do desenvolvimento infantil 
A psicologia do desenvolvimento infantil é responsável por estudar as 
alterações que ocorrem no comportamento do ser humano durante a infância e 
defende que ele precisa passar por algumas etapas de aprendizado para finalmente 
adquirir determinada capacidade. 
Esse estudo engloba não só o desenvolvimento emocional/afetivo (emoções e 
sentimentos), mas também o cognitivo (conhecimento/razão), o social (relações 
sociais) e o psicomotor (funções motoras e psíquicas). A psicologia do 
desenvolvimento busca estudar também os fatores que promovem as mudanças de 
comportamento que levam a determinado fim. 
O psicólogo suíço Jean Piaget, fez uma analogia entre o desenvolvimento 
infantil e o desenvolvimento de um embrião: ele considerou que o percurso do 
desenvolvimento infantil consistia em fases e que a conclusão de uma determinada 
fase era condição necessária para passar à fase seguinte, ou seja, defendia que o 
desenvolvimento ocorria de forma sequencial, sem pular etapas. Piaget definiu o 
desenvolvimento cognitivo como uma espécie de embriologia mental. 
A construção da criança enquanto indivíduo está diretamente relacionada com 
o ambiente que a cerca. A demanda do ambiente pode influenciar diretamente o 
alcance de determinadas capacidades. Essa condição estabelece algumas relações 
do desenvolvimento infantil com a aprendizagem: uma criança que não sofre 
estímulos, pode, por exemplo, desenvolver certas capacidades mais tarde ou até 
mesmo vir a não desenvolvê-las. Em outras palavras, se o ambiente não demanda, a 
criança pode não “reagir” e não “construir”. Em suma, a psicologia do 
desenvolvimento infantil defende que a construção acontece através da interação 
com o meio. 
23 
 
 
6. A importância do brincar no desenvolvimento infantil 
 
 
 
 
 
 
 
As brincadeiras e jogos constituem uma parte fundamental do processo de 
desenvolvimento infantil. Através das brincadeiras, as crianças têm a possibilidade de 
explorar seus sentimentos e emoções e também seus medos e angústias. 
O lúdico também permite que as crianças criem situações hipotéticas que 
auxiliam no desenvolvimento das capacidades de reflexão, análise, raciocínio, 
imaginação e criatividade. A brincadeira com outras crianças, por exemplo, ensina a 
criança a partilhar seja um brinquedo ou mesmo um espaço. Desta forma, a 
socialização ajuda a criança a ultrapassar a fase do egocentrismo.Por intermédio da brincadeira, a criança explora e reflete sobre a realidade e a 
cultura na qual está inserida, interiorizando-a. A experimentação de diferentes papéis 
sociais (o papel de mãe, pai, bombeiro, super-homem) através do faz-de-conta, 
permite à criança compreender o papel do adulto e aprender a comportar-se e a sentir 
como ele, constituindo-se como uma preparação para a entrada no mundo dos 
adultos. A criança procura assim conhecer o mundo e conhecer-se a si mesma. 
Outro aspeto importante do brincar é o desenvolvimento do raciocínio, da 
atenção, da imaginação e da criatividade, na medida em que as brincadeiras trazem 
novas linguagem e ajudam a criança a pensar, se quisermos, a pensar a realidade de 
forma criativa. Os benefícios do brincar são inesgotáveis e como tal é muito 
importante que os pais não se esqueçam de definir na agenda da criança um espaço 
diário para não fazer nada – é aí que surge o espaço para brincar. 
24 
 
 
O adulto pode e deve participar na brincadeira, uma vez que o seu 
envolvimento não só estreita os laços afetivos com a criança como também aumenta 
o seu nível de interesse e motivação. Na interação, o adulto tem oportunidade de 
conter e ajudar a criança na elaboração das inquietações que surgirem durante a 
brincadeira, bem como enriquecer e estimular a imaginação da criança, despertando-
lhe ideias e questionando-a para a descoberta de soluções. 
7. Teoria de Piaget versus teoria de Vygotsky 
 
Lev Semyonovich Vygotsky (17 de novembro de 1896 - 11 de junho de 1934) 
 
No domínio da psicologia, Jean Piaget e Lev Vygotsky foram grandes 
estudiosos do desenvolvimento infantil. Ambos são considerados construcionistas e 
interacionistas, pois defendem que nada acontece sem uma interação e que tudo 
precisa passar por um processo de construção até alcançar determinado fim. A 
diferença entre a teoria de Piaget e a teoria de Vygotsky são as mediações utilizadas 
para abordar a interação. 
Piaget considera que a interação se dê por meio da ação da criança. Desta 
forma ocorre uma troca com o meio; a criança age e aprende por experiência própria, 
não há uma pessoa ensinando. 
 
 
 
 
 
Para Vygotsky, a mediação ocorre por meio de ferramentas culturais, ou seja, 
o aprendizado ocorre quando a criança interage ou coopera com pessoas que fazem 
parte do seu ambiente. Posteriormente, esses processos de aprendizados são 
internalizados e passam a fazer parte do desenvolvimento independente da criança. 
25 
 
 
Em outras palavras, para Vygotsky o desenvolvimento infantil é resultado do 
convívio social. 
8. Fatores importantes para o bom desenvolvimento infantil 
A base para um bom desenvolvimento é o vínculo afetivo com a mãe, o pai, os 
familiares e demais cuidadores. Quando há um ambiente acolhedor, a criança tem a 
oportunidade de crescer saudavelmente, desenvolvendo suas habilidades ao 
máximo. 
Ambientes perturbados como casas em que moram muitas pessoas, presença 
de muitas brigas, violência, abuso psicológico e físico, entre outros, são fatores de 
risco para que as crianças tenham dificuldade em desenvolver suas habilidades 
plenamente. Não raramente, esses pequenos passam a sofrer de transtornos mentais 
mais tarde na vida e podem ter dificuldades no social, na carreira, nos estudos, entre 
outros. 
Fatores que podem influenciar no desenvolvimento são: 
Hereditariedade: Se os pais começaram a falar mais tarde do que maior parte dos 
bebês, é provável que o filho também demore um pouco para aprender a falar; 
Nutrição: A alimentação é importante não apenas para o desenvolvimento do corpo, 
como também para a cognição, visto que o cérebro é um órgão como todos os outros 
e precisa estar nutrido para funcionar adequadamente; 
Ambiente: Quando há falta de estimulação no ambiente em que a criança vive, pode 
haver um retardo no desenvolvimento intelectual. Já ambientes com estímulos o 
suficiente, facilmente aceleram esse processo; 
Problemas Físicos: Se a criança sofre de alguma condição médica, o 
desenvolvimento pode ser dificultado. Crianças surdas, por exemplo, podem demorar 
para desenvolver a linguagem. 
26 
 
 
9. Marcos do desenvolvimento infantil 
 
Muitas mamães e papais sabem que seu filho está se desenvolvendo bem porque 
conhecem os marcos do desenvolvimento. Esses marcos são eventos nos quais a 
criança começa a demonstrar certos comportamentos e têm momentos certos para 
acontecerem. 
Vale lembrar que as idades podem variar bastante, mas em geral é aconselhável 
procurar um pediatra ao desconfiar que seu filho não está se desenvolvendo 
tipicamente. 
Marcos importantes até os 12 meses 
No nascimento, o bebê: 
 Dorme a maior parte do tempo; 
 Suga com a boca com frequência; 
 Chora quando é perturbado ou sente desconfortos. 
4 semanas 
 Leva as mãos aos olhos e à boca; 
 Move a cabeça de um lado para o outro quando deitado; 
 Segue um objeto em movimento em frente ao rosto com o olhar; 
 Responde aos sons do ambiente (levando sustos, chorando etc.); 
 Pode se virar na direção de vozes e sons familiares; 
 É capaz de focar em um rosto. 
27 
 
 
6 semanas 
 Observa objetos dentro do seu campo de visão; 
 Passa a sorrir quando falam com ele; 
 Fica deitado sobre a barriguinha. 
3 meses 
 Consegue manter a cabeça firme quando está sentado; 
 Eleva a cabeça a 45º quando deitado de bruços; 
 Abre e fecha as mãozinhas; 
 Faz força com os pés quando é colocado sob uma superfície plana; 
 Movimenta-se para alcançar brinquedos suspensos, como o móbile do berço; 
 Segue, com o olhar, um objeto na frente do seu rosto, balançando a cabeça de um 
lado para o outro; 
 Observa rostos atentamente; 
 Sorri ao ouvir a voz do cuidador (mãe, pai, babá etc.); 
 Começa a balbuciar, emitindo sons semelhantes à fala. 
5-6 meses 
 Mantém a cabeça firme quando está de pé; 
 Consegue se sentar com apoio; 
 Rola o corpo em um sentido, geralmente da posição deitado de bruços para deitado 
de costas; 
 Tenta alcançar objetos; 
 Reconhece pessoas à distância; 
 Presta bastante atenção às vozes humanas; 
 Sorri espontaneamente; 
 Ao sentir prazer, expressa por meio de gritinhos; 
 Balbucia para brinquedos. 
7 meses 
 Consegue se sentar sem apoio; 
 Sustenta parte do seu peso corporal quando mantido de pé; 
28 
 
 
 Passa objetos de uma mão para a outra; 
 Segura a própria mamadeira; 
 Procura objetos que caíram; 
 Responde ao próprio nome; 
 Balbucia combinando vogais e consoantes; 
 Responde à brincadeira do “cadê o bebê? ”. 
9 meses 
 Consegue se sentar bem; 
 Tenta pegar brinquedos que estão longe do seu alcance; 
 Responde quando os brinquedos são tirados dele; 
 Engatinha ou se mantém sobre os pés e as mãos; 
 Consegue se colocar de pé; 
 A partir da posição de bruços, consegue se sentar; 
 Consegue ficar de pé se apoiando em algo ou alguém; 
 Diz “mama” e “papa”. 
12 meses 
 Consegue andar se apoiando em móveis ou segurando a mão de pessoas; 
 Pode dar um ou dois passos sem apoio; 
 Fica em pé por poucos momentos de cada vez; 
 Diz “mama” e “papa” para as pessoas corretas; 
 Aprende a beber em copo; 
 Bate palminhas e dá tchau; 
 Consegue falar algumas palavras. 
 
Marcos do desenvolvimento dos 18 meses aos 6 anos 
Aos 18 meses 
 Anda bem; 
 Consegue subir escadas se apoiando. 
 Desenha uma linha vertical; 
 Faz uma torre com 4 cubos; 
29 
 
 
 Vira várias páginas de um livro ao mesmo tempo; 
 Fala cerca de 10 palavras; 
 Puxa brinquedos em cordas; 
 Consegue comer algumas coisas sozinho. 
Aos 2 anos 
 Tem coordenação motora o suficiente para correr bem; 
 Sobe em móveis. 
 Manuseia bem talheres; 
 Vira páginas individuais dos livros; 
 Faz uma torre com 7 cubos; 
 Forma frases com 2 ou 3 palavras. 
Aos 2,5 anos: 
 Salta; 
 Sobre e desce escadas sem ajuda. 
 Faz rabiscos em padrão circular; 
 Abre portas; 
 Conseguevestir roupas simples sozinho; 
 Fala quando precisa ir ao banheiro. 
Aos 3 anos 
 Possui boa coordenação motora para andar bem (marcha madura); 
 Anda de velocípede. 
 Prefere usar uma mão à outra; 
 Copia um círculo; 
 Consegue se vestir sozinho, mas ainda não sabe fechar os botões ou amarrar 
cadarços; 
 Conta até 10 e usa plurais; 
 Reconhece pelo menos 3 cores; 
 Faz perguntas constantemente; 
 Consegue comer sozinho; 
 Grande parte das crianças nessa idade já conseguem usar o banheiro sozinhas. 
30 
 
 
Aos 4 anos 
 Sobe e desce as escadas alternando os pés; 
 Salta sobre um pé; 
 Consegue lançar bolas. 
 Copia uma cruz; 
 Consegue se vestir; 
 Lava as mãos e o rosto. 
Aos 5 anos 
 Pula; 
 Pega uma bola arremessada. 
 Copia um triângulo; 
 Desenha uma pessoa em 6 partes; 
 Conhece 4 cores; 
 Consegue se vestir e se despir sem ajuda. 
Aos 6 anos 
 Anda em linha reta usando toda a superfície do pé. 
 Escreve seu próprio nome. 
 
 
 
 
 
31 
 
 
10. Desenvolvimento da linguagem 
 
Crianças não nascem sabendo falar, e isso não é surpresa para ninguém. A 
fala, assim como a cognição, não surge da noite para o dia: ela também vai chegando 
por meio de estágios. 
Entretanto, não conseguir falar é diferente de não conseguir se comunicar. A 
comunicação entre cuidador e bebê é, na maioria das vezes, muito bem estabelecida. 
Quantas vezes você não viu uma mãe reconhecer a necessidade do pequeno só pelo 
choro? Pois bem, desde o começo ele já vai criando uma espécie de linguagem 
própria, ainda que não use as palavras. 
O problema é que nem todo mundo entende essa linguagem do bebê e, a 
medida em que cresce, ele precisa aprender a se adaptar ao mundo à sua volta. Com 
isso, ele passa a aprender a língua do lugar em que vive ao longo de dois estágios: o 
pré-linguístico e o linguístico. 
Estágio pré-linguístico 
Este estágio ocorre antes da criança conseguir falar as primeiras palavras. 
Durante esse tempo, ela costuma usar muito o choro para se comunicar. Muitas 
vezes, nem o bebê sabe muito bem porque está chorando. 
Para ele, a fome é apenas uma sensação desconfortável, não sendo muito 
diferente da dor da cólica. Com a ajuda da mãe, ele mesmo vai aprendendo o que é 
o que: se a sensação ruim passa depois de se alimentar, então é fome. Assim, ele 
cria um choro específico para essa sensação, a medida em que vai aprendendo a 
diferenciar o que sente. 
Com o tempo, ele começa a produzir sons chamados “arrulhos”, sons guturais 
(saem diretamente da garganta) que dão a base para que ele aprenda a usar as 
cordas vocais. Por volta dos 6-10 meses, o bebê passa a balbuciar e repetir sons de 
consoantes e vogais. 
É nessa fase que ele começa a falar “mama”, “papa” e “dada”. Não raramente, 
os pais confundem isso com suas primeiras palavras, quando na verdade o próprio 
bebê não faz muita ideia do que aquilo significa. Ou seja, nem sempre que a criança 
32 
 
 
fala “mama”, ela está chamando a mãe. Muitas vezes, está só experimentando suas 
cordas vocais. 
No final do primeiro ano de idade, a criança já tem uma noção básica dos sons 
usados na linguagem, o que dá a base para que ela possa efetivamente aprender a 
falar. É nessa hora que ela realmente começa a aprender suas primeiras palavras. 
Estágio linguístico 
Lá pela metade do segundo ano de vida (18 meses), a criança já consegue 
usar combinações de sons para se referir a pessoas, objetos, animais e até mesmo 
acontecimentos. Nessa época, estima-se que ela tenha um vocabulário de cerca de 
50 palavras, mesmo que elas estejam erradas. 
O curioso é que, nessa fase, uma única palavra tem o valor de uma frase 
inteira. Um exemplo é quando ela aponta para fora de casa dizendo “ua”. Os pais 
entendem que essas duas letrinhas significam “eu quero ir para a rua”, ou “quero ir 
passear”. A esse fenômeno dá-se o nome de “holófrases”. 
Ainda nessa idade, são frequentes trocas e omissões de letras, como no 
exemplo citado da “rua sem r”. 
Ao final dos 2 anos de idade, espera-se que a criança tenha um vocabulário de 
mais de 100 palavras e, entre os 2 e 3 anos, ela começa a aprender as regras 
gramaticais e a trocar menos as letras. Aos 6 anos, já consegue falar frases longas e 
busca sempre empregar as regras gramaticais corretamente. 
Gênese da linguagem: como a criança aprende? 
Apesar de sabermos que a linguagem está sendo desenvolvida pelo que a 
criança demonstra externamente, não sabemos muito bem como esse aprendizado 
se dá. No entanto, diversos teóricos tentaram explicar isso. 
Um linguista chamado Chomsky acredita que parte do aprendizado é 
biologicamente determinado, ou seja, ocorre de maneira nativa. A criança vai 
aprendendo a falar porque seu organismo se desenvolve, possibilitando a fala. 
Já Skinner, um grande psicólogo comportamental, defendia que a linguagem 
era obtida pela experiência. A medida em que a criança experimentava a linguagem 
com seus pais e com outros adultos, ela ia aprendendo. 
33 
 
 
Piaget, já citado, traz uma terceira visão que reflete melhor o que vemos na 
prática: o aprendizado da linguagem ocorre por meio das interações entre a criança 
e o mundo. Ele se dá juntamente com o desenvolvimento cognitivo, e é baseado tanto 
em pressupostos biológicos quanto interacionistas. 
Com isso, fica mais claro que a criança precisa do estímulo dos pais para 
aprender a falar. Suas primeiras sílabas são, de fato, imitações dos sons que os pais 
emitem perto dela. Isso deixa claro como é preciso que haja alguém a estimulando 
para que a criança possa aprender a falar de fato. 
11. Quando a Criança não Apresenta o Desenvolvimento 
Típico 
Para começar, devemos manter em mente que as idades, tanto do 
desenvolvimento cognitivo quanto motor, são aproximadas, com referência em uma 
média. Ou seja, a capacidade de pensamento representativo, característica marcante 
do estágio pré-operatório, pode não aparecer logo que a criança faz 2 anos de idade. 
Outra coisa importante é perceber que, muitas vezes, os estágios se 
sobrepõem: entrar no estágio pré-operatório não necessariamente quer dizer que a 
criança aprendeu tudo que tinha para aprender no estágio sensório-motor. 
Nesses casos, não há porque se preocupar, pois a passagem de um estágio 
para o outro não significa que ela não será capaz de desenvolver essas habilidades 
posteriormente. Pelo contrário, as habilidades já adquiridas continuam evoluindo 
sempre, independente do estágio. Vale lembrar que crianças diferentes se 
desenvolvem de maneiras diferentes, mas, em linhas gerais, existe um tempo certo 
para que algumas habilidades apareçam. 
Se, por acaso, uma criança de 3 anos ainda não consegue falar uma palavra, 
é sinal de que ela apresenta alguma disfunção no desenvolvimento e isso deve ser 
investigado. Por outro lado, bebês que não saem da fase do balbucio podem ser 
surdos, sendo esta apenas outra condição que precisa de atenção. 
Na dúvida, consulte sempre um pediatra de confiança. Se necessário, ele 
poderá encaminhar o pequeno para um fonoaudiólogo, psicopedagogo, neurologista, 
entre outras especialidades que podem ajudar a trabalhar essas habilidades. 
34 
 
 
É importante compreender os estágios do desenvolvimento cognitivo infantil 
porque é justamente nessa fase que aparecem os primeiros sintomas de vários 
transtornos diagnosticados na infância, como é o caso do autismo e do transtorno de 
déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). 
Além disso, dificuldades no aprendizado de uma criança podem ser um convite 
para a reflexão: o que está acontecendo no ambiente social e familiar dessa criança 
que pode estar atrapalhando seu desenvolvimento? 
Como dito anteriormente, os vínculos afetivos são indispensáveis para um 
desenvolvimento pleno e de qualidade. Pais que brigam frequentemente ou que são 
ausentes, a presença de algum irmão com quem a criança é sempre comparada, 
situações nas quaisela é inferiorizada, entre outros, são todos fatores que prejudicam 
o desenvolvimento. 
Por isso, às vezes o problema pode não estar na criança em si, mas na 
dinâmica familiar. Nesses casos, é importante prestar atenção nas atitudes que 
podem prejudicá-la, assim como buscar ajuda quando necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
12. Conclusão 
Considera-se que o desenvolvimento da criança é um fator relevante em todos 
os aspectos, pois é preciso que se tenha um desenvolvimento na integra, ou seja, 
social, psicológico, por isso é fundamental que se possa oferecer condições a criança 
de ter um desenvolvimento sócioafetivo adequado e desenvolver também a sua 
capacidade de aprendizagem respeitando os limites de cada idade. A criança desde 
que nasce desenvolve-se de forma relevante e dinâmica, o desenvolvimento físico 
corresponde a sua maneira de crescer com fatores genéticos e biológicos interferindo 
nesse processo. Já o desenvolvimento social e afetivo é outro fator relevante que 
deve ser levado em consideração em especial no processo de aprendizagem. 
É verídico que a personalidade da criança é única e sua construção se dá nos 
primeiros anos de vida. A base deste desenvolvimento dará estruturação à infância, 
adolescência, juventude e vida adulta. Por este motivo, é tão importante o cuidado 
das crianças em seu desenvolvimento emocional saudável. Conhecer o mundo e 
sentir-se seguro é fundamental para o indivíduo que acabou de sofrer o trauma do 
nascimento e entrou no mundo real. Nesta fase, o mais importante é o 
estabelecimento do vínculo mãe-filho para que o bebê se sinta seguro e parta para a 
sua aventura de descobrir o mundo. 
 As crianças com capacidades normais precisam apenas vivenciar interações 
conversacionais para adquirir a linguagem. No entanto, muitas crianças talvez não 
tenham experiências suficientes com esse tipo de interação para maximizar seu 
desenvolvimento de linguagem. Os pais devem ser encorajados a tratar seus filhos 
pequenos como parceiros de conversa desde os primeiros meses de vida. 
Educadores e formuladores de políticas devem reconhecer que as habilidades 
linguísticas das crianças não refletem apenas suas capacidades cognitivas, mas 
também as oportunidades de ouvir e usar a linguagem que seus ambientes lhes 
proporcionaram. 
 
 
 
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13. Referências 
 
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