Buscar

Conceito de Direito Ambiental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1. CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL.
 “É o conjunto de princípios, institutos e normas sistematizadas para disciplinar o comportamento humano, objetivando proteger o meio ambiente”. (Peters e Lara Pires).
O Direito Ambiental, portanto, tem uma dimensão humana, uma dimensão ecológica e uma dimensão econômica que se devem harmonizar sob o conceito de desenvolvimento sustentado.
O meio ambiente natural, artificial, cultural, do trabalho é, assim, partes de um todo e os interesses em jogo podem não ter titulares certos, sinal de sua complexidade e alcance “O Direito Ambiental”, como micros sistema jurídico, tem por objetivo imediato a proteção e defesa do meio ambiente, nele incluindo o ambiente urbano, o direito ao meio ambiente é um direito nitidamente difuso, à medida que pertence a todos de forma indeterminada.
2. A PROTEÇAO AMBIENTAL DOS POVOS DA ANTIGUIDADE.
2.1 AÇÃO PREDATÓRIA - A ação predatória do homem sobre a terra é tão antiga quanto a sua existência. Através da história, desde a mais primitiva sociedade, podemos observar atividades causadoras de degradação ambiental, Isto porque para produzir bens de consumo, energia, alimentação, cidades, etc, o homem recorreu à natureza, transformando seus recursos naturais nessas utilidades. Esses fatos, evidentemente, produziram conseqüências na vida prática, dando surgimento a conflitos de interesse até então inexistentes. Geraram novas relações jurídicas, as quais passaram a exigir regulamentação a fim de preservar o equilíbrio sócia;. Isto demonstra que ao explorar as riquezas sociais o homem produz fatos que a lei considera relevantes para a proteção do direito. Por essa razão, as relações jurídicas ambientais são encontradas entre as mais antigas civilizações.
2.2 REGISTROS - Contam, que na dinastia Chow – 1122 AC – 255 AC, havia uma recomendação imperial para a conservação de florestas. Em outras dinastias, que sucederam a de Chow, houve outros fatos de destaque como o reflorestamento de áreas desmatadas e a criação de estações experimentais.
2.3 LEIS NO SÉCULO IV AC – Em outros povos da antiguidade encontramos, igualmente, referencia à proteção ambiental.
· No século IV AC, na Grécia, Platão lembrava o papel preponderante das florestas como reguladores do ciclo das águas e defensoras dos solos contra a erosão.
· Em Roma, Cícero considerava inimigos do Estado os que abatiam as florestas da Macedônia. Nessas civilizações haviam leis de proteção a natureza. A famosa Lei das XII Tábuas – 450 AC, por exemplo, já continha disposições para prevenir a devastação das florestas.
· Sabe-se também, que o imperador hindu Asoka, em 242 AC, promulgou decreto de proteção aos animais terrestres, peixes e florestas.
· O gran Senhor Mongol Kubli Kan, citado por Marco Pólo, proibia a caça durante o período de reprodução das aves e dos mamíferos.
2.4 ÁFRICA – Na África existem verdadeiros santuários da fauna, criados há séculos pelos reis locais.
2.5 EUROPA – A floresta de Bialowieza, na Polônia, é a mais antiga reserva de fauna do mundo.
· No século XIII, a escassez de madeira era tamanha, que em Douai, no norte da França, esse produto tornou-se tão caro que para enterrar seus mortos os pobres alugavam caixões, os quais eram devolvidos após a cerimônia fúnebre.
· No início do século XIV esse fato fez surgir leis proibindo serrarias hidráulicas no Delfinado, e determinando a proteção de florestas dominiais na Inglaterra.
3. NOÇÕES PRELIMINARES SOBRE LEGISLAÇÃO E MEIO AMBIENTE 
Sucintamente, pode se afirmar que a definição legal de meio ambiente surgiu com o advento da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente - Lei 6.938/81, que versa em seu artigo 3º que o meio ambiente é “o conjunto de condições, leis influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.” 
Cabe aqui ressaltar que a expressão “Meio ambiente” não é uma expressão jurídica propriamente dita, mas sim “importada” de outras ciências, notadamente das ciências naturais ou biológicas, da qual a Legislação Ambiental adotou-a, como efetivamente faz com muitos outros termos, para melhor se expressar e amoldar a matéria ambiental.
A expressão ambiente sugere o lugar, o espaço, o recinto, o sítio, que envolve os seres vivos ou as coisas. Redundante, portanto, a expressão meio ambiente, haja vista que o ambiente já inclui a noção de meio. De qualquer forma, trata-se de expressão consagrada na língua portuguesa, pacificadamente utilizada pela *doutrina (conjunto de idéias, opiniões, juízos críticos, conceitos e reflexões teóricas que os autores expõem e defendem no estudo do direito e interpretação das leis); *lei (regra geral e permanente enquanto eficaz a que todos estão submetidos),e *jurisprudência (modo pelo qual os tribunais interpretam e aplicam as leis, dando-lhes vida e verdadeiro sentido. Série continuada de julgados judiciais. (TJ, STJ, STF) de nosso país que, frequentemente falam em meio ambiente, em vez de ambiente apenas.
O ordenamento jurídico se estrutura a partir de um conjunto harmônico e sistêmico de comandos dirigidos ao comportamento dos seres humanos (normas de conduta), ou voltados à sua auto organização (normas de organização).
As normas jurídicas existem para conduzir a vida social, bem como são, por outro lado, reflexo dela, ou seja quando se muda o fato social, mudam as normas. Por exemplo: na reforma do Código Penal de 2005, o delito de adultério, previsto no artigo 240 do referido diploma legal, foi revogado, pelo desuso da norma e pela mudança da vontade social, que “entendeu”, por bem não considerar mais crime aquele que infrinja as regras matrimoniais. Isto posto, pode se afirmar que elas “nascem”, “vivem”, “modificam-se” e “morrem”, ao sabor das oscilações dos interesses e aspirações de uma sociedade, sendo exatamente este o motivo que atribui maior importância à Legislação Ambiental na atualidade, qual seja: a mudança dos fatos sociais.
É certo se afirmar que a ordem jurídica de um Estado é inaugurada pela constituição. Esta organiza, estabelece direitos e garantias fundamentais dos governados, bem como fixa competências.
A Constituição de um país reflete as opções fundamentais de um povo em determinado momento de sua história (o Brasil já teve oito constituições diferentes, considerando a reforma de 1969 como uma delas). Não sendo portanto, simples acaso, por exemplo, que pela primeira vez no Brasil o direito ao meio ambiente equilibrado tenha-se exurgido em norma constitucional, com uma série de instrumentos voltados a sua proteção, o que demonstra de forma irrefutável que o povo, por meio dos seus constituintes (aqueles que elaboraram a constituição de 1988), optou por um modelo de desenvolvimento econômico sustentável ecologicamente.
Foi tão grande a preocupação com o meio ambiente que nossos constituintes resolveram reservar-lhe um capítulo inteiro na Constituição Federal (CAPÍTULO VI – DO MEIO AMBIENTE), procurando disciplinar a matéria diante de sua importância mundial, o que será matéria de estudo mais detalhada em tópico próprio, sendo de extrema importância, antes, se entender como nascem e morrem as normas.
4 ESPÉCIES E HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS
FEDERAIS	ESTADUAIS MUNICIPAIS
· CONSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO LEI ORGÂNICA
FEDERAL. ESTADUAL. MUNICIPAL
· LEI COMPLE- LEI COMPLE- LEI COMPLE-
MENTAR. MENTAR. MENTAR.
· LEI ORDINÁRIA LEI ORDINÁRIA LEI ORDINÁRIA
(“LEI”) MEDI- (“LEI”) (“LEI”)
DA PROVISÓRIA,
· DECRETO. DECRETO DECRETO
· ATOS ADMINIS- ATOS ADMINIS- ATOS ADMINIS-
TRATIVOS, INFRA- TRATIVOS, INFRA- TRATIVOS,INFRA-
DECRETO (POR- DECRETO (POR- DECRETO (POR-
TARIA, RESOLU- TARIA, RESOLU- TARIA, RESOLU-
ÇÃO, ETC) ÇÃO, ETC) ÇÃO, ETC,
Pode-se afirmar que o regimento jurídico do País é inaugurado pela Constituição pátria. Tal diploma organiza o Estado, estabelece direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, bem como fixa competências. Quando surge uma nova Constituição, todo o arcabouço de normas jurídicas preexistentes a ela se curva, pois é ela, que por meio de suas determinações, fixará, a validade ou não das regras de hierarquia inferior.
No que tange às normas ditas pré-constitucionais (que existiam antes da constituição entrar em vigor), deve-se analisar se estas foram recepcionadas pelo novo texto constitucional, se assim ocorreu tais normas foram consideradas materialmente compatíveis com ele; ou não-recepcionadas, se incompatíveis materialmente.
Desta fora, há de se ressaltar que se uma norma qualquer, anterior a promulgação da nossa Constituição Federal pátria que ocorreu em 05/10/1988, tiver conteúdo contrário a mesma, será automaticamente revogada, ou seja: não-recepcionada por esta Constituição.
Frente ao esposado, não há de se discutir sobre constitucionalidade ou não das leis anteriores à Constituição Federal de 1988, o que ocorre nestes casos é a recepção ou não das leis preexistentes. No caso, em que a lei antiga não é recepcionada pela nova Constituição, diz-se que ocorreu um juízo negativo de recepção. 
Desta forma, “a não-recepção de ato estatal pré-constitucional” não implica “a declaração de sua inconstitucionalidade - mas simplesmente o reconhecimento da sua revogação”. Ressaltando-se que os fatos jurídicos usuais de cessação da eficácia jurídica de uma norma são a revogação, e a retirada da norma da ordem jurídica em decorrência da declaração de sua inconstitucionalidade, assunto a ser tratado mais detalhadamente durante a disciplina. 
De acordo com os princípios constitucionais que se aparelha toda República Federativa (formada pela união indissolúvel de 26 Estados federados e pelo Distrito Federal), sendo que os Estados federados também possuem suas Constituições, as quais são responsáveis dentro de suas circunscrições territoriais, pela organização político-administrativa destes entes federativos, sendo certo que, em nada pode a Constituição Estadual contrariar a constituição Federal.
No plano municipal, em caráter estrutural, existem as Leis Orgânicas Municipais, que exercem papel semelhante ao de uma Constituição, devendo, por sua vez, respeitar às disposições contidas tanto na Constituição Estadual, quanto na Constituição Federal.
Seguindo na mesma linha de raciocínio, bem como considerando a hierarquia das normas, há de se ressaltar que seja no âmbito Federal, Estadual, ou Municipal, as Constituições, bem como as Leis Ordinárias Municipais, são regulamentadas por leis Complementares e por Leis Ordinárias.
Abaixo da Constituição (Federal ou Estadual) e das leis Orgânicas Municipais estão as Leis Complementares, que são leis que para cuja aprovação se exige um quórum qualificado (à luz da Constituição pátria vigente o quórum por maioria qualificada poderá ser por maioria absoluta, por dois terços e por três quintos). 
As Leis exsurgem, bem como são preceitos de competência das casas legislativas (Congresso Nacional, Assembléias Legislativas Estaduais e Câmaras Municipais), sendo elaboradas a partir de um procedimento legislativo próprio que culmina com a sanção ou veto (que pode ser parcial ou total) do chefe do executivo (Presidente da República, Governador de Estado ou Prefeito Municipal). 
Segundo os ditames da Constituição Federal pátria, somente as Leis Complementares e Ordinárias, ressalvando-se o que se dirá das Medidas Provisórias, podem criar para os cidadãos, obrigações de fazer ou deixar de fazer algo, tipificar condutas consideradas ilegais e estabelecer suas penalidades, ou seja, inovar a ordem jurídica, não podendo nada disso as normas de hierarquia inferior (Portarias, Resoluções, Instruções Normativas, Circulares, Deliberações, etc.), se assim o fizerem, incorrerão em vício de inconstitucionalidade.
As Medidas Provisórias são atos do chefe do Poder Executivo que têm “força de lei”. Devem a princípio, ser excepcionalmente, A Constituição prevê que, em casos de relevância e urgência, o presidente da República poderá adotar medidas provisórias, devendo, no entanto submetê-las imediatamente a apreciação do Congresso Nacional. 
A Medida Provisória perde a eficácia se não for convertida em lei no prazo de 60 dias prazo este prorrogável por mais uma vez de igual período.
É proibida a reedição de Medidas Provisórias, sendo que a votação ocorre em cada Casa, separadamente. Caso a medida provisória não seja apreciada em até 45 dias depois de editada, entrarão em regime de urgência, interrompendo, subseqüentemente, os trabalhos em cada Casa.
As Leis são regulamentadas por Decretos, sendo estes atos exclusivos dos chefes do Poder Executivo, os quais têm por objetivo o “fiel cumprimento” das Leis que por estes se deseja regulamentar ou colocar em termos mais concretos, claros, esmiuçados. 
Há de se ressaltar que os Decretos têm seus limites na Lei, não podendo de forma alguma ultrapassar seus comandos normativos, o que deixa claro como a luz solar que os Decretos não criam direitos, nem obrigações, não criam penalidades, tão pouco inovam a ordem jurídica. Portanto qualquer disposição de um decreto deve ter por fonte direta a Lei.
Derradeiramente, existem um grande número e com as mais variadas denominações de normas “infra-decreto”, ou seja, de hierarquia inferior ao Decreto, tais normas são as Portarias, Resoluções, Instruções Normativas, Circulares, Deliberações etc.
No entanto, na prática não ocorrem diferenças substanciais entre os diversos tipos de normas acima esposadas, sendo que as mesmas têm sido utilizadas na área ambiental, especialmente para estabelecer, esmiuçar, clarear e desdobrar em maior grau de concretização disposições de Decretos, ou, em última análise, de Leis.
A título de complementação, vale lembrar que as Portarias, Resoluções, Instruções Normativas, Circulares, Deliberações etc, são editadas por chefes de órgãos da Administração Direta como Ministros, Secretários de Estado, Diretores de Autarquias ou Fundações. Cabe neste sentido observar que os atos normativos de conselhos como o CONAMA por exemplo são editados principalmente por meio de Resoluções.
Observação importante a ser feita e lembrada, é de que conforme o caso, elas, as normas “infra-decreto”, estão em linha direta com uma Lei, ou, às vezes concretizam (esmiúçam, clareiam e desdobram) os termos de um Decreto, sendo certo que em qualquer dos casos, não podem ultrapassar os termos da norma que lhe seja imediatamente superior.
5. NASCIMENTO E EXTINÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
Cada grupo de norma tem sua forma de concepção. O mais comum, e que ocorre com decretos, portarias, resoluções etc, é a discussão de uma proposta entre as partes interessadas, a qual resulta ao final, no ato administrativo concretizado na norma e que é da competência daquele a quem a lei atribui tal prerrogativa.
No entanto no caso da lei o procedimento se torna mais complexo, vez que se inicia por uma proposta que é apreciada pela casa legislativa e ao final submetida à aprovação do chefe do Executivo, que pode sancioná-la (aprova-la) ou vetá-la (rejeita-la), total ou parcialmente. 
Após a apreciação pelo chefe do Executivo, todo veto é apreciado novamente pelo Legislativo e pode ser mantido ou derrubado. No segundo caso, o dispositivo ou o texto vetado é então publicado e tem vigência mesmo sem a sanção (aprovação) do chefe do Executivo, prevalecendo assim a vontade integral do legislador.
Quando aprovada, a norma inicia sua vigência a partir da data por ela mesma especificada, sendo comum a “cláusula de vigência” que diz: “esta Lei, Portaria, Resolução,etc entra em vigor na data de sua publicação”. 
No entanto, se nada for dito pela norma a respeito, a vigência terá seu marco inicial 45 dias após a data da publicação (art. 1º da LICC – Lei de Introdução do Código Civil). Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação (art. 1º, § 3º da LICC). 
Desta forma, a obrigatoriedade de uma lei não se inicia com a sua publicação, salvo se ela assim expressamente o determinar. Pode entrar em vigência em período inclusive bem superior aos 45 dias estabelecidos na lei de Introdução ao Código Civil, sendo denominado vacacio legis justamente o período entre a publicação de uma lei e a sua entrada em vigor.
Uma vez publicada, tendo obedecido a todos os requisitos formais para sua criação (modos de revelação das normas jurídicas tais como a lei, a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito), a norma tem força obrigatória e exercerá sua força normativa ininterruptamente. Os fatos jurídicos usuais de cessação de sua eficácia (força, vigor) jurídica são a revogação e a retirada da norma da ordem jurídica em decorrência da declaração de sua inconstitucionalidade.
A revogação de uma norma obedece a certos critérios. Uma norma só poderá ser revogada por outra norma emanada pelo mesmo órgão legislativo que a elaborou. Além disso, leis revogam leis, decretos revogam decretos, e assim por diante. 
A revogação poderá ser expressa ou tácita. No primeiro caso, a norma que revoga outra expressamente diz algo como “revogam-se as disposições em contrário, especialmente a norma tal” ou “fica revogada a norma tal”. Quando é tácita a revogação, a norma antiga perde sua força porque outra, com ela é incompatível, dispõe sobre o mesmo assunto e de forma diferente. É como se o legislador tivesse dito “sim” a algum fato jurídico, e agora, e nova norma simplesmente entende ao contrário e diz “não”, prevalece a ultima vontade do legislador, sendo a norma do “sim” revogada tacitamente pela do “não”. 
A norma ainda pode ser revogada total ou parcialmente, sendo chamada de ab rogação a perda total da eficácia (força) e derrogação é a perda parcial de vigência de uma Lei. 
No que tange ao momento de incidência ou aplicação da norma, tem-se sucintamente, que:
1) A norma nova aplica-se somente aos fatos ocorridos a partir de sua vigência. Conseqüência disso, a norma antiga continua a valer para fatos ocorridos durante seu império (vigência).
2) Nenhuma norma, em especial a lei, que é capaz de criar direitos e obrigações, pode afetar o que se chama “ato jurídico perfeito” que é em suma é a situação jurídica definitivamente constituída, por reunir todos os elementos necessários ao seu perfazimento: agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa (proibida) em lei; “direito adquirido” que vem ser aquele definitivamente incorporado ao patrimônio de alguém; ou ainda a coisa “coisa julgada” que é a decisão judicial da qual não caiba mais qualquer espécie de recurso. 
Sem adentrar mais profundamente em tais conceitos, se faz necessário ressaltar que não se pode querer estendê-los até onde eles não chegam. Exemplo disso: não se verifica “direito adquirido”, que é de natureza particular, em prejuízo do interesse coletivo. É que o direito de propriedade, enquanto resguardado constitucionalmente, tem também uma função social que não pode ser discutida.
6. NOÇÕES PENAIS
a) Conceito de crime: a doutrina define crime como sendo o fato típico, antijurídico. Para a aplicação da pena, porém, é necessário, que o fato, além de típico e antijurídico, seja também culpável, isto é, reprovável.
b) Conceito de tipo: é a discriminação feita pela lei da conduta proibida. E se denomina tipicidade a correlação da conduta com o que foi descrito no tipo.
Ex: Lei 9605/98 – Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
b.1) Fato típico: O fato típico é a adequação, a correspondência da conduta do agente, encaixando-se perfeitamente ao que se encontra descrito na norma penal. Ex: Se A mata B, dizemos que cometeu um fato típico, ou tipo de conduta prevista no código penal, uma conduta típica prevista no art. 121 do CP. Se um fato praticado não é previsto em lei, é uma conduta atípica.
Em regra, o fato típico é antijurídico, já pela sua própria tipicidade. Mas, se existir uma causa que justifique o fato, embora típico, deixa ele de ser crime, por não ser antijurídico, são os casos das excludentes de ilicitude.
c) Excludentes de ilicitude: As justificativas ou causas de exclusão de antijuridicidade são: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito, são reconhecidas em regras nos tipos penais quando juntas da expressão “não há crime”.
c.1) Estado de necessidade: Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Ex: disputa por uma tábua por náufragos, alpinista que corta a corda do outro para sobreviver, matar um animal em extinção para defesa própria ou de outrem.
c.2) Legítima defesa: entende-se por legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Obs: reação a uma agressão humana. A reação deve ser contra ser humano. Contra animais ou coisas caracteriza-se estado de necessidade e não legítima defesa. Contra louco ou menor de 18 anos caracteriza-se a legítima defesa e não estado de necessidade, pelo menos na opinião da maioria.
c.2.1) Requisitos da legítima defesa: reação a uma agressão humana, agressão injusta, atual ou iminente, defesa de direito próprio ou alheio, uso moderado dos meios necessários, intenção de defender.
c.3) Estrito cumprimento do dever legal: não há crime quando o agente pratica o fato em estrito cumprimento de dever legal, como no caso do fiscal do Ibama que apreende bens do contraventor, guarda florestal que efetua prisão em flagrante ou revida tiros vindo a matar “ladrão de palmito”.
c.4) Exercício regular do direito: não há crime quando o agente pratica o fato no exercício regular de direito, como na recusa em depor em juízo por parte de quem tem o dever legal de sigilo, na intervenção cirúrgica ou na violência esportiva, desde que respeitadas, respectivamente, as regras da atividade ou profissão.
“Quem usa de seus direitos não prejudica ninguém”.
d) Sujeitos do delito: Sujeito Ativo e Sujeito Passivo
Sujeito Ativo: é quem pratica o fato descrito ou definido em lei, como penalmente incriminador.
Sujeito Passivo: é quem vê violado, atingido pela ação criminosa do sujeito.
e) Norma penal em branco: Nos crimes contra o meio ambiente, a detalhada e exaustiva descrição do comportamento do agente mostra-se, na maioria das vezes, bastante difícil ou quase impossível. Com certa freqüência é necessário que a lei faça remissão a disposições externas, a normas e conceitos técnicos.
A norma penal como sabemos é composta de preceito e da respectiva sanção, que autorizam a sua aplicação sem necessidade de se valer de normas complementares. Outras, no entanto para que possam ser aplicadas, necessitam de complementação de outra disposição normativa e são assim denominadas de norma penal em branco. 
A Complementação pode ser realizada de três maneiras:
a) por disposição prevista na mesma lei; 
b) por disposição contida em outra lei;
c) por disposição emanada de outro poder, ou seja, de um, ato administrativo.
Ex. o conceito de contaminação só pode ser determinado mediante uma remissãoa outras normas (art. 54 da Lei. 9.605/98)
f) Tipo penal aberto: Por força do princípio da legalidade ou da reserva legal, art 1º CP “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”, a norma penal deve descrever por completo as características do fato, a fim de que o agente possa defender-se. Em matéria de Direito Penal Ambiental isto nem sempre é possível. O fato é que as condutas lesivas ao meio ambiente não permitem, na maioria das vezes, uma descrição direta e objetiva.
Ex: no caso do crime de homicídio (art. 121 CP): matar alguém.
Isto jamais será possível em um crime de poluição, cujas formas são múltiplas e se modificam permanentemente.
Nos casos de tipos abertos, a ilicitude deve ser estabelecida pelo juiz, verificando se houve a transgressão das normas que a incriminação pressupõe.
g) “Abolitio criminis”, ocorre na hipótese de lei nova deixar de considerar, como criminoso, fato que a lei anterior considerava como ilícito penal. Neste caso, o Estado deixa de ter interesse em punir o autor deste fato. Não será responsabilizado nem mesmo se tiver praticado o fato, na vigência da lei anterior. Este dispositivo alcança, inclusive, os fatos definitivamente julgados, ou seja, a execução da sentença condenatória e os efeitos penais desta decisão. 
h) Imputabilidade Penal: “O homem é um ser inteligente e livre, podendo escolher entre o bem e o mal, entre o certo e o errado. Por isso, a ele se pode atribuir a responsabilidade pelos atos ilícitos que praticar. Esta atribuição é chamada de imputação”.
Há imputabilidade quando o sujeito é capaz de compreender a ilicitude de sua conduta e de agir de acordo com este entendimento. Quem não tem essa capacidade de entendimento e de determinação é inimputável, eliminando-se a culpabilidade.
i) Prisão: é a privação da liberdade de locomoção, determinada por orem escrita da autoridade judiciária competente, ou em flagrante delito.
i.1) Prisão em flagrante delito:
Art. 301 do CPP “Qualquer do povo poderá (faculdade), as autoridades policiais e seus agentes deverão (dever legal) prender quem quer que seja, encontrado em flagrante delito”.
Art. 302 do CPP “Considera-se em flagrante delito quem:”
I – está cometendo a infração penal; (flagrante delito)
II – acaba de cometê-la; (flagrante próprio);
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido, ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o autor da infração; (flagrante impróprio ou quase flagrante).
IV – é encontrado, logo após, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. (flagrante presumido).
6.1 O Dolo e Culpa
a) O dolo: consiste no propósito de praticar o fato descrito na lei penal. Crimes dolosos são os crimes intencionais.
a.1) Dolo direto ou determinado é aquele em que o agente quer o resultado.
a.2) Dolo eventual, o agente prevê o resultado de sua conduta e não deseja diretamente esse resultado. Mas diz para si mesmo: “seja como for, dê no que der, eu não deixo de agir”. O resultado para ele é indiferente, mas não o afasta da conduta. Se ocorrer o dano, diz ele, tanto pior para a vítima.
b) A culpa: a culpa consiste na prática não intencional do delito, faltando, porém, o agente a um dever de atenção e cuidado. Modalidades de culpa são a negligência, a imprudência e a imperícia.
A negligência é a displicência, o relaxamento, a falta de atenção devida, como por exemplo, atear fogo no pasto perto de uma reserva. Imprudência é a conduta precipitada ou afoita, a criação desnecessária de um perigo, como dirigir um carro com excesso de velocidade. A imperícia é a falta da habilidade técnica para certas atividades, como não saber manobrar uma máquina e destruir uma taipa de açude.
 Didaticamente podemos dividir o estudo do Direito em duas grandes áreas: o público e o privado. Naquele tratamos de uma gama de direitos comuns aos cidadãos, enquanto este trata dos direitos particulares do cidadão. No direito privado a propriedade é o principal instituto. No direito público o bem estar comum.
O Direito Ambiental por sua vez caracteriza-se por pertencer a uma pluralidade de sujeitos não identificáveis, mas que pode ser exercido a qualquer tempo. Acima de qualquer interesse está o da sociedade. É o que chamamos de *Direito Difuso.
* Direito difuso: quando interessa a um número indeterminado de pessoas.
* Direito coletivo: quando interessa a um número determinado ou determinável de pessoas.
Quando falamos de Direito Ambiental o principal interesse em jogo é o da sociedade. Neste sentido podemos até mesmo limitar o direito de propriedade de um cidadão. Em alguns casos a atividade desenvolvida numa localidade pode ser limitada inclusive no interesse de uma outra localidade distante dela. Desta forma tanto o direito público quanto o privado são influenciados por esta nova forma de ver as coisas. 
Enfim, é preciso que saibamos os diversos aspectos, ou os vários sentidos, em que se fala de Direito Ambiental. Um dos aspectos é o do meio ambiente propriamente dito, isto é, dos recursos naturais existentes (ar, água, flora, fauna, etc.). Outro aspecto é o do ambiente criado pelo homem, isto é, o ambiente eminentemente humano tais como praças, ruas, edifícios, obras, etc. Por último o ambiente do trabalho, onde aspectos relacionados como iluminação, ventilação, ruídos, temperatura, dentre outros são importantes. 
7. PODER DE POLICIA AMBIENTAL 
Como Poder de Polícia conhecemos a atividade da Administração Pública que limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou de abstenção de fato em razão de interesse público concernente à saúde da população, à conservação dos ecossistemas, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas ou de outras atividades dependentes de concessão, autorização, permissão ou licença do Poder Público de cujas ações possam decorrer poluição ou agressão à natureza. O Poder de Polícia também pode ser entendido como uma restrição ao uso de propriedade ou então restrição às atividades em geral. [footnoteRef:1] [1: MUKAI, Toshio. Direito Ambiental Sistematizado. RJ: Forense Universitária, 1992] 
Enfim, é faculdade do Estado, que lhe dota do atributo de limitar, restringir o uso da propriedade, das liberdades dos particulares individualmente considerados em benefício da coletividade[footnoteRef:2]. [2: MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 21ª ed. SP: Malheiros, 1996.] 
Vale lembrar que o poder sancionador não faz parte da discricionariedade administrativa. A sanção é um dever legal. Constatada a infração e conhecido seu autor a administração não pode deixar de aplicar uma pena. Provada a materialidade e a autoria da infração, a impunidade virá a caracterizar um crime de prevaricação do administrador ambiental (art. 319 CP). A Lei no 9605/98 trata deste assunto imputando à autoridade ambiental co – responsabilidade na infração (art. 70 § 3º). Entretanto a escolha do tipo de punição é discricionária. 
Importante: a sanção administrativa pode ser aplicada sem prejuízo das sanções civis e penais e pode apresentar-se sob a forma de advertência, multa simples ou diária, apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículo de qualquer natureza utilizados na infração: destruição ou inutilização do produto; suspensão de venda e fabricação do produto; embargo de obra ou atividade; demolição de obra; suspensão parcial ou total de atividades e restritiva de direitos (art. 72 da Lei 9.605/98) e artigo 3º do Decreto 6.514/08). Ressalte-se que o Decreto 6.514/08 elenca as mesmas sanções administrativas estabelecidas no artigo 72 da Lei 6.905/98 apenas com um adendo: prevê embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas (art. 3º, VII)
Há que se diferenciar, entretanto, dois tipos de Poder de Polícia: A administrativa, que tem caráter preventivo, atua sobre bens, direitos e atividades e caracteriza-se por uma açãoa priori. E a Judiciária que tem caráter repressivo, atua sobre pessoas e possui uma ação a posteriori.
O Poder de Polícia possui três atributos: a discricionariedade, relativa ao tipo de sanção ou pena e não ao apenamento; a auto – executoriedade, pois não depende de nenhum outro órgão público para executar suas funções e; coercibilidade, isto é, exigir o cumprimento da norma, pois o ato de polícia é imperativo.
O Poder de Polícia se operacionaliza através das ordens, proibições, restrições, emissão de alvará, licença e autorizações, monitoramento[footnoteRef:3], auditoria ambiental[footnoteRef:4] e do exercício da fiscalização, que serão vistas de per si. [3: Através de instalação de aparelhos que possam registrar as emissões poluentes ou a alteração da qualidade do ambiente. Pelo princípio do poluidor – pagador os agentes da atividade econômica devem pagar os custos do monitoramento ou realizarem um auto – monitoramento.] [4: É realizada por medição da poluição e/ou degradação ambiental, estudo e proposta de medidas para restaurar o ambiente, verificação das condições de operação e manutenção dos equipamentos de controle da poluição como, também, constatação ou investigação da capacidade das pessoas que operam e mantêm estes equipamentos. Realiza-se às expensas das empresas. Dá credibilidade, marketing, evita transgressões e previne responsabilização administrativa, civil e/ou criminal.] 
 
Desta forma a administração, revestida pelo poder de polícia está possibilitado de executar atividades com vistas à proteção ambiental. As principais destas atividades são: a inspeção e vigilância. Que compreende a autoridade de entrar, inspecionar, vigiar e procurar elementos do descumprimento das normas. Ex. fiscalização realizada pelo IBAMA Dec. no 99.274/90 art. 21 § 3º; o monitoramento e a informação. O Poder Público pode instalar aparelhos que possam registrar as emissões poluentes ou alterações da qualidade do ambiente.
 Ex. os realizados por satélite no controle de queimadas. O pagamento do monitoramento corre às expensas dos agentes econômicos baseados no princípio do poluidor – pagador; a auditoria ambiental. Propõem-se a determinar: medição de poluição e/ou degradação ambiental, medidas para restaurar o ambiente, condição de operação e manutenção dos equipamentos de controle da poluição e contatar / investigar a capacidade das pessoas que operam equipamentos. O pagamento é sempre realizado às expensas das empresas; o financiamento e isenção. As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação a esses benefícios ao licenciamento, na forma da Lei e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA (Art. 12 da Lei no 6.938/81). De fato, o CONAMA tem poder para determinar a perda ou restrição de benefícios ou perda e suspensão de linhas de financiamento (art. 8º , V da Lei no 6.938/81). 
Finalmente, para que o Poder de Polícia possa ser utilizado na plenitude de sua concepção e potencialidade, é necessário que algumas garantias aos agentes administrativos sejam observadas. 
A primeira delas faz referência à independência, isto é, que os agentes administrativos possuam inamovibilidade e vitaliciedade e irredutibilidade dos salários, para melhor suportarem as pressões certamente existentes dos grupos econômicos em relação aos atos necessários para a proteção e a conservação ambiental. 
A capacidade técnica dos agentes deve ser levada em conta, esta capacidade será avaliada através de concurso e provas sem vícios e realizado com lisura em forma e procedimento, a reciclagem profissional torna-se imprescindível visto o desenvolvimento de novas tecnologias e substâncias, tanto para o combate das poluições e degradações quanto na determinação de seus danos e riscos ambientais. 
Por último, os quesitos de moralidade que devem pautar o comportamento do agente administrativo, isto é, o procedimento da fiscalização dentro dos limites legais e de acordo com a natureza do ato, seja ele vinculado ou discricionário e a devida punição para os casos de corrupção, abuso ou desatendimento à norma disciplinadora, afastando, inclusive, os incapazes para a tarefa. 
8. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA LEGISLAÇAO AMBIENTAL
Princípios são as colunas basilares, utilizados como alicerces ou fundamentos que dão sustentabilidade a um determinado Direito. Em todo o texto constitucional existem princípios que orientam o Direito Ambiental, dos quais estão aqui relacionados os considerados indispensáveis à proteção ao meio ambiente enumerados pelos mais destacados doutrinadores: 
a) Princípio da Prevenção: este é certamente o maior e mais importante principio do ordenamento jurídico ambiental, partindo do principio incontroverso de que a prevenção é o grande objetivo de todas as normas ambientais, pois uma vez desequilibrado o meio ambiente a reparação ou recomposição é na maioria das vezes difícil quando não impossível.
É o principio do cuidado e compaixão com tudo que nos rodeia, pois se qualquer coisa animada ou inanimada encontra-se em nosso meio, é porque alguma função ambiental a ela foi delegada, sendo certo que, se deixarem de existir, algum reflexo causarão ao meio ambiente, e tais impactos somados a tantos outros que são causados de forma imperceptível pelo homem, poderá causar um desequilíbrio em nosso meio a ponto de num futuro não muito remoto tornar-se impossível a vida do homem sobre a terra. 
O referido principio encontra-se previsto no caput do artigo 225 da nossa Constituição pátria, o qual atribui ao Poder Público, bem como a toda coletividade o dever de proteger preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
Quando se trata de proteção ambiental não há como não se falar em prevenção, uma vez que se uma reserva for devastada ou espécies forem extintas, jamais voltarão ao status quo ante na sua totalidade. Os ecossistemas são únicos e dentro de cada um deles existem vários outros que muitas vezes demoraram milhares ou até milhões de anos para serem formados pela natureza, sendo que muitas vezes o homem consegue destruir em poucas horas.
Frente a impotência do sistema jurídico pátrio, incapaz de restaurar, em igualdade de condições, uma situação idêntica à anterior, adota-se o principio da prevenção do dano ambiental como baluarte do direito ambiental, consubstanciando-se como seu objetivo principal.
Os instrumentos da Política nacional do Meio Ambiente (Licenciamento, Avaliação dos Impactos Ambientais, Zoneamento etc.) estão fundados nesse princípio, além de tantos outros institutos e normas ambientais.
Sempre é bom se ressaltar que não se quer com isso inviabilizar a atividade econômica, mas tão somente banir do mercado aquele poluidor que ainda não entendeu que os recursos naturais são escassos, que não pertencem a uma ou algumas pessoas e que seu uso encontra-se limitado na utilização do próximo, visto que o bem ambiental é um bem de uso comum do povo.
b) Princípio da Precaução: Segundo Paulo Affonso Leme Machado em sua obra Direito Ambiental Brasileiro, 11ª ed, pág. 57: “a precaução caracteriza-se pela ação antecipada diante do risco ou do perigo”. Citando brilhantemente, em feliz e oportuna colocação Nicolas Treich e Gremaq, em texto colhido na internet, tendo sido atualizado aos 28 de abril de 1997.
“O mundo da precaução é um mundo onde há a interrogação, onde os saberes são colocados em questão. No mundo da precaução há uma dupla fonte de incerteza: o perigo ele mesmo considerado e a ausência de conhecimentos científicos sobre o perigo. A precaução visa a gerir a espera da informação. Ela nasce da diferença temporal entre a necessidade imediata de ação e o momento onde nossos conhecimento científicos vão modificar-se”
Exemplo do esposado fora o tratamento dispensado pelo mundo afora quando do surgimento da “encefalopatia espongiforme bovina”, conhecida vulgarmente de “doença da vaca louca”, bem como da polemica em torno dos transgênicos.
Há titulo de esclarecimento ele foi elevado ao status de megaprincípio do Direito Ambiental na conferência de Estocolmo em 1972, constando também na Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92).
Principio 15: “Para proteger o meio ambiente medidas de precaução devem ser largamente aplicadas pelos Estados segundo suas capacidades. Em casos de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza cientifica absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente”.
c) Princípio do desenvolvimento sustentável: Principio este contido no artigo 225 da Constituição pátria, onde se atribui ao Poder Publico e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
Os princípios 3 e 4 da Declaração do Rio de Janeiro, de 1992, trazem consigo o conceito de desenvolvimento sustentável, que em resumo diz que é o direito ao desenvolvimento para suprir a necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades.
Até meados da década de 70, se sustentava que era praticamente impossível existir desenvolvimento econômico preservando-se o meio ambiente. Pensava-se que o crescimento econômico estava ligado diretamente à poluição e à degradação de florestas, tanto que alguns zoneamentos industriais, em especial em São Paulo, recomendavam a instalação de grandes industrias poluentes às margens de rios, os quais ajudavam de forma natural a estas empresas se livrarem dos seus resíduos naturalmente. 
Naquela época o meio ambiente foi degradado sem dó nem piedade, eis que para os “empreendedores” da época, havia uma causa suprema, que era o crescimento econômico a qualquer custo, tendo-se a falsa idéia de que os recursos naturais eram infinitos. O que se viu, com isso, foi a degradação da natureza à níveis globais, países com zoneamentos industriais altamente poluentes, tendo como conseqüência imediata a queda vertiginosa da qualidade de vida; paises com alimentos contaminados por efluentes industriais, ar atmosférico poluído e impróprio para os seres humanos; extinção de espécies animais e vegetais.
A Declaração de Estocolmo foi fundamental na consolidação da proteção ao meio ambiente na Constituição de 1988. Além do artigo 225 da Constituição pátria, o conceito de desenvolvimento sustentável também está amparado no artigo 170, VI, do referido diploma legal, estabelecendo que a tutela do meio ambiente deve ser respeitada como principio fundamental da ordem econômica, que é fundada na livre iniciativa e na valorização do trabalho humano.
d) Princípio do poluidor-pagador: Faz referência TOSHIO MUKAI em sua obra Direito ambiental Sistematizado, 4ª ed, 2002, pág. 38, citando brilhantemente e objetivamente a definição do referido principio feita por Fernando Alves Correia onde este descreve “o principio indica, desde logo, que o poluidor é obrigado a corrigir ou recuperar o ambiente, suportando os encargos daí resultantes, não lhe sendo permitido continuar a ação poluente. Além disso, aponta para a assunção, pelos agentes, conseqüências, para terceiros, de sua ação, direta ou indireta, sobre os recursos naturais (art. 3º, h, da Lei nº 11/87)”.
No Brasil, esse princípio vem contemplado no inc. VII do art. 4º da Lei nº 6.938/81, já citada:
“à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais”) (grifamos).
A conseqüência desse principio também está presente no Direito positivo brasileiro, ou seja, a responsabilidade objetiva:
“Art. 14, § 3º da Lei nº 6.938/81: Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.”
Pode se identificar, portanto, no principio do poluidor-pagador a existência de dois mecanismos de alcance: 1) busca evitar a ocorrência de danos ao meio ambiente (caráter preventivo); e 2) ocorrido o mesmo, objetiva a sua reparação (caráter repressivo).
Num primeiro plano, impõe-se ao poluidor a obrigação de arcar com o custo de prevenção dos danos ao meio ambiente que a sua atividade possa acarretar. Num segundo nível de abrangência, elucida este principio que, ocorrendo danos ambientais por conta da atividade desenvolvida, o poluidor será responsável pela sua recuperação ao status quo ante, tal principio encontra-se esculpido no artigo 225, § 3º da Constituição pátria.
No âmbito repressivo do principio do poluidor há a incidência da responsabilidade civil.
O principio em comento determina a incidência e a aplicação de alguns aspectos do regime jurídico da responsabilidade civil aos danos ambientais.
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA:
Toda atividade humana, seja lícita ou ilícita, traz em si uma potencialidade danosa, umas mais outras menos. Tradicionalmente, apenas atividades ilícitas merecem representação no ordenamento jurídico, impondo-se, em tese, apenas a quem violasse uma norma o dever de reparação. 
Portanto a responsabilidade civil seria repercussão obrigacional (no sentido de algo que se deve fazer como compensação ao dano) da atividade do homem.
Até muito recentemente a obrigação de reparar o dano (seja em valores monetários, seja recompondo a coisa ao seu status quo ante), só se impunha a quem causasse o dano ao outro propositalmente (com dolo), ou culposamente (agindo com imprudência, imperícia, ou negligência). Para a configuração da obrigação de reparar o dano (responsabilidade civil), segundo as condições acima esposadas, condições estas que imperam em quase todas as situações da vida jurídica brasileira e internacional, devem obrigatoriamente ocorrer as seguintes situações:
1) – Uma conduta de alguém (ação ou omissão do sujeito);
2) – Ocorrência de um dano a outrem;
3) – Existência de um nexo de causal (ligação, liame) entre a (1) conduta, e o (2) dano ocorrido;
4) – A existência, do dolo ou culpa na atitude do sujeito.
Sendo que, sem o ajuntamento de todos estes requisitos, não pode ocorrer a responsabilização, com exceção aos casos em que a lei presumir o item (4 - dolo ou culpa).
No entanto quando se trata de responsabilidade civil ambiental, o causador do dano responde objetivamente pelo mesmo (que ressalte-se quase sempre é de difícil avaliação e reparação, atingindo um número indeterminado de pessoa). Isso significa que não há necessidade de se provar que causador do dano (seja pessoa física ou jurídica) agiu com dolo ou culpa. Bastam existirem os requisitos contidos nos itens 1, 2 e 3 anteriormente apontados.
A responsabilidade do causador do dano nos moldes acima esposados está sacramentada no direito pátrio desde 1981, com a chegada da Lei nº 6.938/81 (art.14 § 1º) como anteriormente narrado.
 Esta Lei inseriu, na legislação ambiental pátria, o emprego da Teoria da Responsabilidade Objetiva ou Teoria do Risco, mediante a qual se configura a responsabilidade do causador do dano bastando que se constitua um nexo de causalidade (nexo causal, liame) entre a conduta do sujeito e o dano ambiental ocorrido, sem qualquer investigação a respeito de sua intenção (dolo) de causar o dano, ou mesmo, não havendo tal intenção, de ter ele (sujeito) agido com culpa (negligência, imprudência ou imperícia). 
A preocupação ambiental é tamanha, que por apego a defesa ao meio ambiente, para muitos doutrinadores (autores que expõem e defendem idéias, opiniões, juízos críticos, conceitos e reflexões teóricas no estudo do direito e interpretação das leis), a adoção da responsabilidade objetiva no direito brasileiro tem o alcance de não admitir sequer as tradicionais excludentes de responsabilidade do caso fortuito ou força maior (a distinção conceitual quanto a estes fatos nunca convenceu, sendo a mais difundida a que via, no caso fortuito, o acidente produzido pela natureza, exemplo: enchente, raio, tempestade, terremoto etc, e na força maior,o fato de terceiro, exemplo: greve, boicote, barricadas em estradas, protestos, rebeliões, etc). No entanto, os tribunais, não vêm adotando posição tão extrema, admitindo-as sim.
DA REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL:
	
A reparação do dano ambiental pode ser feita de duas formas: a natural ou específica, em que ocorre o ressarcimento “in natura” (aquela que visa restabelecer o bem jurídico aos moldes em que existia antes da lesão, tendo, portanto, o verdadeiro significado de indenização). A segunda é a reparação in pecúnia ou indenização em dinheiro, que é a mais comum, no entanto a indenização devida, in pecúnia, deve ser vista como um meio de se contrapor ao dano provocado, e não como forma absoluta de ressarcimento de algo não economicamente mensurável. 
Sendo que primeiramente, deve-se verificar se é possível o retorno ao “status quo ante” por via da específica reparação in natura, e somente após infrutífera tal possibilidade é que deve recair a condenação em in pecúnia, haja vista a dificuldade da determinação do quantum a ser ressarcido pelo causador do dano.
CONCEITO DE POLUIDOR:
Os conceitos de poluidor, poluição e degradação ambiental encontram-se contidos nos incisos II, III, e IV artigo 3º da Lei 6.938/81, in verbis:
  Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
  I – (omissis);
  II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente; 
  III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
 
  a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
  b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
  c) afetem desfavoravelmente a biota; 
  d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
  e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; 
      IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; 
       V – (omissis); 
 Desta forma, haverá poluição com a degradação da qualidade ambiental, ou seja, com o acontecimento de qualquer alteração adversa das características do meio ambiente. O conteúdo de qualidade ambiental é dado pelo inciso que cuida de definir poluição, quando enumera todos os bens que são tutelados sob o rótulo de qualidade ambiental. São eles: saúde, a segurança, o bem estar da população, as condições normais das atividades sociais e econômicas, a preservação da biota (fauna e flora), a manutenção das condições estéticas (paisagem) e sanitárias do próprio meio ambiente, a existência e o respeito aos padrões ambientais estabelecidos.
A única poluição indenizável é aquela que resulte de uma degradação da qualidade ambiental, e ao mesmo tempo, seja causada por uma atividade direta ou indiretamente praticada por uma pessoa física ou jurídica.
Cabe aqui ressaltar que o rol contido no artigo 3º da Lei 6.938/81, acima exposto, é exemplificativo no que diz respeito ao conceito de poluição, embora seja difícil a existência de uma atividade poluente não prevista dentre as alíneas do inciso III da referida lei.
DO DANO AMBIENTAL:
De uma forma em geral, não há se falar em obrigação de indenizar sem o acontecimento do dano. Importante se faz aqui lembrar que haverá dano ambiental mesmo que este não derive de um ato ilícito 
Exemplo: Uma empresa despeja efluentes dentro do padrão ambiental estabelecido pelo órgão competente. Ocorrendo numa situação hipotética de que a fauna venha a ser contaminada pela referida descarga de dejetos, há, indiscutivelmente, apesar de a empresa ter agido licitamente (dentro dos padrões estabelecidos pelo órgão ambiental), a obrigação de indenizar, haja vista que, frente a responsabilidade objetiva civil ambiental, se verifica somente o dano, qual seja: a contaminação da biota (fauna e flora), com nexo de causalidade (proveniente da atividade da empresa) para que daí exsurja a obrigação de indenizar.
Do esposado se conclui que, dano é a lesão a um bem jurídico tutelado. Quanto ao objeto do dano, tem-se o dano com efeitos patrimoniais (materiais) e extrapatrimoniais (moral).
Portanto, um dano ambiental, que é direito difuso (quando interessa a um número indeterminado de pessoas), pode gerar conseqüências patrimoniais e extrapatrimoniais, que poderão ser cumulativamente exigidas em sede de ação de responsabilidade, previsão contida expressamente pela Lei 7.347/85 (Lei que disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e dá outras providências).
 A maior dificuldade para a aplicação da lei se encontra na liquidação (cálculos) dos danos extrapatrimoniais, vez que não existem parâmetros legais. Deste modo, se já é difícil a apuração do dano ambiental com efeito patrimonial, vez que jamais há uma completa satisfação na reparação do meio ambiente, existe dificuldade infinitamente maior em se liquidar um dano moral decorrente de lesão ao direito difuso, ao meio ambiente.
No entanto, na falta de parâmetros legais pode se apresentar alguns critérios a serem observados para a estipulação do quantum debeatur, como por exemplo: circunstâncias do fato, gravidade da perturbação (intensidade leve, moderada ou severa; tamanho da área afetada; duração da agressão; tempo de recuperação da área afetada) e condição econômica do poluidor.
e) Principio da Participação:
Também este princípio está previsto no caput do artigo 225, quando o legislador declarou ser dever da coletividade a proteção e a defesa do meio ambiente e é o que o princípio significa, ou seja, participação ativa da sociedade na preservação do meio ambiente. A custódia desse fica nas mãos do Poder Público, não sendo, porem, um bem publico, mas um bem difuso, pertencente a todos, devendo a coletividade ajudar a preservá-lo.
Complementam este principio a educação e a informação ambiental, quer dizer, sem isso não há como as pessoas participarem da proteção ambiental, pois não sabem o que está ocorrendo e nem que o meio ambiente deve ser preservado.
Quando se fala em participação, temos que ter em vista a conduta de tomar parte de alguma coisa, agir em conjunto. O artigo 225 da Constituição pátria consagrou tal principio ao impor ao Poder Público e aa coletividade a preservação e proteção do meio ambiente. Disso retira-se uma atuação conjunta entre organizações ambientalistas, sindicatos, industrias, comércio, agricultura e tantos outros organismos sociais comprometidos nessa defesa e preservação.
O resultado da omissão participativa é um prejuízo a ser suportado pela coletividade.
Para a efetivação dessa ação em conjunto, devemos destacar dois elementos fundamentais:
INFORMAÇÃO AMBIENTAL:
A informação ambiental encontra respaldo legal nos artigos 220 e 221 da Constituição pátria.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
A educação ambiental decorre do principio da participação na tutela do meio ambiente e está prevista expressamente no artigo 225, § 1º, inciso VI da constituição pátria.
Buscou-se trazer consciência ecológica ao povo, titular do direito ao meio ambiente, permitindo a efetivação do principio da participação na salvaguarda desse direito.
EDUCAR AMBIENTALMENTE SIGNIFICA:
- Reduzir os custos ambientais, à medida que a população atuará como guardiã do meio ambiente.
- Efetivar o princípio da prevenção.
- Fixar a idéia de consciência ecológica, que buscará sempre a utilização de tecnologias limpas.
-Incentivar a solidariedade, no exato sentido que perceberá que o meio ambiente é único, indivisível e de titulares indetermináveis, devendo ser justa e distributivamente acessível a todos.
- Efetivar o princípio da participação.
Alguns exemplos de implementação do principio da educação ambiental podem ser vistos na atuação legislativa sobre o meio ambiente como no artigo 35 da Lei de Proteção à Fauna, 4º, V, da lei 6.938/81 e 42 do Código Florestal.
Em 1999 foi promulgadaa Lei 9.795, que estabeleceu a Política Nacional de educação. 
acional de educaçgada a Lei 9.795, que estabeleceu a Politica e Proteçaç defesa e preservaçade ajudar a preservem virtude de um
f) Princípio In dúbio pro natura: é uma regra fundamental de interpretação da legislação ambiental, que leva para a preponderância do interesse maior da sociedade em detrimento do interesse individual e menor do empreendedor ou de um dado projeto.
9. DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO RELATIVOS ÀS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS.
Estas são aplicadas aos infratores pelos próprios órgãos da administração direta ou indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Não obstante as civis e penais exclusivamente pelo judiciário (Estado Juiz).
Sendo estas, uma das mais importantes expressões do poder de polícia conferido à administração pública.
Toda aplicação de sanções administrativas pautam-se obrigatoriamente pelo princípio da legalidade. Tanto a conduta ilícita, bem como a correspondente sanção necessita de expressa previsão legal, vez que o artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal pátria preceitua que: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 
9.1 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
9.1.1 Constitucional: O artigo 23 atribui competência administrativa para União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
9.1.2 Fundamentação Infraconstitucional:
Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais) - Capítulo de Infrações Ambientais (Artigos 70 a 76).
Decreto 6.514/08, regulamentador, dispõe sobre as especificações das sanções penais e administrativas derivadas de conduta e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
9.2 INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS (IAA)
Art. 70 da Lei 9.605/98:
Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
No entanto não se caracteriza apenas pela inobservância de normas e padrões específicos, mas também pelo resultado danoso. Ex.: poluição é degradação que se tipifica pelo resultado danoso, independente da inobservância de regras ou padrões específicos (art. 3º, III Lei 6.938/81).
9.3 COMPETÊNCIA PARA APURAÇÃO DAS IAA
Competência comum dos Órgãos Ambientais integrantes do SISNAMA. No caso, aos agentes designados para as atividades de fiscalização de tais órgãos, bem como os agentes das Capitanias dos Portos do Ministério da Marinha (Artigo 70, § 1º da Lei 9.605/98).
O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios, substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência (Artigo 76 da Lei 9.605/98).
9.4 O PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO DAS IAA
Esse processo só é aplicável às multas e afasta-se do processo mais diligente e ativo adotado pelos Estados, sem prejuízo da defesa e recurso administrativo por parte do autuado.
Prazo para a defesa ou impugnação: 20 dias, a partir da ciência;
Prazo para decisão da Autoridade Administrativa: 30 dias, a partir da defesa.
Prazo para o recurso administrativo: 20 dias, a partir da ciência da decisão superior. Dirigido à instância superior do SISNAMA ou Diretoria de Portos e Costas.
9.4.1 As Sanções acima mencionadas podem ser:
No artigo 72 da Lei 9.605/98 e, artigo 3º do Decreto 6.514/08 são previstas as seguintes sanções administrativas:
9.4.1.1 Advertência:
Ante a inobservância da Lei dos Crimes ambientais ou dos preceitos regulamentares.
9.4.1.2 Multa simples:
A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma, metro de carvão-mdc, estéreo, metro quadrado, dúzia, estipe, cento, milheiros ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado (Artigo 8º caput Decreto 6.514/08). 
O depósito será feito em Fundo Federal, Estadual ou Municipal, especialmente criado para tal. 
O destino deste numerário é a recuperação dos bens lesados.
(Mínimo R$ 50,00 e máximo de R$ 50.000.000,00 ) que será imposta sempre que o agente, por culpa ou dolo:
a)- advertido por irregularidades que tenham sido ratificadas, deixar de saná-las no prazo assinalado pelo órgão competente o SISNAMA ou da Capitania dos portos da marinha.
b)- opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos portos da marinha.
Art. 13 - Reverterão ao Fundo Nacional do Meio Ambiente-FNMA, cinqüenta por cento dos valores arrecadados em pagamento de multas aplicadas pela União, podendo o referido percentual ser alterado, a critério dos órgãos arrecadadores. 
9.4.1.3 Multa diária:
Aplicada no caso de infração continuada, caracterizada pela permanência da ação ou omissão, perdurada até sua efetiva cessação ou regularização da situação, mediante a celebração, pelo infrator, de TERMO DE COMPROMISSO DE REPARAÇÃO DE DANO.
As multas (simples ou diárias), segundo dispõem o Decreto 6.514/08, podem ter sua exigibilidade suspensa, quando o infrator, por meio de TERMO DE COMPROMISSO APROVADO PELA AUTORIDADE COMPETENTE, obrigar-se a adotar as medidas específicas para fazer cessar ou corrigir a degradação ambiental.
Cumpridas integralmente as obrigações assumidas pelo infrator, a multa poderá ser reduzida em até 90% do valor atualizado monetariamente. (Observação: tal beneficio não existe mais no decreto 6.514/08).
9.4.1.4 Obrigação de reparar: 
A reparação do dano ambiental não exime o infrator do pagamento da multa, entretanto existe disposição legal para diminuição em até 90%, caso houver acordo de reparação (Decreto no 99.274/90, artigo 42 e Lei no 6.938/91, art. 8º). A validação será feita pelo CONAMA. 
9.4.1.5 Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da biodiversidade, inclusive fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração.
Os animais apreendidos serão libertados em seu habitat, após verificação de sua adaptação às condições de vida silvestre, ou entregues à jardins zoológicos, fundações ambientalistas ou entidades assemelhadas, sob a responsabilidade de técnicos habilitados, ou, subsidiariamente, entregues a fiel depositário.
Os produtos e subprodutos ou madeira serão avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras, com fins beneficentes.
9.4.1.6 Destruição ou inutilização do produto
Os produtos ou subprodutos da fauna não perecíveis serão destinados ou doados a instituições científicas, culturaisou educacionais; os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida sua descaracterização por meio da reciclagem.
9.4.1.7 Suspensão de venda e fabricação do produto
9.4.1.8 Embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas
Evita-se a construção, reforma ou atividade semelhante, realizada sem a observância de normas ambientais. 
9.4.1.9 Demolição de obras 
Desfaz-se a construção feita sem observação de disposição legal. Ex. tombamento. 
9.4.1.10 Suspensão parcial ou total da atividade
A atividade nociva é suspensa por prazo indeterminado, isto é, até que o infrator venha a sanar o motivo que levou sua atividade a ser assim considerada. Caso não haja licenciamento para o exercício da atividade, a autoridade poderá suspender de plano. 
- Atividade Licenciada: Lei 6.938/81, art. 10.
- Atividade Não-Licenciada: fechamento do estabelecimento faltoso.
9.4.1.11 Restritivas de direitos compreendem
a)- suspensão de registro, licença, permissão ou autorização;
b)- cancelamento de registro, licença, permissão ou autorização;
c)- perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
d)- perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
e)- proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até 3 ( três ) anos.
9.4.1.12 Destinação dos valores arrecadados em pagamento de multas por infrações ambientais
Conforme a Lei 7.797/89 serão revertidos ao FUNDO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (FNMA); pelo Decreto 20.923/32 ao FUNDO NAVAL; FUNDOS ESTADUAIS OU MUNICIPAIS DE MEIO AMBIENTE ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.
EXEMPLOS
1) FAUNA
Art. 24. Matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Multa de: I - R$ 500,00 (quinhentos reais) por indivíduo de espécie não constante de listas oficiais de risco ou ameaça de extinção;
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção constante ou não da Convenção de Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção - CITES.
§ 1º - As multas serão aplicadas em dobro se a infração for praticada com finalidade de obter vantagem pecuniária.
§ 2º - Na impossibilidade de aplicação do critério de unidade por espécime para a fixação da multa, aplicar-se-á o valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) por quilograma ou fração.
§ 3º - Incorre nas mesmas multas:
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; ou
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade ambiental competente ou em desacordo com a obtida.
§ 4º - No caso de guarda doméstica de espécime silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode a autoridade competente, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a multa, em analogia ao disposto no § 2o do art. 29 da Lei no 9.605, de 1998.
§ 5º - No caso de guarda de espécime silvestre, deve a autoridade competente deixar de aplicar as sanções previstas neste Decreto, quando o agente espontaneamente entregar os animais ao órgão ambiental competente.
§ 6º - Caso a quantidade ou espécie constatada no ato fiscalizatório esteja em desacordo com o autorizado pela autoridade ambiental competente, o agente autuante promoverá a autuação considerando a totalidade do objeto da fiscalização.
§ 7º - São espécimes da fauna silvestre, para os efeitos deste Decreto, todos os componentes da biodiversidade incluídos no reino animal, pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras não exóticas, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo original de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro ou em águas jurisdicionais brasileiras.
Art. 25. Introduzir espécime animal no País, ou fora de sua área de distribuição natural, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade ambiental competente:
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo por exemplar excedente de:
I - R$ 200,00 (duzentos reais), por indivíduo de espécie não constante em listas oficiais de espécies em risco ou ameaçadas de extinção;
II-R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, constante ou não da CITES.
§1º - Entende-se por introdução de espécime animal no País, além do ato de ingresso nas fronteiras nacionais, a guarda e manutenção continuada a qualquer tempo. 
§2º - Incorre nas mesmas penas quem reintroduz na natureza espécime da fauna silvestre sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade ambiental competente.
Art. 26. Exportar peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem autorização da autoridade competente:
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo de:
I - R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade não constante em listas oficiais de espécies em risco ou ameaçadas de extinção; ou
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, constante ou não da CITES.
Parágrafo único. Caso a quantidade ou espécie constatada no ato fiscalizatório esteja em desacordo com o autorizado pela autoridade ambiental competente, o agente autuante promoverá a autuação considerando a totalidade do objeto da fiscalização.
Art. 27. Praticar caça profissional no País:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com acréscimo de:
I - R$ 500,00 (quinhentos reais), por indivíduo; ou
II - R$ 10.000,00 (dez mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, constante ou não da CITES.
Art. 28. Comercializar produtos, instrumentos e objetos que impliquem a caça, perseguição, destruição ou apanha de espécimes da fauna silvestre:
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), com acréscimo de R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade excedente.
Art. 29. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)a R$ 3.000,00 (três mil reais) por indivíduo
2) FLORA
Art. 43. Destruir ou danificar florestas ou demais formas de vegetação natural, em qualquer estágio sucessional, ou utilizá-las com infringência das normas de proteção em área considerada de preservação permanente, sem autorização do órgão competente ou em desacordo com a obtida:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), por hectare ou fração.
Art. 44. Cortar árvores em área considerada de preservação permanente ou cuja espécie seja especialmente protegida, sem permissão da autoridade competente:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por hectare ou fração, ou R$ 500,00 (quinhentos reais) por árvore, metro cúbico ou fração.
Art. 55. Deixar de averbar a reserva legal:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
§1º No ato da lavratura do auto de infração, o agente autuante assinará prazo de sessenta a noventa dias para o autuado promover o protocolo da solicitação administrativa visando à efetiva averbação da reserva legal junto ao órgão ambiental competente, sob pena de multa diária de R$ 50,00 (cinqüenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por hectare ou fração da área da reserva.
§2º Haverá a suspensão da aplicação da multa diária no interregno entre a data do protocolo da solicitação administrativa perante o órgão ambiental competente e trinta diasapós seu deferimento, quando será reiniciado o cômputo da multa diária.
3) FOGO
Art. 58. Fazer uso de fogo em áreas agropastoris sem autorização do órgão competente ou em desacordo com a obtida:
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por hectare ou fração.
4) POLUIÇÃO
Art. 61. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da biodiversidade:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais).
Parágrafo único. As multas e demais penalidades de que trata o caput serão aplicadas após laudo técnico elaborado pelo órgão ambiental competente, identificando a dimensão do dano decorrente da infração e em conformidade com a gradação do impacto.
Art. 62. Incorre nas mesmas multas do art. 61 quem:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para ocupação humana;
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas ou que provoque, de forma recorrente, significativo desconforto respiratório ou olfativo;
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade;
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias pelo lançamento de substâncias, efluentes, carreamento de materiais ou uso indevido dos recursos naturais;
V - lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou detritos, óleos ou substâncias oleosas em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou atos normativos; 
VI - deixar, aquele que tem obrigação, de dar destinação ambientalmente adequada a produtos, subprodutos, embalagens, resíduos ou substâncias quando assim determinar a lei ou ato normativo;
VII - deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução ou contenção em caso de risco ou de dano ambiental grave ou irreversível; e
VIII - provocar pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais o perecimento de espécimes da biodiversidade. 
Parágrafo único. As multas de que trata este artigo e demais penalidades serão aplicadas após laudo de constatação.
Art. 64. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou em seus regulamentos:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
§1º Incorre nas mesmas penas quem abandona os produtos ou substâncias referidas no caput, descarta de forma irregular ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança.
§2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a multa é aumentada ao quíntuplo.
10. ASPECTOS DA TUTELA PENAL AMBIENTAL
10.1 INTRODUÇÃO
Como conseqüência da consciência ambiental, o legislador brasileiro não só previu a proteção administrativa do meio ambiente e a denominada tutela civil do meio ambiente, mas avançou para normatizaras condutas infracionais ambientais penalmente puníveis.
Desse modo, há que se considerar que o bem jurídico protegido pela tutela penal e exatamente o bem ambiental, essencial à sadia qualidade de vida. Nesta expressão, pretende-se alcançar o meio ambiente como um todo, mesmo quando se possa ver, de forma localizada, um aspecto relevante desse bem. Assim, o bem jurídico tutelado é o meio ambiente natural, cultural, artificial e do trabalho, englobáveis na expressão BEM AMBIENTAL.
10.1.1 Base normativa
10.1.1.1 Constitucional: “as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente, sujeitarão os infratores, pessoa física ou jurídica, a sanções penas e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano.” (artigo. 225, § 3º). 
10.1.1.2. Infraconstitucional: a)- Lei 9605/98 (Lei dos Crimes Ambientais). b) - Lei 9099/95 (Lei do juizado Especial Criminal). Código Penal e Código de Processo Penal.
10.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS
A legislação protetiva penal ambiental, teve aspectos positivos e negativos. Os aspectos positivos podem ser resumidos na concentração numa só lei das infrações ambientais. Hoje em dia, no entanto, legislações que cuidam do bem ambiental ou da intervenção no mesmo, já foram editadas, ampliando o rol das condutas punidas na Lei dos Crimes Ambientais. Como exemplo, cita-se a Lei dos Agrotóxicos e a Lei sobre os Transgênicos.
No lado negativo, pode-se elencar as seguintes críticas:
10.2.1. Tipos abertos: “há uma amplitude ou indeterminação da conduta incriminada”.
Ex. Artigo 54 da Lei 9605/98.
10.2.2 Normas penais em branco: “é aquela que depende de uma complementação para a perfeita adequação típica.” 
Exemplos: Artigo 29, § 4º, l e VI; artigo 34, “caput” e parágrafo único, I e II, artigo 37; artigo 38 (que não se define o que seja floresta de preservação permanente), “os crimes contra o meio ambiente devem estar previamente previstos em lei, evitando-se a adoção, mesmo no seu mínimo legal, de normas penais em branco.” 
10.2.3. Elemento subjetivo
A culpabilidade do agente é que dá o tom de sua responsabilidade. Tal afirmação tem mais sentido, quando se trata da pessoa física.
10.2.3.1 Dolo: “o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo”.
10.2.3.2. Culpa: Provocar o resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
10.2.3.3. Sujeito ativo: Qualquer pessoa física ou jurídica.
10.2.3.4. Sujeito passivo: “é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela conduta criminosa”. Se tratando de questão ambiental tanto pode ser o particular como a coletividade.
10.3 DESTAQUES INOVADORES
Desgarrando-se da doutrina clássica penal, a qual sempre assumiu a máxima “societas delinquere non potest”, o legislador brasileiro adotou a possibilidade de incriminar também a pessoa jurídica.
Assim, pode-se dizer que os dois destaques inovadores, foram:
10.3.1. A Pessoa Jurídica como sujeito ativo da infração penal ambiental. (artigo 3º).
Para que isso aconteça devem ocorrer as seguintes condições:
10.3.2 Que a infração tenha sido cometida em seu interesse ou benefício. A doutrina comenta que Interesse está na vantagem, no proveito ou no lucro material ou pecuniário; aduz que benefício refere-se a favor, graça, serviço ou bem que se faz gratuitamente. No fundo, há o entendimento que os termos querem dizer a mesma coisa.
10.3.3 Por decisão do seu Representante Legal (presidente, diretor, administrador, gerente, indicado no Estatuto ou Contrato Social) ou Contratual (preposto, mandatário de pessoa jurídica, auditor independente, etc.) ou do seu órgão Colegiado, órgão técnico, Conselho de Administração, Acionistas reunidos em Assembléia, etc ).
Observação: “A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui as das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. ”
10.3.4 Desconsideração da pessoa jurídica (“disregard doctrine”). Artigo 4º da Lei 9605/98.
Tal instituto será utilizado sempre que a personalidade da pessoa jurídica for obstáculo ao ressarcimento dos prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
Segundo a doutrina dominante existem duas aplicações: a) visa individuar e atingir as pessoas físicas; b)- visa alcançar os bens dos sócios que, enquanto considerada a pessoa jurídica, não seriam alcançados.
10.4. QUESTÕES PROCESSUAIS
10.4.1. A competência, em geral, é a do local onde se consumar a infração. Se tentado, onde se deu o último ato de execução.
10.4.2 A Ação penal será sempre pública incondicionada, promovida pelo ministério público.
10.4.3.3 Procedimento nos crimes de menor potencial ofensivo 
O que se considera “menor potencial ofensivo”? As contravenções penais e os crimes cuja pena máxima cominada for igual ou inferior a 2 (dois) anos, não sujeitos a procedimento especial. Assim, o procedimento seguirá a seguinte seqüência:
a) Inicia-se com o TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (T.C.O) feito pela Autoridade Policial (artigo. 69 da Lei 9099/95) ou pelo Auto de Infração,

Outros materiais