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Morfologia e Ultraestrutura II ANA LUISA ARRABAL DE ALMEIDA - MIC!BIOLOGIA GERAL - MBI 100 INT!DUÇÃO -Nesse módulo se discutirá os apêndices externos bacterianos, ou seja, as estruturas externas à parede celular. -Objetivo: descrever a estrutura e função dos apêndices bacterianos, comparando-as com as células eucarióticas. ESTRUTURAS EXTERNAS À PAREDE CELULAR BACTERIANA -As células de todos os procariotos apresentam, no citoplasma, os nucleotídeos e ribossomos separados do meio externo por membrana plasmática e, além disso, geralmente apresentam uma parede celular. -Outras estruturas externas ou internas podem não estar presentes, como flagelos e inclusões citoplasmáticas. A presença dessas estruturas depende da espécie em questão, isto é, do arsenal de genes que a espécie possui, além das condições de crescimento. -As estruturas externas à parede celular que podem estar presentes são: -Glicocálice; -Flagelos; -Fímbrias; -Pilus sexual. Obs.: mesmo uma espécie que possui genes que codificam para a formação de glicocálice, por exemplo, as condições ambientais podem influenciar sua expressão e, portanto, nem sempre a cápsula vai estar presente. GLICOCÁLICE -É um envoltório que envolve a parede bacteriana externa à parede celular. Pode também ser chamado de cápsula (se bem definida) ou camada limosa (se for uma estrutura mais frouxa). -Funções: -Aderência da célula bacteriana a alguma superfície inanimada ou até mesmo uma célula hospedeira. -Nas bactérias patogênicas, o glicocálice é um importante fator de virulência, uma vez que, além da aderência à célula hospedeira, evita o reconhecimento da bactéria pelas células que realizam fagocitose (macrófagos, por exemplo). -Reserva de nutriente para a bactéria no caso de escassez. -Natureza química do glicocálice: -Polissacarídeos (maioria). -Polipeptídeos em algumas espécies. -Na imagem está ilustrada a placa dentária, a qual nada mais é um biofilme bacteriano formado pela intensa produção de matriz exopolissacarídica, ou seja, de glicocálice que permite a aderência de bactérias à superfície do esmalte dentário que, no caso da imagem, está realçado por corante vermelho. -O biofilme permite a fixação de várias espécies bacterianas que, ao produzirem ácido como resultado do seu metabolismo, podem ocasionar a desmineralização do esmalte dentário, resultando em cárie. -Nessa imagem, é possível observar várias células aderidas ao biofilme. FLAGELOS BACTERIANOS -É responsável pela locomoção da bactéria. O movimento do flagelo gasta energia e pode ser estimulado por substâncias químicas (quimiotaxia) e fótons (fototaxia). -Os flagelos podem desempenhar um importante papel na patogênese, pois são responsáveis pela disseminação no interior do hospedeiro. -Arranjo monotríquio: quando a bactéria possui somente um flagelo polar. -Anfitríqueo: possui um flagelo em cada extremidade. -Lofotríquio: tufo de flagelos derivados de um polo. -Peritríquio: vários flagelos que partem de vários pontos da bactéria. ESTRUTURA DOS FLAGELOS BACTERIANOS -O flagelo consiste em 3 partes: -Corpo basal: é o ponto de fixação do flagelo na célula. É formado por anéis proteicos em pares (no caso de bactérias gram-positivas que ficam na membrana plasmática) e por 4 anéis em bactérias gram-negativas (dois anéis na membrana citoplasmática e dois na parede celular). -Gancho: é onde acontece o movimento rotacional; -Filamento: consiste em um tubo oco revestido por proteínas denominadas flageladas. Assim como a parede celular e as cápsulas em bactérias patogênicas, são antigênicas, ou seja, funcionam como antígenos, estimulando os linfócitos B a produzirem anticorpos específicos. -O esquemas ilustram a diferença de estrutura entre flagelos de bactérias gram- negativas e gram-positivas. -A inserção do flagelo em gram-negativas é composta por 4 anéis (2 na membrana plasmática e 2 na parede celular), formando o corpo basal. Em gram-positivas o corpo basal apresenta somente 2 anéis de fixação na membrana citoplasmática. FLAGELOS BACTERIANOS X FLAGELOS/ CÍLIOS EUCARIÓTICOS -Os flagelos e cílios eucarióticos são responsáveis pela motilidade de células eucarióticas, assim como nas bactérias. -O esquema abaixo ilustra a diferença de estrutura entre esses flagelos: -Enquanto os flagelos bacterianos são constituídos de um tubo oco de proteínas, em eucariontes eles são constituídos de microtúbulos envoltos pela membrana citoplasmática. -Os microtúbulos são organizados em 9 pares periféricos e 1 par central envolto pela membrana plasmática. -Outra diferença está no tipo de movimento: enquanto os flagelos bacterianos fazem um movimento rotacional, em eucariontes esse movimento é ondulatório e o de cílios é por batimento. -Tamanho: -Procariontes: flagelos tem diâmetro de até 20 nm e comprimento de 5-10 µm. -Eucariontes: diâmetro de 200 nm e c ompr imen t o v a r i á ve l ma i s frequentemente entre 5-10 mm. -O movimento dos flagelos bacterianos é por rotação no sentido horário ou anti horário por pelo giro do gancho que movimenta todo o flagelo em ambiente aquoso. A mudança de direção se dá pela mudança no sentido de rotação. -O movimento rotacional propulsiona a bactéria em uma direção, no entanto, de tempos em tempos os flagelos param a rotação e se separam, mecanismo chamado de desvio. Depois, retomam a rotação em outro sentido, constituindo uma corrida em dada direção no caso de arranjo lofotríquio ou peritríquio. -As bactérias com flagelos polares se movimentam por um flagelo que pode ser ou reversível por apresentar a rotação no sentido horário e anti horário, ou unidirecional. -Unidirecional: a mudança de direção se dá pela parada da célula que se reorienta e reinicia a rotação. FILAMENTO AXIAL (OU ENDOFLAGELOS) -As espiroquetas tem uma particularidade, pois apresentam uma motilidade exclusiva em espiral. -Essa movimentação característica é devido ao filamento axial, também chamado de endoflagelos. -Os feixes de flagelos em espiroquetas envolvem a célula em espiral e são recobertos pela membrana plasmática. FÍMBRIAS (OU PILI) -As fímbrias também são apêndices que podem ou não estar presentes em bactérias. São filamentos mais curtos, numerosos e de menor diâmetro que os flagelos. -São constituídos de proteínas e tem como função a aderência à superfícies. -Várias bactérias patogênicas apresentam fímbrias, também um importante fator de virulência devido a sua possibilidade de adesão à células hospedeiras. PILUS SEXUAL -Algumas bactérias são capazes de formar um tipo especial de fímbria denominado pilus sexual. Ele é formado no processo de transferência do material genético chamado conjugação. -O pilus sexual reconhece uma célula compatível e promove a aproximação dessa célula para que a conjugação ocorra.
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