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A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) UMA REFLEXÃO ACERCA...

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA 
PLANO DE FORMAÇÃO NACIONAL DE PROFESSORES - PARFOR 
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
RUBENS RODRIGUES PASTANA 
 
 
 
 
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): UMA REFLEXÃO ACERCA 
DESSA MODALIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GURUPÁ 
2015 
RUBENS RODRGUES PASTANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): UMA REFLEXÃO ACERCA 
DESSA MODALIDADE 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial para 
obtenção do grau de Licenciatura em 
Pedagogia pela Universidade Rural da 
Amazônia no PARFOR. 
Orientadora: Professora Maria Flaviana do 
Couto da Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GURUPÁ 
2015 
RUBENS RODRIGUES PASTANA 
 
 
 
 
 
 
 
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): UMA REFLEXÃO ACERCA 
DESSA MODALIDADE 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial para 
obtenção do grau de Licenciatura em 
Pedagogia pela Universidade Rural da 
Amazônia no PARFOR. 
Orientadora: Professora Maria Flaviana do 
Couto da Silva. 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
1. Maria Flaviana do Couto da Silva 
Orientador Prof./UFRA 
 
 
2. Jandira de Nazaré Bastos Coimbra 
Membro Prof./UFRA 
 
 
3. Heloisa Helena Meireles Baia Conceição 
Membro Prof./UFRA 
 
Julgado em: 29/10/2015. 
Conceito: Bom. 
 
 
 
 
 
 
 
GURUPÁ 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a todos os mestres que 
passaram nesta etapa de minha vida e que 
contribuíram com a aquisição de novos 
conhecimentos e aos amigos de turma pela 
troca de experiência e amizade, a nossa 
educadora Maria do Carmo que com paciência 
e prática me orientou para que esse trabalho se 
concretizasse. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, por iluminar todos os dias de minha vida. A minha 
mãe por sempre me apoiar nas horas difíceis, a todos os nossos professores 
durante toda nossa trajetória acadêmica conseguiram transmitir conhecimentos para 
que eu superasse cada etapa desta graduação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não é possível ao sujeito ético viver sem estar 
permanentemente exposto à transgressão da 
ética. uma de nossas brigas na história, por 
isso mesmo, é exatamente está: fazer tudo o 
que possamos em favor da eticidade, sem cair 
no moralismo hipócrita, ao gosto 
reconhecidamente farisaico”. 
 
Paulo Freire. 
 
 
RESUMO 
 
O presente estudo visou investigar e observar o processo de letramento, referentes 
ao desenvolvimento das habilidades da leitura e da escrita na classe de 
Alfabetização na 1ª Etapa da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola São 
Benedito no rio Marajoi em Gurupá-Pa. Para isso buscou-se entender como surgiu a 
EJA, alguns conceitos de alfabetização e na educação de jovens e adultos, bem 
como a clientela que procura a EJA, a formação dos professores na EJA, suas 
metodologias e avaliação dos alunos que estão cursando a EJA. Assim a pesquisa 
fundamentou-se Almeida (2000), Arroyo (2006), Freire (1996), Moura (2001), Romão 
e Gadotti (2007). Os procedimentos metodológicos adotados foram baseados em 
Severino (2007) e Minayo (2002), o trabalho realizado foi um estudo de casos com 
abordagem qualitativa, que leva em conta a subjetividade, a particularidade do 
objeto de pesquisa, sendo utilizada como técnica de pesquisa a observação e 
entrevista com questionários aberto. Procurando desse modo entender o motivo da 
grande evasão, procurando identificar as dificuldades dos professores em atuarem 
na modalidade EJA bem como apontar metodologias que são mais adequadas para 
a prática de alfabetizar na modalidade EJA. 
 
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; alfabetização; letramento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This study aimed to investigate and observe the literacy process, for the 
development of reading and writing skills in literacy class in Stage 1 of the Youth and 
Adult Education (EJA) in St. Benedict School in River Marajoi in Gurupá-Pa. For that 
we sought to understand how did the EJA, some literacy concepts and youth and 
adult education, as well as the customer base looking for the EJA, the training of 
teachers in adult education, methodologies and evaluation of students who are 
enrolled in the EJA . Therefore research was based Almeida (2000), Arroyo (2006), 
Freire (1996), Moura (2001), Romao and Gadotti (2007). The adopted 
methodological procedures were based on Severino (2007) and Minayo (2002), the 
work was a case study with a qualitative approach, which takes into account the 
subjectivity, the particularity of the research object, being used as a research 
technique observation and interview with open questionnaires. Thereby seeking to 
understand the reason for the great escape, trying to identify the difficulties of 
teachers to work in the EJA modality and to identify methodologies that are better 
suited for the practice of literacy in adult education mode. 
 
Keywords: Education for Youth and Adults; literacy; literacy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 
 
2 REFENCIAL TEÓRICO ............................... ........................................................... 14 
2.1 COMO SURGIU A EJA ............................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
2.2 CONCEITOS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO DE 
JOVENS E ADULTOS ............................................................................................... 19 
2.3 A CLIENTELA QUE PROCURA A EJA ............................................................. 210 
2.4 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES QUE ATUAM NA EJA ............................ 23 
2.5 A METODOLOGIA UTILIZADA PELOS PROFESSORES DA EJA ..................... 24 
2.6 AVALIAÇÃO DOS ALUNOS QUE ESTÃO CURSANDO A EJA ........................... 25 
 
3 METODOLOGIA ..................................... ........ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................... .................................................... 29 
4.1 AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS PROFESSORES E ALUNOS NO 
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ..... 29 
4.2 SUGESTÕES DE METODOLOGIAS ADEQUADAS PARA A PRÁTICA DA 
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. .......................................................... 33 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................. ........................................................ 35 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37 
 
APÊNDICES ............................................................................................................ 378 
APÊNDICE A – Perguntas feitas aos alunos da 1ª etapa da EJA da EMEF São 
Benedito .................................................................................................................. 379 
APÊNDICE B – Perguntas feitas aos professores da EJA da EMEF São Benedito .. 40 
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
Segundo Carvalho (2000 p.107), a Educação de Jovens e Adultos - EJA está 
prevista na LDB 9.424/1996 e classificada como parte integrante da Educação 
Básica, por isso deve ser encarada com o mesmo compromisso presente no ensino 
fundamental. Todavia, muitas vezes não é o que se presencia, uma vez que se 
observa divergências na aplicabilidade deste segmento escolar. 
O que mais se observa é a falta de profissionais habilitados para trabalhar 
com adultos, a falta de recursos didáticos, e, sobretudo, a falta de estratégias 
metodológicas direcionadas para este público específico. São muitos os entraves 
encontrados por aqueles que buscam alguma experiênciana Educação de Jovens e 
Adultos. 
Assim, apesar da importante função social desempenhada por esta 
modalidade educativa, ainda se evidencia muitas desigualdades com os alunos 
evadidos do ensino regular. 
Considerar a Educação de Jovens e Adultos (EJA) um espaço em que devem 
ser contempladas as peculiaridades de cada sujeito, enfatizando as experiências de 
vida que eles trazem consigo é algo inegável. Entretanto, para Fonseca (2007). 
 
“Há muito a ser feito para que esses sujeitos, donos de suas próprias 
relações, sejam levados em consideração no ambiente escolar. É 
imprescindível que os jovens e adultos percebam que a escola não apenas 
aceita, mas valoriza os conhecimentos que eles manejam com certa - 
destreza. Ciente disso, o aluno adulto se sentirá mais seguro, mais 
integrado ao fazer escolar”. 
 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um programa do governo federal 
criado com a intenção de atender as necessidades peculiares em cada local ou 
comunidade, oportunizando uma nova chance de estudo as pessoas que não 
tiveram a oportunidade de sentar num banco de escola, enquanto jovens que 
desejam novamente na vida alfabetizado, até porque o programa visa justamente 
mobilizar e educar essas pessoas para sua identidade ser reconhecida. 
Assim, no que tange as práticas pedagógicas, voltada a esse ensino, se faz 
necessário entender que as práticas de ensino a essa pessoa contem uma 
diversidade metodológica cabível ao aprendizado dessa clientela a fim de aplicar um 
ensino que atenda e entenda as necessidades dos alunos envolvidos, numa prática 
envolvente divertida, dinamizada, com a realidade dos alunos, entendendo que seu 
11 
 
dia de trabalho foi cansativo e que o mesmo precisa gostar da aula expostas pelo 
professor. 
Dentro de tudo isso, nossa vivencia no espaço da escola que essas práticas 
muitas vezes não são olhares de forma a valorizar a vida o trabalho e as 
experiências dos alunos e os incentivos a participar nas dinâmicas de sala de aula a 
fim de entenderem que o conhecimento se constrói com participação coletiva. 
 
PROBLEMÁTICA 
 
Observa-se em nosso município de Gurupá que muitos alunos começam o 
ano letivo na EJA, isso se dá devido um grande número de adultos analfabetos em 
todo município, principalmente no meio rural onde fica localizada a maioria das 
escolas e logo depois se percebe um alto índice de desistência, chegando ao final 
do ano letivo salas vazias. Foi por isso que surgiu o interesse em pesquisar acerca 
dessa modalidade EJA, conhecer melhor sua clientela e como deve ser o processo 
de ensino. Assim partiu-se dos seguintes questionamentos: 
Como surgiu a EJA? 
Quem são os alunos que procuram a EJA? 
Quais as dificuldades dos professores para atuarem na modalidade EJA? 
Que metodologias devem ser privilegiadas para o ensino da leitura e da 
escrita dos alunos da EJA? 
 
JUSTIFICATIVA 
 
A sociedade está passando por mudanças principalmente no meio 
educacional. A Educação de Jovens e Adultos é uma necessidade relevante no 
sistema do ensino brasileiro, assim como para a sociedade como um todo. 
De acordo com a Lei de diretrizes bases, LDB 9394/96 (BRASIL, 1996) apud 
Silva (2011), a EJA, do ponto de vista legal, é uma modalidade da educação básica 
oferecida, na atualidade, àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de 
estudos no ensino fundamental e médio na idade própria‖, em que devem ser 
asseguradas, gratuitamente, pelos sistemas de ensino ― oportunidades 
educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus 
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames, sendo 
viabilizado e estimulado pelo Poder Público ―o acesso e a permanência do 
12 
 
trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si, 
conforme contido no artigo 37, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 
LDB 9394/96 (BRASIL, 1996). 
Conforme estudos levantados pela autora, de acordo com a Resolução 
CNE/CEB n. 1/2000 (BRASIL, 2000) esta modalidade possui especificidade própria 
em função do perfil e situação dos estudantes a serem atendidos, do modelo 
pedagógico específico a ser adotado, de modo a assegurar: 
 
I - quanto à equidade, a distribuição específica dos componentes 
curriculares a fim de propiciar um patamar igualitário de formação e 
restabelecer a igualdade de direitos e de oportunidades face ao direito à 
educação; 
II- quanto à diferença, a identificação e o reconhecimento da alteridade 
própria e inseparável dos jovens e dos adultos em seu processo formativo, 
da valorização do mérito de cada qual e do desenvolvimento de seus 
conhecimentos e valores; 
III - quanto à proporcionalidade, a disposição e alocação adequadas dos 
componentes curriculares face às necessidades próprias da Educação de 
Jovens e Adultos com espaços e tempos nos quais as práticas pedagógicas 
assegurem aos seus estudantes identidade formativa comum aos demais 
participantes da escolarização básica (BRASIL, 2000b, pp. 1-2). 
 
Compreende-se que a Educação de Jovens e Adultos (EJA), está entrelaçada 
na modalidade de ensino que visa diminuir o índice de pessoas analfabetas, mais 
conhecida como Ensino Supletivo, e outras formas de educação. 
Porém, hoje, na visão de muitos, a Educação de Jovens e Adultos é vista de 
forma negativa, uma vez que devido o numero muito alto da clientela que busca as 
escolas as salas de aulas de Educação de Jovens e Adultos acabam sendo super 
lotadas, e muitas vezes profissionais sem qualificação para atuar nesta modalidade. 
E acabam acreditando que os alunos não aprendem porque não tem vontade de 
aprender, desta forma o aluno é rotulado de desinteressados, sem refletir acerca da 
realidade que envolve esta problemática. Segundo Silva (2011), cujo objeto vem 
detectar os verdadeiros motivos envolvendo o procedimento e até mesmo sua 
aplicabilidade, quando este pode estar no processo ensino-aprendizagem e na 
relação professor-aluno, pelo fato do mediador não conhecer a realidade da clientela 
da Educação de Jovens e Adultos (SILVA, 2011). 
Este projeto se justifica, portanto, a intenção de buscar conhecer a 
modalidade da EJA para tecer reflexão acerca do processo de ensino voltado para 
essa clientela. Nesse sentido torna-se necessário pesquisar acerca do surgimento 
da EJA, saber quais os conceitos de alfabetização, letramento na educação de 
13 
 
jovens e adultos e quem são os alunos que procuram a EJA e investigar acerca de 
metodologias para propor ações que visem à qualidade efetiva da educação como 
direito dos alunos e dever da família e do estado. 
 
OBJETIVO GERAL 
 
Conhecer a modalidade da EJA para reflexão acerca do processo de ensino 
voltado para essa clientela. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
Pesquisar acerca do surgimento da EJA, 
Conhecer quem são a clientela que procuram a EJA; 
Identificar as dificuldades dos professores para atuarem na modalidade EJA 
Apontar metodologias que são mais adequadas para a prática de alfabetizar 
letrando na modalidade EJA. 
 
RELEVANCIA DO TRABALHO 
 
A presente pesquisa tem como ponto principal abordar a importância da 
Educação de Jovens e Adultos e analisar as práticas metodológicas adotadas nesta 
modalidade de ensino que. atende uma demanda de alunos como: trabalhadores 
rurais, jovens que não tiveram oportunidade na idade certa. A maioria desses alunos 
retornaram às salas de aulas com uma defasagem idade/série que inevitavelmente, 
os trará conflitos variados e mais uma vez evasão. Nessa perspectiva é necessário 
técnicas metodológicas adequadas para a aplicação dos conteúdos para esta 
clientela. 
Este trabalho tem fundamental importância na minha formação como 
acadêmico e profissional, por buscar construir um referencial acerca de um tema tão 
interessante e que pode contribuir com a educação do nosso município em 
especial a Educação de Jovens e Adultos.- EJA. 
 
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO14 
 
O trabalho foi elaborado seguindo a estrutura de uma introdução e três 
capítulos conforme descrita abaixo e destacando o que cada parte aborda e sua 
relevância para a pesquisa. 
Na introdução apresenta-se uma prévia do que consta no corpo do trabalho, 
onde vem descrito a problemática, justificativa e importância da realização da 
pesquisa, objetivos geral e específicos os quais conduzem aos resultados finais. 
No capitulo 1 aborda acerca da fundamentação teórica para a realização da 
pesquisa entre eles: D’Ambrósio (2001), Fonseca (2007), Moraes (2009), Silva 
(2011), LDB 9394/96 (BRASIL, 1996). e outros. que defendem e ponderam sobre a 
EJA. 
No capitulo 2 discute-se a metodologia utilizada no decorrer da elaboração da 
pesquisa, os sujeitos da pesquisa e instrumentos utilizados: questionários, 
No capitulo 3: Apresentaremos os resultados da pesquisa análise e discussão 
e a apresentação de algumas metodologias que são mais adequadas para a prática 
de alfabetizar letrando na modalidade EJA. 
E por fim faremos nossas considerações tecendo nossa reflexão final, 
retomando as questões de pesquisa e apresentando nossas considerações finais, 
ressaltando a importância da pesquisa realizada, seguida das referências e anexos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2 REFERENCIAL TEORICO 
 
2.1 COMO SURGIUA EJA 
 
No início dos anos 80 começara a circular entre educadores, livros e artigos 
que dava conta de uma mudança na forma de compreender o processo de 
alfabetização, deslocavam a ênfase habitualmente posta em “Como se ensina” e 
buscavam descrever “como se aprende”. Tiveram grandes impactos os trabalhos 
que relatava resultados de investigação, em especial à da língua escrita. 
A partir das investigações de como se aprende foi que alguns alfabetizadores 
e técnicos começaram a questionar as práticas de alfabetização com o silabário da 
cartilha, no qual começa a ser substituído por uma variedade de textos 
diversificados, pois: 
 
Letramento aqui é entendido como produto de participação em praticas 
sociais que usa a escrita como sistema simbólico e tecnológico. São 
práticas discursivas que precisam da escrita para torná-las significativa, 
ainda que às vezes não envolvam as atividades específicas de ler e 
escrever. Dessa concepção decorre o entendimento de que, nas 
sociedades urbanas modernas não existe grau zero de letramento, pois nela 
é impossível não participar, de alguma forma, de algumas dessas práticas. 
(BRASIL, 2001, p. 23) 
 
Quando se domina a linguagem se tem a possibilidade de se ter plena 
participação social, porque é através dela é que o homem se comunica, tem acesso 
a informações, produz conhecimentos, expressa e defende seu ponto de vista. 
Assim a escola, tem a função e responsabilidade de garantir a todos os seus alunos 
o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercícios da cidadania. 
Como sabemos, o Brasil é rico em variedades e essa riqueza acaba gerando 
preconceito por parte de muitos, pois se tornou comum considerando as variedades 
linguísticas de menor prestígio como erradas ou inferiores. 
Nessa perspectiva, têm-se várias ferramentas para se olhar a escola com um 
novo viés dentre todos se tem os PCNs que procuram trazer para as escolas um 
olhar mais amplo de educação para o respeito à diferença. Assim, o 
desenvolvimento da capacidade de expressão oral do aluno depende 
consideravelmente de a escola construir-se um ambiente que respeite e acolha a 
diversidade. Mas, sobretudo, depende da escola ensinar-lhe o uso da língua 
adequado a diferentes situações comunicativas. De nada adianta aceitar o aluno 
16 
 
como ele é, mas não lhe oferecer instrumentos para enfrentar situações em que não 
será aceito se reproduzir as formas de expressão próprias de sua comunidade. É 
preciso, portanto, ensinar a utilizar adequadamente em instâncias públicas, a fazer 
uso da língua oral cada vez mais competente. 
Quanto a história da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil apresenta 
muitas variantes desde a colonização brasileira, por estar fortemente relacionada às 
transformações sociais, econômicas, políticas e culturais que moldaram os diversos 
momentos históricos do país. Inicialmente a alfabetização de adultos para os 
colonizadores, tinha como objetivo ensinar a ler e a escrever à população nativa e 
colonos. A intenção era que a população pudesse ler o catecismo e seguir as ordens 
os colonizadores. As ações de Educação de Jovens e Adultos no Brasil de uma 
forma sistemática são recentes, entretanto no Brasil - colônia já se praticava, mas de 
uma forma assistemática e religiosa. 
 
No Brasil Colônia, a referência à população adulta era apenas de educação 
para a doutrinação religiosa, abrangendo um caráter muito mais religioso 
que educacional. Nessa época, pode-se constatar uma fragilidade da 
educação, por não ser esta responsável pela produtividade, o que acabava 
por acarretar descaso por parte dos dirigentes do país (CUNHA, 1999, p, 
36). 
 
Nesta perspectiva a educação era apenas de caráter alfabetização religiosa 
para a doutrinação, e não de caráter educacional, mais atualmente a educação 
passou por muitas mudanças, como a de alfabetização e letramento das pessoas 
que não tiveram acesso a escola na idade certa, um dos objetivos da inclusão da 
Educação de Jovens e Adultos. 
As políticas públicas para essa população começam a se efetivarem apenas 
no Brasil Império com a oferta de cursos de alfabetização no período noturno. Um 
estudo feito pelo então ministro José Bento da Cunha Figueiredo, mostrou que em 
1876 existiam 200 mil alunos estudando, frequentando as salas de aulas noturnas. O 
desenvolvimento industrial do início do século XX alavancou o ensino para jovens e 
adultos, não meramente com objetivos de formação para a cidadania, mas sim, para 
formação de mão de obra como mostra o texto da Proposta Curricular da EJA (1997, 
p. 30). 
A educação básica de adultos começou a delimitar seu lugar na história da 
educação no Brasil a partir da década de 30, quando finalmente começa a se 
17 
 
consolidar um sistema público de educação elementar no país. Neste período, a 
sociedade brasileira passava por grandes transformações, 17 associadas ao 
processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos. A 
oferta de ensino básico gratuito estendia-se consideravelmente, acolhendo setores 
sociais cada vez mais diversos. 
Na década de 40 o Governo brasileiro detecta um elevado índice de adultos 
analfabetos no país. Em 1945 chega ao fim a Ditadura Vargas e os ideais 
democráticos são renovados. Nesse mesmo ano a UNESCO (Organização das 
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) é criada. É neste contexto que 
no ano de 1947 o governo lança a 1ª Campanha para jovens e adultos que tinha 
como objetivo alfabetizá-los no período de 3 meses. 
Depois, seguiria uma etapa de “ação em profundidade”, voltada à capacitação 
profissional e ao desenvolvimento comunitário. Nos primeiros anos, sob a direção do 
professor Lourenço Filho, a campanha conseguiu resultados significativos, 
articulando e ampliando os serviços já existentes e estendendo-os às diversas 
regiões do país. Num curto período de tempo, foram criadas várias escolas 
supletivas, mobilizando esforços das diversas esferas administrativas, de 
profissionais e voluntários. 
O clima de entusiasmo começou a diminuir na década de 50 nesse período, o 
Censo afere 50,5% de analfabetos, e nesse momento têm início as Missões Rurais 
e, em 1952, a Campanha Nacional de Educação Rural. Por volta de 1957 foi criado o 
Serviço de Rádio Educativo Nacional (SIRENA) e em 1958 foi instituída a Campanha 
Nacional de Erradicação do Analfabetismo. Porém, estas iniciativas voltadas à ação 
comunitária em zonas rurais não tiveram o mesmo sucesso e a campanha se 
extinguiu antes do final da década. (Proposta Curricular, RIBEIRO et al, 1997, p. 25). 
Nosanos 60 com o crescimento da urbanização e industrialização tornou-se 
mais ativa a participação popular e efervescência política em torno das reformas de 
base, em decorrência desses fatores em 1960 tem início Movimento de Educação e 
Cultura Popular do Recife, sob governo de Miguel Arraes e no ano seguinte o 
Movimento se estendeu à Paraíba e Rio Grande do Norte em 1961 tem inicio 
Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”, em Natal, no governo de 
Djalma Maranhão. E nesse período foi criado o Movimento de Educação de Base da 
CNBB, já em 1962, Paulo Freire sistematiza o método de alfabetização e a UNE 
incorpora alfabetização às atividades dos Centros Populares de Cultura e por volta 
18 
 
de 1964 têm início preparativos do Programa Nacional de Alfabetização com a 
metodologia Paulo Freire. 
A partir de 1964 o governo militar reprime movimentos de educação e cultura 
popular e faz doações à Cruzada de Ação Básica Cristã – ABC. Ditadura Em 1967 
cria o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e institucionaliza Ensino 
Supletivo. E em 1971 é criada a Lei 5692 de Reforma do Ensino de 1º e 2º Graus 
destina um capítulo ao Ensino Supletivo, que unifica antigos Exames de Madureza, 
e cujo princípio é exposto no parecer do CNE. No final dos anos 70 têm início os 
Centros de Ensino Supletivo e atividades de educação de adultos pelo rádio e TV 
(Projeto Minerva e Ensino Supletivo por meio de Rádio e TV). 
Em 1985 com o primeiro governo civil se encerra Mobral e ele é substituído 
pela Fundação Educar por volta de 1988 a Constituição Federal consagra direito 
público subjetivo dos jovens e adultos ao ensino fundamental gratuito e assume 
obrigação com erradicação do analfabetismo. 
No ano de 1990, considerado o ano Internacional da Alfabetização nesse 
mesmo ano houve a Conferência Mundial de Educação para Todos (Jontiem, 
Tailândia) Com o governo Collor se elimina Fundação Educar e é criado Programa 
Nacional de Alfabetização e Cidadania. – Após impeachment de Collor, 1994, o 
governo Itamar Franco organiza Plano Decenal de Educação e institui Comissão 
Nacional de Educação de Adultos (CNEJA). 
Com o governo FHC faz uma reforma no ensino para descentralizar e focar 
recursos no ensino fundamental de crianças e adolescentes em 1996 é criada a LDB 
que reafirma Constituição e a emenda Constitucional 14 modifica ADCT. Porém, veto 
do Presidente impede contagem das matrículas de EJA no FUNDEF. Assim, o 
Governo Federal lança Alfabetização Solidária e desativa CNEJA, com as políticas 
de aceleração do fluxo escolar e registro de matrículas como ensino regular 
descaracterizam EJA e em 1997 ocorre a V Conferência Internacional de Educação 
de Adultos aprova Declaração de Hamburgo e por volta de 1998 o Governo Federal 
dá início ao Pronera e Recomeço com isso em 1999 o Movimento dos Fóruns de 
EJA cresce e dá início à realização de Encontros Nacionais (ENEJAs) no ano 2000 é 
aprovado o Parecer 11 e Resolução 1 do CNE regulamentam EJA. 
E já em 2003 tem início Década das Nações Unidas para Alfabetização. E o 
governo Lula cria Secretaria Especial e lança Brasil Alfabetizado, o projeto 
Recomeço vira o Fazendo Escola. E no ano de 2004, Ministro Tarso Genro cria 
19 
 
SECAD e reúne programas de alfabetização e educação básica na DEJA, mas 
outros programas ficam fora (Pronera, Escola de Fábrica, ProEJA e Pró Jovem), em 
2006 o Fazendo Escola abrange todo país e o FUNDEB é finalmente votado pelo 
Congresso em 2009 EJA é incluída no PNLD e PNAE. 
 
2.2 CONCEITOS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO DE 
JOVENS E ADULTOS 
 
Até final dos anos 50, a alfabetização de jovens e adultos não contava com 
referencial teórico adequado, sendo utilizados, os mesmos processos e recursos 
metodológicos utilizados com as crianças não adequados para jovens e adultos, 
pois: 
 
As iniciativas e ações que ocorrem neste período passam a margem das 
reflexões e decisões a cerca de um referencial teórico para a área [...] essas 
hipóteses podem ser confirmadas através do comportamento de alguns 
educadores que durante muito tempo reagiram à idéia de mudar a forma de 
ensino para criança adaptando-os através de recursos didáticos a jovens e 
adultos. (MOURA 2001, p.26). 
 
Com base no pensamento de grandes teóricos e defensores da alfabetização 
para jovens e adultos e tendo sempre por trás um conhecimento prático, já testado, 
em favor classes menos favorecidas, principalmente aos trabalhadores, pois esses 
defensores acreditavam que “A educação é o único caminho capaz para 
transformação humana social dos indivíduos, conduzindo-os para uma visão crítica, 
conscientizando e preparando-os para viverem em sociedade e assumindo a sua 
cidadania.” MARX apud MOURA (2001, p.27). 
A partir destes ideais surge outro grande defensor da educação para jovens e 
adultos, Paulo Freire, abrindo novos caminhos e desafiando o mundo através de sua 
proposta nos anos 50, essa nova perspectiva do ensino para jovens e adultos, 
através do círculo da cultura por Paulo Freire, expandiu a oportunidade em alguns 
municípios, ensinando os trabalhadores através de suas teorias liberais e 
libertadoras, abrindo novos horizontes à sabedoria da consciência política e 
revolucionária que partia de sua prática, do contexto sócio-cultural e histórico das 
pessoas. seu trabalho, no período, teve grande repercussão não só no sentido do ler 
e escrever, mas dando maior ênfase à conscientização política de organização das 
camadas populares; foi reprimido diante de seu ato formador. Quando começou a 
20 
 
surgir através da idéia e da utilização dos resultados prestados por ele, que ampliou 
um grande trabalho educacional em vários estados e municípios até a década de 60. 
 E como maior experiência da proposta de Paulo Freire destaca-se o 
município de Angicos, cujos resultados foram de 100% em aprendizagem. Durante 
40 dias, através do círculo da cultura, Freire trabalhou com jovens e adultos a partir 
do contexto individual de cada aluno, juntando as idéias significativas dos mesmos, 
através dos objetos de trabalho para se chegar aos códigos lingüísticos, pois para 
ele saber falar todos tinham domínio, o que faltara era associar a linguagem oral a 
complexidade dos códigos escritos como mostra FREIRE (1996, p.81). [...] “aprender 
a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, 
compreender o seu contexto, não numa manipulação dinâmica que vincula 
linguagem a realidade”. 
Diante desta visão política e inovadora surge no país novos programas para a 
alfabetização de jovens e adultos, mas não vem respondendo o esperado pelos 
governantes, fugindo da política inovadora de Freire e de outros teóricos que 
contribuíram para a formação dos jovens e adultos vindo responder em outras 
propostas, deixando a cada dia o ensino para jovens e adultos sem crédito, 
tornando-se desinteressante para os que buscam recuperar o tempo escolar 
perdido, professores desesperados, desanimados, sem visão do programa e de 
seus objetivos, crescendo cada dia de maneira desordenada a evasão e a 
repetência, por falta da consciência política e moral dos alfabetizadores, que não 
possuem o senso de visão que a escola é o local de progressão e evolução para a 
vida profissional, daquele estudante e trabalhador sofrido e excluído da sociedade 
na qual ele mesmo tenha tentado se incluir. 
As atividades desenvolvidas no processo de ensino da EJA devem ser 
planejadas, elaboradas e desenvolvidas levando em consideração o cotidiano da 
clientela em questão, analisando as particularidades de cada um, por isso esse 
planejamento deverá ser minuciosamente elaborado. 
Nessa concepção, vale ressaltar a utilização dos conhecimentos empíricos 
que os educandos da EJA trazem consigo para a sala de aula, como também 
relacioná-los com o cotidiano, pois, entende-se que não se pode construir um 
conhecimento sem a formação dos conceitosenvolvidos. 
É necessário uma re-elaboração curricular ou Projeto Político Pedagógico da 
escola para que estejam de forma a assegurar estas mudanças. Para isso, é 
21 
 
necessário considerar os educandos na relação dos conceitos existindo assim o 
diálogo, a troca entre o aluno, o professor e o conhecimento. 
 
2.3 A CLIENTELA QUE PROCURA A EJA 
 
A educação de jovens e adultos (EJA) é uma modalidade amparada por lei, e 
voltada para as pessoas que não tiveram acesso ou permanência no ensino regular 
na idade própria. Abrangendo os processos formativos desta modalidade da 
educação básica nas etapas de ensino fundamental e médio, e tem as seguintes 
funções: Função Reparadora: ao reconhecer a igualdade humana de diretrizes e 
acesso aos direitos civis, pela restauração de um direito negado; Função 
Equalizadora: com objetivo de propor igualdade de oportunidade de acesso e 
permanência na escola e Função qualificadora: viabiliza a atualização permanente 
de conhecimento e aprendizagem continua. Ela tem como seus principais princípios: 
Compreensão da inclusão da EJA, EJA integrada a educação profissional, 
Universalização do Ensino Médio, Trabalho como princípio educativo, Pesquisa, 
Gênero e relações étnico-raciais 
Conforme a Lei de Diretrizes de Bases (LDB): 
 
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não 
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio 
na idade própria. 
§ 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jove ns e aos 
adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, 
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do 
alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos 
e exames. 
§ 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do 
trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre 
si. 
 
Destaca a EJA como modalidade da Educação Básica, que deve levar em 
conta o perfil e faixa etária desse grupo. A LDB faz significativo destaque ao Ensino 
na modalidade de EJA, não como Ensino de categoria inferior, mas em atenção às 
especiais necessidades do perfil dos educandos e faixa etária desse grupo. 
A EJA é ministrada em estabelecimentos de Ensino mantidos pelo Poder 
Público ou pela iniciativa privada ela tem por principais objetivos: dar continuidade 
dos estudos para aqueles que não tiveram acesso à escola na idade própria; 
oferecer Garantia de sistematização e apropriação de conhecimento nas diversas 
22 
 
áreas, incorporando novo saber e competências próprias à idade do educando 
jovem e adulto e contribuir para a valorização de espaços educativos que privilegiem 
os intercâmbios de experiências do educando jovem e adulto, visando fortalecer a 
sua auto-estima e identidade cultural, para construção de sua personalidade. 
É importante ressaltar que, boa parte dos jovens que frequentam as salas de 
aulas da EJA, muitas vezes, já assumiu, por força das circunstâncias, papéis 
adultos, já constituíram famílias e já lutam pela sobrevivência das mesmas. Os 
alunos adultos, pais e mães de família, trabalhadores e idosos são alunos que nunca 
estudaram ou que há muito deixaram de estudar em função de terem que atender as 
demandas da família, do trabalho e da sobrevivência e agora vem em busca do 
resgate de sua condição de cidadãos através do estudo. 
 Os alunos da EJA apresentam uma faixa etária cada vez mais juvenil. Esse 
aspecto aponta para alunos do ensino fundamental, ou que, por motivos diversos 
tiveram que interromper seus estudos e agora buscam retomar sua vida estudantil. 
Esse quadro se configurou inicialmente nas totalidades finais, no entanto, 
atualmente, já temos muitos adolescentes nas totalidades iniciais também. 
O grande número de alunos adolescentes e jovens vem demandando da 
escola uma adequação às características dessa faixa etária, sendo que o aspecto da 
socialização tem se mostrado o fator mais atrativo para estes jovens. Os alunos 
adultos têm um terceiro turno de atividades em seu dia, apresentando muitas 
dificuldades de aprendizagem, em função da jornada a que são submetidos. 
As infrequências, que geram afastamentos, evasões e permanências na 
mesma totalidade são fenômenos bem conhecidos na EJA e intimamente ligados ao 
cotidiano desse público. As mais comuns são: violência, processos migratórios, 
subempregos, trabalhos precários e temporários, intempéries, climáticas, demandas 
familiares (gravidez, separações, resistências de maridos, cuidado com os filhos, 
etc.). 
Pode-se dizer que alguns dos objetivos da modalidade de ensino EJA são: 
garantia de sistematizar e apropriação de conhecimento nas diversas áreas, 
incorporando novos saberes e competências próprias à idade do educando jovem e 
adulto, bem como a valorização de ambientes educativos que privilegiem 
intercâmbios de experiências do educando jovem e adulto, visando fortalecer a sua 
autoestima e identidade cultural, para construção de sua personalidade. 
 
23 
 
2.4 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES QUE ATUAM NA EJA 
 
Uma das principais adversidades no que diz respeito ao ensino da EJA é a 
formação de educadores para essa modalidade de ensino em decorrência desse 
fato, há ainda certa falta de parâmetros acerca do perfil do educador de jovens e 
adultos. Sabe-se que a EJA foi, durante muito tempo, vista de forma um pouco às 
marginalizada, pois varias vezes a formação do educador de jovens e adultos 
sempre foi um pouco pelas beiradas, ou seja, nos arredores de onde estava 
acontecendo a EJA. 
Segundo Arroyo (2006, p.19) “A EJA nunca foi algo exclusivamente do 
governo ou do sistema educacional, pelo contrário, sempre se espalhou pela 
sociedade. A educação de jovens e adultos sempre fez parte da dinâmica da 
sociedade, da dinâmica mais emancipadora.” Pode-se dizer que o ensino de jovens 
e adultos está atrelado as diversas formas de se dar liberdade as pessoas e isso de 
certa forma vêm da tradição da EJA. De acordo com Luckesi (1994): 
 
O educador dificilmente poderá desempenhar seu papel na práxi 
pedagógica se não tiver uma certa compreensão da realidade ao qual 
atua... O educador não poderá ser ingênuo no que se refere no 
entendimento da realidade ao qual vive e trabalha. Caso contrário, sua 
atividade profissional nada mais será que reprodutora da sociedade via 
senso comum hegemônico. (Luckesi, 1994 p.117) 
 
Nas formações de educadores de EJA deve-se formar a consciência e a 
identidade de educadores, dos jovens e adultos, eles terão que abrir-se à própria 
sociedade. Os educadores de EJA devem ter coerência política e compreensão do 
universo que é o ensino de jovens e adultos e a que se destina a sua formação 
como educador e como cidadão emancipado. 
Como a EJA é uma modalidade de ensino a um público diferenciado e não 
tem que ser centrado no professor como única fonte de saber, mas, sim, uma 
interação entre professor e alunos sendo preciso que o professor reinvente a 
didática cotidiana para uma melhor organização do seu Trabalho Pedagógico, por 
este motivo o projeto interventivo pode ser de fundamental importância para se 
agregar os saberes dos alunos a alguns assuntos abordados ao currículo da EJA. 
Os educadores da EJA têm que reconhecer as especificidades da educação 
de jovens e adultos, e ter responsabilidade com a formação de seus alunos sujeitos 
em seus tempos e condições de vida. A articulação do ensino a uma concepção de 
24 
 
formação de sujeitos específicos pode ser uma experiência rica e proveitosa para os 
outros tempos humanos e níveis de ensino, educação e formação plena dos 
sujeitos. 
 
2.5 A METODOLOGIA UTILIZADA PELOS PROFESSORES DA EJA 
 
O trabalho com os alunos que atuam na EJA tem que ser de modo 
diferenciado, pois a metodologia a ser desenvolvida com jovens e adultos tem que 
estar fundamentada na realidade dos mesmos, tem de ser dinâmica pelas 
especificidadesdos alunos e se ajustar no desenvolvimento de habilidades utilizadas 
pelo aluno na sua vivência. 
Há de se reconhecer a importância de diferentes momentos de leitura na 
educação de jovens e adultos, como estratégia de leitura do mundo e da sociedade 
mais próxima do aluno e que para a EJA há um currículo, uma metodologia, recursos 
e conteúdos que precisam ser planejados, realizados e analisados visando à 
qualidade de ensino oferecido para esta modalidade de ensino. 
Outro fator importante para a educação de jovens e adultos gira em torno da 
seleção de conteúdos, pois eles são de alto valor pedagógico, que deve estar 
direcionados aos interesses sociais, culturais e históricos do aluno, para que as 
aulas sejam significativas e atraentes, que sirva para o despertar ideológico, 
conduzindo para o meio social como cidadão crítico, questionador e formador de 
opiniões. 
Sabemos que a escola de hoje tem de estar preparada para receber e formar 
jovens e adultos que são frutos de uma sociedade injusta, excludente e para isso é 
preciso, professores dinâmicos, responsáveis, criativos, que sejam capazes de 
inovar e transformar sua sala de aula em um lugar atrativo e estimulador. Como 
mostra MENEGOLLA (1989, p.28), “o professor necessita selecionar os conteúdos 
que não sejam portadores de ideologias destruidoras de individualidades ou que 
venham atender a interesses opostos aos indivíduos”. 
Porém, como há uma visível deficiência na formação dos professores de um 
modo geral, no que diz respeito e EJA à deficiência e mais acentuada, pois muitos 
professores dessa modalidade de ensino que não procuram ser mais criativo em 
suas aulas, pois sabe-se que vivemos em um mundo globalizado e a sociedade 
extra-escolar está a frente do desenvolvimento através das ofertas sociais. Enquanto 
25 
 
a escola se mantém atrasada sem nenhuma condição inovadora para competir com 
o mundo social fora da escola, e com torna-se difícil se reverter principalmente o 
quadro da evasão escolar em especial na EJA, a não ser que o corpo escolar 
procure novas metodologias através da criatividade humana, didática e pedagógica. 
 
2.6 AVALIAÇÃO DOS ALUNOS QUE ESTÃO CURSANDO A EJA 
 
Avaliar se faz necessário na Educação de Jovens e Adultos, pois a avaliação 
exerce dois papéis básicos. A primeira de munir o professor de informações sobre a 
reverência do ensino que ele planejou. Esses subsídios permitem ao professor 
pautar o domínio do conteúdo e o grau de dificuldades. A segunda é a de 
recomendar o momento em que os alunos devem passar para a unidade seguinte. 
Esse estágio de avaliar é predominantemente analítico. 
 Desse modo, avaliar durante o processo de aprendizagem deve ser a 
inquietação central do professor, que precisa levar em conta o envolvimento do 
aluno, o interesse e a participação nas atividades e ainda se está se processado o 
empenho de compreensão. A avaliação da educação de jovens e adultos não deve 
ser atribuído aos alunos como uma forma de apontar seus “erros” e “acertos”. A 
avaliação tem de ser produtiva, tem de ser aquela em que se detectam as 
dificuldades para poder trabalhá-las, criando meios para que os alunos as 
ultrapassem. 
 Os professores ao avaliar seus alunos em especial da EJA precisam levar 
em conta o pouco tempo que seus alunos têm contato com esses conhecimentos 
acadêmicos, que estão sendo sistematizados em sala de aula. Não se deve ter uma 
postura excludente, pois um discurso democrático perde seu efeito diante de 
práticas autoritárias em sala de aula e na escola. Segundo Romão e Gadotti (2007, 
p.17) “[...] para uma justa inclusão dos excluídos [...], Conteúdos desvinculados da 
realidade do aluno pouco contribuem para a sua formação crítica assim como 
metodologias de ensino centradas no ensino (professor) pouco contribuem para a 
autonomia e desenvolvimento do aluno. 
 É necessário formar bons profissionais da educação que se dediquem ao 
cuidado das aprendizagens ao longo da vida”. Porém, o importante é que ao termino 
momento O aluno deve aos poucos ser levado a produzir seus escritos, mas, ele 
não deve ser levado a um primeiro momento a ler para a turma, não porque ele vai 
26 
 
ser avaliado pelo professor, mas sim porque seus textos serão ouvidos por pessoas 
com as quais mantém elos de convivência, seja de amizade, estudo, trabalho, etc. 
isso pode levar ao aluno se retrair prejudicando seu aprendizado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
3 METODOLOGIA 
 
A pesquisa será desenvolvida na zona rural do município de Gurupá e terá 
como sujeito participante os professores da Educação de Jovens e Adultos. Para 
que essa pesquisa fosse melhor desenvolvida adotou-se o estudo de casos e alguns 
procedimentos metodológicos para nortear a pesquisa, o tipo de pesquisa adotado 
foi a de campo, pois se trata de um trabalho que visa uma investigação no local da 
pesquisa e com os sujeitos. Onde as informações que serão obtidas diretamente dos 
sujeitos por meio de registros, ou seja, em seu meio ambiente próprio, sem a 
intervenção do pesquisador não podendo se isolar da prática política, pois todos 
somos parte de uma sociedade. A pesquisa também é de caráter bibliográfico pois 
esse tipo de pesquisa servirá de base para abordar os pressupostos teóricos e 
possíveis problemas encontrados, através de questionários, entrevistas que 
sustentará as discussões das respostas que iremos buscar e analisar. 
Dentre os dois tipos de abordagem a que melhor se encaixa a opção 
epistemológica escolhida é a abordagem qualitativa, pois segundo Severino (2007) a 
mesma leva em conta a subjetividade, a particularidade do objeto de pesquisa. Com 
base em Severino (2007) a pesquisa será de caráter explicativo, pois além de 
registrar e analisar o problema a ser pesquisado, ela irá buscar e identificar os 
pontos positivos e negativos permitindo uma reflexão clara sobre o assunto 
pesquisado. 
 Segundo Severino (2007), ela além de coletar dado permite que conheçamos 
as especificidades do que se pesquisa e, dessa forma se faz uma melhor análise de 
todos os dados coletados, permitindo também, que o pesquisador interfira na 
situação atual do sistema de produção com vistas de modificá-la ou adequá-la, mas 
contanto que isso não interfira no resultado da pesquisa. 
“Como a entrevista é o meio mais usual no trabalho de campo” (MINAYO, 
2002 p.48) ela foi utilizada para se obter dados para a pesquisa. Os dados serão 
coletados a partir de questionários aplicados aos professores que atuam com a 
modalidade EJA. A análise dos dados será feita com base nos questionários, 
observações e anotações a partir de conversa com os sujeitos envolvidos. 
A observação foi importante para esta pesquisa, pois segundo Minayo (2002, 
p.48) “a técnica da observação participante se realiza através do contato direto do 
observador com o fenômeno observado para se obter informações sobre a realidade 
28 
 
dos atores sociais em seus próprios contextos”.Na perspectiva de uma melhor 
interação e transformação neste estudo investigatório Minayo (1996, p. 52) afirma 
que “este questionamento é que permite ultrapassar as simples descobertas para, 
através da criatividade, produzir conhecimentos”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A educação no Brasil passa por constante mudanças a educação de jovens e 
adultos esta inserida neste contexto, com suas especificidades e dificuldades, seja 
ela do professor, aluno ou gestor. 
Segundo Fonseca (2007 p.?), a sala de aula: 
 
É um espaço educacional emergido pelos movimentos sociais, composta 
por histórias de vida de sujeitos que retornam à escola para terem contato 
com a leitura, a escrita e, assim, terem um presente e um futuro com os 
quais possam atingir seus ideais laborais e sociais, o que não é evidenciado 
na educação das crianças, pois esta se pauta no que o aluno virá aser no 
futuro. 
 
Para melhor compreender as dificuldades e os desafios enfrentados pelos 
sujeito que trabalham e estudam na modalidade EJA, realizou-se entrevistas com 
professores e alunos para que se pudesse analisar as dificuldades enfrentadas por 
eles. 
 
4.1 AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS PROFESSORES E ALUNOS NO 
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
A diversidade é uma das principais marcas do corpo discente da EJA: 
diferentes idades, diferentes experiências de vida, diferentes influências culturais. 
Por outro lado, algumas experiências e esperanças são comuns à maioria: 
impossibilidade ou dificuldade de completar os estudos na idade regular, 
necessidades relacionadas ao trabalho, expectativas de aprendizagem e 
desenvolvimento pessoal. 
Primeiramente, perguntamos aos alunos se estudar mais de uma série 
provoca de alguma forma a desistência eles responderam que não, pois isso é uma 
forma de poder concluir os estudos mais rápido, perguntou-se quais benefícios que 
eles têm com estudos e se são fundamentais nas suas profissões eles disseram que 
hoje em dia só se pode ter uma melhora de situação através dos estudos. 
Perguntou-se a opinião deles sobre o que leva os alunos a desistirem na EJA, 
a maioria dos alunos estudou no ensino regular somente alguns poucos só 
começaram a estudar na própria EJA. Destes alunos grande parte estudou até no 
máximo a 4ª série segundo os alunos principal motivo que leva os alunos a 
abandonar os estudos está relacionado à necessidade de trabalhar ou à falta de 
30 
 
dinheiro, a situação financeira é dos fatores relevantes, pois muitas vezes eles têm 
que abandonar a escola para trabalhar no sustento da família outros mencionaram 
motivos ligados às experiências escolares anterior ou se sentiam desmotivado, não 
gostavam da escola, ou tinham problemas com professores ou colegas, reprovação 
e também alegaram por assumirem responsabilidades familiares – gravidez, cuidar 
dos filhos, ajudar os pais. 
Se a necessidade de trabalhar afastou a maior parte dos educandos da 
escola, por outro lado o desejo de conseguir um emprego é também o motivo que 
leva a maioria a retomar os estudos. Entretanto, uma parte dos alunos responderam 
que voltaram a estudar para aprender a ler e escrever para o seu desenvolvimento 
pessoal sendo este como o principal fator que os fez voltar à escola o 
desenvolvimento pessoal como principal razão para retomar os estudos é maior 
entre os alunos mais velhos (com 46 anos ou mais). Perguntou-se a eles qual a 
maior dificuldade para se concluir os estudos na EJA, a ampla maioria dos discentes 
apontou como o principal motivo seu o trabalho pois como a todos são trabalhadores 
rurais e seu cotidiano em seu trabalho e bastante exaustivo e cansativo e muitas 
vezes chegam cansados e sem animo para estudar. 
Por fim perguntou-se a eles qual a importância que eles enxergam na Eja 
hoje. Eles disseram que a EJA é uma grande oportunidade pois, através dela eles 
podem terminar os estudos e ter um futuro melhor. 
Após serem feitas as entrevistas com os alunos fez-se entrevistas com três 
professores que ensinam na EJA. Primeiramente perguntou-se se na opinião deles o 
que provoca o alto índice de desistência na Eja? 
O professor “A” respondeu que para ele na verdade o que mais provoca essa 
triste realidade é que os alunos tem que trabalhar para sustentar suas famílias. O 
professor “B” por sua vez respondeu que muitos acham que não tem mais condições 
de aprender na idade em que estão e que o seu trabalho muito cansativo atrapalha 
nos estudos. O professor “C” disse que pelo seu cotidiano de trabalho ser muito 
cansativo isso atrapalha nos estudos, além disso, a escola não dispõe de merenda 
para eles, pois muitos vêm de longe às vezes do trabalho para a escola e cansados 
e com fome eles não se concentram nas aulas e o aprendizado fica prejudicado. 
Diante das respostas dos professores A, B, e C ficou claro que a carga horária 
excessiva de trabalho é um dos fatores que contribui decisivamente para o 
afastamento na sala de aula tem que se ter em mente que cada um tem seu jeito 
31 
 
próprio de pensar, sentir e ver tem que se perceber que não se aprende só de 
maneira ativa, executando as tarefas, e também exercitando os sentidos, pois eles 
são os instrumentos da inteligência. Roseau diz: 
 
Tem-se grande trabalho em procurar os melhores métodos para ensinar a 
ler e escrever. O mais seguro de todos eles, de que sempre se esquece, é o 
desejo de aprender. Dê a ele esse desejo e abandonem dados e tudo mais, 
e qualquer método será bom. (apud ALMEIDA, 2000, p. 22-23) 
 
Em seguida perguntou-se a eles o que estão fazendo para amenizar o 
problema da evasão na EJA? 
O professor “A” disse que tenta mostrar o verdadeiro papel que a educação 
tem na vida de cada aluno, e que só se pode mudar uma realidade se tiver estudo. 
O professor “B” respondeu procura incentivar e estimular os alunos a não desistirem 
procurando que os alunos mesmos percebam o valor que o estudo pode ter para 
eles e o professor “C” respondeu que faz visitas frequentes a residência dos seus 
alunos para conversar e tentar fazer com que não desistam de estudar. 
Diante das respostas dos professores fica evidente que há certo descaso com 
a educação de jovens e adultos no espaço rural. 
E de acordo com a Lei nº 9394/1996 em seu artigo 4º incisos I e VII informa 
que: 
 
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado 
mediante a garantia de: 
I – Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele 
não tiveram acesso na idade própria; 
(...) 
VII – oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com 
características e modalidades adequadas às suas necessidades e 
disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições 
de acesso e permanência na escola; 
 
 
O que se pode perceber é que a permanência dos alunos da EJA não é só 
tarefa do professor, e sim tarefa de todo o poder público ao acesso e permanência 
desses alunos na escola. 
Logo em seguida perguntou-se aos professores se a escola em que eles 
atuam tem algum tipo de projeto em prol dos alunos da Eja, e quais são eles? 
Todos os professores responderam que não de um modo geral eles disseram 
que quem coordena o polo fala que quem tem que se esforçar pra manter os alunos 
32 
 
na escola é o professor e somos nós que temos que inventar algo para os alunos 
não desistirem a escola ela não se preocupa com a EJA como se preocupa com as 
outras modalidades de ensino. 
Considerando as respostas dos professores observa-se que quando se trata 
de EJA há um descaso, e quando a EJA é no espaço rural o descaso se torna maior, 
conforme as respostas vê-se que os professores é quem tem de se esforçar para em 
prol dos alunos a escola em si não faz nada para melhorar ou pelo menos amenizar 
a evasão nesta modalidade 
Perguntou-se aos professores se a sala de aula em que trabalham 
ministrando as aulas pra EJA é adequada? 
O professor “A” respondeu que não, porque eles têm ao seu dispor poucos 
recursos e sendo a turma localizada na área rural a iluminação é precária. O 
professor “B” disse que não. Que eles trabalham em condições muito precárias há 
falta de material didático, falta de merenda, não há apoio pedagógico, a iluminação é 
deficiente e o transporte dos alunos também. O professor ”C” relatou que a sala é 
inadequada assim como os materiais pedagógico não estão de acordo com a 
realidade dos alunos, há falta de merenda, a iluminação é precária o horário não é 
muito bom e as vezes falta material didático aos alunos. 
Mesmo sendo a sala de aula inadequada há tem de se ter em mente que 
segundo Freire (1996) “ensinar não é transferir conhecimento”, mas é desenvolver 
um trabalho junto com o aluno e está sempre pronto para ouvir o que o mesmo tem 
a dizer, ou seja, o ensino na EJA tem que partir da realidadedo aluno de sua 
vivencia de algo que ele conheça que seja próximo a eles assim os estimulando a 
aprender. 
Por fim perguntou-se aos professores se eles têm alguma formação 
acadêmica? 
Todos os entrevistados responderam que não. a maioria está cursando a 
primeira graduação através do parfor. De um modo geral relataram que essa 
graduação não prioriza também o ensino da EJA e muito embora possam vir a ter 
uma graduação ainda não vão estar preparados para ministrar aula na EJA. 
Através das respostas dos entrevistados o que se pode analisar é que mesmo 
com os professores formados a prática de educar nas escolas depara com pouco de 
interesse pelo avanço de aprender, as atitudes são focadas nos professores que 
ordenam o que fazer, para resolver os problemas, deve-se ver como encaminhar 
33 
 
ensino e aprendizagem, os professores por serem os mediadores entre os 
conhecimentos e os alunos eles devem estar sempre se atualizando e inovando seu 
modo de trabalho, pois: 
 
Como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me 
inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino. Exercer a 
minha curiosidade de forma correta é um direito que tenho como gente e a 
que corresponde o dever de lutar por ele, o direito à curiosidade. Com a 
curiosidade domesticada posso alcançar a memorização mecânica do perfil 
deste ou daquele objeto, mas não o aprendizado real ou o conhecimento 
cabal do objeto. (FREIRE, 1996 p. 33). 
 
No que diz respeito ao ensino da Educação de Jovens e adultos ela precisa 
ser motivadora para os alunos, pois a maioria chega à sala de aula cansada e 
muitas vezes desestimuladas pelas adversidades do trabalho e problemas 
familiares. Nesse sentido, as aprendizagens devem ser contextualizadas à realidade 
do seu cotidiano de maneira que se tornem significativas e prazerosas. 
 
 
3.2- SUGESTÕES DE METODOLOGIAS ADEQUADAS PARA A PRÁTICA DA 
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. 
 
Nos processos de construção de conhecimento sistematizado que se passa 
no interior das salas de aula, muitas práticas e metodologias são adotadas por 
diferentes professores e professoras que levam em consideração sua formação 
pessoal e maneira pela qual foram alfabetizadas reproduzindo muitos exemplos e 
práticas pelos quais foram submetidos na fase de alfabetização. 
Quando o aluno traz a sua realidade para a sala de aula, ocorre uma 
transformação na sua aprendizagem desse modo o conhecimento é avaliado e 
reconstruído, com as transformações que ocorreram no cenário educacional como 
leis e diretrizes que regem a educação nacional, muitas mudanças aconteceram, 
pois o contexto é outro e novas práticas e metodologias são necessárias para 
garantir o desenvolvimento eficiente dos alunos. 
Para esse processo ocorrer é necessário que educadores busquem 
qualificação, formação continuada e a partir dessa nova visão aprimore as sua 
técnicas metodológicas para que este processo se torne eficaz, e que alunos 
passem a compreender de forma sucinta os conteúdos aplicados. 
34 
 
Neste sentido, ao constatar-se as dificuldades apresentadas pelos alunos, 
durante a observação da do cotidiano da turma, houve, alguns levantamentos de 
propostas metodológicas para pelo menos amenizar tais dificuldades, mas ”, tendo 
em vista que os problemas identificados nas observações e nas entrevistas não são 
exclusivos da referida escola, mais fazem parte das dificuldades educacionais nesta 
modalidade de ensino . 
.A partir dos problemas observados enumeraram-se alguns aspectos para que 
possam amenizar alguns problemas observáveis na turma de Alfabetização da EJA: 
1 - que os docentes desenvolvam um ensino com conteúdos mais simples e 
próximo dos alunos; 
2 - Desenvolver uma educação voltada a realidade do aluno; 
3 – Propor que os alunos falem o que se precisa melhorar nas aulas para que 
possam entender suas dificuldades; 
4 - Promover o desenvolvimento de atividades que os alunos sejam capazes 
de absorver conteúdos de modo concreto. 
5 - Promover encontros de professores e alunos de forma mais lúdica. 
6 - Incentivar um maior acesso da leitura fora da escola para que os alunos 
em suas horas vagas treinem não só a leitura mais também a escrita. 
Para tanto, é necessário que a escola faça uma avaliação das atividades 
trabalhadas e repasse para toda comunidade escolar, para que estes contribuam no 
desenvolvimento de atividades na escola, assim estarão ajudando a desenvolver o 
seu próprio currículo escolar. 
Considera-se que o processo de alfabetização é fundamental na vida do ser 
humano, tanto na em seu aspecto social, econômico ou religioso, e é preciso 
determinação e principalmente não desistir dos alunos, para que sejam capazes de 
ler e escrever textos variados. Sabe-se que as dificuldades são muitas, entretanto, a 
luta pode ser compensadora, quando o educador, com seriedade mostra os 
caminhos da aprendizagem para seus alunos. 
 
 
 
 
 
 
35 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com a realização desta pesquisa e os resultados obtidos até o presente 
momento pode-se afirmar que as dificuldades que gestores, professores e alunos da 
(EJA), enfrentam no dia a dia, dificuldades esta que tornam mais difíceis a realização 
desta modalidade. Nesta perspectiva é necessário que educadores possam ter uma 
visão crítica sobre os conceitos que envolvem a Metodologia aplicada em seu 
processo de ensino aprendizagem. Assim, analisando a importância da Educação de 
Jovens e Adultos. 
Por meio do acesso e leitura dos autores, podemos afirmar que 
compartilhamos a ideia que ela apresenta, bem como percebemos a pouca 
produção de conhecimento nessa área. Desse modo é necessário uma formação 
para profissionais da educação, que as pessoas interessadas em tal assunto reflitam 
sobre as peculiaridades existentes na EJA, principalmente em relação às práticas 
pedagógicas que devem ser consideradas para esse alunado e aos conteúdos 
curriculares a serem utilizados para ele, ressaltando os anseios e desejos desses 
jovens e adultos de conhecer cada vez mais o mundo acadêmico que se tem na 
escola, o qual poderá ser utilizado em suas vidas. 
No município de Gurupá nota-se que é bem difícil manter uma turma de EJA 
no espaço rural, pois como não há materiais específicos para ela os professores 
fazem o que é possível para na medida do possível oferecer uma educação de 
qualidade, na maioria das vezes não há merenda para esses alunos e o material 
utilizado por esses alunos (cadernos, canetas, borrachas e lápis) é destinado ao 
ensino fundamental. Esses esforços muitas vezes não são recompensados porque a 
maioria das turmas de EJA não tem prosseguimento visto que a taxa de evasão 
nessa modalidade de ensino na zona rural é bastante alta. 
Com as entrevistas, pode-se afirmar que os alunos de EJA estudar é um 
grande desafio. Os alunos da EJA buscam na escola uma forma de se juntar à 
sociedade dita como letrada. O grande desejo desses educandos é participar, ser 
sujeito ativo na comunidade em que vive, o domínio da leitura e da escrita são 
recursos que possibilitam uma nova visão do mundo, faz-se vital destacar que o 
professor precisa estar atento às necessidades de aprendizagem dos mesmos e 
buscar conhecer a sua origem, seus hábitos, sua realidade social e cultural. 
36 
 
Verificou-se também como é o fazer docente desses profissionais que atuam 
no ensino de jovens e adultos, pelas entrevistas percebe-se que os profissionais 
passam por varias dificuldades no exercício do seu trabalho, porém eles usam a 
criatividade e vários métodos e materiais para pelo menos diminuir o abismo que 
separa a EJA das outras modalidades de ensino (Fundamental e Médio). Notou-se 
também que não há acompanhamento pedagógico para ajudar a ter um melhor 
aproveitamento das aulas, bem como não há valorização profissional. 
E é importante que além de tudo isso a EJA deve proporcionar conteúdos que 
sejam significativos,pois aquilo que não tem significado torna-se mais difícil de ser 
assimilado ainda mais para um público com uma especificidade muito peculiar como 
a EJA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
REFERÊNCIAS 
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proposta. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2000. p.107-193(Parecer 
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para o futuro – Educação de jovens e adultos. Brasília, 1999. 
 
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia : saberes necessários a prática educativa, 
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FONSECA, M. C. F. R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: 
especificidades, desafios e contribuições. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica. 2007 
 
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MINAYO, M. C. de S (org.). Pesquisa Social : teoria método e criatividade. 9 ed. 
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RIBEIRO, D. O Povo Brasileiro : evolução e o sentido do Brasil. São Paulo: 
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perspectivas. Brasília: Líber Livro Editora, 2007. 
 
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38 
 
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HISTÓRICO-CULTURAL : a centralidade do trabalho na aprendizagem e no 
desenvolvimento de trabalhadores precariamente escolarizados. (2011) Tese 
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade 
Federal do Paraná. Curitiba 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES
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APÊNDICE A - Perguntas feitas aos alunos da 1ª etapa da EJA da EMEF São 
Benedito 
 
Em sua opinião, estudar mais de uma série provoca de alguma forma a desistência? 
 
Em sua opinião o que leva os alunos a desistirem na EJA? 
 
Baseado em sua experiência em geral o que leva as pessoas a retomar os estudos? 
 
Qual a maior dificuldade para se concluir os estudos na EJA? 
 
qual a importância você enxergam na Eja hoje? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
APÊNDICE B - Perguntas feitas aos professores da EJA da EMEF São Benedito 
 
Em sua opinião deles o que provoca o alto índice de desistência na EJA? 
 
O que estão fazendo para amenizar o problema da evasão na EJA? 
 
A escola tem algum tipo de projeto em prol dos alunos da EJA, e quais são eles? 
 
A sala de aula em que trabalham ministrando as aulas pra EJA é adequada? 
 
Você tem alguma formação acadêmica?

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