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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA PLANO DE FORMAÇÃO NACIONAL DE PROFESSORES - PARFOR LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA RUBENS RODRIGUES PASTANA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): UMA REFLEXÃO ACERCA DESSA MODALIDADE GURUPÁ 2015 RUBENS RODRGUES PASTANA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): UMA REFLEXÃO ACERCA DESSA MODALIDADE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Rural da Amazônia no PARFOR. Orientadora: Professora Maria Flaviana do Couto da Silva. GURUPÁ 2015 RUBENS RODRIGUES PASTANA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): UMA REFLEXÃO ACERCA DESSA MODALIDADE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Rural da Amazônia no PARFOR. Orientadora: Professora Maria Flaviana do Couto da Silva. BANCA EXAMINADORA: 1. Maria Flaviana do Couto da Silva Orientador Prof./UFRA 2. Jandira de Nazaré Bastos Coimbra Membro Prof./UFRA 3. Heloisa Helena Meireles Baia Conceição Membro Prof./UFRA Julgado em: 29/10/2015. Conceito: Bom. GURUPÁ 2015 Dedico este trabalho a todos os mestres que passaram nesta etapa de minha vida e que contribuíram com a aquisição de novos conhecimentos e aos amigos de turma pela troca de experiência e amizade, a nossa educadora Maria do Carmo que com paciência e prática me orientou para que esse trabalho se concretizasse. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por iluminar todos os dias de minha vida. A minha mãe por sempre me apoiar nas horas difíceis, a todos os nossos professores durante toda nossa trajetória acadêmica conseguiram transmitir conhecimentos para que eu superasse cada etapa desta graduação. “Não é possível ao sujeito ético viver sem estar permanentemente exposto à transgressão da ética. uma de nossas brigas na história, por isso mesmo, é exatamente está: fazer tudo o que possamos em favor da eticidade, sem cair no moralismo hipócrita, ao gosto reconhecidamente farisaico”. Paulo Freire. RESUMO O presente estudo visou investigar e observar o processo de letramento, referentes ao desenvolvimento das habilidades da leitura e da escrita na classe de Alfabetização na 1ª Etapa da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola São Benedito no rio Marajoi em Gurupá-Pa. Para isso buscou-se entender como surgiu a EJA, alguns conceitos de alfabetização e na educação de jovens e adultos, bem como a clientela que procura a EJA, a formação dos professores na EJA, suas metodologias e avaliação dos alunos que estão cursando a EJA. Assim a pesquisa fundamentou-se Almeida (2000), Arroyo (2006), Freire (1996), Moura (2001), Romão e Gadotti (2007). Os procedimentos metodológicos adotados foram baseados em Severino (2007) e Minayo (2002), o trabalho realizado foi um estudo de casos com abordagem qualitativa, que leva em conta a subjetividade, a particularidade do objeto de pesquisa, sendo utilizada como técnica de pesquisa a observação e entrevista com questionários aberto. Procurando desse modo entender o motivo da grande evasão, procurando identificar as dificuldades dos professores em atuarem na modalidade EJA bem como apontar metodologias que são mais adequadas para a prática de alfabetizar na modalidade EJA. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; alfabetização; letramento. ABSTRACT This study aimed to investigate and observe the literacy process, for the development of reading and writing skills in literacy class in Stage 1 of the Youth and Adult Education (EJA) in St. Benedict School in River Marajoi in Gurupá-Pa. For that we sought to understand how did the EJA, some literacy concepts and youth and adult education, as well as the customer base looking for the EJA, the training of teachers in adult education, methodologies and evaluation of students who are enrolled in the EJA . Therefore research was based Almeida (2000), Arroyo (2006), Freire (1996), Moura (2001), Romao and Gadotti (2007). The adopted methodological procedures were based on Severino (2007) and Minayo (2002), the work was a case study with a qualitative approach, which takes into account the subjectivity, the particularity of the research object, being used as a research technique observation and interview with open questionnaires. Thereby seeking to understand the reason for the great escape, trying to identify the difficulties of teachers to work in the EJA modality and to identify methodologies that are better suited for the practice of literacy in adult education mode. Keywords: Education for Youth and Adults; literacy; literacy. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 2 REFENCIAL TEÓRICO ............................... ........................................................... 14 2.1 COMO SURGIU A EJA ............................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 2.2 CONCEITOS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ............................................................................................... 19 2.3 A CLIENTELA QUE PROCURA A EJA ............................................................. 210 2.4 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES QUE ATUAM NA EJA ............................ 23 2.5 A METODOLOGIA UTILIZADA PELOS PROFESSORES DA EJA ..................... 24 2.6 AVALIAÇÃO DOS ALUNOS QUE ESTÃO CURSANDO A EJA ........................... 25 3 METODOLOGIA ..................................... ........ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................... .................................................... 29 4.1 AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS PROFESSORES E ALUNOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ..... 29 4.2 SUGESTÕES DE METODOLOGIAS ADEQUADAS PARA A PRÁTICA DA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. .......................................................... 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................. ........................................................ 35 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37 APÊNDICES ............................................................................................................ 378 APÊNDICE A – Perguntas feitas aos alunos da 1ª etapa da EJA da EMEF São Benedito .................................................................................................................. 379 APÊNDICE B – Perguntas feitas aos professores da EJA da EMEF São Benedito .. 40 10 1 INTRODUÇÃO Segundo Carvalho (2000 p.107), a Educação de Jovens e Adultos - EJA está prevista na LDB 9.424/1996 e classificada como parte integrante da Educação Básica, por isso deve ser encarada com o mesmo compromisso presente no ensino fundamental. Todavia, muitas vezes não é o que se presencia, uma vez que se observa divergências na aplicabilidade deste segmento escolar. O que mais se observa é a falta de profissionais habilitados para trabalhar com adultos, a falta de recursos didáticos, e, sobretudo, a falta de estratégias metodológicas direcionadas para este público específico. São muitos os entraves encontrados por aqueles que buscam alguma experiênciana Educação de Jovens e Adultos. Assim, apesar da importante função social desempenhada por esta modalidade educativa, ainda se evidencia muitas desigualdades com os alunos evadidos do ensino regular. Considerar a Educação de Jovens e Adultos (EJA) um espaço em que devem ser contempladas as peculiaridades de cada sujeito, enfatizando as experiências de vida que eles trazem consigo é algo inegável. Entretanto, para Fonseca (2007). “Há muito a ser feito para que esses sujeitos, donos de suas próprias relações, sejam levados em consideração no ambiente escolar. É imprescindível que os jovens e adultos percebam que a escola não apenas aceita, mas valoriza os conhecimentos que eles manejam com certa - destreza. Ciente disso, o aluno adulto se sentirá mais seguro, mais integrado ao fazer escolar”. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um programa do governo federal criado com a intenção de atender as necessidades peculiares em cada local ou comunidade, oportunizando uma nova chance de estudo as pessoas que não tiveram a oportunidade de sentar num banco de escola, enquanto jovens que desejam novamente na vida alfabetizado, até porque o programa visa justamente mobilizar e educar essas pessoas para sua identidade ser reconhecida. Assim, no que tange as práticas pedagógicas, voltada a esse ensino, se faz necessário entender que as práticas de ensino a essa pessoa contem uma diversidade metodológica cabível ao aprendizado dessa clientela a fim de aplicar um ensino que atenda e entenda as necessidades dos alunos envolvidos, numa prática envolvente divertida, dinamizada, com a realidade dos alunos, entendendo que seu 11 dia de trabalho foi cansativo e que o mesmo precisa gostar da aula expostas pelo professor. Dentro de tudo isso, nossa vivencia no espaço da escola que essas práticas muitas vezes não são olhares de forma a valorizar a vida o trabalho e as experiências dos alunos e os incentivos a participar nas dinâmicas de sala de aula a fim de entenderem que o conhecimento se constrói com participação coletiva. PROBLEMÁTICA Observa-se em nosso município de Gurupá que muitos alunos começam o ano letivo na EJA, isso se dá devido um grande número de adultos analfabetos em todo município, principalmente no meio rural onde fica localizada a maioria das escolas e logo depois se percebe um alto índice de desistência, chegando ao final do ano letivo salas vazias. Foi por isso que surgiu o interesse em pesquisar acerca dessa modalidade EJA, conhecer melhor sua clientela e como deve ser o processo de ensino. Assim partiu-se dos seguintes questionamentos: Como surgiu a EJA? Quem são os alunos que procuram a EJA? Quais as dificuldades dos professores para atuarem na modalidade EJA? Que metodologias devem ser privilegiadas para o ensino da leitura e da escrita dos alunos da EJA? JUSTIFICATIVA A sociedade está passando por mudanças principalmente no meio educacional. A Educação de Jovens e Adultos é uma necessidade relevante no sistema do ensino brasileiro, assim como para a sociedade como um todo. De acordo com a Lei de diretrizes bases, LDB 9394/96 (BRASIL, 1996) apud Silva (2011), a EJA, do ponto de vista legal, é uma modalidade da educação básica oferecida, na atualidade, àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria‖, em que devem ser asseguradas, gratuitamente, pelos sistemas de ensino ― oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames, sendo viabilizado e estimulado pelo Poder Público ―o acesso e a permanência do 12 trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si, conforme contido no artigo 37, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96 (BRASIL, 1996). Conforme estudos levantados pela autora, de acordo com a Resolução CNE/CEB n. 1/2000 (BRASIL, 2000) esta modalidade possui especificidade própria em função do perfil e situação dos estudantes a serem atendidos, do modelo pedagógico específico a ser adotado, de modo a assegurar: I - quanto à equidade, a distribuição específica dos componentes curriculares a fim de propiciar um patamar igualitário de formação e restabelecer a igualdade de direitos e de oportunidades face ao direito à educação; II- quanto à diferença, a identificação e o reconhecimento da alteridade própria e inseparável dos jovens e dos adultos em seu processo formativo, da valorização do mérito de cada qual e do desenvolvimento de seus conhecimentos e valores; III - quanto à proporcionalidade, a disposição e alocação adequadas dos componentes curriculares face às necessidades próprias da Educação de Jovens e Adultos com espaços e tempos nos quais as práticas pedagógicas assegurem aos seus estudantes identidade formativa comum aos demais participantes da escolarização básica (BRASIL, 2000b, pp. 1-2). Compreende-se que a Educação de Jovens e Adultos (EJA), está entrelaçada na modalidade de ensino que visa diminuir o índice de pessoas analfabetas, mais conhecida como Ensino Supletivo, e outras formas de educação. Porém, hoje, na visão de muitos, a Educação de Jovens e Adultos é vista de forma negativa, uma vez que devido o numero muito alto da clientela que busca as escolas as salas de aulas de Educação de Jovens e Adultos acabam sendo super lotadas, e muitas vezes profissionais sem qualificação para atuar nesta modalidade. E acabam acreditando que os alunos não aprendem porque não tem vontade de aprender, desta forma o aluno é rotulado de desinteressados, sem refletir acerca da realidade que envolve esta problemática. Segundo Silva (2011), cujo objeto vem detectar os verdadeiros motivos envolvendo o procedimento e até mesmo sua aplicabilidade, quando este pode estar no processo ensino-aprendizagem e na relação professor-aluno, pelo fato do mediador não conhecer a realidade da clientela da Educação de Jovens e Adultos (SILVA, 2011). Este projeto se justifica, portanto, a intenção de buscar conhecer a modalidade da EJA para tecer reflexão acerca do processo de ensino voltado para essa clientela. Nesse sentido torna-se necessário pesquisar acerca do surgimento da EJA, saber quais os conceitos de alfabetização, letramento na educação de 13 jovens e adultos e quem são os alunos que procuram a EJA e investigar acerca de metodologias para propor ações que visem à qualidade efetiva da educação como direito dos alunos e dever da família e do estado. OBJETIVO GERAL Conhecer a modalidade da EJA para reflexão acerca do processo de ensino voltado para essa clientela. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Pesquisar acerca do surgimento da EJA, Conhecer quem são a clientela que procuram a EJA; Identificar as dificuldades dos professores para atuarem na modalidade EJA Apontar metodologias que são mais adequadas para a prática de alfabetizar letrando na modalidade EJA. RELEVANCIA DO TRABALHO A presente pesquisa tem como ponto principal abordar a importância da Educação de Jovens e Adultos e analisar as práticas metodológicas adotadas nesta modalidade de ensino que. atende uma demanda de alunos como: trabalhadores rurais, jovens que não tiveram oportunidade na idade certa. A maioria desses alunos retornaram às salas de aulas com uma defasagem idade/série que inevitavelmente, os trará conflitos variados e mais uma vez evasão. Nessa perspectiva é necessário técnicas metodológicas adequadas para a aplicação dos conteúdos para esta clientela. Este trabalho tem fundamental importância na minha formação como acadêmico e profissional, por buscar construir um referencial acerca de um tema tão interessante e que pode contribuir com a educação do nosso município em especial a Educação de Jovens e Adultos.- EJA. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO14 O trabalho foi elaborado seguindo a estrutura de uma introdução e três capítulos conforme descrita abaixo e destacando o que cada parte aborda e sua relevância para a pesquisa. Na introdução apresenta-se uma prévia do que consta no corpo do trabalho, onde vem descrito a problemática, justificativa e importância da realização da pesquisa, objetivos geral e específicos os quais conduzem aos resultados finais. No capitulo 1 aborda acerca da fundamentação teórica para a realização da pesquisa entre eles: D’Ambrósio (2001), Fonseca (2007), Moraes (2009), Silva (2011), LDB 9394/96 (BRASIL, 1996). e outros. que defendem e ponderam sobre a EJA. No capitulo 2 discute-se a metodologia utilizada no decorrer da elaboração da pesquisa, os sujeitos da pesquisa e instrumentos utilizados: questionários, No capitulo 3: Apresentaremos os resultados da pesquisa análise e discussão e a apresentação de algumas metodologias que são mais adequadas para a prática de alfabetizar letrando na modalidade EJA. E por fim faremos nossas considerações tecendo nossa reflexão final, retomando as questões de pesquisa e apresentando nossas considerações finais, ressaltando a importância da pesquisa realizada, seguida das referências e anexos. 15 2 REFERENCIAL TEORICO 2.1 COMO SURGIUA EJA No início dos anos 80 começara a circular entre educadores, livros e artigos que dava conta de uma mudança na forma de compreender o processo de alfabetização, deslocavam a ênfase habitualmente posta em “Como se ensina” e buscavam descrever “como se aprende”. Tiveram grandes impactos os trabalhos que relatava resultados de investigação, em especial à da língua escrita. A partir das investigações de como se aprende foi que alguns alfabetizadores e técnicos começaram a questionar as práticas de alfabetização com o silabário da cartilha, no qual começa a ser substituído por uma variedade de textos diversificados, pois: Letramento aqui é entendido como produto de participação em praticas sociais que usa a escrita como sistema simbólico e tecnológico. São práticas discursivas que precisam da escrita para torná-las significativa, ainda que às vezes não envolvam as atividades específicas de ler e escrever. Dessa concepção decorre o entendimento de que, nas sociedades urbanas modernas não existe grau zero de letramento, pois nela é impossível não participar, de alguma forma, de algumas dessas práticas. (BRASIL, 2001, p. 23) Quando se domina a linguagem se tem a possibilidade de se ter plena participação social, porque é através dela é que o homem se comunica, tem acesso a informações, produz conhecimentos, expressa e defende seu ponto de vista. Assim a escola, tem a função e responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercícios da cidadania. Como sabemos, o Brasil é rico em variedades e essa riqueza acaba gerando preconceito por parte de muitos, pois se tornou comum considerando as variedades linguísticas de menor prestígio como erradas ou inferiores. Nessa perspectiva, têm-se várias ferramentas para se olhar a escola com um novo viés dentre todos se tem os PCNs que procuram trazer para as escolas um olhar mais amplo de educação para o respeito à diferença. Assim, o desenvolvimento da capacidade de expressão oral do aluno depende consideravelmente de a escola construir-se um ambiente que respeite e acolha a diversidade. Mas, sobretudo, depende da escola ensinar-lhe o uso da língua adequado a diferentes situações comunicativas. De nada adianta aceitar o aluno 16 como ele é, mas não lhe oferecer instrumentos para enfrentar situações em que não será aceito se reproduzir as formas de expressão próprias de sua comunidade. É preciso, portanto, ensinar a utilizar adequadamente em instâncias públicas, a fazer uso da língua oral cada vez mais competente. Quanto a história da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil apresenta muitas variantes desde a colonização brasileira, por estar fortemente relacionada às transformações sociais, econômicas, políticas e culturais que moldaram os diversos momentos históricos do país. Inicialmente a alfabetização de adultos para os colonizadores, tinha como objetivo ensinar a ler e a escrever à população nativa e colonos. A intenção era que a população pudesse ler o catecismo e seguir as ordens os colonizadores. As ações de Educação de Jovens e Adultos no Brasil de uma forma sistemática são recentes, entretanto no Brasil - colônia já se praticava, mas de uma forma assistemática e religiosa. No Brasil Colônia, a referência à população adulta era apenas de educação para a doutrinação religiosa, abrangendo um caráter muito mais religioso que educacional. Nessa época, pode-se constatar uma fragilidade da educação, por não ser esta responsável pela produtividade, o que acabava por acarretar descaso por parte dos dirigentes do país (CUNHA, 1999, p, 36). Nesta perspectiva a educação era apenas de caráter alfabetização religiosa para a doutrinação, e não de caráter educacional, mais atualmente a educação passou por muitas mudanças, como a de alfabetização e letramento das pessoas que não tiveram acesso a escola na idade certa, um dos objetivos da inclusão da Educação de Jovens e Adultos. As políticas públicas para essa população começam a se efetivarem apenas no Brasil Império com a oferta de cursos de alfabetização no período noturno. Um estudo feito pelo então ministro José Bento da Cunha Figueiredo, mostrou que em 1876 existiam 200 mil alunos estudando, frequentando as salas de aulas noturnas. O desenvolvimento industrial do início do século XX alavancou o ensino para jovens e adultos, não meramente com objetivos de formação para a cidadania, mas sim, para formação de mão de obra como mostra o texto da Proposta Curricular da EJA (1997, p. 30). A educação básica de adultos começou a delimitar seu lugar na história da educação no Brasil a partir da década de 30, quando finalmente começa a se 17 consolidar um sistema público de educação elementar no país. Neste período, a sociedade brasileira passava por grandes transformações, 17 associadas ao processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos. A oferta de ensino básico gratuito estendia-se consideravelmente, acolhendo setores sociais cada vez mais diversos. Na década de 40 o Governo brasileiro detecta um elevado índice de adultos analfabetos no país. Em 1945 chega ao fim a Ditadura Vargas e os ideais democráticos são renovados. Nesse mesmo ano a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) é criada. É neste contexto que no ano de 1947 o governo lança a 1ª Campanha para jovens e adultos que tinha como objetivo alfabetizá-los no período de 3 meses. Depois, seguiria uma etapa de “ação em profundidade”, voltada à capacitação profissional e ao desenvolvimento comunitário. Nos primeiros anos, sob a direção do professor Lourenço Filho, a campanha conseguiu resultados significativos, articulando e ampliando os serviços já existentes e estendendo-os às diversas regiões do país. Num curto período de tempo, foram criadas várias escolas supletivas, mobilizando esforços das diversas esferas administrativas, de profissionais e voluntários. O clima de entusiasmo começou a diminuir na década de 50 nesse período, o Censo afere 50,5% de analfabetos, e nesse momento têm início as Missões Rurais e, em 1952, a Campanha Nacional de Educação Rural. Por volta de 1957 foi criado o Serviço de Rádio Educativo Nacional (SIRENA) e em 1958 foi instituída a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo. Porém, estas iniciativas voltadas à ação comunitária em zonas rurais não tiveram o mesmo sucesso e a campanha se extinguiu antes do final da década. (Proposta Curricular, RIBEIRO et al, 1997, p. 25). Nosanos 60 com o crescimento da urbanização e industrialização tornou-se mais ativa a participação popular e efervescência política em torno das reformas de base, em decorrência desses fatores em 1960 tem início Movimento de Educação e Cultura Popular do Recife, sob governo de Miguel Arraes e no ano seguinte o Movimento se estendeu à Paraíba e Rio Grande do Norte em 1961 tem inicio Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”, em Natal, no governo de Djalma Maranhão. E nesse período foi criado o Movimento de Educação de Base da CNBB, já em 1962, Paulo Freire sistematiza o método de alfabetização e a UNE incorpora alfabetização às atividades dos Centros Populares de Cultura e por volta 18 de 1964 têm início preparativos do Programa Nacional de Alfabetização com a metodologia Paulo Freire. A partir de 1964 o governo militar reprime movimentos de educação e cultura popular e faz doações à Cruzada de Ação Básica Cristã – ABC. Ditadura Em 1967 cria o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e institucionaliza Ensino Supletivo. E em 1971 é criada a Lei 5692 de Reforma do Ensino de 1º e 2º Graus destina um capítulo ao Ensino Supletivo, que unifica antigos Exames de Madureza, e cujo princípio é exposto no parecer do CNE. No final dos anos 70 têm início os Centros de Ensino Supletivo e atividades de educação de adultos pelo rádio e TV (Projeto Minerva e Ensino Supletivo por meio de Rádio e TV). Em 1985 com o primeiro governo civil se encerra Mobral e ele é substituído pela Fundação Educar por volta de 1988 a Constituição Federal consagra direito público subjetivo dos jovens e adultos ao ensino fundamental gratuito e assume obrigação com erradicação do analfabetismo. No ano de 1990, considerado o ano Internacional da Alfabetização nesse mesmo ano houve a Conferência Mundial de Educação para Todos (Jontiem, Tailândia) Com o governo Collor se elimina Fundação Educar e é criado Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania. – Após impeachment de Collor, 1994, o governo Itamar Franco organiza Plano Decenal de Educação e institui Comissão Nacional de Educação de Adultos (CNEJA). Com o governo FHC faz uma reforma no ensino para descentralizar e focar recursos no ensino fundamental de crianças e adolescentes em 1996 é criada a LDB que reafirma Constituição e a emenda Constitucional 14 modifica ADCT. Porém, veto do Presidente impede contagem das matrículas de EJA no FUNDEF. Assim, o Governo Federal lança Alfabetização Solidária e desativa CNEJA, com as políticas de aceleração do fluxo escolar e registro de matrículas como ensino regular descaracterizam EJA e em 1997 ocorre a V Conferência Internacional de Educação de Adultos aprova Declaração de Hamburgo e por volta de 1998 o Governo Federal dá início ao Pronera e Recomeço com isso em 1999 o Movimento dos Fóruns de EJA cresce e dá início à realização de Encontros Nacionais (ENEJAs) no ano 2000 é aprovado o Parecer 11 e Resolução 1 do CNE regulamentam EJA. E já em 2003 tem início Década das Nações Unidas para Alfabetização. E o governo Lula cria Secretaria Especial e lança Brasil Alfabetizado, o projeto Recomeço vira o Fazendo Escola. E no ano de 2004, Ministro Tarso Genro cria 19 SECAD e reúne programas de alfabetização e educação básica na DEJA, mas outros programas ficam fora (Pronera, Escola de Fábrica, ProEJA e Pró Jovem), em 2006 o Fazendo Escola abrange todo país e o FUNDEB é finalmente votado pelo Congresso em 2009 EJA é incluída no PNLD e PNAE. 2.2 CONCEITOS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Até final dos anos 50, a alfabetização de jovens e adultos não contava com referencial teórico adequado, sendo utilizados, os mesmos processos e recursos metodológicos utilizados com as crianças não adequados para jovens e adultos, pois: As iniciativas e ações que ocorrem neste período passam a margem das reflexões e decisões a cerca de um referencial teórico para a área [...] essas hipóteses podem ser confirmadas através do comportamento de alguns educadores que durante muito tempo reagiram à idéia de mudar a forma de ensino para criança adaptando-os através de recursos didáticos a jovens e adultos. (MOURA 2001, p.26). Com base no pensamento de grandes teóricos e defensores da alfabetização para jovens e adultos e tendo sempre por trás um conhecimento prático, já testado, em favor classes menos favorecidas, principalmente aos trabalhadores, pois esses defensores acreditavam que “A educação é o único caminho capaz para transformação humana social dos indivíduos, conduzindo-os para uma visão crítica, conscientizando e preparando-os para viverem em sociedade e assumindo a sua cidadania.” MARX apud MOURA (2001, p.27). A partir destes ideais surge outro grande defensor da educação para jovens e adultos, Paulo Freire, abrindo novos caminhos e desafiando o mundo através de sua proposta nos anos 50, essa nova perspectiva do ensino para jovens e adultos, através do círculo da cultura por Paulo Freire, expandiu a oportunidade em alguns municípios, ensinando os trabalhadores através de suas teorias liberais e libertadoras, abrindo novos horizontes à sabedoria da consciência política e revolucionária que partia de sua prática, do contexto sócio-cultural e histórico das pessoas. seu trabalho, no período, teve grande repercussão não só no sentido do ler e escrever, mas dando maior ênfase à conscientização política de organização das camadas populares; foi reprimido diante de seu ato formador. Quando começou a 20 surgir através da idéia e da utilização dos resultados prestados por ele, que ampliou um grande trabalho educacional em vários estados e municípios até a década de 60. E como maior experiência da proposta de Paulo Freire destaca-se o município de Angicos, cujos resultados foram de 100% em aprendizagem. Durante 40 dias, através do círculo da cultura, Freire trabalhou com jovens e adultos a partir do contexto individual de cada aluno, juntando as idéias significativas dos mesmos, através dos objetos de trabalho para se chegar aos códigos lingüísticos, pois para ele saber falar todos tinham domínio, o que faltara era associar a linguagem oral a complexidade dos códigos escritos como mostra FREIRE (1996, p.81). [...] “aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação dinâmica que vincula linguagem a realidade”. Diante desta visão política e inovadora surge no país novos programas para a alfabetização de jovens e adultos, mas não vem respondendo o esperado pelos governantes, fugindo da política inovadora de Freire e de outros teóricos que contribuíram para a formação dos jovens e adultos vindo responder em outras propostas, deixando a cada dia o ensino para jovens e adultos sem crédito, tornando-se desinteressante para os que buscam recuperar o tempo escolar perdido, professores desesperados, desanimados, sem visão do programa e de seus objetivos, crescendo cada dia de maneira desordenada a evasão e a repetência, por falta da consciência política e moral dos alfabetizadores, que não possuem o senso de visão que a escola é o local de progressão e evolução para a vida profissional, daquele estudante e trabalhador sofrido e excluído da sociedade na qual ele mesmo tenha tentado se incluir. As atividades desenvolvidas no processo de ensino da EJA devem ser planejadas, elaboradas e desenvolvidas levando em consideração o cotidiano da clientela em questão, analisando as particularidades de cada um, por isso esse planejamento deverá ser minuciosamente elaborado. Nessa concepção, vale ressaltar a utilização dos conhecimentos empíricos que os educandos da EJA trazem consigo para a sala de aula, como também relacioná-los com o cotidiano, pois, entende-se que não se pode construir um conhecimento sem a formação dos conceitosenvolvidos. É necessário uma re-elaboração curricular ou Projeto Político Pedagógico da escola para que estejam de forma a assegurar estas mudanças. Para isso, é 21 necessário considerar os educandos na relação dos conceitos existindo assim o diálogo, a troca entre o aluno, o professor e o conhecimento. 2.3 A CLIENTELA QUE PROCURA A EJA A educação de jovens e adultos (EJA) é uma modalidade amparada por lei, e voltada para as pessoas que não tiveram acesso ou permanência no ensino regular na idade própria. Abrangendo os processos formativos desta modalidade da educação básica nas etapas de ensino fundamental e médio, e tem as seguintes funções: Função Reparadora: ao reconhecer a igualdade humana de diretrizes e acesso aos direitos civis, pela restauração de um direito negado; Função Equalizadora: com objetivo de propor igualdade de oportunidade de acesso e permanência na escola e Função qualificadora: viabiliza a atualização permanente de conhecimento e aprendizagem continua. Ela tem como seus principais princípios: Compreensão da inclusão da EJA, EJA integrada a educação profissional, Universalização do Ensino Médio, Trabalho como princípio educativo, Pesquisa, Gênero e relações étnico-raciais Conforme a Lei de Diretrizes de Bases (LDB): Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jove ns e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. Destaca a EJA como modalidade da Educação Básica, que deve levar em conta o perfil e faixa etária desse grupo. A LDB faz significativo destaque ao Ensino na modalidade de EJA, não como Ensino de categoria inferior, mas em atenção às especiais necessidades do perfil dos educandos e faixa etária desse grupo. A EJA é ministrada em estabelecimentos de Ensino mantidos pelo Poder Público ou pela iniciativa privada ela tem por principais objetivos: dar continuidade dos estudos para aqueles que não tiveram acesso à escola na idade própria; oferecer Garantia de sistematização e apropriação de conhecimento nas diversas 22 áreas, incorporando novo saber e competências próprias à idade do educando jovem e adulto e contribuir para a valorização de espaços educativos que privilegiem os intercâmbios de experiências do educando jovem e adulto, visando fortalecer a sua auto-estima e identidade cultural, para construção de sua personalidade. É importante ressaltar que, boa parte dos jovens que frequentam as salas de aulas da EJA, muitas vezes, já assumiu, por força das circunstâncias, papéis adultos, já constituíram famílias e já lutam pela sobrevivência das mesmas. Os alunos adultos, pais e mães de família, trabalhadores e idosos são alunos que nunca estudaram ou que há muito deixaram de estudar em função de terem que atender as demandas da família, do trabalho e da sobrevivência e agora vem em busca do resgate de sua condição de cidadãos através do estudo. Os alunos da EJA apresentam uma faixa etária cada vez mais juvenil. Esse aspecto aponta para alunos do ensino fundamental, ou que, por motivos diversos tiveram que interromper seus estudos e agora buscam retomar sua vida estudantil. Esse quadro se configurou inicialmente nas totalidades finais, no entanto, atualmente, já temos muitos adolescentes nas totalidades iniciais também. O grande número de alunos adolescentes e jovens vem demandando da escola uma adequação às características dessa faixa etária, sendo que o aspecto da socialização tem se mostrado o fator mais atrativo para estes jovens. Os alunos adultos têm um terceiro turno de atividades em seu dia, apresentando muitas dificuldades de aprendizagem, em função da jornada a que são submetidos. As infrequências, que geram afastamentos, evasões e permanências na mesma totalidade são fenômenos bem conhecidos na EJA e intimamente ligados ao cotidiano desse público. As mais comuns são: violência, processos migratórios, subempregos, trabalhos precários e temporários, intempéries, climáticas, demandas familiares (gravidez, separações, resistências de maridos, cuidado com os filhos, etc.). Pode-se dizer que alguns dos objetivos da modalidade de ensino EJA são: garantia de sistematizar e apropriação de conhecimento nas diversas áreas, incorporando novos saberes e competências próprias à idade do educando jovem e adulto, bem como a valorização de ambientes educativos que privilegiem intercâmbios de experiências do educando jovem e adulto, visando fortalecer a sua autoestima e identidade cultural, para construção de sua personalidade. 23 2.4 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES QUE ATUAM NA EJA Uma das principais adversidades no que diz respeito ao ensino da EJA é a formação de educadores para essa modalidade de ensino em decorrência desse fato, há ainda certa falta de parâmetros acerca do perfil do educador de jovens e adultos. Sabe-se que a EJA foi, durante muito tempo, vista de forma um pouco às marginalizada, pois varias vezes a formação do educador de jovens e adultos sempre foi um pouco pelas beiradas, ou seja, nos arredores de onde estava acontecendo a EJA. Segundo Arroyo (2006, p.19) “A EJA nunca foi algo exclusivamente do governo ou do sistema educacional, pelo contrário, sempre se espalhou pela sociedade. A educação de jovens e adultos sempre fez parte da dinâmica da sociedade, da dinâmica mais emancipadora.” Pode-se dizer que o ensino de jovens e adultos está atrelado as diversas formas de se dar liberdade as pessoas e isso de certa forma vêm da tradição da EJA. De acordo com Luckesi (1994): O educador dificilmente poderá desempenhar seu papel na práxi pedagógica se não tiver uma certa compreensão da realidade ao qual atua... O educador não poderá ser ingênuo no que se refere no entendimento da realidade ao qual vive e trabalha. Caso contrário, sua atividade profissional nada mais será que reprodutora da sociedade via senso comum hegemônico. (Luckesi, 1994 p.117) Nas formações de educadores de EJA deve-se formar a consciência e a identidade de educadores, dos jovens e adultos, eles terão que abrir-se à própria sociedade. Os educadores de EJA devem ter coerência política e compreensão do universo que é o ensino de jovens e adultos e a que se destina a sua formação como educador e como cidadão emancipado. Como a EJA é uma modalidade de ensino a um público diferenciado e não tem que ser centrado no professor como única fonte de saber, mas, sim, uma interação entre professor e alunos sendo preciso que o professor reinvente a didática cotidiana para uma melhor organização do seu Trabalho Pedagógico, por este motivo o projeto interventivo pode ser de fundamental importância para se agregar os saberes dos alunos a alguns assuntos abordados ao currículo da EJA. Os educadores da EJA têm que reconhecer as especificidades da educação de jovens e adultos, e ter responsabilidade com a formação de seus alunos sujeitos em seus tempos e condições de vida. A articulação do ensino a uma concepção de 24 formação de sujeitos específicos pode ser uma experiência rica e proveitosa para os outros tempos humanos e níveis de ensino, educação e formação plena dos sujeitos. 2.5 A METODOLOGIA UTILIZADA PELOS PROFESSORES DA EJA O trabalho com os alunos que atuam na EJA tem que ser de modo diferenciado, pois a metodologia a ser desenvolvida com jovens e adultos tem que estar fundamentada na realidade dos mesmos, tem de ser dinâmica pelas especificidadesdos alunos e se ajustar no desenvolvimento de habilidades utilizadas pelo aluno na sua vivência. Há de se reconhecer a importância de diferentes momentos de leitura na educação de jovens e adultos, como estratégia de leitura do mundo e da sociedade mais próxima do aluno e que para a EJA há um currículo, uma metodologia, recursos e conteúdos que precisam ser planejados, realizados e analisados visando à qualidade de ensino oferecido para esta modalidade de ensino. Outro fator importante para a educação de jovens e adultos gira em torno da seleção de conteúdos, pois eles são de alto valor pedagógico, que deve estar direcionados aos interesses sociais, culturais e históricos do aluno, para que as aulas sejam significativas e atraentes, que sirva para o despertar ideológico, conduzindo para o meio social como cidadão crítico, questionador e formador de opiniões. Sabemos que a escola de hoje tem de estar preparada para receber e formar jovens e adultos que são frutos de uma sociedade injusta, excludente e para isso é preciso, professores dinâmicos, responsáveis, criativos, que sejam capazes de inovar e transformar sua sala de aula em um lugar atrativo e estimulador. Como mostra MENEGOLLA (1989, p.28), “o professor necessita selecionar os conteúdos que não sejam portadores de ideologias destruidoras de individualidades ou que venham atender a interesses opostos aos indivíduos”. Porém, como há uma visível deficiência na formação dos professores de um modo geral, no que diz respeito e EJA à deficiência e mais acentuada, pois muitos professores dessa modalidade de ensino que não procuram ser mais criativo em suas aulas, pois sabe-se que vivemos em um mundo globalizado e a sociedade extra-escolar está a frente do desenvolvimento através das ofertas sociais. Enquanto 25 a escola se mantém atrasada sem nenhuma condição inovadora para competir com o mundo social fora da escola, e com torna-se difícil se reverter principalmente o quadro da evasão escolar em especial na EJA, a não ser que o corpo escolar procure novas metodologias através da criatividade humana, didática e pedagógica. 2.6 AVALIAÇÃO DOS ALUNOS QUE ESTÃO CURSANDO A EJA Avaliar se faz necessário na Educação de Jovens e Adultos, pois a avaliação exerce dois papéis básicos. A primeira de munir o professor de informações sobre a reverência do ensino que ele planejou. Esses subsídios permitem ao professor pautar o domínio do conteúdo e o grau de dificuldades. A segunda é a de recomendar o momento em que os alunos devem passar para a unidade seguinte. Esse estágio de avaliar é predominantemente analítico. Desse modo, avaliar durante o processo de aprendizagem deve ser a inquietação central do professor, que precisa levar em conta o envolvimento do aluno, o interesse e a participação nas atividades e ainda se está se processado o empenho de compreensão. A avaliação da educação de jovens e adultos não deve ser atribuído aos alunos como uma forma de apontar seus “erros” e “acertos”. A avaliação tem de ser produtiva, tem de ser aquela em que se detectam as dificuldades para poder trabalhá-las, criando meios para que os alunos as ultrapassem. Os professores ao avaliar seus alunos em especial da EJA precisam levar em conta o pouco tempo que seus alunos têm contato com esses conhecimentos acadêmicos, que estão sendo sistematizados em sala de aula. Não se deve ter uma postura excludente, pois um discurso democrático perde seu efeito diante de práticas autoritárias em sala de aula e na escola. Segundo Romão e Gadotti (2007, p.17) “[...] para uma justa inclusão dos excluídos [...], Conteúdos desvinculados da realidade do aluno pouco contribuem para a sua formação crítica assim como metodologias de ensino centradas no ensino (professor) pouco contribuem para a autonomia e desenvolvimento do aluno. É necessário formar bons profissionais da educação que se dediquem ao cuidado das aprendizagens ao longo da vida”. Porém, o importante é que ao termino momento O aluno deve aos poucos ser levado a produzir seus escritos, mas, ele não deve ser levado a um primeiro momento a ler para a turma, não porque ele vai 26 ser avaliado pelo professor, mas sim porque seus textos serão ouvidos por pessoas com as quais mantém elos de convivência, seja de amizade, estudo, trabalho, etc. isso pode levar ao aluno se retrair prejudicando seu aprendizado 27 3 METODOLOGIA A pesquisa será desenvolvida na zona rural do município de Gurupá e terá como sujeito participante os professores da Educação de Jovens e Adultos. Para que essa pesquisa fosse melhor desenvolvida adotou-se o estudo de casos e alguns procedimentos metodológicos para nortear a pesquisa, o tipo de pesquisa adotado foi a de campo, pois se trata de um trabalho que visa uma investigação no local da pesquisa e com os sujeitos. Onde as informações que serão obtidas diretamente dos sujeitos por meio de registros, ou seja, em seu meio ambiente próprio, sem a intervenção do pesquisador não podendo se isolar da prática política, pois todos somos parte de uma sociedade. A pesquisa também é de caráter bibliográfico pois esse tipo de pesquisa servirá de base para abordar os pressupostos teóricos e possíveis problemas encontrados, através de questionários, entrevistas que sustentará as discussões das respostas que iremos buscar e analisar. Dentre os dois tipos de abordagem a que melhor se encaixa a opção epistemológica escolhida é a abordagem qualitativa, pois segundo Severino (2007) a mesma leva em conta a subjetividade, a particularidade do objeto de pesquisa. Com base em Severino (2007) a pesquisa será de caráter explicativo, pois além de registrar e analisar o problema a ser pesquisado, ela irá buscar e identificar os pontos positivos e negativos permitindo uma reflexão clara sobre o assunto pesquisado. Segundo Severino (2007), ela além de coletar dado permite que conheçamos as especificidades do que se pesquisa e, dessa forma se faz uma melhor análise de todos os dados coletados, permitindo também, que o pesquisador interfira na situação atual do sistema de produção com vistas de modificá-la ou adequá-la, mas contanto que isso não interfira no resultado da pesquisa. “Como a entrevista é o meio mais usual no trabalho de campo” (MINAYO, 2002 p.48) ela foi utilizada para se obter dados para a pesquisa. Os dados serão coletados a partir de questionários aplicados aos professores que atuam com a modalidade EJA. A análise dos dados será feita com base nos questionários, observações e anotações a partir de conversa com os sujeitos envolvidos. A observação foi importante para esta pesquisa, pois segundo Minayo (2002, p.48) “a técnica da observação participante se realiza através do contato direto do observador com o fenômeno observado para se obter informações sobre a realidade 28 dos atores sociais em seus próprios contextos”.Na perspectiva de uma melhor interação e transformação neste estudo investigatório Minayo (1996, p. 52) afirma que “este questionamento é que permite ultrapassar as simples descobertas para, através da criatividade, produzir conhecimentos”. 29 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A educação no Brasil passa por constante mudanças a educação de jovens e adultos esta inserida neste contexto, com suas especificidades e dificuldades, seja ela do professor, aluno ou gestor. Segundo Fonseca (2007 p.?), a sala de aula: É um espaço educacional emergido pelos movimentos sociais, composta por histórias de vida de sujeitos que retornam à escola para terem contato com a leitura, a escrita e, assim, terem um presente e um futuro com os quais possam atingir seus ideais laborais e sociais, o que não é evidenciado na educação das crianças, pois esta se pauta no que o aluno virá aser no futuro. Para melhor compreender as dificuldades e os desafios enfrentados pelos sujeito que trabalham e estudam na modalidade EJA, realizou-se entrevistas com professores e alunos para que se pudesse analisar as dificuldades enfrentadas por eles. 4.1 AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS PROFESSORES E ALUNOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A diversidade é uma das principais marcas do corpo discente da EJA: diferentes idades, diferentes experiências de vida, diferentes influências culturais. Por outro lado, algumas experiências e esperanças são comuns à maioria: impossibilidade ou dificuldade de completar os estudos na idade regular, necessidades relacionadas ao trabalho, expectativas de aprendizagem e desenvolvimento pessoal. Primeiramente, perguntamos aos alunos se estudar mais de uma série provoca de alguma forma a desistência eles responderam que não, pois isso é uma forma de poder concluir os estudos mais rápido, perguntou-se quais benefícios que eles têm com estudos e se são fundamentais nas suas profissões eles disseram que hoje em dia só se pode ter uma melhora de situação através dos estudos. Perguntou-se a opinião deles sobre o que leva os alunos a desistirem na EJA, a maioria dos alunos estudou no ensino regular somente alguns poucos só começaram a estudar na própria EJA. Destes alunos grande parte estudou até no máximo a 4ª série segundo os alunos principal motivo que leva os alunos a abandonar os estudos está relacionado à necessidade de trabalhar ou à falta de 30 dinheiro, a situação financeira é dos fatores relevantes, pois muitas vezes eles têm que abandonar a escola para trabalhar no sustento da família outros mencionaram motivos ligados às experiências escolares anterior ou se sentiam desmotivado, não gostavam da escola, ou tinham problemas com professores ou colegas, reprovação e também alegaram por assumirem responsabilidades familiares – gravidez, cuidar dos filhos, ajudar os pais. Se a necessidade de trabalhar afastou a maior parte dos educandos da escola, por outro lado o desejo de conseguir um emprego é também o motivo que leva a maioria a retomar os estudos. Entretanto, uma parte dos alunos responderam que voltaram a estudar para aprender a ler e escrever para o seu desenvolvimento pessoal sendo este como o principal fator que os fez voltar à escola o desenvolvimento pessoal como principal razão para retomar os estudos é maior entre os alunos mais velhos (com 46 anos ou mais). Perguntou-se a eles qual a maior dificuldade para se concluir os estudos na EJA, a ampla maioria dos discentes apontou como o principal motivo seu o trabalho pois como a todos são trabalhadores rurais e seu cotidiano em seu trabalho e bastante exaustivo e cansativo e muitas vezes chegam cansados e sem animo para estudar. Por fim perguntou-se a eles qual a importância que eles enxergam na Eja hoje. Eles disseram que a EJA é uma grande oportunidade pois, através dela eles podem terminar os estudos e ter um futuro melhor. Após serem feitas as entrevistas com os alunos fez-se entrevistas com três professores que ensinam na EJA. Primeiramente perguntou-se se na opinião deles o que provoca o alto índice de desistência na Eja? O professor “A” respondeu que para ele na verdade o que mais provoca essa triste realidade é que os alunos tem que trabalhar para sustentar suas famílias. O professor “B” por sua vez respondeu que muitos acham que não tem mais condições de aprender na idade em que estão e que o seu trabalho muito cansativo atrapalha nos estudos. O professor “C” disse que pelo seu cotidiano de trabalho ser muito cansativo isso atrapalha nos estudos, além disso, a escola não dispõe de merenda para eles, pois muitos vêm de longe às vezes do trabalho para a escola e cansados e com fome eles não se concentram nas aulas e o aprendizado fica prejudicado. Diante das respostas dos professores A, B, e C ficou claro que a carga horária excessiva de trabalho é um dos fatores que contribui decisivamente para o afastamento na sala de aula tem que se ter em mente que cada um tem seu jeito 31 próprio de pensar, sentir e ver tem que se perceber que não se aprende só de maneira ativa, executando as tarefas, e também exercitando os sentidos, pois eles são os instrumentos da inteligência. Roseau diz: Tem-se grande trabalho em procurar os melhores métodos para ensinar a ler e escrever. O mais seguro de todos eles, de que sempre se esquece, é o desejo de aprender. Dê a ele esse desejo e abandonem dados e tudo mais, e qualquer método será bom. (apud ALMEIDA, 2000, p. 22-23) Em seguida perguntou-se a eles o que estão fazendo para amenizar o problema da evasão na EJA? O professor “A” disse que tenta mostrar o verdadeiro papel que a educação tem na vida de cada aluno, e que só se pode mudar uma realidade se tiver estudo. O professor “B” respondeu procura incentivar e estimular os alunos a não desistirem procurando que os alunos mesmos percebam o valor que o estudo pode ter para eles e o professor “C” respondeu que faz visitas frequentes a residência dos seus alunos para conversar e tentar fazer com que não desistam de estudar. Diante das respostas dos professores fica evidente que há certo descaso com a educação de jovens e adultos no espaço rural. E de acordo com a Lei nº 9394/1996 em seu artigo 4º incisos I e VII informa que: Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: I – Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; (...) VII – oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola; O que se pode perceber é que a permanência dos alunos da EJA não é só tarefa do professor, e sim tarefa de todo o poder público ao acesso e permanência desses alunos na escola. Logo em seguida perguntou-se aos professores se a escola em que eles atuam tem algum tipo de projeto em prol dos alunos da Eja, e quais são eles? Todos os professores responderam que não de um modo geral eles disseram que quem coordena o polo fala que quem tem que se esforçar pra manter os alunos 32 na escola é o professor e somos nós que temos que inventar algo para os alunos não desistirem a escola ela não se preocupa com a EJA como se preocupa com as outras modalidades de ensino. Considerando as respostas dos professores observa-se que quando se trata de EJA há um descaso, e quando a EJA é no espaço rural o descaso se torna maior, conforme as respostas vê-se que os professores é quem tem de se esforçar para em prol dos alunos a escola em si não faz nada para melhorar ou pelo menos amenizar a evasão nesta modalidade Perguntou-se aos professores se a sala de aula em que trabalham ministrando as aulas pra EJA é adequada? O professor “A” respondeu que não, porque eles têm ao seu dispor poucos recursos e sendo a turma localizada na área rural a iluminação é precária. O professor “B” disse que não. Que eles trabalham em condições muito precárias há falta de material didático, falta de merenda, não há apoio pedagógico, a iluminação é deficiente e o transporte dos alunos também. O professor ”C” relatou que a sala é inadequada assim como os materiais pedagógico não estão de acordo com a realidade dos alunos, há falta de merenda, a iluminação é precária o horário não é muito bom e as vezes falta material didático aos alunos. Mesmo sendo a sala de aula inadequada há tem de se ter em mente que segundo Freire (1996) “ensinar não é transferir conhecimento”, mas é desenvolver um trabalho junto com o aluno e está sempre pronto para ouvir o que o mesmo tem a dizer, ou seja, o ensino na EJA tem que partir da realidadedo aluno de sua vivencia de algo que ele conheça que seja próximo a eles assim os estimulando a aprender. Por fim perguntou-se aos professores se eles têm alguma formação acadêmica? Todos os entrevistados responderam que não. a maioria está cursando a primeira graduação através do parfor. De um modo geral relataram que essa graduação não prioriza também o ensino da EJA e muito embora possam vir a ter uma graduação ainda não vão estar preparados para ministrar aula na EJA. Através das respostas dos entrevistados o que se pode analisar é que mesmo com os professores formados a prática de educar nas escolas depara com pouco de interesse pelo avanço de aprender, as atitudes são focadas nos professores que ordenam o que fazer, para resolver os problemas, deve-se ver como encaminhar 33 ensino e aprendizagem, os professores por serem os mediadores entre os conhecimentos e os alunos eles devem estar sempre se atualizando e inovando seu modo de trabalho, pois: Como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino. Exercer a minha curiosidade de forma correta é um direito que tenho como gente e a que corresponde o dever de lutar por ele, o direito à curiosidade. Com a curiosidade domesticada posso alcançar a memorização mecânica do perfil deste ou daquele objeto, mas não o aprendizado real ou o conhecimento cabal do objeto. (FREIRE, 1996 p. 33). No que diz respeito ao ensino da Educação de Jovens e adultos ela precisa ser motivadora para os alunos, pois a maioria chega à sala de aula cansada e muitas vezes desestimuladas pelas adversidades do trabalho e problemas familiares. Nesse sentido, as aprendizagens devem ser contextualizadas à realidade do seu cotidiano de maneira que se tornem significativas e prazerosas. 3.2- SUGESTÕES DE METODOLOGIAS ADEQUADAS PARA A PRÁTICA DA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Nos processos de construção de conhecimento sistematizado que se passa no interior das salas de aula, muitas práticas e metodologias são adotadas por diferentes professores e professoras que levam em consideração sua formação pessoal e maneira pela qual foram alfabetizadas reproduzindo muitos exemplos e práticas pelos quais foram submetidos na fase de alfabetização. Quando o aluno traz a sua realidade para a sala de aula, ocorre uma transformação na sua aprendizagem desse modo o conhecimento é avaliado e reconstruído, com as transformações que ocorreram no cenário educacional como leis e diretrizes que regem a educação nacional, muitas mudanças aconteceram, pois o contexto é outro e novas práticas e metodologias são necessárias para garantir o desenvolvimento eficiente dos alunos. Para esse processo ocorrer é necessário que educadores busquem qualificação, formação continuada e a partir dessa nova visão aprimore as sua técnicas metodológicas para que este processo se torne eficaz, e que alunos passem a compreender de forma sucinta os conteúdos aplicados. 34 Neste sentido, ao constatar-se as dificuldades apresentadas pelos alunos, durante a observação da do cotidiano da turma, houve, alguns levantamentos de propostas metodológicas para pelo menos amenizar tais dificuldades, mas ”, tendo em vista que os problemas identificados nas observações e nas entrevistas não são exclusivos da referida escola, mais fazem parte das dificuldades educacionais nesta modalidade de ensino . .A partir dos problemas observados enumeraram-se alguns aspectos para que possam amenizar alguns problemas observáveis na turma de Alfabetização da EJA: 1 - que os docentes desenvolvam um ensino com conteúdos mais simples e próximo dos alunos; 2 - Desenvolver uma educação voltada a realidade do aluno; 3 – Propor que os alunos falem o que se precisa melhorar nas aulas para que possam entender suas dificuldades; 4 - Promover o desenvolvimento de atividades que os alunos sejam capazes de absorver conteúdos de modo concreto. 5 - Promover encontros de professores e alunos de forma mais lúdica. 6 - Incentivar um maior acesso da leitura fora da escola para que os alunos em suas horas vagas treinem não só a leitura mais também a escrita. Para tanto, é necessário que a escola faça uma avaliação das atividades trabalhadas e repasse para toda comunidade escolar, para que estes contribuam no desenvolvimento de atividades na escola, assim estarão ajudando a desenvolver o seu próprio currículo escolar. Considera-se que o processo de alfabetização é fundamental na vida do ser humano, tanto na em seu aspecto social, econômico ou religioso, e é preciso determinação e principalmente não desistir dos alunos, para que sejam capazes de ler e escrever textos variados. Sabe-se que as dificuldades são muitas, entretanto, a luta pode ser compensadora, quando o educador, com seriedade mostra os caminhos da aprendizagem para seus alunos. 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a realização desta pesquisa e os resultados obtidos até o presente momento pode-se afirmar que as dificuldades que gestores, professores e alunos da (EJA), enfrentam no dia a dia, dificuldades esta que tornam mais difíceis a realização desta modalidade. Nesta perspectiva é necessário que educadores possam ter uma visão crítica sobre os conceitos que envolvem a Metodologia aplicada em seu processo de ensino aprendizagem. Assim, analisando a importância da Educação de Jovens e Adultos. Por meio do acesso e leitura dos autores, podemos afirmar que compartilhamos a ideia que ela apresenta, bem como percebemos a pouca produção de conhecimento nessa área. Desse modo é necessário uma formação para profissionais da educação, que as pessoas interessadas em tal assunto reflitam sobre as peculiaridades existentes na EJA, principalmente em relação às práticas pedagógicas que devem ser consideradas para esse alunado e aos conteúdos curriculares a serem utilizados para ele, ressaltando os anseios e desejos desses jovens e adultos de conhecer cada vez mais o mundo acadêmico que se tem na escola, o qual poderá ser utilizado em suas vidas. No município de Gurupá nota-se que é bem difícil manter uma turma de EJA no espaço rural, pois como não há materiais específicos para ela os professores fazem o que é possível para na medida do possível oferecer uma educação de qualidade, na maioria das vezes não há merenda para esses alunos e o material utilizado por esses alunos (cadernos, canetas, borrachas e lápis) é destinado ao ensino fundamental. Esses esforços muitas vezes não são recompensados porque a maioria das turmas de EJA não tem prosseguimento visto que a taxa de evasão nessa modalidade de ensino na zona rural é bastante alta. Com as entrevistas, pode-se afirmar que os alunos de EJA estudar é um grande desafio. Os alunos da EJA buscam na escola uma forma de se juntar à sociedade dita como letrada. O grande desejo desses educandos é participar, ser sujeito ativo na comunidade em que vive, o domínio da leitura e da escrita são recursos que possibilitam uma nova visão do mundo, faz-se vital destacar que o professor precisa estar atento às necessidades de aprendizagem dos mesmos e buscar conhecer a sua origem, seus hábitos, sua realidade social e cultural. 36 Verificou-se também como é o fazer docente desses profissionais que atuam no ensino de jovens e adultos, pelas entrevistas percebe-se que os profissionais passam por varias dificuldades no exercício do seu trabalho, porém eles usam a criatividade e vários métodos e materiais para pelo menos diminuir o abismo que separa a EJA das outras modalidades de ensino (Fundamental e Médio). Notou-se também que não há acompanhamento pedagógico para ajudar a ter um melhor aproveitamento das aulas, bem como não há valorização profissional. E é importante que além de tudo isso a EJA deve proporcionar conteúdos que sejam significativos,pois aquilo que não tem significado torna-se mais difícil de ser assimilado ainda mais para um público com uma especificidade muito peculiar como a EJA. 37 REFERÊNCIAS ALMEIDA, P. M de. Educação Lúdica, Técnicas e Jogos Pedagógicos . 10. Ed. São Paulo: Loyola, 2000 ARROYO, M. Formar educadoras e educadores de jovens e adultos in. SOARES, L. Formação de educadores de jovens e adultos . Belo Horizonte: Autêntica/ SECAD-MEC/UNESCO, 2006. BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394 /1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: www.mec.gov.br. Acesso em: 18 de fevereiro de 2015. CARVALHO, O. F. de; SENA, V. K. Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos : módulo I, unidade 2. Brasília: SESI-DN, 2000, 204p, teoria, prática e proposta. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2000. p.107-193(Parecer CEB/CNE n.º 1/2000). CUNHA, M. da C. Introdução – discutindo conceitos básicos. In: SEEDMEC Salto para o futuro – Educação de jovens e adultos. Brasília, 1999. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia : saberes necessários a prática educativa, São Paulo, Paz e Terra, 1996. – (Coleção leitura) FONSECA, M. C. F. R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica. 2007 LUCKESI, C.C. Filosofia da Educação , São Paulo, Cortez, 1994. pp. 115-120. MENEGOLLA, M. Didática : aprender a ensinar. 5 ed. São Paulo: Loyola, 1999. MINAYO, M. C. de S (org.). Pesquisa Social : teoria método e criatividade. 9 ed. Petrópolis: Vozes, 2002. MOURA, T. M. de M. A prática pedagógica dos alfabetizadores de jovens e adultos : contribuições de Freire, Ferreiro e Vygotsky. 2 ed. Maceió: EDUFAL, 2001. PIERRO, M. C. Di. História(s) da educação de jovens e adultos no Br asil . RIBEIRO, D. O Povo Brasileiro : evolução e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. ROMÃO, J. 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Qual a maior dificuldade para se concluir os estudos na EJA? qual a importância você enxergam na Eja hoje? 40 APÊNDICE B - Perguntas feitas aos professores da EJA da EMEF São Benedito Em sua opinião deles o que provoca o alto índice de desistência na EJA? O que estão fazendo para amenizar o problema da evasão na EJA? A escola tem algum tipo de projeto em prol dos alunos da EJA, e quais são eles? A sala de aula em que trabalham ministrando as aulas pra EJA é adequada? Você tem alguma formação acadêmica?
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