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Perícia-Contábil-

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2 
 
SUMÁRIO 
1 UM MERCADO EM EXPANSÃO ........................................................................ 4 
1.1 No Judiciário ................................................................................................. 6 
1.2 Perícia X Auditoria ........................................................................................ 7 
1.3 Competência e Campo profissional .............................................................. 8 
1.4 Comprovação De Habilitação ....................................................................... 9 
1.5 Responsabilidade de Pagamento dos Honorários ........................................ 9 
1.6 Exames ......................................................................................................... 9 
1.7 Responsabilidade e zelo ............................................................................. 10 
1.8 Contratação de Especialistas ..................................................................... 10 
1.9 Normas ....................................................................................................... 11 
2 O OBJETO DA PERÍCIA CONTÁBIL ................................................................ 11 
3 PERÍCIA CONTÁBIL EXTRAJUDICIAL ............................................................ 12 
4 ARBITRAGEM ................................................................................................... 12 
5 A IMPORTÂNCIA DA PERÍCIA CONTÁBIL ...................................................... 14 
6 A ÉTICA NOS TRABALHOS PERICIAIS .......................................................... 15 
7 DIREITOS E DEVERES DO PERITO ............................................................... 15 
8 PENALIDADES APLICADAS AO PERITO CONTADOR .................................. 16 
9 PRÁTICA DE PERICIA CONTÁBIL ................................................................... 17 
9.1 O Trabalho realizado pelo Perito Assistente ............................................... 17 
10 CASOS DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO ................................................. 18 
11 O LAUDO ....................................................................................................... 21 
11.1 Laudo Pericial e Parecer Técnico ............................................................ 24 
11.2 Características do Laudo Pericial ............................................................ 24 
11.3 Laudo de Esclarecimentos ...................................................................... 25 
 
3 
 
11.4 Laudo Complementar .............................................................................. 26 
12 BREVE HISTÓRIA DA PERÍCIA CONTÁBIL ................................................. 26 
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 30 
13 LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................... 32 
Abstract ................................................................................................................... 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 UM MERCADO EM EXPANSÃO 
 
Fonte:talcsd.com 
Uma função que necessita constante aprimoramento, a perícia contábil vem atraindo 
cada vez mais a atenção dos profissionais de contabilidade. 
O perito contábil, contratado pelas partes ou indicado pelo juiz para fazer laudos 
sobre um determinado caso, é essencial para a solução de litígios na Justiça. 
Pela definição da Norma Brasileira de Contabilidade, a perícia contábil é “o conjunto 
de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de 
prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de fato, mediante 
laudo pericial contábil e/ou parecer técnico-contábil, em conformidade com as normas 
jurídicas e profissionais e com a legislação específica no que for pertinente. ” 
A perícia contábil é de competência exclusiva de contador em situação regular 
perante o Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição. 
O perito é a pessoa nomeada pelo juiz ou pelas partes (em caso de perícia 
extrajudicial). 
Segundo a Norma Brasileira De Contabilidade – NBC TP 01, de 27 de Fevereiro de 
2015 O Decreto-Lei n. º 9.295/46, na alínea “c” do Art. 25, determina que o laudo pericial 
contábil e o parecer técnico-contábil somente sejam elaborados por contador ou pessoa 
jurídica, se a lei assim permitir, que estejam devidamente registrados e habilitados em 
 
5 
 
Conselho Regional de Contabilidade. A habilitação é comprovada mediante Certidão de 
Regularidade Profissional emitida pelos Conselhos Regionais de Contabilidade. 
O laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil são documentos escritos, nos 
quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e 
particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e as buscas de 
elementos de prova necessários para a conclusão do seu trabalho. 
Os peritos devem consignar, no final do laudo pericial contábil ou do parecer técnico-
contábil, de forma clara e precisa, as suas conclusões. 
Para Moura (2017, p. 05) ressalta que a perícia contábil é uma evidência para 
“verificar e examinar fatos da causa”. Podemos compreender que, para uma análise mais 
detalhada de uma situação ocorrida, o papel do perito é de cunho relevante, pois se trata 
de uma apuração de fatos e requer veracidade. 
 
De acordo com o CPC (Lei nº 13.105/15) é ponderado a importância dos 
procedimentos da perícia contábil nas empresas na constatação de respostas às questões 
que norteiam as empresas, em busca de soluções para a empresa. 
 
O quadro a seguir, faz um comparativo entre o NCPC e o antigo CPC. 
 
NCPC CPC Antigo 
Artigo 145. Perito Artigo 156. Perito 
Quando a prova do fato depender 
de conhecimento técnico ou 
científico, o juíz será assistido por 
perito, segundo o disposto no artigo 
421. 
O juiz será assistido por perito 
quando a prova do fato depender 
de conhecimento técnico ou 
científico 
 
Fonte: Adaptado de Magalhães, 2017. 
 
6 
 
1.1 No Judiciário 
 
Fonte: crq4.org.br 
O conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à instância 
decisória, elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio, por meio 
do laudo pericial ou parecer técnico, respeitadas as normas jurídicas, profissionais e a 
legislação específica. 
Em suma, a prova pericial judicial é aquela pela qual a elucidação do fato se dá com 
o auxílio de um perito, especialista em determinado campo do saber, devidamente 
nomeado pelo juiz, que deve registrar sua opinião técnica e científica em um documento 
chamado laudo pericial, que, uma vez produzido, pode ser objeto de discussão e 
questionamentos pelas partes e seus assistentes técnicos. 
A Justiça recorre ao perito contábil quando o juiz necessita de um laudo profissional 
especializado ou para atender ao pedido de uma das partes envolvidas no processo. 
Muitas perícias na área da contabilidade são hoje requeridas principalmente na parte 
de revisão de encargos financeiros contra bancos, também referentes ao Sistema 
Financeiro Habitacional, e demais questões como leasing, condomínios, entre outros. 
A perícia é um meio de prova previsto no Direito, assim como a documental, a 
testemunhal e a do depoimento pessoal. 
 
7 
 
O perito contábil, além da condição legal, da capacidade técnica e da idoneidade 
moral, tem uma responsabilidade enorme,já que suas afirmações envolvem interesses e 
valores consideráveis. 
No caso de perícia judicial, o prazo estabelecido para a conclusão dos trabalhos, 
fixado pelo juiz, deve ser cumprido pelo perito como forma de não obstar a celeridade 
processual. O perito-assistente deve cumprir o prazo fixado em lei, para suas 
manifestações sobre o laudo pericial, de forma a não prejudicar a parte que o indicou. 
1.2 Perícia X Auditoria 
A característica básica de ambas é a revisão de trabalhos já executados por colegas 
nas outras áreas da contabilidade. Em alguns casos até, a identificação e/ou a produção 
de trabalhos que deveriam ter sido executados e não o foram. 
 
Auditoria Perícia 
É mais revisão, verificação; tende 
a ser necessidade constante, repetindo-
se de tempo em tempo, com rigores 
metodológicos próprios e diferentes, 
pois utiliza amostragem nos seus 
levantamentos. 
É a prova elucidativa dos fatos e, sendo 
assim, até mesmo por ser um meio de prova, 
repudia a amostragem como critério, tem 
caráter de eventualidade e só trabalha com o 
universo completo, em que a opinião é 
expressa com rigores de cem por cento de 
análise. 
 
A principal diferença entre auditoria e perícia é que a auditoria opera através de um 
processo de amostragem, e a perícia sobre um determinado ato, ligado ao patrimônio das 
entidades físicas ou jurídicas, buscando a apresentação de uma opinião através do laudo 
pericial. 
O perito contador atua sobre um caso litigioso, envolvendo duas partes, enquanto 
que o auditor desenvolve seu trabalho para uma entidade privada ou pública que o contrata 
para apreciar e emitir parecer sobre controles internos ou demonstrações financeiras. 
Sendo, auditória e perícia, técnicas de revisão elas não podem ser confundidas, pois 
a auditória utiliza-se quase sempre do método de amostragem, já a perícia usa o método 
 
8 
 
analítico de maior abrangência. Quando ocorre, na perícia, o método de amostragem, trata-
se de um caso excepcional. 
1.3 Competência e Campo profissional 
 
Fonte: sescap-pr.org.br 
A perícia contábil é de competência exclusiva de contador em situação regular 
perante o Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição. 
Competência profissional pressupõe ao perito demonstrar capacidade para 
pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no laudo pericial e no 
parecer pericial contábil. 
O contador, na função de perito, deve manter adequado nível de competência 
profissional, atualizado sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), além das 
técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia. 
A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A perícia extrajudicial é 
exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. A perícia arbitral é exercida sob o controle 
da lei de arbitragem. 
Perícias oficial e estatal são executadas sob o controle de órgãos de Estado. Perícia 
voluntária é contratada, espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as 
partes. 
 
9 
 
Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão 
levadas ao laudo pericial contábil ou parecer contábil, e abrangem, total ou parcialmente, 
segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, 
arbitramento, avaliação e certificação. 
A perícia desenvolve-se como um campo de atuação bastante importante para os 
contadores, na medida em que há uma grande responsabilidade no trabalho, pois suas 
conclusões podem levar ao deslinde da questão, constituindo-se prova no processo judicial. 
Durante o processo da perícia, três profissionais podem atuar concomitantemente, 
pois o autor e o réu podem indicar assistentes técnicos para acompanharem o perito 
indicado pelo juiz. O perito do juiz faz o laudo e submete aos assistentes. Caso um deles 
discorde, faz um laudo em separado. 
1.4 Comprovação De Habilitação 
O perito-contador e o perito-contador assistente devem comprovar sua habilitação 
profissional mediante apresentação de certidão específica, emitida por Conselho Regional 
de Contabilidade, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade. 
1.5 Responsabilidade de Pagamento dos Honorários 
As despesas de perícia fazem parte dos custos processuais, cabendo às partes 
prover tais despesas, antecipando-lhe o valor, que ficará consignado em juízo. 
1.6 Exames 
O perito contábil utilizará, em seus exames, dos registros e demonstrações contábeis 
(livros diário e razão), podendo, também, servir-se de outros elementos para produção de 
provas. 
 
 
10 
 
1.7 Responsabilidade e zelo 
 
Fonte: lemosemontenegro.com 
O perito-contador e o perito-contador assistente devem conhecer as 
responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais, às quais estão sujeitos no momento 
em que aceitam o encargo para a execução de perícias contábeis judiciais, extrajudiciais e 
arbitrais. 
1.8 Contratação de Especialistas 
O perito-contador e o perito-contador assistente, são responsáveis também pelos 
trabalhos realizados por especialista contratado para a realização de parte da perícia que 
exija conhecimento específico em outras áreas do conhecimento humano. Tal obrigação 
assumida pelo perito perante o julgador ou contratante não exime o especialista contratado 
da responsabilidade pelo trabalho executado. 
A utilização de serviços de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto da 
perícia assim o requerer, não implica presunção de incapacidade do perito-contador e do 
perito-contador assistente, devendo tal fato ser, formalmente, relatado no Laudo Pericial 
Contábil ou no Parecer Pericial Contábil para conhecimento do julgador, das partes ou dos 
contratantes. 
São exemplos de trabalho de especialista: programador de computador para 
desenvolvimento de programas para perícias, inclusive para liquidação de sentenças em 
 
11 
 
ações trabalhistas, apuração de haveres, aferição de diferenças do Sistema Financeiro de 
Habitação; atuários; especialista contábil em partes específicas da perícia, entre outros. 
1.9 Normas 
As normas da profissão e da atividade do perito contábil são disciplinadas pelas 
seguintes NBC`s: 
 
NBC TP 01 – Normas de Perícia Contábil 
NBC PP 01 – Normas Profissionais de Perito Contábil 
 
Segundo Moura (2017, p. 11) ressalta que o perito é o responsável e/ou nomeado 
em juízo para os trabalhos fins, de acordo com as normas legais, indicado pelas partes, ao 
que, deve realizar o trabalho na obtenção de um parecer. 
Ainda, o mesmo autor (2017, p. 11) sinala que, para que se realize essa prática, 
devem seguir as normas e procedimentos legais estipuladas no Código de Processo Civil, 
em seus respectivos artigos 464 a 480, que versam sobre os meios legais ao qual o perito 
contábil deve labutar até chegar a um parecer pericial. 
2 O OBJETO DA PERÍCIA CONTÁBIL 
Com relação ao objeto da perícia contábil, Zanna (2016) destaca que esta é uma 
prática de apuração técnica de atitudes e ocorrências, e que seus objetivos visam levar à 
instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução de litígios, 
desse modo, são fatos ou questões contábeis utilizadas para que se possa provar 
determinada situação. 
Na busca de motivos da vinculação de perícia com contabilidade, identifica-se que 
isto ocorrerá sempre quando a perícia em questão envolver questões patrimoniais. 
A perícia ocorre por instrumento de forma técnica e profissional, mediante o auxílio 
na resolução de situações contraditórias. Os elementos que são utilizados para gerar a 
prova pericial com relação ao fato periciado. 
 
12 
 
3 PERÍCIA CONTÁBIL EXTRAJUDICIALÉ a perícia levada a efeito fora do processo judicial. Pode-se dizer que a perícia 
extrajudicial é a perícia amistosa consentida pelas partes. 
Divide-se em: 
 Demonstrativas: Demonstrar a veracidade ou não do fato ou coisa 
previamente especificado na consulta. 
 Discriminativas: Colocar nos justos termos os interesses de cada um dos 
envolvidos. 
 Comprobatórias: Visa à comprovação das manifestações patológicas da 
matéria periciada (fraudes, desvios, simulações, dentre outros). 
 
Moura (2010) ressalta que a Perícia Contábil Extrajudicial é de competência dos 
contadores, devidamente registrados no Conselho Regional de Contabilidade, e que, da 
mesma forma como ocorre na Perícia Judicial, o Perito Contábil ou Perito Contábil 
Assistente Técnico deve buscar provas e elementos comprobatórios, a fim de esclarecer e 
solucionar o litígio, sempre respeitando os procedimentos técnicos e a Legislação 
específica pertinente 
4 ARBITRAGEM 
Quando duas partes discordam sobre algum ponto de conflito e decidem buscar a 
avaliação neutra da causa para a resolução de divergências, pode-se buscar os meios 
judiciais ou optar por meios alternativos e mais ágeis, como a arbitragem. 
A arbitragem é um meio privado e alternativo à solução judicial de conflitos, desde 
que eles sejam decorrentes de direitos patrimoniais e disponíveis. É regida pela Lei nº 
9.307/96 e ganhou grande ênfase no Código de Processo Civil em vigor desde março de 
2016, junto com a conciliação e a mediação. 
A perícia contábil é definida pela Norma Brasileira de Contabilidade como: o conjunto 
de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de 
prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio ou constatação de fato, mediante 
 
13 
 
laudo pericial contábil e/ou parecer técnico-contábil, em conformidade com as normas 
jurídicas e profissionais e com a legislação específica no que for pertinente. 
Existem alguns procedimentos introdutórios para a execução do trabalho pericial, 
entre elas, a definição do objeto da perícia, os elementos da consulta e a finalidade da 
perícia, verificando durante as análises qual a melhor metodologia a ser utilizada. É 
importante ressaltar que o método escolhido é fundamental para o sucesso da ação e 
mediação no alcance de resultados pacificadores. 
Recorrer à arbitragem como uma forma mais ágil da resolução de conflitos é uma 
alternativa ao litígio e também um meio para resolvê-lo, porém as partes devem estabelecer 
em contrato a cláusula arbitral, deixando claro que utilizarão esse meio para solucionar 
eventuais controvérsias, evitando o Poder Judiciário. 
Geralmente, os casos demandam um grande volume de trabalho técnico, 
necessitando de profissionais bem preparados com conhecimento e ética. A habilidade para 
desempenhar o papel é essencial para garantir e atender as demandas de seus clientes, 
contando com equipe técnica específica para esse tipo de ação. 
A arbitragem pode ser uma alternativa mais ágil para resolução de pendências, mas 
sem usar corretamente todos os seus artífices, não se torna eficaz. A perícia contábil é um 
dos recursos que traz veracidade a decisão. 
A arbitragem é uma perícia como sendo aquela realizada no juízo arbitral, ou seja, 
premência decisória produzida pela vontade das partes, não se enquadrando em nenhuma 
das anteriores. Esta espécie de perícia subdivide-se em probante e decisória, em 
conformidade com o funcionamento do meio de prova do juízo arbitral, sendo balizadora da 
certeza do árbitro ou na própria arbitragem. 
Quando a instância decisória é criada pelas partes. Tem as características da judicial 
e extrajudicial. Agente ativo como próprio árbitro da controvérsia. 
Divide-se em: 
 Probante: Se destina a ser meio de prova do juízo arbitral, sendo subsidiada 
a da convicção do árbitro. 
 Decisória: Seu agente ativo funciona como o próprio árbitro da controvérsia. 
De acordo com Alberto (2010), menciona que os fatos comprobatórios estarão à 
disposição da arbitragem, ao qual tomará as decisões pertinentes, considerando os 
aspectos legais. 
 
14 
 
5 A IMPORTÂNCIA DA PERÍCIA CONTÁBIL 
 
Fonte: infoescola.com 
A perícia contábil é uma ferramenta fundamental da Ciência Contábil, 
desempenhando um papel relevante perante a sociedade, pois se constitui em fornecer um 
parecer pericial a fim de tornar claro e compreensível, questões apresentadas que se 
adentre esta função. 
Em vários setores, departamentos, a perícia contábil pode contribuir em apresentar 
provas verídicas sobre uma determinada situação, que requer o controle e/ou respostas 
para as tomadas de decisões. 
Segundo Lopes de Sá (2003, p. 03). É a verificação de fatos ligados ao patrimônio 
individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião 
realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em 
suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião. 
Deste modo, a importância da perícia contábil se faz de grande relevância, por 
proporcionar condições com a natureza da verdade, sob procedimentos legais cabíveis ao 
fato que requer um parecer. 
 
15 
 
6 A ÉTICA NOS TRABALHOS PERICIAIS 
Sabemos que a palavra Ética é definida como a ciência o comportamento moral dos 
indivíduos perante a sociedade. 
A ética, como princípio contábil, envolve aspectos objetivos em que sua aplicação 
não depende de opção ou escolha do profissional, mas é consequência da própria natureza 
da Contabilidade, contida no princípio contábil, a qual precisa ser respeitada. 
Assim, como não se pode alegar ignorância da lei, para não cumpri-la, também não 
se podem ignorar exigências técnicas e culturais para o exercício da profissão. 
De acordo com a CFC (2016) determina a conduta do profissional, com diligência, 
honestidade e capacidade técnica, no exercício de suas funções. 
O Código de Ética Profissional do Contador, Resolução nº. 893, dispõe sobre o 
cumprimento dos princípios éticos do profissional perito. O seu cumprimento na realização 
de suas atividades tem o amparo legal. 
É de fundamental relevância destacar a função de perito contábil requer 
responsabilidade, compromisso, veracidade e ética na execução de suas atividades, pois 
a perícia é compreendida como um exercício pleno de cidadania, e o perito tem o dever de 
cumprir mais do que qualquer cidadão, um comprometimento com a verdade dos fatos 
apresentados. 
7 DIREITOS E DEVERES DO PERITO 
Assim como qualquer indivíduo, o perito também tem direito e deveres a serem 
cumpridos. 
De acordo com as observações feitas por Alberto (2007, p. 56) descreve sobre os 
deveres legais e profissionais do perito: 
1) dever de aceitar o encargo, do qual não se pode escusar-se “salvo alugando 
motivo legítimo”; 
2) dever de cumprir o ofício (CPC, art. 146); 
3) dever de comprovar sua habilitação (CPC, art. 145); 
4) dever de respeitar os prazos (CPC, art. 146); 
5) dever de lealdade (CPC, art. 147); 
 
16 
 
6) dever de cumprir escrúpulo somente o encargo (CPC, art. 422); 
7) dever de prestar os esclarecimentos (CPC, art. 435); 
8) dever profissional de recusar a indicação, quando não se achar capacitado para 
desempenhar o encargo (Código de Ética Profissional do Contabilista, art. 5º, item I); 
9) dever profissional de evitar interpretações tendenciosas, mantendo absoluta 
independência moral e técnica (idem, item II); 
10) dever profissional de abster-se de dar sua convicção no âmbito técnico e 
comprovar sua habilitação (idem, item III); 
11) dever profissional de apreciar com imparcialidade o pensamento exposto em 
laudo pericial que lhe for submetido (idem, item IV); 
12) deverprofissional de abster-se de dar parecer, de emitir opinião sem estar 
suficientemente informado e documentado (idem, item VI); 
13) dever de cumprir as normas profissionais da Perícia Judicial (APEJESP) e as 
Normas Técnicas Profissionais de Perícia Contábil (Conselho Federal de Contabilidade). 
Podemos observar que, o perito tem um papel ao qual lhe cabe seguir e cumprir 
normas legais, com seus direitos e deveres garantidos e assegurados pelo Conselho 
Federal de Contabilidade. 
8 PENALIDADES APLICADAS AO PERITO CONTADOR 
O perito contábil deve manter seus objetivos voltados aos conhecimentos e priorizar 
seus esforços na busca do mesmo, pois assim poderá ter uma formação e qualificação 
sólida para atuar no mercado de trabalho. 
De acordo com o Código de Ética do Profissional Contabilista, em seu artigo 12, 
ressalta sobre as penalidades aplicadas ao perito: 
Art.12- A transgressão de preceito deste Código constitui infração ética, sancionada, 
segundo a gravidade, com a aplicação de uma das seguintes penalidades: 
I – É um comunicado pessoal do conselho de classe ao contabilista infrator, 
alertando-o do cometimento da falta ética e advertindo-o reservadamente. 
II – Toda a classe contábil fica conhecendo publicamente o infrator ético-profissional. 
É imprescindível que haja a manutenção de uma postura responsável diante do 
exercício profissional, desde a apresentação pessoal até a formação ético-profissional na 
 
17 
 
busca de diferenciais pela observação, procurando inovar com os procedimentos já 
existentes, sendo ágil e flexível para aceitar mudanças. 
9 PRÁTICA DE PERICIA CONTÁBIL 
 
Fonte: dextercontabilidade.com.br 
O trabalho da perícia contábil tem suas atribuições, que consiste em possuir uma 
gama de conhecimento, informações, sobre todas as áreas que afetam sua especialidade. 
A atividade pericial é o meio de o perito contábil colocar em prática seus 
conhecimentos de modo profissional, responsável, ético, de maneira a desempenhar um 
trabalho social e confiável. 
De acordo com o CPC (2015) ressalta que o perito oficial é o nomeado pelo juiz, 
árbitro, autoridade pública ou privada, para o exercício da perícia contábil. 
9.1 O Trabalho realizado pelo Perito Assistente 
De acordo com Ornelas (2003, p. 44) ressalta sobre o trabalho do perito assistente 
que: 
O perito contábil, na função de assistente técnico, pode oferecer colaboração 
deveras importante aos advogados, debatendo com os mesmos as possibilidades técnicas 
 
18 
 
quanto ao desenvolvimento da prova técnica contábil, culminando por sugerir quesitos ou 
proposições que possam solucionar os fatos controvertidos objetos da lide. 
Corroborando com o trabalho realizado pelo perito assistente, Zanna (2007) 
descreve, em suas entrelinhas, que este profissional deve possuir as mesmas 
qualificações, sendo que o mesmo pode vir a atender a parte que o contratou. Ou seja, 
realiza as mesmas funções de modo legal, seguindo aos procedimentos. 
Detalhamento entre o perito oficial e o perito assistente: 
 
 Função Indicação Parcialidade Participação Atividade Instrumento 
Perito 
Oficial 
Auxiliar 
da 
Justiça. 
Nomeado 
pelo Juiz, 
respeitando 
as 
exigências 
legais. 
Deve ser 
imparcial. 
Submete-se às 
alegações de 
suspeição e 
impedimento. 
Obrigatória. 
Emitir juízos 
técnicos e 
científicos 
sob questão 
sub 
examine. 
Laudo 
pericial. 
Perito 
Assistente 
Auxiliar 
das 
partes. 
Livre 
indicação 
das partes. 
É parcial. Não 
se submete às 
alegações de 
suspeição e 
impedimento. 
Opcional, a 
critério das 
partes. 
Fiscalizar o 
trabalho do 
perito e 
emitir sua 
opinião para 
criticar ou 
apoiar o 
laudo 
pericial. 
Parecer 
técnico. 
10 CASOS DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO 
Moura (2017, p. 46) ressalta sobre os casos de suspeição e impedimento, no que, 
de acordo com a NBC PP 01, estes termos são situações relativas que impossibilitam o 
perito de exercer suas funções. 
Segundo Moura (2017, p. 46-47) A suspeição fundamenta-se no explícito do agente 
e, quanto ao impedimento, este, fundamenta em objetivos do agente. 
 
Detalhamento dos casos de impedimento contidos no NCPC e NBC: 
 
Artigo 134 do CPC 
 
Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou 
voluntário: 
 
19 
 
I – De que for parte; 
II – Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como 
órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; 
III – Que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou 
decisão; 
IV – Quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou 
qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o 
segundo grau; 
V – Quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha 
reta ou, na colateral, até o terceiro grau; 
VI – Quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na 
causa. 
Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado 
já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no 
processo, a fim de criar o impedimento do juiz. 
 
Artigo 144 do NCPC 
 
Art. 144 do NCPC – Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções 
no processo: 
I – Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como 
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
II – De que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III – Quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro 
do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
IV – Quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V – Quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica 
parte no processo; 
VI – Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das 
partes; 
 
20 
 
VII – Em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de 
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII – Em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 
IX – Quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1º – Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor 
público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do 
início da atividade judicante do juiz. 
§ 2º – É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento 
do juiz. § 3º – O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato 
conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que 
individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente 
no processo. 
 
Detalhamento dos casos de suspeição contidos no NCPC e NBC 
 
NCPC 
 
Art. 145 do NCPC – Há suspeição do juiz: 
 
I – Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II – Que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou 
depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa 
ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
III– Quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou 
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV – Interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
§ 1º – Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade 
de declarar suas razões. 
§ 2º – Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I – Houver sido provocada por quem a alega; 
 
21 
 
II – A parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do 
arguido. 
 
NBC 
 
O perito-contador pode declarar-se suspeito quando, após, nomeado, contratado ou 
escolhido verificar a ocorrência de situações que venha suscitar suspeição em função da 
sua imparcialidade ou independência e, desta maneira, comprometer o resultado do seu 
trabalho em relação à decisão. 
Os casos de suspeição aos quais estão sujeitos o perito-contador são os seguintes: 
a) ser amigo íntimo de qualquer das partes; 
b) ser inimigo capital de qualquer das partes; 
c) ser devedor ou credor de qualquer das partes, dos seus cônjuges, de parentes 
destes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau; 
d) ser herdeiro presuntivo ou donatário de alguma das partes ou dos seus cônjuges; 
e) ser empregador de alguma das partes; 
f) aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca do objeto da 
discussão; 
g) houver qualquer interesse no julgamento da causa em favor de alguma das partes; 
h) declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, ficando isento, neste caso, de 
declinar os motivos. 
11 O LAUDO 
Terminadas as operações de averiguação e coleta das informações, dos 
documentos necessários, é chegado o momento de elaboração do laudo contábil. 
O laudo contábil pode ser entendido sob dois aspectos: 
a) é a materialização do trabalho pericial desenvolvido pelo perito contábil; 
b) é a própria prova pericial. 
 Moacyr Amaral Santos conceitua laudo: “consiste na fiel exposição das operações 
e ocorrências da diligência com o parecer fundamentado sobre a matéria que lhes foi 
submetida. ” 
 
22 
 
Enquanto prova técnica, servirá para suprir as insuficiências do magistrado no que 
se refere a conhecimentos técnicos ou científicos, propiciando certeza jurídica quanto à 
matéria fática. O laudo contábil deve obedecer a certos requisitos “extrínsecos uns, 
intrínsecos outros. ” Requisitos extrínsecos entende-se que deve o laudo contábil ser 
lavrado na forma escrita e assinado pelo perito contábil, além de ser rubricado, evitando-se 
qualquer possibilidade de substituição de folhas. O laudo contábil deve possuir algumas 
determinadas qualidades intrínsecas, tais como: ser completo, claro, circunscrito ao objeto 
da perícia e fundamentado. 
O laudo pericial, é o relatório feito pelo perito, onde ele resume tudo quanto pode 
observar durante as Diligências. 
Não existe um padrão de laudo, mas existem formalidades que compõem a estrutura 
dos mesmos. Em geral, no mínimo, um laudo deve ter em sua estrutura os elementos 
seguintes: 
 
I. Prólogo de encaminhamento: é, a identificação e o pedido de anexação aos autos. 
II. Abertura: primeiramente, é a indicação do procedimento ordenatório, identificando 
sua numeração, as partes envolvidas, no litígio ou setor sobre o qual a perícia se 
manifestará. 
 
Indica-se a vara ou junta que o processo tramita ou a indicação da ordenação 
administrativa que determinou o trabalho, bem como a caracterização dos profissionais 
responsáveis pela vara, junta ou esfera administrativa. 
 
III. Consideração Preliminares: É a parte introdutória da peça técnica pericial, ou seja, 
a parte relativa ao relatório pericial. Pode ser dividida em alguns sub-tópicos. 
 
No primeiro sub-tópico, deve descrever, sucintamente, o pedido formulado pelo 
proponente da ação constante da inicial e traz à luz os contornos e limites do trabalho 
pericial. 
Um segundo sub-tópico a ser oferecido é o que relata as diligências realizadas pelo 
perito contábil. Informa-se os principais momentos de como foi desenvolvido o trabalho de 
 
23 
 
campo, referenciando, inclusive, o termo de diligência. É também pertinente inserir aqui 
eventuais ocorrências que, porventura, tenham sucedido. 
 
IV. Quesitos: São as questões técnicas objeto da lide que se apresentam desenvolvidas 
através de perguntas formuladas pelo magistrado ou pelas partes, ou por uma das 
partes apenas. No caso administrativo, os quesitos são identificados pelas áreas de 
interesse que foram objeto de indagação. 
V. Respostas: O perito contábil deve observar algumas regras básicas. As respostas 
devem seguir-se aos quesitos e por uma questão hierárquica, são oferecidas, 
preliminarmente, as respostas aos quesitos formulados pelo magistrado, em seguida 
as respostas aos quesitos oferecidos pelas partes, pela ordem de juntada das 
mesmas aos autos do processo. 
VI. Assinatura do Perito: 
VII. Anexos: “ilustram” as respostas, para evitar que se tornem prolixas ou, então, 
reforçam a opinião. Deve se fazer de forma parcimoniosa, nunca no sentido de 
“inchar” o laudo contábil, admitindo-se a juntada de apenas alguns exemplares de 
vários documentos. Primeiro porque o perito contábil tem fé pública; segundo, 
porque o excesso de juntada, em especial de documentos, estará transformando a 
prova pericial em prova documental. 
VIII. Pareceres (Se houver): Pareceres de outros especialistas ou de notáveis podem ser 
requeridos para efeito de reforço da opinião do perito ou até para suplementá-la e, 
nesse caso, apensos ficam ao laudo. 
A inserção no laudo, de metodologia técnica, formas ou critérios que servem 
exclusivamente para análise do fato, portanto particularíssima ao perito, devem ser sempre 
que possível agrupadas, quando impossível sua supressão devem acompanhar o laudo, 
nas preliminares e a sua exposição sob forma de anexos elucidados, da mesma maneira 
que os mapas demonstrativos ou documentos ilustrativos, de maneira que o corpo do laudo 
represente apenas a síntese do ocorrido durante as Diligências e as conclusões do perito. 
 
24 
 
11.1 Laudo Pericial e Parecer Técnico 
Tanto o laudo quanto o parecer são ferramentas importantes para o trabalho do 
perito. 
De acordo com Moura (2017, p. 31-32) descreve sobre o laudo pericial que: 
É um documento escrito, no qual o perito deve registrar, de forma abrangente, o 
conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam a 
demanda, a lide, o litígio, e deve ser elaborado de forma sequêncial e lógica, para que o 
trabalho do perito seja reconhecido também pela padronização estrutural. 
Ainda, segundo Moura (2017, p. 40-41) destaca que: 
Entende-se por parecer técnico, ou parecer técnico contábil, a peça técnica 
elaborada de forma sequêncial e lógica, na qual o assistente técnico expressa, de maneira 
circunstanciada, clara, objetiva e precisa, os estudos, as pesquisas, as observações, as 
diligências que realizou ou as buscas de elementos de provas necessárias para a conclusão 
de seu trabalho. 
Assim, podemos compreender que, tanto o laudo pericial quanto o parecer técnico 
são instrumentos de suma necessidade ao perito contador, pois um elo com a veracidade 
dos fatos para então, sua apresentação, elaborado com objetivos para a preparação de sua 
redação e, que será utilizada minuciosa. 
11.2 Características do Laudo Pericial 
Antes de iniciar um laudo pericial, o perito contador deve observar as peculiaridades 
decretadas pelo CPC/2015, no que, o mesmo deverá conter: 
 
I. A exposição do objeto da perícia; 
II. A análise técnica ou científica realizada pelo perito; 
III. A indicação do método utilizado,esclarecendo-o e demonstrando ser 
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se 
originou; 
IV. Resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo 
órgão do Ministério Público. 
 
25 
 
 
 No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com 
coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões. 
 É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir 
opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia. 
 Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-
se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, 
solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em 
repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, 
desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto 
da perícia. 
Consiste em técnicas, procedimentos periciais contábeis que focam em fundamental 
o laudo pericial, estabelecendo uma conexão entre vários fatos e atos e, com o laudo 
pericial finda-se no esclarecimento, apresentados de forma correta, organizada, legalizada, 
e demonstrando ser uma ferramenta indispensável pelo perito contábil. 
11.3 Laudo de Esclarecimentos 
Com relação ao laudo de esclarecimentos, estes, são respostas ao qual o indivíduo 
necessidade para indagações destinadas ao mesmo. 
De acordo com o CPC (2015), em seu artigo 435, destaca sobre o laudo de 
esclarecimento pericial, que: 
Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico, 
requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo 
as perguntas, sob forma de quesitos. 
Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os 
esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados cinco dias antes da 
audiência. 
Podemos observar que, o perito deve apresentar suas devidas explicitações 
conforme o ordenamento judicial. 
 
26 
 
11.4 Laudo Complementar 
De acordo com o CPC (2015) pontua em seu artigo 469, sobre o laudo 
complementar, que: 
Art. 469. As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a diligência, 
que poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência de instrução e 
julgamento. 
Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos quesitos 
aos autos. 
O laudo complementar é a execução do trabalho do perito, assegurando ao 
magistrado e as partes a apresentação de uma peça técnica auxiliando no parecer final 
judicial. 
12 BREVE HISTÓRIA DA PERÍCIA CONTÁBIL 
Podemos afirmar que a atividade pericial, entendida como instrumento na busca de 
esclarecimentos acerca da verdade real, ainda que não identificada na forma como a 
concebemos atualmente, sempre esteve presente na vida do homem. 
Desde o momento em que o homem passou a viver em sociedade podemos afirmar 
que existe também atividade pericial. Isto porque, nas atividades cotidianas, ao 
necessitarmos de conhecimentos técnicos e/ou próprios de determinada área do 
conhecimento, é comum e natural recorrermos àqueles que possuem tais conhecimentos. 
Em relato histórico, Heródoto, 1400 A.C, demonstra que a atividade pericial 
entendida como a elucidação de fatos ou esclarecimentos já era utilizada na antiga 
civilização egípcia quando as terras às margens do rio Nilo eram divididas para serem 
utilizadas para o cultivo. Sempre que o rio transbordava e avançava se fazia necessário o 
conhecimento de técnicos para medir as porções de terras e dividi-las novamente. O técnico 
responsável por realizar esta medição era funcionário nomeado pelo faraó com a tarefa de 
avaliar os prejuízos das cheias e restabelecer as fronteiras entre as diversas propriedades 
 
 
27 
 
 
Fonte: dextercontabilidade.com.br 
No papiro abbot, que se encontra no museu britânico, datado de 130 da era cristã, 
de acordo com Machado (1930), existe relatos de um relatório de ferimentos sofridos por 
um indivíduo. O documento possui todas as características de um laudo tal como a 
requisição da autoridade, compromisso dos participantes, atuação do profissional, 
presença de testemunhas, descrição minuciosa da lesão, etc. 
Não obstante os relatos históricos existente em diversos documentos antigos, foi a 
partir do império romano que a atividade pericial experimentou seu primeiro 
desenvolvimento no sentido da atividade técnico científica como a concebemos hoje. 
Nessa fase, o magistrado transferia a faculdade de deferir o juízo da causa a homens 
que melhor pudessem, por seus conhecimentos técnicos, pronunciar-se sobre os fatos. 
Essa pessoa, era na prática juiz e perito ao mesmo tempo. 
Já no período medieval, por outro lado, predominaram as provas de caráter religioso 
como as ordálias e o juramento não existindo assim espaço para a prova pericial. Neste 
período a escrita era privilégios de poucos. 
No Brasil, a utilização da figura do perito passa a ser necessária pela primeira vez 
em 1832 com a promulgação do código de processo penal conforme a seguir transcrito: 
 
 
 
 
28 
 
DA FORMAÇÃO DA CULPA 
 
Art. 134. Formar-se-ha auto de corpo de delicto, quando este deixa vestigios que 
podem ser ocularmente examinados; não existindo, porém, vestigios, formar-se-ha o dito 
auto por duas testemunhas, que deponham da existência do facto, e suas circunstâncias. 
Art. 135. Este exame será feito por peritos, que tenham conhecimento do objecto, e 
na sua falta por pessoas de bom senso, nomeadas pelo Juiz de Paz, e por elle 
juramentadas, para examinarem e descreverem com verdade quanto observarem; e 
avaliarem o dano resultante do delicto; salvo qualquer juízo definitivo a este respeito. 
Art. 136. O Juiz mandará colligir tudo, quanto encontrar no lugar do delicto, e sua 
vizinhança, que possa servir de prova. 
Art. 137. O auto de corpo de delicto será escripto pelo Escrivão, rubricado pelo Juiz, 
e assignado por este, peritos e testemunhas. 
 
Já no âmbito contábil a matéria foi tratada pela primeira vez no I Congresso Brasileiro 
de Contabilidade de 1924. Nesse congresso foi discutida, inclusive a divisão da classe em 
três funções, contador, guarda livros e perito. 
 
 
Fonte: dextercontabilidade.com.br 
 
29 
 
Só na década de 40, todavia, seria regulamentada a profissão de Contador nos 
termos do Decreto Lei de nº 9.295 de 1946 e foi então definido que a atividade de perícia 
contábil é privativa do bacharel em contabilidade. 
A década de 50 foi um marco para o estudo da perícia contábil no Brasil, pois foi 
nessa época que foi publicado a obra Revisão e Perícia Contábil do professor Francisco 
D´auria, publicada pela editora Nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
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secco.com/qual-o-papel-da-pericia-contabil-na-arbitragem/> Acesso em 30 de Out. de 
2018. 
 
32 
 
13 LEITURA COMPLEMENTAR 
A PROFISSÃO DE PERITO CONTÁBIL E SUA IMPORTÂNCIA NO CAMPO DA 
CONTABILIDADE 
 
ADRIANA FERREIRA 
ANA LÚCIA HONÓRIO 
ANDRÉ RICARDO SANTANA 
VIVIANE CAVALCANTE 
PROFESSORA Ma. SÍLVIA RANGEL 
UNISUZ / UNIESP 
 
RESUMO 
 
Este artigo tem por objetivo analisar a importância da perícia e da profissão de perito 
contábil, oferecendo o embasamento necessário para sua formação nesta área que a cada 
ano se torna mais promissora. O trabalho elaborado pelo profissional e minuciosamente 
analisado pelo perito contábil com base em dados, tendo como princípio a verdade, a moral 
e a ética como o lastro que alicerça essa profissão. A metodologia utilizada foi a pesquisa 
bibliográfica e a entrevista com um profissional perito utilizando um questionário 
semiestruturado. Os resultados demonstram a importância deste profissional dentro do 
campo da contabilidade e a necessidade de aprimorar conhecimentos pautados a uma 
conduta de valores e princípios a fim de que se possa ter uma visão geral sobre o tema 
proposto, serão complementados alguns aspectos do perfil profissional do perito contador, 
função pericial utilizada, principalmente, para esclarecer litígios em processos judiciais que 
envolvam pessoas ou patrimônio. 
 
Palavras-chave: perícia contábil, profissão do perito, perfil profissional. 
 
 
33 
 
ABSTRACT 
This article aims to analyse the importance of skill and profession of accounting 
expert, offering the support necessary for its formation in this area every year becomes more 
promising. The work prepared by professional, is thoroughly analyzed by forensic accountant 
based in data as beginning the truth, morality and ethics as the ballast that support this 
profession. The methodology used was bibliographical research and the interview with a 
professional expert using a semi-structured questionnaire. The results demonstrate the 
importance of this professional in the field of accounting and the need to enhance knowledge 
guided the conduct of values and principles in order to have an overview of the proposed 
theme, will be complemented some aspects of the professional profile of the expert 
accountant, expert function used mainly to clear up disputes in court cases involving people 
or patrimôn ... 
 
Keywords: forensic accounting, profession of expert, professional profile. 
 
Introdução 
 
A Perícia Contábil é uma das áreas de aplicação das Ciências Contábeis, cuja função 
é exercida pelo bacharel em Ciências Contábeis, o contador, devidamente registrado em 
órgão da categoria, o Conselho Regional de Contabilidade – CRC, para poder cumprir uma 
exigência judicial que possa trazer a verdade real demonstrada de maneira 
técnico/científica às decisões judiciais ou extrajudiciais. Seu trabalho é minuciosamente 
elaborado, com base em dados e revisado, o seu compromisso com a verdade, a moral e 
a ética são as bases dessa função, pois a capacidade ética é a que estabelece o Código 
de Ética Profissional do Contador e a Norma do Conselho Federal de Contabilidade e a 
capacidade moral é a que se baseiam na virtude das atitudes pessoais do profissional, seus 
princípios. 
Segundo Sá (2009), a perícia contábil foi debatida pela primeira vez no Brasil em 
1924 no congresso brasileiro de contabilidade, através do decreto 5.746/29, sem 
abrangência, mas de modo objetivo, foi regulado a exigência de atribuir apenas ao contador 
 
34 
 
a tarefa pericial. Passado mais de 10 anos, foi regulamentado a profissão do contador, ao 
mesmo tempo oficializa a função de perito contador. 
O objetivo desta pesquisa é discutir a importância da atividade do perito no campo 
da contabilidade, na sua verificação aos fatos ligados ao patrimônio, na realização de 
exames, vistorias, indagações, investigações ou qualquer procedimento de acordo com a 
pertinência a cada caso. 
Segundo Hoog (2005, p.47), a Perícia contábil é conceituada “como um serviço 
especializado, com bases científicas, contábeis, fiscais e societárias, à qual se exige 
formação de nível superior, e deslinda questões judiciais e extrajudiciais. ” 
A perícia contábil é uma tecnologia porque é aplicação dos conhecimentos científicos 
da contábil. Portanto, perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio 
individualizado com o intuito de oferecer opinião, mediante o conflito existente. Para 
expressar tal opinião a perícia se mune de exames, vistorias, indagações, investigações, 
avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer ferramentas necessárias para basear 
à opinião. Tal verificação, por natureza é determinada ou requerida; alguém interessado 
pede a opinião de um especialista. Há ainda muitos problemas e obstáculos a serem 
vencidos pela classe contábil para que a perícia contábil, principalmente, a judicial possa 
ser executada com maior rigor cientifico e técnico. Dentre desses problemas, um dos 
maiores é a remuneração do perito. 
O perito contábil é uma profissão autônoma que está cada vez mais em ascensão. 
Existe uma vasta área de atuação, já que o perito contábil pode realizar diversos trabalhos, 
como exemplo,na verificação de uma empresa para que o juiz possa homologar a 
concordata que ela pediu, na verificação contábil para apurar corrupção, processos de 
fusão de sociedades, etc. 
De acordo com Cavalli e Ritterbuch (2010, p. 80) “o perfil do contabilista e da própria 
contabilidade como ciência social vem se modificando para adequar-se ao ambiente em 
que está inserida, possuindo como prerrogativa básica a satisfação da célula social”. 
Para se tornar um perito de fato precisa-se além do registro de classe CRC, ser 
nomeado por um juiz, portanto este profissional tem que ser bem relacionado, tecer uma 
boa rede de comunicação para facilitar sua inserção neste mercado. O horário de trabalho 
é bem flexível, visto que, a grande maioria dos serviços realizados é feito de forma digital 
bem como a consulta ao processo e a entrega dos laudos. O profissional tem que possuir 
 
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além dos conhecimentos técnicos um sistema de informações que lhe de um bom e 
confiável suporte. 
Alberto (2009, p.72), “a perícia por sua própria natureza, é um exercício (ou deveria 
ser) pleno de cidadania, já que, ao dispor e ordenar direitos de outrem tem, ao mesmo 
tempo, o dever de fazê-lo com total isenção de ânimo. ”. 
Ainda Aberto (2009, p. 150) afirma que o “mais importante é confrontar a teoria 
exposta com a prática, pois somente através dos raciocínios que decorrerão deste 
confronto é que a criatividade e o espírito crítico se desenvolvem, e a união da primeira com 
o segundo certamente propiciará o aperfeiçoamento da perícia contábil”. 
O profissional que executa perícia contábil precisa ter um conjunto de capacidades 
legal, profissional, ética e moral, além de todas essas qualidades, precisa ainda ser 
comunicativo, ter boa compreensão de texto, ser dinâmico e proativo. 
A capacidade legal é a que lhe conferem o título de bacharel em Ciências Contábeis 
e o registro no Conselho Regional de Contabilidade - CRC. Está capacidade caracteriza-se 
por: 
 Conhecimento teórico da contabilidade; 
 Conhecimento prático das tecnologias contábeis; 
 Experiência em perícias; 
 Perspicácia; 
 Perseverança; 
 Sagacidade; 
 Conhecimento geral de Ciências afins à contabilidade; 
 Índole criativa e intuitiva. 
 
A capacidade ética é a que estabelece o Código de Ética Profissional do Contador e 
a Norma do Conselho Federal de Contabilidade. 
A capacidade moral é a que se base na virtude das atitudes pessoais do profissional, 
seus princípios. 
Sá, Antônio Lopes de “O perito precisa ser um profissional habilitado, legal, cultural 
e intelectual, e exercer virtudes morais e éticas com total compromisso com a verdade”. 
A qualidade do trabalho do profissional perito representa a qualidade do profissional 
em si, um bom trabalho pericial de ter: objetividade; precisão; clareza; fidelidade; concisão; 
 
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confiabilidade baseada em materialidades; plena satisfação da finalidade. E por fim a opinião 
do perito deve estar: justificada (a exposição da razão pela qual o perito concluiu tal fato); 
lastreada em elementos sólidos (provas concretas, documentos, testes e exames); ao 
alcance de quem dela vai-se utilizar (tudo deve ser exposto de forma clara, precisa, 
detalhada e dar segurança a quem se vai utilizar das conclusões). 
Os métodos utilizados no desenvolvimento deste estudo abrangem o exame de 
dados, através da pesquisa bibliográfica e por entrevista com o Dr. José Castilho, obtendo- 
se informações importantes com o intuito de conhecer as responsabilidades, aptidões e 
competência do Perito Contábil. 
 
A entrevista 
 
A entrevista se deu por questionário semiestruturado que ofereceu uma visão geral 
sobre as vantagens e as desvantagens, distinções de conceitos periciais e situações 
vivenciadas ao longo de sua carreira. 
 
Qual é seu nome? 
 
Resposta: José Castilho Junior 
Castilho possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade de Mogi das 
Cruzes (1993). Possui Pós-Graduação em Auditoria e Controladoria. Mestre em Semiótica, 
Educação e Sistemas de Informação. Atualmente é professor no Instituto Federal de Ciência 
e Tecnologia de Suzano. Tem experiência na área de Contabilidade, Controladoria e 
Administração com aderência nas disciplinas de Contabilidade Internacional, Controladoria, 
Contabilidade Gerencial, Contabilidade Social, Contabilidade de Custos, Contabilidade 
Agropecuária, Contabilidade Básica. É professor na Unisuz onde leciona as disciplinas de 
Auditoria, Análise das Demonstrações Contábeis, Contabilidade Gerencial, Contabilidade 
e Análise de Custos. Atua como perito contador judicial na 1 Vara Trabalhista de Mogi das 
Cruzes e na 1 Vara do Juizado Especial Federal de Mogi das Cruzes. 
 
 
 
 
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O que é perícia contábil? 
 
Resposta: Perícia contábil é o conjunto de procedimentos técnicos e científicos 
destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa 
solução do litígio, mediante laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, em 
conformidade com as normas jurídicas e profissionais e a legislação específica no que for 
pertinente. 
Desta forma a perícia é entendida como a diligência praticada por peritos com o 
objetivo de esclarecimento de determinados fatos. Ela tem a função de processar e 
interpretar os vestígios resultando em um laudo pericial que dará suporte ao processo de 
investigação. Assim a perícia contábil verifica fatos ligados ao patrimônio de pessoas físicas 
e jurídicas, em busca de uma opinião válida para afirmar irregularidade ou regularidade da 
situação proposta. 
 
Qual a importância da perícia contábil à sociedade? 
 
Resposta: Para a sociedade o perito contribui no esclarecimento de prova quando 
os envolvidos no processo requerem a revisão de encargos financeiros de bancos, 
condomínios, ou até mesmo no Sistema Financeiro de Habitação. 
Desse modo entende-se que a perícia contábil tem como objeto os elementos que 
são utilizados para gerar a prova pericial em relação à matéria periciada. 
 
Qual a diferença entre perícia judicial e extrajudicial? 
 
Resposta: A perícia judicial está sob a tutela do Judiciário e é colocado em prática 
quando concedida pelo juiz. A perícia extrajudicial não obriga a presença do Estado 
representada pelo Judiciário, ou seja, depende da convenção entre as partes e poderá ser 
designada por elas. 
Podemos afirmar que perícia judicial é realizada de acordo com os procedimentos 
exigidos pelo Poder Judiciário, ocorre nas varas cíveis, criminais, de família, de falências e 
concordatas e na justiça do trabalho. Já a perícia extrajudicial não envolve processo judicial, 
 
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ela é contratada em litígio pelas partes, ou seja, acontece fora do âmbito do Poder 
Judiciário, dividida em perícia demonstrativa, discriminativa e comprobatória. 
 
Como é o mercado de trabalho para perícia contábil? 
 
Resposta: O mercado de trabalho para peritos está aquecido com o aumento e 
distribuição de processos judiciais. 
Entendemos que se trata de uma profissão que vem se despontando no mercado de 
trabalho, mas é pouco explorada no meio contábil, tanto por profissionais contábeis quanto 
pelos cursos de ciência contábeis. 
 
O que levou você a se tornar um perito contábil? 
 
Resposta: Interesse em atuar como perito judicial junto aos Tribunais de Justiça 
Trabalhista e Federal, colocar o meu conhecimento técnico na elaboração de laudos 
periciais. 
Tendo visto as qualificações de Castilho compreendemos que atuar como perito 
contábil exige dos profissionais habilitados à participação em cursos preparatórios, ter 
habilidade, conhecimento e experiência da perícia contábil a ser desenvolvida.Quais são as vantagens e desvantagens de ser um perito contábil? 
 
Resposta: As vantagens é que em algumas Varas Trabalhista o sistema é eletrônico, 
não há necessidade de locomoção sendo que o trabalho pode ser feito de forma remota, 
ou seja, home office. No quesito desvantagem, em alguns momentos os honorários periciais 
são discutidos e acabam (uma das partes) não valorizando o trabalho pericial. 
Desta forma entendemos que por meio de um sistema eletrônico tornou-se mais 
exigível os profissionais se atualizarem, pois, tal mudança grandiosa não existia para os 
peritos desde que deixaram as máquinas de escrever e partiram para o computador com 
os seus diversos programas de cálculos. Quando se trata do pagamento de honorário do 
perito, os nossos magistrados buscam vários entendimentos. Há casos em que há 
depósitos preliminares, noutros há depósitos parciais, arbitramentos, depósitos na oferta 
 
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do laudo, e há casos em que nada disso ocorre. Assim, ficam os peritos à deriva, sem um 
norte verdadeiro para a caminhada, embora, haja farta legislação a respeito. 
 
Quais as funções de um perito? 
 
Resposta: Quando o juiz recorre ao perito, pois precisa de um laudo profissional 
específico e também para atender ao pedido de uma das partes que estão envolvidos no 
processo. O perito contribui no esclarecimento de prova quando os envolvidos no processo 
requerem a revisão de assuntos financeiros, e neste momento entra o perito contábil para 
contribuir com o seu trabalho. 
De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis é dever de o perito contador 
aceitar a responsabilidade que lhe foi incumbida; comparecer a audiência para prestar 
esclarecimento se necessário; prestar informações verídicas respeitando os prazos; manter 
elevado o seu nível de competência profissional, bem como estar a par das Normas 
Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia, 
da legislação relativa à profissão contábil e das normas jurídicas e deve continuadamente 
atualizar-se através de programas de capacitação, treinamento e especialização. 
 
O que é e qual o papel do assistente técnico? 
 
Resposta: O perito assistente é aquele que é contratado e indicado pela parte em 
perícias contábeis ele dá suporte ao perito contador caso este solicite informações para 
preparação da peça pericial. 
Remo Dalla Zanna, (2007), ressalta que o perito contador pode atuar como 
assistente técnico atendendo aos advogados das partes que o indicam para produzir um 
parecer técnico do laudo apresentado; também como consultor dos advogados para 
elaborar um parecer técnico sobre as questões econômicas, financeiras e empresariais que 
serão submetidas a julgamento; como policial especializado, atuando nos inquéritos 
policiais que darão suporte aos processos de sonegação de tributos ou nos casos de 
corrupção; 
 
 
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Quais as maiores dificuldades que um perito encontra ao ingressar no mercado de 
trabalho? 
 
Resposta: Ao ingressar no mercado, as dificuldades estão em se adequar ao sistema 
eletrônico do Tribunal de Justiça, navegar no site, carregar arquivos, com o tempo o perito 
se acostuma com a plataforma eletrônica do sistema. 
Segundo André Vicente Machado, advogado, 61 anos, O processo eletrônico foi bem 
elaborado e está sendo bem distribuído, mas as pessoas ainda têm que assimilar. Há 
dificuldade muito grande entre os profissionais porque estávamos acostumados a lidar com 
o processo em papel, mas o sistema, em si, é excelente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Considerações finais 
 
A profissão do perito contábil mantem-se em constante ascensão, seus serviços 
técnicos cada vez mais requisitados, porém, apesar de ser uma profissão autônoma, com 
um ótimo retorno financeiro possibilitando ao profissional trabalhar em horários flexíveis, na 
grande maioria das vezes de forma digital, é uma profissão que exige bastante do 
profissional, pois este, além dos conhecimentos técnicos deve manter uma postura ética, 
agir com moralidade, ser confiável e ter uma boa rede de comunicação profissional e 
pessoal, sendo o caminho inicial para ingressar na área é ter a indicação de um juiz. 
Um excelente campo para os profissionais de contabilidade, muito promissora sendo 
imprescindível que o perito contábil apresente responsabilidade e qualidade no serviço 
prestado, o princípio ético é de extrema importância, por tratar-se de uma área que exige 
sigilo profissional, referenciada pelo Código de Ética Profissional do Contador e a Norma 
do Conselho Federal de Contabilidade baseando-se na virtude das atitudes pessoais do 
profissional e seus princípios. 
Conclui-se que se trata de um tema de grande relevância e de interesse dos 
estudantes do curso de Ciências Contábeis apresentando uma oportunidade para atuação 
após o término da graduação. A troca de experiência entre os profissionais fortalece o 
aprendizado e estimula a continuidade na busca pelo conhecimento especifico na área da 
perícia contábil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
 
ALBERTO, V. L. P.. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
CAVALLI, Fabrina; RITTERBUCH, Diana de Souza. A prova pericial contábil nas causas de 
competência dos Juizados Especiais Cíveis. Revista Brasileira de Contabilidade ano 39, n. 
182 mar/abr 2010, p. 79 – 89. 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normas 
brasileiras de contabilidade de auditoria e perícia. Brasília: CFC, 2006. 
HOOG, Wilson Alberto Zappa. Prova Pericial Contábil: Aspectos Práticos & Fundamentais. 
4. ed. Curitiba: Juruá, 2005. 
ORNELAS, M. M. G. de. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. SÁ, A. L. de, Perícia 
contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
SANTOS, J. L. dos, et al. Fundamentos de perícia contábil. Vol. 18. São Paulo: Atlas, 2006. 
SILVA, A. C. R. da. Metodologia da pesquisa aplicada contabilidade. São Paulo: Atlas,2003. 
ZANNA, R. D. Prática de perícia contábil. 2. ed. São Paulo: IOB Thomson, 2007. 
Informações sobre os autores: 
ADRIANA FERREIRA – CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
ANA LÚCIA HONÓRIO – CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
ANDRÉ RICARDO SANTANA – CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
VIVIANE CAVALCANTE – CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
PROFESSORA Ma. SÍLVIA RANGEL - Faculdade Unida de Suzano 
 
Gestora Social com 20 anos de experiência em projetos e programas de 
desenvolvimento sócio comunitários, transformação e responsabilidade social. 
Coordenadora de projetos e ações sócio educacionais, graduada em Direito pela 
Universidade Braz Cubas, pós-graduada em Desenvolvimento Social (OIT) e Mestre em 
Políticas Públicas pela Universidade de Mogi das Cruzes. Docente Universitária nos 
 
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cursos de Administração, Ciências Contábeis, Direito e Gestão. Profissionalmente com 
vasto conhecimento em Legislação e Administração do Terceiro Setor, Criança e 
Adolescente, SUAS e Políticas Sociais. Pesquisa cientifica na área de 
Empreendedorismo Comunitário, Redes Sociais, Administração, Implantação, 
Monitoramento e Avaliação de Projetos e Programas Sociais.

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