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Ead e Metodos de Avaliação

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EAD E MÉTODOS 
DE AVALIAÇÃO
Autoria: Andreia de Bem Machado
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
 2ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Impresso por:
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
M149e
 Machado, Andreia de Bem
 EAD e métodos de avaliação. / Andreia de Bem Machado. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 114 p.; il.
 ISBN 978-85-7141-426-6
 ISBN Digital 978-85-7141-427-3
1. Ensino a distância. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da 
Vinci.
CDD 370
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
História e Concepção Sobre Avaliação ......................................7
CAPÍTULO 2
Estratégias Avaliativas ...............................................................45
CAPÍTULO 3
Avaliação no Contexto da EAD ..................................................81
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático EAD e Métodos de 
Avaliação! Como você já deve ter observado, a educação está presente em 
nossa vida em todos os lugares, seja presencialmente na escola, no trabalho, 
no cinema, no shopping e também no mundo digital, no espaço da virtualidade. 
Assim, a educação permeia nossa vida desde quando nascemos, pois através 
dela aprimoramos nossas relações com outros seres e com a natureza. Dentro do 
contexto virtual, a educação estabelece interações de trocas que fortalecem nosso 
conhecimento e que nos fazem aprender sobre saberes que foram deixados pela 
humanidade. Esse saber escolar é compartilhado dentro do espaço digital, ou 
seja, a Educação a Distância (EAD). A EAD é a modalidade de ensino que permite 
a interatividade e que pode ser realizada em tempos e espaços diversos, por 
meio da tecnologia da informação e comunicação (TIC). Dentro desse cenário, há 
momentos de reflexão, feedbacks e avaliações, a fim de verificar o conhecimento 
de cada um sobre determinados conteúdos. Além disso, para cada assunto há 
uma estratégia avaliativa no universo da EAD.
Você pode perceber com esse pensamento que a EAD passa a integrar 
diferentes metodologias, tanto de aprendizagem, como avaliativas. Você 
deve estar se perguntando: como são os métodos de avaliação na EAD? Para 
compreendermos o tema da disciplina EAD e Métodos de Avaliação, devemos ter 
em mente que a EAD se constitui de diferentes metodologias que permitem avaliar 
o conhecimento do estudante. Assim, essa disciplina visa estudar as tomadas 
de decisões acerca das questões relacionadas com a EAD. Essa concepção 
é importante para você, que será um professor e atuará nos vários âmbitos e 
modalidades de ensino.
No primeiro capítulo, você identificará a história e a concepção sobre a 
avaliação, compreendendo através dos tempos o processo avaliativo no cenário 
educacional. Além disso, estudará as diferentes concepções sobre a avaliação 
dentro da modalidade presencial e do contexto da EAD. Para finalizar, o capítulo 
compreenderá a avaliação, suas características e suas funções no cenário virtual, 
ou seja, dentro da modalidade EAD.
No Capítulo 2, você compreenderá as estratégias avaliativas no contexto 
da EAD. Primeiramente, estudará sobre as formas de avaliação: diagnóstica, 
somativa e formativa, compreendendo cada uma delas no contexto educacional, 
seja virtual ou presencial. Além disso, compreenderá a prática avaliativa 
Portfólio dentro da sala de aula digital, como é essa metodologia e as principais 
características dessa ferramenta de ensino. Por fim, compreenderá os tipos de 
questões no processo avaliativo no cenário da educação.
No terceiro capítulo, você estudará a avaliação no contexto da EAD, 
compreendendo as ferramentas e metodologias utilizadas nesta modalidade. 
Primeiramente, estudará a avaliação nos ambientes virtuais de aprendizagem, 
entendendo sobre estes ambientes que permitem a interatividade entre professor 
e estudante e vice-versa. Da mesma maneira, compreenderá os critérios 
avaliativos dentro do mundo da EAD, identificando a avaliação de aprendizagem e 
o feedback no processo ensino-aprendizagem nessa modalidade de ensino.
Boa leitura e bons estudos!
Professora Andreia de Bem Machado
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE 
AVALIAÇÃO
A partir do estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de:
 Identifi car a linha histórica do processo avaliativo.
 Analisar os diferentes conceitos sobre avaliação.
 Estudar e relacionar as características das avaliações e suas funções.
8
 EAD e Métodos de Avaliação
9
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A sociedade do conhecimento é marcada pela conectividade das informações. 
Praticamente não há distâncias do saber, pois um acontecimento que, por 
exemplo, acontece na China, em questão de segundos poderá ser divulgada no 
Brasil. Isso demonstra o quanto a comunicação mudou e consequentemente a 
nossa metodologia pedagógica também se alterou, visto que hoje podemos 
estudar a qualquer momento e em qualquer lugar, interligados pelas tecnologias 
de informação e comunicação.
Diante destas primeiras considerações sobre o novo formato educacional, 
intitulado de Educação a Distância (EAD), percebemos que há várias ferramentas 
ligadas a essa nova forma do fazer pedagógico que facilitam o processo ensino-
aprendizagem. Assim, no aprender-ensinar a distância, também se estabelece 
métodos diferenciados para o processo avaliativo.
Neste primeiro capítulo, estudaremos a linha histórica do processo avaliativo, 
as diferentes concepções de avaliação, bem como as características e funções da 
avaliação.
Boa leitura e bons estudos!
2 HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO 
Avaliar sempre marcou a vida do ser humano. Atualmente, a avaliação é 
utilizada em vários contextos, como: teste esportivo; compra de um produto; para 
saber as condições da saúde individual; no processo seletivo de emprego ou na 
universidade; para analisar o processo de ensino-aprendizagem etc. Porém, o 
processo avaliativo não é contemporâneo, pois ele já era utilizado por algumas 
tribos indígenas brasileiras com a fi nalidade de verifi car se o jovem já estava apto 
para a vida adulta. 
Um exemplo é o ritual praticado pelos índios da tribo Sateré-Mawé. O ritual 
é uma maneira de iniciar o jovem índio na vida adulta. Essa prática avaliativa é 
repassada de geração em geração e é considerada pela tribo um ato de força, 
coragem e resistência à dor. O jovem índio precisa vestir uma luva cheia de 
formigas tucandeiras e resistir quinze minutos para ser considerado apto para a 
vida adulta (PINTO, 2018). 
10
 EAD e Métodos de Avaliação
O referido ritual pode ser conferido no link do vídeo: Ritual da 
Tucandeira na Tribo Sateré-Mawé. FONTE: <https://www.youtube.
com/watch?v=1RO1QetxF8I>. Acesso em: 5 ago. 2019.
O processo avaliativo é muito antigo, anterior à comunidade indígena. Os 
chineses e os gregos iniciaram esta prática com o intuito de selecionar determina-
dos cidadãos para trabalhos específi cos dentro da comunidade. No mapa concei-
tual a seguir, você verifi cará o objetivo da avaliação para esses povos.
FIGURA 1 – OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO 
FONTE: A autora
Os chineses utilizavam a avaliação desde 360 a.C. por meio de um sistema 
de exames que permitiam o acesso a cargos que tinham prestígio e poder dentro 
da sociedade.
Já na Grécia,a avaliação era usada como uma autoavaliação, sugerindo que 
cada pessoa tinha que fazer uma refl exão sobre o seu ser, seu comportamento 
dentro do contexto que vivia, buscando se conhecer para melhor viver na socieda-
de. Nesse contexto, surgiu a frase “Conhece-te a ti mesmo” do fi lósofo Sócrates
(GHIRALDELLI, 2009), mensagem chave para o processo avaliativo.
Então, vamos conhecer um pouco sobre a avaliação ao longo da história? 
Você perceberá na linha histórica a seguir, a avaliação ao longo dos anos.
11
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
FIGURA 2 – LINHA HISTÓRICA
FONTE: A autora
A avaliação na Idade Média acontecia por meio de exercícios orais. Tais testes 
eram realizados nas universidades e pelos jesuítas. Esses exames averiguavam 
o conhecimento do professor para exercer o magistério. O procedimento era 
realizado na graduação, nos cursos de bacharelado. Na pós-graduação, o 
estudante só era considerado doutor se lesse os livros das Sentenças de Pedro 
Lobardo. Após a leitura e exposição oral do livro, para a banca avaliadora, é que o 
estudante estaria qualifi cado para defender a sua tese.
No século XVII, a avaliação passou a ser pensada e estruturada com um formato 
diferenciado, ou seja, por meio da representação de palavras para atestar o aprendizado 
sobre determinado tema, com a utilização de exames e testes que controlavam e 
mensuravam o nível de conhecimento de cada estudante. Nessa época, os estudos da 
docimologia eram requeridos para tal atividade. Você sabe o que é docimologia?
“Docimologia é originária do grego e quer dizer dokimé, teste. Foi 
utilizada no ano de 1920, por Henri Piéron, para designar o estudo refl exi-
vo dos exames e das ferramentas de atribuição de notas, bem como dos 
comportamentos dos educandos e educadores” (CUNHA, 2010, p. 227).
Os exames aplicados nas escolas atualmente tiveram sua história datada do 
século XVI até a primeira metade do século XVII, quando os Jesuítas elaboraram 
um documento publicado no ano de 1599, chamado Ratio atque Institutio 
Studiorum Societatis Jesus, que signifi ca Ordenamento e Institucionalização dos 
Estudos na Sociedade de Jesus, conhecido na comunidade acadêmica como 
Ratio Studiorum. Esse documento marcou a história da Didática, pois estabelecia 
metodologias pedagógicas das escolas jesuítas e orientações para os testes/
exames no fi nal do ano letivo.
12
 EAD e Métodos de Avaliação
Para saber mais sobre Ratio Studiorum, leia o artigo: Algumas 
considerações sobre o Ratio Studiorum e a Organização da Educa-
ção nos Colégios Jesuíticos, disponível em:
<http://www.uel.br/grupoestudo/processoscivilizadores/portugues/
sitesanais/anais14/arquivos/textos/Comunicacao_Oral/Trabalhos_
Completos/Ana_Toyshima_e_Gilmar_Montagnoli_e_Celio_Costa.
pdf>. Acesso em: 5 ago. 2019.
A partir do fi nal do século XIX e início do século XX, os testes para aferir o quo-
ciente de inteligência e o desempenho de cada estudante começaram a ser utiliza-
dos. Esses testes faziam parte do estudo da psicometria. Você sabe o que signifi ca?
“Psicometria é o estudo do conjunto de exames de método 
quantitativo utilizado na Psicologia” (CUNHA, 2010, p. 529).
Com o passar dos anos, no contexto educacional, os testes quantitativos 
foram substituídos por novas metodologias com o intuito de avaliar o educando 
em sua totalidade, assim observava-se os alunos em todas as especifi cidades, ou 
seja, o ser global (FERNANDES, 2014).
Atividade de Estudo:
1 A avaliação era realizada na Antiguidade por quais civilizações? 
Qual a metodologia avaliativa utilizada por essas comunidades?
2 Como era a avaliação na Idade Média?
13
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
Em 1934, surgiu pela primeira vez o termo “avaliação educacional”, proposto 
por Tyler (1949). No mesmo período, foi pensada a educação por objetivos. A 
meta era planejar objetivos e verifi car se eles eram alcançados. Por volta de 
1950, Tyler entendia que a avaliação não era apenas uma aplicação de exames 
e testes com lápis e papel, mas outras maneiras poderiam verifi car alterações 
comportamentais e nas aprendizagens.
Segundo Tyler, era necessário uma diversidade de procedimentos avaliativos, 
como: testes, escalas de atitude, inventários, questionários, fi chas de registros de 
comportamento, entre outras maneiras de conceber informações relevantes sobre 
o rendimento dos estudantes de uma forma longitudinal, intersectada aos objetivos 
curriculares. Para o teórico, a avaliação estava ligada aos objetivos educacionais 
relacionados aos programas curriculares. Assim, a ideia de avaliação tem duas 
questões importantes: primeiramente, a avaliação verifi caria o comportamento do 
estudante e em segundo lugar, envolveria mais de um julgamento alinhado ao 
contexto vivenciado pelo educando, com a intenção de identifi car as mudanças 
que poderiam acontecer no cenário que esse aluno estivesse inserido.
Há três critérios no entendimento de Tyler sobre a avaliação: o estudante, a 
sociedade e a área do conhecimento a ser desenvolvida em relação aos objetivos 
da Psicologia da Aprendizagem e da Filosofi a da Educação. Assim, o autor parte da 
questão educacional tendo como fonte tanto o estudante quanto os especialistas, 
e, como fi ltros, a Filosofi a e a Psicologia Educacional, conforme a Figura 3 a seguir:
FIGURA 3 – MODELO DE AVALIAÇÃO CONFORME TYLER
FONTE: Adaptado de Tyler (1949)
14
 EAD e Métodos de Avaliação
A avaliação, segundo Tyler (1949), segue os seguintes procedimentos:
• Verifi cação atrelada aos objetivos interceptados a cada nível de especifi -
cidade de conteúdo.
• Estabelecimento de cada objetivo em temas comportamentais.
• Verifi cação de situações que explicitem os comportamentos estabelecidos.
• Seleção, construção e coleta de informações atrelada a cada objetivo 
proposto.
• Elaboração de procedimentos para interpretação dos resultados.
Tyler arguia que o objetivo da avaliação era apreciar o comportamento 
dos estudantes, verifi car os objetivos educacionais atrelados às questões 
comportamentais, de maneira precisa e clara. Assim, a avaliação ocorreria 
processualmente, analisados por mais de um prisma de julgamento. Esse enfoque 
avaliativo fi cou conhecimento como avaliação por objetivos.
Para saber mais sobre Tyler e os modelos de avaliação, acesse 
e leia o artigo de Léa Depresbiteris: Avaliação de Programas e 
Avaliação da Aprendizagem, disponível em: <http://www.fcc.org.br/
pesquisa/publicacoes/es/artigos/163.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2019.
Na década de 50, outro grande pensador da avaliação foi Benjamin S. 
Bloom, responsável pela Taxionomia atrelada aos objetivos educacionais e que 
enfatizava a aprendizagem processual no desenvolvimento do ser humano. 
Os estudos da Taxinomia de Bloom são fundamentais para a compreensão 
do processo de aprendizagem a luz da Psicologia da Aprendizagem. A Taxionomia 
auxilia no planejamento da atividade de sala de aula e pode aferir o nível de 
aprendizagem de cada educando, compreendendo o nível cognitivo de alguns 
materiais utilizados no contexto educacional. A Taxionomia parte de três domínios: 
cognitivo, afetivo e psicomotor, conforme a tabela a seguir:
TABELA 1 – DOMÍNIOS DA TAXIONOMIA DE BLOOM
Domínio cognitivo. Domínio afetivo. Domínio Psicomotor.
Foco no saber. Foco nas emoções. Foco no corpo, movimento.
FONTE: A autora
15
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
Os domínios explicitados por Bloom, são intersectados (Figura 4). Cada 
domínio analisa uma dimensão do ser humano. O domínio cognitivo examina o 
saber. Por sua vez, o domínio afetivo observa e compreende questões atreladas 
às emoções, aos sentimentos e ao grau de aceitação ou rejeição do indivíduo. Já 
o domínio psicomotor compreende questões relacionadas à coordenação motora/
corporal e à manipulação dos objetos.
FIGURA 4 – DOMÍNIOS DA TAXIONOMIA DE BLOOM
FONTE: A autora
A Taxionomia de Bloom é subdividaem seis categorias e cada uma é ligada 
aos verbos, com o objetivo de dar suporte ao planejamento pedagógico, elaborado 
pelo professor, e são ligados ao domínio cognitivo, conforme a fi gura a seguir:
FIGURA 5 – SUBCATEGORIAS DA TAXIONOMIA DE BLOOM
FONTE: A autora
16
 EAD e Métodos de Avaliação
No domínio cognitivo, a Taxionomia de Bloom é explicitada por seis critérios, 
a saber: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. No 
domínio afetivo são interligadas as questões referentes ao comportamento, atitu-
de, responsabilidade, respeito, emoção e valores. Já no domínio psicomotor, estão 
relacionadas as questões referentes ao refl exo, movimentos básicos, comunicação 
verbal e não verbal, entre outras questões relacionadas ao movimento psicomotor.
Nas décadas de 60 e 70, nos Estados Unidos, as questões relacionadas com a 
avaliação e com os programas educacionais ganharam espaço com a preocupação 
dos governantes com o fracasso do desempenho escolar, resultando em investi-
mento públicos para essa demanda. No governo de John Kennedy, iniciaram os 
modelos de avaliações para aplicabilidade em larga escala. Tais modelos chegaram 
ao Brasil por volta de 1980-1990 e atualmente ainda são utilizados, com o intuito de 
verifi car a efetividade e a efi cácia dos resultados oriundos dos exames escolares.
Nos Estados Unidos, a partir daquela época, a avaliação era obrigatória a 
todos os programas sociais. Além disso, foram incluídas as seguintes áreas do 
conhecimento: Filosofi a, Sociologia, Economia e Administração. O conhecimento 
era avaliado de forma ampla, com métodos atrelados aos objetivos curriculares.
No Brasil, as questões referentes à teoria e à prática avaliativa da aprendiza-
gem, sofreram infl uências dos acontecimentos e das metodologias norte-america-
nas e do pensamento positivista.
O Positivismo está relacionado ao conhecimento científi co en-
quanto único conhecimento existente e verdadeiro, ou seja, o conhe-
cimento só é verdadeiro quando é comprovado cientifi camente.
Um exemplo da corrente positivista é a Lei n° 5.692/71, no Artigo 14:
Art. 14. A verifi cação do rendimento escolar fi cará, na forma 
regimental, a cargo dos estabelecimentos, compreendendo a 
avaliação do aproveitamento e a apuração da assiduidade.
§ 1º Na avaliação do aproveitamento, a ser expressa em notas 
ou menções, preponderarão os aspectos qualitativos sobre os 
quantitativos e os resultados obtidos durante o período letivo 
sobre os da prova fi nal, caso esta seja exigida.
§ 2º O aluno de aproveitamento insufi ciente poderá obter apro-
vação mediante estudos de recuperação proporcionados obri-
gatoriamente pelo estabelecimento.
17
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
§ 3º Ter-se-á como aprovado quanto à assiduidade:
a) o aluno de frequência igual ou superior a 75% na respectiva 
disciplina, área de estudo ou atividade;
b) o aluno de frequência inferior a 75% que tenha tido apro-
veitamento superior a 80% da escala de notas ou menções 
adotadas pelo estabelecimento;
c) o aluno que não se encontre na hipótese da alínea anterior, 
mas com frequência igual ou superior, ao mínimo estabeleci-
do em cada sistema de ensino pelo respectivo Conselho de 
Educação, e que demonstre melhoria de aproveitamento após 
estudos a título de recuperação.
§ 4º Verifi cadas as necessárias condições, os sistemas de en-
sino poderão admitir a adoção de critérios que permitam avan-
ços progressivos dos alunos pela conjugação dos elementos 
de idade e aproveitamento (BRASIL, 1971).
No referido Artigo, assegura-se a ordem e a disciplina no contexto escolar 
como um dos critérios de verifi cação do rendimento, ou seja, da avaliação.
Caso tenha interesse, acesse e leia na íntegra a Lei n° 5.692/71, em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-
agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html>.
Entre 1965 e início da década de 80, período intitulado de profi ssionalização 
da avaliação, aconteceram vários debates sobre a educação, porém, todos tinham 
como ponto em comum: a valorização de métodos qualitativos, incluindo no 
processo avaliativo a participação e a interação do estudante no contexto escolar.
Conforme a discussão histórica sobre a avaliação analisada neste capítulo, 
observamos que em algumas salas de aulas a preocupação maior é com a 
disciplina e o comportamento do estudante, do que com o processo de ensino-
aprendizagem.
No entanto, há contextos escolares em que o enfoque da avaliação é o 
processo ensino-aprendizagem, sendo este processual, com função diagnóstica, 
formativa e somativa, estabelecendo critérios para o acompanhamento do 
estudante no contexto escolar.
18
 EAD e Métodos de Avaliação
Atividade de Estudo:
1 O termo avaliação educacional foi utilizado pela primeira vez 
quando e por qual autor?
2 Segundo Tyler, quais são os passos do modelo de avaliação?
3 Outro autor que também explicita sobre a avaliação é o Bloom. 
Segundo esse teórico, a avaliação é constituída por três domínios. 
Quais são? 
Acerca do domínio cognitivo, a Taxionomia de Bloom cita seis critérios, a 
saber: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. O 
domínio afetivo é interligado as questões referentes ao comportamento, atitude, 
responsabilidade, respeito, emoção e valores. O domínio psicomotor é relacionado 
as questões relativas ao refl exo, movimentos básicos, comunicação verbal e não 
verbal, entre outras.
3 CONCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO
No cenário educacional, a avaliação é utilizada no contexto da sala de aula 
como ferramenta pedagógica para verifi car o processo de aprendizagem do 
estudante. E você, já se perguntou o que é avaliação? Qual é o seu signifi cado?
Diferentes teóricos estudaram e conceituaram a avaliação. Vamos começar 
com a raiz do termo, ou seja, de onde deriva-se a palavra “avaliação”.
Avaliação é proveniente do latim, signifi ca valor e mérito ao objeto de 
pesquisa, conexão entre o ato de avaliar e medir os conhecimentos adquiridos por 
um indivíduo (KRAEMER, 2006).
A avaliação é um instrumento utilizado no contexto escolar que pode averiguar/
desenhar os conhecimentos, atitudes, habilidades ou aptidões que o estudante 
se apropria. Assim, a avaliação pode mensurar, através dos objetivos propostos 
no planejamento didático do professor, os conceitos que já foram aprendidos pelo 
estudante e as difi culdades apresentadas no processo ensino-aprendizagem.
19
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
Nos estudos de avaliação de Luckesi:
Esses casos atestam a possibilidade efetiva de desenvolvimento 
de pesquisas de vários tipos, até da mais rigorosa pesquisa 
acadêmica, mesmo nas nossas escolas. É verdade que elas 
não representam a situação comum das escolas da rede 
pública no país, como já fi cou dito. Mas, guardadas as devidas 
distâncias, creio que podemos, a partir de seu estudo, discutir 
um pouco o estado atual da questão do professor-pesquisador 
e seu saber, tal como vem sendo apresentada por alguns dos 
seus estudiosos (1998, p.14). 
Para Luckesi (2011), o professor é um pesquisador e o ato de avaliar é um 
ato de observar, verifi car, e não é restrito a um só objetivo, pois vai além da di-
mensão da sala de aula, permitindo ao professor avaliar-se para uma tomada de 
decisão: permanecer com a mesma metodologia adotada ou mudar a prática pe-
dagógica utilizada até então.
Outro teórico que conceitua avaliação é Sant’Anna (1995). Para a autora, a 
avaliação é um procedimento possível de identifi car, aferir e averiguar, pois anali-
sa as alterações do comportamento e rendimento do estudante, do professor, do 
contexto escolar, além disso, verifi ca se a aprendizagem aconteceu tanto mental-
mente, quanto se o estudante aprendeu a prática do conhecimento compartilhado.
A avaliação, ainda segundo Sant’Anna (1995), é global, visto que permite 
analisar todas as dimensões da vida do estudante, na sua totalidade, percebendoprimeiramente o contexto, a partir do diagnóstico realizado no início do processo 
de aprendizagem. Desse modo, é possível verifi car as difi culdades do educando 
no início de sua jornada acadêmica. Essa avaliação inicial (diagnóstica) avalia 
tanto a parte prática quanto a teórica.
Both (2007) é outro autor que explicita sobre a avaliação. Segundo o teóri-
co, ela vem atrelada a duas questões que são: a qualidade do desempenho do 
estudante relacionada à quantidade de atividades que são propostas ao aluno. 
Essas questões precisam ser equilibradas e planejadas pelo professor. Para Both, 
o importante é a qualidade do ensino, assim a avaliação vai além da questão da 
verifi cação de aprendizagem.
Para você saber mais sobre a avaliação, indicamos a leitura dos 
seguintes livros: 
Avaliação da Aprendizagem Componente do Ato Pedagógico
de Cipriano Carlos Luckesi, São Paulo: Editora Cortez, 2011. 
20
 EAD e Métodos de Avaliação
A Avaliação da Aprendizagem na Escola da Ponte de José 
Pacheco e Maria de Fátima Pacheco (Org.), Rio de Janeiro: Editora 
Wake, 2012.
Você já pensou na avaliação como processo de refl exão e planejamento para 
atingir um determinado objetivo?
O teórico Fernandes (2014) defi ne a avaliação como um ato de refl etir, 
planejar, bem como estabelecer metas e objetivos. Assim, os critérios de avaliação 
podem estar atrelados aos resultados e relacionados tanto com a fi nalidade como 
aos objetivos propostos no início da caminhada acadêmica.
Conforme o pensamento deste autor, a avaliação requer refl exão e 
planejamento para atingir o objetivo. Além disso, propõe avaliar se intersecta com 
todo o processo avaliativo, social e político. 
Outra concepção de avaliação vem do autor Libâneo (1994). Segundo esse 
autor, a avaliação é um instrumento que permite ao professor observar se o 
estudante aprendeu ou não determinado conteúdo. Além disso, permite perceber 
o que o aluno sabe sobre determinado tema. 
A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume a reali-
zação de provas e atribuição de notas. A mensuração apenas 
proporciona dados que devem ser submetidos a uma aprecia-
ção qualitativa. A avaliação, assim, cumpre funções pedagógi-
co-didáticas, de diagnóstico e de controle em relação as quais 
se recorrem a instrumentos de verifi cação do rendimento esco-
lar (LIBÂNEO, 1994, p. 195).
Neste contexto, a avaliação tem como meta auxiliar o professor no processo 
de aprendizagem, observando o aprendizado de determinado conteúdo. Assim, 
mediante os aprendizados conquistados ou não pelo estudante, o planejamento 
do professor poderá ser alterado, caso o estudante não esteja aprendendo deter-
minado conteúdo ou permanecer com aquele planejamento, pois o aluno demons-
tra que está aprendendo o tema proposto com facilidade.
A avaliação pode ser percebida como transformadora da realidade escolar, 
pois proporciona mudanças no planejamento do professor, quando o educando 
apresentar difi culdades, a fi m de que o aprendizado aconteça por meio de outras 
técnicas.
21
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
Atividade de Estudo:
1 A avaliação faz parte do cenário escolar e ocorre em diferentes 
momentos pedagógicos, no início ou no fi nal do ano letivo. 
Assinale a alternativa CORRETA sobre o conceito de avaliação:
a) ( ) A avaliação é a conexão entre o ato de avaliar e de medir os 
conhecimentos adquiridos por um indivíduo.
b) ( ) A avaliação é pontual, é uma ferramenta que está contida no 
livro didático.
c) ( ) A avaliação é um termo em latim que signifi ca escolare.
d) ( ) A avaliação é realizada nas férias escolares.
2 Há várias concepções sobre avaliação. Entre os autores que 
explicitam sobre esse tema, temos Sant´Anna (1995). O que ela 
explicita sobre esse assunto?
4 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E 
AVALIAÇÃO 
Na relação entre teoria e prática no trabalho pedagógico, atrelados a avalia-
ção, é necessário clareza em questões importantes do contexto da sala de aula. 
Uma delas é o planejamento, a escolha do método e a avaliação utilizadas nesse 
cenário. Outra é a organização dos educadores no fazer pedagógico, para propor-
cionar a melhor interação e assimilação dos conteúdos. 
Planejar exige cuidado com as tarefas que são traçadas para serem alcan-
çadas, ou seja, verifi car objetivamente os procedimentos para executá-los de ma-
neira que responda a problemática inicial. O modelo educacional do saber fazer 
é baseado no planejamento e ganha lugar de destaque no programa curricular 
de ensino, bem como nos planos de aula docente. “A racionalidade do processo 
aparece como necessidade básica para o alcance dos objetivos do ensino” (MAR-
TINS, 2008, p. 18-19).
 
Analisaremos a efi ciência dos métodos na atividade pedagógica e compre-
enderemos as formas e práticas de interação e avaliação no contexto escolar. 
Vamos lá?
22
 EAD e Métodos de Avaliação
No contexto da organização das escolas e da formação do professor, perce-
bemos na caminhada algumas iniciativas que infl uenciaram a prática do docente 
no percurso histórico, brevemente assinalados a seguir:
FIGURA 6 – MAPA CONCEITUAL: PERCURSO HISTÓRICO
FONTE: A autora
Dentro desta organização escolar e deste histórico, uma das questões as-
sinaladas e importantes nesse espaço do conhecimento, é o método de ensino 
utilizado pelo professor. Para a escolha do método adequado a ser utilizado em 
sala de aula, verifi camos primeiramente, qual a nossa intenção educacional, qual 
o objetivo que queremos alcançar. 
O método a ser utilizado, portanto, deve levar em conta o contexto do educando, 
a realidade sociocultural do aluno. Nesse fazer pedagógico, devemos observar que 
há uma diferenciação entre método e técnica, como explicita Martins (2008, p. 35):
Tendo como direção uma intencionalidade educativa, método é 
o elemento unifi cador e sistematizador do processo de ensino, 
que determina o tipo de interação a ser estabelecida entre pro-
fessor, alunos e conteúdo, conforme a orientação que o funda-
menta. Tal orientação envolve concepções de homem, mundo, 
sociedade, educação, escola, respondendo, em última análise, 
a um ponto de vista de classe social. Já as técnicas são as ins-
tâncias intermediárias, os componentes operacionais de cada 
proposta metodológica que viabilizarão a implementação do 
método em situações práticas. 
23
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
O signifi cado do termo “método” vem do grego e signifi ca methodos. Esse 
termo tem o sentido de uma meta a ser seguida, um caminho, um traço. Assim, 
podemos explicitar que método é um conjunto de procedimentos para atingir 
um fi m, ou seja, para atingir um objetivo que foi traçado no começo de qualquer 
planejamento. 
Para elaborar os métodos, como abordados pelo autor, é necessário saber 
qual a visão de mundo, de homem e de sociedade. Enfi m, é preciso escolher o 
melhor caminho a seguir, dentro das metodologias de ensino existentes para o 
seu fazer pedagógico. “A escolha do método é determinada pela matéria a ser 
ensinada, pela maneira como o professor considera o aluno e pelos objetivos” 
(MARTINS, 2008, p. 42).
Dentro da escolha da metodologia, é importante considerarmos quais são os 
objetivos de ensino propostos para aquela aula, o conteúdo que será ministrado 
e qual será a melhor técnica a ser utilizada para que os educandos aprendam 
conforme o proposto para aquele momento pedagógico. Portanto, essa escolha 
deve levar em consideração a relação entre os procedimentos de ensino e os 
objetivos propostos, ou seja, a intenção educacional almejada. 
Esta seleção do método deve apreciar a realidade sociocultural do aluno, da 
escola, da sociedade em que ambos estão inseridos. Assim, o caminho escolhido 
alcança a intenção educacional proposta pelo educador. Como explicita Martins 
(2008, p. 40): “[...] unifi cador e sistematizador do processo de ensino, determinando 
o tipo de relação a ser estabelecida entre professor e alunos, conformeorientação 
fi losófi ca que o fundamenta; tal orientação envolve uma concepção de homem e 
de mundo, respondendo, em última análise, a um ponto de vista de classe”.
O ensino proporciona muitas formas de assimilação do conteúdo. Martins 
(2008) cita que Comênio, no século XVII, propôs a ruptura da interação particular 
entre professor e aluno para a concepção de um professor para vários alunos. 
Segundo o autor, existia um método único de ensinar tudo a todos, afi rmando: 
“Não é necessário que o professor ouça sempre todos os alunos, nem que 
examine sempre os cadernos e os livros de todos, pois tendo como ajudantes 
os chefes de turma, estes estarão atentos a que os alunos, colocados sob sua 
responsabilidade, procedam como devem (MARTINS, 2008, p. 36)”.
É importante que saibamos que atualmente a escola é uma construção do 
capitalismo (POCHMANN, 2007), tendo como objetivo instruir a sociedade através 
da comunicação vertical (professor-aluno). Essa instrução é o caminho que se 
faz para unifi cação, seleção e organização dos conteúdos e dos procedimentos 
didáticos para alcançar o objetivo determinado (conhecimento). 
24
 EAD e Métodos de Avaliação
Nesta concepção, o professor ensina e o aluno aprende, sendo considerado 
uma tábula rasa, um mero receptor de conteúdo, informações. Assim, o estudante 
aprende o que o professor transmite, ou seja, o conteúdo produzido historicamente 
pela sociedade.
A interação pela transmissão-assimilação é estudada por Herbat, conforme 
explicita Martins (2008), o aluno se prepara através do estudo da lição anterior, 
motivando-se para assimilação de outros conteúdos, o educador apresenta um 
novo conteúdo através de aulas expositivas e o aluno assimila o conteúdo pela 
comparação do conhecimento anteriormente adquirido.
Podemos destacar outras formas de interseção entre professor e aluno. São 
elas: 
• Transmissão-assimilação: o processo didático ocorre pela transmissão, 
pelo professor, de conteúdos didáticos produzidos e acumulados pela 
humanidade. O aluno, conforme explicitado anteriormente, é um assimi-
lador de conteúdo. Conforme Martins (2008, p. 38), esse método é com-
posto por cinco etapas: “instâncias operacionais (técnicas) tais como: au-
las expositivas, exercícios, demonstração didática, entre outros”.
• Aprender a aprender: o processo didático é enfatizado através da redes-
coberta do conhecimento, sendo que a questão central aqui é aprender o 
método de aprender. A proposta, portanto, é o método estudado por Dewey, 
composto por cinco etapas: “dinâmica de grupo, pesquisa bibliográfi cas e de 
campo, entrevista, entre outros” (MARTINS, 2008, p. 41). Nesse contexto, 
as atividades são realizadas em grupos, com o objetivo de integrar os estu-
dantes e trabalhar as relações interpessoais. Observa-se que nessa propos-
ta a ênfase do processo pedagógico foca-se no estudante.
• Aprender a fazer: nesta prática, os procedimentos didáticos são intitula-
dos de estratégias, sendo que o controle do tempo em cada etapa do mo-
mento pedagógico é enfatizado como objetivo de ser produtivo. A seleção 
dos conteúdos programáticos é atrelada ao objetivo político da sociedade. 
Assim, o foco do processo encontra-se nos meios, sendo importante o alu-
no aprender a fazer, dando respostas defi nidas pelos objetivos propostos. 
Bloom (1975) abordou práticas que defi niu como instâncias operacionais que 
podem ser avaliadas em três dimensões: cognitiva, psicomotora e afetiva. Essas 
possibilitam diretrizes com o foco no aprender a fazer, na realização de exames de 
avaliação, provas, programas, módulos de aprendizagem, entre outras práticas.
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HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
• Sistematização coletiva do conhecimento: nesta interação, o foco é a 
práxis social, em que a relação dialética da compreensão-transformação 
é a abordagem central. A interação entre educador e educando acontece 
pela atuação do docente como mediador do processo pedagógico e do 
conhecimento para o aluno na sala de aula. Nessa prática, como ressalta 
Martins (2008, p. 45), as técnicas utilizadas são: “atividades coletivas de 
sistematização do conhecimento, grupos diversos, exposições, plenários, 
projetos, entre outras”.
Como você percebeu, a prática de interação no contexto escolar entre edu-
cadores e educandos são diversas, e estão ligadas diretamente aos diferentes 
momentos históricos da sociedade. 
Além disto, estas práticas indicam as possibilidades de organização do ensi-
no, do professor e da escola, e estão vinculadas ao contexto pedagógico. Assim, 
é importante que ao planejar o ensino, o professor faça a opção do método (ca-
minho) que pretende utilizar em sala de aula, favorecendo a seleção de procedi-
mentos (técnicas) que serão mais apropriadas para atingir os objetivos propostos.
Na trajetória educacional brasileira há diferentes métodos e técnicas de 
aprendizagem que foram implementadas, segundo a visão de mundo, sociedade 
e cultura de cada período histórico brasileiro.
Analisaremos o histórico da educação no Brasil sustentado pelos papéis do 
aluno e do professor no contexto escolar. Vamos estudar!
A educação no Brasil está relacionada com as concepções de homem, mun-
do, sociedade e cultura de cada momento histórico.
O primeiro momento histórico no Brasil aconteceu nos séculos XVII e XVIII e 
foi marcado pelo período pós Primeira Guerra Mundial, crise do café, com a subs-
tituição deste pela indústria. Aqui a Pedagogia era intitulada tradicional, o conteú-
do era assimilado pelo estudante e o professor era o responsável por transmitir o 
conhecimento.
Neste contexto, as aulas eram expositivas, predominando a comunicação ver-
tical, em que o professor ordenava a sequência das atividades. A memorização tor-
nou-se muito importante e quanto maior o número de exercícios que o estudante 
realizava, maior era a sua memorização e assim ele aprenderia (decoraria) o con-
ceito transmitido em sala de aula. O aluno tinha o papel de aprender (assimilar) o 
conteúdo através da repetição de exercícios e fórmulas que proporcionariam a assi-
milação. A avaliação era o instrumento de verifi cação do conhecimento e os temas 
propostos eram temas articulados com a repetição das atividades que eram minis-
26
 EAD e Métodos de Avaliação
tradas em sala de aula. Você lembra das provas em que a resposta tinha que ser 
decorada, memorizada? Lembra dos verbos que eram decorados, sem sabermos 
quando seriam utilizados? Pois bem, essa era a época vivenciada na educação 
tradicional, em que a avaliação era o mecanismo de reprodução e assimilação de 
conteúdo, além de ser usada como meio de punição para alguns estudantes.
Nestas décadas, a educação era marcada pela transmissão e assimilação do 
conhecimento conforme o quadro explicativo a seguir:
QUADRO 1 – ENSINO BASEADO NA TRANSMISSÃO-ASSIMILAÇÃO DE CONTEÚDOS
Professor
Expõe a matéria. Cobra do aluno a defi nição do conteúdo e a recordação das 
matérias anteriores, fazendo associação da matéria nova com um assunto 
visto anteriormente para melhor fi xação. Além disso, o educador dá ênfase 
em formular exercícios de repetição sobre conceitos ou fórmulas para os 
estudantes, visando disciplinar a mente e formar hábitos.
Aluno
Aprendia através da repetição e memorização de conteúdo. É receptivo e 
mecânico, através de exercícios sistemáticos e retenção da matéria.
Avaliação A avaliação era mecânica, baseada na repetição da matéria pelo estudante. 
FONTE: Adaptado de Martins (2008)
O professor era considerado o centro do processo, assumindo o papel de 
transmissor do conhecimento e o aluno, por sua vez, uma tábula rasa, conforme o 
mapa conceitual a seguir.
FIGURA 7 – ENSINO BASEADO NA TRANSMISSÃO-ASSIMILAÇÃO DE CONTEÚDOS
FONTE: A autora
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HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
No período de 1985 a 1988, o ato pedagógico foi marcado pela participação 
social e foi mais percebida no fi nal dos anos 70 e início dos anos 80, comos 
movimentos sociais. “O objetivo era mobilizar a sociedade para uma nova 
organização e impactar a escola. Os grupos sociais se defi niram como classe, 
com ênfase na problemática política” (MARTINS, 2008, p. 25).
A prática pedagógica buscava compreender a intersecção entre o contexto 
escolar e a sociedade, iniciando-se a pedagogia crítico-social dos conteúdos, 
proposta por Dermeval Saviani e José Carlos Libâneo . A abordagem educacional 
entendia o ser humano como resultante das infl uências do contexto social, 
como consequência de um processo de evolução, entendendo este como um 
ser produtivo e efi ciente. Nessa abordagem, o homem era externo ao mundo e 
aperfeiçoado pela produção. Acreditava-se no “aprender a fazer”, ou seja, “só se 
ensina o que é mensurável e observável” (MARTINS, 2008, p. 42). 
O segundo período no Brasil, entre os anos de 1989 a 1993, foi marcado por 
movimentos sociais, sendo denominado por Martins (2008), de organização do 
trabalho na escola. “No interior da organização escolar, fazem tentativas de alterar 
as relações sociais estabelecidas no seu interior, burlando as normas, agindo de 
maneira diferente daquela que é prescrita na escola (MARTINS, 2008, p. 25)”.
Este período foi consolidado pela transição. Os professores quebraram 
normas com iniciativas que consolidavam nova estrutura educacional. Assim, 
a educação era baseada no “aprender fazendo”, em que o papel do professor, 
segundo Martins (2008), era de intermediário entre o planejamento e o aluno, 
conforme o quadro a seguir:
QUADRO 2 – APRENDER A FAZER
Professor O elo entre a verdade científi ca e o aluno é a comunicação técnica 
que garante a efi cácia da transmissão do conhecimento.
Aluno Comportamento de entrada e saída visando uma profi ssão. 
Resposta a estímulos externos, comportamento operante 
seguido pela apresentação de um estímulo.
Avaliação É um instrumento que permite o professor observar se o 
estudante aprendeu ou não determinado conteúdo. Além disso, 
possibilita perceber o que o aluno sabe de determinado tema.
FONTE: Adaptado de Martins (2008)
O planejamento era considerado o centro do processo (MARTINS, 2008), 
conforme ilustrado em seguida:
28
 EAD e Métodos de Avaliação
FIGURA 8 – O PLANEJAMENTO É O CENTRO DO PROCESSO
FONTE: Adaptado de Martins (2008)
No terceiro período, ocorreram mudanças devido aos movimentos sociais. 
Portanto, o contexto cultural foi marcado por confl itos. Nesta abordagem, a 
ênfase do processo ensino-aprendizagem centrava-se na práxis social, sendo o 
cerne da questão a relação dialética entre a compreensão e a transformação. O 
período entre 1994 a 2000 é intitulado por Martins (2008) de: a produção e a 
sistematização de conhecimento, em que o foco é o aluno como sujeito da sua 
prática social.
O aluno é concebido como um ser historicamente situado, 
pertencente a uma determinada classe, portador de uma prática 
social com interesses próprios e de um conhecimento adquirido 
nessa prática, os guias não podem mais ser ignorados pela 
escola (MARTINS, 2008, p. 26).
Neste contexto, no cenário educacional, a prática social era considerada o 
centro do processo. O professor tinha o papel de mediador do conhecimento sis-
tematizado e da prática social, e o aluno assumia o papel de sujeito do processo, 
um ser histórico (MARTINS, 2008).
29
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
QUADRO 3 – SISTEMATIZAÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Martins (2008)
Neste método pedagógico, o processo passa a ser o mediador do conheci-
mento sistematizado e o estudante é o sujeito-centro do processo educativo.
FIGURA 9 – A PRÁTICA SOCIAL COMO CENTRO DO PROCESSO
Professor Organiza atividades em grupo.
 Organiza o conhecimento coletivo com os estudantes.
Aluno
 Sujeito histórico.
 Ser problematizador do seu contexto.
Avaliação
Instrumento alinhado ao planejamento que verifi ca como está o 
aprendizado do estudante, para que o plano permaneça igual ou seja 
alterado.
FONTE: Martins (2008, p. 46).
Para saber mais sobre aprender a fazer leia: O ato de apren-
der e o sujeito que aprende. Acesse o link: <http://pepsic.bvsalud.
org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542010000100010>. 
Acesso em: 30 ago. 2019.
O quarto momento histórico no Brasil é caracterizado por Martins (2008) 
pela ênfase na aprendizagem e no aprender a aprender. Na educação, por sua 
vez, foi um período marcado por práticas do ensino do aprender a aprender, em 
30
 EAD e Métodos de Avaliação
que o papel do professor era orientar o aluno, criando desafi os e estimulando 
a investigação. A escola, portanto, assumia a função de preparar estudantes 
criativos, produtivos para a vida profi ssional. O aluno assumia o papel de centro do 
processo. Assim, a abordagem era considerada existencialista, focada na vida, na 
atividade. Nessa perspectiva, o homem era mutável, determinado pela existência, 
como explicita Martins (2008, p. 39): “O homem é um sistema aberto, em evolução 
contínua, desenvolve-se em etapas, buscando um estágio fi nal alcançado. O 
homem é um animal social e o mundo, um meio rico em transformação a ser 
descoberto pelo indivíduo, constitui-se num espaço das vontades individuais”. 
QUADRO 4 – APRENDER A APRENDER
Professor • Promove situações com experiências interessantes e propõe situações 
problemas. 
• Realiza pesquisa para a descoberta de soluções.
Aluno • Motivados, estimulados, interessados, autoaprendizagem, tendo o 
ambiente como estímulo para novas descobertas.
Avaliação • A avaliação é realizada durante o processo de aprendizado.
FONTE: Adaptado de Martins (2008)
O estudante, portanto, era o foco do processo ensino aprendizagem. O 
professor, por sua vez, era o orientador das situações de aprendizagem, conforme 
ilustra a Figura 10 a seguir.
FIGURA 10 – ALUNO COMO CENTRO DO PROCESSO
FONTE: Martins (2008, p. 41)
A avaliação ao longo da história, conforme você observou, está relacionada 
com as tendências pedagógicas de cada período, ou seja, a avaliação está atrela-
da a cada período histórico e educacional vivenciado na sociedade.
Um exemplo é a educação tradicional, em que conteúdo é transmitido e as-
similado. Na concepção do aprender a fazer, a avaliação é realizada através de 
31
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
exames, com o objetivo de verifi cação dos conhecimentos. Assim, podemos en-
tender que a avaliação é mais conservadora e crítica.
Na abordagem tradicional explicitada como transmissão e assimilação de con-
teúdo [...] os conteúdos e procedimentos didáticos não tinham nenhuma relação 
com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades sociais. “É a predomi-
nância da palavra do professor, das regras impostas” (LUCKESI, 1998, p. 55).
E para Luckesi (2011), como deve ser a avaliação? Para este teórico, a ava-
liação perpassa quatro aspectos que estão imbuídos na prática de algumas esco-
las que trabalham com a abordagem tradicional. São elas:
• Planejar uma lista de perguntas, para questionar os alunos depois de mi-
nistrar um determinado número de aulas, para verifi cação do aprendizado.
• Para os estudantes responderem as perguntas, adotar a seguinte me-
todologia: organizar a sala de aula de tal forma que um estudante fi que 
bem distante do outro. Distribuir os questionários e fi scalizar para que 
não copiem as respostas.
• Corrigir o questionário, de forma a analisar a nota quantitativamente, ou 
seja, de forma classifi catória.
• Na última etapa, fazer o registro no diário de classe.
Esses passos comentados por Luckesi (2011) evidenciam a educação como 
transmissão e assimilação de conteúdos em que há apenas a reprodução dos te-
mas abordados no contexto escolar. Ao estudante é necessário apenas reprodu-
zir o conteúdo sem refl exão e nem problematização assunto. A avaliação, nesse 
contexto, é um instrumento de mensuração, de classifi cação, com o objetivo de 
incentivar o estudante a buscar as melhores notasatravés do método de memori-
zação do conteúdo. Você lembra como era o estudo da tabuada? 
O estudo da tabuada era realizado por meio da memorização dos cálculos e 
na sequência o professor aplicava uma prova oral, para verifi car se o estudante 
tinha aprendido a tabuada, perguntando a ele cada uma das sentenças de multi-
plicação.
Busca respostas prontas, e quando as perguntas são propostas 
que objetivam respostas pré-determinadas, não possibilitam a 
formulação de novas perguntas. Este fator impede os alunos 
de serem criativos, refl exivos e questionadores. A avaliação, 
de maneira geral, única e bimestral, contempla questões que 
envolvem a reprodução dos conteúdos propostos, enfatizando e 
valorizando a memorização, a repetição e a exatidão, perguntas 
que envolvem reprodução buscam respostas prontas, ela 
é única e bimestral, impede aos alunos o questionamento, 
valorizando a memorização (BEHRENS, 2005, p. 46).
32
 EAD e Métodos de Avaliação
Na proposta do aprender a fazer, também intitulada de escola tecnicista, a 
técnica está sempre à frente da afetividade (LUCKESI, 2011). Nesse modelo, é 
importante fazer os testes, exames para analisar se o estudante aprendeu, além 
de também fazer testes práticos para mensurar o aprendizado daquela técnica.
Na abordagem tradicional e tecnicista, conforme explicita Behrens (2005), o 
educando e o professor não são elementos principais no processo. O elemento 
principal é o planejamento dos meios para atingir os fi ns propostos. O planejamento 
e o controle fazem com que o objetivo do processo educacional seja alcançado.
Tanto a sistematização do conhecimento quanto o aprender a aprender são 
propostas baseadas em uma abordagem sistêmica, segundo Behrens (2005). É 
uma concepção que visa o processo avaliativo, o crescimento progressivo do es-
tudante, respeitando-o como pessoa, contemplando no processo as inteligências 
múltiplas, os limites e qualidades. Assim, a construção do conhecimento estará 
em harmonia com os conteúdos propostos e com a aceitação dos diferentes pro-
cessos de aprendizagem.
Avaliação no ensino com pesquisa apresenta-se contínua, 
processual e participativa. O acompanhamento dos alunos 
em projetos e pesquisas tem como norteador a proposição 
de critérios discutidos e construídos com os alunos antes de 
começar o processo... O aluno é avaliado pelo desempenho 
geral e globalizado, com acompanhamento do seu ritmo 
participativo e produtivo, todos os dias e não por momentos de 
grande esforço de memorização e cópia no fi nal do bimestre 
(BEHRENS, 2005, p. 102).
A avaliação é processual e diagnóstica, voltada ao aprendizado, com o objeti-
vo de averiguar o processo ensino-aprendizagem, ou seja, verifi car o andamento do 
aprendizado do estudante para prosseguir ou modifi car o planejamento pedagógico. 
O importante dentro deste contexto é observar qual a tendência pedagógica 
que o professor adota em sala de aula, pois por meio desta observação você per-
ceberá a escolha avaliativa do profi ssional aplicada no contexto educacional.
Atividade de Estudo:
1 Estudamos que as tendências pedagógicas estão ligadas aos 
acontecimentos históricos. Disserte aqui sobre a linha histórica 
das tendências pedagógicas.
33
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
2 Na abordagem tradicional, conhecida como transmissão e assimi-
lação de conteúdo, o processo avaliativo é muito importante. So-
bre a avaliação nessa abordagem, assinale com V as sentenças 
verdadeiras e F as falsas:
( ) A avaliação era a repetição dos conteúdos aprendidos no contex-
to educacional.
( ) A avaliação é realizada em vários momentos do contexto escolar.
( ) A avaliação é feita através de exames para verifi cação dos co-
nhecimentos.
( ) A avaliação é feita através da autoavaliação.
Agora assinale a alternativa com a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) F - F - F - V. 
c) ( ) F - V - F - V. 
d) ( ) V - F - V – F
3 Na perspectiva da escola tecnicista, do aprender a fazer, a avalia-
ção era primordial, pois nesse processo o professor a utiliza para 
qual fi nalidade?
4 Na concepção pedagógica da sistematização dos conteúdos, uma 
abordagem crítica da educação, a avaliação exercia qual papel?
5 Na tendência do aprender a aprender, em que professores e es-
tudantes participam ativamente do processo pedagógico, qual era 
a metodologia avaliativa?
5 AVALIAÇÃO: CARACTERÍSTICAS E 
FUNÇÕES 
Você sabia que a avaliação pode ser estudada por diferentes prismas? Isto 
acontece devido às características e funções do contexto escolar. O ato de avaliar 
tem a intenção de emitir quantitativamente um valor ou julgamento, seja de um 
assunto, um objetivo ou uma pessoa.
34
 EAD e Métodos de Avaliação
A avaliação é usada em nossa sociedade em diferentes cenários para men-
surar numericamente. As notas podem ser mensuradas em números e expressas 
em gráfi cos, classifi cando os estudantes, como no gráfi co a seguir:
GRÁFICO 1 – NOTA DOS ESTUDANTES DA SALA X
FONTE: A autora
O aluno Mi recebeu nota 10; o estudante Do, nota 8, já o estudante Re, nota 
7 e o aluno Si, nota 6. O estudante Lá ganhou nota 4 e o estudante Só, nota 5. 
Assim, o professor verifi ca os estudantes que precisam mais atenção para criar 
novos formatos e metodologias de ensino.
Há avaliações realizadas por letras, ou seja, conceitos, como expresso no 
gráfi co a seguir:
GRÁFICO 2 – GRÁFICO DE ALUNOS CONCEITO
FONTE: A autora
35
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
No Gráfi co 2, o conceito A é o maior na escala. Na turma analisada, três estu-
dantes alcançaram o conceito A, dois atingiram o conceito B e um o conceito C. A 
avaliação pode ser mensurada por nota ou conceito, porém, as duas maneiras de 
avaliar explicitam um ato voltado ao processo de ensino aprendizagem. O objetivo 
é avaliar o desenvolvimento da aprendizagem do estudante, explicitando valores 
em escalas atreladas a questões quantitativas e/ou qualitativas. 
A avaliação tem como meta verifi car se os objetivos pensados no início do 
processo do planejamento de ensino foram alcançados. A intenção é saber o que 
foi proposto no planejamento de ensino. Para Luckesi (2011), avaliar é apreciar 
os conceitos teóricos sobre avaliação e aprender a prática da avaliação, pois para 
compreender a teoria avaliativa, é preciso buscar teorias e fontes de estudo. Con-
tudo, a prática avaliativa é algo que só será efetivamente compreendida no con-
texto escolar.
Neste contexto, faz-se necessário conceituar os tipos de avaliação tanto na 
concepção tradicional e na construtivista, em que o erro faz parte do processo de 
aprendizagem. 
QUADRO 5 – CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
Concepção tradicional Concepção construtivista
Avaliação como instrumento de controle. Avaliação como construção da aprendizagem.
FONTE: A autora
Na concepção tradicional, a avaliação é vista como um instrumento de contro-
le, de medida, de comparação e de classifi cação. Segundo Libâneo (1994), a práti-
ca da avaliação que é utilizada no contexto escolar é interligada ao controle e men-
surada numa expressão quantitativa que é obtida por meio da realização de provas.
Na visão tradicional, a função da avaliação está ligada a um instrumento de 
controle que é usado para mensurar os conteúdos que muitas vezes são memori-
zados. O estudante realiza a prova para verifi car se aprendeu ou não o tema que 
foi abordado pelo docente, no contexto da sala de aula. A avaliação no contexto 
educacional é uma prática que refl ete uma sociedade reprodutora e autoritária, 
em que o professor tem o papel de autoridade na sala de aula. Além disso, o 
professor é o detentor do conhecimento e o estudante é o que recebe o conteúdo 
como uma tabúla rasa.
36
 EAD e Métodos de Avaliação
Para saber mais sobre avaliação, acesse o link e leia o artigo: 
A Avaliação da Aprendizagem na Perspectiva Formativa e na Clas-
sifi catória de Thais Salomão e Mari Nascimento: <http://www.uel.br/eventos/semanaeducacao/pages/arquivos/ANAIS/ARTIGO/SABE-
RES%20E%20PRATICAS/A%20AVALIACAO%20DA%20APREN-
DIZAGEM%20NA%20PERSPECTIVA%20FORMATIVA%20E%20
NA%20CLASSIFICATORIA.pdf>.
Outra questão fundamental na concepção tradicional é o fator medo. O estu-
dante tem medo das notas baixas, medo do professor e consequentemente medo 
da avaliação. Nesse contexto, a avaliação é usada como instrumento de castigo, 
de ameaça, para controlar uma situação. Podemos observar isso em sala de aula, 
por meio da postura do professor, quando os estudantes estão fazendo barulho, 
desorganizados e o professor diz: “já que estão nessa bagunça, vamos fazer uma 
prova?” Com essa atitude, o professor usa a punição para controlar o comporta-
mento dos estudantes. Em algumas escolas, a avaliação tem sido utilizada com 
esse objetivo de punir, intimidar, como instrumento de controle social e elemento 
disciplinador (LUCKESI, 2011).
A avaliação classifi catória seleciona o estudante em primeiro, segundo e terceiro 
lugar e assim sucessivamente. Os discentes são mensurados pela qualidade de res-
postas, conforme o padrão utilizado pelo professor. A nota obtida na prova é usada 
para promoções, para mensurar o comportamento ideal do estudante e as provas 
têm as respostas prontas em um gabarito que é padrão para todos os estudantes.
Este modelo avaliativo classifi catório é distante do processo de ensino e pode 
ser considerado como um recorte da aprendizagem. Nessa concepção, a avaliação 
é vista como controladora de condutas e a sua atuação é realizada em sala de aula 
como excludente, pois os estudantes que não sabem o conteúdo são excluídos do 
contexto escolar. O erro, nesse processo, é relacionado ao fracasso. A prova é um 
instrumento utilizado pelo professor como um meio de acerto de contas.
Dessa forma, passamos a atribuir desmesurado valor às ques-
tões de única e múltipla escolha, questões de lacunas, de res-
postas ditas “objetivas” a serem respondidas pelos educandos, 
como garantia de uma suposta previsão dos resultados confe-
ridos pelos professores. Contudo, o cotidiano da sala de aula 
apresenta certos fatos que apontam para a urgente necessida-
de de refl exão de algumas tarefas propostas as crianças (HO-
FFMAN, 2011, p. 60).
37
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
Observa-se, neste processo, que a avaliação é uma prova com respostas 
prontas como mostra a fi gura a seguir, de um teste de Ciências.
FIGURA 11 –TESTE DE CIÊNCIAS
FONTE: Hoffman (2011, p. 61)
Este formato de avaliação é oriundo da metodologia tradicional. O estudante 
que não tivesse memorizado o conteúdo, linha por linha, com certeza não iria 
responder o teste de Ciências exemplifi cado anteriormente, pois não saberia as 
respostas certas para preencher cada lacuna.
Já a avaliação processual é realizada durante o processo, no momento da 
aprendizagem. Nesses casos, observa-se que a avaliação é dinâmica, contínua, 
realizada desde o início do processo educacional, ou seja, acontece em todas as 
etapas do planejamento de ensino.
A avalição processual é inclusiva, pois observa, analisa os erros dos 
estudantes e verifi ca o que precisa ser realizado no contexto escolar, ou seja, no 
processo de ensino aprendizagem, para que o estudante aprenda o conteúdo que 
errou no momento da avaliação.
Você sabe o que é uma avaliação processual?
A avaliação processual, como explicitado, é realizada durante 
todo o processo de aprendizagem. A prova é um elemento da 
avaliação, realizada para verifi cação dos estudos que o estudante 
realizou no contexto escolar. A prova permite que o aluno perceba 
os seus erros e busque alternativas para o acerto. Além disso, o 
38
 EAD e Métodos de Avaliação
professor busca novas metodologias para o ensino daquele tópico 
escolar. Assim, a avaliação faz parte da construção do conhecimento.
O contexto escolar usa a prova como promoção para outro grau de ensino, 
ou seja, grau escolar. Então, a prova torna apto ou reprova o estudante para a 
etapa seguinte. Você sabe como isso é feito?
O sistema escolar utiliza os resultados quantitativos para a aprovação e 
os pais dos estudantes aguardam o resultado positivo deste instrumento. Os 
professores usam a prova apenas para elencar quem está aprovado ou reprovado, 
aproveitando-a como critério de comportamento. Já os estudantes pensam 
na prova apenas como fator para aprovação. Nesse contexto, a aprendizagem 
e todo o processo pedagógico da avaliação são deixados para segundo plano, 
pois é valorizado o maior número de estudantes com conceitos para aprovação 
(LUCKESI, 2011).
Você sabia que a avaliação também tem função punitiva?
A avaliação como metodologia de punição e hierarquização é utilizada como 
excludente, ou seja, como elemento de controle e de reprodução do contexto 
social. A observação da avaliação como punição ou sistema de medida é 
notável em determinadas atitudes que são repassadas por professores a outros 
professores, ou seja, professores que aprenderam com essa metodologia, na 
maioria das vezes, utilizarão esse mesmo formato em sala de aula. 
Você já percebeu como o seu professor avalia?
Pode-se observar que avaliação realizada no contexto escolar é fruto do 
histórico escolar do professor, ou seja, como esse docente aprendeu, qual a 
metodologia usada pelo professor no cenário educacional. Assim, o formato 
avaliativo, na maioria das vezes, é consequência da repetição do modelo 
tradicional do século XIX. 
Você sabe qual a concepção que é contrária à tradicional?
É a concepção da avaliação mediadora de aprendizagem. Essa é contrária 
à tradicional, considerando a avaliação como um processo. A compreensão 
da avaliação como verifi cação é um ato que tem uma fi nalidade no próprio ato 
(LUCKESI, 2011).
39
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
VILLAS BOAS, B. M. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. 
Campinas, SP: Papirus, 2006. Nesse livro o autor explicitará sobre a 
avaliação e o processo de aprendizagem. 
As novas concepções de aprendizagem são baseadas na construção do co-
nhecimento para que o estudante tenha autonomia no processo. A avaliação é 
vista como contribuição para que o educando e o educador refl itam nos objetivos 
que serão alcançados no processo ensino-aprendizagem. O docente verifi ca e es-
tuda os procedimentos a serem adotados para a superação das difi culdades dos 
estudantes no processo de ensino.
Você já ouviu falar em avaliação mediadora?
A avaliação mediadora é um conceito de Hoffmann (2011) e tem o intuito de au-
xiliar o estudante, aproximando o professor e o educador. É a transformação realiza-
da pelos atos de agir-refl etir-agir. O educador passa a ser um pesquisador que obser-
va a sua prática pedagógica. A partir da observação e refl exão da sua postura e ação 
no contexto escolar, o professor busca recriações pedagógicas para melhor orientar 
o estudante na construção do conhecimento. A avaliação mediadora oportuniza aos 
estudantes muitos momentos para expressar suas ideias (HOFFMANN2011).
As atividades escolares são fundamentais para a observação das hipóteses 
que são construídas pelos estudantes no contexto escolar. Por meio delas, o edu-
cador poderá estabelecer diálogo pedagógico com o estudante, com o objetivo de 
analisar a produção do conhecimento para compreender em qual momento este 
estudante se encontra, qual a dimensão do entendimento dele. 
Você pode questionar como acontece a avaliação neste cenário mediador?
A avaliação será inovadora, pois respeitará o saber elaborado pelo estudan-
te, o seu ato espontâneo, as ações que desencadeiam refl exões do saber e o 
desafi am a evoluir, encontrando novas e diferentes soluções para as atividades 
determinadas pelo docente.
No contexto escolar, na proposta da avaliação mediadora, é importante a re-
alização de atividades diversifi cadas. Essas podem ser feitas em casa, em sala 
de aula, umas extensas e outras curtas. O essencial nesse contexto é garantira 
espontaneidade do estudante ao realizá-las. 
40
 EAD e Métodos de Avaliação
O professor, ao propor atividades para o estudante, precisa ter em mente a 
seguinte questão: “Por que elaborar tais questões sobre este tema e neste mo-
mento escolar? O que eu pretendo apurar ou observar em relação ao saber dos 
estudantes?” O professor adota uma postura de valorização das ideias dos alu-
nos, tendo como ponto de partida os conhecimentos ou difi culdades deles, para a 
reformulação do planejamento.
Outro ponto importante da avaliação mediadora, segundo Hoffmann (2011, p. 73) 
é “oportunizar a discussão entre os alunos a partir de situações desencadeadoras”.
Na proposta de construção do saber que adota a avaliação mediadora na 
sua prática educativa, é essencial a interação entre os iguais, a fi m de desen-
volver o conhecimento lógico matemático. O estudante, ao interagir com os seus 
colegas, não está submetido a uma relação de autoridade com o seu professor.
Discute, briga, busca argumentos convincentes, estabelece 
melhores relações entre suas ideias e as dos outros. Muitas 
vezes compreende rápido o que não entendeu através da 
discussão com os colegas. Não me refi ro aqui aos tradicionais 
trabalhos feitos em grupo, em que cada um copia trechos de 
um livro ou contribui com a elaboração de uma parte da tarefa, 
mas se trata de proporcionar aos alunos situações-problemas 
que desencadeiem vários pontos de vista e que os levem a 
encontrar uma solução dentre várias alternativas colocadas 
(HOFFMAN, 2011, p. 73).
A avaliação mediadora propõe a observação individual de cada estudante, 
a fi m de perceber o seu desenvolvimento do processo de construção do conhe-
cimento. Isso permite uma relação direta entre estudante e professor, a partir das 
atividades realizadas pelo educando, sejam orais ou escritas. Assim, o educador 
pode interpretar as atividades dos estudantes com olhar subjetivo, respeitar a indi-
vidualidade de cada um, refl etir sobre as soluções dos estudantes, considerar os 
estágios do pensamento e a área de conhecimento proposta na atividade, atrela-
da com a experiência do discente.
Além da avaliação mediadora, estudaremos a avaliação diagnóstica, somati-
va e formativa no Capítulo 2. 
Bons estudos e até a próxima! 
41
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
Atividade de Estudo
1 A avaliação é realizada de várias maneiras no contexto escolar. 
Quais são os critérios utilizados no contexto escolar para a ava-
liação?
2 Neste capítulo, estudamos duas concepções educativas que re-
fl etem a proposição da avaliação. Quais são as concepções?
3 A avaliação no contexto escolar pode ser realizada de diferentes 
maneiras. Apresente como é a avaliação processual.
4 No cenário escolar há a avaliação que permite o olhar subjetivo 
do estudante, que verifi ca a construção do conhecimento. Como 
é o nome dessa avaliação? Disserte um pouco sobre ela.
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, procuramos detalhar o histórico da avaliação, além de explici-
tar suas concepções. Estudamos as características e as funções de cada avalia-
ção, na concepção tradicional e construtivista.
A avaliação é um tema desafi ador no contexto escolar, pois está relacionada 
à prática docente e pode ser usada como um ato punitivo, de controle do compor-
tamento do estudante. No entanto, a avaliação pode ser utilizada como ferramenta 
de observação da construção do conhecimento do estudante. A prova, os exames e 
outras atividades são instrumentos da avaliação e além destes, o professor poderá 
utilizar outras ferramentas. A avaliação pode ser realizada durante todo o processo 
de ensino-aprendizagem, sendo processual e mediadora no contexto escolar.
No próximo capítulo, abordarmos as questões relacionadas às formas de 
avaliação diagnóstica, somativa e formativa. Você compreenderá a prática avalia-
tiva do Portfólio e os tipos de questões utilizadas no processo avaliativo. 
42
 EAD e Métodos de Avaliação
REFERÊNCIAS
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São Paulo: Lúmem, 1996.
BEHRENS, M. A. O Paradigma emergente e a prática pedagógica. 4. ed. 
Curitiba: Editora Universitária Champagnat, 2005.
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Argentina: Troquel, 1975, Tomo 1.
BOTH, I. J. Avaliação planejada, aprendizagem consentida: a fi siologia do 
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Curitiba: Ibpex, 2007
BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Disponível em: http://www2.
camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-
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CUNHA, A. G. da. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. 4. ed. Rio de 
Janeiro: Lexikon, 2010.
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Revista Gestão Universitária, Porto Alegre - RS, n. 204, p. 02-15, 2006.
FERNANDES, C. O. de. Por que avaliar as aprendizagens é tão importante? In: 
(Org.). Avaliação das aprendizagens: sua relação com o papel social da escola. 
São Paulo: Cortez, 2014.
GHIRALDELLI, J. P. História Essencial da Filosofi a. São Paulo: Universo dos 
Livros, 2009.
HOFFMANN J. M. L. Avaliação: mito e desafi o – uma perspectiva construtivista. 
41 ed. Porto
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LIBÂNEO, J. C. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994. 
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem componente do ato pedagógico. 
São Paulo: Cortez, 2011.
43
HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1 
LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 8. ed. São Paulo: Cortez, 
1998.
MARTINS, P. L. O. Didática. Curitiba: IBPEX, 2008.
PINTO, L. F. O ritual de iniciação masculina do povo Saterê-Mawé. Disponível 
em: https://www.xapuri.info/sagrado-indigena/tucandeira-o-ritual-de-iniciacao-
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POCHMANN, M. O trabalho sob fogo cruzado: exclusão, desemprego e 
precarização no fi nal do século. São Paulo: Contexto, 2007.
SANT’ANNA, I. M. Por que avaliar? Como avaliar? - Critérios e instrumentos. 
3. ed. Petrópolis: Vozes, 1995.
SOEIRO, L.; AVELINE, S. Avaliação Educacional. Porto Alegre: Editora Sulina, 
1982.
TYLER, R. W. Basic principles of curriculum and insmction. Chicago: 
University of Chicago Press, 1949.
44
 EAD e Métodos de Avaliação
CAPÍTULO 2
ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS
A partir do estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de:
 identifi car os diferentes e variados formatos de avaliação;
 estudar o uso do portfólio como prática avaliativa no cenário educacional;
 apresentar os diferentes tipos de questões no processo avaliativo;
 estabelecer relações entre a avaliação e as diferentes formas de avaliar: 
diagnóstica, somativa e a formativa;
 aplicar no cenário escolar os diferentes tipos de questões do processo 
avaliativo.
46
 EAD e Métodos de Avaliação
47
ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O momento cibernético alterou o modo como nos comunicamos. Atualmente, 
a comunicação acontece por meio digital, como, por exemplo, nas redes sociais. A 
modalidade de ensino acompanhou essas mudanças. Agora estudamos de qual-
quer lugar e a qualquer momento, através das tecnologias de informação e comu-
nicação (TIC). Somos ligados por megabytes. A Educação a Distância (EAD) faz 
parte do nosso contexto pedagógico. Com essa modalidade também pensamos 
em novos formatos de avaliação.
Diante destas primeiras considerações, observamos que há maneiras di-
ferentes de avaliar. A avaliação pode ser diagnóstica, somativa e formativa. Um 
exemplo de instrumento avaliativo é o portfólio. 
Este capítulo explicitará as estratégias avaliativas e os tipos de questões no 
processo avaliativo.
Assim, você compreenderá as relações entre a avaliação e as diferentes for-
mas avaliativas: a diagnóstica, a somativa e a formativa. Além disso, entenderá ausabilidade do portfólio como ferramenta da avaliação no contexto escolar e per-
ceberá a aplicabilidade dos diferentes tipos de questões no cenário escolar.
2 FORMAS DE AVALIAÇÃO: 
DIAGNÓSTICA, SOMATIVA E 
FORMATIVA
A avaliação nos diferentes contextos escolares geralmente acontece no fi nal 
do processo de produção do conhecimento. 
Você, estudante, acredita que a avaliação deve ser realizada apenas no fi nal 
do processo de avaliação?
FIGURA 1 – PROCESSO DE AVALIAÇÃO
FONTE: A autora 
48
 EAD e Métodos de Avaliação
A avaliação deve ser realizada durante todo o processo de ensino. Você talvez 
questione: “Por que?” A avaliação deve ser realizada durante todo o processo com 
o objetivo de analisar o transcorrer da aprendizagem do estudante. Assim, a avalia-
ção pode ser diagnóstica, formativa e somativa, conforme a Figura 2 a seguir:
FIGURA 2 – AVALIAÇÃO
FONTE: A autora 
Você sabe o que é avaliação diagnóstica?
FIGURA 3 – CONCEITO AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
FONTE: A autora
A avaliação diagnóstica é embasada na verifi cação dos conhecimentos dos 
estudantes no início do processo de aprendizagem, para que o professor tenha 
conhecimento de quais os conteúdos que o estudante sabe. Assim, o professor 
terá dados para planejar situações de aprendizagem que possibilitem que o 
estudante apreenda novos conteúdos a partir do que ele já sabe. Portanto, o papel 
da avaliação diagnóstica é diagnosticar os conceitos que os estudantes sabem e 
o que eles não sabem, e avançar assim a partir dos conhecimentos prévios, para 
novos conhecimentos. 
49
ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2 
E a avaliação formativa? Você sabe o que é?
FIGURA 4 – CONCEITO AVALIAÇÃO FORMATIVA
FONTE: A autora
A avaliação formativa tem como objetivo demonstrar ao educando 
e ao educador o desempenho da aprendizagem ao longo do ano escolar. 
Isso acontece por meio das atividades realizadas na jornada, com o intuito 
de detectar as difi culdades no processo de ensino aprendizagem, na as-
similação e na construção do conhecimento. Esses dados darão ao profes-
sor a oportunidade de correção e recuperação do planejamento didático.
E a avaliação somativa, você sabe o que signifi ca? 
FIGURA 5 – CONCEITO AVALIAÇÃO SOMATIVA
FONTE: A autora
50
 EAD e Métodos de Avaliação
A avaliação somativa é oriunda da proposta de ensino tradicional, em que o 
estudante é medido pelo seu resultado no momento da prova, dos testes. Nesse 
contexto, o professor é o centro do processo de aprendizagem. O objetivo é averi-
guar o desempenho do educando perante as diretrizes estabelecidas no planeja-
mento do professor. Para realizar essa verifi cação são realizados testes, provas, 
questionários entre outros instrumentos, com o intuito de observar se os objetivos 
traçados foram alcançados. Essa mensuração é feita quantitativamente, ou seja, 
por meio de notas.
Atividade de Estudo:
1 O que é avaliação diagnóstica?
2 Como é aplicada a avaliação formativa?
3 Em qual cenário é aplicada a avaliação somativa?
Você já percebeu que a avaliação tem várias funções. No contexto da 
Educação a Distância, como ela aconteceria?
Caso você queira conhecer mais sobre avaliação a distância, 
um bom livro que aborda este assunto é: 
RUHE, V.; ZUMBO, B. D. Avaliação de educação a distância e 
e-learning. Porto Alegre: Penso Editora Ltda., 2014. 336 p.
As questões acerca da avaliação da aprendizagem são pensadas e refl etidas 
no contexto educacional e estão interligadas às concepções de ensino e aprendi-
zagem abordadas no Capítulo 1. A concepção adotada pelo professor dará a dire-
triz ao seu fazer pedagógico. Assim, a avaliação pode ser diagnóstica, formativa 
ou somativa, exercendo função quantitativa ou qualitativa, interligada aos instru-
mentos e métodos de avaliação.
51
ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2 
A avaliação, no contexto da educação a distância, é algo 
polêmico. Há muitos educadores que ainda questionam a legitimidade 
da avaliação dos estudantes na EAD. Porém, o foco da avaliação foi 
se voltando à questão do conceito da avaliação e do desempenho 
dos estudantes dentro dessa modalidade de ensino.
Essas questões são discutidas no cenário da educação a distância e um dos 
focos é a relação da legitimidade da avaliação de estudantes a distância:
A educação a distância em modalidade de e-learning, como 
qualquer outro cenário de inovação no ensino e formação, tem 
originado simultaneamente um coro de entusiastas e outros 
detractores, uns e outros esgrimindo argumentos nem sempre 
bem fundamentados. Um dos aspectos frequentemente evoca-
dos prende-se com a questão da avaliação das aprendizagens 
e com todo um clima de suspeita em torno da legitimidade da 
avaliação a distância. Essa questão, complexa e importan-
te, remete para toda uma discussão em torno do conceito de 
avaliação e das funções que esta pode desempenhar (SILVA; 
PESCE; ZUIN, 2006, p. 229).
As problemáticas em relação à avaliação são várias. Em termos gerais, refe-
rentes aos modelos de educação presencial e a distância. As questões são relati-
vas a: qual deve ser a função da avaliação? Quais aspectos devem ser valoriza-
dos? Quem deve avaliar quem? O que devemos avaliar? O professor, no contexto 
escolar, refl etirá acerca dessas questões que estão atreladas à tendência peda-
gógica, ou seja, com a postura pedagógica que ele exerce no contexto escolar.
A avaliação pode promover melhoria e qualidade nas condições de ensino e 
aprendizagem na conjuntura escolar. Segundo Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, 
p. 507), a avaliação é um requisito para a melhoria das condições que afetam di-
retamente a qualidade de ensino. Considerando-se que:
Ela pode melhorar a qualidade de aprendizagem dos estudan-
tes [...]: uma proposta de avaliação dos estabelecimentos es-
colares por meio dos resultados de aprendizagem dos alunos 
(embora essa aferição não deva ser utilizada para classifi car 
as escolas, determinando quais serão benefi ciados por recur-
sos públicos, algo totalmente inaceitável), a descentralização 
das escolas, favorecendo a identifi cação e necessidades lo-
cais, o envolvimento dos professores e pais. 
52
 EAD e Métodos de Avaliação
Assim, a avaliação deve contemplar todos os envolvidos no âmbito esco-
lar, para que sirva como um termômetro dos resultados das aprendizagens dos 
estudantes. Além disso, estabelece formas e maneiras de melhorar a qualidade 
da aprendizagem, a inovação de metodologias de ensino, visando a efi cácia da 
aprendizagem dos estudantes. Dentro desse cenário, aprofundaremos a seguir as 
funções diagnóstica, formativa e somativa da avaliação.
2.1 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
A avaliação diagnóstica pode ser chamada de avaliação inicial ou avaliação 
diagnóstica inicial. Essa avaliação geralmente acontece no início do ano escolar, 
antes mesmo de qualquer conhecimento ou conteúdo ser trabalhado. A principal 
função da avaliação é reconhecer o que o estudante sabe ou não, acerca de de-
terminado conhecimento. Além disso, busca descobrir pré-requisitos para novos 
saberes que acontecerão durante a trajetória do ano letivo. Com esse diagnóstico, 
o professor poderá manter o planejamento ou replanejar a prática docente, tendo 
em vista os resultados obtidos na avaliação dos alunos.
Para saber mais sobre o tema da avaliação diagnóstica leia a 
reportagem: <https://novaescola.org.br/conteudo/7743/avaliar-o-tem-
po-todo>. Acesso em: 30 ago. 2019.
O psicólogo americano Benjamin Samuel Bloom foi um autor da avaliação 
diagnóstica, ligado à educação e fez diferentes contribuições nessa área, em 
consonância com os objetivos da aprendizagem.
A avaliação diagnóstica é: 
Investigar seriamente o que os alunos ainda não compreende-
ram, o que ainda não produziram, o que ainda necessitam de 
maior atenção e orientação [...] enfi m, localizar cada estudante 
em seu momento e trajetos percorridos, alterando-se radical-
mente o enfoque avaliativo e as práticas de recuperação (HO-
FFMANN, 2008,

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