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APOSTILA-COMPLETA-ATLETISMO-2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATLETISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARULHOS - SP 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA DO ATLETISMO .................................................. 4 
1.1 História ................................................................................................................ 5 
1.2 História do atletismo no Brasil ............................................................................. 6 
1.3 Conceito de atletismo ........................................................................................ 10 
2 O ATLETISMO NO CURRÍCULO ESCOLAR .......................................................... 11 
2.1 Brincando com o atletismo na escola ................................................................ 12 
2.2 Atletismo na escola ........................................................................................... 17 
2.3 Propostas de ensino do atletismo na escola ..................................................... 19 
3 MARCHA ATLÉTICA E CORRIDAS ........................................................................ 22 
3.1 Diferenças entre o andar e o correr .................................................................. 23 
3.2 Passo e Passada .............................................................................................. 23 
3.3 Padrão de Caminhada ...................................................................................... 24 
3.4 Marcha Atlética ................................................................................................. 24 
3.5 Corrida de Competição ..................................................................................... 28 
3.6 Classificações das Corridas .............................................................................. 32 
3.7 Corridas de Velocidade ..................................................................................... 38 
3.8 As corridas com barreiras ................................................................................. 40 
4 AS CORRIDAS DE REVEZAMENTO ...................................................................... 43 
4.1 Bastões de revezamento ................................................................................... 44 
4.2 Provas de revezamento .................................................................................... 44 
4.3 Formas de entrega/recepção do bastão............................................................ 45 
5 CORRIDAS DE “MEIO-FUNDO” ............................................................................. 47 
5.1 Procedimentos na competição .......................................................................... 49 
5.2 Corridas de “Fundo” .......................................................................................... 52 
 
 
 
5.3 Técnica .............................................................................................................. 52 
5.4 Passos .............................................................................................................. 53 
5.5 Tática ................................................................................................................ 53 
6 SALTO EM DISTÂNCIA ........................................................................................... 54 
6.1 História .............................................................................................................. 54 
6.2 O Salto em Distância ......................................................................................... 55 
6.3 Salto em Distância Parado ................................................................................ 55 
6.4 Regras do Salto em Distância ........................................................................... 57 
6.5 Fases do Salto em Distância ............................................................................. 57 
6.6 Salto inválido ..................................................................................................... 58 
7 SALTO TRIPLO ....................................................................................................... 58 
7.1 A corrida ............................................................................................................ 60 
7.2 A impulsão ........................................................................................................ 60 
7.3 O primeiro salto ................................................................................................. 60 
7.4 O segundo salto ................................................................................................ 61 
7.5 O terceiro salto .................................................................................................. 61 
8 SALTO EM ALTURA................................................................................................ 62 
8.1 Salto em Altura ao Estilo Fosbury Flop ............................................................. 67 
8.2 Salto em Altura Estilo Tesoura .......................................................................... 71 
8.3 A Técnica do Salto em Altura ............................................................................ 74 
8.4 A técnica do salto « FLOP » .............................................................................. 77 
8.5 A Técnica do Rolamento Ventral ....................................................................... 81 
9 SALTO COM VARA ................................................................................................. 84 
9.1 Medidas e pesos principais ............................................................................... 85 
10 ARREMESSOS E LANÇAMENTOS ..................................................................... 86 
 
 
 
10.1 Arremesso de peso ........................................................................................ 86 
10.2 Lançamento de dardo .................................................................................... 88 
10.3 Lançamento de disco ..................................................................................... 89 
10.4 Lançamento de martelo ................................................................................. 90 
11 PROVAS COMBINADAS ..................................................................................... 91 
11.1 Decatlo ........................................................................................................... 92 
11.2 Heptatlo .......................................................................................................... 96 
12 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 97 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
1 CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA DO ATLETISMO 
As capacidades de andar e correr são muito naturais aos seres humanos, e talvez 
este motivo seja um dos que colaboram para que o atletismo seja um dos esportes mais 
antigos do mundo. Alguns indícios dizem que ele é praticado há pelo menos cinco mil 
anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: pt.pngtree.com 
O atletismo é chamado de esporte-base, justamente por isso, é considerado o 
esporte mais importante das Olimpíadas. Pode ser praticado tanto por homens, quanto 
por mulheres, principalmente em estádios, mas também em outros locais, tais como ruas 
e estradas. 
Atletismo é o conjunto de esportes formado por três modalidades: corrida, 
lançamentos e saltos. Geralmente é praticado em estádios, exceto a maratona, que é 
uma corrida de longa distância. 
O atletismo nasceu na Grécia, onde foram criados os estádios para realização 
das corridas a pé. Foi na Grécia também que houve o primeiro registro de uma 
competição de atletismo, durante as Olimpíadas realizadas em 776 a.C. 
 
5 
 
 
 
A corrida envolve estratégia, técnica e bom condicionamento físico do atleta. As 
corridas sãodivididas em curta distância ou de velocidade; média distância ou de meio 
fundo; e longa distância ou de fundo. A pista de corrida contém oito raias, com largura 
mínima de dez metros. A pista oficial de atletismo é composta de duas retas e duas 
curvas. 
As modalidades oficiais de arremesso e lançamentos abrangem o arremesso de 
peso, e lançamentos de martelo, disco e dardo. Esses são realizados dentro de áreas 
limitadas. Os lançamentos dividem-se em três partes: lançamento do martelo, do disco e 
do dardo. 
As provas de salto dividem-se em: provas de salto vertical e de salto horizontal. 
As provas de salto verticais implicam o salto em altura e o salto com vara. As provas de 
salto horizontal abrangem o salto em distância e o salto triplo. 
O atletismo possui quarenta e duas modalidades atualmente, sendo vinte e oito 
olímpicas disputadas por homens e mulheres em campo, ao ar livre ou em espaço 
fechado. Além de estar presente em competições olímpicas, nos Jogos Pan-Americanos, 
são realizados também campeonatos mundiais, regionais e encontros de atletismo. 
A corrida de São Silvestre, realizada todos os anos em São Paulo no dia 31 de 
dezembro, foi criada em 1925, e era incialmente disputada apenas por brasileiros; 
porém tornou-se uma prova mundial e popularizou o esporte no país.1 
1.1 História 
O atletismo surgiu como esporte na Grécia Antiga em 776 a.C., ano que a 
primeira Olimpíada da história foi realizada, na cidade de Olímpia. 
Chamada de stadium pelos gregos, Coroebus foi o vencedor da prova cujo 
percurso tinha 200 m. 
No entanto, registros apontam que há cerca de 5 mil anos ele já era praticado no 
Egito e na China. 
 
 
1 Texto modificado: Thiago Ribeiro. Extraído: www.mundoeducacao.bol.uol.com.br 
 
6 
 
 
 
O formato moderno do atletismo data do século XIX, na Inglaterra, e conta com 
as seguintes provas oficiais: 
 
 Corridas: rasas, com barreiras, com obstáculos 
 Marcha atlética 
 Revezamentos 
 Saltos 
 Arremesso e Lançamentos 
 Combinada 
 
Em cada uma dessas provas há um total de 20 modalidades diferentes. Tais 
modalidades se diferenciam, por exemplo, pelo tamanho dos percursos e equipamentos 
utilizados. 
O atletismo é uma modalidade olímpica cuja responsabilidade está a cargo da 
Associação Internacional de Federações de Atletismo, fundada em 1912 em Londres. O 
esporte está entre os favoritos para os ingleses. 
No Brasil, a organização das competições está a cargo da Confederação 
Brasileira de Atletismo (CBAT). 
O esporte ficou conhecido no Brasil no século XX. Em 1952, Adhemar Ferreira 
da Silva conquistou a primeira medalha de ouro em salto triplo para o Brasil, o que 
aconteceu nos Jogos de Helsinque, na Finlândia.2 
1.2 História do atletismo no Brasil 
Os ingleses e alemães radicados no Brasil foram os propulsores do esporte 
organizados no Brasil. Em 1880 havia do Rio de Janeiro, o Club Brasileiro de Cricket que 
eram vendidos aposta para corridas de rua. 
 
 
 
2 Texto extraído: www.todamateria.com.br 
 
7 
 
 
 
Segundo enunciado do Portal São Francisco (2010) em São Paulo em 1888 foi 
fundado o Athletic, de início só para a prática da enquete e mais tarde corridas a pé e 
outros. Em São Paulo surgiram vários outros clubs, Club Alemão (1888), Associação 
Atlética Macknzies Collag (1898), Spot Club Internacional (1899), Club Atlético Paulistano 
(1900) em Niterói, a Rio Gricket and athletica Association (1899) em Porto Alegre, com 
várias agremiações dirigidas por Alemães que se dedicavam a ginástica, jogos com bola 
e provas atléticas. 
Em todos esses Clubes o atletismo era praticado de forma não continua e não 
eram obedecidas as normas efetuadas na Inglaterra. Em 1907 foi editado o primeiro livro 
de regras oficiais de diversos jogos, pela livraria Garnil (incluía também o atletismo). Dali 
a três anos essas regras já eram observadas em torneios regularmente disputados em 
clubes e colégios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: cob.org.b 
 
Matthiesen (2007, p. 11) destaca algumas das principais datas e acontecimentos 
que envolvem o atletismo no Brasil. 
1910 – Registro das primeiras competições de atletismo no Brasil, época em que 
esse esporte estava sob a responsabilidade da CBD – Confederação Brasileira de 
Desportos. 
 
8 
 
 
 
1912 – Criação da IAAF – Internacional Amateur Federation (Federação 
Internacional de Atletismo Amador). 
1914 – Filiação da Confederação Brasileira de Desporto (CDB) à Federação 
Internacional de Atletismo Amador (IAAF). 
Em 1918, realizaram-se os primeiros eventos de que se tem notícia no Brasil. O 
jornal “O Estado de São Paulo” organizou um campeonato para atletas em provas 
combinadas, “Duodecatlo” com 12 provas. Iniciou-se também a disputa de uma corrida 
de rua denominada “Estadinho”, no Rio de Janeiro, em 1921, com campo do Flamengo, 
uma das primeiras do Brasil. 
Em 1923, foi fundada a Federação Paulista de Atletismo, a primeira do Brasil, 
seguindo-se nos anos 30 a fundação de mais algumas federações no sul do país. 
1924 – Primeira participação oficial do atletismo brasileiro masculino em 
Olimpíadas – Jogos Olímpicos de Paris. 
1929 – Realização do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, primeira 
competição de caráter nacional, cuja última edição aconteceu em 1985. 
1945 – Realização da primeira Edição do Troféu Brasil de Atletismo, que 
atualmente corresponde à principal competição nacional do calendário da CBAt e que, 
desde 1986, consagra os atletas vencedores como “Campeões Brasileiros de Atletismo”. 
1977 – Criação do CBAt – Confederação Brasileiro de Atletismo, no rio de 
Janeiro, em 02/02/1977, com exercícios a partir de 01/01/1979, fazendo com que o 
atletismo se separasse da CBD. Transferida para Manaus em 1994, a CBAt contava em 
2004, com 27 federações (26 estaduais e uma do Distrito Federal) filiadas. 
A partir de 1987, a firme determinação da CBAt de fazer o Brasil presente em 
todos os event0os internacionais, sempre com o número máximo de atletas permitido fez 
com que o atletismo tivesse um grande crescimento e viesse, inclusive, a receber um 
respeito maior internacionalmente. Também é a partir desse período que o atletismo 
Brasileiro começa a reorganizar-se para poder acompanhar o ritmo internacional, 
modernizando-se, buscando meios, instalações, preparação de recursos humanos, para 
alcançar um melhor nível. 
 
 
 
9 
 
 
 
Em 1985, é iniciada a disputa do torneio Internacional de São Paulo que, a partir 
de 1990, passa a constituir uma etapa do Grande Prêmio Internacional, promovido pela 
IAAF. 
Em 1989, é realizado na cidade do rio de janeiro o Campeonato Mundial Feminino 
de 15 km em Estrada, o primeiro campeonato mundial de Atletismo a ser realizado na 
América do Sul. 
Em 1990, coma inauguração da Vila Olímpica de Manaus, equipada com pista e 
material olímpico, ganha o Brasil um grande palco para eventos internacionais, onde se 
realizou, naquele ano, um meeting internacional com atletas de renome mundial. No 
mesmo ano, Manaus sedia os Campeonatos Ibero-americanos, fortalecendo assim, a 
imagem do Brasil como organizador de grandes eventos. 
2001 – Alteração do significado da sigla IAAF. De internacional Amateur Athletic 
federation (federação Internacional Amador), passou a ser definida como Internacional 
Association of Athletics Federation (Associação Internacional das Federações de 
Atlético). 
Vale salientar que, até 2006, quatro atletas brasileiros haviam estabelecidos oito 
recordes mundiais ainda que já tenham sido superados: cinco recordes de Adhemar 
Ferreira da Silva; um recorde de Nelson Prudêncio e um recorde de João Carlo de 
Oliveira, todos no salto triplo; na maratona, um recorde mundial com Ronaldo da Costa. 
Conforme exposto no Portal São Francisco (2010) atualmente, o atletismo divide-
se em grupos deprovas: provas de pista, provas de campo e provas combinadas. As 
provas de pista incluem todas as corridas, sejam elas de velocidade, meio-fundo, e 
também a marcha atlética. Já as provas de campo, são os saltos, os lançamentos. Os 
saltos se apresentam em quatro provas: salto em distância, s alto triplo, salto em altura e 
salto com vara. E os lançamentos são: do dardo, do disco, e do martelo e o arremesso 
do peso. Têm-se também as provas combinadas, que são o decatlo, isto é, dez provas 
que são disputadas pelo sexo masculino, e o heptatlo, isto é, sete provas disputadas pelo 
sexo feminino. 
 
 
 
 
10 
 
 
1.3 Conceito de atletismo 
Ao registra a palavra atletismo, Matthiesen (2007) coloca que, vem do grego 
“ethos” e que significa combate, consta nos registros históricos de atividades como 
corridas, saltos, lançamentos desenvolvidos pelos gregos na antiga Grécia. Ou seja, 
todas as atividades que envolvam algumas destas habilidades motoras como correr, 
saltar, marchar, lançar e arremessar, para ser considerado atletismo há de ter 
características normativas técnicas. 
Segundo Matthiesen (2007, p. 7): 
 
O correr do atletismo não é um correr qualquer, assim como o saltar, o 
arremessar e o lançar não podem ser considerados de uma forma 
descontextualizada, fora do campo normativo e técnico que envolve o atletismo 
propriamente dito. E veja: isso é mais importante do que parece! Essa definição 
é de suma importância para que se garanta o espaço do atletismo no âmbito da 
cultura corporal. 
 
A Confederação Brasileiro de Atletismo – CBAt define o atletismo como provas 
atléticas de pista e de campo, corridas, marcha atlética, corrida através do campo Cross 
country e corridas em montanhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: maxithlon.com 
 
11 
 
 
Aqui o termo atletismo não é o das corridas de final de semana nem os dá da 
pré-história onde o homem utilizava os movimentos básicos do atletismo para a sua 
sobrevivência. Atletismo levado a sério é o de competição, com técnicas, não aquela de 
habilidade motora que o indivíduo adquira desde seu primeiro passo, é as exigidas no 
âmbito de provas, ou seja, habilidade motora e física. 
O atletismo não é só o de preparação física para os outros esportes, pois o lançar, 
o saltar e o correr, é normativo, é técnica de provas de competição, isto é, capacidade 
física básica identificada como própria desse esporte como velocidade, resistência, força 
e agilidade. 
2 O ATLETISMO NO CURRÍCULO ESCOLAR 
Para que a educação escolar seja revista com novas perspectivas, é importante 
que o aluno adquira além do conhecimento prático. O conhecimento histórico deve fazer 
do aprendizado do aluno, para que o mesmo possa interpretá-lo, e assim construir uma 
linguagem nos três contextos, isto é, no contexto comunicativo, expressivo e teórico. 
Kunz (1991 apud Oliveira 2006) questiona a competência comunicativa para a 
aprendizagem dos alunos e cita que a capacidade de se comunicar não é algo dado, mas 
a ser desenvolvido. 
De acordo com Oliveira (2006, p. 28). 
A grande tarefa e transformação didática e pedagógica dentro das escolas 
brasileiras e aumentar sua atratividade e sua compreensão, porque fazer, como 
fazer, quando fazer e como melhorar esse fazer, com diferentes estímulos e 
diferentes formas de adquirir o conhecimento. Um atletismo voltado para os jogos 
e brincadeiras seguido pela compreensão dos seus movimentos. 
A aceitação do atletismo por parte do aluno não deve ser algo imposto, mas visto 
como ampliação dos conhecimentos e algo que traga benefícios tanto de forma individual 
quanto coletiva. O processo deve ocorrer de maneira a adequá-lo a transformação da 
modalidade, visando os objetivos cooperativos e autônomos. 
 
 
 
12 
 
 
 
Segundo Oliveira (2006, p. 8): 
Queremos com isso chamar a atenção para o esporte educativo, aquele que leva 
o aluno à aprendizagem e aquisição de novos conhecimentos, através de trocas 
de experiências coletivas e individuais e respeito à cultura que o aluno traz 
consigo. Um esporte que solicite a presença o aluno do seu todo, no cognitivo, 
no físico, no social, no simbólico, no motor, de ações, de entendimento e que 
permita resoluções de problemas. A autonomia nasce da compreensão que o 
aluno possa ter sobre sua prática. 
Para Oliveira (2006) já, na escola, a opção metodológica mais utilizada no ensino 
do esporte nas aulas de educação física pode ser o jogo recreativo. Pois, é importante 
que o atletismo se mostre interessante, motivador, versátil e que indique outros caminhos 
e valores aos alunos. Levando em consideração que o atletismo pode ser jogado, 
brincado e reconstruído de forma lúdica, contemplando também, o conhecimento de suas 
técnicas específicas. 
2.1 Brincando com o atletismo na escola 
As brincadeiras e os jogos são os meios mais efetivos para o desenvolvimento 
do iniciante. De acordo com Frómeta e Takahashi (2004, p. 90): “a criança vive quando 
 
joga e aprende a viver jogando”. A criança quando realiza as tarefas indicadas, 
desenvolve todas as habilidades pela emoção despertada e também pelas diferentes 
situações que vivencia neste tipo de exercício. 
É por meio dos jogos que a criança aprende a técnica e desenvolve a preparação 
física de forma múltipla e combinada. 
 
Segundo Frómeta e Takahashi (2004, p. 90): 
A criança que se inicia no atletismo dos 9 aos 11 anos começa a sentir uma 
grande inclinação pelos jogos esportivos. Por essa razão, é amplamente utilizado 
o grupo de jogos com tarefas e dimensões diversas, como o mini futebol, o mini 
basquetebol, o mini vôlei e o mini handebol, uma vez que realizá-lo em quadra 
oficial torna-se muito complexo [...], porém devem-se utilizar os jogos pré-
esportivos do atletismo que incluem ações técnicas de diferentes provas, bem 
como o desenvolvimento da preparação física geral. 
 
13 
 
 
 
O ensino de técnicas no período de formação inicial da criança está ligado ao 
desenvolvimento das habilidades naturais, sendo importante levar a ela a informação de 
novos movimentos, ampliando e valorizando as manifestações de lazer e diversão. 
De acordo com Oliveira (2006, p. 56): 
Correr é uma ação intuitiva, sendo considerada uma continuação da marcha que 
utiliza a coordenação motora global, não sendo necessário nesta faixa etária à 
utilização de exercícios específicos para melhorar equilíbrio e coordenação no 
esporte. 
Para Koch (1983 apud Oliveira 2006) a criança com apenas dois anos de idade 
já consegue correr com certa velocidade, o professor deverá promover e trabalhar o ritmo 
para dar controle a velocidade que ela já exerce nesta fase. Já com três anos tende a 
combinar as corridas e os saltos de baixa altura, com isso deve oferecer para as crianças 
um espaço que seja suficiente para que possa desenvolver essa atividade. Deve cuidar 
a ao forçar a criança um espaço que seja suficiente para que possa desenvolver essa 
atividade. Deve cuidar a não forçar em alturas, pois aos seis anos de idade ela ainda 
demonstra dificuldades em efetuar saltos em determinadas alturas. Quanto a arremessar 
desde pequena a criança realiza o ato de jogar fora pequenos objetos, na posição para 
esta inicia aos sete anos. Este relato demonstra que é possível contribuir no 
desenvolvimento motor da criança na educação infantil de forma lúdica. 
Nas atividades competitivas as competências individuais se manifestam, então 
cabe ao professor a patente de organizar de modo a expor, a todas as oportunidades de 
aprendizagem. É comum encontrar em jogos pré-esportivos crianças com maiores 
habilidades e devido processo monopolizar situações em prol destas habilidades. 
Segundo Oliveira (2006) nestas situações o professor deverá intervir e promover 
atividades de modo em que todos os alunos possam avançar nas suas competências 
corporais. O professor deverá ter a competência de propor os desafios adequados para 
cada um, considerandona organização das atividades e diversidades, valorizando as 
diferenças. 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: denzellima.blogspot.com 
Nos trabalhos em duplas ou em grupo, a cooperação é fundamental; nesse tipo 
de trabalho, observar e valorizar a vivência de cada adulto, de preconceitos e 
comportamentos esteoriatipatos. Na averiguação de todas as diferenças e habilidades 
ter como objetivo central a cultura lúdica estabelecendo e possibilitando a prática com 
experiência com este material. 
Desenvolvendo correr, pular, lançar, e arremessar dar ênfase nas capacidades 
de equilíbrio, força, velocidade, coordenação, agilidade e ritmo de forma de equidade de 
cada criança e de acordo com essas características individuais, e que seja aplicado com 
a prática. 
A criatividade do professor de educação física é primordial na busca de 
exercícios, com isso traçar temas, em que possa vir a pular etapas do desenvolvimento 
motor da criança, e com essa atitude vir a queimar futuros admiradores da modalidade 
atletismo. 
O professor irá selecionar dentre os conteúdos propostos de correr, saltar, lançar 
e arremessar, brincadeiras e pequenos jogos, não temos regras oficiais, sendo 
de fácil execução e tempo mínimo de duração de 5 a 10 minutos, pois nessa faixa 
etária dispersam-se facilmente (OLIVEIRA, 2006, p. 55). 
 
 
15 
 
 
 
Com isso realizar atividades de exercícios básicos de deslocamentos curtos 
evidenciando repetições de velocidade variadas, e aos poucos desenvolver condições 
básicas, e dessa maneira começar o processo de desenvolvimento da velocidade 
propriamente dito. 
Oliveira (2006) exemplifica algumas brincadeiras a serem desenvolvidas: quanto 
ás corridas, tem-se as variações do pegador: 
 
 Mão no pega: o aluno pegador, que terá e colocar uma das mãos na parte do 
corpo que foi tocada, ficando a outra disponível para tocar o colega. 
 Pique Cola Americano: o aluno pegador corre atrás dos demais, aqueles que 
forem pegos deverão ficar colado, com as pernas afastadas. O pegador continua 
colocando os colegas que estiverem livres deverão passar por baixo das pernas 
deles, salvando-os. 
 Pique Cola Brasileiro: a mesma atividade, porém o colado fica agachado para ser 
salvo. O colega tem que saltar sobre ele. 
 Pega avião: o pegador não poderá pegar os colegas que estiverem na posição 
de avião. 
 Tartaruga: o pegador não poderá pegar os colegas que estiverem na posição de 
tartaruga com o casco para baixo e as pernas pra cima. Nesta brincadeira a 
criança deverá ficar mexendo os braços e as pernas. 
 Jacaré: o pegador não poderá pegar os colegas que estiverem na posição de 
jacaré, isto é, deitado no chão com a barriga para baixo, movimentando os braços 
e as pernas. 
 Elenfantinho: o pegador segura o nariz com uma das mãos e passa a outra por 
dentro imitando a tromba do elefante, este só poderá pegar os colegas com a 
tromba, trocando de pegador. 
 Empresta-me sua casinha: desenhos variados de formas geométricas no chão, 
cada forma e ocupada por uma criança ficando apenas uma sem casinha. Esta 
deverá gritar: empresta-se sua casinha e todos deverão trocar de casa. 
 
 
16 
 
 
 
 Refúgio: marque no solo refúgios com os nomes conhecidos (jardim, parque, 
piscina), divida a turma em três grupos e ao sinal, deverão trocar de refúgio, tendo 
um ou mais pegadores ao centro. 
Desta maneira, podemos encontrar inúmeras brincadeiras que possamos 
desenvolver e aprimorar, as habilidades dirigidas à rapidez da criança. 
Quanto aos saltos, não podemos esquecer que algumas crianças precisam 
vencer o medo, que está ligado ao espaço, pois os saltos estão ligados à exercícios que 
combinam corrida e salto, trazendo a ela uma complexidade maior na adaptação desta 
atividade. Com isso vale ao profissional comportar brincadeiras que a levem a superar 
estes medos. 
Oliveira (2006) sugere alguns tipos de saltos: 
 Com Arco: correr e saltar por cima e dentro de arcos ou círculos desenhados pelo 
chão. Usar cores e tamanhos diferentes. Ou saltar de um arco para outro sem 
tocá-los, saltos consecutivos. Incentive descobrir diferentes formas de saltar. 
 Corpo: experimentar saltar por cima das pernas dos colegas, sentados com as 
pernas unidas realizando movimentos de abra e fecha. Ou saltar companheiros 
deitados no solo, sempre trocar posições. Modifique as posições em deitado, 
sentado, quatro apoia e agachado. 
 Pneus: saltar por cima e dentro dos pneus. Utilizar várias alturas, cortando o pneu 
pela metade poderá colocá-lo em pé modificando a altura e propondo um novo 
desafio. 
 Bastões: espalhar bastões no solo e variar as posições. Saltar por cima de um 
ou de vários sucessivos. Também pode-se aumentar a distância e estimula os 
participantes a descobrir outras formas de saltar. 
 Cordas: espalhe várias cordas no solo e estimule os alunos a saltarem sem tocá-
las. Formar uma figura com a corda e saltar por cima e dentro dela. Saltar na dos 
amigos. Fazer cobrinhas com a corda para que saltem tentando não tocá-la. 
Pendurar a corda para que agarrem e saltem para a frente. 
 
 
 
17 
 
 
 
 Elásticos: saltar de diferentes alturas. Esticar elásticos em um suporte e ir 
desafiando com maiores alturas, sempre compatíveis à idade. Esticar elásticos 
sucessivos para que saltem duas, três vezes. Saltar individualmente e também 
de mãos dadas com o colega, com a turma. 
 Troncos, bancos e árvores: usar elementos da natureza e objetos da escola como 
obstáculos, pode ajudar bastante quando se tem pouco material disponível na 
escola. O professor precisa ser criativo e promover a criatividade das crianças. 
 
Para Oliveira (2006) no arremesso ou no lançamento além das habilidades 
exigidas nas atividades anteriores, necessitam-se trabalhar também na criança, 
exercícios de coordenação viso motora. O trabalho consiste em lançar objetos de vários 
tamanhos, peso, alturas, distância e em diferentes alvos. 
 Lançar argolas e segurar. Lançar bolas para o outro, quicando de mão em mão. 
Lançar arco em pinos. 
 Atirar bolas de papel ou de pano em garrafas, caixas e latas. Atirar em sacos 
pendurados em varal, com números, cores e letras para estimular. Pendurar arco 
e atirar para acertar por dentro. 
 Arremessar com direção determinada em alvo fixo, em superfície plana e 
suspensa. Arremessar em cesto, lixeiras e sacos. Um aluno entra no saco de 
estopa e os demais atiram bolinhas de papel dentro do saco. Propor equipes e 
grupos. Atirar pedras em bexigas penduradas em árvores ou em varais.3 
2.2 Atletismo na escola 
A escola é um espaço destinado para assimilação e absorção de diversos 
conteúdos inerentes ao desenvolvimento das habilidades psicomotoras, psicossociais e 
culturais. 
 
 
3 Texto de: Marilândia do Nascimento. Extraído: www.periodicos.unc.br 
 
 
18 
 
 
 
Por isso é necessário que a Educação Física esteja presente de forma 
sistemática e integral nesse espaço. Segundo Barros, a educação física tem papel 
importante na formação global da personalidade da criança e do adolescente, 
assegurando-lhe autonomia individual e sua integração no meio social e que utiliza como 
ferramentas no processo educacional os exercícios físicos, os jogos e os desportos, cuja 
finalidade é de contribuir para adaptação biológica e social do indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: eepinaciocastilho.wordpress.com 
A Educação Física escolar é entendida, frequentemente, como uma prática sem 
interesse com a formação integral dos estudantes. A década de 80 do século XX foi o 
período de maior produção de conhecimentos na área de Educação Física Escolar no 
Brasil. Se na primeira república a Educação Física está vinculada a um movimento de 
regeneração do brasileiro, temos um período posterior que a Educação Física passa a 
ser vista como sinônimo de eficiência, entrandoneste momento o esporte como conteúdo 
no lugar da ginástica. No período militar temos a Educação Física atrelada ao esporte de 
rendimento, onde a técnica era a base das aulas. Alguns intelectuais, ainda neste 
período, em seus momentos finais, movimentam-se no sentido de questionar o tipo de 
Educação Física que está na Escola, mostrando que neste momento surgem várias 
concepções teórico-metodológicas que vão pensar a formação do aluno nas aulas de 
Educação Física. 
 
 
19 
 
 
 
O ensino do atletismo não pode fugir dos objetivos das atuais concepções 
metodológicas para o ensino da Educação Física na escola. É preciso tratar o público 
alvo com responsabilidade e dar-lhes a formação necessária para o desenvolvimento da 
aprendizagem e para a melhoria da relação entre o tripé professor-aluno-escola. O jogo 
nesse momento é visto como ferramenta ideal no fortalecimento dos ideais. Claparéd 
enfatiza isso ao afirmar que: 
[...] o fundamento do jogo não está na forma exterior do comportamento, que 
pode ser completamente igual tanto se se joga, quanto se não se joga; está isso sim, na 
atitude interna do sujeito diante da realidade. 
Portanto, o ensino do conteúdo atletismo não deve se concentrar em poucas 
modalidades à maneira que acontece em muitos estabelecimentos de ensino, priorizando 
somente corridas e saltos. Aliás, em muitas escolas, o atletismo ainda é desenvolvido 
com o objetivo clássico de sobrepujar o adversário, através de procedimentos 
metodológicos que visam ao rendimento, estando à margem da criatividade, da 
construção de novas formas de movimento e da inserção das mesmas no contexto 
pedagógico dos outros esportes. 
2.3 Propostas de ensino do atletismo na escola 
O atletismo proporciona uma gama de conteúdo a serem trabalhados na 
escola. A seguir apresentaremos algumas dinâmicas com aspectos lúdicos para facilitar 
o ensino de algumas modalidades do atletismo. 
 
Dinâmicas de Salto em Altura 
 
Para esta modalidade podem ser aplicados os seguintes educativos. Os 
educativos seguem a ordem de baixo para cima, ou seja, os alunos terão contato com 
técnicas de quedas para depois partir com segurança para a realização do salto. 
EDUCATIVO Nº 1: Deitado sobre o tatame, fazer rolamentos para ambos os 
lados com os braços estendidos acima da cabeça. 
 
 
20 
 
 
 
EDUCATIVO Nº 2: Deitado sobre o tatame, fazer com o corpo movimentos de 
uma gangorra sem tocar os braços no solo. 
EDUCATIVO Nº 3: Realizar movimentos de gangorra para tentar ficar de pé sem 
auxílio dos membros superiores. 
EDUCATIVO Nº 4: Em filas, de acordo com o tamanho do espaço, realizar o 
movimento da gangorra com o empuxo do quadril para trás somente com o auxílio dos 
membros inferiores. 
EDUCATIVO Nº 5: Utilizando o movimento de gangorra, trabalhar o rolamento 
para trás de maneira correta a fim de evitar lesões na cervical. 
EDUCATIVO Nº 6: Partindo da posição sentado, realizar o educativo de quedas 
para trás e para os lados, com a pancada dos braços no solo a 45° do corpo. (Podem-se 
trabalhar os movimentos de um a um e posteriormente o três numa só sequência.) 
EDUCATIVO Nº 7: Partindo da posição de joelhos ou de cócoras (agora o nível 
de altura aumentou um pouco), realizar o educativo de quedas para os lados utilizando a 
pancada dos braços no solo a 45° do corpo. 
EDUCATIVO Nº 8: Partindo da posição de joelhos ou de cócoras, realizar 
rolamento para frente. Inicialmente faz-se o movimento com a cabeça encostada no chão, 
depois, de acordo com a evolução dos alunos, partiremos para a realização do rolamento 
a partir da posição agachada e para dificultar concluiremos partindo da posição em pé. 
EDUCATIVO Nº 9: Partindo da posição em pé, realizar os educativos de quedas 
para trás e para os lados, posteriormente trabalha-se os três em sequência utilizando a 
pancada dos braços no solo a 45° do corpo. 
EDUCATIVO Nº 10: Em duplas, um aluno vai ficar na frente do outro, e este que 
vai estar à frente, na posição em pé, irá deixar o corpo cair livremente para trás para que 
o colega detrás o segure de forma suave. 
 
Dinâmicas do Salto em Distância 
 
Para essa dinâmica podemos realizar as seguintes tarefas: 
 
 
 
21 
 
 
 
EDUCATIVO N° 1: Começar realizando saltos para a frente na posição com os 
pés unidos, inicialmente, a uma distância de um pé do próprio aluno. Depois dois pés e 
vai aumentando gradualmente. 
EDUCATIVO N° 2: Mesma dinâmica do educativo anterior, porém as ações 
deverão ser realizadas para os lados. 
EDUCATIVO N° 3: As mesmas dinâmicas dos educativos anteriores deverão ser 
realizadas para trás. 
EDUCATIVO N° 4: Com a utilização de bambolês dispostos a uma distância de 
um passo do aluno, em forma de “zig-zag”, os alunos deverão correr pisando um pé 
dentro de cada espaço do bambolê e após três passos irão saltar dentro de um quarto 
bambolê mais distante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: corville.org.br 
 
EDUCATIVO N° 5: O educativo anterior pode ser realizado de várias formas onde 
o aluno pode efetuar as passadas e os saltos tanto de frente como de lado e para dificultar 
um pouco pode se propor que se realiza de costas e até com os pés juntos. 
 
 
22 
 
 
 
Dinâmicas de arremessos de Peso 
 
Para esta modalidade do atletismo o professor pode propor uma aula de campo 
levando os alunos para o rio que corta a cidade e lá trabalhar vários conhecimentos como 
geografia, história, meio ambiente entre outras. Especificamente sobre o arremesso, o 
profissional pode ordenar que a turma procure pedras na margem para lançá-las ao rio e 
a partir de aí instigar os alunos a construir outras brincadeiras. 
Os educativos postados aqui são excelentes para proporcionar os 
desenvolvimentos cognitivos, sociais e motores dos participantes. Podem ser trabalhados 
em sala de aula e fora dela, ou seja, em campos de areia, de grama, margens de rio 
(como citado no item 4.3), enfim, cabe ao professor buscar esses meios para que o 
trabalho escolar não tome condutas fatigantes. Para Claparèd (1954, p. 185), a escola 
deve fazer amar o trabalho. Muitas vezes ensina a detestá-lo criando, em torno das 
obrigações que impõe associações afetivas desagradáveis. É, pois, indispensável que a 
escola seja um ambiente de alegria, onde os alunos trabalhem com entusiasmo.4 
3 MARCHA ATLÉTICA E CORRIDAS 
A marcha e a corrida são as formas mais comuns de deslocamento do ser 
humano. São considerados movimentos naturais e fazem parte das ações técnicas 
realizadas na maioria dos esportes. Atividades fáceis de serem praticadas, não 
necessitam de equipamentos especiais, não exigem dos praticantes muitas medidas 
complementares e são acessíveis a quase todas as pessoas. 
As corridas, por serem atividades utilitárias por excelência, de rápido emprego, 
de fácil realização e de grandes e profundos efeitos gerais sobre o organismo, são 
sempre recomendáveis em se tratando de atividade física de lazer, para a saúde ou como 
treinamento. 
 
 
 
4 Texto de: José Willams Ribeiro Parente. Extraído: www.webartigos.com 
 
23 
 
 
 
 A corrida realizada de forma regular e sistemática é uma das formas de exercício 
físico que melhor satisfaz, no geral, as necessidades do organismo. A sua prática melhora 
as condições de funcionamento dos sistemas respiratório, cardíaco e circulatório, 
exercitando um grande número de músculos. 
No contexto do Atletismo, a marcha e a corrida são entendidas como práticas 
esportivas específicas, apresentando algumas normatizações e técnicas. 
3.1 Diferenças entre o andar e o correr 
Andar: não há interrupção do contato do corpo com o chão – um dos pés está 
sempre realizando este contato, havendo, inclusive, um momento de duplo apoio com a 
superfície. 
Correr: nesta ação somente um dos pés estará em contato com o solo, sendo 
que, em função da intensidade do impulso, aparece a fase aérea(momento em que os 
dois pés não têm contato com o solo). 
 
Portanto, a diferença essencial entre a marcha e a corrida é a ausência de um 
período de duplo apoio e a presença de um período de voo no qual nenhum dos pés está 
em contato com o solo. Por essa razão, a corrida pode ser descrita como uma sucessão 
de saltos nos quais o corpo se apoia alternadamente. Contudo, para se obter uma maior 
velocidade característica da corrida deve-se exercer uma força muito maior na direção 
horizontal. A força vertical também aumenta, mas não numa proporção tão grande. 
(RASCH e BURKE, 1987) 
3.2 Passo e Passada 
Os termos passo e passada têm sido usados por diferentes profissionais para 
dizer a mesma coisa. Contudo, a passada deve ser entendida como o ciclo do contato do 
pé até o contato do mesmo pé, ou seja, intervalo entre os sucessivos contatos do mesmo 
pé. O passo, por sua vez, é a unidade que consiste de dois contatos consecutivos de pés 
diferentes, sendo, portanto, a metade de uma passada. 
 
24 
 
 
3.3 Padrão de Caminhada 
O ciclo de caminhada (ciclo da marcha) é a distância percorrida por dois “toques” 
do calcanhar do mesmo pé (passada) e consiste de duas fases básicas: fase de balanço 
(oscilante) e fase de apoio. De modo geral, quando uma perna está na fase de balanço, 
a outra está na fase de apoio. 
A fase de balanço inicia-se quando o pé ou os artelhos de uma perna deixam a 
superfície de apoio e termina quando o calcanhar ou o pé da mesma perna volta a entrar 
em contato com o solo. Nesta fase, a perna se desloca no ar com um movimento similar 
ao do pêndulo. 
A fase de apoio começa quando o calcanhar, primeiramente, entra em contato 
com o solo e termina quando os dedos do pé se elevam da superfície. 
 Além das fases de balanço e de apoio, em curto período de tempo, no ciclo da 
caminhada, ambos os pés estão em contato com o solo. Isso é chamado de período de 
apoio duplo e constitui uma das principais características que diferencia a caminhada da 
corrida. 
3.4 Marcha Atlética 
Prova do Atletismo na qual a progressão é executada de tal modo que o 
marchador mantenha sempre um dos pés no solo, não podendo ocorrer a perda do 
contato com o mesmo. A perna que avança deve estar reta, isto é, não flexionada no 
joelho, do primeiro contato com o solo até a posição vertical. 
Esta prova é considerada por muitos como a prova mais estressante do Atletismo 
devido aos movimentos executados ininterruptamente e às distâncias percorridas. As 
provas de marcha atlética consideradas oficiais são 10 km feminino e 20 e 50 km 
masculino. 
De acordo com a CBAT/IAAF (2002/2003), a marcha atlética é uma progressão 
de passos executados de tal modo que o marchador deverá manter um contato contínuo 
com o solo, não podendo ocorrer, pelo menos aos olhos humanos, a perda do contato 
com o mesmo. 
 
25 
 
 
 
A perna que avança deve estar reta, isto é, não flexionada no joelho, desde o 
primeiro contato com o solo, até a posição ereta vertical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte – BALLESTEROS (1992:50) – Manual de Entrenamiento Basico – IAAF. 
 Corrida 
A corrida pode ser considerada como um prolongamento natural da caminhada. 
Esta forma de locomoção humana caracteriza-se pela alternância de uma fase de apoio 
e uma fase de voo ou aérea em cada passo, na qual o corpo fica sem contato com a 
superfície de apoio. Esta fase de voo é o que distingue mais prontamente a caminhada 
da corrida. Cada passo da corrida consiste de três fases: apoio (contato), impulso e voo 
(recuperação). 
 
 
 
26 
 
 
 
Mecânica da corrida 
 
Embora pareça um ato simples, pois todos correm desde pequenos sem que se 
tenha a preocupação com o “como” está correndo, a corrida tem princípios mecânicos 
básicos que, quando observados, contribuem para um melhor desempenho. 
O padrão bem desenvolvido da corrida é fundamental para a participação bem-
sucedida em muitas atividades esportivas. 
A fim de facilitar a análise da mecânica da corrida, serão apresentados alguns de 
seus movimentos por partes, ressaltando, porém, que a corrida é uma ação sincronizada 
de todo o corpo. 
 
Apoio 
 
Acontece ao se realizar o contato com o solo, em função do movimento 
descendente da perna. O pé dianteiro desce para apoiar-se no solo (sendo o contato do 
pé feito segundo a velocidade desenvolvida pelo atleta), ao tempo que se flexiona o joelho 
ligeiramente (“amortecimento”) preparando o impulso; enquanto que o joelho oposto 
avança flexionando-se consideravelmente (também em função da rapidez da ação da 
corrida), para ultrapassar a perna de apoio e continuando o movimento para frente 
durante este período em que a perna de apoio passa a ter a tarefa do impulso. 
Em uma corrida de curta distância, na qual a velocidade é intensa, o contato dos 
pés com o solo é realizado com a parte anterior do pé por um período de tempo muito 
curto, enquanto que, em uma corrida de longa distância, onde a velocidade é muito 
menor, o contato é feito com um ligeiro predomínio inicial do calcanhar e, sendo assim, 
com uma maior duração do contato. 
A ação dos braços também modifica seu sentido depois de um momento de 
máximo relaxamento em que ambos coincidem nos lados do corpo, enquanto que a 
cabeça deverá acompanhar a linha do tronco com o olhar dirigido para frente e 
ligeiramente para baixo. 
 
 
 
27 
 
 
 
Impulso 
 
A fase de impulso ocorre, obviamente, durante o apoio do pé na superfície, sendo 
esta organização das fases para fins de análise. Durante o apoio, a perna absorve o 
impacto do golpe do pé, sustenta o corpo e mantém a movimentação adiante enquanto 
acelera o CG, quando a perna proporciona o impulso para projetar o corpo à frente. 
A fase de impulso se caracteriza pela extensão das articulações do tornozelo, 
joelho e quadril, resultando num período de aplicação de força contra o solo, para frente 
e para cima. Ao tempo que a outra perna atua flexionada adiante e acima, provocando 
um acréscimo de forças. A máxima extensão da perna de impulso irá coincidir com a 
maior elevação da coxa e joelho da perna livre. 
Os braços se movem compensando o movimento das pernas e inversamente às 
mesmas, ou seja, o braço correspondente à perna que avança vai para trás e vice-versa. 
Coincidindo o máximo de sua ação com o momento final da impulsão, de forma que 
quando o cotovelo se encontra mais atrás, o joelho correspondente alcança maior 
elevação. Em sua oscilação (ligeiramente convergente para o peito – linha média do 
corpo), forma um ângulo aproximado de 90º entre o braço e o antebraço. 
A intensidade do movimento das pernas e braços, assim como a sua amplitude, 
é diretamente proporcional à velocidade da corrida. 
 
Voo 
 
A projeção para frente provocada pelo impulso se manifesta na parábola descrita 
pelo CG uma vez terminado o contato com o solo, sendo esta fase de perda de 
velocidade. 
Na fase de voo, verifica-se o início da recuperação da perna que executou o 
impulso. O pé de impulso se eleva para trás, enquanto a outra perna se estende à frente, 
começando sua descida com uma tração ativa sobre o solo, à medida que a perna 
atrasada se flexiona cada vez mais e os braços iniciam seu balanceio em direção 
contrária. Todo este ciclo pode ser considerado como de relaxamento durante o voo e 
constitui o maior deslocamento. 
 
28 
 
 
 
Ação dos braços na corrida 
 
Os braços na corrida visam, sobretudo, a manutenção do equilíbrio do corpo. 
Eles são mantidos durante toda a sua trajetória, flexionados na articulação do cotovelo 
em um ângulo próximo a 90º. 
A movimentação dos braços é feita lateralmente ao tronco, cruzando ligeiramente 
o plano frontal, sem ultrapassar consideravelmente o nível dos ombros quando vai à 
frente, sendo importante manter as mãos e os punhos sempre descontraídos. 
Em relação aos movimentos das pernas, os braços são movimentadosalternadamente, isto é, quando a perna direita vai à frente, o braço esquerdo também vai 
e vice-versa. Portanto, os braços são usados em oposição às pernas. 
Em corridas de fundo não há necessidade de um movimento vigoroso dos braços 
como nas de velocidade. 
3.5 Corrida de Competição 
A corrida de competição requer por parte do atleta o domínio de gestos técnicos 
apurados com a finalidade de proporcionar um ótimo desempenho em relação aos 
aspectos mecânicos e energéticos. 
 
Fatores básicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
A velocidade desenvolvida pelo corredor será considerada tendo como referência 
a velocidade média (Vm) e esta dependerá do tempo utilizado para percorrer a distância 
estabelecida para a prova. Outra forma de mensurar a Vm é através da frequência e da 
amplitude dos passos. 
Pesquisas demonstraram que as pessoas aumentam a Vm da corrida em função 
do aumento do comprimento do passo (cp) e do aumento da frequência dos passos (fp). 
Contudo, verifica-se que o cp apresenta uma tendência em alcançar um platô em altas 
velocidades. A fp, consequentemente, tende a apresentar uma maior contribuição em 
altas velocidades. 
Portanto, em relação a esta análise, pode-se observar que a frequência é, 
também, um fator determinante do desempenho do corredor de velocidade. 
 
Considerações para a corrida em velocidade elevada (com esforço máximo) 
 
Durante o impulso deve ocorrer uma potente contração dos músculos extensores 
do quadril, joelho e tornozelo (flexão plantar), e no seu limite possível, ficando, portanto, 
totalmente estendida, isto visando obter um comprimento ótimo do passo. Já na fase de 
voo ou recuperação, o corredor flexiona o joelho para que o calcanhar da perna em 
recuperação chegue muito próximo da nádega. A seguir, o joelho é projetado para frente 
até que a coxa fique praticamente paralela com a superfície da corrida. Essa posição alta 
da perna livre é alcançada normalmente no momento em que o pé de apoio está deixando 
a superfície. Enquanto o corpo está no ar, o joelho da perna da frente é estendido, 
permitindo ao pé descer na direção da superfície da corrida. O corredor não coloca o pé 
muito adiante de seu CG a ponto de produzir um efeito de frenagem. Em relação a este 
último aspecto, no instante em que o pé tocar o solo, o CG do corredor deverá estar 
posicionado acima deste, permitindo que o mesmo execute a ação de empurrar o solo 
para trás e não puxar o solo para trás, o que diminuiria o movimento eficiente do CG para 
frente (CARNAVAL, 2000). 
 
 
 
 
30 
 
 
 
Os braços trabalham com os cotovelos flexionados em 90º e desenvolvem uma 
vigorosa ação de “bombeamento” no sentido ântero-posterior do corpo, sendo 
ligeiramente direcionados para a linha média, porém, sem atravessá-la, favorecendo o 
momento (momentum) para frente. Na movimentação anterior, ou seja, na flexão do 
ombro, a mão atingirá a altura dos ombros, podendo ultrapassá-lo um pouco, alcançando 
a altura da boca. Na movimentação posterior, extensão do ombro, ao estar na posição 
mais atrasada, a mão atingirá a altura do quadril. 
Carnaval (2000) cita que no início de uma prova de velocidade, o atleta inclina 
seu tronco muito à frente devido à reação do solo às forças imprimidas por ele no bloco 
de partida. À medida que a corrida avança, o atleta não tem mais condições de imprimir 
grandes forças no solo, como no momento da largada e, por isso, diminui a inclinação do 
tronco à frente. 
 
Quadro sinóptico das características técnicas básicas das corridas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
Respiração durante a corrida 
 
A respiração durante a corrida deverá acontecer naturalmente. Não é necessária 
qualquer preocupação adicional com a quantidade de ar a ser inspirado, visto que o nosso 
organismo possui mecanismos que controlam a maior ou a menor necessidade de 
captação de oxigênio. 
“Com um exercício mais intenso, o aumento no volume corrente começa a 
alcançar um platô com cerca de 60% da capacidade vital; a ventilação minuto aumenta 
ainda mais através de aumentos na frequência respiratória. Essas ajustagens se 
processam inconscientemente. Cada pessoa desenvolve um ”estilo” de respiração no 
qual a frequência respiratória e volume corrente se combinam para proporcionar uma 
ventilação alveolar eficiente. Qualquer tentativa consciente de modificar a respiração 
durante as atividades físicas em geral, como correr, não é benéfica em termos de 
desempenho. A manipulação consciente da respiração costuma ser prejudicial para os 
ajustes fisiológicos regulados magistralmente e induzidos pelo exercício. Em repouso e 
durante o exercício, a pessoa sadia deve respirar da maneira que parece mais natural. ” 
(MAcARDLE, KATCH & KATCH, 1998). 
Corridas Oficiais do Atletismo: 
• 100 m rasos 
• 200 m rasos 
• 400 m rasos 
• 800 m rasos 
• 1.000 m rasos 
• 1.500 m rasos 
• 1 milha (1.609 m) 
• 2.000 m rasos 
• 3.000 m rasos 
• 5.000 m rasos 
• 10.000 m rasos 
• 100 m com barreiras (fem) 
 
 
32 
 
 
 
• 110 m com barreiras (masc) 
• 400 m com barreiras 
• 3.000 m com obstáculos 
• Revezamento 4x100 m 
• Revezamento 4x400 m 
• Maratona (42.195 m) 
3.6 Classificações das Corridas 
As corridas classificam-se quanto ao local de realização, à participação na prova, 
à característica principal, ao balizamento e ao esforço fisiológico (extensão do 
percurso/velocidade na prova). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: oimparcial.com.br 
 
 
 
 
33 
 
 
Característica principal – “Natureza” da prova 
• Provas rasas – realizadas em pista de Atletismo sem obstáculos. 
• Provas com barreiras – realizadas em pista de Atletismo, em raias marcadas, 
com 10 barreiras colocadas em cada raia. 
• Provas com obstáculos – realizadas em pista de Atletismo com 5 obstáculos 
artificiais comuns aos corredores. 
• Provas de revezamento – realizadas normalmente em grupos de 4 atletas por 
equipe, todos percorrendo trechos iguais e sendo realizada a passagem de um bastão 
 
entre os integrantes. Contudo, existem outras formas de revezamento como, por 
exemplo, o revezamento medley, onde os atletas correm distâncias diferentes: 1º.: 100m; 
2º.: 200m; 3º.: 300m; e o 4º.: 400m. Esta prova de revezamento é, atualmente, oficial 
para a categoria de 16 e 17 anos (menores). 
Local de realização 
• Corrida de pista – Ex: 100m rasos, 110m c/barreiras e 1.500m rasos. 
• Corrida de rua ou campo – Corridas realizadas em estradas e terrenos variados 
– corridas de rua, cross country (prova realizada através de bosques, campos, trilhas, 
parques, gramados); os percursos destas provas também são variados: subidas, 
declives, areia, poças d’água, etc. 
• Corrida “mista” (pista e rua) – Ex: maratona olímpica. 
Participação na prova 
• Corrida individual – Ex.: 200m rasos, 400m c/barreiras e 5.000m rasos. 
• Corrida coletiva – Ex.: revezamentos 4x100m e 4x400m. 
Balizamento 
• Corrida raiada – Todo o percurso é feito no interior da mesma raia – Ex: 100m 
rasos e 110m c/barreiras (provas até os 400m). 
• Corrida parcialmente raiada – Somente parte do percurso é realizado no interior 
de uma mesma raia – Ex: 800 m rasos e revezamento 4x400m. 
 
 
 
 
34 
 
 
 
• Corrida não raiada – Corrida com raia livre – Ex.: 1.500m e 5.000m (provas de 
1.500m em diante). 
Esforço fisiológico – Extensão do percurso/Velocidade na prova – 
Intensidade da prova Fontes energéticas 
A execução dos diversos e complexos movimentos da corrida é possível devido 
a ação dos músculos sobre o sistema locomotor passivo (os ossos). Para que os 
músculos contraiam é necessário o envio de estímulos nervosos e a liberação de energia 
química. A energia utilizada no mecanismo de contração muscular é proveniente da 
composição da molécula de ATP (trifosfato de adenosina). A degradação do ATP libera 
a energia necessária à contraçãomuscular. 
 
 
 
 
 
A produção de ATP e, sendo assim, da energia para a atividade muscular, é 
gerada através da interação de três sistemas metabólicos: (1) ATP-CP – sistema dos 
fosfagênios armazenados ou anaeróbio alático; (2) glicólise anaeróbia ou anaeróbio 
lático; e (3) metabolismo oxidativo ou aeróbio. 
Observações sobre as vias: 
- Anaeróbias – quando não há oxigênio suficiente à disposição da célula e as 
reações químicas ocorrem sem sua participação; e 
- Aeróbias – quando as reações químicas ocorrem com a participação do 
oxigênio. 
Sistema ATP-CP - Sistema anaeróbio alático 
Da utilização da molécula de ATP para o fornecimento de energia para a 
contração muscular resultam os componentes ADP (difosfato de adenosina) e P. A 
ressíntese do ATP irá ocorrer a partir da energia liberada na quebra da fosfocreatina (CP), 
composto de alta energia que funciona como reserva imediata para a recomposição da 
molécula de ATP. 
 
 
35 
 
 
 
Contudo, a CP é esgotada rapidamente, sendo suficiente somente para poucos 
segundos de exercício intenso (vigoroso). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura: O ATP pode ser ressintentizado através da ligação fosfato inorgânico (Pi) à adenosina difosfato 
(ADP) com a energia derivada da creatina-fosfato. 
 
A reação apresentada na Fig. acima ocorre em presença de enzimas e tão 
rapidamente quanto a depleção do ATP na contração muscular, sendo interrompida pelo 
esgotamento da reserva de PC, que existe em menor quantidade que o ATP no 
organismo. A ressíntese da CP necessita de energia liberada na quebra de moléculas de 
ATP que serão produzidas nas vias químicas metabólicas (vias aeróbias). Somente após 
o término do exercício é que a reserva de CP será reconstituída, pois o ATP produzido 
durante o exercício físico será utilizado nas contrações musculares. 
As vias químicas metabólicas de produção de ATP se diferenciam do sistema 
anaeróbio alático pelo fato de utilizarem moléculas de gordura, carboidratos e ou 
proteínas para produzir ATP. A metabolização destes nutrientes acontecerá no interior 
da célula muscular através de duas vias distintas: via anaeróbia ou glicólise e via aeróbia. 
Sistema da glicólise anaeróbia – Sistema anaeróbio lático 
Esta via utiliza a glicose ou o glicogênio (forma em que a glicose se encontra 
armazenada no fígado e no músculo) para a produção de ATP. Moléculas de glicose e 
glicogênio serão depledadas através de uma série de reações químicas catalisadas por 
enzimas. 
 
 
36 
 
 
 
Ocorrendo este metabolismo com O2 insuficiente, a degradação será incompleta, 
resultando em 4 ATPs e lactado. O lactado, quando acumulado em grandes quantidades 
no organismo, pode causar fadiga muscular (acidose metabólica) e diminuição da 
capacidade de desenvolver força. Em outras palavras, este fato poderá acarretar a 
diminuição da intensidade do exercício ou a sua interrupção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ativo.com 
Sistema aeróbio 
Caracteriza-se pela utilização do O2 nas reações químicas de desdobramento 
das moléculas de glicose ou de glicogênio e de ácidos graxos livres até CO2 e H2O, 
produzindo ATP. Na oxidação da glicose ou do glicogênio ocorre as mesmas reações 
que na via anaeróbia lática, até a formação do ácido pirúvico, o precursor do ácido lático. 
Esse em presença de oxigênio suficiente nas células irá passar para o interior da 
mitocôndria e através de um complexo processo (ciclo de Krebs) irá ter como produto 
final: ATP, CO2 e H2O. 
 
 
 
 
37 
 
 
 
Integração das vias energéticas 
Em atividades de reduzida intensidade como, por exemplo, caminhar, o ATP 
necessário às contrações musculares é produzido aerobiamente, pois, o sistema de 
transporte de oxigênio supre as necessidades das células. 
Em atividades de intensidade máxima e curtíssima duração, como corridas de 
100 e 200m, a via predominante é a anaeróbia alática. Sendo a intensidade elevada e a 
duração um pouco mais prolongada, como nas corridas de 400 e 800m, a via anaeróbia 
lática irá predominar. Já em atividades onde a duração oscila entre aproximadamente 2 
e 4 minutos, como nas provas de 1000 e 1500m, haverá a contribuição significativa da 
via anaeróbia como da aeróbia. 
Após o término do exercício o consumo de oxigênio permanece relativamente 
alto e vai reduzindo até voltar ao nível de repouso. 
A intensidade e a duração do exercício determinarão a via energética 
predominante para a produção de ATP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gráfico: utilização das vias energéticas em provas do Atletismo. 
O ANEXO 1 apresenta dois quadros contendo possibilidades de classificação das 
corridas no Atletismo. 
Após a apresentação desta classificação das provas atléticas associadas à 
duração do esforço e sistema energético predominante durante sua realização, se tem 
uma melhor visualização das fontes de energia que sustentam o atleta. 
3.7 Corridas de Velocidade 
As corridas de velocidade têm como principais características o trabalho em 
distâncias e tempos relativamente reduzidos e, sendo assim, visando esforços altíssimos. 
O objetivo visado em todas as provas de corridas é o de maximizar a velocidade durante 
o percurso da mesma. Especificamente nas corridas de velocidade, o corredor deve se 
concentrar em conseguir alcançar e manter a velocidade desenvolvida com esforço 
máximo. 
As corridas de velocidade são provas que exigem ao mesmo tempo velocidade 
“pura” (tempo de reação, velocidade de ação, velocidade de aceleração e velocidade 
frequencial) e resistência de velocidade. 
 
 
 
39 
 
 
 
A resistência de velocidade permite que se mantenha a velocidade (máxima ou 
próxima da máxima) durante um tempo mais prolongado. Em síntese, pode-se colocar 
que as corridas de velocidade são constituídas pelas seguintes fases: partida – 
aceleração (visando o alcance da velocidade máxima) – manutenção da velocidade 
máxima – desaceleração (em esforços máximos ou muito próximo do máximo, esta fase 
acaba por acontecer, porém, visa-se ter a menor perda possível) – chegada. 
São consideradas provas de velocidade: 100, 200, 400 e 800m rasos, 100m com 
barreiras (fem.), 110m com barreiras (masc.) e 400m com barreiras (fem. e masc.), e os 
revezamentos 4x100 e 4x400m. 
Em relação às provas e velocidade prolongada (400 e 800m), tem-se que na 
maioria dos casos, um bom corredor nos 800m rasos também o é nos 400m, mas nem 
sempre é um verdadeiro corredor de 1500m. Isto porque um corredor que tenha um 
tempo de 1min50s nos 800m, pode fazer os 400m próximo de 50s sem uma preparação 
especial para isto; da mesma forma que um bom corredor de 400m rasos também 
consegue boa marca para os 800m, logo nas primeiras tentativas. 
Portanto, além da grande capacidade de resistência anaeróbica, também é 
preciso ser veloz para se poder almejar conquistas neste tipo de prova. Outro aspecto 
importante a ser considerado é o tático; no caso desta prova (800m), os últimos 300-
200m são decisivos; portanto, torna-se necessário dosar bem as energias até o final da 
prova, mas tendo o cuidado de não deixar que o adversário se coloque muito à frente nos 
primeiros 500-600m da prova. 
Desta forma, além da resistência utilizada no decorrer da prova, é preciso que 
essa mesma resistência também seja suficiente para que o corredor possa servir-se dela 
a fim de desenvolver toda a sua velocidade no final. Ainda em relação à prova de 800m, 
é importante ressaltar que a mesma pode ser classificada como de meio-fundo “curto” ao 
se fazer uma análise com a prova de 1.500m e 3.000m. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
3.8 As corridas com barreiras 
• Provas: 100m fem. – 110m masc. – 400m fem. e masc. 
• Alturas e distâncias para colocação das barreiras na pista estão estipuladas nas 
regras do Atletismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Considerações sobre a barreira:- A barreira deve ser feita de tal forma que para derruba-la seja necessária uma 
força equivalente a aproximadamente 4kg aplicada no centro da borda de cima da barra 
superior. Neste sentido, a barreira dispõe de contrapesos. A barreira deve ser ajustável 
quanto à altura exigida para cada prova. 
• Para fins didáticos a corrida com barreiras pode ser dividida em 6 fases: 
- Partida; 
- Abordagem (ataque) da barreira; 
- Passagem sobre a barreira; 
- Apoio após a passagem; 
- Corrida entre as barreiras; e 
- Corrida final para a chegada. 
 
 
 
41 
 
 
 
• Observações: 
- Todas as corridas devem ser disputadas com raias marcadas, devendo os 
competidores se manterem em suas raias durante todo o percurso; 
- A barreira deve ser “passada” e não “saltada”. 
Partida 
• Distância até a 1a. barreira – número de passos são pré-definidos; são comuns 
7 ou 8 passos até a 1ª. barreira. 
• Posição dos apoios dos pés no bloco de partida: algumas vezes a posição 
empregada nas provas rasas não permite que o atleta atinja a 1ª. barreira com a perna 
preferencial de abordagem. Nesse caso, é mais aconselhável que se mude a posição 
dos pés no bloco ao invés de mudar a perna de abordagem. 
• Forma prática de definir o posicionamento dos pés no bloco: se o atleta executa 
um número ímpar de passos para percorrer a distância do bloco à 1ª. barreira, ele deve 
colocar a perna de abordagem (ataque) no apoio da frente (perna de impulsão). E, se o 
atleta executa um número par de passos para alcançar a 1ª. barreira, ele deve colocar a 
perna de abordagem no apoio de trás (perna de apoio). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Abordagem 
• A perna de abordagem (ataque) deve se elevar estendida. 
• A perna de impulsão só deixará o solo depois de totalmente estendida. Isso 
evita que o atleta dê um salto, ocasionando perda de velocidade. 
• Na prova de 400m deve-se preparar o atleta para que faça a abordagem com 
uma e outra perna. Um dos fatores para tal procedimento é que nas curvas o corpo estará 
inclinado para a esquerda e a perna direita que irá passar flexionada sobre a barreira, irá 
fazê-lo com maior facilidade (neste caso, abordar a barreira com a perna esquerda). Um 
outro motivo é a grande distância entre as barreiras e a distância total da prova (400m – 
velocidade prolongada), o que pode ocasionar uma alteração do número de passos 
realizados entre as barreiras e, desta forma, obrigar o atleta a abordar a barreira com a 
perna não preferencial. 
Passagem sobre a barreira 
• A perna de abordagem, que é a primeira parte do corpo a passar sobre a 
barreira, deve iniciar o movimento descendente rapidamente (procura do apoio no solo 
após a passagem). 
• A parte inferior da coxa da perna de abordagem deverá passar o mais próximo 
possível da barreira. 
• A “perna de impulsão”, após deixar o solo, deverá ser flexionada, estando com 
o joelho e o tornozelo num plano paralelo ao solo ao passar sobre a barreira. 
• Posição do tronco – deverá estar flexionado para passar sobre a barreira por: 
- Imprimir maior velocidade ao corpo durante a passagem; 
- Facilitar a passagem da perna de impulsão, pois, com o tronco flexionado a 
perna se eleva com maior facilidade. 
A inclinação para frente do tronco é um procedimento usado na transposição de 
barreiras altas, sendo menos acentuada nas barreiras mais baixas. 
• O braço contrário à perna de abordagem deve ser lançado à frente do corpo, 
visando o equilíbrio do atleta. O outro braço é levado naturalmente para trás. 
 
 
 
 
43 
 
 
 
Apoio após a passagem 
• O pé da perna de abordagem deverá tocar o solo próximo à barreira após a sua 
ultrapassagem. 
• O pé da perna de abordagem deverá tocar o solo pela sua parte anterior, com 
a “perna” semiflexionada. 
• Após passar a barreira, a perna de impulsão deverá ser trazida rapidamente 
para frente, até o pé tocar o solo. 
Corrida entre as barreiras 
• O número de passos entre as barreiras deve ser constante para assegurar a 
abordagem das mesmas sempre com a mesma perna. 
• Nas corridas de 100 e 110m, deverão ser dadas 3 passos entre as barreiras. 
Corrida final 
• Após ultrapassar a última barreira, o atleta reunirá toda sua “energia” a fim de 
cruzar a linha de chegada com o máximo de velocidade possível. 
 
4 AS CORRIDAS DE REVEZAMENTO 
• Nos revezamentos, os competidores devem transportar o bastão por todo o 
percurso. Para tal, deverão passar o bastão em uma zona de 20m e permanecer em suas 
raias até o final da prova. 
• As corridas rasas de 100 e 400m deram origem à regulamentação das provas 
de revezamento, onde, além do valor individual, aparece o trabalho em equipe, no caso 
composta por quatro corredores. Essa afirmativa do trabalho em equipe tem maior 
verdade quando se refere ao revezamento 4x100m, onde a transferência do bastão de 
um corredor para outro deve ser feita em grande velocidade, exigindo, portanto, uma 
ótima técnica de entrega-recepção do bastão por parte dos integrantes da dupla. 
• A prova de revezamento 4x100m deverá ser corrida inteiramente na raia 
estabelecida para a equipe. A prova de 4x400m, a primeira volta e parte da segunda (os 
primeiros 100m) até a linha de raia livre, deverá ser corrida em raia marcada. 
 
44 
 
 
 
• Se um integrante da equipe deixar o bastão cair durante a prova, somente ele 
poderá pegá-lo, desde que não atrapalhe os outros competidores nem diminua a 
distância a ser percorrida. 
• Existem algumas formas de executar a entrega-recepção do bastão. Essas 
formas são conhecidas como: 
- Passagens visual e não visual; 
- Passagens descendente, ascendente e horizontal; e 
- Passagens com e sem troca de mãos. 
4.1 Bastões de revezamento 
• O bastão é um tubo circular oco, liso, de metal, madeira ou outro material rígido 
em uma única peça. Possui de 28 a 30cm de comprimento, circunferência de 12 a 13 cm 
e com o mínimo de 50gr. É colorido para ser facilmente visível. 
• O bastão deve ser carregado na mão por toda a prova. Se deixado cair, ele 
deverá ser recuperado pelo atleta que o derrubou. Ele pode deixar sua raia para 
recuperar o bastão desde que, fazendo isto, não diminua a distância a ser corrida. Desde 
que este procedimento seja adotado e que nenhum outro atleta seja prejudicado, a queda 
do bastão não resultará em desqualificação. Em todas as corridas de revezamento, o 
bastão tem que ser passado dentro do “setor de passagem”. A passagem do bastão 
começa quando ele é tocado pela primeira vez pelo atleta que o está recebendo e se 
considera terminado no momento em que o bastão se encontra unicamente em sua mão. 
4.2 Provas de revezamento 
• 4x100m. 
• 4x400m. 
• Medley: 100m – 200m – 300m – 400m (os dois primeiros integrantes da equipe 
– corredores dos 100 e dos 200m – realizam a corrida raiada). 
 
 
 
45 
 
 
 
Setores do revezamento 4x100m 
 
 
 
 
 
 
 
• Pré-setor: 10m. 
• Setor de passagem do bastão: 20m. 
 
Setor do revezamento 4x400m 
No revezamento 4x400m, na primeira passagem do bastão, que é feita com os 
atletas em suas respectivas raias, não será permitido que o segundo corredor inicie sua 
corrida fora de seu setor de passagem do bastão. Similarmente, o terceiro e quarto 
corredores deverão sair de dentro de seus respectivos setores de passagem. Portanto, 
nesta prova não se tem o pré-setor como na prova de 4x100m. 
4.3 Formas de entrega/recepção do bastão 
• Entrega descendente, ascendente e horizontal. 
• Recepção visual e não visual. 
• Com ou sem troca de mãos após o recebimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
Passagem reta ou horizontal – o bastão é entregue com o deslocamento do 
mesmo acontecendo quase em linha reta – na horizontal – um pouco abaixo da linha do 
ombro. Considerado o mais rápido e eficiente dos estilos. A entrega e a pegada 
acontecem no próprio movimento dos braços. Quem entregaestende um pouco o braço 
para frente colocando o bastão na mão de quem recebe – o bastão é empurrado de forma 
horizontal, estando a palma da mão do atleta recebedor direcionada para o atleta que se 
aproxima (o “v” da mão posicionado para baixo), estando o bastão, portanto, posicionado 
próximo à vertical. 
Fotos ilustrativas: 
 
• 4x100m 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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• 4x400m (entrega horizontal em “repouso”) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Composição da equipe: 
Cada um dos trechos do revezamento requer capacidades específicas dos 
corredores. Exemplo para o 4x100m: 
- 1º. Atleta: saída rápida – melhor rendimento em corrida na curva; 
- 2º. Atleta: bom rendimento em corrida na reta e habilidade para receber e passar 
o bastão; 
- 3º. Atleta: bom rendimento em corrida na curva – habilidade para receber e 
passar o bastão – maior capacidade de recuperação; 
- 4º. Atleta: atleta mais veloz e com grande capacidade para a finalização da 
prova/chegada. 
5 CORRIDAS DE “MEIO-FUNDO” 
• Grupos de provas realizadas com partida alta e com raias livres (provas não 
raiadas). 
 
 
 
48 
 
 
 
• Estas provas podem ser divididas em 3 momentos: largada, regularidade (ritmo 
constante) e chegada. Nestas provas, o ritmo das corridas varia de acordo com a 
distância a percorrer. De preferência, o ritmo dos passos deve ser regular e econômico, 
de acordo com a resistência do corredor, de modo a poder concluir a prova com uma boa 
velocidade, se possível. 
• A partida – Prevalecendo nestas provas o fator resistência, não há necessidade 
de utilização da partida baixa (partida com emprego do bloco), pois, a partida não tira as 
possibilidades de o corredor vencer ou obter boa classificação na prova. Para a partida 
de pé o corredor toma a seguinte posição: de pé, junto à linha de partida, com o corpo 
inclinado para frente, uma das pernas e o braço oposto recuados. Ao “tiro”, a perna de 
trás é levada para frente, juntamente com o braço oposto. 
• Nestas provas, o treinamento (tempos parciais) é cronometrado e anotado. 
Nelas, a noção de ritmo, ou seja, o conhecimento da frequência e comprimento dos 
passos é um aspecto importante. O atleta deve conhecer muito bem as suas 
possibilidades e seus limites a fim de poder dosar a distribuição de suas energias. 
É necessária uma distribuição metódica de energia. Com a experiência adquirida 
e a análise dos dados coletados durante os treinamentos, o atleta terá subsídios em 
relação ao ritmo (passo e velocidade) a empregar e o esforço a desenvolver para 
conservar energia a fim de ser utilizada nos momentos finais da prova, assegurando 
assim, uma posição de acordo com suas aspirações e possibilidades. 
• Os atletas pouco experientes costumam imprimir um ritmo muito rápido na 
primeira parte da corrida (ou no início da prova), enquanto que na segunda parte da 
prova, o ritmo declina consideravelmente. Porém, o corredor que ao final da corrida 
imprime um ritmo excessivo, demonstra que não soube distribuir as energias no percurso, 
resguardando-se em demasia para o final. 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
5.1 Procedimentos na competição 
O procedimento nas provas de meio-fundo é mais complexo do que em outras 
provas de pista. Para competir com êxito, o atleta deve analisar seus adversários, tanto 
quanto a si mesmo, inteirando-se de sua tática habitual, para orientar seu planejamento 
da corrida de acordo com suas características e limitações. 
Por exemplo, se o seu adversário tem grande resistência e pouca velocidade, as 
maiores probabilidades de vencer serão baseadas em deixá-lo imprimir o ritmo e 
ultrapassá-lo no “sprint” final. Se, ao contrário, ele possui boa velocidade e pouca 
resistência, há maiores possibilidades de vencê-lo, marcando um ritmo forte desde a 
saída, para fatigá-lo. 
Esse mesmo procedimento será empregado se o adversário estiver correndo a 
sua segunda prova no mesmo dia. Pode ocorrer, entretanto, ter um corredor de grande 
velocidade e grande resistência; nesse caso é preciso correr desde o início dando o 
máximo, isto dentro das possibilidades. 
 
A prova de 1500m rasos 
Esta prova é considerada uma prova tática por excelência, sendo muito 
importante o conhecimento do ritmo e da estratégia a ser utilizada para executar a corrida 
 
(FERNANDES, 1979). Para se ter um bom desempenho nesta prova deve-se definir com 
clareza o ritmo a ser empregado no quarto inicial da prova. Nos dois quartos seguintes 
deve-se empregar um ritmo constante, guardando “energia” para ter condições de 
superar ou “lutar” com algum adversário que venha a tentar surpreender no final da prova. 
Neste sentido, o corredor visará realizar uma corrida com maior velocidade, próximo ao 
início da última volta. 
 
As corridas com obstáculos 
• Prova de pista oriunda das corridas através de campo e caracterizada pela 
existência de cinco obstáculos a serem ultrapassados, sendo que um deles é completado 
com um fosso com água. 
 
50 
 
 
 
• Também denominada “steeplechase”. 
• Distâncias oficiais: 2000 e 3000m. 
• Obstáculo: 
- Altura: conforme a categoria da prova; 
- Largura: mínimo de 3,96m; 
- Massa: entre 80 e 100kg; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Fosso: 
- largura e comprimento: 3,66m; 
- extremidade do obstáculo: 0,70m de profundidade; 
- fundo com inclinação regular até o nível da pista. 
 
• Distância entre os obstáculos será aproximadamente a 5a. parte do 
comprimento normal de uma volta. 
 
• Colocação dos obstáculos na pista: 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O competidor deverá passar por cima ou pela água e qualquer um que pisar na 
parte lateral do fosso ou passar seu pé ou perna abaixo do plano horizontal da parte 
superior do obstáculo no instante da passagem, será desqualificado. Desde que siga esta 
regra, o competidor pode ultrapassar cada obstáculo de qualquer maneira. 
• Considerações para a prova: 
- Corrida – realização de uma corrida regular em todo o percurso, mantendo um 
desenvolvimento uniforme entre os obstáculos; 
- Passagem dos obstáculos – o corredor deve saber executar a passagem com 
“ataque” de perna esquerda e direita. É importante acelerar a corrida antes de cada 
obstáculo, o que permite não reduzir o ritmo empregado para a distância. O corredor 
aborda o obstáculo, fazendo uma forte elevação da perna de “ataque”, executando a 
passagem do mesmo à semelhança da passagem dos 400m sobre barreiras, porém com 
um pouco mais de altura, como margem de segurança. Após a passagem, a queda se 
processa com o apoio do pé de “ataque” próximo ao obstáculo e a perna de impulso, a 
de trás, vem flexionada. Como os obstáculos podem oferecer apoio para a impulsão, em 
virtude de sua própria construção e por serem pesados, os corredores não especialistas, 
fazem a passagem tomando esse apoio, o que além de prejudicar a passagem pode 
quebrar o ritmo de corrida e representa uma perda de tempo na cobertura da distância. 
 
 
52 
 
 
 
Abordagem e transposição do obstáculo do fosso – quando o corredor se 
aproxima do fosso, deve acelerar sua corrida e efetuar o impulso no momento da 
abordagem. Executando o impulso, a perna de “ataque” vai flexionada sobre o obstáculo. 
O apoio sobre o obstáculo deve ser feito com a planta do pé na borda do mesmo, fazendo-
se a seguir, um rolamento sobre sua parte superior e terminando com a impulsão de 
saída na outra borda, e com um forte impulso, o corredor procura ultrapassar o fosso e 
continuar sua corrida. O impulso de saída do obstáculo deve ser alongado 
proporcionando uma queda o mais distante possível, reduzindo-se assim, uma subida 
nos passos seguintes e a resistência oferecida à saída dos pés da água; 
- Trecho final – após a passagem do último obstáculo, há ainda um trecho a ser 
percorrido, o que deve ser feito com a maior velocidade possível.

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