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APOSTILA-COMPLETA-EDUCAÇÃO-FÍSICA-ESCOLAR-2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
 
 
 
 
 
 GUARULHOS – SP 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 O QUE É A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR? ...................................................... 3 
1.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 4 
2 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ................................................... 4 
3 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ...................................... 11 
4 VANTAGENS E BENEFÍCIOS DE UMA BOA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA 
ESCOLA .................................................................................................................... 18 
4.1 O Desenvolvimento Motor ................................................................................... 18 
4.2 Educação Física Escolar – Expectativas e Importância ...................................... 19 
4.3 Promovendo Saúde Através da Educação Física ............................................... 20 
4.4 A Importância da Educação Física na Socialização............................................ 21 
4.5 Os Melhores Exercícios Para Educação Física Escolar ..................................... 22 
4.5.1 Ensino Fundamental I ................................................................................... 22 
4.5.2 Ensino Fundamental II .................................................................................. 24 
4.5.3 Exercícios e brincadeiras para o Ensino Médio ......................................... 25 
4.6 Cuidados Especiais com o seu aluno atleta durante os Treinos de Preparação 
Física........ ........................................................................................................ .........32 
4.7 Expectativas da Educação Física na visão da comunidade escolar ................... 32 
5 INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA .................................................................. 34 
5.1 Educação inclusiva ............................................................................................. 34 
5.2 Educação Física Inclusiva ................................................................................... 35 
5.3 Educação Física: Adaptada ou Inclusiva ............................................................ 38 
5.4 Melhores Atividades Físicas Para Inclusão ......................................................... 39 
5.5 As Dificuldades da Educação Física Adaptada ................................................... 40 
5.5.1 Modalidades Esportivas Adaptadas ao Deficiente Físico ......................... 41 
 
 
 
5.6 O Papel do Educador Físico ............................................................................... 43 
5.7 Como Planejar Uma Aula Adaptada ................................................................... 45 
6 DESVALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ................................. 49 
7 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 O QUE É A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR? 
 
A Educação Física é uma disciplina muito significativa, porém, por diversas 
vezes, pouco valorizada na grade curricular. Ela insere, adapta e incorpora o aluno no 
saber corporal de movimento, sua função é formar o cidadão que segundo Betti (1992) 
irá produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, qualificando-o para desfrutar os jogos, os 
esportes, as danças, as lutas, as ginásticas e práticas de aptidão física, em proveito 
do exercício crítico dos direitos e deveres do cidadão para a benfeitoria da qualidade 
de vida humana. 
A educação física veio para somar e contribuir com a educação intelectual e 
moral nas escolas, uma das responsabilidades dessa disciplina é de instruir e instigar 
o aluno a opinar e se posicionar criticamente em relação às atuais linhas de cultura 
corporal de movimento. 
 
 
Fonte: blogeducacaofisica.com.br 
 
 
 
4 
 
1.1 Objetivo Geral 
 
A Educação Física tem como objetivo geral despertar nos alunos o interesse 
em envolver-se com as atividades e exercícios corporais criando convivências 
harmoniosas e construtivas com outros cidadãos, sendo capazes de reconhecer e 
respeitar as características físicas e desempenho de si próprio e de outros indivíduos, 
não segregando e nem depreciando outras pessoas por qualidades e peculiaridades 
como aspectos físicos, sexuais e ou sociais. 
Nos momentos de recreação e jogos esportivos estimular o aluno a ter atitudes 
de respeito mútuo, dignidade e solidariedade para com o próximo, valorizando, 
conhecendo e aceitando a exposição da cultura corporal dos diferentes grupos, 
transfazendo em meios para o convívio entre pessoas de diferentes círculos sociais1. 
De acordo com a Lei 9.394/96, parágrafo 3º, a educação física escolar está 
integrada à proposta pedagógica, sendo componente curricular obrigatório da 
educação básica. Sua prática é facultativa ao aluno que cumpra jornada de trabalho 
igual ou superior a seis horas; maior de trinta anos de idade; que estiver prestando 
serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da 
educação física; e que tenha prole2. 
Um ponto essencial é a inclusão de pessoas com deficiência. A educação é um 
direito de todos e, independentemente das limitações, a escola tem a função de 
promover a participação de cada estudante. Afinal, conviver com a diversidade ajuda 
a formar cidadãos melhores. 
 
2 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
 
Segundo o estudo de Arantes (2008), o Brasil foi descoberto por Portugal em 
1500, e a primeira modalidade de educação que existiu no Brasil foi a jesuíta, a qual 
não previa nada relacionado à Educação Física, exceto por atividades físicas 
desenvolvidas em horas livres como forma de recreação, tais quais: o arco e flecha e 
a peteca. “O arco e flecha, natação, luta, caça, pesca, montaria, canoagem e corridas 
faziam parte do seu dia a dia. 
 
1 Texto extraído de: www.blogeducacaofisica.com.br 
2 Texto extraído de: www.educamaisbrasil.com.br 
 
5 
 
Tudo leva a crer que a primeira prática esportiva introduzida no Brasil foi o remo 
(1566)” (OLIVEIRA, 2004, p. 23). Conclui-se que, neste período colonial, as únicas 
atividades desenvolvidas que faziam menção à Educação Física eram de cunho 
recreativos ou como forma de sobrevivência natural do homem. 
 
Fonte de: travinha.com.br 
Em 1824, com a Constituição do Império, é possível verificar alguns avanços 
na área da educação, porém pouco relacionado com a prática da Educação Física 
como disciplina e pouco preocupada com a formação de seus docentes. 
Ainda segundo relatos de Arantes (2008), em 1841, a Educação Física Escolar 
começa a ser praticada com exercícios voltados para o âmbito militar, com o nome de 
Gymnastica e ministrada por “professores” com patente militar. Dez anos depois, em 
1851, são consideradas obrigatórias as práticas das atividades de Gymnastica nas 
primeiras escolas primárias do Rio de Janeiro. 
O Capitão Ataliba Fernandes, mestre de Gymnastica foi um dos principais 
idealizadores sobre a inclusão e o desenvolvimento da Gymnastica nas escolas da 
época. Sobre a Metodologia desta nova disciplina: a Gymnastica é possível afirmar 
de que a ideia era construir um equipamento multifuncional, uma espécie de estação, 
na qual poderiam ser desenvolvidos diferentes exercícios simultaneamente por vários 
indivíduos 
 
6 
 
No que tange ao "método" e aos conteúdos de ensino a discussão se 
desenrola de forma diversa. O proponente informa que o ensino da ginástica 
se daria através de exercícios de corpo livre e de exercícios dependentes do 
aparelho e acessórios. Em ambos, seriam aplicáveis exercícios de 
flexibilidade, equilíbrios, lutas, forças, saltos e, ainda,exercícios pírricos, de 
natação, de volteios e militares. Para tanto, precisaria de um aparelho 
específico, um pórtico, no qual se poderia adaptar barras fixa, argolas, 
trapézio, escada de cordas, paus e cabos volantes, barras paralelas, escadas 
de madeiras, graduador de saltos, além de pesos, cordas, cabos tamboretes 
e um último acessório que não foi possível identificar. O Cap. Ataliba se 
oferecia para confeccionar e restaurar aparelhos existentes em alguns 
colégios particulares (PAIVA, 2001, p. 122). 
 
Esta metodologia não foi aceita pelos diretores da época por acreditarem que 
os espaços físicos não suportariam um aparelho tão grande. A época então é marcada 
pela divergência entre ideias mais agressivas e preconceituosas do Capitão Ataliba e 
a proposta de mudanças sobre o ensino da disciplina, proposta pelos diretores. 
Talvez a ideia mais relevante do capitão Ataliba tenha sido sobre a formação 
docente, ao afirmar que seja qual foi o método para incluir a disciplina dentro do 
ambiente escolar, a mesma não pode ser ministrada por qualquer pessoa, sendo de 
fundamental importância a colocação de um profissional habilitado para tal prática. 
“Apesar dos esforços para a implantação da Educação Física nas escolas, o 
período imperial não proporcionou estímulos pedagógicos significativos para o 
exercício físico” (OLIVEIRA, 2004, p. 24). 
Este período foi importante para a Educação Física Escolar Brasileira, pois foi 
o passo inicial para o pensamento da Educação Física como algo importante a ser 
inserido no cotidiano humano. Capitão Ataliba possui o seu papel fundamental neste 
contexto, por ser um dos precursores deste processo, mesmo que suas ideias fossem, 
talvez, militares ou preconceituosas demais, foram essenciais para que algum 
pensamento fosse desenvolvido a esse respeito. 
Rui Barbosa é considerado um dos principais pensadores e contribuidores para 
a Educação brasileira e foi um dos pioneiros ao pensar na Educação Física como algo 
essencial à criança e ao seu corpo. 
“Embora não julgasse merecer um lugar de destaque no setor educacional, a 
intelectualidade brasileira já demonstrava preocupação com a Educação Física. A 
maior dessas manifestações aconteceu por intermédio de Rui Barbosa” (OLIVEIRA, 
2004, p. 25). 
 
 
7 
 
A introdução da educação física foi apresentada como uma inovação 
relevante. A satisfação da vida física era a primeira necessidade da infância, 
justificando, assim, a importância fundamental da ginástica num plano de 
estudos que postulava a inseparabilidade do espírito e do corpo (SOUZA, 
2000, p. 16). 
 
Souza (2000) embasa seu estudo em Rui Barbosa, o paladino da Educação, e 
disserta sobre a função da Educação Física ao ser introduzida nos programas de 
educação de diferentes países. 
 
De acordo com Rui, a educação física havia sido introduzida nos programas 
de ensino de vários países tendo em vista sua função moralizadora, higiênica 
e patriótica. O substitutivo destaca as finalidades morais e sociais da 
ginástica: agente de prevenção dos hábitos perigosos da infância, meio de 
constituição de corpos saudáveis, fortes e vigorosos, instrumento contra a 
degeneração da raça, ação disciplinar moralizadora dos hábitos e costumes 
responsável pelo cultivo dos valores cívicos e patrióticos imprescindíveis à 
defesa da pátria (SOUZA, 2000, p. 16). 
 
Oliveira (2004) revela que as recomendações de Rui Barbosa para as aulas de 
Educação Física pareciam fantasiosas demais para época, uma verdadeira utopia, 
pois os professores da disciplina usavam trajes sociais e ministravam suas aulas 
dentro das salas de aulas. Ideias condizentes com o perfil de Rui Barbosa, por ser um 
visionário para época. Tais ideias eram difíceis de ser entendidas e faziam menções 
quanto à obrigatoriedade da disciplina de Educação Física no Jardim de Infância e 
escolas primárias e secundárias em horários de aulas regulares com, no mínimo, 30 
minutos de duração e com frequência de quatro dias semanais e ministradas por 
professores com reconhecimento europeu e reconhecidos dentro da instituição como 
os demais docentes, embasadas na distinção de gêneros, sendo a calistenia3 ofertada 
para as meninas e a ginástica sueca para os meninos. Rui Barbosa também defendia 
a ideia de que as escolas possuíssem uma espécie de central de emergência a fim de 
capacitar professores regulares para o ensino da ginástica. 
 
3 Calistenia (ou "ginástica calistênica" e até "street workout") é uma forma de treinamento físico em que 
se utiliza o peso corporal para movimentos acrobáticos e de força. 
 
8 
 
Fonte: caetanistas78.blogspot.com 
 
Rui Barbosa foi sim um personagem fundamental para a evolução nos 
processos educacionais no Brasil e, por consequência, é um dos protagonistas na 
história da Educação Física Escolar no país. Suas ideias, apesar de revolucionárias 
para a época, representaram a base do pensamento para a atual forma de educação. 
A transição de século representou a transição do pensamento também, pois 
primeiramente, acreditava-se em uma Educação Física com propósitos limitados e a 
partir dessa mudança, foi possível verificar uma preocupação maior com o 
desenvolvimento da disciplina. 
 
Após a Abolição e a Proclamação da República, as expectativas da vida na 
sociedade brasileira estavam alteradas: a afluência de jovens aos grandes 
centros, a iminência de sedentarização provocada pela revolução nos meios 
de transporte e a influência da imigração fomentada após a Abolição 
precipitaram impulsos decisivos em relação a uma preocupação mais 
sistemática com a Educação Física (OLIVEIRA, 2004, p. 25) 
 
Os esportes começaram a chegar com intensidade no país e a serem 
praticados pela população nacional. Em 1921, a ginástica alemã foi abolida e foi 
adotado, então, o “Regulamento de Instrução Física Militar”, o qual fazia referência a 
ginástica natural francesa e foi considerado o manual a ser seguido por todos. 
 
9 
 
 O novo método foi trazido por militares franceses é estendido à área escola. 
Foi difundido e começaram a ser criados os primeiros centros de Educação Física do 
país, com o intuito de formar professores, sendo permitida, em um primeiro momento, 
apenas militares e, posteriormente, a matrícula de civis. 
 
No final dos anos trinta, surge a Escola Nacional de Educação Física e 
Desportos, integrada à Universidade do Brasil (atual UFRJ). Entre os diversos 
cursos de formação de professores que surgiram nessa época foi, 
inegavelmente, o mais importante (OLIVEIRA, 2004, p. 26). 
 
O método francês manteve-se incontestável até a década de 50, quando 
pensadores vindos de fora do país começaram um movimento de reflexão para a 
Educação Física brasileira. 
Somente em 1961 foi criada a primeira Lei de Diretrizes Básicas (LDB), a qual 
divida o sistema educacional em primário ginásio, colegial e ensino técnico. Referente 
à Educação Física primária, a nova lei tratava a recreação como objetivo primordial 
para obtenção de melhorias no corpo e desenvolvimento global dos alunos. A 
Educação Física para a juventude ensinava a ginástica formativa e fundamentos dos 
jogos coletivos. 
Após dez anos da publicação da primeira LDB, foi criada a segunda LDB, a 
qual separava o sistema de outra forma, isto é, em graus, sendo o primeiro grau 
composto por oito séries, antigo primário e ginásio, cumprindo um núcleo comum e 
uma parte diversificada. A Educação Física, juntamente com Educação Artística e 
Inglês, passou a ser considerada atividade e não disciplina, com possibilidade de 
reprova do aluno apenas por faltas excessivas. O programa para Educação Física foi 
composto por atividades que pretendiam promover um desenvolvimento harmonioso 
do corpo e do espírito. 
Segundo Arantes (2008), foi apenas doze anos depois que foram oferecidos 
aos profissionais de Educação Física, os subsídios necessários para a criaçãoda 
Proposta Curricular de Educação Física para a pré-escola, com conteúdos 
condizentes com as faixas etárias e fundamentais para o desenvolvimento motor das 
crianças. 
 
 
 
10 
 
Este processo de intensa discussão acerca dos conteúdos escolares 
terminou em 1992 com a publicação do modelo final das Propostas 
Curriculares para o 1º e 2º. Graus para todas as Disciplinas e Atividades 
coordenadas pela CENP. Quanto ao Curso de Habilitação Específica para o 
Magistério HEM. (antigo Curso Normal), além das disciplinas já 
implementadas, haviam as denominadas Instrumentais; as de Metodologias 
das diferentes Disciplinas ou Atividades a serem ensinadas aos alunos da 
escolarização até 4ª. série do 1º. Grau. As aulas de Metodologia da Educação 
Física estavam previstas no documento demonstrando que seu conteúdo 
merecia ser estudado (ARANTES, 2008, p. 1). 
 
O currículo vigente até hoje é baseado na terceira LDB e encontra-se completo, 
desde o Ensino Infantil até o Ensino Superior, devendo suprir as necessidades dos 
alunos, independentemente da sua faixa etária ou das condições em que se 
encontram, promovendo o desenvolvimento global dos mesmos. É componente 
curricular da educação básica e deve estar integrado na proposta pedagógica da 
escola. 
A realidade é que a Educação Física evoluiu muito durante todos estes anos e 
conseguiu conquistar o seu espaço dentro da escola e perante à sociedade, cabendo 
aos profissionais da área, um desenvolvimento maior ainda a fim de obter o avanço 
da disciplina. Antigamente, as ideias começaram a ser formuladas com conceitos 
fracos, devido à falta de recursos que os profissionais possuíam e ao próprio contexto 
histórico ao qual estavam inseridos, porém hoje em dia tudo pode ser diferente, o 
mundo evoluiu e as informações estão disponíveis a todos para serem utilizadas da 
melhor maneira possível, necessitando apenas um pouco de esforço e boa vontade. 
 
Hoje, possuímos muitas linhas ou abordagens filosóficas; cinesiológica, 
motricidade humana, cultura corporal do movimento, aptidão física, 
tradicional, desenvolvimentista, sócio construtivista, sócio interacionista e a 
ligada ao meio ambiente. Demos um passo gigantesco se comparamos ao 
Capitão Ataliba e aos idos século XIX (ARANTES, 2008, p. 1). 
 
É notório o avanço da disciplina e o respeito adquirido dentro das instituições 
de ensino, a Educação Física é tratada como uma disciplina com autonomia, 
semelhante as demais, de fundamental importância para o desenvolvimento do aluno, 
no que diz respeito ao aspecto físico, social e cognitivo. 
 
11 
 
 
Fonte: praticasdesucessoemeducacaofisica.blogspot.com 
3 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
A Educação Física está se tornando algo indispensável na vida das pessoas, 
por diferentes aspectos, fato este que contribui para o avanço e a maior importância 
dada à disciplina dentro do ambiente escolar. São inúmeros os fatores já comprovados 
de benefício proporcionado pela Educação Física e, por isso mesmo, fica difícil colocá-
los em uma escala de importância, mas serão elencados aqui algumas vertentes 
imprescindíveis quando tratamos do assunto e relacioná-los com os ambientes 
escolares. 
Promoção de saúde, desenvolvimento de capacidades físicas, motoras, 
afetivas e cognitivas e inserção social são os aspectos que buscaram descrever a 
proporção da importância da Educação Física Escolar. 
Talvez o ponto fundamental quando tratamos sobre a Educação Física esteja 
voltado para a área da saúde, pois a disciplina ajuda tanto na prevenção de muitos 
casos, quanto no combate de outros vários diagnósticos. Haja vista a frequência com 
que as pessoas buscam médicos especialistas e recebem como forma de medicação 
apenas a instrução para criar o hábito de realizar atividades físicas. 
 
12 
 
“A prática de atividade física pode prevenir o surgimento precoce, atuar no 
tratamento de diversas doenças metabólicas e interferir positivamente na capacidade 
funcional de adultos e idosos” (COELHO; BURINI, 2009, p. 945). 
Partindo do princípio de que é durante a infância que o indivíduo começa a criar 
hábitos para o resto da vida e sabendo de que, muitas das doenças presentes, seriam 
inexistentes ou de menor poder de impacto caso o estilo de vida da pessoa tivesse 
sido melhor no começo da vida, é possível afirmar que a Educação Física deve ocupar 
um papel relevante durante esta fase do indivíduo. Faixa etária esta que está inserida 
no período escolar, ou seja, a Educação Física Escolar é de extrema importância para 
o indivíduo. 
 
O objetivo principal da prescrição de atividade física na criança e no 
adolescente é criar o hábito e o interesse pela atividade física, e não treinar 
visando desempenho. Dessa forma, deve-se priorizar a inclusão da atividade 
física no cotidiano e valorizar a educação física escolar que estimule a prática 
de atividade física para toda a vida, de forma agradável e prazerosa, 
integrando as crianças e não discriminando os menos aptos (LAZOLLI et al, 
1998, p. 108). 
 
É importante salientar que a Educação Física escolar deve possuir o fator da 
inclusão como uma de suas vertentes primordiais, pois o objetivo inicial é criar uma 
rotina de exercícios, isto é, fazer com que a criança comece a gostar de praticar 
atividades físicas, portanto qualquer fator de exclusão tornará esse objetivo cada vez 
mais inalcançável. Nesse contexto, as atividades devem visar a participação de todos 
e o desenvolvimento do maior número de capacidades possíveis: físicas, motoras ou 
sociais. Esportes competitivos, brincadeiras de exclusão de participantes ou 
atividades que privilegiem apenas os melhores devem ser utilizados com cautela ou, 
muitas das vezes, deixadas de lado, para que todos sintam o bem-estar em participar 
das aulas. 
 
 
 
 
13 
 
 
Fonte: blogeducacaofisica.com.br 
O modelo de vida mudou drasticamente, se comparado com o modelo vigente 
há algumas décadas atrás. A tecnologia avança a passos largos, a cada minuto que 
se passa, atraindo cada vez mais jovens. Os parques ou espaços destinados a 
diversão das crianças encontram-se em péssimo estado de conservação ou sendo 
substituídos por empreendimentos imobiliários. Está cada vez mais complicado as 
famílias destinarem um tempo próprio para estarem juntos, brincarem com seus filhos, 
darem a atenção necessária. 
Pode-se concluir que, diante de tantas dificuldades, muitas das vezes, o único 
ambiente que o indivíduo possui para desenvolver atividades físicas seja o ambiente 
escolar, durante as aulas de Educação Física. Compete, portanto, ao profissional de 
Educação Física Escolar a tarefa de desenvolver neste indivíduo o gosto pela prática 
de atividades físicas. 
A sociedade impõe um modelo de beleza conforme os conceitos e 
pensamentos da época em que estão inseridas, ou seja, para cada período histórico 
encontramos um padrão de beleza diferente a ser buscado pelos indivíduos. Esse 
padrão de beleza desenvolve nas pessoas um desejo incessante de buscar alcançá-
lo, mesmo que isso, muitas vezes, não represente um corpo saudável. 
 
14 
 
Historicamente, as culturas tendem a estigmatizar traços ou comportamentos 
que sejam considerados negativos ou desviantes. Sob esta perspectiva, a 
percepção do tamanho corporal vem sendo associada a fortes valores 
culturais. Os corpos grandes e arredondados em dados períodos foram 
considerados sinais de opulência e poder, tendo, assim, uma valorização 
positiva, em contraste com a desvalorização e cobrança que marcaram as 
últimas décadas, tendentes a valorizar corpos esbeltos e esguios (ALMEIDA 
et al, 2005, p. 28). 
 
Nos tempos atuais, podemos afirmar que o padrão de beleza vigente é aquele 
corpo esbelto, musculoso, forte, visto em todos os meios de comunicação, através de 
garotos e garotas propaganda, geralmente seminus. A busca por este chamado corpo 
perfeito leva as pessoas diretamente na direção da práticade atividades físicas, ou 
seja, para ser possível alcançar o padrão de beleza vigente, o indivíduo deve manter 
uma rotina de exercícios frequente. 
Transportando o assunto para o ambiente escolar, é possível constatar que 
esta realidade acerca do padrão de beleza é existente também entre crianças e 
jovens, pois os mesmos possuem, cada vez, acesso aos meios tecnológicos. 
Portanto, muitos alunos buscam a prática de atividades físicas com o objetivo de 
buscar atingir o padrão de beleza da sociedade em que ele está inserido. 
O único cuidado que deve existir, e para que esta busca incessante pelo corpo 
perfeito não se torna algo maléfico à saúde da criança, ou seja, a rotina de exercícios 
deve ser prescrita com cuidado para que não ocorra nem a falta e nem o excesso de 
exigência ao corpo ainda em desenvolvimento. Mais uma exigência feita ao 
profissional da Educação Física Escolar, o qual deve atentar-se para desenvolver 
atividades físicas compatíveis com a faixa etária e ainda aconselhar, aos seus alunos, 
a importância de um corpo saudável, nem com déficit e nem com excesso de peso. 
A Educação Física Escolar, nesse contexto, tem o papel de auxiliar em doenças 
muito presentes na sociedade atual, tais quais: obesidade, sedentarismo, anorexia e 
bulimia. “A representação feminina na mídia é a referência de beleza e atitude não só 
de adultos, mas também de crianças, que mais tarde repetirão o que viram e acharam 
agradável” (VIANNA, 2005, p. 9). 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
Fonte: estudokids.com.br 
Na maioria das vezes, a mídia apresenta-se como uma ferramenta que possui 
o único objetivo de atender ao interesse de alguns e não da sociedade como um todo. 
 
O fato de mulheres mesmo com peso adequado para a estatura desejarem 
pesos ainda menores é preocupante. Certamente essa distorção da imagem 
corporal encontra raízes nos meios de comunicação de massa que 
privilegiam modelos de beleza que possuem pesos para a estatura próximos 
ou mesmo semelhantes a portadores de distúrbios alimentares como 
anorexia nervosa e bulimia. Esses modelos de beleza divulgados pela mídia 
exercem efeitos sobre o comportamento e o estabelecimento de hábitos 
alimentares entre adolescentes do sexo feminino (KAKESHITA; ALMEIDA, 
2006, p. 503). 
 
Outro fator essencial para afirmar a Educação Física Escolar como uma 
disciplina essencial na vida dos estudantes é o desenvolvimento do corpo como um 
todo, isto é, o desenvolvimento das muitas capacidades possíveis do corpo humano. 
Durante a vida toda, exige-se do nosso corpo, o uso de inúmeras valências 
constantemente, pois o simples ato de permanecer parado, andar, pular um obstáculo, 
desviar de algo ou qualquer outra circunstância parecida já está diretamente 
 
16 
 
relacionado com as capacidades do corpo humano. Estas capacidades são 
denominadas físicas e motoras. 
Dentre as capacidades, pode-se destacar a força, velocidade, resistência, 
flexibilidade e o equilíbrio como as principais por serem consideradas essenciais para 
o desenvolvimento do indivíduo. Todo o movimento humano exige o uso de diferentes 
capacidades. Estas capacidades possuem um caráter hereditário, ou seja, são 
transmitidas de pais para filhos, porém possuem o caráter treinável, isto é, um 
indivíduo é capaz de melhorar uma capacidade caso desenvolva atividades para isto, 
no caso as atividades físicas possuem este papel. 
A Educação Física Escolar é responsável por desenvolver estas atividades com 
o objetivo de melhorar as capacidades físicas e motoras dos estudantes, 
possibilitando aos mesmos, uma maior facilidade no desenvolvimento das tarefas ao 
longo de suas vidas. 
Nos dias atuais é possível verificar a dificuldade no processo de socialização 
das pessoas, pois alguns aspectos o dificultam, dentre eles, a criação de grupos mais 
fechados de amizades, o uso abusivo de novas tecnologias, o pouco tempo que as 
pessoas possuem para atividades físicas em grupos ou como forma de lazer e 
recreação. O fato é que está cada vez mais difícil os indivíduos conseguirem interagir 
de maneira pessoal, física, presente. 
As aulas de Educação Física podem e devem suprir está carência, pois se trata 
de uma disciplina sem exigências estruturais como as demais, ou seja, não é 
necessário que cada aluno permaneça atrás de sua carteira, sentado, distante um do 
outro. Esta disciplina possui o poder de interação entre os alunos, os quais estarão 
distantes dos paradigmas educacionais. O profissional responsável pela Educação 
Física Escolar deve ser capaz de desenvolver atividades possíveis de todos, 
independentemente se possui alunos brancos, negros, gordos, magros, deficientes, 
altos, baixos, fator que torna a disciplina, talvez, como sendo a mais heterogenia 
dentro do ambiente escolar. 
A busca nas aulas é pessoal, isto é, cada aluno irá se desenvolver de uma 
maneira, encarar a atividade de uma forma, encontrar uma resposta diferente para 
solucionar o problema proposto, aprendendo a trabalhar a sua individualidade e o seu 
coletivismo simultaneamente. Com conteúdo diversificado, possíveis para todos, 
 
17 
 
fatalmente o interesse pela prática de atividades físicas será desenvolvido nas 
crianças, a qual não precisarão se preocupar no que são melhores que os demais. 
O uso de temas transversais é de fundamental importância nas aulas de 
Educação Física Escolar, pois pode-se trabalhar a obesidade, o bulling, a violência na 
sua forma prática, no decorrer das atividades, sem ofender ou magoar ninguém. 
 
 
Fonte: estudokids.com.br 
Aulas que beneficiam a prevenção e a cura de doenças desenvolvem 
capacidades físicas, motoras, cognitivas e afetivas dos indivíduos, promovem bem-
estar, sensação de igualdade, inserção social caracterizam evidente a afirmação do 
quanto é importante a Educação Física dentro do ambiente escolar. Porém, cabe 
ressaltar, que a Educação Física só será realmente valorizada caso o trabalho do 
profissional que está desempenhando-a seja satisfatório. Professores que apenas 
jogam uma bola para os meninos e uma corda para as meninas não reconhecem a 
importância da disciplina na vida de cada criança e, por consequência, desvalorizam 
a Educação Física perante as demais disciplinas4. 
 
4 Texto extraído de: www.fatece.edu.br 
 
18 
 
4 VANTAGENS E BENEFÍCIOS DE UMA BOA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA 
ESCOLA 
A educação física escolar promove muitos benefícios, começando pelo 
incentivo da pratica de esportes e atividades físicas, como por exemplo: 
 Favorece o desenvolvimento motor; 
 Contribui para a integração social da criança e do adolescente; 
 Colabora para que os alunos adquiram autoconfiança; 
 Melhora a autoestima; 
 Contribui para que o aluno se expresse melhor; 
 Favorece as questões e vivencias sobre o mundo que convivem; 
 Ajuda o aluno a conhecer e a compreender as mudanças e o limite do próprio 
corpo; 
 Reduz o estresse e as pressões do dia a dia; 
 Coopera para um estilo de vida melhor; 
Ao praticar atividades físicas os alunos têm a vantagem de melhorar a saúde e 
diminuir riscos de doenças como a obesidade, hipertensão arterial, colesterol alto e 
doenças respiratórias. Além disso, contribui para desenvolver habilidades nos 
esportes. 
É na escola que os alunos aprendem a importância de ter um estilo de vida 
mais saudável e equilibrado. O professor representa um papel importante para 
promover uma vida saudável e ativa aos seus alunos. 
4.1 O Desenvolvimento Motor 
O ideal é estimular a criança para fase de desenvolvimento em que ela se 
encontra, por exemplo, a fase do engatinhar, muitos pais acham benéfico o pular a 
fase do engatinhar e é justamente ao contrário, deve-se estimular o bebê a engatinhar, 
se arrastar, tentar levantar. Quanto maior os estímulos de movimentos, melhor o 
desenvolvimento do repertório motor. 
Colocar a criança desde cedo num esporte paraque ela vire atleta não é errado 
desde que se não restrinja às possibilidades motoras. 
 
19 
 
É importante praticar esportes para desenvolver todo potencial, pois estiver 
melhor preparado, terá oportunidades mais apropriadas para confrontar os desafios 
que a vida oferece durante toda a sua existência. 
 
Fonte: es.123rf.com 
4.2 Educação Física Escolar – Expectativas e Importância 
Expectativas: As expectativas determinam o conhecimento construído pelo 
estudante durante o período letivo. Isto é, ao determinar as expectativas de 
aprendizagem, estabelecem também o que é preciso ensinar para os alunos. As 
expectativas neste ponto buscam assegurar que os aprendizados sejam igualitários 
para todos, mesmo que cada aluno aprenda no seu tempo. 
A expectativa é um parâmetro formador da aprendizagem pretendida para os 
alunos, auxiliando na melhor forma de avaliação da criança. 
A avaliação para ser competente naquilo que ela se propõe deve levar em 
consideração questões como: 
 A participação; 
 O interesse; 
 
20 
 
 O compromisso; 
 A responsabilidade; 
 A afetividade 
 As habilidades 
 As competências; 
 A atitude. 
 
Na educação física escolar, o professor é o mediador entre o aluno e o processo 
de aprendizagem. 
Importância: As aulas de educação física são importantes em todos os 
seguimentos, pois ela promove o desenvolvimento integral do aluno, a vida saudável, 
a socialização, o espírito de equipe e a prática do desporto. Os alunos participam das 
mais variadas experiências corporais para as quais são desafiados. 
Acreditar que a atividade física passa a fazer parte do comportamento pessoal 
durante toda a vida, significa entender que isso só é possível mediante experiências 
satisfatórias com os exercícios físicos e os jogos. Os alunos devem ser desafiados e 
exercitados a entenderem que somente podem vencer quando estiverem se 
divertindo. A vitória não pode ser a condição para o divertimento. Caso o for, as 
atividades não são lúdicas. O divertimento deve estar presente no jogo e não no seu 
final (FALKENBACH, 2002). 
A Educação Física escolar evidencia a liberdade cognitiva e emocional dos 
estudantes para a aprendizagem. Isso é um fator importante para que haja um 
ambiente de convívio onde o respeito e tolerância devem ser trabalhados. Saber 
como relacionar-se em grupo pressupõe um controle evolutivo de comportamentos, 
valores, normas e atitudes. 
4.3 Promovendo Saúde Através da Educação Física 
O professor tem a função de ensinar o que é certo e o que é errado. Isso faz 
com que sua função seja importante na formação do aluno para a sociedade, ainda 
que não seja valorizado. Por isso, é, é muito importante despertar no aluno a 
consciência de cuidar da saúde, e ter hábitos saudáveis. 
 
21 
 
Assim o mesmo pode transmitir esses conhecimentos para a família e para a 
sociedade em geral. Portanto, é importante o docente e a escola usarem ferramentas 
que possam impactar de maneira positiva a vida do aluno. Essas ferramentas são 
entre outras a informação: 
 Palestras, debates, mesa redonda, peças teatrais, jogos sobre a atividade 
física, a alimentação saudável, uso de drogas, sexualidade, saúde etc; 
 Despertar no aluno o interesse pela prática de exercícios físicos; 
 Elaborar junto com os alunos projetos para a escola e para a comunidade sobre 
vida saudável e desportos; 
4.4 A Importância da Educação Física na Socialização 
Na escola, a criança tem a chance de se socializar com outras crianças através 
da recreação, jogos e brincadeiras dirigidas. Por isso a educação física tem a 
conjuntura de contribuir para que a criança ou adolescente desenvolva a 
autoconfiança interagindo com o grupo e também desenvolver habilidades motoras. 
 
Fonte: escolaespacoeducar.com.br 
 
22 
 
A educação física é uma porta para a formação social e de princípios do 
educando. É preciso que o professor tenha autonomia para administrar e despertar 
esses valores no aluno, transformando o meio em que vive. 
É nas aulas de educação física que muitas vezes lidamos com o diferente, com 
as limitações físicas e psíquicas nossa e dos outros. Por isso, a importância do 
docente despertar essa percepção no aluno, para que ele leve para a vida o saber 
conviver e o saber respeitar a diversidade que faz parte da sociedade. 
 
4.5 Os Melhores Exercícios Para Educação Física Escolar 
 
Os melhores exercícios nas aulas são sempre aqueles que envolvem 
descontração, dinâmica e um ar de brincadeira, no entanto são diferentes dependendo 
da faixa etária ou ciclo que o aluno está. Segue alguns exemplos de exercícios e 
brincadeiras dirigidas e jogos para cada ciclo: 
 
Fonte de: www.blogeducacaofisica.com.br 
4.5.1 Ensino Fundamental I 
 
 Amarelinha: todas as crianças podem participar. Com giz desenhe sete casas 
numeradas no chão, que terminam com um círculo escrito céu. A brincadeira 
consiste em jogar a pedra nas casas em ordem numérica e ir pulando com um 
 
23 
 
pé só, evitando pisar na casa onde caiu a pedra, pegando-a na volta. Ganha 
quem chegar ao céu primeiro sem pisar nas linhas ou com os dois pés. 
 Coelhinho sai da toca: dividir as crianças em grupos de três, sendo que duas 
ficam de mãos dadas simulando uma toca e a terceira criança seria o coelho 
fica ao meio. Duas ou mais crianças devem ficar sem toca, no centro da 
brincadeira. Quando a professora fala: coelhinho sai da toca! Todas as crianças 
têm que mudar de toca. As crianças que estão no centro tem que tentar ocupar 
as tocas que ficam vazias, e as outras crianças que estão na toca deve trocar 
de toca, quem ficar sobrando vai para o centro e a brincadeira recomeça. 
 Dança das cadeiras: faça uma roda de cadeiras e outra roda de crianças em 
volta das cadeiras, sendo que deve ter uma cadeira a menos que o número de 
crianças que vão brincar. Começa a tocar a música e as crianças andam em 
volta das cadeiras com as mãos para trás. Quando a música parar todas as 
crianças devem sentar-se. Saí da brincadeira quem não conseguiu sentar-se, 
tira-se uma cadeira e a brincadeira recomeça. Ganha quem sentar na última 
cadeira. 
 Dança das cadeiras alternativas: várias cadeiras com bexiga serão 
espalhadas na sala. Os participantes serão vendados e começa a tocar a 
música. Quando parar a música, todos devem sentar e estourar as bexigas, 
será eliminado aquele que não conseguir uma cadeira. O jogo recomeça com 
uma cadeira a menos, ganha quem sentar na última cadeira. 
 Morto-Vivo (vivo-morto): uma criança é escolhida para ser o chefe, ou seja, 
é quem vai dá ordem e as outras crianças deverão obedecer. O chefe dirá 
morto ou vivo. Se o chefe diz morto às crianças devem abaixar. E se o chefe 
disser vivo, as crianças devem ficar de pé. O objetivo do chefe é fazer os 
participantes ficarem confusos com sua comanda que deve ser cada vez mais 
rápida. Quem errar sai do jogo, a criança que sobrar é a vencedora. 
 Pular Corda: existem várias brincadeiras com a corda, porém algumas bem 
conhecidas das crianças são aquelas que duas crianças batem a corda e 
cantam uma música, e a criança que está pulando deve fazer exatamente 
aquilo que é descrito na música, por exemplo: 
 
 
 
24 
 
O Homem 
O homem bateu em minha porta e eu abri 
Senhoras e Senhores ponham a mão no chão (a criança que está pulando deve colocar a mão no chão); 
Senhoras e Senhores pulem num pé só (deve pular a corda com um pé só) 
Senhoras e Senhores deem uma rodadinha (roda enquanto pula); 
E vá para olho da rua (a criança deve sair sem a corda parar); 
 
 
4.5.2 Ensino Fundamental II 
 
 Stop: essa brincadeira o aluno vai usar caneta e papel, ele vai fazer um quadro 
com dez colunas e cada uma delas coloca-se alguns itens como: nome, lugar, 
animal, cor, carro, objeto, artista, fruta, filme, etc. Então se sorteia uma letra e 
todos deverão preencher cada coluna que começa com essa letra. Por 
exemplo: a letraC foi sorteada, então deverá preencher todas as colunas do 
jogo com palavras que começam com a letra C: carro, cor, nome…Quem 
preencher tudo primeiro grita Stop! Fim da primeira rodada. Faz-se então a 
contagem dos itens preenchidos por cada participante. Cada item preenchido 
vale 10 pontos. Se mais de um participante tiver colocado a mesma palavra 
para um determinado item, em vez de 10 só terá 5 pontos cada um. Ganha o 
jogo quem obtiver maior número de pontos; 
Para um determinado item, em vez de 10 só terá 5 pontos cada um. Ganha o 
jogo quem obtiver maior número de pontos; 
 
25 
 
 
Fonte: elo7.com.br 
 Pinga-bola: é praticamente igual ao time de vôlei, os alunos são divididos em 
dois grupos numa quadra, ao meio fica a rede de vôlei. Um estudante de posse 
da bola a lança para o lado adversário com o braço acima da cabeça, imitando 
o saque por cima. Ao ultrapassar a rede, a recepção deve ser feita somente de 
manchete, após a bola pingar uma vez no solo. Devem-se dar três passes de 
manchetes pingadas antes de passar a bola para o outro lado, que realizará o 
mesmo procedimento. O grupo que errar possibilita um ponto e a posse da bola 
para o outro grupo sacar. 
 
4.5.3 Exercícios e brincadeiras para o Ensino Médio 
 
Travessia 
 Atividade estimula o grupo e pensar em estratégias para vencer desafios. 
 Inicie o jogo dividindo a sala em 3 partes (margem 1, rio e margem 2), com 2 
pedaços de barbante. 
 Peça para que a turma fique atrás de uma das margens. 
 
26 
 
 Coloque as cartolinas no chão, formando uma ponte inacabada (é importante 
que ela não chegue a outra margem), deixando um espaço para ser colocadas 
2 cartolinas. 
 Pede-se para que todo o grupo imagine que um vulcão está em erupção e que, 
em pouco tempo, as lavas chegarão até eles. Ressalte que eles não podem 
pisar na água porque o rio está cheio de piranhas. O grupo todo deve 
atravessar a ponte, ao mesmo tempo. 
 Reserve alguns minutos para o grupo conversar e combinar uma estratégia 
para atravessar a ponte de uma só vez. 
 Quando o grupo se mostrar pronto, peça para que atravessem a ponte porque 
a lava se aproxima. 
 Acompanhe a travessia, garantindo que eles não pisem no rio e que cada 
subgrupo de 4 pessoas fique em apenas um pedaço de cartolina. 
 Quando todos estiverem na ponte peça para que o último passe a cartolina que 
sobrou no chão para o primeiro da fila, passando pelas pessoas que estão na 
ponte. 
 Aguarde “a pedra” ser colocada e, se necessário, a utilização da segunda 
pedra. 
 Com a ponte conectada à outra margem, permita que todos passem para o 
outro lado do rio. 
 Deixe a turma se recompor, peça para que façam um círculo de cadeiras 
(dependendo do grupo, pode ser uma roda de pessoas sentadas no chão) para 
discutirem como se sentiram no jogo. Ajude-os a perceber que foi necessário 
diálogo e organização para poderem atingir o objetivo. 
 
 
27 
 
Futebol 
 
Fonte: blogdobenelima.blogspot.com 
O futebol é o esporte mais praticado no Brasil e um dos mais queridos entre os 
alunos, principalmente os meninos. Esse tipo de ensino conhecido como pedagogia 
do dominante, no qual, Paulo Freire explica que quem predomina é somente o 
discurso e a prática do professor. Ou seja, o docente seria o sujeito da educação, e 
os alunos apenas receptores de informações prontas sem ao menos opinarem. 
Infelizmente muito educadores físicos insistem em apenas mostrar o conteúdo e o 
conhecimento prontos aos estudantes, impossibilitando-os de fazer parte do 
conhecimento, de poder construí-lo através das suas vivências e experiências. 
O futebol não pode ser ensinado somente como um simples jogo de regras e 
conceitos técnicos. É preciso valorizar o conhecimento histórico social do mesmo, 
seus impactos na sociedade e como está inserido em nossa cultura. Além disso, é 
preciso ensinar o que o esporte pode nos proporcionar de melhor, o coletivo acima do 
individual, a solidariedade, o respeito para com o próximo e a diversidade social. 
 
 
 
 
 
28 
 
Vôlei 
O que o futebol é para os meninos, o vôlei é para as meninas, pelo menos em 
grande parte das escolas, sem dúvida é um esporte que chama bastante atenção dos 
alunos. Muitas crianças só têm acesso a esse esporte nas aulas de educação física, 
portanto é um esporte que deve ser muito explorado nas instituições de ensino, assim 
como o futebol. Os alunos também devem ter conhecimento sobre a história da 
modalidade, sua transição, e a relação do esporte com o Brasil. 
Além é claro, que o jogo é uma oportunidade de ensinar conteúdos às crianças, 
estimulando-as, e principalmente, que se entenda que o aluno se encontra como 
sujeito e não como objeto no espaço educativo. 
O vôlei deve ser ensinado de forma lúdica, contribuindo para que a criança 
tenha prazer em jogá-lo e se envolva com essa modalidade a ponto de querer 
conhecer mais sobre o esporte e desenvolver suas habilidades em relação ao 
desporto. 
 
Basquete 
 
O basquete é um esporte em equipe que contribui para o desenvolvimento 
emocional, psicológico e físico do aluno, desde que o professor o ensine de forma 
educativa e não mecanizada, ou seja, quando o professor passa apenas as regras e 
conceitos técnicos sem se comprometer com a importância do conhecimento histórico 
social do esporte. 
Esse esporte colabora para prevenção de doenças que estão cada vez mais 
impactando crianças e jovens da atual geração, como: obesidade, diabetes, estresse, 
ansiedade, depressão e claro o sedentarismo. 
De acordo com Balbino e Paes (2005), o educador deve compreender que o 
basquete promove o movimento humano, as inteligências múltiplas, os aspectos 
psicológicos, os princípios filosóficos e a aprendizagem social do aluno. 
O importante é também tornar a aula divertida, ensinar basquete para crianças, 
por exemplo, deve ser de forma descontraída, sem utilizar técnicas muito elaboradas, 
mantendo o aluno sempre comprometido com o aprendizado. 
 
 
 
29 
 
Esportes em Grupo 
 
As aulas de esporte em grupo ensinam: 
 Trabalho em equipe; 
 Inclusão social; 
 Comparticipar; 
 Partilhar; 
 Técnicas de modalidades diversas. 
 
 
Fonte: novohamburgo.rs.gov.br 
Os estudantes aprendem também a solucionar situações problemas. O bom 
dos esportes em grupo é que podem ser praticados por todos os alunos, desde os 
pequenos até os adolescentes, e também os alunos com necessidades especiais. 
Para tanto é importante fazer adaptações com relação ao jogo, como: 
 Tamanho e peso da bola; 
 Tamanho da quadra; 
 Altura das redes de vôlei e cestas de basquete de acordo com a faixa etária da 
criança. 
 
30 
 
É importante criar campeonatos na escola, pois contribuem para os alunos 
aprenderam análise tática, trabalho em equipe e respeito ao adversário, porém todos 
devem participar. Destacamos também a importância da formação das equipes que 
devem ser diversificadas tanto em gêneros, portes físicos e também os mais e os 
menos habilidosos. 
Já o professor deve sempre manter os alunos motivados, ditar e explicar com 
clareza as regras do jogo, e intermediar conflitos entre os alunos. Além de incitar os 
estudantes a identificar as próprias capacidades físicas, como ritmo, velocidade, força 
e resistência para que consigam se sair cada vez melhores. 
 
Educação Física e Saúde dos Alunos 
 
É importante o professor ter consciência do estado de saúde de seus alunos. 
Assim, ele poderá desenvolver aulas com mais qualidade, segurança e poderá 
também orientá-los de forma correta. Para isso seria interessante o professor 
juntamente com a escola realizar a avaliação antropométrica em seus alunos, além 
de aplicar o questionário IPAQ (Internacional Physical Activity Questionnaire). Este 
questionário tem o objetivo de avaliar o nível de aptidão física pertinente à atividade 
física, a coordenação motora e a saúde do aluno. Então, a partir dos resultados 
planejaremas aulas de educação física. 
Essas avaliações são importantes pois o professor passa a conhecer um pouco 
melhor seu aluno, está fundamentada no que diz os Parâmetros Curriculares 
Nacionais (1998), em seus objetivos para o Ensino Fundamental do terceiro e quarto 
ciclos: é importante despertar no aluno o conhecimento do seu próprio corpo e de ser 
orientado a cuidar do mesmo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um 
dos aspectos básicos da qualidade de vida, para que o aluno tenha responsabilidade 
em relação a sua saúde e a saúde coletiva. 
 
Importância do Aquecimento Antes da Atividade Física Escolar 
 
Os nossos músculos precisam de calor, principalmente quando está em 
repouso. Por isso precisamos fazer um aquecimento antes da atividade proposta. 
Quando o aluno vai para a aula de educação física é importante que o professor inicie 
 
31 
 
com um pré-aquecimento. Esse aquecimento possibilita o aumento do fluxo de 
sangue para os músculos, aumentando a temperatura do corpo e diminuindo 
a probabilidade de lesões. 
 
Fonte: fortalimob.com.br 
O aquecimento é uma ferramenta que deve ser parte integrante do início de 
qualquer atividade recreativa, esportiva ou laboral. Logo após a atividade física, 
encerre a aula com um alongamento para relaxar toda a musculatura trabalhada. 
 
 
 
 
32 
 
4.6 Cuidados Especiais com o seu aluno atleta durante os Treinos de 
Preparação Física 
 
Muitos alunos não têm costume de fazer qualquer tipo de exercícios físico. Por 
isso, o professor deve buscar saber mais sobre a vida e ficar atento a cada movimento 
que eles fizerem, pois, exercícios errados e com falta de postura pode ocasionar 
problemas ortopédicos e na coluna, além de lesão muscular, dores articulares e 
câimbras. 
É preciso buscar informações sobre a saúde do aluno, se há algum problema 
de saúde como diabetes, hipertensão arterial, problemas coronarianos e respiratórios, 
além de problemas na coluna como hérnia. 
Exercícios intensos sem saber algum tipo de informação em relação ao quadro 
clínico podem ser prejudiciais à saúde do estudante. Por isso, a importância de 
começar a praticar atividades físicas de forma gradual. 
Outro cuidado especial é alertar os alunos para a hidratação, sempre dar uma 
pausa na aula para todos beberem água. Em dias muito quentes utilizar espaços com 
mais sombras ou quadras cobertas, por exemplo. 
Orientar seu aluno a se alimentar melhor em dias que terão aulas de educação 
física é fundamental. Principalmente na parte da manhã em que muitos deles vão até 
em jejum para escola, o que é prejudicial. 
4.7 Expectativas da Educação Física na visão da comunidade escolar 
As expectativas são diferentes no olhar aluno versus professor. Muitos alunos 
e pais acreditam que as aulas são desenvolvidas corretamente. Porém, uma das 
grandes preocupações dos professores e das escolas, sobretudo as escolas públicas 
são a falta de materiais específicos e adequados para o ensino- aprendizagem. A 
grande maioria possui apenas materiais básicos para jogos coletivos. 
Há uma escassez de materiais para ginástica, aeróbica, dança e lutas. Aulas 
diversificadas contribuem para o desenvolvimento das potencialidades dos alunos, 
como: a socialização, o desenvolvimento motor e a autonomia. 
São importantes também as aulas teóricas, passar para os alunos o 
conhecimento histórico e cultural dos esportes. Por isso, é importante que o professor 
 
33 
 
esteja se atualizando e muitos por ter uma carga-horária extensa são impedidos de 
preparar aulas com qualidades. 
Porém, como descreve Falkenbach (2002), é na escola o lugar de desenvolver 
a educação física que provoca as trocas e as aprendizagens entre as pessoas. Ela é 
responsável pelo aprendizado das relações entre as pessoas por via corporal. 
Portanto temos as expectativas que a educação física escolar exercerá o papel de 
fazer e compreender que a criança como sujeito dentro do espaço lúdico-educativo, 
irá aprender e se desenvolver ao se expressar. 
 
Fonte: blogeducacaofisica.com.br 
A educação contemporânea renovadora busca constantemente novas 
metodologias e ferramentas que diversifiquem o trabalho coletivo. Assim, o estudante 
é inserido como o sujeito principal desse trabalho, transformando a sua realidade. 
Mais do que estimular a prática de um esporte, a educação física tem a função 
de permitir que os alunos vivenciem outras culturas. É preciso entendê-la como uma 
manifestação de cultura, onde o estudante além de saber praticar os movimentos 
corporais corretamente deve também entender a importância da cultura notória. 
É essa educação contemporânea e renovadora que queremos ver nas aulas 
de educação física. Por isso, é necessário o educador, a escola e a comunidade 
estarem abertos aos avanços e transformações que faz parte da sociedade, onde a 
 
34 
 
informação é a temática fundamental do corpo social estabelecida através da 
convivência das pessoas, das relações construídas e de uma qualidade de vida 
estável5. 
5 INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA 
5.1 Educação inclusiva 
A educação inclusiva é descrita pelos autores como um processo que vem 
sofrendo inúmeras mudanças com o passar dos anos. De acordo com Sassaki, citado 
por Duarte e Aguiar (2005), esse processo vem acontecendo desde a década de 80. 
Para os autores é caracterizado como a prática de inclusão de todos, 
independentemente do seu talento, deficiência, etnia ou cultura. 
 
Fonte: blogeducacaofisica.com.br 
Ao analisar esse processo no viés histórico, os autores destacam que 
importantes mudanças já aconteceram. De acordo com Rechineli et al (2008), 
verdadeiros absurdos aconteciam com pessoas com deficiência. Pessoas assim eram 
totalmente menosprezadas, destruídas ou até eliminadas da sociedade. 
 
5 Texto extraído de: www.blogeducacaofisica.com.br 
 
35 
 
Ou eram mortas, ou simplesmente abandonadas à própria sorte ficando à 
mercê de todo tipo de discriminação. A própria Igreja associava a deficiência ao 
pecado nesse período. 
Essa visão holística e preconceituosa, de acordo com os mesmos autores, 
começou a mudar somente no final do século XX e início do século XXI, quando se 
viu a necessidade de a humanidade olhar a todas as pessoas com reconhecimento 
acreditando nas potencialidades e capacidades de cada um. Dentro dessa 
perspectiva, relatam como fator de destaque no período, o rompimento do até então 
paradigma excludente dando lugar à interação e valorização dos “corpos deficientes” 
da sociedade. 
Nesse sentido, é válido destacar que a educação inclusiva se tornou mais 
evidente a partir da Declaração de Salamanca que aponta importantes avanços no 
sentido de incluir alunos especiais em escolas regulares. Aliás, de acordo com 
Hegarty, citado por Rodrigues (2003), esse processo pode ser definido justamente 
como o desenvolvimento de uma educação apropriada e de alta qualidade para alunos 
com necessidades especiais na escola regular. 
Entretanto, apesar dos grandes avanços conquistados em prol da inclusão, 
esse tema têm sido alvo de muitos debates ainda nos dias atuais. A grande verdade 
nesse momento destacada pelos artigos analisados, é que a inclusão de alunos com 
necessidades especiais, na escola regular, é o grande desafio para o século XXI. A 
Educação Física, por sinal, como componente curricular representa parte significativa 
nesse processo. 
5.2 Educação Física Inclusiva 
Para Rodrigues (2003), a Educação Física não pode ficar indiferente ou neutra 
no processo de educação inclusiva. Ela pode se constituir como um adjuvante ou até 
mesmo um obstáculo adicional nesse contexto, dependendo acima de tudo da 
maneira como fora trabalhada. 
Mas antes de falar do momento presente, é preciso abordar um pouco dessa 
disciplina também no viés histórico. Rechinelli et al (2008), destacam as diferentes 
abordagens que caracterizaram a disciplina no decorrerdo tempo, relacionando-as à 
questão da inclusão. 
 
36 
 
Segundo os autores, durante a abordagem Militar e Higienista, a Educação 
Física favoreceu em muito à exclusão. Isso porque, todos aqueles que não se 
encaixassem nos padrões de normalidade, que tivessem com algum tipo de moléstia 
ou deficiência física eram simplesmente proibidos de participar das aulas. Durante a 
abordagem Tecnicista, a exclusão também se mostrou evidente nas aulas de 
Educação Física, visto que somente os mais habilidosos eram valorizados. É válido 
destacar assim, que é somente a partir da abordagem desenvolvimentista que surgem 
as primeiras propostas em favor da inclusão. 
Os referidos autores destacam ainda outras abordagens (construtivista, crítico-
superadora e sistêmica), que embora de maneira restrita, já abordavam em suas 
teorias princípios de uma proposta voltada à educação inclusiva. Nesse sentido, a 
abordagem sistêmica aparece como a primeira a discutir questões relativas à inclusão 
ao abordar o princípio da diversidade e da participação de todos independentemente 
das diferenças. 
 
Fonte: curriculointerativo.sedu.es.gov.br 
Ao falar novamente da atualidade, Rechinelli et al (2008), destacam as 
mudanças ocorridas na LDB e nos PCN’s, que trazem importantes avanços no sentido 
de facilitar a inclusão. Para eles, os PCN’s aparecem como o primeiro documento 
oficial a propor de forma efetiva o desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas 
à diversidade propondo a inclusão através de uma Educação Física aberta a todos, 
 
37 
 
independentemente de suas diferenças. Aliás, os objetivos dos PCN’s em sua maioria, 
trazem vários elementos que favorecem à inclusão, visto que, o respeito ao outro, a 
cooperação e a solidariedade são amplamente valorizadas em seu contexto. 
Entretanto, independentemente dos avanços conquistados na legislação no 
que se diz respeito à educação inclusiva, percebe-se uma grande diferença entre o 
discurso teórico e a realidade prática. Nesse sentido, os estudos analisados destacam 
as inúmeras e reais dificuldades encontradas pelos profissionais para colocar em 
prática de fato esse processo. Destacam também algumas vantagens. 
Inicialmente, portanto abordaremos alguns aspectos positivos. Uma das 
vantagens citadas por Rodrigues (2003), refere-se a flexibilidade inerente aos 
conteúdos trabalhados em Educação Física. Segundo o autor, o professor dessa 
disciplina possui uma maior liberdade em organizá-los facilitando a sua prática. Outra 
vantagem apontada pelo autor é de que os professores de Educação Física são vistos 
como profissionais que desenvolvem atitudes mais positivas perante os alunos que os 
demais professores, gerando assim atitudes mais favoráveis à inclusão. O terceiro 
aspecto destacado é que a Educação Física permite uma maior participação dos 
alunos nas atividades, inclusive daqueles que evidenciam dificuldades. 
Entretanto, o referido autor destaca ainda importantes constatações referentes 
aos problemas também encontrados pelos professores de Educação Física. Assim 
sendo, no que se diz respeito a atitudes positivas dos profissionais, diz que não há 
homogeneidade e que sofrem influência de diferentes fatores. Nesse sentido, por 
exemplo, mulheres, professores mais experientes e que tem conhecimento do tipo de 
deficiência apresentam atitudes mais positivas em relação aos demais. 
Outra problemática destacada ainda por esse autor, refere-se à formação dos 
professores, que raramente engloba aspectos referentes a Educação Inclusiva na sua 
formação acadêmica. Os conteúdos de informação sobre deficiência são 
frequentemente inexistentes ou então pouco direcionados para a resolução concreta 
de problemas a serem encontrados. 
O terceiro problema abordado refere-se a um número deficitário de professores 
de apoio que tenham formação em Educação Física. A maioria desses profissionais, 
são formados em outras áreas dificultando assim o auxílio aos professores de 
Educação Física quando assim se faz necessário. 
 
38 
 
Finalizando, Rodrigues (2003) destaca que mesmo tentando incluir, as aulas 
de Educação Física acabam sendo por si só excludentes. Isso porque se desenvolve 
numa escola cuja cultura possibilita a exclusão daqueles que não se enquadram nos 
padrões esperados. Da mesma forma, a cultura competitiva também pode ser um fator 
de exclusão, à medida que somente os melhores são valorizados desprestigiando 
assim a participação de todos. 
Em estudo semelhante, contudo ainda mais detalhado, Aguiar e Duarte (2005), 
trazem importantes constatações referentes a maneira como professores de 
Educação Física agem e reagem perante a proposta de educação inclusiva6. 
 
Fonte: curriculointerativo.sedu.es.gov.br 
5.3 Educação Física: Adaptada ou Inclusiva 
Podemos dizer que se tem duas linhas na educação física quando se trabalha 
com portadores de necessidades especiais. São duas modalidades de atuação que 
dependem muito mais dos educadores que dos alunos propriamente. 
 
6 Texto extraído de: www.meuartigo.brasilescola.uol.com.br 
 
39 
 
Uma das modalidades é a educação física adaptada, na qual os estudantes 
com deficiência praticam atividades físicas separados dos seus colegas. 
A outra é a educação física inclusiva, na qual todos participam das mesmas 
atividades propostas. 
A prática das duas modalidades requer um ambiente acessível, que oferece 
oportunidades iguais, com inclusão social e valorização das diferenças, estimule o 
desenvolvimento de habilidades e valorize as competências individuais. Para isso, 
cabe ao professor planejar as aulas de acordo com as especificidades dos alunos de 
cada turma. 
Sabe-se que essas duas modalidades se encontram designadas à sociedade 
em uma só que é a educação física adaptada. Mas deve ser de uma maneira diferente: 
a inclusão deve acontecer com a adaptação dos recursos, das regras, dos 
professores, dos alunos, dos pais e de todos os envolvidos no processo de 
ensino/aprendizagem de uma pessoa. 
A educação física contribui para o desenvolvimento físico, intelectual, social e 
psicológico através de jogos e brincadeiras. É nesse contexto que a inclusão deve 
ocorrer. 
5.4 Melhores Atividades Físicas Para Inclusão 
Qualquer atividade física é recomendada para portadores de necessidades 
especiais assim como para pessoas ditas “normais”, desde que se adapte o jogo ou a 
brincadeira para que elas possam ser incluídas e possam praticar junto ao grupo 
regular, sem necessidade de montar uma turma extra. 
Portanto, na escola, as atividades oferecidas como recreativas, tanto os jogos 
como as brincadeiras, devem ser pensadas de tal maneira que abranjam todos os 
praticantes com deficiência ou não. 
Através dessas atividades recreativas, jogos lúdicos e passa tempos todos os 
alunos podem se beneficiar no senso de realização, consciência corporal, desafios 
físicos e mentais, melhoria da autoestima, expressão criativa, chance de fazer 
amizades, oportunidade de competir e sistema de cooperação e tudo mais que explore 
a socialização. 
 
40 
 
5.5 As Dificuldades da Educação Física Adaptada 
Sabemos que nem todas as escolas estão preparadas para receber o aluno 
portador de uma deficiência e por vários motivos, entre eles, porque os professores 
não se sentem preparados para atender adequadamente as necessidades daqueles 
alunos e porque os escolares que não têm deficiência não foram preparados sobre 
como aceitar ou brincar com os colegas com deficiência. 
 
Fonte: fatoamazonico.com 
Talvez a grande dificuldade nas aulas de educação física está em atingir ao 
mesmo tempo todos os alunos e cada um deles. Isso porque não existem pessoas 
iguais, portanto a diversidade se torna um ponto de análise para não ocorrer fracasso 
na educação. 
Nesse caso, o professor é a ferramenta principal e isso implica dizer que ele 
influencia diretamente no desenvolvimentodo aluno e muitas vezes interfere na 
gestão familiar e social do indivíduo. Portanto a maior dificuldade é o próprio professor 
saber se está preparado e tem condições favoráveis de receber os alunos com 
necessidades especiais junto a turma. 
 
41 
 
A partir daí o professor no seu trabalho didático-pedagógico com base nos 
campos psicomotor, cognitivo e social deve se preparar e trabalhar gradualmente do 
grau menos complexo até o mais complexo, respeitando a heterogeneidade da turma 
e levando a independência do aluno com necessidade especial para sua evolução 
global. 
Nessa oportunidade de independência, o professor como promotor do convívio 
entre os alunos estimula no aluno com necessidade especial a autoestima, o 
autoconhecimento, o autodomínio, suas habilidades psicomotoras e sociais e estimula 
os outros alunos a entenderem, aceitarem as diferenças e apoiarem esse 
desenvolvimento fechando a ideia de inclusão. 
 
5.5.1 Modalidades Esportivas Adaptadas ao Deficiente Físico 
 
Só para elucidar, atualmente as pessoas com deficiência física praticam 
esportes como: atletismo, arco e flecha, basquetebol em cadeira de rodas, bocha 
ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol para amputados e paralisados 
cerebrais, halterofilismo, hipismo, iatismo, natação rúgbi, tênis em cadeira de rodas, 
tênis de mesa, voleibol sentado para amputados, etc. 
Essas práticas esportivas e que hoje estão dentre as modalidades das 
paraolimpíadas mostram o quanto à educação física evoluiu desde a segunda guerra. 
 
1. Natação 
 
É um dos esportes mais apropriados para indivíduos com algum tipo de 
deficiência física, devido aos benefícios e facilidades proporcionados pela execução 
de movimentos com o corpo imerso na água. Tem valor terapêutico, recreativo e 
social. Reduz o grau de fraqueza e de complicações o que traz grandes contribuições 
nos processos de reabilitação. 
Além disso, desenvolve a coordenação, condicionamento aeróbico, reduz a 
espasticidade e resulta em menos fadiga que outras modalidades o que contribui 
muito para que a natação seja praticada por portadores de diversas deficiências 
físicas. Portanto, a natação pode ser apresentada de três formas para essa prática: 
natação terapêutica ou utilitária, natação recreativa ou esportiva formal e natação 
competitiva. 
 
42 
 
2. Corrida 
 
Praticada por pessoas deficientes físicos, visuais ou intelectuais. Os deficientes 
visuais são acompanhados por um guia, geralmente seus treinadores, ligados a eles 
por uma corda. Os deficientes físicos usam próteses ou cadeiras de rodas. E os 
intelectuais correm sozinhos conforme o grau de deficiência. 
Familiares e amigos que gostam e também praticam devem ser os principais 
incentivadores nesta inclusão, que nem sempre é fácil, mas é desafiadora. Se para 
uma pessoa sem deficiência participar de uma maratona ou provas menores já é 
emocionante e significa superação pessoal, imaginem para um deficiente. 
 
3. Basquete 
 
Disputado por pessoas com alguma deficiência físico-motora, é o esporte mais 
divulgado e mais praticado por deficientes físicos. Geralmente as cadeiras são 
adaptadas e padronizadas. As dimensões da quadra, a pontuação e a altura da cesta 
são as mesmas do basquetebol convencional. 
 
Fonte: ochefaodanoticia.com.br 
 
43 
 
Uma das adaptações durante o jogo é que no lugar dos dois passos, o jogador 
só pode dar dois toques na cadeira sem que continue quicando a bola, ou passe para 
outro jogador. Em se tratando de competições, o basquete foi a primeira modalidade 
paraolímpica a ser praticada no Brasil. 
 
4. Ciclismo em Cadeira de Rodas 
 
Dentre os deficientes que praticam ciclismo e que competem segundo o comitê 
paraolímpico brasileiro estão os paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados 
e lesionados medulares (cadeirantes). 
Nesta modalidade também a adaptação do material conforme a deficiência, por 
exemplo, os cegos pedalam em uma bicicleta dupla, sendo guiados por outra pessoa 
que fica no banco da frente, a handbike é movida pelos braços e destinada aos 
cadeirantes. Já os paralisados cerebrais podem usar as bicicletas convencionais ou 
triciclos, conforme o grau de lesão do atleta. 
Quer entender o que se passa com um deficiente físico, quais suas dificuldades 
frente ao esporte e como é a sensação de superação? 
Tente, em cada uma das modalidades citadas neste artigo, experimentar a 
vivência dos deficientes. Por exemplo, na natação não use um ou ambos os braços, 
na corrida vende seus olhos e peça para alguém guiá-lo, no basquete convide amigos 
para jogarem sentados em cadeiras com rodinhas. 
É interessante mostrar aos alunos sem deficiência a gama de possibilidade que 
os esportes paraolímpicos oportunizam as pessoas com deficiência e que se eles são 
capazes, os seus colegas de aula também podem ter oportunidades de prática. 
5.6 O Papel do Educador Físico 
O professor de educação física tem que estar preparado para lidar com o 
processo de inclusão. Ele deve garantir além do direito de as pessoas com 
necessidades especiais frequentarem as aulas, deve também garantir as condições 
necessárias de aprendizagem. 
 
 
44 
 
 
Fonte: blogeducacaofisica.com.br 
O professor de educação física consegue através de um processo de 
adaptação das aulas, desde que vá além de seus conhecimentos básicos, fazer com 
que exista coparticipação de alunos com e sem necessidades especiais no mesmo 
momento. 
Deve colocar seu aluno como prioridade e não o esporte ou a aula em si. No 
momento que pensa no aluno em primeiro lugar vai adaptar sua aula a 
heterogeneidade da turma respeitando cada aluno dentro de um grupo. Tendo a 
flexibilidade inerente aos conteúdos conduz a uma maior facilidade de aprendizagem, 
estimula a criatividade, a resolução de problemas e a cooperação no desenvolvimento 
de tarefas pelos alunos. 
Assim, o professor pode ser visto como um símbolo de ações positivas levando 
os alunos a terem uma vivência prazerosa da educação física, com essas atitudes 
favoráveis a inclusão. Ele rompe paradigmas: da incapacidade para a capacidade, da 
baixa estima para autoestima e da exclusão para a inclusão. 
Portanto cabe ao professor a tarefa de saber, conhecer e identificar as 
diferenças, porém sempre no sentido de tentar incluir a aluna para uma prática comum 
e cada vez menos isolada do restante dos outros alunos da turma. 
 
45 
 
Se o professor entender isso, acaba que não existe nenhum método, ideal ou 
perfeito da educação física que se aplique ao processo de inclusão, porque o 
professor sabe e pode combinar numerosos procedimentos para remover barreiras e 
promover a aprendizagem dos seus alunos. 
5.7 Como Planejar Uma Aula Adaptada 
O planejamento sistemático é necessário para que as atividades sejam mais 
eficientes. Primeiramente o professor deve estar a par da vivência do estudante. 
Depois fazer o seu plano, seguindo uma sequência de ação: conhecimento da 
realidade – reflexão – voltar ao plano que será executado. 
O professor deve ter um objetivo a ser alcançado e os métodos que utilizará 
para chegar a esse objetivo. A proposta é que o professor deve contemplar o maior 
número de práticas corporais e de conhecimentos a partir da prática de diversos 
conteúdos explorados em jogos, brincadeiras e porque não atividades competitivas 
que busquem um sistema de cooperação entre os alunos. 
A aula adaptada pode ocorrer havendo ou não alunos portadores de 
deficiência. Não existindo alunos deficientes, a aplicação de conteúdo de jogos 
adaptados serve para mostrar aos alunos como os deficientes se sentem e as 
dificuldades e desafios que encontram. Nesse sentido, quando houver a necessidade 
de integrar na turma um aluno com deficiência os outros alunos e até mesmo o 
professor já terão o entendimento e a aceitação com esse aluno. 
 
46 
 
 
Fonte: facem.com.br 
Dicas 
 Fazer adaptações no programa escolar:avaliação, planejamento e execução 
das atividades; 
 A avaliação constante do programa de atividades possibilita as adequações 
necessárias, considerando as possibilidades e capacidades dos alunos, 
sempre em relação aos conteúdos e objetivos da educação física (adaptação 
de material e sua organização na aula, tempo disponível, espaço); 
 Aplicar uma metodologia adequada à compreensão dos alunos, usando 
estratégias e recursos que despertem neles o interesse e a motivação, através 
de exemplos concretos, incentivando a expressão e a criatividade; 
 Adaptar os objetivos e conteúdos quando forem necessários, em função das 
necessidades educativas, dar prioridade a conteúdos e objetivos próprios, 
definindo o mínimo possível e introduzindo novos quando for preciso; 
 Perceber os interesses e necessidades do aluno em relação as atividades 
propostas; 
 
47 
 
 Analisar por quanto tempo o aluno consegue permanecer atento as tarefas 
solicitadas, para que se possa adequar as atividades às possibilidades do 
mesmo; 
 Analisar em que grupo de estudantes haverá maior facilidade para 
aprendizagem e o desenvolvimento de todos. 
 Uma das possibilidades de se trabalhar com os alunos a superação dos 
preconceitos, atrelados à falta de capacidade, é convidar uma pessoa com 
deficiência, que pratique o esporte com certo nível de eficácia sobre aquela 
prática corporal (um atleta possivelmente), para que realize uma demonstração 
na escola. Assim, os alunos podem perceber as capacidades que as pessoas 
com deficiência possuem e, assim, terem a chance de rever e ressignificar seus 
valores, crenças e conceitos em relação aos deficientes. 
Cuidados e Restrições 
 Respeitar o ritmo, pois, geralmente, são mais lentos naquilo que fazem como 
falar, andar, pegar as coisas, entender uma ordem, etc; 
 Ter paciência quando os ouvir, pois alguns têm dificuldade de fala; 
 Lembrar que eles não têm uma doença contagiosa, portanto o carinho, o 
abraçar e estar sempre perto faz bem; 
 Só tome uma atitude de ajudar em uma determinada atividade, quando for 
solicitado, pois muitas vezes a ajuda atrapalha que qualquer outra coisa; 
 É necessária uma desconstrução do esporte de rendimento, a fim de gerar um 
modelo de “esporte da escola; 
 O aluno enquanto sujeito do processo de ensino deve ser capacitado para sua 
participação na vida social, cultural e esportiva, o que significa não somente a 
aquisição de uma capacidade de ação funcional, mas a capacidade de 
conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida, 
através da reflexão crítica; 
 O esporte adaptado a escola, não deve ser no seu formato convencional, com 
regras e valores da esporte performance, consequentemente, excludente; 
 
48 
 
 O professor deve procurar saber sobre a etiologia, tipologia e grau de 
deficiência do aluno que compõe sua turma. Para tanto, a relação com a família 
e a escola para obter informações sobre o tipo e o nível de deficiência e suas 
potencialidades é necessário. 
 
Fonte: blogeducacaofisica.com.br 
A inclusão de todos na escola independente do seu talento ou deficiência, 
reverte-se em benefícios para os alunos, para os professores e na sociedade em 
geral, pois sabemos que o contato das crianças entre si reforça atitudes positivas no 
processo da inclusão e da integração. 
Para que isso aconteça é preciso ainda repensar o papel do professor e sua 
prática pedagógica, quando o processo da inclusão educacional de alunos com 
necessidades especiais e de outros alunos com que a escola tem dificuldade de lidar 
tem muito a beneficiar com as propostas metodológicas dos professores de educação 
física que, com criatividade, podem usar o corpo, o movimento, o jogo, a expressão e 
o desporto como oportunidades de celebrar a diferença e proporcionar aos alunos 
experiências que realcem a cooperação e a solidariedade. 
Mas, sabemos antes de tudo, que o professor ainda está em fase de 
preparação para enfrentar esta realidade cada vez mais presente, na qual alunos com 
e sem deficiências estão inseridos no mesmo ambiente escolar e na mesma turma. 
 
49 
 
E a educação física por trabalhar através do movimento todas as questões 
pessoais e interpessoais pode através de adaptações dos esportes com jogos sem 
regras pré-estabelecidas e brincadeiras estimular a coparticipação dos alunos no 
processo de ensino/aprendizagem. 
A educação física adaptada está hoje num patamar importante, pois não há 
essa necessidade de rigidez de conteúdo. Partindo de um planejamento pedagógico 
coerente, este passa a ser um instrumento de constante orientação e também de base 
para possíveis mudanças decorrentes do processo de ensino. 
Isso nos mostra que há necessidade de mudanças na visão e atitudes de 
professores e demais envolvidos no processo ensino/aprendizagem. Afinal, a 
presença do aluno com deficiência na escola deve ser vista como um elemento 
importante para se trabalhar conceitos de respeito perante as diferenças. Ao contrário 
da visão arcaica e ainda presente para alguns professores de que a presença de um 
aluno com deficiência na turma seria uma espécie de atraso pedagógico para os 
demais7. 
6 DESVALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
É visível na rotina escolar a desfeita e a irrelevância que ocorre com o 
componente curricular e os professores de Educação Física. Em diversos casos 
percebe-se que o próprio professor acomodado, desmotivado contribui para tamanha 
desvalorização do próprio componente em que ele se formou. 
A falta de interação entre os colegas de classe, professores e alunos acaba 
contribuindo para a quebra do elo de ligação entre o processo de ensino - 
aprendizagem que o componente proporciona. 
 
Por outro lado, constatar a maneira como as famílias, docentes de outras 
disciplinas e gestores escolares encararam a Educação Física, consolida um 
processo de desvalorização da área e, consequentemente, da própria 
atuação profissional. (BERTINI JUNIOR; TASSONI, 2013, p. 467). 
 
 
7 Texto extraído de: www.blogeducacaofisica.com.br 
 
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O professor de Educação Física pode procurar meios para inserir todos os 
alunos nas atividades, evitando, assim, que os mesmos se distanciem delas. “O 
isolamento do grupo e consequentemente a sua exclusão, promove a desmotivação 
para o estudo e as atividades escolares, levando ao abandono escolar”. (ALVES; 
DUARTE, 2013, p.128). 
Consequentemente o aluno é afetado sentindo-se desvalorizado e não levando 
mais em consideração a importância das aulas do componente de Educação Física, 
levando-o a desmotivar seus colegas e até professores que não estejam se 
importando tanto com o componente. 
A desvalorização da Educação Física Escolar tem como uma das 
consequências, a perda da autoestima, impossibilitando o aluno de compreender suas 
capacidades e colocar seus objetivos em prática no meio social em que ele vive. 
Faria, Machado e Bracht (2012) afirmam que não só alunos são afetados, mas 
também, os professores num modo geral estão sujeitos a desvalorização. 
 
Essa desvalorização configura-se, por vezes, numa forma de desrespeito nas 
dimensões do direito e da estima social dos professores, que os motivam a 
lutar por reconhecimento. (FARIA; MACHADO; BRACHT, 2012, p.126). 
 
Em meio a desvalorização da Educação Física Escolar é visível que os 
professores lutem pelos seus direitos, buscando reconhecimento do seu trabalho, não 
só na escola, mas, na sociedade. 
 
Ao considerarmos a situação atual do magistério em nosso país, percebemos 
que as formas de desvalorização que perpassam o trabalho docente têm 
evidenciado a denegação do reconhecimento social dos professores. (FARIA; 
MACHADO; BRACHT, 2012, p.125). 
 
A Educação Física conciliada com outros componentes ainda não é 
reverenciada como fator de extensão do aprendizado escolar, apesar de grande parte 
dos professores compreenderem

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