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– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Constituintes do complexo dentino-pulpar: • Esmalte + Cemento – revestimento externo; • Dentina – revestimento interno; • Polpa; • Túbulos dentinários – realizam a transmissão dos impulsos nervosos (comunicação entre a polpa e a dentina); • Prologamentos odontoblásticos; • Fibroblastos. Diante de uma agressão, o complexo dentinário, como forma de proteção, reage com: • Aumento da espessura dentinária; • Deposição de dentina reacional; • Diminuição do volume pulpar; • Diminuição do diâmetro dos túbulos dentinários; • Diminuição da capacidade reparadora; • Redução de celularidade e vascularização pulpar; • Formação de nódulos pulpares por calcificação distrófica. A polpa: • É um tecido conjuntivo vascularizado; • Possui grande número de constituintes; • A camada rica em células na polpa é a que irá formar dentina e pré-dentina. Funções da polpa: • fornece suprimento aos odontoblastos; • síntese e secreção de matriz orgânica; • condução de metabólitos essenciais para a formação de dentina; • acionados cada vez que a estrutura dentinária for estimulada; OBS: A polpa funciona como uma panela de pressão: ela também possui uma pressão interna, em decorrência do acúmulo de microrganismos que ficam lá dentro. A panela de pressão pode liberar o vapor através de sua válvula, já a polpa possui o forame apical (orifício bastante pequeno). À medida que os microrganismos se acumulam na polpa e não são liberados, a pressão interna aumenta e isso causa a dor no paciente. A polpa, em situações normais terá a comunicação com a dentina por meio dos . Em situações normais, sem contato com o meio externo, os túbulos dentinários apresentam ao chegarem , os túbulos dentinários se fundem e se tornam de . É por este motivo que sentimos mais dor quando microrganismos ou materiais restauradores são colocados em contato com a polpa. • Depende do estímulo agressor; • Desencadeia resposta na polpa. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • transmite o impulso nervoso. Resposta da polpa frente a estímulos: Reparadora Quando o organismo é capaz de con- trolar o dano Esclerose tubular e dentina reacional Degenerativa Quando o estímulo agressor é maior que a capacidade de reparo do organismo Atrofia, calcificação pulpar e necrose Inflamatória Quando o organismo já está no limite entre o reparo e a degeneração Hiperemia pulpar e pulpite aguda ou crônica A polpa pode sofrer agressão através de alguns fatores: • Biológico (microrganismos); • Físico (mecânicos, elétricos e térmicos); • Químicos (cimentos, acrílicos e resinas). Resumindo como ocorre todo o processo: • Nesse cenário, as complicações são raras, mas podem acontecer. OBS: pacientes com quadros de celulite – Angina de Ludwig (dificuldade respiratória), devem ser encaminhados para o HOSPITAL para fazer a drenagem o mais rápido possível. A inflamação: • Principais sintomas/sinais: calor, rubor (vermelhidão), tumor, dor e dano (perca da função); • A intensidade do estímulo e a duração devem ser identificados; • Inflamação aguda: ✓ Apresenta curta duração, não excedendo 2 a 3 dias; ✓ Possui natureza exsudativa; ✓ Com predominância de neutrófilos. • Inflamação crônica: ✓ Apresenta longa duração; ✓ Possui natureza proliferativa (irá recrutar outras células para controlar o processo); ✓ Com predominância de linfócitos, plasmócitos e macrófagos; fibroblastos e vasos sanguíneos neoformados. Dinâmica dos processos patológicos pulpares e perirradiculares: 1. – ao remover a causa, o estímulo irá cessar (na prática odontológica, até esse grau ainda é possível solucionar através da dentística, executando processo restaurador); 2. – os microrganismos ou agentes agressores já atingiram a polpa e o organismo não tem condições para realizar o reparo sem ajuda; OBS: A de agressão aos tecidos pulpares é a forma (microrganismos). Agressão à polpa e ao ligamento periodontal Essa agressão pode ser de origem biológica, física ou química A agressão causa uma inflamação A inflamação pode ser transitória (de baixo estímulo e que cessa) ou persistente (que permanece por conta dos microrganismos) Os microrganismos irão causar a patologia pulpar e perirradicular O organismo será eficaz em limitar infecções ao canal radicular, através dos mecanismos de proteção Conduta: Localizar a região agredida, eliminar o agente agressor e remover os tecidos degenerados. OBS: Todas as vezes que se chega ao quadro de pulpite irreversível, a solução do problema sempre será a realização do tratamento endodôntico. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 3. – a polpa já está morta e começou a “matar” as células a sua volta; 4. – a polpa já morreu e o seu espaço foi ocupado por microrganismos; 5. – os microrganismos começam a ocupar os tecidos que estão por perto (tecidos de sustentação). O teste ao frio irá definir se é pulpite irreversível ou necrose pulpar. Reações do complexo dentino-pulpar submetido à ação de irritantes: pulpopatias. Pulpopatias: • Pulpopatia – polpa doente (inflamações na polpa); • Irritantes, ao atingir a polpa, provoca reações defensivas: ✓ Inflamatórias (que podem evoluir de forma aguda ou crônica); ✓ Degenerativas (quando a polpa não consegue mais resistir e começa a degenerar). • As respostas defensivas podem depender da: ✓ Intensidade do irritante; ✓ Formação de dentina reacional; ✓ Necrose pulpar. Aguda Crônica Nódulo de calcificação Hiperemia Ulcerativa Hialina Gordurosa Pulpite Hiperplásica Reabsorção interna Esse estágio de transição entre Hiperemia e pulpite, não pode ser identificado dentro do dente. ✓ Hiperemia – consiste no aumento da vascularização das células sanguíneas, que pode se transformar em pulpite. Na inflamação crônica, com estímulo agressor de baixa intensidade, a resposta da polpa pode levar a formação de uma úlcera ou ao crescimento de um pólipo pulpar (o volume da polpa cresce dentro do dente, ficando exposto à cavidade oral). Nas situações em que a polpa não está mais conseguindo resistir, ela começa a definhar, sofrendo um processo de degeneração. E nesse caso, o espaço da polpa será substituído por: nódulos de calcificação, pode haver a formação de hialina, formação de gordura ou reabsorção interna (o organismo começa a se reabsorver para impedir que a lesão saia daquele local e evolua). ✓ Também pode-se encontrar o processo de fibrose pulpar, ocorre quando a polpa sai com um aspecto pálido. Esse processo é comum em dentes não jovens, seu aparecimento prematuro denuncia a aceleração patológica de um processo, que normalmente está relacionado com a idade. Nos jovens, a capacidade de reparo é maior. ✓ Uma mancha rósea pode ser observada na câmara pulpar, e isso é bem característico de reabsorção interna. Dor: • É a queixa principal da maioria dos casos; • Experiência sensorial e emocional desagradável; • Associada a injúria tecidual; • Dor de origem dental: caráter inflamatório agudo; Dores odontogênicas: • Muito comum nos serviços de urgência odontológica; • Pode acontecer por causa de iatrogenia profissional ou pela presença de microrganismos residentes; • Essa dor pode ser de origem pulpar ou periodontal; • Nesse processo, ocorre a inflamação da polpa e os tecidos perirradiculares. A dor de origem pulpar pode ser modificada por muitos fatores, incluindo o calor e frio, pressão do contato oclusal. OBS: O fato de o paciente estar com uma pulpite irreversível, não significa quea polpa está completamente necrosada. OBS: Nos casos de pulpite aguda, com a formação de pus, pode evoluir para um micro abscesso. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto A condição da polpa pode modificar o processo inflamatório e dessa forma, modificar a dor também. A origem da dor e características clínicas são evidenciadas pela história dental, inspeção, exames e testes. Características clínicas da dor: • provocada (quando requer o toque) ou espontânea; • localizada, difusa (o paciente não consegue dizer aonde dói) ou reflexa (a dor é em outro local na cavidade oral); • intermitente (um ciclo em que o paciente sente dor, depois para, sente dor de novo..) ou contínua (dói o tempo inteiro); • pulsátil (pulsa igual o coração), intermitente ou contínua; • leve, moderada ou forte (pode variar de pessoa para pessoa). Exames que podem ser realizados: • Radiográfico; • Inspeção visual; • Palpação; • Percussão; • Mobilidade. Testes que podem ser realizados: • Calor; • Frio; • Elétrico; • Cavidade; • Anestesia. Testes: • Calor/Frio: ✓ Fibras neurais: transmitem a sensação de dor; ✓ Respostas do paciente: 1. Nenhuma resposta; 2. Resposta térmica de dor transitória , leve ou moderada; 3. Resposta fortemente dolorosa cessa assim que o estímulo é removido; 4. Resposta fortemente dolorosa permanece após a remoção do estímulo. • Nosa casos 1 e 2, provavelmente será possível resolver o problema com os procedimentos restauradores; • Na opção 3, pode ser que haja um processo duvidoso nessa polpa; • No estágio 4, e também no estágio 3, há a possibilidade de se realizar um tratamento de canal; • O 4 com certeza indica um caso de pulpite irreversível. Quando não há resposta da polpa frente ao teste realizado, a polpa está possivelmente necrosada ou possivelmente vital. • Pode apresentar resposta falso negativa em virtude de: calcificação excessiva, ápice imaturo, trauma recente ou uso de medicação. Em outros casos, a polpa pode apresentar uma resposta inflamatória normal, moderada transitória – dor transitória. Resposta dolorosa que cessa rapidamente com a remoção do estímulo: Resposta dolorosa que permanece após o estímulo térmico: Polpa normal: • Assintomática; • Exibe resposta transitória; • Estímulos térmicos e elétricos: dor cessa ao remover o estímulo; • Testes de palpação e percussão: não causam resposta dolorosa. A dor aguda que não cessa com o uso de analgésico, paciente com dificuldade de dormir há 2 dias -> trata-se de uma pulpite irreversível. OBS: O último teste a ser realizado na rotina clínica deve ser o teste de cavidade, por ser muito invasivo. • O teste ao frio é o principal, o mais utilizado na prática clínica! • OBS: colocar dipirona no dente só resolve a dor momentaneamente e ainda pode levar à necrose do dente e também dos tecidos. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Pulpite reversível: • Ocorre inflamação inicial da polpa; • Não ocorre de forma espontânea; • Causas: alimentos, bebidas ou cárie. Significa que esse estímulo está alcançando a dentina exposta, e a dentina leva essas sensações até a polpa; • Dor é provocada, de curta duração, localizada e assintomática à percussão. • Muito bom quando submetida a tratamento conservador. • Capeamento pulpar direto e indireto, curetagem pulpar ou pulpotomia. • Remoção da cárie ou da restauração defeituosa e/ou extensa; • Aplicação de curativo à base de óxido de zinco-eugenol (analgésico/anti-inflamatório). Esse curativo já foi muito utilizado no passado, com a realização da restauração apenas depois de 7 dias. Atualmente, o procedimento padrão envolve a remoção do tecido cariado e realização da restauração logo em seguida. Pulpite irreversível: • A partir daqui, iniciam-se as alterações na polpa; • Ocorre uma inflamação mais severa na polpa; • A remoção do irritante não regride o quadro; • Necessita de um tratamento endodôntico; Nos casos de pulpite irreversível sintomática: • A dor é variável, pode durar de horas à minutos: ✓ A localização da dor pode ser difícil; ✓ Estímulos (como frio, quente) podem prolongar a dor; ✓ Em casos avançados o frio promove alívio e o calor piora a dor. • Dor prolongada, dificulta a localização pelo paciente; • Dor espontânea não aliviada com o uso de analgésicos comuns; • Dor provocada nos testes de sensibilidade; • Intermitente ou contínua, moderada ou severa, aguda ou surda (quando o paciente não consegue dizer com precisão onde está acontecendo a dor); • Afetada pela posição do corpo e pela hora do dia (durante à noite/madrugada, quando paciente está deitado, a dor tende a aumentar). • Remoção do tecido pulpar total (tratamento endodôntico convencional – remoção completa da polpa) ou parcial (tratamento pulpar conservador). IMPORTANTE: • A pulpite reversível não é uma doença, apenas um sintoma, o organismo está tentando avisar que algo está errado. • Com a remoção da causa: pode voltar a normalidade e os sintomas devem desaparecer. • Porém, se a causa permanece: pode levar a uma pulpite irreversível. OBS: Pode acontecer dor pós-operatória em até 48 horas após o procedimento de restauração, esse é o normal. OBS: O alivia a dor, pois promove a vasoconstrição (contração dos vasos, da polpa, e assim há mais espaço para as bactérias). O estimula a dor, pois promove a vasodilatação (os vasos se dilatam dentro da polpa, consequentemente, a pressão interna aumenta e a dor tende a ser maior). OBS: Nos casos de pulpite irreversível, o analgésico não é capaz de conter a dor! OBS: Na odontopediatria, é comum remover o tecido da câmara pulpar (polpa coronária) e deixar a polpa radicular. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Inflamação inicial (sem alterações na polpa) Inflamação mais severa na polpa A dor cessa com a retirada do estímulo A remoção do irritante não regride o quadro Dor provocada, curta duração e localizada Dor variável, pode durar de horas à minutos e a localização pode ser difícil Tratamento conservador (pouca ou nenhuma exposição pulpar) Sem tratamento pode evoluir para necrose pulpar O que pode ser feito: Capeamento pulpar direto e indireto, curetagem pulpar ou pulpotomia, tratamento expectante ou alívio oclusal O que pode ser feito: tratamento endodôntico Tratamento radical: biopulpectomia (remoção da polpa viva) Tratamento radical: necropulpectomia tipo I (sem lesão periapical) ou necropulpectomia tipo II (com lesão no periápice) • Tratamento radical: quando a dor não cessa! Conservador: pouca ou nenhuma exposição pulpar Dor leve e provocada por estímulos como frio e doce Capeamento pulpar direto e indireto, curetagem pulpar ou pulpotomia, tratamento expectante ou alívio oclusal Conservador ou radical Dor moderada, suportável Aliviada com analgésico Necrose pulpar: • Levam à morte celular da polpa; • Pode se dá por meio de: ✓ Necrose de liquefação (polpa líquida); ✓ Necrose de coagulação (a polpa forma coágulos); ✓ Necrose gangrenosa (ocorre a produção de gases). • Quando sofre necrose pulpar, é preciso realizar o tratamento de canal: ✓ Remoção de todo tecido necrosado; ✓ Medicação intracanal; ✓ Obturação dos canais radiculares. Quando o processo inflamatório não é solucionado, a inflamação continua acontecendo em direção aos tecidos periapicais, causando as PERIAPICOPATIAS. Periapicopatias: • São as doenças que vão acometer os tecidos de sustentação do dente. ✓ Esses tecidos são responsáveis por fornecer condições favoráveis para o reparo da saúde; • O periápice circunda a porção apical da raíz: ✓ Écomposto por: cemento, ligamento periodontal e osso alveolar; ✓ Funções: sustentação, inserção, nutrição, também tem função nervosa e de defesa; ✓ Possui potencial de recuperação completa, devido a circulação constante e abundante desses tecidos. • Essa região periapical apresenta estruturas que possuem íntima relação entre si: ✓ Nesses casos, o ápice pode estar completamente formado ou incompletamente formado; ✓ Pode estar afilado, truncado, reabsorvido ou espessado (cemento). Radical: biopulpectomia Dor intensa, insuportável e contínua Dor espontânea = necessita de tratamento endodôntico IMPORTANTE: Todas essas lesões periapicais de origem pulpar, aparentemente são irreversíveis sem um tratamento endodôntico. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Essa agressão aos tecidos perirradiculares, vai depender do efeito direto dos fatores de virulência das bactérias e do efeito indireto, pois elas irão estimular a ativação da resposta inflamatória do organismo. Dessa forma, podem causar danos aos tecidos periapicais. Todo esse processo irá depender do estado de defesa do hospedeiro, da qualidade e do número de microrganismos da microbiota infectante. Fatores de virulência: ✓ Enzimas; ✓ Toxinas; ✓ Produtos metabólicos. Ativação de mecanismos de defesa. Dano aos tecidos periapicais. As alterações nos tecidos de suporte podem ser induzidas por: • Infecção da polpa dental por cárie; • Trauma; • Agentes químicos irritantes. Resposta dos tecidos periapicais à agressão: • Essa resposta irá depender da intensidade da agressão e da resistência do hospedeiro; • Pode ocorrer uma resposta inflamatória aguda (onde as células de defesa chegam muito rápido e causam: periodontite apical aguda ou abscesso periapical agudo, que necessitam de intervenção imediata) ou crônica (ocorre a periodontite apical crônica ou abscesso periapical crônico). • No caso de resposta inflamatória crônica, não são sintomas alarmantes, e o que causa a dor é a presença do inchaço. Intensidade da agressão + Resistência inflamatória crônica Resposta inflamatória ou Resposta inflamatória Periodontite apical aguda Periodontite apical crônica Ou Ou Abscesso periapical agudo Abscesso periapical crônico Necessitam de tratamento imediato Não estão presentes os sintomas; O que causa a dor é a presença de edema; Fístula é assintomática (não tem dor). Nesses casos, as respostas inflamatórias e imunológicas do hospedeiro irão conter o avanço da infecção endodôntica (papel protetor). Os microrganismos predominantes: são as bactérias anaeróbias (como as do gênero Bacteróides e Fusobacterium). IMPORTANTE: O teste mais preciso nesses casos é o teste a frio (100% seguro)! 1. A interpretação dos testes é importante para o diagnóstico de periapicopatias: a) Frio positivo (+): polpa viva (100%), negativo (-): polpa viva ou morta; b) Polpa viva ou morta (+); polpa viva ou morta (-). 2. Teste de percussão: a) Teste com o cabo do espelho + – quando o dente responde (há dor), trata- se de uma inflamação pulpar ( geralmente relacionados a ); b) Teste com o cabo do espelho + – quando o dente responde, trata-se de uma inflamação de origem periodontal ( geralmente relacionados a ). – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Também é importante correlacionar o diagnóstico clínico com o diagnóstico patológico: Pericementite aguda Periodontite apical aguda serosa Pericementite crônica Periodontite apical crônica Abscesso dento-alveolar agudo Periodontite apical aguda abscedada Abscesso dento-alveolar crônico Periodontite apical crônica abscedada Granuloma periapical Periodontite apical crônica granulomatosa Cisto periapical Periodontite apical crônica (Conhen et al., 2011; Pereira-Lopes et., 2015; Barbin et al., 2016). Periodontite apical aguda: • Termos similares: Periodontite perirradicular aguda /Pericimentite apical aguda; • Primeiras alterações que vão acontecer nos tecidos de sustentação ao dente; • Dor de origem inflamatória aguda; • Dor intensa, espontânea e localizada; • Envolve: cemento, tecido conjuntivo do ligamento e coto periodontal (parte que não é constituída por polpa, e sim pelo tecido periodontal – é a região de comunicação entre a polpa e os tecidos periodontais); • Se a evolução desse quadro acontece de forma aguda, pode levar a formação de um abscesso. ✓ O paciente se queixa de “sensação de dente crescido”; ✓ Testes pulpares: negativo; ✓ Teste de percussão: positivo; ✓ Apresenta espessamento do ligamento periodontal (pode ser visualizado na radiografia). ✓ Eliminação do agente agressor (nos casos de cárie); ✓ Nos casos de restauração alta – realizar ajuste oclusal; ✓ Em casos em que já comprometeu a polpa – realizar instrumentação, irrigação, medicação intracanal (em alguns casos) e a obturação dos canais. que podem levar a ocorrência de uma pericementite: AGUDA: 1. Traumática: a) Oclusal: realizar apenas o alívio oclusal (deve-se sempre realizar o teste de oclusão para verificar se a restauração está alta); b) Endodôntica (Ex: por conta de alguma solução irrigante): é preciso colocar medicação intra- canal, sobre-instrumentação e sobre- obturação. 2. Irritantes químicos ou medicamentos: a) Medicação intra-canal e soluções irrigantes. 3. Microbiana: a) Invasão bacteriana até o cemento apical; CRÔNICA: 1. Uma pericementite não tratada. Em que dentes podemos encontrar a pericementite: • Dentes com restauração alta; • Dentes traumatizados ou com acidentes; • Dentes com Iatrogenia; • Dentes com movimentações ortodônticas inadequadas; • Separação abrupta dos dentes (ligas ortodônticas); • Dentes sobre-instrumentados ou sobre-obturados; • Dentes com ação de irrigantes químicos. O tratamento é variável: pode ir desde o ajuste oclusal até o tratamento endodôntico. • Dor intensa, espontânia e localizada; • Mobilidade dental; • Sensação de dente crescido; • Teste de vitalidade negativo (em que a polpa pode estar viva ou não); • Percussão vertical (exacerba a dor); 3. Teste elétrico; 4. Se houver envolvimento periodontal, realiza-se sondagem. a) OBS: a sondagem é fundamental! Há uma certa dificuldade para diferenciar a origem da pericimentite microbiana da causada por irritantes químicos. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Palpação (pode haver resposta positiva ou negativa); • Nos achados radiográficos: não há alterações. Casos de Pericementite apical em que a polpa responde positivamente (vitalidade pulpar: positiva). A dor será localizada, moderada, exacerbada ao toque vertical e exacerbada à palpação apical. Pode ocorrer uma ligeira extrusão dentária, o que causa a sensação de dente crescido. Nesse caso, o tratamento será a realização de ajuste oclusal. A Pericementite aguda pode acontecer por conta de: • Substâncias irritantes: pode acontecer por si só ou por ação dos vapores, quando ultrapassa o forame apical; • Produtos tóxicos da degradação protéica: são levados ao ápice devido ao incorreto uso de instrumentos. Quadro clínico da Pericementite apical aguda química: • Ausência de vitalidade pulpar; • Dor localizada; • Sensibilidade ao toque; • Sensação de dente crescido; • Ligeira extrusão dental; • Raio x: discreto aumento do espaço periodontal. Pericementite apical aguda • Ligeira extrusão dentária; • Sensação de dente crescido; • Ausência de vitalidade pulpar; • Dor localizada, de intensidade moderada (pulsátil), exacerbada ao toque vertical e à palpação apical. •Características radiográficas: pequeno espessamento; • Diagnóstico diferencial: abscesso periodontal agudo: ✓ Dor; ✓ Extrusão súbita; ✓ Mobilidade; ✓ Percussão. • Tratamento: necropulpectomia Pericementite aguda : • Durante uma instrumentação, quando os movimentos da lima não são seguidos corretamente, as bactérias e toxinas atravessam o ápice e atingem o espaço periodontal. • Quadro clínico: ✓ Dor contínua; ✓ Quase sempre pulsátil; ✓ Mobilidade dental; ✓ Sensibilidade à percussão; ✓ Pode ocorrer sensibilidade à palpação na área de mucosa; ✓ Radiografia: pode apresentar estruturas normais. • Tratamento: Determinar e eliminar a causa em dentes polpados e realizar o tratamento endodôntico em dentes despolpados. IMPORTANTE: A anamnese e o exame clínico são muito importantes: • Pericementite traumática: haverá resposta positiva ao frio e os dentes ficam sensíveis ao toque vertical (isso exacerba a dor); • Pericementite por irritantes químicos: pode ou não responder à vitalidade; • Pericementite microbiana: haverá resposta negativa, somente irá responder ao toque vertical. A sensação de dente crescido indica que a alteração se encontra no periodonto e não na polpa! Tratamento emergencial: 1. Anestesia; 2. Isolamento absoluto; 3. Abertura coronária; 4. Penetração desinfetante; 5. Medicação; 6. Selamento coronário; 7. Ajuste oclusal (mesmo sendo uma restauração provisória, pois gera dor); 8. Medicação sistêmica: analgésico e anti-inflamatório.. OBS: Atualmente, na endodontia, na maior parte dos casos, não se prescreve mais um antibiótico. O antibiótico só é necessário nas situações em que o paciente apresenta algum comprometimento sistêmico ou quando a infecção se torna mais resistente. Nos outros casos, apenas é necessário prescrever analgésico e anti-inflamatório. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Abscesso alveolar agudo: • Outras terminoloogias: Abscesso apical agudo, Abscesso periapical agudo e Periodontite supurativa aguda; • Trata-se de coleção purulenta circunscrita envolvendo os tecidos que circundam a porção apical de um dente; • Pode ser agudo ou crônico. Sinais e sintomas: • Dor espontânea, pulsátil e localizada; • Pode ter febre e mal estar; • Dor: quando está intra-ósseo; • Testes pulpares: negativo. Quadro clínico: • Quase sempre assintomático; • Dente afetado não responde aos testes de vitalidade; • No Raio X: pode-se observar rarefação apical circunscrita, pode ser oval ou circular; • Para obter um diagnóstico com segurança: realizar exame histopatológico. Tratamento: • Nesses casos em que há dor, febre e mal estar: deve- se prescrever um antibiótico. • Também é realizada a drenagem. Ela pode ser feita pelo: ✓ Canal; ✓ Ligamento periodontal; ✓ Trepanação apical; ✓ Incisão. Após a realização do tratamento endodôntico: ✓ Se houver regressão da lesão: significa que esta curado; ✓ Quando a lesão não regrediu: é necessário realizar cirurgia apical ou retratamento endodôntico. Periodontite apical crônica: • Apresenta resposta inflamatória; • Sinais e sintomas: ausentes com episódios prévios de dor; • Testes pulpares: negativo; • Testes perirradiculares: negativo. Uma periodontite apical crônica pode reagudizar o processo de infecção, e assim o paciente voltará a sentir dor, apresentará coleção purulenta. Se o processo agudo não for tratado, ele se tornará crônico e em algum momento pode reagudizar (apresentando abscesso e fístula de novo). Isso só irá se resolver quando for feito o tratamento de canal. Abscesso fênix: • Ocorre uma mudança na microbiota, queda da resistência do hospedeiro e invasão bacteriana na região apical. A polpa morre (necrose pulpar) Ocorre um quadro de periodontite apical A periodontite apical pode ser: Aguda ou Crônica Abscesso perirradicular Agudo (resposta inflamatória muito intensa). Granuloma perirradicular Cisto perirradicular Abscesso perirradicular crônico Agudecimento Fitulização Abscesso fênix Há a presença de pus, devido a evolução rápida desse processo. Normalmente, vai estar associado a dor intensa. Normalmente prescreve-se: Amoxicilina (500mg) + Clavulanato de potássio (125mg) – 21 comprimidos por 7 dias (1 comprimido de 8 em 8 horas). Ibuprofeno (400/600mg) ou nimesulida. OBS: Primeiro é realizado o tratamento endodôntico e drenagem, e depois é feita a prescrição medicamentosa. Em seguida, deve-se reavaliar o paciente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Granuloma periapical: • Outros termos utilizados: granuloma apical e Periodontite apical crônica; • É uma massa de reação de granulação, localizado ao redor do ápice radicular; • Surge em resposta a estímulo nocivo de baixa intensidade; • No Raio X: pode-se visualizar o granuloma com uma imagem difusa (não é bem delimitada); • Origem da resposta: canal radicular; • Prognóstico excelente; • A lesão regride em 6 meses a 1 ano. Sinais e sintomas: • Geralmente assintomático; • Testes pulpares: negativo (pois a polpa está morta); • Testes perirradiculares: negativo (todos os tecidos de sustentação em volta do dente também já morreram); • Após o tratamento de canal, a lesão irá regredir. Cisto: • Outros termos utilizados: Cisto apical, Cisto radicular e Cisto periapical (vai depender da localização do cisto); • Sempre originado de um granuloma; • Sinais e sintomas: assintomático; • Testes pulpares: negativo; • Testes perirradiculares: negativo. Localização: • Apical; • Lateral; • Inter-radicular; • Residual. O dente afetado não responde mais ao teste de vitalidade pulpar. Causas: • Agentes físicos, químicos e microbianos; • Iatrogenia; • Pode ser a sequência da pericimentite apical aguda, de uma rarefação apical crônica. Procedimento: • Cirurgia de acesso; • Drenagem livre do pus; • Isolamento; • Irrigar abundantemente; • Deixar o canal livre de detritos; • Curativo de espera; • Atender o paciente novamente 24 horas depois; • Desapareceu os sintomas: tratamento endodôntico. Abscesso perirradicular crônico: Causas: • Agentes físicos; • Agentes químicos; • Agentes microbianos de baixa intensidade; • Não apresenta sintomatologia: assintomático; • Drenagem intermitente ou contínua; • Testes pulpares: negativo; • Testes perirradiculares: negativo. Referências: Aula teórica de Clínica de Endodontia. Faculdade Maurício de Nassau, Professor Reinaldo Dias da Silva Neto, Odontologia, 2021. Cohen et al., 2011; Pereira-Lopes et., 2015; Barbin et al., 2016. OBS: Abscesso fênix: exacerbação de granuloma apical ou abscesso apical crônico. OBS: Muitas vezes pode aparecer uma espinha que nunca sara, isso pode ser por conta de um abscesso perirradicular crônico. OBS: Muitas vezes, quando houver dúvida de qual dente está o abscesso, pode-se realizar o rastreamento da fístula, utilizando um cone de guta percha descontaminado no buraquinho da fístula e realizando uma radiografia em seguida.
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