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Bárbara Vitória Marinho Moreira
GT Revisão para a prova:
GRUPO TUTORIAL 1:
EIXO HIPOTALAMICO-HIPOFISARIO GONADAL
OBS: O controle do eixo se dá pelos hormônios finais produzidos nos ovários. Assim como no sexo
masculino, ocorre por meio de feedback. O estradiol, importante estrogênio predominante na primeira
fase do ciclo, e a progesterona (principal hormônio da segunda fase do ciclo mensal feminino), realizam o
feedback negativo na hipófise (inibindo a liberação de LH e FSH) e no hipotálamo (inibindo a liberação
de GnRH). A inibina B, liberada pelas células da granulosa na fase estrogênica, também auxilia no
controle da secreção, inibindo principalmente a secreção de FSH pela hipófise anterior.
● GnRH (Hormônio liberador de gonadotrofina): liberação pelo hipotálamo, estimula a
adenohipófise (hipófise anterior) para secretar o LH e FSH
● LH e FSH: tem o desenvolvimento folicular tardio, sua ação ocorre nos ovários para a síntese
de estrógeno e progesterona
Bárbara Vitória Marinho Moreira
● Estrógeno e Progesterona: exercem influência através de mecanismos de FEEDBACK
NEGATIVO OU POSITIVO, diretamente na hipófise ou hipotálamo dando continuidade
aos eventos que caracterizam o ciclo.
Sistema de feedback para o hipotálamo e hipófise
● feedback de alça longa: o hormônio volta a agir por todo o caminho até o eixo
hipotálamo-hipófise.
● feedback alça curta: o hormônio da adenohipófise volta a agir sobre o hipotálamo, inibindo
a secreção do hormônio liberador hipotalâmico.
● feedback de alça ultra curta: que o hormônio hipotalâmico inibe sua própria secreção.
EFEITOS DE FEEDBACK NEGATIVO DO ESTROGÊNIO NA DIMINUIÇÃO DA
SECREÇÃO DE LH E FSH
Em pequenas quantidades, o estrogênio tem forte efeito de inibir a produção de LH e FSH. Quando
existe progesterona disponível, o efeito inibidor do estrogênio é multiplicado, muito embora a
progesterona, por si só, tenha pouco efeito.
INIBINA DO CORPO LÚTEO INIBE LIBERAÇÃO DE LH E FSH
Inibina→ secretada em conjunto com os hormônios esteróides sexuais pelas células da granulosa do
corpo lúteo ovariano.
● inibe a secreção de FSH e, em menor extensão, de LH pela hipófise anterior.
Inibina B→ atua na fase folicular
Inibina A→ atua na fase lútea
EFEITO DE FEEDBACK POSITIVO DO ESTROGÊNIO ANTES DA OVULAÇÃO: PULSO
PRÉ-OVULATÓRIO DE HORMÔNIO LUTEINIZANTE
A hipófise anterior secreta grandes quantidades de LH por 1 ou 2 dias, começando 24 a 48h antes da
ovulação. A infusão de estrogênio em mulher acima do valor crítico por 2 a 3 dias, durante a última
parte da primeira metade do ciclo ovariano, causará rapidamente o crescimento acelerado dos
folículos ovarianos, bem como com grande rapidez também a secreção acelerada de estrogênios
ovarianos. Durante esse período, as secreções de FSH e LH pela hipófise são, em primeiro lugar,
ligeiramente suprimidas. Em seguida, a secreção de LH aumenta subitamente de seis a oito vezes, e a
secreção de FSH aumenta em cerca de duas vezes. A maior secreção de LH faz com que ocorra a
ovulação.
➔ estrogênio, nesse ponto do ciclo, tem efeito de feedback positivo peculiar de estimular a secreção
hipofisária de LH e, em menor extensão, de FSH, o que contrasta com seu efeito de feedback negativo
normal, que ocorre durante o restante do ciclo feminino mensal.
➔ células da granulosa dos folículos começam a secretar quantidades cada vez maiores de
progesterona, mais ou menos um dia antes do pico pré-ovulatório de LH.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
OSCILAÇÃO DE FEEDBACK DO SISTEMA HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIO-
OVARIANO
Sequência de eventos
1. Secreção Pós-ovulatória dos Hormônios Ovarianos e Depressão das Gonadotropinas
Hipofisárias: corpo lúteo secreta grandes quantidades de progesterona, estrogênio e inibina, que têm
efeito de feedback negativo combinado na hipófise anterior e no hipotálamo, causando a supressão da
secreção de FSH e LH e reduzindo-os a seus níveis mais baixos, cerca de 3 a 4 dias antes do início da
menstruação. (Entre a ovulação e o início da menstruação)
2. Fase de Crescimento Folicular: Dois a 3 dias antes da menstruação, o corpo lúteo regride quase à
involução total, e a secreção de estrogênio, progesterona e inibina do corpo lúteo diminui a um nível
baixo. Um dia depois, em torno do momento em que se inicia a menstruação, a secreção hipofisária de
FSH começa novamente a aumentar; vários dias após o início da menstruação, a secreção de LH
também aumenta ligeiramente. Esses hormônios iniciam o crescimento de novos folículos ovarianos,
atingindo um pico de secreção de estrogênio em torno de 12,5 a 13 dias depois do início do novo ciclo
sexual feminino mensal. Durante os primeiros 11 a 12 dias desse crescimento folicular, a secreção
hipofisária das gonadotropinas FSH e LH caem ligeiramente devido ao efeito do feedback negativo.
Em seguida, há aumento súbito e acentuado da secreção de LH e, em menor extensão, de FSH (PICO
PRÉ-OVULATÓRIO).
3. Pico Pré-ovulatório de LH e FSH Causa a Ovulação: alto nível de estrogênio. começo da
secreção de progesterona pelos folículos) causa efeito estimulador de feedback positivo levando a
grande pico na secreção de LH e, em menor extensão, de FSH. O excesso de LH leva à ovulação e ao
desenvolvimento subsequente tanto do corpo lúteo quanto da sua secreção. (12 dias após o início do
ciclo mensal)
Bárbara Vitória Marinho Moreira
Bárbara Vitória Marinho Moreira
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Fases menstruais
Por convenção, o ciclo menstrual (normalmente é de 28 dias)começa com a menstruação (período
menstrual ou catamênio, ocorre descamação do endométrio), que se pode entender como um reinício
de todo o sistema, na ausência de gravidez no ciclo anterior. Depois um novo folículo é desenvolvido
enquanto se “reconstrói” o endométrio, sob estimulação hormonal (hormonas). Eventualmente dá-se a
ovulação, e iniciam-se alterações da estrutura endometrial, que voltam a desaparecer na ausência de
gravidez, voltando tudo ao início. A fase folicular ocorre com maior variabilidade de tempo do que a
fase lútea, justificando as diferenças entre mulheres no timing da ovulação.
Fase folicular ou proliferativa (primeira fase) ESTROGÊNIO
Ao mesmo tempo que se dá a menstruação, por causa da descida das hormonas produzidas, aumentam
as hormonas estimulantes dos ovários, as gonadotrofinas (sobretudo FSH). Por vezes, este início de
ciclo, em que os ovários produzem menos hormônios, é referido como fase folicular precoce ou
inicial. Os ovários respondem então a esta estimulação com o desenvolvimento de alguns folículos
(recrutamento folicular). Estes folículos incluem os ovócitos no início do seu processo de maturação,
rodeados por líquido. Nesta altura, o fluxo menstrual desaparece.Assim, folículos selecionados no
ciclo (com crescimento inicial) desenvolve-se mais depressa e aumenta a produção de estrogénio
(hormônio feminino) ao crescer (por este motivo a fase folicular também é referida como fase
"estrogênica"). O aumento de estrogénio diminui a produção de gonadotrofinas (FSH, sobretudo) não
há produção de novos folículos. O muco cervical e vaginal, sob o efeito hormonal, fica gradualmente
mais abundante e fino, claro, elástico (CLARA DE OVO)
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Fase lútea ou secretora (segunda fase) (ONDE OCORRE A OVULAÇÃO) PROGESTERONA
Após a ovulação (e até pouco antes desta), as células das paredes do folículo iniciam a produção de
outra hormona, a progesterona. Nesta altura chamamos a este folículo pós-ovulatório o corpo lúteo ou
corpo amarelo. Amarelo porque tem realmente aparência pigmentada amarela. A produção desta
hormona (progesterona) leva a uma série de alterações no endométrio que melhor se podem descrever
como “amadurecimento”, ao contrário do crescimento característico da fase folicular. Este
amadurecimento permite a implantação (nidação) do potencial embrião, criando condições ótimas
para o seu desenvolvimento inicial. Tem também efeitos em outros órgãos, por exemplo mamas. Dura
normalmente 14 dias.
Fases do ciclo menstrual e o útero
O ciclo menstrual causaalterações no útero (e sobretudo no endométrio), sendo este indispensável
para uma gravidez. De facto, o sinal mais visível de todas as mudanças hormonais do ciclo menstrual
é a menstruação (período), resultante da desintegração da camada endometrial do útero. As mudanças
hormonais nos ciclos menstruais acontecem, no entanto, na ausência do útero. Por isto uma mulher
não entrará na menopausa se remover o útero, desde que conserve os ovários (ou pelo menos um
deles).
QUÍMICA DOS HORMÔNIOS SEXUAIS
Estrogênios
● Mulher não grávida→ secretados em quantides significativas apenas pelos ovários.
● Durante gravidez→ quantidade enorme também é secretada pela placenta.
Apenas 3 estrogênios estão presentes em quantid significativas no plasma feminino:
b-estradiol→ principal. Sua potência estrogênica é 12 vezes a da estrona e 80 vezes a do estriol.
Pequenas quantidades de estrona também são secretadas, mas grande parte é formada nos tecidos
periféricos de androgênios secretados pelo córtex adrenais e pelas células tecais ovarianas.
Estriol→ estrogênio fraco; é um produto oxidativo, derivado do estradiol e da estrona, e a sua
conversão se dá, principalmente, no fígado.
Progestinas
+ importante→ progesterona
Pequenas quantidades de outra progestina, a 17-a-hidroxiprogesterona, são secretadas em conjunto
com a progesterona e têm os mesmos efeitos.
Mulher não grávida→ progesterona é secretada em quantidades significativas, apenas durante a
segunda metade de cada ciclo ovariano, pelo corpo lúteo.
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Síntese de estrogênios e progestinas
➔ basicamente progesterona e androgênios (testosterona e androstenediona) são sintetizados
primeiro;
➔ em seguida, durante a fase folicular do ciclo ovariano, antes que esses dois hormônios iniciais
possam deixar os ovários, quase todos os androgênios e grande parte da progesterona são convertidos
em estrogênios pela enzima aromatase, nas células da granulosa
➔ cél da teca não tem aromatase→ os androgênios se difundem das células da teca para as células da
granulosa adjacentes, onde são convertidos em estrogênios pela aromatase, cuja atividade é
estimulada por FSH.
➔ Durante a fase lútea do ciclo, muito mais progesterona é formada do que pode ser totalmente
convertida = grande secreção de progesterona no sangue circulante nesse momento.
Estrogênios e progesterona são transportados ligados a proteínas plasmáticas→ ligados
principalmente à albumina plasmática e a globulinas de ligação específica a estrogênio e progesterona.
Funções do fígado na degradação do estrogênio
Fígado:
− conjuga os estrogênios para formar glicuronídeos e sulfatos, e cerca de um quinto desses produtos
conjugados é excretado na bile; grande parte do restante é excretada na urina.
− converte estradiol e estrona no estrogênio quase totalmente impotente estriol.
Teoria das Duas Células
O LH estimula as células tecais a produzir androgênios, que são transferidos para as células
granulosas para aromatização (aromatase), estimulado pelo FSH com formação de estrogênios.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
GRUPO TUTORIAL 2:
Fertilização:
Gametas femininos e masculinos se fundem na região ampular da tuba (porção + larga da tuba,
próxima ao ovário).
➔ Apenas 1% do esperma depositado na vagina penetra o colo do útero, onde os espermatozoides
podem sobreviver por muitas horas.
➔ O movimento deles do colo do útero para a tuba uterina ocorre pelas contrações musculares do
útero e da tuba uterina, e muito pouco por sua própria propulsão.
➔ A viagem desde o colo do útero até o oviduto pode ocorrer rapidamente, em 30 min ou até 6 dias.
➔ Após alcançarem o istmo, os espermatozóides se tornam menos móveis e param sua migração.
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ETAPAS:
1) Passagem do espermatozóide através da corona radiata:
Acredita-se que a enzima hialuronidase, liberada do acrossoma do espermatozóide, é responsável pela
dispersão das células foliculares da corona radiata. Mas não é só isso que facilita a passagem, os
movimentos da cauda do espermatozóide junto às enzimas da mucosa tubária também contribuem
bastante.
2) Penetração da zona pelúcida:
Esta é uma fase importante para o início da fertilização. É provável que as enzimas esterases,
acrosina e neuraminidase, também liberadas pelo acrossoma, causem o rompimento da zona pelúcida,
agindo como facilitador da chegada do espermatozóide no ovócito. Assim que este penetra a zona
pelúcida, ocorre a reação zonal, uma mudança que torna esta zona impermeável a outros
espermatozóides. A composição desta cobertura é feita por glicoproteínas extracelularmente e muda
após a fertilização. Alguns estudiosos acreditam que a reação zonal seja o resultado da ação das
enzimas lisossomais liberadas por grânulos corticais.
3) Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e espermatozóides:
Nesta fase estas membranas se unem e se rompem no exato lugar onde se uniram. A cabeça e a cauda
do espermatozóide entram no ovócito, mas a membrana plasmática do espermatozóide fica de fora.
4) Término da segunda divisão meiótica e formação do pronúcleo feminino:
Quando o espermatozóide penetra o ovócito, ele o estimula a completar a segunda divisão meiótica,
resultando num ovócito maduro e num segundo corpo polar. A partir disso, há a condensação dos
cromossomos maternos e o núcleo já maduro do ovócito evolui para um pronúcleo feminino.
5) Formação do pronúcleo masculino:
O núcleo do espermatozóide aumenta no interior do citoplasma do ovócito com objetivo de compor o
pronúcleo masculino e a cauda, então, sofre degeneração. Enquanto acontece o crescimento dos
pronúcleos, que são indistinguíveis morfologicamente, eles replicam seu DNA. O ovócito que contém
dois pronúcleos haplóides é chamado de oótide.
6) Formação do zigoto:
Logo que os pronúcleos se juntam em um conjunto único e diplóide, a oótide se transforma em um
zigoto. Os cromossomos neste zigoto arranjam-se em um fuso de clivagem, preparando-se para a
divisão que irá sofrer. Esta estrutura é geneticamente única, já que metade dos seus cromossomos vem
da mãe e a outra metade do pai, formando assim uma nova combinação cromossômica, diferente da
contida nas células dos pais. Este fato forma a base da herança biparental e, consequentemente, da
variação da espécie humana.
https://www.infoescola.com/citologia/acrossomo/
https://www.infoescola.com/biologia/zona-pelucida/
https://www.infoescola.com/citologia/membrana-plasmatica/
https://www.infoescola.com/citologia/citoplasma/
https://www.infoescola.com/genetica/replicacao/
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RESULTADO:
• Restauração do número diplóide de cromossomos ( 2n = 46 cromossomos)
• Variação da espécie herança biparental, o evento do crossing over, mistura dos genes, produzindo
recombinação aleatória do material genético
• Determinação primária do sexo óvulo X e espermatozóide X ou Y (óvulo X + espermtz X = zigoto ;
óvulo X + espermtz Y = zigoto )
• Ativação do zigoto início das clivagens
IMPLANTAÇÃO: COMO OCORRE? demora 5 a 10 dias para ocorrer
O zigoto se forma na tuba uterina após a fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Os pronúcleos se
fundem em uma única célula, chamada de zigoto e depois de algum tempo passam a se dividir,
processo chamado de clivagem.
Essas divisões celulares ocorrem por todo o percurso do embrião até o útero. Esse deslocamento
acontece devido aos movimentos peristálticos levíssimos produzidos pelas tubas uterinas e os cílios
tubários, já que ainda há muita fragilidade nessa fase.
Nesse momento, o embrião ainda conta com a zona pelúcida que herdou do óvulo pré-fecundado.
Essa zona pelúcida que agora não é mais ovular e sim embrionária deve ser rompida para que o
embrião possa fixar-se no endométrio e para que a formação da placenta possa ter início.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
JANELA DE IMPLANTAÇÃO
A janela de implantação é uma etapa de extrema importância para garantir o sucesso da gravidez. Ela
representa o período em que o embrião consegue se implantar no endométrio. Ou seja, representao
momento mais propício para que o embrião se fixe na camada interna do útero que é preparada
durante o ciclo menstrual para recebê-lo. Isso ocorre após a fecundação do óvulo pelo espermatozóide
e seu período é de 24 a, no máximo, 48 horas.
Teste ERA ➔ uma avaliação molecular personalizada que se baseia na expressão dos genes e
determina se o endométrio é receptivo na janela de implantação estabelecida. O exame ajuda a
determinar o período ideal para transferir o embrião ao útero nos procedimentos de reprodução
humana
caiu na prova do semestre passado
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1 – Preparo endometrial
Utiliza-se hormônios estradiol e progesterona para determinar com precisão a data para
biópsia embrionária.
2 – Maneira natural
Realizado durante o ciclo menstrual com a ovulação espontânea, sem uso de hormônios para
preparação do endométrio. O dia da biópsia irá variar conforme o dia de ovulação.
Seus resultados podem ser:
● Receptivo
Significa que a janela de implantação está de acordo com a data que a biópsia foi realizada.
Caso esse seja o resultado, a implantação pode ocorrer durante esse período.
● Não receptivo
Significa que a janela de implantação é deslocada, estando o endométrio pré ou
pós-receptivo. Nesse caso, é recomendada uma personalização da janela de implantação
através de um novo exame para identificar a melhor data para transferência.
EXEMPLO: Se uma mulher com ciclo de 28 dias, consequentemente ovula no dia 14, caso ela faça
um Beta hCG no dia 17. Vai dar positivo ou negativo?
Resp.: Negativo, pois a implantação demora de 5 a 7 dias para ocorrer, então provavelmente se o teste
fosse feito no dia 21 daria positivo.
TROFOBLASTO: células da massa celular externa, que se achatam e formam a parede epitelial
do blastocisto
➔ Na área sobre o embrioblasto, o TROFOBLASTO se diferenciou em duas
camadas:
CITOTROFOBLASTO: interna, de células mononucleares. Encontram- se células mitóticas.
Hormônio: CRH e GnRH placentario
• As células do citotrofoblasto se dividem e migram para o sinciciotrofoblasto, no qual se fusionam e
perdem suas membranas celulares individuais.
SINCICIOTROFOBLASTO: externa, multinucleada e sem limites celulares distintos
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GRUPO TUTORIAL 3:
Placenta: órgão que realiza a troca de nutrientes e gases entre os compartimentos materno e
fetal.
A placenta é considerada um órgão misto, a um tempo materno e ovular (fetal). Denomina-se placenta
ovular (placenta fetal) a porção constituída por elementos do ovo: toda a placa corial e as estruturas
arboriformes coriais. É placenta materna a fração que tem origem decidual: decídua basal e septos. É
órgão altamente especializado com as seguintes funções: Proteção, Nutrição, Respiração, Excreção e
Produção de hormônios
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➔ produz grande quantidade de esteroides – progesterona e estrogênio, pelo sinciciotrofoblasto.
➔ tem capacidade muito limitada de sintetizar o colesterol de novo a partir de acetato, o lipídio tem
de ser suprido pelo fígado materno
➔ desprovida de 17a-hidroxilase, não podendo converter os esteroides C21 (pregnenolona e
progesterona) nos produtos C19 (androgênios), que são precursores dos estrogênios
➔ é um órgão incompleto no que diz respeito à elaboração dos esteroides. Para a formação dos
estrogênios, ela necessita, fundamentalmente, de precursores fetais; para a síntese de progesterona, de
substâncias provenientes da mãe→ unidade fetoplacentária/maternofetoplacentária
A porção do ovo que estabelece intercâmbio com o ambiente é o trofoblasto. Após a nidificação
ele prolifera e, dotado de grande poder invasor, penetra pelos capilares e dá início à nutrição
hemotrófica, isto é, à custa do sangue materno. O trofoblasto e o tecido de conexão
correspondente constituem o cório. No princípio da 4 a semana, todos os arranjos para as
trocas definitivas entre a mãe e o embrião estão finalizados. Até a 8 a semana as vilosidades
cobrem inteiramente o cório. Com o crescimento, as porções do cório em correspondência com a
decídua basal, mais vascularizadas e diretamente conectadas com o embrião pela circulação
alantocorial, desenvolvem-se de modo considerável, constituindo o cório frondoso, que é o
principal componente da fração ovular da placenta; é, por essa razão, denominado também
cório placentário.
Vilosidades:
Vilosidades-tronco: representam as primeiras 5 a 30 gerações de vilosidades e servem de suporte à
árvore vilosa. Elas variam de 100 µm a diversos milímetros em diâmetro e são caracterizadas por
estroma compacto fibroso que contêm no centro artérias ou arteríolas, veias ou vênulas
Vilosidades intermediárias maduras: com diâmetro que varia de 80 a 120 µm, originam-se da
última geração de vilosidades-tronco. De sua superfície convexa emergem as vilosidades terminais.
Internamente, consistem em estroma frouxo, onde estão embebidas arteríolas caracterizadas por
simples camada de células contráteis que conduzem a longos capilares
Vilosidades terminais(onde fica o sangue do bebê): representam os ramos finais da árvore vilosa, e
do ponto de vista fisiológico são o componente mais importante. Representam protuberâncias curtas
de 200 µm de diâmetro e 50 a 100 µm de largura, que se originam das vilosidades intermediárias
maduras. Sua principal característica é o elevado grau de capilarização – mais de 50% do volume das
vilosidades terminais está representado por capilares. A espessura do sinciciotrofoblasto não é
uniforme na superfície das vilosidades terminais; ao contrário, há áreas em que o trofoblasto é
extremamente fino, desprovido de núcleos sinciciais, conhecidas como membranas vasculossinciciais
(MVS). Subjacentes a essas áreas, há capilares fetais dilatados, referidos como sinusoides, em que a
distância para a difusão entre o sangue materno e o fetal está reduzida para apenas 0,5 a 2,0 µm. A
proporção da superfície vilosa ocupada pelas MVS aumenta à medida que a gravidez prossegue para o
termo. Em outros pontos da superfície vilosa o sinciciotrofoblasto é relativamente espesso e contém
aglomerado de núcleos, caracterizando os nós sinciciais, locais mais importantes das atividades
metabólica e endócrina
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Vilosidades intermediárias imaturas: representam continuações periféricas dos troncos vilosos e
estão em processo de desenvolvimento. Muito comuns nas placentas imaturas, sua distribuição no
órgão maduro está geralmente limitada a regiões centrais dos lóbulos, caracterizadas por serem
desprovidas de vilosidades terminais. Seu estroma é reticular frouxo, onde são encontrados inúmeros
macrófagos (células de Hofbauer). Embebidas nas células do estroma estão arteríolas e vênulas
Vilosidades mesenquimais: novamente população transitória vista nos estágios iniciais da gravidez,
em que são as precursoras das vilosidades intermediárias imaturas. São inconspícuas nas placentas
maduras, onde representam zonas de desenvolvimento viloso.
PLACENTA MATERNA:
três porções na decídua:
Decídua basal, correspondente à zona de implantação, ricamente vascularizada e que constitui a parte
materna da placenta
Decídua capsular ou reflexa, levantada pelo desenvolvimento do ovo, fina e mal irrigada, o que
condiciona a atrofia do cório correspondente
Decídua parietal ou vera, aquela que atapeta toda a cavidade uterina, à exceção da zona
correspondente à implantação.
Proteínas placentárias
Proteínas específicas da gravidez→ proteínas plasmáticas associadas gravidez (PAPP), A, B, C e D.
OBS: A placenta também realiza importante atividade endócrina, colaborando diretamente com
o metabolismo gestacional, produzindo os seguintes hormônios: progesterona, estrógeno,
gonadotrofina coriônica, hormônio lactog ênio e prostaglandinas (manutenção da gravidez e
indução do parto).
CIRCULAÇÃO PLACENTÁRIA: A placenta provê área extensa na qual substâncias podem
ser intercambiadas entre a mãe e o feto. As circulações materna e fetal são independentes, não
havendo, em condições normais, comunicação alguma entre elas. Devem ser estudadas,portanto, a circulação materna da placenta ou uteroplacentária e a circulação fetal da placenta
ou fetoplacentária.
Circulação Materna da Placenta ou Uteroplacentária
Circulação Fetal da Placenta ou Fetoplacentária.
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CICLO RESPIRATÓRIO MATERNOFETAL
Oxigênio no sangue materno
➔ O oxigênio atravessa, por difusão simples, a delicada parede alveolar e o
endotélio dos capilares pulmonares.
➔ O sangue das artérias uteroplacentárias não sucede com o do espaço
interviloso, mistura de sangue arterial e venoso.
➔ É o sangue que oxigenará o feto
Passagem transplacentária de oxigênio
➔ dá-se por difusão simples
➔ a diferença entre PO2 no ar alveolar e no sangue materno venoso é de cerca de 60 mmHg, na
placenta, entre o sangue interviloso e o fetal a oxigenar, é de somente 20 mmHg
➔ trânsito de oxigênio→ de sua combinação com a hemoglobina da gestante (oxiemoglobina
materna), alcança a hemácia fetal, onde forma, com a hemoglobina do feto, novo composto
(oxiemoglobina fetal). Oxigênio nos vasos umbilicais
Sangue venoso→ artéria umbilical
Sangue arterial→ veia umbilical
Consumo fetal de oxigênio
➔ taxa de utilização de O2 pelo concepto é cerca de 4 a 5 ml/kg do peso
➔ suprimento ininterrupto de oxigênio para o feto é indispensável à sua sobrevida
➔ O consumo uterino representa a soma do oxigênio gasto com o feto (60%) mais o utilizado pelo
miométrio e, sobretudo, pela placenta→ nutre-se ela, do sangue materno
Passagem transplacentária de CO2
➔ As trocas de anidrido carbônico se fazem em sentido inverso das que ocorrem para o oxigênio.
➔ Uma vez que o PCO2 materno diminui cerca de 10 mmHg em consequência da hiperventilação, o
seu gradiente transplacentário nos estágios finais da gravidez é de cerca de 10 mmHg.
➔ a hemoglobina materna tem maior afinidade ao CO2 do que a hemoglobina fetal.
➔ O CO2 é carreado no sangue predominantemente como bicarbonato, com alguma porção ligada à
hemoglobina, formando a carboemoglobina.
➔ A maior concentração de hemoglobina no sangue fetal, comparada ao materno, possibilita ao
concepto carrear mais CO2 para determinado PCO2.
➔ À medida que o CO2 é produzido pelo metabolismo fetal, elevando os níveis sanguíneos de PCO2,
ele se difunde através da placenta para o organismo materno, desde que o PCO2 fetal exceda o
materno.
PASSAGENS TRANSPLACENTÁRIAS
Ferro
➔ Durante a gravidez, a transferina diférrica (Fe+3) no sangue materno se liga ao receptor da
transferina na MMV (membrana microvilosa) do sinciciotrofoblasto e é internalizada por endocitose
clatrina-mediada.
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➔ Uma vez liberado no citoplasma do sinciciotrofoblasto, o ferro é oxidado pela ferroxidase
endógena antes de ser transportado pela ferroportina, através da membrana plasmática basal, para o
feto
Imunoglobulina
➔ IgG (anticorpos maternos), são transportados pela placenta humana e medeiam a imunidade
passiva no feto e no recém-nascido.
➔ O transporte placentário de IgG aumenta no 3o trimestre
➔ níveis de IgG no feto excedem àqueles do sangue materno, sugerindo transporte contra gradiente.
➔ O transporte através da membrana plasmática microvilosa se faz por meio de endocitose em fase
líquida
➔ Uma vez transposta a membrana plasmática basal, o IgG, para alcançar o espaço intersticial, tem
de atravessar a membrana basal e o endotélio do capilar fetal
➔ transcitose por vesículas→ necessária para atravessar o endotélio
Glicose
➔ Glicose→ substrato energético primário do metabolismo do feto e da placenta.
➔ Do total de glicose captada pela placenta do sangue materno, 30 a 40% são consumidos pela
própria placenta.
➔ A força atuante para a transferência de glicose da mãe para o feto é a sua maior concentração no
sangue materno comparada à do sangue fetal.
➔ Transporte→ difusão facilitada através dos transportadores de glicose
(GLUT) expressos nas duas membranas plasmáticas polarizadas do sinciciotrofoblasto.
➔ 1o trimestre→ estão expressas GLUT1, 3, 4 e 12.
➔ gravidez tardia→ GLUT1 (expresso na membrana plasmática microvilosa) é a isoforma mais
importante para o transporte de glicose através da placenta.
Aminoácidos
➔ processo ativo com gasto de energia gerado pela Na+,K+ ATPase, resultando em concentração
muito maior no sangue fetal do que no materno.
➔ Sinciciotrofoblasto expressa no mínimo 15 transportadores diferentes de AA
➔ O transporte ativo através da MMV concentra os AA no citosol do sinciciotrofoblasto→ os AA
atravessam a membrana plasmática basal em direção à circulação fetal, utilizando o grande gradiente
de concentração existente direcionado para o feto.
Lipídios
➔ RN→ contém maior proporção de gordura.
➔ final da gestação→ grande parte dos nutrientes transferidos para o concepto é armazenada como
gordura
➔ Os triglicerídios não atravessam a placenta, mas os ácidos graxos livres (AGL) o fazem por difusão
simples.
➔ A lipoproteína lipase (LPL), encontrada no lado materno da placenta, mas não no fetal, favorece a
hidrólise dos triglicerídios no espaço interviloso.
➔ partículas de LDL do plasma materno se ligam a receptores específicos na MMV do
sinciciotrofoblasto e são transportadas por endocitose receptor-mediada.
➔ lisossomo do sincício→ LDL originam:
− colesterol para a síntese da progesterona;
− AGL, incluindo os essenciais, como o ácido linoleico
Bárbara Vitória Marinho Moreira
➔ glicose e os aminoácidos são os principais estimuladores da insulina e do fator de crescimento
insulina-símile (IGF) e, por certo, do crescimento fetal
➔ os aminoácidos são utilizados para a síntese proteica e contribuem para a massa muscular.
➔ Os ácidos graxos desempenham papel de precursores dos eicosanoides, componentes estruturais
das membranas fetais e das bainhas de mielina.
➔ 3o trimestre→ armazenamento do tecido adiposo provê reserva para os ácidos graxos essenciais.
➔ O eixo endócrino inclui hormônios como cortisol, tireoxina e leptina, que modulam a diferenciação
e a maturação do concepto de acordo com a disponibilidade de substrato, o que pode ter impacto
significante na programação fetal.
Transporte através da placenta
● Difusão simples (diferença concentração)
● Difusão facilitada (uso de cargas elétricas, conjugação moléculas carreadoras)
● Ultrafiltração (o movimento da água por pressão hidrostática leva moléculas dissolvidas)
● Transporte ativo (contra gradiente de concentração)
● Pinocitose (endocitose - material englobado do meio extracelular)
Líquido Amniótico
Na fase embrionária até aproximadamente 14 semanas, origina-se de secreção células amnióticas,
difusão placa coriônica (espaço interviloso), trato respiratório, pele fetal não queratinizada e cordão
umbilical. Na fase fetal, mesma origem descrita acima, mas principalmente de urina fetal. No final da
gravidez cerca de meio litro de urina é acrescido ao liquido amniótico diariamente. O conteúdo de
água do líquido amniótico é trocado a cada 3 horas. O líquido é deglutido, absorvido no trato
intestinal (maior parte) e respiratório, vai para o sangue fetal e retorna ao saco amniótico através da
excreção renal.
Função do líquido: permite crescimento simétrico embrião, age como barreira mecânica, protege o
concepto contra infecção, permite desenvolvimento dos pulmões, permite movimento muscular
(desenvolvimento dos membros) e mantém hemostasia dos fluídos e eletrólitos.
Efeito Bohr: (hemoglobina fetal carrega de 20 a 50% mais oxigênio que a hemoglobina da mãe) ph
do bebê é mais ácido e a hemoglobina tem mais afinidade com oxigênio - curva para a esquerda; ph
menos ácido e menos afinidade - curva para a direita
O que vamos fazer é pensar um pouco sobre a mãe e o feto, em termos de fluxo de oxigênio e
monitorar a quantidade de oxigênio que vai da mãe para o feto. Para fazer isso, vamos refrescar nossa
memória relacionada a de onde o oxigênio flui, e para onde vai. Lembremos que o feto tem duas
artérias umbilicais. Essas artérias são ramos das artérias ilíacas internas. As artérias umbilicais vão
atravessar o cordão umbilical. Então esse é o cordão umbilical. As artérias começam a se ramificar.Vamos desenhar ramos e digamos que esse ramo venha para baixo. Elas estão se ramificando para
essa placa imensa. Chamamos de placa coriônica. É a placa coriônica. Vamos deixar uma abertura
aqui. No outro lado da placa coriônica há um reservatório de sangue. É um reservatório formado pela
mãe. A mãe tem pequenas artérias que desembocam nesse reservatório. Vamos desenhar algumas
artérias. Elas literalmente se abrem nesse reservatório de sangue, e liberam o sangue. Por outro lado,
temos algumas veias. Quando digo do outro lado, digo aqui. Temos algumas veias drenando o sangue.
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Diferente da maioria das situações em que pensamos em um circuito fechado, aqui temos veias e
artérias se reunindo. E no outro lado está a parede uterina. É isso -- todos esses vasos estão sendo
empurrados por essa parede. Porém, essa é uma parede bastante muscular. Lembremos que essa
parede muscular vai ser muito importante durante o parto, pois a mãe vai usá-la para ajudar a
empurrar o bebê para fora. Esse é o músculo forte. Temos algumas fibras musculares por aqui. Essa é
a estrutura da placenta. Temos sangue entrando e saindo desse reservatório. No outro lado, por que há
sangue bem nutrido, o que acontece é que a placa coriônica emite prolongamentos que imergem nesse
sangue rico. Dentro dos prolongamentos estão os vasos. Os capilares passam por aqui também. Os
capilares do feto captam oxigênio, se reúnem e voltam para o cordão umbilical. Todo esse sangue
oxigenado vai para um vaso maior. Então esse é o fluxo de sangue. E aqui temos a veia umbilical.
0:02:45.080,0:02:48.102 Essa é a rota que o sangue faz. E nesse lado, o da mãe, temos artérias e veias
uterinas. É a metade da placenta da mãe. O que vamos fazer agora é pegar vaso por vaso e pensar na
quantidade de oxigênio. O oxigênio vem tanto dissolvido-- chamamos de pressão parcial do
oxigênio-- ou ligado à hemoglobina. São duas opções, certo? As mesmas duas opções se aplicam ao
feto. Vou escrever isso aqui. Ligado à hemoglobina ou dissolvido. Quando ligado à hemoglobina,
chamamos de HbO2. Quando dissolvido, as unidades-- vou anotar-- são em milímetros de mercúrio.
Milímetros de mercúrio. Qual é a quantidade estimada de oxigênio dissolvida na artéria uterina?
Geralmente pensamos em artérias com quantidade de oxigênio de aproximadamente 100 milímetros
de mercúrio. Essa é uma estimativa imprecisa. Quanto à hemoglobina, nesse ponto, cerca de 98% está
ligada a oxigênio, com essa grande quantidade de oxigênio dissolvido no sangue. Na veia, o número é
40 aproximadamente, e a porcentagem da hemoglobina ligada a oxigênio é de cerca de 75. São
números pouco precisos, números estimados, que correspondem ao lado materno. No lado do bebê
temos números bem menores. As artérias umbilicais têm oxigênio dissolvido estimado em 18. E
apenas 45% da hemoglobina-- lembremos que eles têm hemoglobina F-- está ligada a oxigênio. E no
lado da veia umbilical é cerca de 28-- é um pouco maior-- e 70% ligado à hemoglobina. Esse números
são estimativas. A pergunta é se essa quantidade de oxigênio, quantidade total de oxigênio, que é
perdida pela mãe, é próxima da quantidade total de oxigênio recebida pelo bebê. O conteúdo que
passa da mãe para o bebê se equivale? Ou se perde algo no sistema? Esperamos que esses dois sejam
os mesmos, certo? A quantidade perdida pela mãe deve ser a mesma quantidade recebida pelo feto.
Vamos ver se é verdade. Vou mostrar um gráfico que desenhei antes. Esse gráfico é baseado nos
mesmos números que apresentei. Vamos traçar os números. O eixo X representa os milímetros de
oxigênio ou milímetros de mercúrio da pressão parcial de oxigênio. Aqui embaixo temos 18 e aqui 28,
digamos. Aqui temos 40 e aqui 100. Esses são os números no eixo X, em termos de oxigênio
dissolvido. E no eixo Y temos o teor de oxigênio Não é a saturação de oxigênio, é a quantidade total
de oxigênio, incluindo a quantidade dissolvida, mais a quantidade que está ligada à hemoglobina. A
primeira linha rosa acima representa a veia umbilical. Essa rosa aqui. E essa azul clara representa a
artéria umbilical. 0:06:11.060,0:06:16.690 Essas são do feto. No lado da mãe, essa vermelha-- é difícil
de ver porque são parecidas. Essa é a artéria uterina. E nesse lado, nesse azul mais forte, temos a veia
uterina. Temos duas linhas para o feto e duas linhas para a mãe. Temos que lembrar que há duas linhas
porque a artéria umbilical tem dióxido de carbono mais alto e pH mais baixo. Quando dizemos pH
mais baixo também significa maior número de prótons. Não nos esqueçamos, na veia uterina é quase a
mesma coisa. A veia uterina tem maior quantidade de CO2, e menor pH, portanto maior quantidade
de prótons. Vou colocar colchetes para indicar concentração. Então essa é a diferença entre as duas
linhas. Lembremos que existe o Efeito de Bohr. Efeito de Bohr ocorre quando dióxido de carbono e
prótons fazem o oxigênio se soltar da hemoglobina ou praticamente não ligam a hemoglobina.
Algumas questões. Percebemos que a curva fetal tende para a esquerda. Isso porque o bebê tem
Hemoglobina F, F de Feto. A hemoglobina F é bem diferente da que a mãe tem, que é a hemoglobina
A. F se liga no oxigênio mais fortemente, o que faz com que a curva tenda para esquerda. Outra
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grande diferença é que as curvas para o feto são bem mais altas que as curvas para a mãe. No sentido
de que há maior teor de oxigênio. Isso por que o bebê tem um hematócrito maior. Lembremos que o
bebê tem cerca de 55% de hematócrito, e a mãe deve ter algo em torno de 35%. Ter hematócrito muito
maior significa que o bebê tem mais hemoglobina dentro de todas as hemácias. Ter mais
hemoglobina-- lembremos que é um dos fatores que usamos na equação para calcular o teor de
oxigênio. Por essa razão, a curva é bem mais alta. O principal ponto que queria mostrar é que o
oxigênio perdido pela mãe-- indo de certo número na a artéria uterina a certo número na veia uterina--
é o total que é perdido. Daqui para cá, isso vai ser igual ao que o bebê recebe. O que o bebê recebe
neste lado vai ser o que está na artéria umbilical. Esse é o ponto de partida. O ponto de chegada é o
que está na veia umbilical. Então esse é o aumento que o bebê tem no oxigênio, portanto é o oxigênio
recebido. Podemos ver que o oxigênio perdido é quase igual a do oxigênio recebido. Com base no
gráfico-- se está correto-- assim que deve ser. Então o recebido e o perdido são iguais. Finalmente
abordamos o Efeito de Bohr. Lembremos-- quando o oxigênio está na curva da artéria umbilical,
ficará nessa curva até o momento em que começar a perder dióxido de carbono. Quando começa a
perda de dióxido de carbono, passamos dessa curva para essa outra curva. A essa distância vertical,
chamamos Efeito de Bohr. O efeito de Bohr ocorre dentro do córion. Esse é o Efeito de Bohr
acontecendo no lado fetal. No lado da mãe, dentro do reservatório de sangue, há um efeito
semelhante. Os níveis de dióxido de carbono aumentam devagar, logo a curva do oxigênio se desvia
para essa outra curva, na qual o nível de dióxido de carbono está mais alto. Esse é o efeito de Bohr no
lado materno. Então, no lado do feto e no lado da mãe o efeito de Bohr está ocorrendo. Por isso tudo
estar acontecendo na placenta, chamamos de Duplo Efeito de Bohr. Essa é uma parte disso e essa é a
outra parte. Se alguém já escutou o termo Duplo Efeito de Bohr, isso é a que ele se refere. A ideia de
que temos quatro linhas como no gráfico, ocorrendo na placenta ao mesmo tempo e que existem dois
efeitos de Bohr que são bem distintos entre si.
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GRUPO TUTORIAL 4:
Durante a gravidez a mulher sofre várias mudanças tanto anatômicas quanto funcionais como, por
exemplo, mudanças molecular, bioquímica, hormonal, celular e tecidual. Para, enfim, reorganizar a
função de todos os órgãos e sistemas de forma harmônica, tornando-se capaz de redefinir um novo
equilíbrio adaptativo para a presença do feto em desenvolvimento.
Deve-se lembrar que deparamos com situações de má adaptaçãodo organismo materno à presença do
feto, de manifestação de doenças latentes, de intercorrências patológicas ligadas especificamente ao
período gestacional e de piora de doenças previamente existentes. Nesses casos, as gestações serão
consideradas de alto risco e merecem atenção especial na assistência pré-natal. Com o conhecimento
das alterações gravídicas fisiológicas, é possível prever os momentos de descompensação clínica e,
assim, antecipar-se em relação aos cuidados necessários para cada gestante.
Já no início da gestação, a presença de células trofoblásticas no ambiente intrauterino altera a
homeostase local e, em seguida, por meio da produção celular de hormônios e outras substâncias, o
funcionamento de quase todos os sistemas maternos se adapta à nova condição.
PLACENTA
é um órgão que aumenta de forma progressiva sua capacidade de produção, em termos de quantidade
e variedade dessas substâncias. A função da placenta é especialmente endócrina, produzindo
moléculas muito similares, se não idênticas, aos hormônios gerados por todas as glândulas do
organismo. A produção de estrógenos e de progesterona em altos níveis leva, respectivamente, a
fenômenos angiogênicos e vasodilatadores. Além disso, atua na resposta vascular, por meio da
elaboração de maior quantidade de prostaciclina, comparativamente à produção de tromboxano, de
renina, e angiotensina e de hormônios adrenais que agem na quantidade e na composição dos
derivados do sangue e na reatividade vascular.
Com isso há uma alteração no Sistema Circulatório e Endócrino
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SISTEMA CIRCULATÓRIO
Adaptações hematológicas do organismo materno:
● O volume sanguíneo materno aumenta consideravelmente durante a gravidez,
atingindo valores 30 a 50% maiores do que os níveis pré-gestacionais.
● O papel do aumento do volume de sangue (hipovolemia) no organismo materno está
associado ao aumento das necessidades de suprimento sanguíneo nos órgãos genitais,
em especial em território uterino, cuja vascularização apresenta-se aumentada na
gestação.
● Além disso, tem função protetora para gestante e feto em relação à redução do
retorno venoso, comprometido com as posições supina e ereta, e em relação às
perdas sanguíneas esperadas no parto.
Volume sanguíneo e plasmático:
● O aumento da quantidade de sangue materno ocorre pelo acréscimo do volume plasmático, e
em menor proporção, pelo aumento do número de células.
● A viscosidade plasmática está diminuída, pois temos mais volume de plasma do que de
células vermelhas (promovendo a hemodiluição), o que reduz o trabalho cardíaco (obs:
reduzir o trabalho não quer dizer que reduz o débito cardíaco!).
● O gráfico demonstra que essa adaptação se inicia já no primeiro trimestre de gestação, com
expansão acelerada no segundo trimestre, para finalizar reduz sua velocidade e estabiliza seus
níveis nas últimas semanas da gestação.
● O aumento da massa de eritrócitos (hemácias ou células vermelhas) acompanha as
velocidades observadas para o volume plasmáticos.
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Eritrócitos:
Apesar da hemodiluição fisiológica observada na gestante, o volume eritrocitário absoluto
apresenta aumento considerável. Em média, mulheres grávidas possuem 450 mL a mais de
eritrócitos, com maior incremento no terceiro trimestre. A produção de hemácias está
acelerada, provavelmente, em função do aumento dos níveis plasmáticos de eritropoetina, o
que é confirmado pela discreta elevação do número de reticulócitos apresentado pelas
gestantes. A vida média dessas células é menor durante a gestação. A concentração de
hemoglobina se encontra reduzida durante a gravidez
Anemia em Gestante:
o Primeiro trimestre: hemoglobina menor 12 g/dL.
o Segundo trimestre: hemoglobina menor 10 g/dL.
o Terceiro trimestre: hemoglobina menor 11 g/dL.
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Leucócitos
Existe aumento da produção da maioria dos elementos figurados do sangue na gravidez. A leucocitose
pode estar presente na gravidez normal, com valores de leucócitos totais entre 5.000 e 14.000/mm3.
● O aumento dos níveis sanguíneos de leucócitos se dá principalmente às custas de células
polimorfonucleares e linfócitos CD8.
● Apesar do maior número de neutrófilos, sua função encontra-se deprimida.
● As proteínas inflamatórias da fase aguda estão aumentadas em todo o período gestacional.
Coagulação:
● Os níveis plaquetários estão discretamente reduzidos a gravidez normal.
● A redução dos níveis plaquetários se devem a hemodiluição e ao grau de coagulação
intravascular no leito uteroplacentário.
Metabolismo de ferro:
● As necessidades de ferro durante a gravidez aumentam consideravelmente.
● O consumo e a perda de ferro que ocorrem no momento da gravidez não permitem que a
gestante mantenha os níveis de hemoglobina e os estoques desse elemento dentro do intervalo
normal.
Eventos que contribuem para deficiência de ferro:
o Consumo pela unidade fetoplacentária.
o Utilização para produção de hemoglobina resultante do aumento dos eritrócitos (células
sanguíneas).
o Utilização para produção de Mioglobina (proteína transportadora de oxigênio) resultante do
aumento dos eritrócitos (células sanguíneas).
o Utilização pela musculatura uterina.
o Depleção por meio de perdas sanguíneas.
o Aleitamento.
• Por esse motivo, é necessário que haja suplementação de ferro durante a gravidez, para evitar uma
evolução de anemia ferropriva.
• Suplementação: 900 a 1.000 mg de ferro livre.
Adaptações hemodinâmicas:
• Na gravidez, o aumento da frequência cardíaca em conjunto com a elevação do volume sistólico
desencadeia o aumento do débito cardíaco.
• A prostaciclina associada a progesterona consegue gerar e manter a vasodilatação generalizada
durante a gestação. Resultado: redução da resistência vascular periférica até níveis capazes de reduzir
a pressão arterial sistêmica, apesar do aumento do débito cardíaco.
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Obs: o aumento da pressão venosa nos membros inferiores é justificado pela compressão das
veias pélvicas pelo útero volumoso. Por essa razão, há maior chance de a gestante apresentar
hipotensão,edema, varizes e doenças hemorroidárias.
Coração:
Com o decorrer da gravidez, o diafragma eleva-se por causa do aumento do volume abdominal. Esse
deslocamento altera a posição do coração, que está intimamente relacionada à localização do
diafragma. Dessa forma, o coração apresenta-se desviado para cima e para esquerda, ligeiramente
rodado para a face anterior do tórax. Assim, o volume do órgão está aumentado como um todo, por
conta do aumento do volume sistólico e da hipertrofia dos miócitos. Com isso, pode ocorrer o
aumento do ritmo cardíaco levando a um aumento da pressão.
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SISTEMA ENDÓCRINO E METABÓLICO
As adaptações endócrinas e metabólicas do organismo materno visam garantir o aporte nutricional
para desenvolvimento do feto saudável, para que ele nasça no tempo correto e com peso adequado.
Para isso, um novo órgão assume importantes funções endócrinas: a placenta.
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Hipófise:
• A hipófise aumenta de tamanho, devido a hipertrofia e o aumento da capacidade funcional do órgão
(hiperplasia) da porção anterior da glândula, em especial dos lactótrofos, geradas pela ação
estimulante do estrógeno.
• Adeno-Hipófise: observa-se aumento considerável da produção de prolactina, que chega a níveis dez
vezes maiores em gestantes (200 ng/ml).
• O aumento da prolactina é para preparar as glândulas mamárias para a produção de leite no
pós-parto (por essa razão, não sedosa a prolactina para fins de acompanhamento das doenças
hipofisárias durante a gravidez).
• O GH, permanece normal no primeiro trimestre, para ser substituído por uma variante molecular do
GH produzida pelo sinciciotrofoblasto.
• O Beta-hCG (beta da gonadotrofina coriônica humana), apresenta semelhanças moleculares com a
fração beta do hormônio semelhança, o Beta-hCG, estimula a função tireoidiana, que, por meio do
feedback negativo, reduz a produção e a secreçãohipofisária de TSH. Essas alterações são evidentes
no primeiro trimestre da gravidez, com retorno a níveis normais de TSH no segundo e no terceiro
trimestre.
• O ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) aumenta seus níveis progressivamente, devido a produção
tanto pela hipófise como pela placenta.
• A produção placentária de esteroides sexuais leva ao decréscimo da secreção de gonadotrofinas
hipofisárias.
• A ocitocina mantém-se constantes durante a gestação, para se elevarem na fase ativa e no período
expulsivo do trabalho de parto.
Tireoide:
A regulação da tireoide está evidentemente alterada na gravidez em razão de três modificações do
organismo materno:
1- Redução dos níveis séricos de iodo pelo aumento da taxa de filtração glomerular.
2- Glicosilação da globulina transportadora de hormônios tireoidianos e consequentemente a redução
das frações livres dos hormônios.
3- Estimulação direta dos receptores de TSH pela beta-hCG.
A sobrecarga funcional da glândula provoca um aumento do seu volume. • Bócio: aumento do
volume da tireoide, geralmente, causado pela falta de iodo (acomete 50% das grávidas).
Paratireóide:
A função da paratireóide está ligada ao metabolismo de cálcio. O metabolismo do cálcio está
sobrecarregado durante a gravide devido às demandas desse mineral pelo feto (principalmente para a
formação do esqueleto fetal) e placenta. O aumento da filtração glomerular contribui para maior
excreção de cálcio na urina.
Adrenais:
O aumento das atividades do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e do sistema
renina-angiotensina-aldosterona fazem da gravidez um período de aumento do cortisol
(hipercortisolismo) e aumento da aldosterona (hiperaldosteronismo)
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.
• Cortisol: o aumento do cortisol é decorrente da redução da sua excreção e do aumento de sua
meia-vida.
• Aldosterona: encontra-se reduzido, possivelmente pelo consumo e pela metabolização em estrógeno
placentário.
Ovários:
● Ovários ➜ gravidez à produção de progesterona ➜ através do corpo lúteo.
● Sua importância se limita até a sétima semana de gravidez, pois está associada à manutenção
da gestação até o período em que o trofoblasto cresce suficientemente para sua autonomia
hormonal.
● A produção de androgênios (androstenediona e testosterona) está elevada, mas não acarreta
maiores repercussões, já que a placenta possui mecanismos de proteção fetal convertendo
esses hormônios em estradiol.
Adaptações metabólicas do organismo materno:
• Durante a gravidez as demandas energéticas são mais evidentes.
• O ganho de peso materno decorre, em grande parte, do acúmulo de componentes hídricos intra e
extravascular, em menor proporção, do acúmulo de componentes energéticos e estruturais
(carboidratos, lipídios e proteínas).
• Ganho de peso se distribui de formas diferentes, preferencialmente na região uterina, nas mamas e
nas estruturas vasculares.
• Necessidade calórica total durante a gravidez: 80.000 kcal (acréscimo de 300 kcal/dia).
Metabolismo dos carboidratos e lípides:
Primeira metade da gestação: fase anabólica
• Observa-se redução da glicemia (glicose no sangue) de jejum e da glicemia basal materna às custas
do armazenamento de gordura, glicogênese hepática e transferência de glicose para o feto.
• Essas alterações ocorrem em decorrência ao estrógeno e progesterona.
Segunda metade da gestação: fase catabólica
• Lipólise, neoglicogênese e resistência periférica à insulina.
• Acredita-se que o hormônio lactogênico placentário, por sua ação somatotrófica, estimula a lipólise
com liberação se ácidos graxos na corrente sanguínea materna.
• É a partir de 30 semanas que a gestante começa a metabolizar suas reservas energéticas para se
adequar ao crescimento fetal.
• O excesso de ácidos graxos, desencadeia o processo de resistência periférica à insulina, mantendo o
organismo hiperglicêmico após uma refeição (pós-prandial), consequentemente, hiperinsulinemia.
• A hiperglicemia resulta da maior necessidade energética do feto no terceiro trimestre, transportada
pela placenta pela difusão facilitada.
• A gestante utiliza lipídeos como fonte de energia.
• Em jejum, especialmente quando muito prolongado, as concentrações plasmáticas de ácidos graxos,
triglicérides e colesterol aumentam, podendo causar cetonemia (que é a presença de corpos cetónicos
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no sangue. Os corpos cetónicos são o subproduto do metabolismo das gorduras e podem ser muito
perigosos quando a glicemia é elevada).
• A redução da sensibilidade à insulina é fenômeno materno observado de forma mais evidente a
partir de 26 semanas de gestação, período de aumento dos níveis de hormônio lactogênico placentário.
É nesse momento, por tanto, que qualquer desequilíbrio no metabolismo de carboidratos pode gerar
um quadro de diabetes gestacional, em especial se a oferta de glicose no sangue materno ultrapassar a
capacidade da insulina em manter a glicemia em níveis desejáveis.
MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS DO ORGANISMO MATERNO
Pele e anexos:
• Angiogênese: fenômeno ocasionado pelo aumento de estrógenos, que leva à proliferação da
microvasculatura de todo o tugumento (pelo, cabelo, unhas e glândulas).
• A angiogênese associado ao estado hiperprogestogênico, ocorre vasodilatação de toda a periferia do
organismo.
• Eventos relacionados a pele e anexos: eritema palmar, teleangiectasias, hipertricose e aumento da
secreção sebácea e a sudorese.
• A hiperpigmentação da pele está relacionada aos altos níveis de progesterona, que parecem aumentar
a produção e a secreção do hormônio melanotrófico da hipófise. Agindo sobre a moléculas de tirosina
da pele, induz a produção excessiva de melanina, o que provoca máculas hipercrônimicas
denominadas cloasmas ou melasmas.
• Locais de maior incidência: face, fronte, projeção cutânea da linha alba, aréola mamária e região das
dobras.
• Sinal de Hunter: pigmentação periareolar que determina o surgimento da aréola secundária nas
gestantes.
• A distensão da pele do abdome, das mamas e do quadril pode provocar o aparecimento de estrias, já
que não há alterações da qualidade das fibras colágenas nem da constituição da epiderme.
Sistema esquelético:
• As articulações, sofrem o processo de embebição gravídica, que é o acúmulo de líquido proveniente
da ação sistêmica de progesterona e de estrógeno. Processo adaptativo de aumento da mobilidade da
pelve e que prepara o organismo para o parto.
• As articulações da bacia óssea (sínfise púbica, sacrococcígea e sinostoses sacroilíacas) se
apresentam com maior elasticidade, aumentando a capacidade pélvica e modificando a postura e a
locomoção materna.
• Os ligamentos estão mais frouxos e são mais complacentes à movimentação.
• Todas essas modificações alteram de forma significativa a postura da gestante.
• O aumento do volume abdominal e das mamas desvia anteriormente o centro de gravidade materno.
Por instinto, a gestante direciona o corpo todo posteriormente, de forma a compensar e encontrar novo
eixo de equilíbrio que permita que ela se mantenha ereta.
• Resultado: surgindo hiperlordose e hipercifose da coluna, aumento da base de sustentação, com
afastamento dos pés e diminuição da amplitude dos passos durante a caminhada.
• O direcionamento cervical para a frente, que comprime raízes cervicais para a frente, que comprime
raízes cervicais que originam os nervos ulnar e mediano, acarretando fadigas musculares, dores
lombares e cervicais.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
Sistema digestório:
• Mudanças na preferência de alimentos.
• Náusea e vômitos: são ocorrências mais prevalentes no primeiro trimestre. Associados a altos níveis
de hCG circulante e alteração da função da tireoide.
• Hiperêmese gravídica: ocorrência de vômitos incontroláveis durante a gestação.
• Sialorreia ou secreção salivar exacerbada: é desencadeada por estímulo neurológico do quinto par
craniano (nervo trigêmeo) e do nervo vago, e relaciona-se mais à dificuldade de deglutição decorrente
de náuseas que ao aumento de secreção salivar.
• Hipertrofia e hipervascularização gengival: resultaem gengiva edemaciada, facilmente sangrante, o
que dificulta a limpeza local. O pH salivar é mais baixo, o que pode causar proliferação bacteriana.
Esses dois fatos podem aumentar o risco da ocorrência de cáries.
• Refluxo: a progesterona é um potente relaxante de fibras musculares lisas. O estrógeno, age como
indutor dos efeitos da progesterona no organismo materno. Tais efeitos levam a relaxamento do
esfíncter esofágico inferior e redução de seu peristaltismo com aumento da incidência de refluxo
gastroesofágico.
• O aumento do volume uterino, provoca alterações anatômicas que desviam o estômago e o apêndice
para cima e para direita de sua localização habitual, e os intestinos para esquerda. O apêndice cecal
ocupa o flanco direito, dificultando o diagnóstico clínico de apendicite na gravidez.
Sistema respiratório: dispneia
• Observa-se alterações anatômicas da caixa torácica, como a elevação do diafragma de
aproximadamente 4 cm e maior capacidade de excursão desse músculo.
• Na grávida, não se nota modificação da capacidade vital, mas ocorre readaptação dos volumes.
• É necessário a elevação do volume corrente com redução da reserva expiratória e preservação da
resposta inspiratória.
• A elevação do volume corrente pretende suprir as demandas de oxigênio, que se encontram
aumentadas por conta de haver maior quantidade de eritrócitos e de hemoglobinas.
• A hemodiluição e a queda da hemoglobina induzem o aumento do volume corrente para compensar
o fato de que a frequência respiratória em si não se altera, mas as necessidades de oxigênios estão
maiores, esse aumento do volume corrente provoca o aumento do volume/minuto.
• Capacidade inspiratória: conjunto volume corrente + reserva inspiratório.
• Capacidade residual funcional: soma da reserva expiratória + volume residual.
• Durante a gestação, ocorre deslocamento de volume entre essas duas capacidades, com acréscimo na
capacidade inspiratória (pelo aumento do volume corrente) e redução da capacidade residual
funcional.
• Capacidade pulmonar total (capacidade inspiratória + capacidade residual funcional) está reduzida
na gravidez em aproximadamente 200 mL devido à elevação do diafragma.
• A frequência respiratória sofre pouca ou nenhuma mudança na gravidez, mas o aumento do volume
corrente provoca a hiperventilação. Consequentemente, ocorre a queda da pressão de dióxido de
carbono (pCO2), o que gera um gradiente entre a gestante e feto, facilitando a excreção fetal.
• O aumento do pH desvia a curva de dissociação de oxigênio para a esquerda, o que dificulta a
liberação de oxigênio para os tecidos maternos.
• A discreta alcalose respiratória é compensada pela redução dos níveis circulantes de bicarbonato e
pela produção de difosfoglicerato que retorna a curva de dissociação de oxigênio para a direita,
garantindo liberação suficiente de oxigênio para o feto.
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• Essas alterações causam a gestante a sensação de dispneia.
Sistema urinário:
• Modificações das arteríolas renais são furto das adaptações circulatórias maternas.
• O aumento da volemia em associação com a redução da resistência vascular periférica provoca
elevação do fluxo plasmático glomerular, consequentemente aceleração do ritmo de filtração
glomerular.
• O fluxo plasmático glomerular chega a um acréscimo de 50 a 80%, e o acréscimo glomerular fica
entre 40 e 50%.
• Osmolaridade plasmática também se modifica, devido a ativação do sistema renina
angiostensina-aldosterona e da redução do limiar de secreção de ADH.
• A liberação de ADH e o mecanismo de sede são, portanto, desencadeados por menores níveis
osmóticos.
• Menor capacidade renal de concentrar urina.
• As grávidas filtram maiores quantidades de sódio e água no glomérulo que são compensadas por
maior reabsorção tubular, resultante da ação da aldosterona e do ADH.
Sistema nervoso central:
• Ocorrem discretas alterações de memória, concentração e sonolência.
• Acredita-se que a sonolência esteja associada aos altos níveis de progesterona, hormônio conhecido
como depressor do SNC, e à alcalose respiratória causada pela hiperventilação.
• A lentificação geral do SNC é comum e progressiva, podendo corresponder a alterações vasculares
das artérias cerebrais.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
GRUPO TUTORIAL 5:
DESENVOLVIMENTO FETAL
Idade Gestacional:
• É o tempo transcorrido desde o primeiro dia do último período menstrual.
• DUM: data da última menstruação.
• A ovulação ocorre após cerca de 2 semanas após o DUM.
• A implantação ocorre aproximadamente 3 semanas após o DUM.
Duração média da gestação:
• 280 dias.
• 40 semanas até o nascimento.
• 9 meses e 10 dias.
• Mês lunar: 10 unidades de 29 dias e meio.
• Três trimestres.
Obs: como a idade gestacional baseada do DUM é uma média, utiliza-se a ultrassonografia no
primeiro trimestre para confirmação da idade gestacional.
OVO, ZIGOTO E BLASTOCISTO
• Após a fertilização ocorre a formação do blastocisto e sua implantação.
• Após a fertilização o produto é denominado ovo fertilizado ou zigoto.
• O desenvolvimento das vilosidades coriônicas inicia-se com a implantação do blastocisto, e o
produto da concepção passa a ser denominado embrião.
EMBRIÃO
Período embrionário:
• Início: 3ª semana após a ovulação e fertilização (próximo ao dia que a próxima menstruação deveria
se iniciar).
• Nessa fase, o disco embrionário está bem definido.
• Saco coriônico tem aproximadamente 1cm de diâmetro.
• Final da 4ª semana: o saco coriônico apresenta cerca de 2 a 3 cm de diâmetro e o embrião tem cerca
de 4 a 5 mm de comprimento.
• Final da 6ª semana: o embrião tem 22 a 24 mm de comprimento, a cabeça é relativamente volumosa
quando comparada ao tronco e o coração está completamente formado.
• Final do período embrionário e início do período fetal: 10 semanas.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
FETO
É durante o período fetal de desenvolvimento que ocorre o crescimento e a maturação das estruturas
formadas no período embrionário.
Final da 12ª semana:
• Comprimento: 6 a 7 cm.
• Presença dos centros de ossificação.
• Dedos das mãos e dos pés tornam-se diferenciados.
• O feto apresenta movimentos espontâneos.
Final da 16ª semana:
• Comprimento: 12 cm.
• Peso: 110g.
• Gênero já pode ser identificado pela genitália externa.
Final da 20ª semana:
• Peso: 300 g.
• Pele torna-se menos transparente.
• Leve lanugem (pelinho muito fininho) recobre o corpo.
Final da 24ª semana:
• Peso: 630g.
• Pele levemente enrugada.
• Inicia-se formação do depósito de gordura.
• Cabeça ainda é relativamente grande.
Final da 28ª semana:
• Comprimento: 25 cm.
• Peso: 1.100 g.
• Pele é fina e avermelhada.
• Pele é coberta de vernix.
Final da 32ª semana:
• Comprimento: 28 cm.
• Peso: 1.800 g.
• Pele avermelhada e enrugada.
Final da 36ª semana:
• Peso: 2.500 g.
• O depósito de gordura no subcutâneo faz a pele ficar menos enrugada.
Final da 40ª semana:
• Peso: 3.400 g.
• Feto está completamente desenvolvido.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
Bárbara Vitória Marinho Moreira
Cabeça fetal:
O tamanho da cabeça fetal e sua posição na pelve, é fundamental para o mecanismo de parto.
Ossos que formam o crânio:
• 2 ossos frontais.
• 2 ossos parietais.
• 2 ossos temporais.
• 1 osso occipital.
• Assas do esfenoide.
Esses ossos, são separados por espaços membranosos (suturas), cuja função é delimitar pequenos
espaços (fontanelas).
Suturas:
• Sutura metópica ou frontal: entre os dois ossos frontais.
• Sutura sagital ou interparietal: entre os dois ossos parietais.
• Sutura frontoparietal ou coronária: entre os ossos parietal e frontal.
• Sutura occipitoparietal ou lambdóide: entre a margem posterior dos ossos parietais e osso
occipital.
Fontanelas:
• Fontanela bregmática ou anterior: pode receber o nome de quadrangular devido ao seu formato.
Resulta da confluência das suturas sagital, coronária e metópica. Durante o parto, mesmo com as
modificações do polo cefálico, ela não desaparece, constituindo, portanto, excelente ponto de reparo
para avaliação da apresentação.
• Fontanela lambdoide ou posterior: tem formatotriangular e resulta da confluência da sutura
sagital com a occipitoparietal.
• Outras fontanelas: no sentido anteroposterior, são descritas ainda as fontanelas mediofrontal e
obélio; e fontanelas laterais anteriores (ptérios) e posteriores (astérios), que não desempenham papel
importante na assistência ao parto.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
FISIOLOGIA FETAL
Sistema cardiovascular fetal:
• Sistema cardiovascular fetal apresenta características especiais próprias.
• Nutrição e oxigenação fetal dependem da placenta.
• Cordão umbilical é composto por três vasos:
o Duas artérias.
o Uma veia.
• Artérias: transportam o sangue do feto para a placenta.
• Veia: responsável pelo retorno do sangue oxigenado e rico em nutrientes para o organismo fetal.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
Circulação fetal:
• As necessidades do organismo fetal deve ser supridas apesar das baixas concentrações de oxigênio
em sua circulação.
• A desvantagem da mistura do sangue oxigenado com o não oxigenado é compensada pela existência
de fluxos preferenciais.
pulmão - nutrição
qual o tipo de hemoglobina encontrada no mês X?
Bárbara Vitória Marinho Moreira
Ducto venoso: ligamento redondo do fígado
• Primeira intercomunicação vascular que o sangue oxigenado encontra, ao entrar no organismo fetal.
• O ducto venoso encaminha aproximadamente metade do fluxo sanguíneo proveniente da veia
umbilical diretamente para veia cava inferior e a outra metade para o sistema venoso porta-hepático:
• Na entrada do ducto venoso, existem fibras musculares que podem funcionar de forma semelhante a
um esfíncter, regulando a distribuição do fluxo entre a circulação hepática e a veia cava inferior, e
contribuindo para o fechamento funcional do ducto quando o feto nasce.
• Fluxo da veia cava inferior é de aproximadamente 70% do retorno venoso do coração, e o fluxo
oriundo do ducto venoso compreende um terço desse valor.
• Essa intercomunicação é de grande importância pois permite que o sangue com maior saturação de
oxigênio seja diretamente direcionado ao coração fetal.
Coração fetal:
• Sangue proveniente da veia cava inferior tem maior volume e é encaminhado de preferência para o
átrio esquerdo, pela via oval.
• Isso permite que o sistema nervoso central e o coração recebam sangue ricamente oxigenado.
• As veias cavas superior e inferior desembocam em pontos não alinhados no átrio direito.
• O fluxo proveniente da veia cava inferior é dividido pela crista dividens, com maior volume
direcionado diretamente para o forame oval.
• O menor fluxo atinge o átrio direito e, juntamente ao fluxo proveniente da veia cava superior, o
ventrículo direito e o tronco da artéria pulmonar, que fornece ramos pulmonares.
• O sangue proveniente da veia cava superior, por sua vez, adentra no átrio direito e tem seu fluxo
direcionado ao ventrículo direito pela crista interveniens.
• O canal arterial, também chamado de ducto arterioso ou ducto arterial, é a terceira importante
intercomunicação da circulação fetal.
• O sangue passa pelo átrio esquerdo mistura- se com um pequeno volume de sangue, pouco
oxigenado, proveniente dos pulmões e dirige-se para o ventrículo esquerdo.
• O sangue é então ejetado para a aorta fetal e, em seguida, direcionado ao miocárdio e ao sistema
nervoso central fetais, órgãos nobres que necessitam de maior aporte de oxigênio.
• O arco aórtico é um importante local onde se localizam os barorreceptores e quimiorreceptores, que
participam da regulação da frequência cardíaca fetal.
• O miocárdio fetal é composto por maior proporção de elementos não contráteis (60%) quando
comparado ao coração do adulto (30%).
Bárbara Vitória Marinho Moreira
• No coração fetal, os ventrículos trabalham em paralelo e não em série, como nos adultos.
• Débito cardíaco fetal: determinado pelo produto do volume sistólico pela frequência cardíaca fetal
cardíaca fetal, é considerado o débito total de ambos os ventrículos.
• Volume sistólico regulado pro:
- Retorno venoso: quando aumentado, eleva o volume diastólico final com maior distensão das fibras
miocárdicas.
- Sistema simpático-adrenal: faz a estimulação B-adrenérgica e promove efeito inotrópico positivo,
com consequente aumento do volume sistólico.
• O aumento da frequência cardíaca isolada desempenha papel fundamental no aumento do débito
cardíaco fetal.
Pulmão fetal:
• Não ocorre trocas gasosas.
• A circulação pulmonar oferece elevada resistência ao fluxo sanguíneo, isso promove o desvio do
fluxo proveniente do ventrículo direito para o canal arterial, atingindo a aorta descendente.
Saturação de oxigênio na circulação fetal:
• Sangue da veia umbilical: maior saturação de oxigênio na circulação fetal (80%).
• Abdome fetal: ao penetrar no fígado, o sangue é direcionado à veia cava inferior através do ducto
venoso, onde a saturação de oxigênio permanece 80%.
• Veia cava inferior: menor saturação de oxigênio (35 a 40%).
• Átrio direito: O fluxo preferencial do sangue oxigenado do ducto venoso é direcionado ao átrio
direito, e a saturação de oxigênio é de 55%.
• Átrio esquerdo: saturação de 65%, igual no ventrículo esquerdo e na aorta ascendente.
• Aorta descendente: após desembocar no canal arterial apresenta saturação de 55 a 60%.
Distribuição do fluxo sanguíneo fetal:
• A resistência vascular determina a distribuição do fluxo sanguíneo aos diversos órgãos.
• O sangue ejetado pelo ventrículo direito passa pelo canal arterial e se mistura com o sangue na aorta
descendente.
• Os órgãos fetais são perfundidos por ambos os ventrículos, e a circulação coronariana e parte
superior do corpo fetal recebe sangue proveniente do ventrículo esquerdo.
• A proporção se sangue que atinge a placenta pela circulação fetoplacentária é alta e varia de 23 a
60%.
Alterações circulatórias que ocorrem no nascimento:
• Ocorre o fechamento do forame oval, do ducto arterioso, ducto venoso e vasos umbilicais.
• Frequência cardíaca do feto: é controlada automaticamente por baro e quimiorreceptores
encontrados no arco aórtico, que detectam as variações da pressão arterial e da concentração de
oxigênio.
• De cada ilíaca interna sai uma artéria umbilical, que levará o sangue empobrecido em oxigênio até a
placenta, completando o ciclo.
Após o nascimento:
Ocorre a transferência do local de trocas gasosas da placenta para o pulmão. Com isso, as três vias
(canal arterial, forame oval e ducto venoso) que desviavam o sangue do fígado e dos pulmões se
contraem e param de funcionar.
As estruturas formam:
Veia umbilical➜ligamento redondo do fígado.
Ducto venoso➜ ligamento venoso do fígado.
Artérias umbilicais➜ ligamentos umbilicais mediais.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
SISTEMA RESPIRATÓRIO
A maturação pulmonar ocorre por volta da 35ª semana. Entretanto, a partir de 24 semanas o feto
apresenta estruturas pulmonares capazes de realizar trocas gasosas, possibilitando a sobrevivência de
um recém-nascido extremo.
Desenvolvimento pulmonar:
• Início da formação pulmonar: 4ª semana.
• Não ocorre respiração na vida fetal e os pulmões ficam repletos de líquido placentário.
O desenvolvimento pulmonar passa por 5 períodos:
1- Período embriogênico (22º dia até 6ª semana):
• Projeção primordial dos pulmões.
• Divisão em pulmões direito e esquerdo.
• Divisão bronquiolar.
2- Período pseudoglandular (6ª até 16ª semanas):
• Crescimento da árvore brônquica intrassegmentar.
• Formam-se os elementos principais.
• A aparência microscópica dos pulmões assemelha-se à de uma glândula.
3- Período canalicular (17ª até 25ª semanas):
• Ocorre espessamento da luz dos brônquios e bronquíolos terminais e vascularização intensa.
• Bronquíolos terminais originam bronquíolos respiratórios e cada um destes se divide em ductos
alveolares.
• Nesse período a respiração já é possível.
• Pneumócitos do tipo I são formados.
• Troca gasosa
4- Período de saco terminal (26ª semanas até o nascimento):
• Marcado pelo desenvolvimento de alvéolos terminais.
• Proliferação da rede capilar, formação da rede linfática e produção de surfactante pelos pneumócitos
tipo II que são formadosnessa fase.
5- Período alveolar (até a 8 anos):
• Amadurecimento dos alvéolos
• Incremento do número de alvéolos.
• Intensificação na produção de surfactante
● Fluido pulmonar: é formado a partir da fase canalicular, sendo levado através dos
movimentos torácicos para o líquido amniótico, com o qual se mescla. A presença de líquido
amniótico normalmente está relacionada ao desenvolvimento normal dos pulmões. Nas
últimas semanas de gestação a produção do fluido diminui e a do surfactante aumenta.
● Surfactante: é uma mistura complexa de lipídios (90%) e proteínas (10%) com propriedade
de diminuir a tensão superficial dos alvéolos.
Movimentos respiratórios:
Na realidade, trata-se de movimentos torácicosfetais, funções:
• Amadurecimento da função do centro respiratório cerebral.
• Prepara a musculatura envolvida no sistema respiratório, que desempenha função após o nascimento.
Bárbara Vitória Marinho Moreira
GRUPO TUTORIAL 6:
Crescimento e desenvolvimento fetal. Inicialmente o desenvolvimento da placenta e das
membranas fetais é muito mais rápido do que o desenvolvimento do próprio feto. Nas primeiras
2 a 3 semanas o comprimento do feto permanece microscópico e, a partir daí, passa a crescer em
uma proporção linear à idade gestacional (IG). O peso, por sua vez, permanece diminuto nas 12
primeiras semanas e tem um alavanco apenas a partir da 23° semana, onde a evolução será
aproximadamente a IG elevada ao cubo.
A evolução completa e adequada do crescimento fetal é resultante de vários fatores:
- Aspectos genéticos: O peso fetal ao nascimento é determinado principalmente pela mãe, que
contribui com sua carga genética e com fatores nutricionais e hormonais. O pai contribui apenas com
sua carga cromossômica.
- Aspectos nutricionais: O principal substrato para o feto é a glicose, responsável pela provisão de
energia e crescimento, seguida, em menos quantidade, pela necessidade de lípides e aminoácidos.
- Fatores maternos: O fumo é importante causa de baixo peso ao nascer. Drogas e medicamentos em
uso crônico ou abusivo estão ligados a restrição de crescimento fetal.
- Fatores útero-placentários: Anormalidades anatômicas uterinas, alterações na placenta como na
pré-eclâmpsia, a inserção anômala do cordão e a inserção baixa da placenta são associados ao baixo
peso ao nascimentos.
- Fatores hormonais: A insulina é o principalmente hormônio envolvido no crescimento fetal, tendo
intensa ação anabólica. Somatomedinas e GH também são importantes no crescimento.
Embrião x Feto
O desenvolvimento embrionário inicia-se na fecundação e vai até a 10a semana de gestação. Nessa
etapa há o predomínio de hiperplasia das células, formação de tecidos e órgãos, é grande
vulnerabilidade aos teratógenos. O período fetal continua a partir da 10a semana e vai até o
nascimento. Nesse caso, as transformações associam-se à diferenciação e ao crescimento dos
sistemas, órgãos e tecidos.
Desenvolvimento dos sistemas de órgãos
Um mês após a fertilização, os diferentes órgãos do feto já começaram a desenvolver suas
características mais gerais, e durante 2 a 3 meses seguintes, os órgãos do feto são em geral iguais ao
do recém-nascido. No entanto, ainda são necessários 5 meses para um desenvolvimento satisfatório
dos órgãos em formação e, mesmo ao nascer determinadas estruturas, particularmente sistema
nervoso, rins e fígado, ainda carecem de desenvolvimento completo.
O efeito de Bohr é caracterizado pelo estímulo à dissociação entre o oxigênio e a hemoglobina,
causando liberação de oxigênio para o sangue, quando ocorre um aumento na concentração de gás
carbônico, ou pela promoção da ligação do oxigênio à hemoglobina quando ocorre uma diminuição
do pH sanguíneo
Bárbara Vitória Marinho Moreira
HEMATOPOIESE
As células sanguíneas são produzidas inicialmente na vesícula vitelínica, em seguida, passam a ser
produzidas pelo fígado e, finalmente, pelo baço e pela medula óssea do feto. O volume e a
concentração de hemoglobina, que chegam a 12 g/dL na metade da gestação, atingem 18 g/ dL no
termo, e aumentam com o desenvolvimento do feto. Na vida fetal, os eritrócitos se apresentam
nucleados e aumentados, diminuindo a proporção e perdendo o núcleo, conforme o avanço do
crescimento. Antes de ser definitivamente produzida pelos rins, a eritropoietina é produzida pelo
fígado. A sua produção é diretamente influenciada por substâncias como a testosterona, estrógenos,
prostaglandinas, hormônio tireoidiano e lipoproteínas. A eritropoiese fetal pode ser estimulada pela
deficiência de ferro materno, como ocorre em mães com anemia ferropriva. Nos cordões umbilicais de
recém-nascidos dessas mulheres, podem ser encontradas grandes concentrações de eritropoietina.
No momento do nascimento a termo, quando há o clampeamento do cordão umbilical, estima-se que o
volume de sangue fetoplacentário esteja em torno de 125 mL/kg. O recém-nascido apresenta cerca de
78 mL/kg de sangue, enquanto cerca de 45 mL/kg de sangue fica represado na placenta. Enquanto no
adulto a hemoglobina é composta por duas cadeias alfa e duas beta, cada uma com uma molécula
heme para transporte do oxigênio; no feto, a hemoglobina é um tetrâmero composto por dois pares de
duas cadeias distintas de peptídeos, precursoras das cadeias alfa e beta, dividindo-se em 4 tipos de
hemoglobina: gama, delta, épsilon e zeta. A hemoglobina é produzida em diferentes fases da vida
intrauterina, sendo composta, no período embrionário, pelas cadeias zeta e épsilon, no período fetal,
pelas cadeias alfa e gama e, por fim, no período pós-nascimento, pelas cadeias alfa, beta e delta.As
primeiras hemoglobinas produzidas, ainda na fase embrionária, são chamadas Gower I, Gower II,
Portland I e Portland II. A hemoglobina F passa a ser produzida pelo fígado do feto, depois que este
começa a fazer a eritropoiese, predominante no sangue fetal até a 8ª semana de gestação. Duas
semanas depois é iniciada a produção da hemoglobina A, que se eleva progressivamente
acompanhando o desenvolvimento da gestação. A hemoglobina F, mais prevalente na fase fetal, vem
reduzindo a concentração nas últimas semanas de vida intrauterina, para representar perto de três
quartos do total no nascituro, e continua a reduzir significativamente durante o primeiro ano de vida,
até a ser pouco encontrada em eritrócitos de adultos
Bárbara Vitória Marinho Moreira
SISTEMA DIGESTÓRIO
Pepsinogênio - enzima inativa incapaz de realizar sozinha a hidrólise das proteínas. Porém, na
presença do HCl, o pepsinogênio é convertido em sua forma ativa, a pepsina. Essa nova
enzima consegue hidrolisar as proteínas, dando seguimento ao processo da digestão.
A deglutição se inicia com 10 ou 12 semanas, coincidindo com a peristalse do intestino delgado e
sua capacidade de transportar glicose ativamente. Na metade da gravidez, o feto ingere grande
quantidade de líquido amniótico, e durante os últimos 2 a 3 meses, a função gastrointestinal
aproxima-se à de um recém-nascido normal. Nessa época, grandes quantidades de mecônio são
formadas continuamente no trato gastrointestinal e excretadas pelo ânus no líquido amniótico.
Composição do mecônio: produtos de secreção, como glicerofosfolipídios dos pulmões, células
descamativas fetais, cabelo, vérniz, resíduos não digeridos de líquido amniótico deglutido. A cor
escura negro-esverdeada é devido a biliverdina. LIBERAÇÃO - hipoxia, tempo da gestação
Intestino primitivo: forma-se na 4° semana a partir de parte do saco vitelino incorporada ao embrião.
Divisões:
- anterior: origina estômago, duodeno, fígado, pâncreas e a maior parte do esôfago.
- médio: parte do duodeno, intestino delgado, ceco e apêndice, cólon ascendente e metade do
transverso.
- posterior: metade do cólon transverso, cólon descendente, sigmóide, reto e porção superior do canal
anal, epitélio da bexiga urinária e a maior parte da uretra.
Fígado: Funciona como órgão hematopoiético na vida fetal, sintetiza a maior parte do colesterol fetal,
é imaturo na produção de bilirrubina (conjuga apenas uma pequena fração da bilirrubina excretada ao