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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Contabilidade Financeira Módulo:1-4 Aluno: Janaína Beatris da Silva Turma: 0521-1_20 Tarefa: Com base nas informações apresentadas, elabore um relatório que analise os dois exercícios sociais da empresa. O relatório deve conter os seguintes tópicos: Introdução; Análise horizontal; Análise vertical; Cálculo dos índices de liquidez; Cálculo da estrutura de capital; Cálculo da lucratividade; Cálculo da rentabilidade e Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa. Introdução Para que seja possível realizar uma análise correta das demonstrações contábeis de uma empresa, é necessário se utilizar de técnicas, que podem ser analisadas através de indicadores. De acordo com Salim e Oliveira (2019) através de indicadores de desempenho, financeiros e não financeiros, é possível realizar uma análise econômico-financeira da empresa, e assim identificar oportunidades de melhoria, além de alinhar o desempenho com as estratégias da mesma. A empresa Magazine Luiza S.A., por ser uma Sociedade de Capital aberto, realiza a publicação de suas demonstrações contábeis. Essas demonstrações são utilizadas por todos os interessados em sua situação econômica e financeira da companhia. Cita-se como exemplos de pessoas interessadas: os acionistas que se preocupam com o retorno financeiro que terão através de distribuições de lucros, os credores em geral que precisam se certificar de que a companhia possui capacidade de pagamento, analisando o endividamento e a geração de caixa. Também é importante citar os clientes e os empregados que acompanham os resultados, pois buscam estabilidade em sua relação com fornecedor e empregador. Desta forma, neste trabalho é apresentada as análises do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado, da empresa Magazine Luiza, através de diversos indicadores, dentre eles as análises horizontal e vertical, indicadores de liquidez, estrutura, rentabilidade, entre outros. Com essa analise, é possível verificar a situação econômica e financeira da companhia, através da evolução que ocorreu entre os anos 2 de 2019 e 2020. Destaca-se que para esta análise levou-se em consideração que em 2020 iniciou-se a pandemia de Covid-19 no Brasil, o que afetou diversas empresas economicamente e financeiramente. Com isso, utilizou-se ainda como parâmetro as notas explicativas publicadas pela empresa, para analisar as principais mudanças ocorridas nos indicadores de um ano para outro. Análise horizontal Conforme Ching, Marques e Prado (2010), através da análise horizontal é possível verificar a evolução das variações das contas do Balanço Patrimonial e da DRE de um período para o outro, tomando o período anterior como base. Essas variações encontradas podem ser tanto positivas como negativas e devem ser analisadas com atenção, pois os percentuais mais relevantes dependerão da participação da conta em relação ao total da demonstração. Segue abaixo o Balanço Patrimonial da Magazine Luiza S.A. com os percentuais da análise horizontal representada pela sigla AH. BALANÇO PATRIMONIAL 2020 AH 2019 ATIVO TOTAL R$ 22.296.830 17% R$ 18.611.817 ATIVO CIRCULANTE R$ 14.799.483 18% R$ 12.157.015 disponível (caixa e equivalentes de caixa) R$ 1.281.569 86% R$ 180.799 aplicações financeiras R$ 1.220.095 -264% R$ 4.446.143 contas a receber R$ 3.460.711 20% R$ 2.769.649 estoque R$ 5.459.037 36% R$ 3.509.334 tributos a recuperar R$ 594.782 -31% R$ 777.929 outros ativos circulantes R$ 2.783.289 83% R$ 473.161 ATIVO NÃO CIRCULANTE R$ 7.497.347 14% R$ 6.454.802 realizável a longo prazo R$ 1.585.551 6% R$ 1.491.070 investimentos R$ 1.705.072 27% R$ 1.240.664 imobilizado R$ 3.613.297 12% R$ 3.196.199 Intangível R$ 593.427 11% R$ 526.869 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$22.296.830 17% R$ 18.611.817 PASSIVO CIRCULANTE R$11.512.179 37% R$ 7.203.042 obrigações sociais e trabalhistas R$294.314 -5% R$ 309.007 fornecedores R$7.679.861 30% R$ 5.413.546 obrigações fiscais R$ 331.113 7% R$ 307.695 empréstimos e financiamentos R$ 1.666.243 100% R$ 8.192 outras obrigações R$ 1.540.648 24% R$ 1.164.602 3 PASSIVO NÃO CIRCULANTE R$ 3.459.364 -11% R$ 3.843.838 empréstimos e financiamentos R$ 17.725 -4633% R$ 838.862 arrendamento mercantil R$ 2.156.522 12% R$ 1.893.790 tributos diferidos R$ - - R$ 3.725 provisões fiscais, trabalhistas e cíveis R$ 998.250 23% R$ 767.938 lucros e receitas a apropriar R$ 286.867 -18% R$ 339.523 PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 7.325.287 -3% R$ 7.564.937 capital social realizado R$ 5.952.282 0% R$ 5.952.282 reservas de capital -R$ 213.037 193% R$ 198.730 reservas de lucros R$ 1.574.891 10% R$ 1.410.757 outros resultados abrangentes R$ 11.151 72% R$ 3.168 De acordo com a análise horizontal das contas do balanço patrimonial, destacam-se as principais contas que sofreram variações expressivas em percentual de 2019 para 2020: - O ativo total da empresa se elevou em 17% em 2020, então foi necessário verificar quais as contas do ativo que tiveram oscilação representativa, contribuindo com esse aumento do ativo total de 2019 para 2020. Verificou-se que as principais contas que apresentaram evolução positiva no ativo foram: disponibilidades (caixas e equivalentes de caixa) com 86%, estoques com 36%, outros ativos circulantes com 83% e investimentos com 27%. Em contrapartida a essas variações positivas, também tiveram duas contas que apresentaram variação negativa de 2019 para 2020, que foram: aplicações financeiras com - 264% e tributos a recuperar com -31%. - Na análise dos passivos que apresentaram variações positivas, destacam-se: os fornecedores com 30%, os empréstimos e financiamentos de curto prazo com 100%, outras obrigações com 24% e reservas de capital com 193%. Já as contas que variaram negativamente foram: empréstimos e financiamentos de longo prazo com -4.633%. Ao realizar a leitura das notas explicativas e do relatório de administração publicados, verificou-se que os principais motivos dessas oscilações aconteceram pelos seguintes motivos: - Elevação de caixa e equivalente de caixa e consequentemente diminuição das aplicações financeiras – empresa realizou depósitos bancários em CDI, retirando o valor investido em aplicações financeiras com o objetivo de aumentar a rentabilidade das operações. - Elevação das contas a receber – houve aumento do faturamento relacionado a cartões de credito e crediário próprio, muito interligado as vendas online que tiveram aumento significativo no ano de 2020 em função da pandemia. A companhia não teve aumento significativo no numero de inadimplência dos clientes. - O aumento expressivo dos outros ativos circulantes refere-se as partes relacionadas, principalmente o saldo a receber de cartões de credito da parte relacionada Luizacred que é controlada em conjunto com o Banco Itaúcard S.A. - Os tributos a recuperar tiveram redução de um ano para o outro em virtude da empresa estar utilizando (compensando) os créditos existentes, já reconhecidos no ano de 2019, evitando utilizar as 4 disponibilidades para pagamento de tributos federais. - O saldo de investimentos aumentou em 27% em virtude de aquisições de quotas de capital de outras 9 empresas através de combinações de negócios com suas controladas. - O saldo de fornecedores se elevou em virtude de prazos maiores negociados pela empresa em função da pandemia, além disso, cabe registrar que o saldo refere-se também aos convênios firmados com bancos parceiros que pagam comissão à empresa pela intermediação realizada com fornecedores na operação de antecipação de recebíveis. - Os empréstimos e financiamentos de custo prazo tiveram elevação expressiva, pois a empresa realizou a captação de R$ 800 milhões via administração pública, referente a 8ªemissão de Debêntures. Enquanto que a redução de longo prazo se deu pelo fato do valor passar a pertencer ao curto prazo em 2020. Segue abaixo o DRE da Magazine Luiza S.A. com os percentuais da análise horizontal representada pela sigla AH. (em mil reais) 2020 AH 2019 receita líquida de bens ou serviços R$ 26.130.544 29% R$ 18.491.861 custo dos bens ou serviços vendidos -R$ 19.672.090 32% -R$ 13.464.405 lucro bruto R$ 6.458.454 22% R$ 5.027.456 despesas/receitas operacionais -R$ 5.753.929 35% -R$ 3.745.083 despesas com vendas -R$ 4.476.887 30% -R$ 3.134.586 despesas gerais e administrativas -R$ 1.295.041 25% -R$ 972.582 perdas pela na recuperabilidade dos ativos -R$ 100.388 31% -R$ 69.676 outras receitas operacionais R$ 81.834 -330% R$ 352.031 resultado de equivalencia patrimonial R$ 36.553 -118% R$ 79.730 resultado antes do resultado financeiro e tributos R$ 704.525 -82% R$ 1.282.373 receitas financeiras R$ 201.463 -221% R$ 647.421 despesas financeiras -R$ 526.543 -36% -R$ 714.410 resultado antes dos tributos sobre o lucro R$ 379.445 -220% R$ 1.215.384 imposto de renda e contribuição social R$ 12.264 2494% -R$ 293.556 LUCRO líquido do exercício R$ 391.709 -135% R$ 921.828 De acordo com a análise horizontal as contas do DRE que sofreram variações expressivas em percentual de 2019 para 2020 foram: - A receita líquida de vendas que aumentou positivamente em 29%, ou seja, demonstra que a empresa teve aumento em seu faturamento anual. - O custo das mercadorias vendidas apresentou aumento de 32%, o que não causou impacto no lucro 5 bruto que aumentou 22% em relação ao ano anterior. - Contas que chama atenção nesta análise horizontal são as relacionadas às despesas operacionais, pois as despesas com vendas elevaram em 30% e as despesas gerais e administrativas em 25%, relacionado- as com o ano anterior. - As receitas financeiras tiveram um impacto negativo, pois reduziram 221% em 2020, em relação a 2019, enquanto que as despesas variaram positivamente pois reduziram 36% de um ano para o outro. Apesar do aumento do faturamento de 2019 para 2020, o lucro líquido da empresa reduziu 135%, pois o resultado positivo de 2019 de R$ 921.828 passou a ser de R$ 391.709 em 2020, visto que seus custos e despesas se elevaram também. Análise vertical De acordo com Salim e Oliveira (2019), a análise vertical tem o objetivo de mostrar a relevância de cada conta nas demonstrações financeiras, facilitando a comparação com padrões da própria empresa em períodos anteriores. Calcula-se o percentual de cada conta em relação ao valor total, ou seja, no balanço patrimonial utilizou-se o total do ativo e do passivo mais PL e na DRE o total da receita liquida de vendas como base. Segue abaixo o Balanço Patrimonial da Magazine Luiza S.A. com os percentuais da análise vertical representada pela sigla AV. BALANÇO PATRIMONIAL 2020 AV 2019 AV ATIVO TOTAL R$ 22.296.830 100% R$ 18.611.817 100% ATIVO CIRCULANTE R$ 14.799.483 66% R$ 12.157.015 65% disponível (caixa e equivalentes de caixa) R$ 1.281.569 6% R$ 180.799 1% aplicações financeiras R$ 1.220.095 5% R$ 4.446.143 24% contas a receber R$ 3.460.711 16% R$ 2.769.649 15% estoque R$ 5.459.037 24% R$ 3.509.334 19% tributos a recuperar R$ 594.782 3% R$ 777.929 4% outros ativos circulantes R$ 2.783.289 12% R$ 473.161 3% ATIVO NÃO CIRCULANTE R$ 7.497.347 34% R$ 6.454.802 35% realizável a longo prazo R$ 1.585.551 7% R$ 1.491.070 8% investimentos R$ 1.705.072 8% R$ 1.240.664 7% imobilizado R$ 3.613.297 16% R$ 3.196.199 17% Intangível R$ 593.427 3% R$ 526.869 3% PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 22.296.830 100% R$ 18.611.817 100% PASSIVO CIRCULANTE R$ 11.512.179 52% R$ 7.203.042 39% obrigações sociais e trabalhistas R$ 294.314 1% R$ 309.007 2% 6 fornecedores R$ 7.679.861 34% R$ 5.413.546 29% obrigações fiscais R$ 331.113 1% R$ 307.695 2% empréstimos e financiamentos R$ 1.666.243 7% R$ 8.192 0% outras obrigações R$ 1.540.648 7% R$ 1.164.602 6% PASSIVO NÃO CIRCULANTE R$ 3.459.364 16% R$ 3.843.838 21% empréstimos e financiamentos R$ 17.725 0% R$ 838.862 5% arrendamento mercantil R$ 2.156.522 10% R$ 1.893.790 10% tributos diferidos R$ - 0% R$ 3.725 0% provisões fiscais, trabalhistas e cíveis R$ 998.250 4% R$ 767.938 4% lucros e receitas a apropriar R$ 286.867 1% R$ 339.523 2% PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 7.325.287 33% R$ 7.564.937 41% capital social realizado R$ 5.952.282 27% R$ 5.952.282 32% reservas de capital -R$ 213.037 -1% R$ 198.730 1% reservas de lucros R$ 1.574.891 7% R$ 1.410.757 8% outros resultados abrangentes R$ 11.151 0% R$ 3.168 0% Conforme análise vertical das contas do balanço patrimonial destacam-se as principais contas que representam maiores valores em relação ao ativo e ao passivo mais patrimônio líquido: - Contas com representatividade no Ativo – as contas de curto prazo que juntas representam 52% do ativo em 2020 são as contas a receber, estoque e outros ativos circulantes, que em 2019 juntas representavam apenas 36% do total do ativo. O que reforça a analise horizontal realizada anteriormente que demonstrou a variação delas de um ano para o outro. Por outro lado, as contas de longo prazo representam 36% do total do ativo e não tiveram oscilação significativa de 2019 para 2020. - Contas com representatividade no Passivo mais patrimônio líquido – as contas de curto prazo que juntas representam 49% do ativo em 2020 são as contas de fornecedores, empréstimos e financiamentos e outras obrigações, que em 2019 juntas representavam apenas 35% do total do grupo. Essa oscilação se deu principalmente pela conta de fornecedores que aumentou de 29% para 34% e de empréstimos e financiamentos que no ano de 2019 tinha maior representatividade no longo prazo e em 2020 passou a ser curto prazo, conforme já mencionado na análise horizontal. Cabe destacar também que o PL em 2020 representa 33% do total do grupo, enquanto que em 2019 representava 41%, isto se deu pelo fato de que as contas deste grupo não tiveram oscilações significativas de um ano para o outro, enquanto que as contas de passivo sim, representando maior valor no grupo total. Segue abaixo o DRE da Magazine Luiza S.A. com os percentuais da análise vertical representada pela sigla AV. (em mil reais) 2020 AV 2019 AV receita líquida de bens ou serviços R$ 26.130.544 100% R$ 18.491.861 100% 7 custo dos bens ou serviços vendidos -R$ 19.672.090 -75% -R$ 13.464.405 -73% lucro bruto R$ 6.458.454 25% R$ 5.027.456 27% despesas/receitas operacionais -R$ 5.753.929 -22% -R$ 3.745.083 -20% despesas com vendas -R$ 4.476.887 -17% -R$ 3.134.586 -17% despesas gerais e administrativas -R$ 1.295.041 -5% -R$ 972.582 -5% perdas pela na recuperabilidade dos ativos -R$ 100.388 0% -R$ 69.676 0% outras receitas operacionais R$ 81.834 0% R$ 352.031 2% resultado de equivalência patrimonial R$ 36.553 0% R$ 79.730 0% resultado antes do resultado financeiro e tributos R$ 704.525 3% R$ 1.282.373 7% receitas financeiras R$ 201.463 1% R$ 647.421 4% despesas financeiras -R$ 526.543 -2% -R$ 714.410 -4% resultado antes dos tributos sobre o lucro R$ 379.445 1% R$ 1.215.384 7% imposto de renda e contribuição social R$ 12.264 0% -R$ 293.556 -2% LUCRO líquido do exercício R$ 391.709 1% R$ 921.828 5% Conforme análise vertical da demonstração do resultado, destacam-se as principais contas que representam maiores valores em relação à receita líquida dos períodos de 2019 e 2020: - O custo dos bens ou serviços vendidos representava 73% da receita líquida em 2019 e no ano de 2020 passou a representar 75%, o que comprova o aumento dos custos, verificado na análise horizontal anterior. Com isso, o lucro bruto da Magazine passou a ser menor em 2020, pois passou de 27% para 25%,visto que o custo passou a representar maior valor em relação a receita liquida. - Assim como os custos, as despesas operacionais tiveram um aumento de 2% na sua representatividade de 2019 para 2020, pois de 20% passou a representar 22% da receita líquida. - As receitas financeiras que representavam 4% em 2019, passaram a representar apenas 1% em 2020, e as despesas financeiras de 4% passaram para 2%. Como todas essas oscilações nos custos e despesas de um ano para o outro, sendo maiores do que o aumento do faturamento, o lucro líquido da empresa passou a ser muito menor em 2020, pois encerrou o ano com lucro líquido de 1%, enquanto que no ano anterior o percentual era de 5% sobre a receita líquida. Cálculo dos índices de liquidez De acordo com Limeira, A. et al (2015), uma das formas de verificar a capacidade financeira da Magazine Luiza em honrar seus compromissos para com terceiros, ou seja, liquidar suas dívidas, é utilizando os índices de liquidez. Através desses índices identificamos o quanto a empresa possui de capital de giro em relação às obrigações existentes no mesmo período. 8 A análise de liquidez da empresa é composta pelos seguintes indicadores: liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata (Bazzi, 2019). A liquidez geral segundo o mesmo autor deve ser maior do que 1, e indica a proporção existente entre os bens e direitos da empresa em relação as dívidas totais. Fórmula: LG = (AC+RLP) / (PC+PNC) Utilizando como base o balanço patrimonial da Magazine Luiza, encontramos os seguintes indicadores de liquidez geral: LG 2020: (14.799.483+1.585.551)/(11.512.179+3.459.364) = 1,09 LG 2019: (12.157.015+1.491.070)/(7.203.042+3.843.838) = 1,24 A liquidez corrente, conforme Limeira, A. et al (2015) é um dos índices mais utilizados em análises financeiras, pois representa a capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo com o capital de giro de curto prazo. Fórmula: LC = AC / PC Os índices de liquidez corrente da Magazine Luiza são: LC 2020: 14.799.483/11.512.179 = 1,29 LC 2019: 12.157.015/7.203.042 = 1,69 Contudo, a liquidez Seca “indica a solidez da empresa em relação aos seus compromissos de curto prazo, sem contar com os estoques” (BAZZI, 2019, pag. 60). Fórmula: LS = (AC – Estoques) / PC LS 2020: (14.799.486 – 5.459.037)/11.512.179 = 0,81 LS 2019: (12.157.015 – 3.509.334)/7.203.042 = 1,20 Já a liquidez imediata, é um indicador bastante complicado de se manter acima de 1, pois conforme Limeira (2015) esse índice mede a capacidade financeira da empresa considerando apenas as suas disponibilidades para quitar suas obrigações de curto prazo. É muito difícil as empresas manterem saldo tão elevado em conta caixa e banco com essa finalidade. Fórmula: LI = Disponível / PC LI 2020: 2.501.664/11.512.179 = 0,22 LI 2019: 4.626.942/7.203.042 = 0,64 Através desses indicadores, conclui-se que a Magazine Luiza apresentava uma excelente capacidade de pagamento de suas obrigações de curto e longo prazo no ano de 2019, pois os principais indicadores de liquidez (corrente, seca e geral) apresentam acima de 1 real em bens e direitos, para cada 1 real de obrigações. Enquanto que no ano de 2020 esses índices diminuíram, porém se mantiveram acima de 1 real, com exceção apenas da liquidez seca (em que não se considera os estoques para cumprimento das obrigações), pois o índice ficou 0,81, não sendo suficiente para cobrir as dívidas assumidas no período. Cálculo da estrutura de capital 9 Para que seja possível avaliar o grau de dependência existente na empresa, relacionada a fontes internas e externas de recursos utilizados para financiar as suas operações, utiliza-se os indicadores de estrutura de capital. De acordo com Limeira, A. et al (2015) o ativo das empresas são financiados pelos capitais próprios e por capitais de terceiros, sendo que quanto maior for a participação do passivo circulante e não circulante (capital de terceiros) nas operações, maior é o risco dos credores estarem expostos. Os principais indicadores utilizados nesta análise segundo o mesmo autor são: Endividamento Geral (EG) = (PC + PNC) / Ativo total Este indicador demonstra o quanto a empresa deve (de capital de terceiros) em relação ao total aplicado. Através desses indicadores abaixo, verifica-se que a Magazine Luiza deve em curto prazo e longo prazo, correspondente a 59% do seu ativo em 2019, aumentando para 67% em 2020. Isso demonstra que existe uma predominância do capital de terceiros no financiamento do ativo e ela vem aumentando ao longo dos dois anos analisados. Logo, verifica-se que a participação do capital próprio no total dos recursos investidos na empresa, era de 41% em 2019 e passou a ser de apenas 33% em 2020. Pode-se dizer que o principal fator que contribuiu para essa maior dependência do capital de terceiros no ano de 2020, foi o aumento do grupo de fornecedores verificado na análise vertical, que em 2019 era de 29% e passou para 34% em 2020, em relação ao passivo total. EG 2020: ((11.512.179+3.459.364)/22.296.830) x 100 = 67% EG 2019: ((7.203.042+3.843.838)/18.611.817) x 100 = 59% Composição do endividamento (CE) = PC / (PC + PNC) Este indicador mede o percentual de dívidas de curto prazo em relação às dívidas totais da empresa. A Magazine Luiza, apresenta uma composição de endividamento de 65% de 2019, demonstrando que 65% do endividamento da empresa se concentra no curto prazo, e, além disso, aumentando para 77% em 2020. Isso indica que para cada R$ 100,00 de dívidas totais R$ 77,00 estão concentradas no passivo circulante em 2020, enquanto que apenas R$ 33,00 no longo prazo. CE 2020: (11.512.179/(11.512.179+3.459.364)) x 100 = 77% CE 2019: (7.203.042/(7.203.042+3.843.838)) x 100 = 65% Imobilização do Capital Próprio (IPL) = (ANC – RLP) / PL Este indicador demonstra o quanto dos ativos de investimentos, imobilizado e intangível da empresa é financiado pelo capital próprio, indicando se existe indicação de aporte de recursos de terceiros para o financiamento das operações. A Magazine Luiza apresenta uma imobilização de capital próprio de 66% em 2019, e passou para 81% em 2020, o que indica que vem aumentando a sua imobilização do capital. Mas para que essa análise seja mais assertiva, é importante verificar o indicador de imobilização de recursos não correntes, que indica se os recursos de terceiros de longo prazo suprem os investimentos efetuados nestes ativos. IPL 2020: ((14.799.483 – 1.585.551)/7.325.287) x 100 = 81% IPL 2019: ((12.157.015 – 1.491.070)/7.564.937) x 100 = 66% 10 Imobilização de recursos não correntes (IRNC) = (ANC – RLP) / (PL + PNC) Através desse indicador identificamos qual o percentual de recursos não correntes (passivo de longo prazo e patrimônio líquido) que a empresa aplicou em seu ativo permanente, ou seja, em seus ativos investimentos, imobilizado e intangível. A Magazine Luiza apresenta um indicador de imobilização de recursos não correntes de 44% em 2019 e 55% em 2020. Já que os recursos já foram suficientes para cobrir os investimentos nos ativos, houve uma pequena necessidade de captação do capital de terceiros de longo prazo neste mesmo período. IRNC 2020: ((7.497.347-1.585.551)/(7.325.287+3.459.364)) x 100 = 55% IRNC 2019: ((6.454.802-1.491.070)/(7.564.937+3.843.838)) x 100 = 44% Passivos onerosos sobre ativo (Posa) = (PCF + PNC) / Ativo total Este indicador apresenta a participação das fontes onerosas de capital com fins de financiamento dos investimentos da empresa, indicando se existe dependência de instituições financeiras para essas as operações. Observa-se que “quanto maior for esse índice, maiores serão as despesa financeiras incorridas, impactando o resultado do exercício” (Limeira, A. et al, 2015, pág. 85). Os indicadores na Magazine Luiza estão relativamente baixos, pois demonstram que possui um passivo oneroso de 21% sobre o ativo em2019, se elevando para 23% em 2020, o que significa que apenas 21% e 23% das aplicações realizadas no ativo neste dois anos estão sendo financiadas por recursos onerosos de terceiros. Posa 2020: ((1.666.243+3.459.364)/22.296.830) x 100 = 23% Posa 2019: ((8.192+3.843.838)/18.611.817) x 100 = 21% Cálculo da lucratividade Os indicadores de lucratividade servem para evidenciar a relação que existe entre os lucros obtidos no negócio da empresa com a efetiva receita de vendas líquida (descontando devoluções e impostos sobre as vendas) realizada no mesmo período analisado. Conforme Salim e Oliveira (2019), ao realizarmos a comparação do lucro extraído da DRE com as receitas líquidas, encontram-se indicadores de lucratividade, que poderão ser analisadas de maneira diferente, por cada usuário dessas informações, conforme fórmulas abaixo: Margem bruta (MB) = (lucro bruto / receita operacional líquida) × 100 Margem operacional (MO) = (lucro antes dos tributos sobre o lucro / receita operacional líquida) × 100 Margem líquida (ML) = (lucro líquido / receita operacional líquida) × 100 A Magazine Luiza apresenta os seguintes indicadores de lucratividade: Margem Bruta - MB 2020: (6.458.454/26.130.544) x 100 = 25% - MB 2019: (5.027.456/18.491.861) x 100 = 27% A margem bruta sofre pouca oscilação de 2019 para 2020 o que representa que a empresa pode ter tido 11 certo descontrole em relação ao custo dos produtos e serviços vendidos. Ao que tudo indica, esse custo pode estar muito relacionado à crise financeira que se acentuou bruscamente com a pandemia de Covid- 19, que elevou drasticamente o custo de aquisição de insumos e mercadorias, além das empresas também terem sofrido com a falta dos mesmos no mercado. Esse indicador demonstra que após descontar esse custo da receita líquida, a empresa está gerando lucro de 27% em 2019 e 25% em 2020. Com outro olhar, podemos dizer que a Magazine Luiza apresenta um custo bastante elevado em suas operações, pois permanece com apenas 27% em 2019 e 25% em 2020 do faturamento líquido para quitar as despesas operacionais e ainda gerar lucro ao negócio. Margem Operacional - MO 2020: (379.445/26.130.544) x 100 = 1% - MO 2019: (1.215.384/18.491.861) x 100 = 7% A margem operacional da Magazine Luiza teve uma queda significativa nestas análises dos anos de 2019 e 2020. Observa-se que no ano de 2019 ela possuía 7% de lucratividade operacional em relação ao faturamento líquido, enquanto que em 2020 essa margem caiu para apenas 1%. Verifica-se que além do aumento dos custos anteriormente comentados, a empresa teve elevação das despesas operacionais de 20% em 2019 para 22% em 2020, redução nas receitas financeiras, que representavam 4% da receita liquida em 2019 e passaram a representar apenas 1% e redução das despesas financeiras que passaram de 4% para 2% de um ano para o outro. Margem Líquida - ML 2020: (391.709/26.130.544) x 100 = 1% - ML 2019: (921.828/18.491.861) x 100 = 5% Contudo, a margem líquida da Magazine Luiza finaliza o DRE de 2019 com 5% de lucratividade em relação ao faturamento líquido, enquanto que o ano de 2020 finalizou com apenas 1% de lucratividade (o mesmo percentual da margem operacional). Isso ocorre porque em 2019 os tributos descontados representavam 2% da receita líquida e em 2020 eles não tiveram representatividade, pois de acordo com as notas explicativas, a empresa teve credito presumido de ICMS. Cálculo da rentabilidade De acordo com Limeira, A. et al (2015) os índices de rentabilidade possuem um objetivo diferente dos índices de lucratividade, pois avaliam o desempenho final da empresa e tanto um quanto o outro, devem apresentar um percentual maior possível para serem considerados bons. Segue abaixo os principais índices de rentabilidade: Giro do ativo (GA) = Vendas líquidas / Ativo Total Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE) = (Lucro Líquido/Patrimônio Líquido) x 100 Rentabilidade dos Investimentos (ROI) = (Lucro líquido/Ativo total) x 100 Na análise do período de 2019 e 2020 da Magazine Luiza, encontramos os seguintes índices de rentabilidade: Giro do Ativo 12 - GA 2020: 26.130.544/22.296.830 = 1,17 - GA 2019: 18.491.861/18.611.817 = 0,99 A Magazine Luiza apresentou em 2019 um giro do ativo de 0,99, ou seja, pode-se dizer que a empresa vendeu R$ 0,99 para cada R$ 1,00 investido, sendo o faturamento líquido quase suficiente para recuperar o total de investimentos realizados. Por outro lado, em 2020, o giro do ativo passou a ser de 1,17, ou seja, o faturamento líquido que foi gerado neste período foi mais do que suficiente para cobrir os investimentos. Rentabilidade do Patrimônio Líquido ROE 2020: (391.709/7.325.287) x 100 = 5% ROE 2019: (921.828/7.564.937) x 100 = 12% Este indicador é bastante utilizado por investidores, pois através dele pode-se avaliar a remuneração do capital próprio investido na empresa, inclusive comparar a rentabilidade do investimento na empresa com a rentabilidade no mercado financeiro, verificando o que é mais vantajoso. Os indicadores da Magazine Luiza demonstram que em 2019 os acionistas obtiveram uma remuneração de 19% sobre o capital investido na empresa e que em 2020 essa remuneração diminuiu para apenas 5%. Rentabilidade dos Investimentos ROI 2020: (391.709/22.296.830) x 100 = 2% ROI 2019: (921.828/18.611.817) x 100 = 5% Esse indicador demonstra o quanto a empresa esta obtendo de retorno em relação a todos os investimentos da empresa. A Magazine Luiza apresenta um retorno sobre os investimentos de 5% em 2019 e de 2% em 2020, o que significa dizer que o lucro líquido do exercício representa 5% do total investido em 2019 e 2% em 2020. Para complementar essa análise, utilizou-se o payback do negócio, que segundo Limeira, A. et al (2015), determina em quanto tempo é possível recuperar os investimentos totais efetuados na empresa. Então, pode-se concluir que em 2019 a Magazine Luiza conseguiria recuperar os investimentos totais realizados no ativo em aproximadamente 20 anos (100%/5%), considerando apenas o resultado gerado em suas operações. Já em 2020, o retorno sobre os investimentos passou a ser de 2%, com um payback de aproximadamente 50 anos (100%/2%). Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa A empresa Magazine Luiza apresenta uma saúde financeira, pois tem capacidade de pagamento nos dois anos analisados, tanto de curto como longo prazo, conforme índices de liquidez geral e corrente. A liquidez geral que era de 1,24 em 2019 passou para 1,09 em 2020 e a liquidez corrente que era de 1,69 em 2019 passou para 1,29 em 2020. Verifica-se que mesmo que os índices tenham reduzido de um ano para o outro, em virtude do aumento do passivo circulante (fornecedores e empréstimos e financiamentos), eles permaneceram acima de 1,00, o que confirma que a empresa permaneceu com capacidade de honrar seus compromissos de curto e longo prazo. Já a liquidez seca demonstrou que a Magazine Luiza possui capacidade de pagamento sem depender de seus estoques apenas no ano de 2019 com índice de 1,20, passando a depender deles em 2020 com índice de 0,81. Na liquidez imediata também se observa falta de capacidade financeira, mas esse índice não é tão relevante, visto que 13 dificilmente as empresas possuem valores altos apenas em disponibilidades, suficiente para liquidar todos os seus compromissos de curto prazo. Através da análise de estrutura de capital verifica-se que a Magazine Luiza possui predominância do capital de terceiros no financiamento do ativo e ela vem aumentando ao longo dos dois anos analisados, visto que o capital próprio representa apenas 41% no total dos recursos investidos em 2019 e 33% em 2020. Esses índices também reforçam a questão levantada anteriormente, em que a empresa teve um aumento significativo em seus passivos de curto prazo (fornecedores e empréstimos). A composição do endividamentotambém demonstra uma concentração no curto prazo que já era de 65% em 2019 e passou para 77% em 2020. Porém, analisar essa estrutura isoladamente sem entender quais foram os objetivos da empresa nestas mudanças de nada adianta. As notas explicativas da Magazine evidenciam que o aumento dos fornecedores se deu principalmente pela maior aquisição de estoque em 2020, juntamente com maiores prazos negociados em virtude da pandemia, além disso o aumento dos empréstimos de curto prazo aconteceram pelo fato de terem sido transferidos do longo prazo de 2019 para curto prazo em 2020. A situação econômica da Magazine Luiza está um pouco mais delicada no ano de 2020 em relação ao ano de 2019. Apesar de ter tido um bom incremento no total do faturamento líquido de 29% de um ano para o outro, a empresa também teve aumentos significativos de custos e despesas que diminuíram suas margens. A margem bruta que era de 27% passou para 25%, a margem operacional que era de 7% passou para 1% e a margem líquida passou de 5% para 1%. Isso indica que a empresa não está tendo bom resultado econômico e se não tiver atenção a esses indicadores, poderá apresentar prejuízos futuramente. Ao analisarmos os indicadores de rentabilidade também observa-se redução de 2019 para 2020, pois a rentabilidade do PL quer era de 12% caiu para 5% e a rentabilidade dos investimentos caiu passou de 5% para 2%. Esses indicadores merecem atenção, pois demonstram que o retorno dos investimentos da empresa estão reduzindo no período destes dois anos. É importante salientar que o ano de 2020 foi o primeiro ano de pandemia do Covid-19 e fez com que várias empresas tivessem que mudar suas estratégias de negócio, garantir seus estoques, rever seus custos e despesas, negociar suas obrigações com fornecedores e até renegociar dívidas com instituições. A Magazine Luiza, mesmo com todo este cenário, por ter uma boa saúde financeira, se utilizou de algumas dessas estratégias e ainda investiu no capital de nove empresas novas no ano de 2020, reduzindo suas disponibilidades acreditando em ganhos futuros com esses novos negócios. Contudo, destaca-se a importância de acompanhar a situação econômica da empresa que vem apresentando redução e pode levar a empresa a reduzir seus indicadores positivos nas análises financeiras futuramente. Referências bibliográficas BAZZI, SAMIR (org.). Análise das demonstrações contábeis. 2ª Ed. São Paulo: Editora Pearson, 2019. CHING, HONG YUH; MARQUES, FERANDO; PRADO, LUCILENE. Contabilidade & Finanças para não especialistas. 3ª Ed. São Paulo: Editora Pearson, 2010. LIMEIRA, ANDRÉ LUIS FERNANDES et al. Gestão contábil financeira. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015. 14 SALIM, JEAN JACQUES; OLIVEIRA, ANTONIETA ELISABETE MAGALHÃES. Contabilidade financeira. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2019.
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