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Trabalho Historia da Fronteira Sul

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Etnobiologia e Etnoecologia relacionada com povos indígenas. 
Andressa Mayumi Yamashiro Alarcon
Camila Terezinha Limberger
Júlio Passing
RESUMO
Etnobiologia enquanto campo de pesquisa que busca evidenciar os conhecimentos das diferentes sociedades e suas culturas a respeito da natureza, muito tem a contribuir para o ensino de ciências e biologia. A etnoecologia é considerada como o estudo da ecologia de um determinado grupo étnico. Para compreender a maneira adequada dos saberes tradicionais, é necessário entender a natureza da sabedoria local, que se baseia em uma complexa inter-relação entre as crenças, os conhecimentos e as práticas. Os povos inca possuíam uma vasta extensão de conhecimentos de numerologia, domesticação de animais, redes de irrigação, plantações em terraços e técnicas incríveis de artesanais. Fortemente relacionados a astronomia que regiam suas vidas, suas doenças e suas mortes.
ETNOBIOLOGIA E ETNOECOLOGIA
A etnobiologia e a etnoecologia são campos de estudo interdisciplinares, que estudam e investigam as percepções, classificações e modelações que os membros de grupos culturais distintos utilizam para solucionar os problemas enfrentados no cotidiano por meio do estabelecimento de interações com os ambientes nos quais estão inseridos.
Um dos principais objetivos da etnobiologia, bem como da etnoecologia é promover um embasamento teórico capaz de integrar diferentes ramos das ciências naturais a outros campos de conhecimento científico, servindo como um elo entre diferentes culturas para aclarar a compreensão e o respeito mútuo entre os membros desses grupos. (ROSA; OREY, 2014). Etnoecologia é a interação entre pessoas e ambiente. Sendo essas áreas fundamentadas nas perspectivas em relação à natureza. Pode ser entendido como o estudo das relações entre populações humanas e o meio ambiente e tudo o que está interagindo (Begossi, 1993).
Com o surgimento e desenvolvimento da etnoecologia, permitiram o estudo do sistema de crenças (cosmos), o conjunto de conhecimentos (corpus) e de práticas produtivas (práxis), o que torna possível compreender as relações que se estabelecem entre a interpretação e leitura e o uso ou manejo da natureza e seus processos. O enfoque etnoecológico busca então integrar, comparar e validar os modelos para criar diretrizes que apontem a implementação de propostas de desenvolvimento local endógeno ou sustentável com a plena participação dos atores locais. Assim, seu enfoque busca encontrar possíveis sinergias entre ambas as maneiras de valorizar o mundo e o consequente aproveitamento dos recursos naturais (TOLEDO, 1991, 2002; BARRERA-BASSOLS; TOLEDO, 2005;).
O interesse dos meios acadêmicos pelos conhecimentos locais tem como objetivo o desenvolvimento de novos produtos medicinais pela etnobiologia, o descobrimento de novas espécies de plantas e animais pela etnoecologia e, também, a geração e a difusão de novas ideias, procedimentos e práticas matemáticas pela etnomatemática; pois muitos dos conhecimentos locais são desconhecidos e/ou desvalorizados pela ciência tradicional. 
Então, as etnociências designam uma área de conhecimento multi, inter e transdisciplinar, que procura documentar, estudar e valorizar os conhecimentos e as práticas produzidas pelos membros dos grupos culturais, que são transmitidas e difundidas no decorrer da história, emergindo cientificamente de uma fusão de saberes retroalimentados por meio do discurso multifacetado entre as ciências naturais, humanas e sociais (MARQUES, 2002).
As etnociências estão vinculadas a uma questão etimológica, pois o prefixo etno procede do grego éthnos, indicando a identidade de origem e as condições socioculturais, que incluem a identidade de crenças, valores, símbolos, mitos, ritos, morais, linguagem, códigos, ideias, procedimentos e práticas. A partir dessa identidade, as vivências e os conceitos de etnia, povo, nação, classe social e corporação foram originadas, concretizadas e definidas. Parece claro que os saberes locais, para ser corretamente compreendidos, devem ser analisados em suas relações tanto com as atividades práticas como com o sistema de crenças do grupo cultural ao que pertencem (BERKES, 1999).
A tecnologia e sociedade formam a base para a ideologia, e através das invenções tecnológicas há uma maior captura de energia possibilitando o crescimento populacional. Um exemplo desta abordagem é a comparação entre os Incas e os Índios da Amazônia: entre os Incas havia irrigação e maior densidade populacional que na Amazônia, onde o cultivo dava-se através de queimadas (White, 1943).
O etnoconhecimento é à construção da política educacional escolar indígena e também pode se tornar subsídio na demarcação de rupturas e, consequentemente, ser aspecto relevante na reestruturação das pedagogias indígenas. Cada cultura entende e classifica os animais de maneira diferente, fundamentando-se em costumes e percepções de cada grupo, e isto define as possíveis relações entre o homem e as espécies que compartilham seu meio físico ou simbólico" (Gonseth, 1988, p.4).
INCAS
A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a sua eficiência em sua estrutura urbana desta sociedade. Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras esculpidas a mão e encaixadas em templos, casas e palácios. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços, que são degraus usando o caimento das montanhas para melhor irrigação e assim construíram canais, desviando o curso dos rios para as aldeias onde plantavam e colhiam feijão, milho e batata. 
Os animais como seres de estimação, mantendo uma relação de afetividade com eles. Pode ser característica de cultura ou influência dos animais domésticos que fazem parte do seu cotidiano, a fauna doméstica caracteriza-se por sua especial forma de interação com o homem em seu meio ambiente, apresentando comportamento normalmente dócil e de grande dependência para sua alimentação. 
Assim domesticaram a lhama e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas. Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem: o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava uma contagem. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita.
Produziam artefatos destinados ao uso diário ornados com imagens e detalhes de deuses. Era comum na cultura inca o uso de formas geométricas abstractas e representação de animais altamente estilizados no feitio de cerâmicas, esculturas de madeira, tecidos e objetos de metal. Eles produziam belos objetos de ouro e as mulheres produziam tecidos finos com desenhos surpreendentes. 
Também fizeram muitas descobertas farmacológicas. Usavam o quinino no tratamento da malária com grande sucesso. As folhas da coca eram usadas de modo geral como analgésicos, e para minorar a fome, embora os mensageiros Chasqui as usassem para obter energia extra. Outra terapia comum e eficiente era o banho de ferimentos com uma decocção de casca de pimenteiras ainda morna.
A medicina inca não apenas procurou tratar os sintomas das doenças, mas também se dedicou a questionar suas causas, unindo, assim, tanto os aspectos biológicos quanto os psicológicos de cada paciente. A eficácia da medicina inca foi comprovada os benefícios curativos das ervas e das raízes medicinais dos incas em toda a Europa, estabelecendo as primeiras escolas ocidentais para o estudo científico das plantas.
Na cosmogonia dos incas, qualquer doença obedecia à ação de um espírito maligno, que intervia no corpo de um mortal. Desse modo, e por causa de um mal maior, eles chegaram a realizar cirurgias, transando o crânio de um paciente para expulsar uma entidade maligna. O método incluía um anestésico, que podia ser feito à base de folhas de coca, bebidas alcoólicas ou plantas soníferas. 
Elesutilizavam instrumentos cirúrgicos simples, embora eficazes, como o tumi, para abrir crânios, e o vilcachina, para extrair objetos de dentro dos órgãos. No entanto, o império inca se destacou pelo controle minucioso da saúde que realizava em toda sua população, que chegou a ser contabilizada em até 12 milhões de pessoas, através de registros feitos à base de lã atada, único sistema de escrita de que eles dispunham.
REFERÊNCIAS
BARRERA-BASSOLS, N. Simbolismo, conhecimento e gestão Dos recursos do solo e da terra entre as comunidades indígenas. Etnopedologia em escalas globais, regionais e locais. ITC Dissertação Série 102, 2 vols. ITC, Holanda, 2008.
BERKES, F. Ecologia sagrada: conhecimento ecológico tradicional E gerenciamento de recursos. Taylor e Francis. Filadélfia, EUA, 1999.
Gonseth, M. O. (1988). Os animais e o homem. O correio da Unesco, ano 16, n.4. 
FABIANO Marques (2002 : São Paulo, SP). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento261166/fabiano-marques-2002-sao-paulo-sp>. Acesso em: 17 de Ago. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Rosa, M; Orey, D. C. Vinho e queijo: etnomatemática e modelagem!. BOLEMA 16(20), p.1– 16, 2003. ROSA, M; OREY, Daniel C . Emic (Local), Etic (Global), and Dialogical (Glocal) Knowledge in research in Ethnomodeling. Journal of Mathematics and Culture, v. 8, p. 54- 55, 2014. 
ROSA, M; OREY, Daniel C . Ethnomodeling: An Ethnomathematical View on Mathemati cal Modeling. International Journal for Research in Mathematics Education, v. 1, p. 19-35, 2011. 
ROSA, M; OREY, Daniel C . Symmetrical freedom quilts: the ethnomathematics of ways of communication, liberation, and art. Revista Latinoamericana de Etnomatemática, v. 2, n. 2, p. 52-75, 2009. 
ROSA, M; OREY, Daniel C. O campo de pesquisa em etnomodelagem: as abordagens êmica, ética e dialética. Educação e Pesquisa, v. 38, n. 4, 2012. p. 865-879.
TOLEDO, V. M. O que é a etnoecologia ?: origens, escopo e Implicações de uma disciplina crescente, Etnoecológica, v. 1, p. 5-21, 1992.
White, L. (1943): Energia e cultura de evolução. Antropólogo americano 45: 335-356.

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