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Elemento do fato típico

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MURILO ROLIM RAMOS
 RA: 202120026
 
 
 
 
,
 
ELEMENTOS DO FATO TÍPICO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPETININGA – SP 
FUNDAÇÃO KARNING BAZARIAN
FACULDADES INTEGRADAS DE ITAPETININGA
 
FUNDAÇÃO KARNING BAZARIAN
FACULDADES INTEGRADAS DE ITAPETININGA 
2021 
5 
 
2
 
MURILO ROLIM RAMOS
RA: 202120026
 
 
ELEMENTOS DO FATO TÍPICO
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Fundação Karning Bazarian - FKB, como requisito básico para a obtenção do título de Bacharel em Direito (como requisito básico para aprovação na disciplina de Direito Penal). 
 
Profª Orientador: Arthur Davis Floriano Ribeiro.
 
 
 
 
 
 
ITAPETININGA – SP 
2021 
 SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................7
2. FATO TÍPICO................................................................................................9
3. CONDUTA...................................................................................................13
4. TIPOS DE CONDUTA.................................................................................15
5. RESULTADO...............................................................................................16
6. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (NEXO CAUSAL).....................................17
7. PRINCÍPIO DE CULPABILIDADE...............................................................18
8. TEORIA CONDITIO SINE QUA NON..........................................................18
9. TIPICIDADE.................................................................................................18
10. TIPICIDADE CONGLOBANTE..................................................................19
11. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL....................................................19
12. CONCLUSÃO............................................................................................20
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................21
 
 
 
 
 
		 
1. INTRODUÇÃO
Fato típico é a conduta (ação ou omissão) produtora de um resultado reprovável pelo Direito Penal, podendo ser crime ou contravenção penal.
O fato típico sob a ótica da teoria finalista, elaborada por Welzel, "a conduta é dirigida a uma finalidade antijurídica e reprovável", sendo assim, toda conduta é orientada por um querer, sendo o finalismo considerado nitidamente vidente.
Elementos do Fato Típico:
1. Conduta;
2. Resultado;
3. Nexo causal;
4. Tipicidade.
Conduta (dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva). É sinônimo de ação e de comportamento.
Com o finalismo de Welzel “ação humana é exercício de atividade final, ou seja, dirige a sua conduta sempre à determinada finalidade”. A ação baseia-se que o homem pode prever dentro de certos limites, as consequências possíveis de sua conduta. Sendo assim, conduta é a ação ou omissão, voluntária e consciente voltada a uma finalidade.
A finalidade não explica os crimes culposos. A finalidade pode ser lícita quando o agente atua com dolo.
Segundo Welzel, “a vontade é espinha dorsal da ação final”. Também pode ser lícita quando o agente não quer cometer o delito, mas por negligência, imprudência ou imperícia, causa um resultado lesivo, previsto em lei.
Formas de conduta: dolosa ou culposa.
Conduta dolosa – ocorre quando o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo (art. 18, I, CP).
Teoria adotada:
· Vontade – quando o agente quer o resultado > Dolo direto.
· Assentimento – o agente assume o risco de produzir o resultado > Dolo eventual.
A teoria finalista adota o dolo natural, que integra o fato típico possuindo dois elementos:
- Consciência (sabe o que faz)
- Vontade (querer ou aceitar)
Observação: a consciência da ilicitude é questão que afeta a culpabilidade.
O dolo natural, o agente atua com consciência e vontade dirigida a uma finalidade, sem a consciência sobre a ilicitude do fato.
Conduta culposa – Culpa é a inobservância do dever objetivo de cuidado manifestada numa conduta produtora de um resultado não querido, mas objetivamente previsível.
Desta feita, a modalidade culposa o comportamento é voluntário desatencioso, voltado a um determinado objetivo, lícito ou ilícito, embora produza resultado ilícito, não desejado, porém previsível, que podia ter sido evitado. Dolo é regra, a culpa exceção.
Elementos do tipo culposo:
· Conduta;
· Inobservância de um dever objetivo de cuidado;
· Resultado;
· Nexo causal;
· Previsibilidade;
· Tipicidade.
2. FATO TÍPICO
O fato típico é a ação humana que se adequa especificamente ao elemento descrito na lei penal. Ao contrário, se encontra o fato atípico que é a conduta que não preenche os requisites descritos no tipo penal. O fato típico é fundamental para a criação de um crime, devendo ele ser observado primeiramente para só depois serem observados os outros elementos do crime, pois sem ele não há um conduta que necessite da tutela do direito penal. O fato típico tem seus elementos necessários, para que na falta de um deles a conduta seja considerada atípica, sendo eles a conduta, o resultado, a relação de causalidade ou nexo causal e a tipicidade. (DAMÁSIO, 2013).
A conduta é o primeiro element do fato típico, e pode ser considerada a ação e comportamento humano. No direito penal brasileiro a conduta é exclusiva de pessoa física e não de pessoa jurídica, não podendo essa realizer infração penal, salvo contra os crimes ambientais, em que a pessoa jurídica pode ser polo ativo de uma conduta delituosa. A conduta humana pode ser tanto ativa comissiva quanto passive, enquadrando-se ainda em dolosa ou culposa. (GREGO, 2011).
No ordenamento jurídico brasileiro o código penal não define um conceito sobre a conduta, ficando essa missão para a doutrina. Por sua vez, os autores criaram algumas teorias a respeito da definição da ação e omissão.
A primeira teoria que define a conduta é a da ação. Von Liszt, um dos fundadores desse pensamento dizia que a ação é um movimento corpóreo voluntário que causa modificação no mundo exterior, criada pela vontade de uma ação ou omissão voluntária. 
‘’Em síntese, a vontade é a causa da conduta, e a conduta é a causa do resultado. Não há vontade no tocante a produção do resultado. O elemento volitivo, interno, acarreta um movimento corporal do agente, o qual, objetivamente, produz o resultado.’’ (MASSON, p.245).
A teoria da ação foi alvo de diversas críticas pela sua definição de ação, embasado nas ciências naturais, conseguia explicar a ação, mas pecava em tentar definir a omissão que igualmente está enquadrada dentro da conduta.
A segunda teoria criada para definir a conduta foi a finalista. Seu principal idealizador foi Welzel, tem como alicerce a ideia de que o homem é um ser consciente e responsável pelas suas ações, por isso o direito não pode interferir em determinados atos causais, mais apenas nas ações especificas que levavam a um fim. Para o finalismo a conduta é uma atitude humana, consciente e voluntária destinada a um final. A conduta comissiva ou omissiva pode ser tanto contraria como conforme o ordenamento jurídico, a depender do elemento subjetivo, sendo o dolo ou a culpa.
A terceira é a teoria social, criada para complementar tanto a teoria da ação como a teoria final, pois segundo Johannes Wessels tais teorias eram insuficientes para conceituar a conduta. Segundo essa teoria um aspecto fundamental para conceituar a conduta seria o aspecto social. Assim pela liberdade proporcionada ao ser humano, de acordo com a situação, seria socialmente relevante que a conduta afetasse a relação com a sociedade em que está inserido.
‘’De acordo com a teoria social da ação, conforme preleciona Daniela de Freitas Marques, o conceito jurídico de comportamento humano é toda atividade humana social e juridicamente relevante, segundo os padrões axiológicos de uma determinada época, dominada ou dominável de vontade.’’ (GRECO, p.149).
As condutas podem ser comissivas ou omissivas. As comissivas, também chamada de ação é o movimento humano que gera alguma mudança no mundo externo, a omissão em contrapartidaé toda falta de ação necessária que desencadeia uma mudança no mundo externo. Além disso, as condutas podem ser classificadas em dolosas ou culposas. O dolo é toda vontade humana geradora de um resultado, enquanto a culpa a falta de uma vontade que gerou o resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Existem, ainda, hipóteses da exclusão da conduta, sendo elas o caso fortuito e a forca maior, atos ou movimentos reflexos ou coação física irresistível. O caso fortuito e a força maior são os casos em que não há previsibilidade além de ser inevitável, não estando no alcance da vontade humana. Os atos ou movimentos reflexos são as reações motoras causadas excitação dos sentidos, em que determinada ação é realizada sem a vontade do agente, como o sonambulismo ou hipnose. A coação física irresistível e quando o indivíduo não tem liberdade em suas ações sendo forçado fisicamente a realizar uma ação.
O segundo elemento do fato típico é o resultado. Pode ser encontrada a nomenclatura evento como sinônimo de resultado, embora tenham significados diferentes podem assim ser, mas no direito brasileiro existe a preferência pela palavra resultado. O resultado nada mais é do que a modificação no mundo exterior, causada pela conduta de um indivíduo. Embora a própria conduta já faça tal mudança, o resultado é a transformação criada pela conduta com seus efeitos, como explica Damásio de Jesus.
‘’É certo de que a própria conduta já constitui modificações no mundo exterior. Todavia, o resultado é a transformação operada por ela, é o seu efeito, dela se distinguindo.’’ (DAMASIO, p.283).
O resultado pode ser dividido em duas espécies, jurídico ou normativo. O resultado jurídico é toda a lesão ou perigo de lesão de um bem juridicamente tutelado pela lei, ou seja, é a mera desobediência a lei penal que vai gerar o resultado. O resultado naturalístico, também chamado de material, é a mudança no mundo exterior causada pela conduta do agente. Toda infração penal tem resultado jurídico, pois sempre há um bem jurídico que está sendo violado, mas nem sempre tem o resultado naturalístico que é derivado de um crime material.
O terceiro elemento do fato típico é o nexo causal. É a ligação entre a conduta realizada pelo sujeito e o resultado que foi gerado pela ação, ou seja, só se pode imputar sanção a uma pessoa se ela tiver gerado o resultado. O ordenamento jurídico brasileiro aderiu a teoria da conditio sine qua non, também chamada de teoria da equivalência dos antecedentes, em que a ação comissiva ou omissiva será considerada, sendo que sem ela o resultado não aconteceria. Através dessa teoria deve-se analisar o crime do resultado para trás, para se chagar no que o causou.
Conquanto tudo que acontecer para o delito possa ser tido como causa, sendo esta superveniente e, por conta própria criou o resultado, não poderá ser imputado ao sujeito, visto que a ocorrência do fato não está ao alcance do agente causador. Para essas situações o código penal acolheu a teoria a teoria da causalidade adequada, não mais a da equivalência dos antecedentes.
Nos crimes classificados como de mera conduta ou os formais, em que não necessita da existência do resultado, não há o nexo de causalidade, pois este só ocorre como ligação entre a causas e o resultado. Se tais delitos não encontram resultado obviamente haverá relação causal.
Existem as causas dependentes e independentes no nexo causal. As causas dependentes são todas as que tiveram relação direta com o agente e o resultado, ou seja, a causa dependente não elimina o nexo causal, pois depende da ação do sujeito, existindo dependência entre os fatos, sendo que sem um o outro também não aconteceria. Já nas causas independentes não há relação causal entre o agente que realiza a ação com o resultado gerado, pois este se deu de maneira isolada, independente e de forma inesperada.
As causas absolutamente independentes são aquelas que desvinculam completamente a ação ou omissão realizada pelo agente com o resultado, senso a própria causa criadora do evento. As causas independentes absolutas podem ser subdivididas em três, sendo elas preexistentes, concomitantes ou supervenientes. As preexistentes, também chamada de estado anterior é aquela que existe antes da ação delituosa, ou seja, mesmo sem a interferência do agente o resultado ia se concretizar. A concomitante por sua vez se dá no mesmo momento da ação do sujeito ativo do crime, o resultado ocorre de forma inesperada juntamente com a ação do agente. Já a superveniente ocorre depois da ação do agente, mas o seu resultado não tem relação com a ação empregada pelo sujeito.
Já as causas relativamente independentes ocorrem justamente pela ação do agente. A preexistente, a agente prática primeiramente a ação que leva a um resultado, e a concomitante, que juntamente com a causa independente gera um resultado, o agente responderá pelos atos já praticados, respeitando a teoria da equivalência dos antecedentes. A causa superveniente relativamente independente pode se dar de duas formas, em que produzem o resultado por si só, respondendo o agente pelos atos já praticados, e os que não produzem por si só, adendo a teoria da causa adequada, é quando a causa não é mais fato que criou o resultado, mas passa a ser unicamente a conduta própria.
O quarto elemento do fato típico é a tipicidade. Tipicidade nada mais é do que a adequação de uma conduta humana com relação a lei, se encaixados todos os itens comuns entre o fato no mundo real com o que a lei descreve haverá a tipicidade, que pode ser dividida em duas formas. Tipicidade material é toda ação humana que se adequa ao modelo descrito no tipo penal. A tipicidade material, por sua vez é toda a conduta humana que fere ou põe em perigo de lesão algum bem jurídico tutelado, ou seja, não basta que uma conduta esteja perfeitamente enquadrada ao tipo penal, mas necessita que essa ação tenha relevante valor jurídico em obediência ao princípio da intervenção mínima. 
A adequação típica é o método pelo qual se conecta a conduta do agente com o modelo descrito em lei, e a adequação típica pode se dar de duas formas, imediata e mediata. A tipicidade imediata é aquela que se enquadra diretamente no tipo penal, não necessita de outros recursos para que seja adequada a tipicidade. Já a tipicidade mediata é aquela que exige recursos, geralmente encontrados na parte geral do código penal. É o que ocorre com a tentativa, em que acontece uma ampliação temporal sendo analisado o período antecedente a consumação, também encontrada na participação, que busca não só o autor mas todos que tiveram relação com o fato, e também nos crimes omissivos impróprios, que busca aqueles que devendo agir não o fizeram.
3. CONDUTA
Para configurar um fato típico, é necessário que a conduta do agente seja voluntária, isto é, dominada ou dominável pela vontade, e que seja dolosa ou culposa. Os comportamentos involuntários ou que não possuem dolo ou culpa não caracterizam fato típico.
            O dolo e a culpa estão previstos no artigo 18 do Código Penal, in verbis:
Art. 18 - Diz-se o crime:
 I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
 II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
            O dolo pode ser Direto ou Eventual.
Considera-se Dolo Direto, quando o agente produz o resultado criminoso intencionalmente, com vontade de fazê-lo. Nesse sentido, o Direito Penal brasileiro adotou a Teoria da Vontade.
Já no Dolo Eventual, o agente não quer o resultado, mas pode prevê-lo e, mesmo assim, assume o risco de produzi-lo. Desta forma, o Direito Penal brasileiro adotou a Teoria do Assentimento.
No crime culposo, o agente tem a previsibilidade do resultado e produz o crime por inobservância do dever de cuidado, isto é, por imprudência, negligência ou imperícia.
            O Código Penal, no artigo 19, também prevê os chamados crimes preterdolosos. Nesses crimes, temos o fato criminoso com dolo no antecedente e culpa no conseqüente: o agente inicia a condutacriminosa dolosamente, esperando um resultado, mas produz um resultado criminoso além do que pretendia, de forma culposa.
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.
            São exemplos de crimes preterdolosos, os previstos nos artigos 129, §3º e 213, §2º.
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§2º  Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
 Por fim, conforme previsto no artigo 18, parágrafo único, todo crime é previsto na forma dolosa, mas não necessariamente o será na forma culposa, sendo certo que os crimes culposos dependem de previsão expressa nos tipos penais para serem configurados.
CP, Art. 18, Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
4. TIPOS DE CONDUTA
A conduta do Fato Típico pode ser Comissiva, Omissiva ou Comissiva por Omissão.
Os crimes comissivos são aqueles em que o fato típico define como conduta criminosa uma ação, isto é, um comportamento positivo, como matar, estuprar, furtar etc.
 Por outro lado, os crimes omissivos são os que o modelo de conduta definido pelo fato típico indica um comportamento negativo, ou seja, um “não fazer”, como, por exemplo, a omissão de scorro.
  Nos crimes comissivos por omissão, ou omissivo impróprio, o agente, através de uma omissão produz um resultado criminoso comissivo, isto é, um crie de ação. Neste caso, o omitente é garantidor e possui o dever jurídico de agir para evitar o resultado, sendo certo que a sua omissão é a causa do resultado criminoso configurado, como, por exemplo, o pai que deixa de salvar o seu filho, mesmo tendo condições de fazê-lo.
            O §2º do artigo 13 do Código Penal traz as hipóteses em que colocam as pessoas na posição de garante ou garantidor. Sendo assim, estas possuem o dever jurídico de agir para evitar um resultado criminoso.
 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
        a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
        b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
  c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
5. RESULTADO
Existem duas classificações do resultado do Fato Típico, a saber: Naturalístico e Jurídico. No Brasil, adota-se a Teoria do Resultado Naturalístico.
Ocorre o resultado naturalístico quando o fato típico praticado produz uma alteração no mundo dos fatos, como nos artigos 121 e 157. O resultado naturalístico gera, necessariamente, um resultado jurídico.
Art. 121. Matar alguém:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
 Nem todo crime possui resultado e, consequentemente, não produz um resultado naturalístico. Por exemplo, o crime de violação de domicílio, que se caracteriza somente pelo fato do agente entrar e permanecer em casa alheia sem autorização.
A doutrina classifica três espécies de crimes:
a) crimes materiais - São os crimes de resultados, ou seja, consumam-se com o resultado naturalístico. Ex: Homicídio, Sequestro, etc.
b) crimes formais - A lei prevê um resultado mas não exige que ele ocorra para que haja a consumação do crime, ou seja, o resultado naturalístico não é relevante, pois o crime se consuma antes. Ex: Extorsão mediante sequestro, pois, o resultado é a obtenção de uma vantagem econômica, no entanto, a consumação do crime ocorreu no momento que houve o sequestro.
c) crimes de mera conduta - Totalmente sem resultado previsto na lei, pois, o resultado naturalístico não ocorre. Ex: violação de domicílio, crime de desobediência. 
Na Teoria Jurídica ou Normativa, o resultado da conduta é a lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal. O delito sem evento constituiria conduta irrelevante para o Direito Penal, pois o que tem importância é a lesão jurídica, e não qualquer conseqüência natural da ação.
Em suma, enquanto que para os adeptos da teoria naturalista existe crime sem resultado, para os adeptos da teoria jurídica ou normativista o resultado é elemento do delito.
 O crime impossível, previsto no artigo 17 do Código Penal, não traz resultado naturalístico ou jurídico. Por isso, é considerado fato atípico, isto é, não configura crime.
 Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
                       Se a conduta praticada pelo agente produz uma consequência desprezível sobre o bem jurídico, por aplicação do princípio da insignificância ou da bagatela, apesar de haver um resultado naturalístico, mesmo que insignificante, poderá não haver resultado jurídico na conduta.
6. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (NEXO CAUSAL)
A Relação de Causalidade, ou nexo causal, é prevista no artigo 13 do Código Penal e significa a relação de causa e efeito entra a conduta do agente e o resultado, tendo em vista que este só é imputável a quem lhe deu causa. Sendo assim, a Relação de Causalidade é a “ponte” entre a conduta do agente e o resultado produzido.
            É considerado causa do crime, toda ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
            De acordo cm o §2º do artigo 13, a omissão é penalmente relevante e possui relação de causalidade como o resultado quando o agente é garante e sua omissão é a causa do resultado criminoso. (Ver crimes comissivos por omissão)
 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
        a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
        b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
        c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
7. PRINCÍPIOS DE CULPABILIDADE
Diferentemente da responsabilidade civil, que pode ser objetiva, a responsabilidade penal será sempre subjetiva. Portanto, somente quem praticou a conduta poderá responder ao crime, sendo necessário que a conduta seja dolosa ou culposa.
8. TEORIA CONDITIO SINE QUA NON
De acordo com a Teoria Conditio sine qua non, a fim de evitar que a cadeia causal vá até o infinito, devemos analisar as condutas que colaboram com o resultado, tendo em vista o dolo ou a culpa, que efetivamente colaboraram para a ocorrência do fato típico criminoso.
9. TIPICIDADE
A tipicidade significa a adequação d fato praticado pelo agente com um dos tipos penais previstos na legislação. Portanto, se a conduta não estiver prevista, logo, será considerada como atípica.
Para configurar o fato típico, é necessário que estejam presentes a tipicidade formal e material. Enquanto esta é a efetiva lesividade da conduta sobre o bem jurídico, aquela é a mera adequação da conduta a um tipo penal.
10. TIPICIDADE CONGLOBANTE
De acordo com a teoria da Tipicidade Conglobante, para que ocorra o fato típico, é necessária a caracterização da tipicidade formal e da tipicidade material.
Se a conduta possui apenas uma espécie de tipicidade, conclui-se que o fato é atípico, como, por exemplo, nas hipóteses de incidência do princípio da insignificância.
11. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
Pelo princípio da adequação social, não considera-se fato típico aqueles comportamentos que sãosocialmente aceitos.
Assim, por exemplo, furar a orelha de um recém nascido ou colocar uma criança de castigo não configuram crimes de lesão ou de maus tratos, respectivamente.
12. CONCLUSÃO
De acordo com o princípio da exteriorização ou materialização do fato, ao Direito Penal só interessam fatos humanos, pouco importando os acontecimentos da natureza dos quais não participa o homem. Entretanto, nem todos os fatos humanos estão na mira do Direito Penal, mas somente aqueles indesejados pelo meio social, não reprovados de forma eficaz pelos demais ramos do Direito e que provocam relevante e intolerável lesão ao bem jurídico. Havendo um fato humano, indesejado, consistente numa conduta causadora de um resultado, ajustando-se a um tipo penal, temos não um simples fato, mas um fato tipicamente penal (fato típico). Fato típico, portanto, pode ser conceituado como a ação humana, antissocial, que, vinculada ao princípio da intervenção mínima, consiste numa conduta produtora de um resultado que se subsume ao modelo de conduta proibida pelo Direito Penal, seja crime ou contravenção penal. Desse conceito extraímos os elementos: conduta, nexo causal, resultado e tipicidade.
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SITE JURÍDICO. São elementos do fato típico: conduta, resultado, nexo causalidade e antijuricidade. Disponível em https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2021/05/06/sao-elementos-fato-tipico-conduta-resultado-nexo-de-causalidade-e-antijuridicidade/
JUSBRASIL. O que se entende por fato típico e quais elementos o compõem? Disponível em https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2489932/o-que-se-entende-por-fato-tipico-e-quais-elementos-o-compoem-denise-cristina-mantovani-cera
GRAN CURSOS. Teoria do crime – Fato típico. Disponível em file:///C:/Users/aj.msantos/Downloads/16660935-teoria-do-crime-fato-tipico%20(3).pdf
BRASIL ESCOLA. Tipicidade e Tipo Penal. Disponível em https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/tipicidade-tipo-penal.htm
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