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Redes de Atenção à saúde

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REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE (RAS)
Então agora não é mais o SUS, é RAS? Não, é só uma nova perspectiva pra esse sistema tão complexo de saúde que é o SUS, já que hoje em dia cerca de 80% da população do Brasil é SUS-dependente. Então o objetivo da RAS é permitir o acesso à toda essa população, facilitando o atendimento; é importante entender que o SUS passou por toda uma evolução ao longo do tempo, começamos tendo o PSF que se tornou ESF e hoje já temos a Rede de Atenção Básica que visa esse acesso/contato mais próximo com o paciente. 
Em 2011 a revista The Lancet lançou uma edição em que ela aponta o avanço do SUS ao longo dos anos como: AIDS, Tuberculose, Transplantes, Tratamento oncológico, Vacinação (PNI) e Vigilância (sanitária e epidemiológica). O Brasil é o único país com mais de 200 milhões de habitantes que possui um sistema universal, público e gratuito de saúde; é necessário compreender que diversos problemas são inerentes a esse sistema em vista da sua complexidade e abrangência.
No mundo existem dois grandes modelos de sistemas de saúde: Estado de bem-estar social e o Estado mínimo. O estado de bem-estar social é onde o Estado se apresenta de forma mais presente, rompe com o ideário do liberalismo clássico onde “não há equilíbrio entre o capitalismo e o mercado”, então o Estado tem que se colocar presente e protagonizar as ações de saúde protegendo o seu cidadão. Em contrapartida temos o Estado mínimo onde eles protegem somente os cidadãos mais vulneráveis e aqueles que possuem condições devem buscar a iniciativa privada para satisfação das suas necessidades.
O Brasil optou pelo estado de bem-estar social, então na constituição de 1988 em seu artigo 196 é garantido o direito à saúde à toda a população brasileira. Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) existem duas grandes vertentes: Princípios doutrinários e Princípios organizacionais 
Princípios doutrinários 						Princípios Organizacionais
Universalidade							Descentralização
Integralidade							Regionalização
Equidade							Hierarquização	
								Integração
								Participação Popular
· Princípios Doutrinários
Universalidade: Pois é para todos os cidadãos, ou seja, todos têm direito a utilizá-lo
Integral: Entende a pessoa como um todo, um ser biopsicossocial, sendo uma das grandes justificativas para podermos inserir a saúde bucal na saúde pública
Equidade: Cuidar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior
· Princípios Organizacionais
Regionalização e Hierarquização: Os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, com definição e conhecimento da população a ser atendida.
Processo de articulação entre os serviços que já existem
Divisão dos níveis de atenção – RAS
Garantir acesso a serviços de acordo com a complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região.
Descentralização e Comando único: Redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades
Participação Social: Garantia constitucional de que a população participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. Conselhos e Conferências de Saúde
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
Bertrand Dawson em 1920 já falava que a saúde só podia ser assegurada mediante uma combinação de esforços, ou seja, precisava de uma articulação entre os serviços. Em seu relatório ele já traz uma perspectiva desse arcabouço de rede para que tenhamos um serviço integrado.
Dentre os princípios do SUS a gente percebe que para que o sistema em rede funcione, a regionalização é fundamental, porque muitas vezes temos um município pequeno e outro maior, então trabalhar somente dentro do município não vai ser suficiente. Por exemplo: um município pequeno não precisa ter uma UTI neonatal em virtude de sua população, mas precisa garantir às gestantes o atendimento, desde que garanta o transporte das gestantes a um município vizinho que ofereça esse serviço.
A transição demográfica com o envelhecimento da população, fez com que houvesse a necessidade de repensar o SUS e isso mudou as estratégias de atendimento à população. Além disso, a transição nutricional é responsável por várias comorbidades na população brasileira, como o sobrepeso e a obesidade que contribuem fortemente para a hipertensão arterial e a hiperglicemia. 
Além disso, a taxa de urbanização brasileira mudou muito com o passar dos anos. Hoje a população urbana é muito maior que a população rural; até cidades pequenas já possuem pouca área rural, a qual foi tomada pela área urbana. 
Mendes, em 2011 traz o conceito da tripla carga de doenças em que ocorre o aumento das doenças crônicas, o aumento (embora menor) das doenças infectocontagiosas e o aumento da violência urbana.
Pensando no SUS, a Atenção Primária à Saúde (APS) é protagonista, ela se divide em dois grandes núcleos: atributos essenciais (acesso 1º contato, integralidade, longitudinalidade {vínculo paciente-profissional} e coordenação {cuidado correto para que o paciente não se perca entre profissionais}) e atributos derivados (orientação familiar, orientação comunitária e competência cultural). 
A questão da coordenação no tratamento do paciente com câncer bucal é um grande problema, pois muitas vezes o paciente se perde entre a atenção primária e o atendimento especializado, então cabe ao profissional saber se o paciente foi ao atendimento no CEO, se o paciente está realizando o tratamento e, se possível, realizar visitas domiciliares para acompanhar esse paciente; o que correlaciona com a longitudinalidade do vínculo entre o profissional e o paciente.
Atenção primária é a porta de entrada e interligação com os outros pontos da REDE; é resolutiva para 85% a 90% das necessidades dos usuários; INTEGRALIDADE na atenção (prevenção, promoção, cura, reabilitação, demanda espontânea e demanda agendada); apoio matricial com especialistas. É importante que o contato entre a atenção básica e a especializada mantenham extremo contato, pois não adianta eu ter um estomatologista na minha REDE que eu não conheço e não adianta o estomatologista ficar somente aguardando o encaminhamento da atenção básica e não conhecer a realidade vivida por lá, é necessário que haja um diálogo entre ambos além de uma capacitação permanente.
O que são as Redes de Atenção à Saúde (RAS)? São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde poliárquico (multiprofissional), de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, sistemas de apoio logístico e sistemas de apoio à gestão buscam garantir a integralidade do cuidado. São pessoas de diferentes áreas articulando conhecimentos e competências para garantir que o atendimento seja de fato integral.
As RAS têm como características: Organizadas por critérios de eficiência; Integradas a partir da complementaridade; Objetivadas pela provisão de atenção contínua e integral; Construídas mediante o planejamento e financiamento tripartite; Voltadas para as necessidades populacionais. 
 População e as regiões de saúde
Exigem a construção social de territórios/população; a população de responsabilidade das RAS vive em territórios singulares, organiza-se socialmente em famílias e é cadastrada e registrada em subpopulações por riscos sociosanitários; não basta o conhecimento da população total, ela deve ser segmentada, subdividida em subpopulações por fatores de risco e estratificada por riscos em relação às condições de saúde estabelecidas.
Atenção Secundária/Média complexidade: É um fator importante no atendimento da atenção básica, pois através dos sistemas logísticos haverá uma integração entre ambas. 
Atenção Terciária/Alta complexidade: Acaba ficando muito isolada, necessita de melhores mecanismos de trocas/integração, para isso devem ser alocados de acordo com a necessidade das micro e macrorregiões.Devem responder às condições agudas ou agudização das condições crônicas. 
Por conta dessas “individualizações” entre as atenções primária, secundária e terciária, o profissional precisa demonstrar cuidado com o paciente, então por vezes uma visita domiciliar é tão importante, pois o paciente precisa se sentir acolhido, sentir que você está apostando nele, apostando na melhora/cura dele, principalmente porque a atenção secundária e atenção terciária não são tão próximas à residência do paciente, então ele leva 2-3 horas para fazer um tratamento “rápido” e não vão querer investir mais tempo numa visita ao profissional da atenção básica, por essa razão a visita domiciliar vai ser tão importante no tratamento.
O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o funcionamento das RAS, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definido em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográfica e epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade.

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