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ITU Pediatria 1 ITU Pediatria Caso: Menina de 2 anos de idade com história de febre alta, recusa alimentar e dor abdominal. Sem histórico de internação. Bebe líquidos normalmente. Ao exame físico: BEG, eutrófica, eupneica, febril, hidratada. AR e ACV sem alterações. Dor abdominal em flancos à palpação profunda. Sem outras alterações percebidas no exame físico. Retorno no dia seguintes com resultado de urina EAS com piúria acentuada, nitritos + e hemograma com leucocitose e com aumento de segmentados. PCR elevado. Aguardando urocultura com antibiograma. Diagnóstico: provavél pielonefrite. Aguardamos o resultado da urocultura? Não. Iniciamos com antibioticoterapia e sintomáticos. Quando internar essa criança? Não internamos, a não ser que haja comprometimento do estado geral. ITU Pode ser: Alta: parênquima renal (pielonefrite) Baixa: bexiga (cistite) Complicações tardias Cicatriz renal, HAS, IRC Epidemiologia: ITU Pediatria 2 Meninos < 1 ano Depois a incidência diminui e fica mais prevalentes em meninas (não diminui a incidência nelas) Recorrência: 30% dos casos no primeiro ano, 50% dos casos nos próximos 5 anos Apresentação clínica: varia de acordo com a faixa etária e localização da ITU e pode ser assintomática também Sintomas mais específicos do TU: disúria, polaciúria - mais característica da ITU baixa RN: anorexia, ganho insuficiente de peso, hipoatividade, irritabilidade, vômitos Lactentes: febre, vômitos, dor abdominal, diminuição de apetite, ganho insuficiente de peso Pré-escolares e escolares: começam os sintomas mais específicos quando ITU baixa + sintomas gerais de febre, dor abdominal Adolescentes: sintomas mais específicos Quadros com maior acometimento do estado geral: calafrios, dor abdominal - mais relacionada a pielonefrite A pielonefrite incide mais em crianças menores de um ano e diminui gradativamente quando se aproxima da idade escolar, mas está presente em qualquer idade. Em crianças menores pode ter icterícia. Fatores que influenciam a apresentação clínica: Estado nutricional Presença de alterações anatômicas do TU Número de infeccções anteriores Intervalo de tempo do último episódio infeccioso Diagnóstico: Exame Físico: Crescimento ponderoestatural ITU Pediatria 3 Desenvolvimento neuropsicomotor Punho-percussão lombar: se dor, Giordano + Palpação das lojas renais: aumento do volume renal (hidronefrose) Exame da genitália externa: importante para DD Laboratorial Tipos de coleta: depende do controle esfincteriano Se controla: coletar o jato médio Se não controla: Punção suprapúbica (geralmente feita quando há dúvida no diagnóstico) Cateterismo vesical Saco coletor (problema: falso-positivo frequente) Interpretação dos resultados: Urina EAS é importante pra instituir tratamento preoce Piúria e nitrito positivo (qual dos dois indica?): bac gram ⇒ escherichia coli PCR e aumento de segmentados ⇒ a favor da pielonefrite Urocultura: padrão-ouro Contagem formadoras de colônias na cultura Bacterioscopia de urina Hemograma Causas: A maioria das ITU é causada por bacilos gram - aeróbicos, as enterobactérias. Escherichia Klebsiella Enterobacter ITU Pediatria 4 Citrobacter Proteus (ph mais alcalino) Serratia Tratamento: Temos que Erradicar o agente infeccioso Fazer estudo morfofuncional do TU: para identificar anomalias funcionais e anatômicas do trato urinário Reconhecer os pacientes de alto risco de lesão renal: crianças < 1 ano, ITU de repetição, refluxo ureteral, atraso no tratamento maior que 72hrs, malformações com caráter obstrutivo Aliviar os sintomas Prevenir recorrência Opções por antibióticos via oral: Sulfametoxazol + trimetroprim 2x Cefadroxil 2x Cefalexina 4x ácido nalidíxico 4x Amoxicilina + clavulanato 2x Opções de atb por via parenteral: Ceftriaxona 50 a 100 mg EV ou IM 1-2x Gentamicina 7,5 EV ou IM 3x Amicacina 15 EV ou IM 1-2x Profilaxia: Indicada em: Durante a investigação do TU após primeiro episódio de ITU ITU Pediatria 5 Quando há diagnóstico de anomalias obstrutuvas do TU até a realização de correção cirúrgico Na presença de refluxo vesicoureteral de graus III a V Crianças que tem recidivas frequentes de ITU, mesmo com estudo morfofuncional do TU dentro da normalidade. Nesse caso, usa-se por um período de 6 a 12 meses, podendo, quando necessário, prolongar o tempo de uso Avaliação Morfofuncional do TU: Identificar condições predisponentes da infecção e das recidivas, avaliar a presença de lesão renal e estabelecer conduta que possa prevenir o surgimento da lesão renal ou o seu agravamento, visando ao melhor prognóstico para o paciente Alguns autores recomendam em todas ITUs febris Outros até 3 anos de idade em ambos em sexos Casos com suspeita de pielonefrite Exames de imagem: US Trato Urinário, UCM, Urografia Excretora, RM, Exames de Medicina Nuclear - Cintilografia (Padrão-Ouro) ITU comprovada = ITU bem documentada Internação = todo neonato, depois disso só se houver comprometimento do estado geral. ITU Pediatria 6 Material baseado na aula da Prof. Suely e Tratado de Pediatria