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EMBARGOS EXECUÇÃO FISCAL GESTOR

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AO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA MM. ...VARA DA JUSTIÇA FEDERAL- 
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ........ 
 
 
 
 
 
Processo nº 
 
 
FULANO DE TAL, (qualificação completa e 
endereço) por sua advogada e procuradora infra-firmada, incluso 
instrumento de mandato, com escritório profissional na Rua .....(endereço 
completo), vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência 
propor 
 
 EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL 
 
 em face de UNIÃO FEDERAL, através da Procuradoria da Fazenda 
Nacional situada na Rua ... (endereço completo), pelos motivos de fato e 
de direito a seguir aduzidos. 
 
1. TEMPESTIVIDADE 
Conforme preconiza o artigo 16, da Lei n.° 
6.830/80 (LEF), o prazo para embargar as execuções fiscais é de 30 (trinta) 
dias, contados "da intimação da penhora". 
Segundo o entendimento majoritário dos 
tribunais superiores, após o advento do CPC/2015 o prazo da Execução 
Fiscal conta-se em dias úteis eis que a LEF trouxe em seu artigo 1º, 
esclarecimento expresso no tocante à aplicabilidade subsidiária do Código de 
Processo Civil: 
“Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias 
será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo 
Civil.” 
 Dispondo o Código de Processo Civil de 
forma expressa, em seu artigo 219, que os prazo processuais serão 
contados em dias úteis. Sendo a LEF silente em tal sentido, a aplicação do 
art. 219 do CPC/15, no que se refere à contagem dos prazos processuais, 
torna-se plenamente cabível, afastando-se qualquer outro entendimento 
divergente. 
 Nesse sentido é a atual e iterativa 
jurisprudência dos tribunais pátrios: 
EMBARGOS A EXECUÇÃO. PRAZO PARA 
OFERECIMENTO. CONTAGEM SOMENTE DIAS 
ÚTEIS. ALTERAÇÃO INTRODUZIDA PELO NCPC. 
NORMA SUBSIDIÁRIA DE APLICAÇÃO IMEDIATA. 
TEMPESTIVIDADE DOS EMBRAGOS. SENTENÇA 
REFORMADA. 1. O artigo16 da Lei nº 6.830/80 
não determina a forma de contagem do prazo de 
30 dias para oferecimento de embargos à 
execução. 2. Dado o caráter de fonte subsidiária 
do CPC (art.1º da Lei 6.830/80), a alteração 
introduzida pela Lei n. 13.105/2015 inaugurou 
uma nova modalidade de contagem de prazos 
processuais apenas em dias úteis. 3. Apelação 
provida. TRF-3 AP 00036610620164036111 SP. 
Data Publicação: 26/10/2017. 
EMBARGOS A EXECUÇÃO FISCAL. 
TEMPESTIVIDADE PRAZO EM DIAS ÚTEIS. 
APLICAÇÃO DO ART.219, CAPUT DO CPC 1. O 
prazo de trinta dias para oposição do embargos à 
execução fiscal tem início com a efetiva 
intimação da penhora do executado. 2. Esta Corte 
tem entendido que por força da aplicação 
subsidiária do CPC à lei de execução fiscal , o 
prazo processual de 30 dias para oferecimento 
dos embargos deve ser computado em dias úteis, 
nos termos do art. 219, caput do CPC. 3. Apelação 
provida. TRF-4 AC 50233015920174047200 SC. 
Data publicação: 24/07/2019 
Ora, no caso em análise a penhora se deu no 
dia 23 de agosto último, iniciando-se, portanto a contagem do prazo no 
dia útil imediatamente seguinte - 26 de agosto de 2019. 
Em face disto, e considerando a exclusão 
dos finais de semana e feriados do período, quando não houve expediente 
forense, ter-se-á que o prazo efetivamente se encerra nesta data - 07 de 
outubro de 2019. Sendo os presentes embargos tempestivos. 
 
2. BREVE SÍNTESE 
Trata-se de execução de título executivo 
fiscal, na qual alega o Exequente a existência de débitos fiscais contra a 
pessoa jurídica..., recaindo sobre o Executado acima identificado, 
perfazendo o montante, atualizado, de R$ 1.060.418,88 (hum milhão e 
sessenta mil quatrocentos e dezoito reais e oitenta e oito centavos), tal 
valor seria oriundo de dívidas previdenciárias junto a referida instituição 
educacional. O fundamento para o redirecionamento da dívida 
previdenciária em desfavor do Executado Embargante seria a suposta 
dissolução irregular, por não ter a pessoa jurídica atualizado o cadastro 
junto ao fisco, órgão arrecadador, e assim prejudicando a satisfação do 
crédito tributário e permitindo em tese a dilapidação do patrimônio. 
Entretanto, o título apresentado não se 
mostra exigível para com o Embargante, pois nunca agiu com dolo ou 
praticou fraude, como será cabalmente demonstrado no decorrer desta 
peça, motivo pelo qual necessária se faz a apresentação dos presentes 
Embargos à Execução. 
3. PROCESSO EM CARGA AO LEILOEIRO 
Conforme se depreende nos autos, o prazo 
do Embargante para apresentar defesa expira em 07.10.19, e desde o dia 
17.09.19 os autos físicos estão em carga, prejudicando a defesa do 
Embargante. 
A falta de acesso aos autos para fazer a 
defesa do seu cliente afeta o próprio exercício profissional, se não 
vejamos o que dia o Código de Processo Civil: 
Art. 107. O advogado tem direito a: 
I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, 
mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, 
independentemente da fase de tramitação, assegurados a 
obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na 
hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado 
constituído terá acesso aos autos; 
II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer 
processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; 
III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo 
legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação 
do juiz, nos casos previstos em lei. 
§ 1o Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro 
ou documento próprio. 
§ 2o Sendo o prazo comum às partes, os procuradores 
poderão retirar os autos somente em conjunto ou mediante 
prévio ajuste, por petição nos autos. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, é lícito ao procurador retirar os 
autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 
(seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuízo da 
continuidade do prazo. 
§ 4o O procurador perderá no mesmo processo o direito a 
que se refere o § 3o se não devolver os autos 
tempestivamente, salvo se o prazo for prorrogado pelo juiz. 
 Desta feita, o advogado do Embargante foi 
restringido no direito como profissional, e em consequência prejudicando 
involuntariamente a defesa da parte Embargante, pelo que requer a 
renovação do prazo legal, em nome de um bem maior, sob pena de 
irreparabilidade processual. 
4. PRESCRIÇÃO 
A ação para cobrança do crédito tributário 
prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. 
No presente caso a constituição definitiva do crédito tributário deu-se 
com a citação da Executada efetuada em 
 
No caso em tela, os débitos fiscais 
prescreveram pelo decurso de prazo entre a citação da pessoa jurídica e a 
inclusão do Embargante na lide e sua citação ocorrida apenas em 
23/08/2019. 
Conforme foi alegado acima, percebe-se 
que a matéria a aqui ventilada, está prescrita, uma vez prescrita o Estado 
perde seu direito de reaver tais cobranças, se não, vejamos; “A prescrição 
exprime o modo pelo qual o direito se extingue, em vista do interessado 
não o exercer, por certo lapso de tempo, pressupõe a existência de um 
direito anterior e a promoção de seu exercício pelo interessado, sob pena 
da inércia caracterizar-se em negligência que, em virtude da decorrência 
dos prazos estabelecidos, faz desaparecer este direito.” (MORAIS, Roberto 
Rodrigues de. MORAIS, Pablo Juan Estevam. Prescrição Tributária e 
Prescrição Intercorrente). 
 
A prescrição, em matéria tributária, está 
prevista constitucionalmente (cf. art. 146 da CF), apregoando a 
observância aos ditames previstos em lei complementar, ora excelência a 
Constituição Federal recepcionou o CTN com hierarquia de lei 
complementar. 
Observa-se na jurisprudência pátria que em 
recente julgado o STJ pacificou o marco inicial da contagem do prazo 
prescricional no redirecionamento da execução para os coobrigados: 
O ministro Napoleão Nunes Maia Filho 
determinou que os cinco anos do prazo prescricional devem ser contados 
a partir da citação da companhia executada em relação às dívidas, o 
redirecionamentoda demanda executiva para o sócio ou responsável 
tributário não interrompe ou suspende o citado prazo. 
Se não verificada a prática de atos 
concretos no sentido da cobrança do crédito tributário no decurso do 
prazo prescricional, quedando-se inerte a Fazenda Pública, fulminada 
estará a pretensão executória pela prescrição. 
 
 
5. DO CHAMAMENTO A LIDE DA EMPRESA CONTROLADORA 
 Segundo a documentação anexada a 
Executada era instituição de ensino, sem fins lucrativos criada em ..... em 
conjunto com ....................... Sendo que esta última geria e controlava o 
............, numa verdadeira coordenação horizontal caracterizando a 
responsabilidade solidária. 
 Nessa estrutura de grupo econômico de 
fato o Embargante detinha poderes limitados, somente podendo atuar em 
conjunto com .......... Importante destacar que o controle era mascarado 
sob a forma de "parceria", "assistência técnica", "convênio", etc. 
 Assim sendo, havendo a ....... atuado 
diretamente na administração econômico financeira do .... tem 
igualmente responsabilidade solidária com o débito tributário em 
questão. 
 Devendo integrar a lide e responder pelo 
débito previdenciário na qualidade de litisconsorte passivo necessário. 
Requerendo sua citação: 
Nome e endereço da empresa/entidade 
6. DA GARANTIA DO JUÍZO 
Inobstante o parágrafo 1º, do artigo 16, da 
Lei de Execuções Fiscais (LEF) estabeleça que “não são admissíveis 
embargos do executado antes de garantida a execução”, a posição 
jurisprudencial pacífica do Superior Tribunal de Justiça, inclusive 
confirmada em sede de recursos repetitivos reconheceu a possibilidade de 
oposição dos embargos à execução fiscal mediante garantia parcial da 
dívida executada. 
 
Assim, prevalecia o entendimento que para 
a oposição de embargos à execução fiscal, deveria o executado garantir, 
pelo menos parcialmente, a execução. 
 
Todavia, esse posicionamento conflitava 
com as garantias constitucionais do acesso à justiça, ampla defesa e 
contraditório. Senão vejamos: executados em estado de insolvência, que 
não disponham de patrimônio próprio, não poderiam formular defesa em 
sede de execução fiscal, ressalvada apenas, a estreita via da exceção de 
pré-executividade, nem sempre viável ou bem sucedida. 
 
As alterações legislativas do processo 
executivo extra fiscal representada pela Lei 11.382, de 6/12/2006, deram 
nova redação do artigo 736, do Código de Processo Civil de 1973, para 
determinar que “o executado, independentemente de penhora, depósito 
ou caução, poderá opor-se à execução por meio de embargos”. Entretanto 
tal entendimento não foi seguido pelo Superior Pretório. 
 
Também o CPC/2015 adotou idêntica 
redação, admitindo a interposição de Embargos a Execução 
independentemente de penhora depósito ou caução. 
 
Ocorre que, em novíssima interpretação, 
seguindo as alterações legislativas e princípios constitucionais, no último 
dia 28 de maio do corrente ano, a 1ª Turma do STJ, ao julgar o Recurso 
Especial 1.487.772/SE, decidiu de forma histórica que “deve ser afastada a 
exigência da garantia do juízo para a oposição de embargos à execução 
fiscal, caso comprovado, inequivocamente, que o devedor não possui 
patrimônio para garantia do crédito exequendo.” Cuja ementa 
transcrevemos a seguir: 
 
 
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DO 
DEVEDOR. EXECUTADO. BENEFÍCIO DA JUSTIÇA 
GRATUITA. PATRIMÔNIO. INEXISTÊNCIA. 
HIPOSSUFICIÊNCIA. EXAME. GARANTIA DO JUÍZO. 
AFASTAMENTO. POSSIBILIDADE. 1. "Aos recursos 
interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a 
decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem 
ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma 
nele prevista, com as interpretações dadas, até então, 
pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça" 
(Enunciado Administrativo n. 2 - STJ). 2. Os embargos 
são o meio de defesa do executado contra a cobrança 
da dívida tributária ou não tributária da Fazenda 
Pública, mas que "não serão admissíveis ... antes de 
garantida a execução" (art. 16, § 1º, da Lei n. 6.830/80). 
3. No julgamento do recurso especial n. 1.272.827/PE, 
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, submetido ao rito 
dos recursos repetitivos, a Primeira Seção sedimentou 
orientação segunda a qual, "em atenção ao princípio da 
especialidade da LEF, mantido com a reforma do 
CPC/73, a nova redação do art. 736 do CPC dada pela 
Lei n. 11.382/2006 - artigo que dispensa a garantia 
como condicionante dos embargos - não se aplica às 
execuções fiscais diante da presença de dispositivo 
específico, qual seja o art. 16, § 1º, da Lei n. 6.830/80, 
que exige expressamente a garantia para a 
apresentação dos embargos à execução fiscal." 4. A 
Constituição Federal de 1988, por sua vez, resguarda a 
todos os cidadãos o direito de acesso ao Poder 
Judiciário, ao contraditório e à ampla defesa (art. 5º, 
CF/88), tendo esta Corte Superior, com base em tais 
princípios constitucionais, mitigado a obrigatoriedade 
de garantia integral do crédito executado para o 
recebimento dos embargos à execução fiscal, restando 
o tema, mutatis mutandis, também definido na 
Primeira Seção, no julgamento do REsp 1.127.815/SP, 
na sistemática dos recursos repetitivos. 5. Nessa linha 
de interpretação, deve ser afastada a exigência da 
garantia do juízo para a oposição de embargos à 
execução fiscal, caso comprovado inequivocadamente 
que o devedor não possui patrimônio para garantia do 
crédito exequendo. 6. Nada impede que, no curso do 
processo de embargos à execução, a Fazenda Nacional 
diligencie à procura de bens de propriedade do 
embargante aptos à penhora, garantindo-se 
posteriormente a execução. 7. Na hipótese dos autos, o 
executado é beneficiário da assistência judiciária 
gratuita e os embargos por ele opostos não foram 
recebidos, culminando com a extinção do processo sem 
julgamento de mérito, ao fundamento de inexistência 
de segurança do juízo. 8. Num raciocínio sistemático da 
legislação federal aplicada, pelo simples fato do 
executado ser amparado pela gratuidade judicial, não 
há previsão expressa autorizando a oposição dos 
embargos sem a garantia do juízo. 9. In casu, a 
controvérsia deve ser resolvida não sob esse ângulo (do 
executado ser beneficiário, ou não, da justiça gratuita), 
mas sim, pelo lado da sua hipossuficiência, pois, 
adotando-se tese contrária, "tal implicaria em garantir 
o direito de defesa ao "rico", que dispõe de patrimônio 
suficiente para segurar o Juízo, e negar o direito de 
defesa ao "pobre". 10. Não tendo a hipossuficiência do 
executado sido enfrentada pelas instâncias ordinárias, 
premissa fática indispensável para a solução do litígio, é 
de rigor a devolução dos autos à origem para que 
defina tal circunstância, mostrando-se necessária a 
investigação da existência de bens ou direitos 
penhoráveis, ainda que sejam insuficientes à garantia 
do débito e, por óbvio, com observância das limitações 
legais. 11. Recurso especial provido, em parte, para 
cassar o acórdão recorrido. Recurso Especial nº 
1487772/SE, Rel. Ministro Gurgel de Faria, Primeira 
Turma, julgado em 28/05/2019, DJe 12/06/2019. 
 
A Constituição Federal de 1988 elenca, 
dentre os direitos do cidadão do art. 5º, o direito ao acesso ao Poder 
Judiciário, ao contraditório e à ampla defesa. Com base nesses princípios, 
o STJ decidiu por mitigar a obrigatoriedade de garantia do juízo exposta no 
§1º do art. 16 da LEF, assegurando ao executado a oportunidade de 
apresentar defesa ampla contra a execução da Fazenda Pública. 
 
O teor do Acórdão faz expressa referência 
ao direito de acesso ao Poder Judiciário, ao contraditório e à ampla 
defesa, garantias constitucionais que se sobrepõe à norma especial 
anterior ao texto constitucional, segundo o trecho do voto do eminente 
ministro relator: 
 
(...) "Portanto, é indene de dúvidas que está em pleno vigor o 
dispositivo legal da LEF que exige a garantia do juízo para a admissão 
dos embargos do devedor opostos pelo executado. Não obstanteesse 
entendimento, vendo a questão jurídica sob outro ângulo, verifica-se 
que a Constituição Federal de 1988 resguarda a todos os cidadãos o 
direito de acesso ao Poder Judiciário, ao contraditório e à ampla 
defesa (art. 5º, CF/88), tendo esta Corte Superior, com base em tais 
princípios constitucionais, mitigado a obrigatoriedade de garantia 
integral do crédito executado para o recebimento dos embargos à 
execução fiscal. E esse tema, mutatis mutandis, também foi definido 
na Primeira Seção, no julgamento do REsp 1.127.815/SP, na 
sistemática dos recursos repetitivos." 
 
Havendo o Superior Tribunal de Justiça 
consignado que durante o curso dos embargos à execução, a Fazenda 
Nacional pode realizar diligências diversas à procura de bens do 
embargante que sejam aptos à penhora. Todavia, a ausência de bens não 
pode obstar o acesso ao Judiciário. 
 
Sendo a presente execução em elevado 
valor e sendo o Embargante pessoa física hipossuficiente, requer sejam os 
presentes Embargos conhecidos independente da totalidade da garantia 
do juízo na forma do atual posicionamento do Superior Tribunal de 
Justiça. 
 
7. CARÊNCIA DE AÇÃO 
Da ilegitimidade passiva ad causam do executado 
Em flagrante atentado ao disposto na 
legislação processual civil pátria, a Embargada indicou como co-
responsável tributário o gestor da Entidade Executada:...., sendo incluído 
no polo passivo da lide o Sr. FULANO DE TAL. Segundo será demonstrado 
adiante, há flagrante ilegitimidade ad causam passiva em relação ao 
mesmo, devendo se dar a sua exclusão do pólo passivo da presente 
demanda. 
Acerca da responsabilidade tributária dos 
coobrigados: sócios, gerentes ou gestores da Pessoa Jurídica devedora, 
dispõe o artigo 135, inciso III, do Código Tributário Nacional, in verbis: 
 
"Art. 135. São pessoalmente responsáveis 
pelos 
créditos correspondentes a obrigações 
tributárias resultantes de atos praticados 
com excesso de poderes ou infração de lei, 
contrato social ou estatutos: 
[...]. 
III - os diretores, gerentes ou representantes 
de pessoas jurídicas de direito 
privado." 
 
Note-se que o dispositivo retro transcrito foi 
expresso em asseverar que os gestores e sócios da Sociedade Empresária 
inadimplente somente assumem responsabilidade pelos débitos 
tributários nas hipóteses em que se constata, no âmago de seus 
respectivos expedientes, a prática de excesso de poder ou de infração à 
lei, sendo certo que o não recolhimento de tributo, por si só, não 
configura infração legal, nem motivo de responsabilidade ilimitada. 
 
Nesse viés, diante do ajuizamento da 
demanda executiva fiscal em face do gestor, coobrigado tributário, a ele 
caberá o manejo de meio de defesa hábil à demonstração de que, a 
obrigação tributária não resultou da prática dos atos listados no 
supracitado artigo 135, do Código Tributário Nacional. 
 
No entanto, em momento algum, no curso 
do presente Processo Fiscal, a Fazenda Pública Estadual cuidou de apurar 
a prática de eventuais atos de infração à lei, ao Contrato Social ou aos 
Estatutos, efetivada pelo gestor Embargante. 
 
Merecendo destaque o fato de que o 
Embargante sequer foi notificado para tomar ciência da responsabilidade 
pessoal pelo débito da Sociedade Empresária, que lhe foi imposta. 
Inexistindo processo administrativo antecedente. 
 
Deveras, certo é que a inclusão do gestor 
como responsável tributário no feito executivo não fora precedida de 
qualquer ato administrativo destinado à apuração dos fatos preconizados 
pelo artigo 135, inciso III, do Código Tributário Nacional, restando patente 
que a responsabilização, in casu, decorreu do mero não recolhimento do 
tributo devido, o que, a propósito, não encontra amparo normativo, 
tampouco é admitido pela jurisprudência pátria, ex vi do seguinte aresto: 
 
"EMENTA: TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL 
CIVIL. INDÍCIOS DE PRÁTICA DE INFRAÇÃO. 
REDIRECIONAMENTO AOS SÓCIOS. 
POSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. 
1. A simples falta de pagamento do tributo 
não configura, por si só, nem em tese, 
circunstância que acarreta a 
responsabilidade subsidiária do sócio, 
prevista no art. 135 do CTN. É indispensável, 
para tanto, que tenha agido com excesso de 
poderes ou infração à lei, ao contrato social 
ou ao estatuto da empresa. Posicionamento 
sedimentado nesta Corte quando do 
julgamento do REsp 1.101.728/SP. Acórdão 
sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da 
Resolução STJ Nº 08/08 (DJe de 
23/03/2009). [...]." (STJ, REsp 1091593/RS, 
Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 21/10/2010, DJe 
05/11/2010). 
 
Desse modo, diante da ausência de regular 
apuração da responsabilidade tributária do gestor resulta evidente a 
ilegitimidade passiva deste para a Ação de Execução Fiscal em apreço. 
 
Dita o artigo 47, do Novo Código Civil: 
"Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos 
dos administradores, exercidos nos limites 
de seus poderes definidos no ato 
constitutivo." 
A conduta da credora é abusiva, visto que 
não se confunde a pessoalidade física com a pessoalidade jurídica, sem a 
efetiva comprovação de abuso de poderes ou fraude. 
Mesmo que se considere o fato do 
Executado ser gestor da Executada, ainda assim tal fato não é bastante 
para autorizar a sua inclusão no pólo passivo da ação, haja vista que o 
gerente, gestor ou sócio somente responde pelo crédito tributário, ao teor 
do artigo 135 do Código Tributário Nacional, se tais obrigações tributárias 
resultarem de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, 
segundo já explicitado anteriormente. 
E nem se diga que a existência de dívida 
fiscal se afigure como infração à lei ou do contrato social. O mero 
inadimplemento de tributo não se configura infração, tampouco abuso ou 
excesso de poder. Ademais, a prova dessa infração caberia ao credor, o 
que não se vislumbra dos autos. 
É o que se depreende da lição de Rubens 
Requião: 
 
"...O Supremo Tribunal, após algumas vacilações, deixou claro que a 
responsabilidade do sócio somente se torna ilimitada, quando resultar de 
ato infrator da lei ou do contrato. A sociedade que deixa de pagar tributos 
por impossibilidade econômico-financeira, pelo fato de sua insolvência, 
não acarreta a responsabilidade ilimitada dos sócios, de vez que não 
houve a ocorrência de fraude, violação da lei ou do contrato." 
 
 Por tratar-se de gestor de entidade 
educacional, sem fins lucrativos, segundo seus estatutos sociais, não pode 
o Embargante responder de forma solidária e ilimitada. Sequer detinha a 
condição de sócio da Executada. 
O Embargante ocupava o cargo de 
Superintendente, porém sem qualquer autonomia financeira, segundo 
reza o regimento interno da entidade Executada: 
 
Demonstrando-se pelo teor da norma 
institucional que o Executado na condição de Superintendente não 
detinha autonomia financeira. Seus atos eram sempre em conjunto com o 
Diretor Geral da entidade controladora ou com a Comissão Técnica 
escolhida pela citada entidade controladora. 
Aliás, o próprio Código Tributário Nacional, 
em seu artigo 134, VII, cuida de estabelecer os casos em que o sócio deve 
responder pelo débito fiscal, ou seja, apenas quando ocorre a liquidação 
da sociedade sem a liquidação do débito fiscal. Veja-se: 
"Art. 134. Nos casos de impossibilidade de 
exigência do cumprimento da obrigação 
principal pelo contribuinte, respondem 
solidariamente com este nos atos em que 
intervierem ou pelas omissões de que 
forem responsáveis: 
........ 
VII - os sócios, no caso de liquidação de 
sociedade de pessoas;" 
 
 Nesse sentido também tem apontado o 
Tribunal Regional Federal da 1a Região, conforme se pode observar dos 
julgados abaixo transcritos: 
 
"Processo civil. Mandado de segurança. Execução fiscal. 
Sociedade por quota de responsabilidade limitada. 
Responsabilidade solidaria e ilimitada do sócio-dirigente. 
Dec.-lei 3.708/19, art. 10. 
1 - Ocorrendo excesso de mandato ou prática de atos 
violadores do contrato ou da lei, o sócio-dirigente 
responde solidária e ilimitadamente.2 - Não é necessário para que a execução fiscal incida 
contra o sócio responsável que o seu nome conste da 
certidão da divida ativa (precedente do Eg. STF - RE 
113.089/rj - rel. Min. Francisco Resek - RTJ 122/438). 3 - 
Não é preciso que, na inicial do processo de execução 
fiscal, figure o nome do sócio-responsável. Constatado 
que a sociedade não foi localizada ou não tem bens ou 
que estes não bastam para o pagamento, o exeqüente 
pode requerer a citação do sócio-dirigente, que passa a 
integrar a lide como litisconsorte passivo. 4 - A penhora 
dos bens do sócio responsável só pode ocorrer após o 
mesmo ter sido citado para pagar a divida ou garantir a 
execução. 
5 - não se pode considerar citado o sócio se a citação e 
da sociedade, na pessoa do sócio. 
6 - segurança concedida." 
(TRF 1a Região - 2a Turma - Mandado de Segurança - UF: 
GO - j. 24.04.1990 - Relator: Juiz Tourinho Neto- v.u. - 
DOU 14.05.1990 - pág. 09543) 
 
Ainda, preleciona o artigo 485, inciso VI, do 
Código de Processo Civil: 
"Art. 485. O juiz não resolverá o mérito 
quando: 
............. 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de 
interesse processual;" 
Constata-se, por todo o exposto, que a 
relação processual deverá ser extinta para o Embargante, visto que este 
não possui legitimidade ad causam passiva para figurar no pólo passivo da 
presente demanda. 
Por conseguinte, deve ser pronunciada a 
ilegitimidade passiva ad causam do Embargante, impondo-se a extinção 
terminativa da demanda executiva com relação ao gestor Sr. FULANO DE 
TAL. 
 
DO MÉRITO 
DA NULIDADE DA EXECUÇÃO – FALTA DE CONTRADITÓRIO 
 O Embargante está sendo injustiçado 
abruptamente executado por uma dívida vultosa de R$ 1.060.000,00, 
porém, sem nunca ter havido o devido processo legal para apresentar 
sua defesa. Conforme prevista pela Procuradoria Geral da Fazenda 
Nacional, cuja Portaria é a de nº 948 de 15.09.2017, prevê a 
regulamentação para APURAÇÃO DA RESPONSABILIDADE de terceiros, 
consistente em uma possível dissolução de pessoa jurídica devedora. 
 Diz a legislação que o prejudicado deverá 
ser notificado a se defender. Resta claro que nunca houve um 
procedimento administrativo para apuração da suposta ilicitude do sócio, 
nem comprovação da sua responsabilidade sobre a dívida apurada, e 
agora está sendo punido. Vejamos o que diz o artigo 6º da citada portaria: 
PORTARIA Nº 948, DE 15 DE SETEMBRO DE 2017 
Regulamenta, no âmbito da ProcuradoriaGeralda Fazenda 
Nacional (PGFN), o ProcedimentoAdministrativo de 
Reconhecimentode Responsabilidade - PARR. 
 
O PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL,no uso das 
atribuições que lhe conferem o caput e incisos XIII eXVIII do art. 82 do 
Regimento Interno da Procuradoria-Geral daFazenda Nacional - PGFN, 
aprovado pela Portaria Nº 36, de 24 dejaneiro de 2014, do Ministro de Estado 
da Fazenda, bem como o art.131, § 3º, da Constituição Federal, o art. 12 da Lei 
Complementar nº73, de 10 de fevereiro de 1993, o art. 135 da Lei nº 5.172, de 
25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional a Lei nº 6.830, de 22de 
setembro de 1980, e o Decreto-Lei nº 147, de 03 de fevereiro de1967, resolve: 
Art. 1º Esta Portaria regulamenta o procedimento 
administrativopara apuração de responsabilidade de terceiros pela prática 
dainfração à lei consistente na dissolução irregular de pessoa jurídicadevedora 
de créditos inscritos em dívida ativa administrados pelaPGFN. 
Art. 2º O Procedimento Administrativo de Reconhecimentode 
Responsabilidade - PARR será instaurado por iniciativa da 
unidadedescentralizada da PGFN responsável pela cobrança de débito 
inscritoem dívida ativa em face de pessoa jurídica devedora. 
Parágrafo único. O procedimento será realizado contra o terceiro 
cuja responsabilidade se pretende apurar e deverá indica respectivamente os 
indícios da ocorrência da dissolução irregular da pessoa jurídica devedora, 
devendo conter, no mínimo, as seguintes informações: 
I - identificação da pessoa jurídica cuja dissolução irregularé 
apontada; 
II - identificação do terceiro em face do qual o procedimentofoi 
instaurado; 
III - elementos de fato que caracterizaram a dissolução irregular 
da pessoa jurídica; 
IV - fundamentos de direito da imputação da responsabilidadepela 
dívida ao terceiro; e 
V - discriminação e valor consolidado dos débitos inscritosem 
dívida ativa objeto do procedimento. 
Art. 3º. Atendidos os requisitos previstos nesta Portaria, o PARR 
será iniciado mediante a notificação, por carta com aviso de recebimento, do 
terceiro ao qual se imputa responsabilidade, para, querendo, apresentar, no 
prazo de 15 (quinze) dias corridos, impugnação. 
§1º Caso resulte frustrada a notificação de que trata o caput, esta 
será realizada por meio de publicação oficial. 
§ 2º Será franqueada ao interessado, mediante acesso aoCentro 
Virtual de Atendimento da PGFN (e-CAC PGFN), disponível no sítio da PGFN 
na internet (www.pgfn.gov.br), a consulta ao procedimento instaurado, 
contendo os respectivos fundamentos e as informações relacionadas à 
cobrança. 
Art. 4º. A impugnação deverá ser apresentada exclusivamente por 
meio do e-CAC da PGFN e deverá trazer elementos aptos para demonstrar a 
inocorrência de dissolução irregular ou a ausência de responsabilidade pelas 
dívidas. 
§ 1º Será possível a juntada de documentos, devendo a 
impugnação, preferencialmente, ser instruída com: 
I - Qualificação completa (nome, CPF, RG, profissão e estado 
civil) e endereço físico e eletrônico atualizado do impugnante; 
II - Cópia dos documentos que comprovem o regular 
funcionamento da pessoa jurídica, como notas fiscais, livros contábeis e fiscais, 
extratos bancários, relação de empregados e comprovação do pagamento de 
tributos correntes; e 
III - Outros documentos que infirmem os indícios de encerramento 
irregular das atividades da pessoa jurídica devedora ou demonstrem a sua 
ausência de responsabilidade em relação às dívida sem cobrança. 
§ 2º A impugnação deverá se limitar à discussão objeto doPA R R 
. 
§ 3º Apresentada a impugnação, todas as comunicações 
ulteriores serão realizadas por meio do e-CAC PGFN, cabendo ao interessado 
acompanhar a respectiva tramitação. 
Art. 5º. A impugnação será apreciada por Procurador daFazenda 
Nacional em exercício na unidade descentralizada responsável pela inscrição 
em dívida ativa. 
§ 1º A decisão será proferida no prazo de até trinta dias corridos, 
prorrogável por igual período. 
§ 2º A decisão deverá conter motivação explícita, clara e 
congruente, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos que 
amparam a conclusão adotada, sem prejuízo da possibilidade de emprego da 
técnica de fundamentação referenciada. 
Art. 6º. O interessado será notificado da decisão por meio doe-
CAC da PGFN, sendo-lhe facultado interpor recurso administrativo no prazo de 
dez dias corridos, sem efeito suspensivo. (GRIFO NOSSO) 
§ 1º O recurso administrativo deverá ser apresentado atravésdo 
e-CAC PGFN e deverá expor, de forma clara e objetiva, os fundamentos do 
pedido de reexame, atendendo aos requisitos previstos na legislação 
processual civil. 
§ 2º Caso a autoridade responsável pela decisão recorrida não a 
reconsidere, encaminhará o recurso à autoridade superior, que poderá, de 
ofício ou a pedido, atribuir efeito suspensivo ao recurso. 
§ 3º A autoridade competente para o julgamento do recurso será 
o Procurador-Chefe da Dívida Ativa nas unidades Regionais, o Procurador-
Chefe ou o Procurador-Seccional da unidade descentralizada, desde que estes 
não sejam os responsáveis pela iniciativa da cobrança ou pela decisão 
recorrida, hipóteses em que o recurso deverá ser submetido à respectiva 
autoridade imediatamente superior. 
§ 4º O julgamento do recurso administrativo observará odisposto 
no § 2º do art. 5º. 
§ 5º Importará renúncia à instância recursal e o não conhecimento 
do recurso eventualmente interposto,a propositura, pelo interessado, de 
qualquer ação judicial cujo objeto coincida total ou parcialmente com o do 
PARR. 
(...) 
 
 Inobstante, não se pode admitir a 
ilegalidade e amparo jurídico em desfavor que o Embargante para que 
sofra constrição em seu nome e patrimônio, seja injustamente seus bens 
penhorados e direitos aviltados sem o devido processo legal do 
contraditório. A falta do contraditório que viciou de morte a origem da 
constituição do crédito tributário, impossibilitando o Embargante em 
defender-se anteriormente a execução. 
 O Embargado não comprovou a 
responsabilidade pessoal prevista no artigo 135 do Código Tributário 
Nacional, sendo injusta a inclusão do nome do Embargante pelo simples 
fato da empresa não ter atualizado o cadastro junto ao fisco. 
 Excelência, no caso presente é essencial a 
instauração de incidente de desconsideração para o redirecionamento 
em face do Embargante, posto que não se pode comparar o patrimônio 
existente de uma pessoa jurídica como a .......... com a do Embargante, 
pessoa física, a exemplo do valor da dívida a que esta sendo executado, a 
exemplo pelo fato quando se evidencia a inexistência de provas os autos 
de prática abusiva por parte do Embargante durante a sua administração 
na empresa Executada. Não se pode sequer admitir e comparar o 
patrimônio entre ambas as pessoas envolvidas. 
 Enfim, o processo é nulo a partir da sentença 
que determinou a inclusão do Embargante como responsável pela dívida e 
que deferiu a penhora dos seus bens, isso porque não fora requerido na 
exordial a desconsideração da personalidade jurídica, consoante o que 
prevê os arts. 133 a 137 do CPC, na qual dita que o sócio pelo qual o 
patrimônio será afetado pela desconsideração da personalidade jurídica 
será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis para defesa. 
 Inobstante a isso, não houve respeito ao 
procedimento legal conforme a Portaria e o direito do Embargante ao 
contraditório. Os ritos processuais fundamentais para apuração dos 
fatos e regular julgamento para a suposta responsabilidade do 
Embargante foram suprimidas e por isso enseja a nulidade do processo. 
 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado 
para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) 
dias. 
 In casu, depreende-se a inexistência da 
citação para defesa quanto a desconsideração da personalidade jurídica, 
inexistindo requerimento para este último nos autos. 
 Destaca-se que a citação válida é 
pressuposto de validade processual, em razão dos princípios do devido 
processo legal, do contraditório, da ampla defesa, da dialeticidade e da 
cooperação os quais foram os grandes motes do Novo Código de Processo 
Civil. 
 Diante disso, diante da não possibilidade do 
contraditório nem da ampla defesa, percebe-se a inexistência de citação e 
nulidade dos atos executivos em face do Embargante sem a ciência do 
requerimento de desconsideração da personalidade jurídica da empresa, 
havendo, portanto, supressões de ritos processuais fundamentais para 
apuração dos fatos e, principalmente, para o justo e regular julgamento da 
lide, ensejando a nulidade do processo. 
 
DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA EMPRESA CONTROLADORA 
 
A Executada é entidade educacional sem 
fins lucrativos e foi criada através .... 
Toda a documentação dos autos 
corroboram as condição de grupo econômico havido entre a pessoa 
jurídica e a empresa controladora. 
Os grupos econômicos, ou societários, são 
uma "concentração de empresas, sob a forma de integração 
(participações societárias, resultando no controle de uma ou umas sobre 
as outras), obedecendo todas a uma única direção 
econômica" (BULGARELLI, Waldírio. Manual das sociedades anônimas. 13 
ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 299). 
 Sendo tais grupos formados com o objetivo 
de atender às necessidades do desenvolvimento dos processos de 
produção e pesquisa, racionalizando a exploração empresarial, baixando 
custos e aumentando os lucros. Logicamente, há interesse de toda e 
qualquer pessoa jurídica integrante de grupo econômico nos atos de 
qualquer outra integrante, principalmente nos que beneficiem todo o 
agrupamento. 
Nos grupos econômicos, o interesse comum 
vincula as empresas agrupadas por circunstâncias externas formadoras de 
solidariedade, provenientes da consciência de grupo, das necessidades 
que interligam as empresas participantes. 
Desta forma, o interesse comum é 
justificado pela unidade de direção ou controle, com objetivos finais 
idênticos de todos os entes agrupados. Há claro aproveitamento das 
pessoas jurídicas que formam o grupo econômico com as atividades 
desempenhadas por qualquer delas, pois agem por coordenação ou 
subordinação. (CAMELO. Bradson Tibério Luna. Solidariedade Tributária de 
Grupo Econômico de Fato. Revista Dialética de Direito Tributário. Nº 170. 
p. 21) 
Nossa legislação admite a existência de 
"grupos econômicos de fato", como no caso desses autos, nos quais a 
centralização e subordinação entre os entes agrupados determina a 
relação de grupo entre sociedades. Na prática, diversas empresas ou 
entidades são reunidas para formar um ente de natureza econômica 
destinado ao atendimento dos objetivos determinados pela empresa 
controladora, porém tal relação é mascarada por contrato fictícios de 
assessoria ,consultoria, convênio, etc. 
No presente caso, a farta documentação 
anexada, demonstra de forma inequívoca todos os elementos 
configuradores de grupo econômico: interesse comum nos negócios 
jurídicos realizados em benefício do grupo empresarial, patrimônio 
financeiro comum com retiradas financeiras constantes e até maiores que 
a empresa controlada, sob forma mascarada de "convênios". 
Diante da gestão e controle executado pela 
empresa controladora, configurando grupo econômico de fato, não há 
como dissociar-se a responsabilidade da ..... sobre os débitos tributários 
do ....... porventura existentes. 
Resta comprovado no presente caso a 
hipótese de responsabilização legal de terceiros, devendo ser incluído na 
lide no polo passivo a entidade controladora do grupo econômico de fato. 
Tratando-se de hipótese de 
responsabilidade tributária configurada na forma do art. 134, VII do CTN, 
eis que não há possibilidade de exigir-se o crédito tributário da entidade 
controlada. Destaque-se que não há necessidade de desconsiderar a 
personalidade da pessoa jurídica devedora, pois a legislação, estabeleceu 
previamente a responsabilidade tributária do terceiro responsável e os 
documentos anexados confirmam a responsabilidade da entidade 
controladora. 
 
EXECUÇÃO FISCAL. GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. 
RECURSO PROVIDO. – O reconhecimento de grupo econômico 
prescinde do preenchimento dos requisitos do artigo 135, 
inciso III, do CTN, eis que não se trata de redirecionamento do 
feito aos sócios, cuja responsabilidade tributária é subsidiária 
quando só se permite alcançar o patrimônio se frustrada a 
expropriação do da empresa, desde que presentes os 
pressupostos específicos (gestão com excesso de poderes, 
infração à lei, ao contrato ou estatuto social ou, ainda, na 
hipótese dissolução irregular da sociedade), conforme a 
norma mencionada. No caso de grupo econômico, a 
responsabilidade é solidária e seu reconhecimento legitima o 
alcance do patrimônio das firmas integrantes e dos 
respectivos gestores, a partir do provimento jurisdicional, de 
cunho declaratório, que reconhece tratar-se, na verdade, de 
uma única entidade empresarial. Desse modo, o fato de não 
haver provas nos autos de dissoluçãoirregular da sociedade 
não impede, por si só, o seu reconhecimento. – O próprio 
juízo de primeiro grau reconheceu a comprovação a 
existência de grupo econômico na espécie. Assim, a 
controvérsia se cinge ao fato de o juízo ter negado o pedido 
ao fundamento de que não há comprovação de que as 
pessoas jurídicas indicadas pela exequente tenham interesse 
comum ao da executada na situação que constitui o fato 
gerador do tributo. – A questão do interesse comum na 
realização do fato gerador não é óbice à inclusão no polo 
passivo das demais empresas do grupo econômico a fim de 
serem responsabilizadas solidariamente pelo débito, eis que 
tal fato pode ser eventualmente discutido e provado em sede 
de embargos. Assim, cabível a ampliação do polo passivo da 
execução fiscal para albergar a real configuração da empresa 
originariamente executada. Nesse sentido, confira-se: TRF-2ª 
– AG: 201202010128497, Relator: Desembargador Federal 
Luiz Antonio Soares, j. em 26/02/2013, 4ª Turma 
Especializada, Publicado em: 06/03/2013; TRF 3ª Região, AI 
00376325520114030000 – 461186, Relator(a) 
DESEMBARGADOR FEDERAL MÁRCIO MORAES, TERCEIRA 
TURMA, DJF3: DATA:25/10/2013; AI 201003000127155; JUIZ 
JOSÉ LUNARDELLI; Primeira Turma; DJF3 CJ1 
DATA:08/07/2011. Há, assim, responsabilidade solidária das 
pessoas físicas e jurídicas envolvidas no grupo econômico de 
fato, nos termos do artigo 124, inciso I, do CTN, por serem 
integrantes de uma só empresa, com interesse jurídico 
comum na situação que constitui fato imponível gerador da 
obrigação tributária. – Agravo de instrumento provido. TRF 3, 
AI 0010422-53.2016.4.03.0000/SP, DJ 05/07/2018. 
 
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. SOCIEDADE 
PERTECENTE AO MESMO GRUPO ECONÔMICO DA 
EXECUTADA. CARACTERIZAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO DE 
FATO. INTERESSE JURÍDICO COMUM. RESPONSABILIDADE 
SOLIDÁRIA. ART. 124, I, DO CTN. INCLUSÃO NO POLO 
PASSIVO. POSSIBILIDADE. 
1. Preliminarmente, verifico que não há a conexão alegada pela 
União Federal. Os agravos distribuídos ao Desembargador Luiz 
Antonio Soares não versam sobre a responsabilização solidária 
discutida neste agravo e nos recursos em apenso (Agravos nºs 
2009.02.01.010457-3, 2009.02.01.006749-7 e 
2009.02.01.010338-6). 
2. No mérito, cinge-se a controvérsia sobre a validade da 
inclusão da agravante Sendas Distribuidora S/A no polo passivo 
da demanda executiva fiscal, sob o fundamento de 
reconhecimento de grupo econômico de fato. 
3. Os fatos narrados na r. decisão guerreada corroboram a tese 
de que a agravante (Sendas Empreendimentos e Participações 
Ltda., Sendas Comércio Exterior S/A, Sendas Agropecuária S/A 
e Senor Sendas Nordeste S/A) e a executada (Sendas S/A) 
possuem um forte vínculo e, portanto, pertencem a um grupo 
econômico de fato, nos termos do artigo 124, inciso I, do CTN. 
Logo, se a agravante é tida como uma das empresas que 
compõem o Grupo Sendas, ela possui responsabilidade 
solidária pelo débito objeto da ação executiva fiscal. 
4. Nas palavras de Bradson Tibério Luna Camelo (In PAULSEN, 
Leandro. Direito Tributário, Constituição e Código Tributário à 
luz da doutrina e da jurisprudência. 12ª ed. , Porto Alegre: 
Livraria do Advogado Editora, 2010, pág. 929.), “os grupos 
econômicos de fato caracterizam-se por serem criados 
exclusivamente para reduzir riscos (repassando-os ao 
mercado), agindo como uma unidade nos benefícios e como 
entidades distintas nos malefícios”. Continua o il. Professor: 
“(...) a formação de grupos econômicos de fato é um abuso de 
direito (não deve ser usado para permitir a sonegação fiscal) 
e, como tal, ensejaria responsabilização de todos os 
envolvidos (...). São solidariamente responsáveis pelos 
débitos tributários as pessoas jurídicas envolvidas nos grupos 
econômicos de fato, por serem integrantes de uma só 
empresa (como se fosse uma sociedade comum)... O 
interesse comum que enseja a responsabilidade solidária é 
decorrente da unidade de interesse jurídico das várias 
pessoas jurídicas.” (Idem, pág. 929930). 
5. Nesse diapasão, tem-se que o interesse comum na situação 
que constitua o fato gerador da obrigação principal implica 
que as pessoas solidariamente obrigadas sejam sujeitos da 
relação jurídica que deu azo à ocorrência do fato imponível. 
Sobre a questão, decidiu o Eg. TRF da 3ª Região (AI 
200803000452102 - Relator FÁBIO PREITO - QUARTA TURMA 
- Publicação DJF3 CJ1 24.11.2009, pág. 437). 
6. Consoante jurisprudência, o fato do entendimento adotado 
ter sido contrário ao interesse da recorrente não autoriza a 
reforma da decisão, substituindo uma decisão razoável por 
outra, sob pena de supressão de instância. 
7. Agravo conhecido e desprovido.” 
( Proc nº 0010456-02.2009.4.02.0000 (AI - 200902010104561) 
- TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO, RIO DE 
JANEIRO, 26/11/2014) 
 
Protesta provar o alegado por todos os 
meios de provas em direito admitidas, inclusive perícias e vistorias, 
juntada de documentos, oitiva de testemunhas cujo rol oportunamente 
oferecerá. 
DOS PEDIDOS 
Isto posto, requer o Embargante: 
 
 a) que se acate as preliminares, cerceamento de defesa/ carência de ação 
- face à ocorrência de ilegitimidade de parte, excluindo o Embargante do 
pólo passivo da presente demanda, dada a evidente ilegitimidade ad 
causam passiva do mesmo (art. 485, inciso VI, do CPC), e as seguintes 
preliminares arguidas pelo Embargante; 
b) Requer seja determinada a inclusão da .................................., 
responsável tributário por ser entidade controladora do grupo econômico, 
por estar juntamente com a Executada interligadas e em comunhão de 
interesses, procedendo-se a citação para responder ao feito executório; 
 c) contudo, caso Vossa Excelência tenha entendimento diverso, que 
julgue procedentes os presentes embargos para declarar a nulidade da 
execução fiscal contra o Embargante em comento; 
n) ainda na hipótese improcedência dos presentes embargos e de 
conseqüência o sucesso da Execução Fiscal, que se limite os cálculos, 
conforme a legislação pacificada, e, os juros moratórios em 12% (doze por 
cento) ao ano, sem capitalização, nos precisos termos do artigo 161, do 
Código Tributário Nacional, declarando-se a inconstitucionalidade 
incidenter tantum da Lei n.° 9.249/95 e auto-aplicabilidade do artigo 192, 
§ 3.° da Constituição Federal; 
p) que a parte ex adversa seja citada para, querendo, oferecer 
impugnação, no prazo legal, sob risco dos efeitos da sua contumácia 
(revelia e confissão ficta); 
q) que todos os pedidos sejam julgados procedentes, condenando-se a 
parte ex adversa aos consectários da sucumbência (art. 85, CPC). 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.060.418,88 
(um milhão e sessenta mil, quatrocentos e dezoito reais e oitenta e oito 
centavos) 
Nesses Termos, 
 
 Pede Deferimento. 
 .........., ../.../... 
 
NOME DO ADVOGADO 
OAB/... .......

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