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A Enfermagem Moderna

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A enfermagem moderna
Sistema Nightingale no Brasil
Sistema Nightingale
O sistema Nightingale chegou ao Brasil na década
de 20, trazido por uma Missão de Cooperação
Técnica para o Desenvolvimento da Enfermagem
no Brasil liderada por Ethel Parsons, enfermeira
chefe da divisão de Higiene Infantil e Enfermagem
de Saúde Pública do Estado do Texas.
Ethel Parsons (1887 - 1971)
Contexto Histórico- Social
Em 1919 foi criado o Departamento Nacional de
Saúde Pública (DNSP) e seu primeiro diretor,
Carlos Chagas, deu início a uma reforma sanitária
denominada “Reforma Carlos Chagas” onde as
ações sanitárias voltaram-se para a prevenção de
epidemias e para a higiene materno-infantil.
Carlos Chagas (1879-1934)
Enfermagem no Brasil
A fundação Rockefeller, criada nos EUA por um
bilionário que criou uma série de instituições
filantrópicas de ajuda, tendo como principal
finalidade às questões de saúde pública, escolheu
o Brasil para sediar um estudo ligado a doenças
prevalentes, a organização hospitalar e a educação
médica tendo aqui se instalado em 1916.
Foi o diretor da Fundação Rockefeller que
estimulou Carlos Chagas em conhecer a
contribuição das enfermeiras americanas dentro
das campanhas profiláticas nos EUA e quem
intermediou as negociações para a vinda de uma
missão de enfermeiras norte-americanas para criar
uma escola de enfermagem nos moldes modernos.
Construção da identidade profissional da
enfermagem no Brasil
A Fundação Rockefeller registrou que não existia
no Brasil enfermeiras nos moldes americanos, que
em muito auxiliaram a reforma sanitária nos EUA.
Escola de enfermeiras DNSP
O Departamento Nacional de Saúde Pública
(DNSP) garante três movimentos principais:
- A inspetoria de tuberculose;
- A inspetoria de doenças venéreas;
- Os serviços de enfermeiras, as americanas
além de formarem as alunas também
atuavam no trabalho de enfermeira;
- Escolas de enfermagem;
A escola de enfermeiras do DNSP inicia seu
funcionamento em 1923, tendo com a sua primeira
diretora, Clara Louise Kieninger, enfermeiras
americana que também organizou o Hospital Geral
da Assistência (DNSP), servindo o de campo de
estágio para as alunas, além do Curso de
Enfermeiras que tinha uma duração de 2 anos,
havia também o Curso de Visitadoras de Higiene,
com duração de 6 meses que atuavam nas visitas
domiciliares, inspeção do ambiente para orientação
da população.
Curso de Visitadoras de Higiene
O curso de visitadoras constava de ensino
teórico-prático e colocava as visitadoras sob
"disciplina e controle” para que não se destruísse
a imagem da enfermeira de saúde pública que
deveria ser implantada no Brasil.
Tais visitadoras não podiam assumir cargos de
responsabilidade e deveriam trabalhar sempre sob
supervisão de uma enfermeira e logo que possível
deveriam ser substituídas por enfermeiras
diplomadas pela escola de enfermagem. Essa
exigência era para provar aos médicos do (DNSP)
que o alto padrão da enfermagem americana era
essencial e possível no Brasil.
Curso de enfermeiras
Os critérios de seleção das alunas eram rígidos, e
somente moças com instrução poderiam ingressar
no curso de enfermeiras, o que significava moças
de famílias ricas.
A seleção adotava critérios rígidos:
- mulheres;
- solteiras;
- fazer uma redação com motivo para ser
enfermeira;
- entrevistas com a diretora americana;
Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período
- ficha com antecedente como uma espécie
de carta de indicação feita por alguém
importante como médicos e diploma do
curso estudantil.
Houve um trabalho árduo de propaganda para
recrutar candidatas:
As alunas moravam em uma residência da escola,
tinham direito a transporte para deslocamento de
casa para a escola, recebiam alimentação, cuidado
com a roupa, ou seja, ganhavam o uniforme e uma
remuneração.
A residência ficava sob a direção da
superintendente de enfermeiras, responsável
perante o diretor do hospital e perante os pais das
alunas, pela manutenção da disciplina e elevada
moral na atmosfera social conforme nos melhores
colégios de moças.
A diretora da escola chefiava o serviço de
enfermagem do Hospital Geral de Assistência. A
escola assumia um número progressivo de
enfermarias até que o hospital ficasse sob seu
controle.
Modelo anglo-americano de Enfermagem
O projeto de implantar uma escola de enfermeiras,
nos moldes das escolas mais modernas existentes
nos Estados Unidos, decorreu do entendimento de
que a eficiência do serviço de enfermeiras do DNSP
dependeria da formação de tais profissionais e de
que não havia, em toda a América Latina, uma
escola que pudesse ser considerada como padrão.
Com a formatura das primeira turma “As pioneiras”,
em 1925, teve início a inserção de enfermeiras
diplomadas no serviço do DNSP e o
aperfeiçoamento em cursos no exterior para se
especializarem.
Em 126 ocorreu a fundação da Associação
Nacional de Enfermeiras Diplomadas (que deu
origem a ABEn), o serviço de enfermeiras passou a
ser independente e as enfermeiras assumiram as
chefias de enfermagem nos dispensários.
Em 1926 a Escola de Enfermeiras do DNSP passa a
chamar-se Escola de Enfermeiras D. Anna Nery e
depois ocorreram várias mudanças de nome
relacionadas a Anna Nery.
1. Escola de enfermeiras D. Anna Nery;
2. Escola de Enfermeiras Anna Nery;
3. Escola de Enfermagem Anna Nery.
Na Escola de Enfermeiras D. Anna Nery foram
instituídos rituais e cerimônias como “A recepção
de toucas e o ritual da lâmpada”.
Os uniformes das enfermeiras e das alunas era
considerado quase sagrado, simbolizando a
imagem da enfermeira moderna na sociedade
brasileira. A touca era o objeto de distinção e honra
das enfermeiras hospitalares e a braçadeiras das
enfermeiras de saúde pública.
Conforme formavam novas turmas, as enfermeiras
“ananéri” se difundiam pelo Brasil levando o alto
padrão dessa escola que primava pelo ensino, pela
conduta moral de suas enfermeiras e pela
impecável assistência aos doentes.
A imagem da enfermeira modelar foi assim
instituída no Brasil promovendo a admissão da
“boa mulher” na enfermagem, melhorando o
cuidado e fazendo da enfermeira a guardiã da
moral e exemplo profissional.
Em 191, antes de encerrar seus trabalhos e já no
governo de Getúlio Vargas, a Missão Parsons
conseguiu garantir a difusão do modelo da Escola
de Enfermeiras D. Anna Nery não se desgastasse,
quando foi esta elevada à posição de Escola Oficial
Padrão do Brasil que serviria de modelo a todas as
escolas de enfermagem brasileiras.
1931- A Escola Anna Nery torna-se modelo oficial
padrão no Brasil, todas as escolas de enfermagem
deveriam se equiparar à Escola Anna Nery.
Com a Lei de 1931, criou-se o Padrão Anna Nery
Enfermeiras PAN.
A nova identidade profissional da
enfermeira
As americanas transplantaram para o Brasil um
modelo de enfermagem que agregava às
características do tradicional modelo nightingale e
outras desenvolvidas em seu processo de
adaptação à sociedade americana.
A escola de Enfermeiras do DNSP foi a primeira
escola de enfermagem brasileira organizada e
dirigida por enfermeiras, cujo quadro de pessoal de
ensino contava com a maioria enfermeiras, o que
interferia no exercício de poder pelo médico..
O perfil de enfermeira implantado por Ethel
Parsons afastava o lado puramente caritativo e
Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período
assistencialista da atividade da enfermagem e
enfatizava a imagem de um profissional
responsável pela reforma social da conduta do
cidadão, no que dizia respeito à sua saúde.
A Missão Parsons inseriu a enfermagem como
profissão feminina na sociedade brasileira, com
uma nova identidade profissional:
- Imagem da enfermeira moderna;
- Reconhecimento profissional e social.
Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período

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