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direito administrativo aula 9

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Aula 09
Direito Administrativo p/ Delegado de
Polícia - 2021 - Pré-Edital (Curso
Regular) 
Autor:
Rodolfo Breciani Penna
Aula 09
27 de Fevereiro de 2021
83757666070 - Gustavo lima bezerra
 
Sumário 
Considerações Iniciais ....................................................................................................................................................................... 6 
Agentes Públicos................................................................................................................................................................................... 6 
1 – Noções Gerais ............................................................................................................................................................................. 6 
1.1 – Conceito ................................................................................................................................................................................................... 6 
1.2 – Classificação ........................................................................................................................................................................................... 7 
1.3 – Cargo público, emprego público e função pública .................................................................................................................. 7 
1.4 – Classe, carreira, quadro e lotação .................................................................................................................................................. 8 
1.5 – Criação, transformação e extinção de cargos e empregos públicos ................................................................................. 9 
1.5.1 – Exceções à reserva legal ................................................................................................................................................................ 9 
2 – Regimes Jurídicos Funcionais ........................................................................................................................................... 10 
2.1 – Regime jurídico estatutário ...........................................................................................................................................................10 
2.2 – Regime jurídico trabalhista ou celetista ...................................................................................................................................11 
2.3 – Regime jurídico especial .................................................................................................................................................................11 
2.4 – Regime jurídico único (RJU) ..........................................................................................................................................................11 
2.4.1 – Regime originário da Constituição Federal de 1988 ........................................................................................................11 
2.4.2 – Regime após a Emenda Constitucional nº 19/1998 (reforma administrativa) ....................................................12 
2.4.3 – Decisão cautelar do STF na ADI 2135 e a volta ao regime original (RJU) ........................................................12 
3 – Espécies de Agentes Públicos ............................................................................................................................................ 13 
3.1 – Agentes políticos ................................................................................................................................................................................13 
3.2 – Servidores públicos ...........................................................................................................................................................................14 
3.2.1 – Servidores públicos estatutários efetivos ............................................................................................................................14 
3.2.2 – Servidor público estatutário em comissão (comissionado) ..........................................................................................14 
3.2.2.1 – Cargo em comissão x função de confiança ........................................................................................................................15 
3.2.3 – Servidores públicos celetistas (empregado público) .......................................................................................................17 
3.2.3.1 – Ausência de estabilidade e motivação da dispensa.......................................................................................................18 
Rodolfo Breciani Penna
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Direito Administrativo p/ Delegado de Polícia - 2021 - Pré-Edital (Curso Regular) 
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 2 
3.2.4 – Servidores públicos temporários .............................................................................................................................................19 
3.2.4.1 – Regime jurídico ...........................................................................................................................................................................19 
3.2.4.2 – Requisitos ......................................................................................................................................................................................20 
3.2.4.3 – Nulidade da contratação ..........................................................................................................................................................21 
3.2.5 – Agentes comunitários de saúde e combate às endemias ................................................................................................21 
3.2.6 – Existe a figura do empregado público em comissão? ......................................................................................................22 
3.3 – Particulares em colaboração com o Poder Público ..............................................................................................................23 
3.3.1 – Titulares de serventias extrajudiciais (notários e registradores) ..............................................................................24 
3.4 – Agente público de fato e usurpação de função .......................................................................................................................25 
4 – Acessibilidade aos Cargos e Empregos Públicos ....................................................................................................... 26 
4.1 – Requisitos de acesso aos cargos e empregos públicos .................................................................................................26 
4.1.1 – Princípio do amplo acesso aos cargos públicos .................................................................................................................26 
4.2 – Concurso público ...............................................................................................................................................................................27 
4.2.1 – Exigência, conceito e abrangência ...........................................................................................................................................27 
4.2.1.1 – Exceções ao princípio do concurso público .....................................................................................................................29 
4.2.2 – Regras do concurso público .......................................................................................................................................................30 
4.2.2.1 – Prazo de validade .......................................................................................................................................................................30 
4.2.2.2– Cláusula de Barreira ..................................................................................................................................................................31 
4.2.2.3 – Classificação por regiões ou por áreas de especialização ...........................................................................................31 
4.2.2.4 – Fase de apresentação de títulos ............................................................................................................................................31 
4.2.2.5 – Curso de formação .....................................................................................................................................................................32 
4.2.2.6 – Alteração do edital após a sua publicação ........................................................................................................................32 
4.2.2.7 – Direito ao acesso às correções e recursos ........................................................................................................................32 
4.2.2.8 – Controle judicial ..........................................................................................................................................................................33 
4.2.3 – Discriminações legítimas e ilegítimas em concursos públicos .....................................................................................34 
4.2.3.1 – Idade ................................................................................................................................................................................................34 
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 3 
4.2.3.2 – Pessoa com deficiência (PcD) ................................................................................................................................................34 
4.2.3.3 – Cotas raciais ..................................................................................................................................................................................35 
4.2.3.4 – Idoso ................................................................................................................................................................................................37 
4.2.3.5 – Pessoa com tatuagem ................................................................................................................................................................38 
4.2.3.6 – Aptidão física ................................................................................................................................................................................38 
4.2.3.7 – Aptidão mental (exames psicotécnicos) ............................................................................................................................38 
4.2.3.7 – Atividade jurídica .......................................................................................................................................................................39 
4.2.3.8 – Outros: altura, gênero etc. .......................................................................................................................................................40 
4.2.4 – Concurso público e direito subjetivo à nomeação.............................................................................................................41 
4.2.4.1 – Exceção ao direito subjetivo à nomeação .........................................................................................................................43 
4.2.4.2 – Resumo ...........................................................................................................................................................................................44 
4.2.4.3 – Direito à indenização e progressão funcional e promoção em virtude da demora na nomeação ..............45 
4.2.4.4 – Preferência de convocação dentro do prazo de validade ...........................................................................................45 
4.2.4.5 – Controle judicial da nomeação ..............................................................................................................................................46 
4.2.4.6 – Nomeação e período eleitoral ................................................................................................................................................46 
4.2.4.7 – “Final de fila” ................................................................................................................................................................................47 
4.3 – Provimento ...........................................................................................................................................................................................47 
4.3.1 – Espécies de provimento derivado ...........................................................................................................................................48 
4.4 – Investidura, posse e exercício .......................................................................................................................................................51 
4.5 – Vacância .................................................................................................................................................................................................52 
5 – Estágio Probatório, Estabilidade, Vitaliciedade e Perda do Cargo .................................................................. 52 
5.1 – Estabilidade..........................................................................................................................................................................................52 
5.2 – Vitaliciedade ........................................................................................................................................................................................56 
5.3 – Estágio probatório .............................................................................................................................................................................57 
6 – Sistema Remuneratório ...................................................................................................................................................... 58 
6.1 – Fixação e alteração da remuneração ..........................................................................................................................................59 
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 4 
6.1.1 – Iniciativa do projeto de lei e regras de direito financeiro ..............................................................................................59 
6.1.2 – Exceções à exigência de lei .........................................................................................................................................................59 
6.1.3 – Vedações ............................................................................................................................................................................................60 
6.2 – Revisão geral anual ...........................................................................................................................................................................61 
6.3 – Irredutibilidade ..................................................................................................................................................................................62 
6.4 – Teto constitucional ............................................................................................................................................................................636.5 – Direitos trabalhistas aplicáveis aos servidores públicos ...................................................................................................65 
6.6 – Devolução dos valores pagos indevidamente .........................................................................................................................66 
7 – Acumulação de Cargos e Empregos Públicos ............................................................................................................ 67 
7.1 – Cargo técnico ou científico .............................................................................................................................................................67 
7.2 – Outras acumulações permitidas ..................................................................................................................................................68 
7.3 – Compatibilidade de horários .........................................................................................................................................................68 
7.4 – Acumulações permitidas e o teto constitucional...................................................................................................................69 
8 – Sindicalização e Greve ......................................................................................................................................................... 69 
8.1 – Sindicalização ......................................................................................................................................................................................69 
8.2 – Greve .......................................................................................................................................................................................................70 
9 – Disposições Constitucionais Aplicáveis a Servidores Ocupantes de Cargos Eletivos ................................ 71 
Resumo................................................................................................................................................................................................... 72 
Jurisprudência Citada ...................................................................................................................................................................... 87 
Legislação pertinente ................................................................................................................................................................... 100 
Constituição Federal ................................................................................................................................................................................. 100 
Lei 8.112/90 ................................................................................................................................................................................................ 104 
Considerações Finais .................................................................................................................................................................... 105 
Questões Comentadas .................................................................................................................................................................. 105 
Lista de Questões ........................................................................................................................................................................... 154 
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Gabarito .............................................................................................................................................................................................. 168 
 
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 6 
AGENTES PÚBLICOS 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Prezado aluno, na aula de hoje estudaremos acerca dos agentes públicos, conforme sumário acima. 
O tema é extenso e demanda um vasto conhecimento da doutrina, da lei e da jurisprudência, o que 
buscaremos expor de forma clara e objetiva para o aluno. 
O regime constitucional de previdência dos servidores públicos, a lei 8.112/90 e o regime jurídico 
disciplinar dos servidores são assuntos que estudaremos na próxima aula. 
Qualquer dúvida, críticas ou sugestões, podem me contactar nos canais a seguir: 
E-mail: prof.rodolfopenna@gmail.com 
Instagram: https://www.instagram.com/rodolfobpenna 
AGENTES PÚBLICOS 
1 – NOÇÕES GERAIS 
Agentes públicos é uma expressão bastante ampla, que abrange qualquer pessoal que age em nome do 
Estado, independentemente de vínculo jurídico e ainda que atue sem remuneração e transitoriamente. 
As principais disposições sobre agentes públicos se encontram na Constituição Federal, especialmente 
entre os arts. 37 a 41. Por outro lado, cada Ente Federado possui competência para dispor acerca do 
regime jurídico de seus agentes públicos por meio de lei, desde que obedecidas as disposições 
constitucionais. 
1.1 – Conceito 
O dispositivo legal que melhor expressa o conceito de agente público é o art. 2º da lei 8.429/92 (lei de 
improbidade administrativa): 
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação 
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas no artigo anterior. 
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Verifica-se que a qualificação de uma pessoa como agente público independe do 
pagamento de remuneração e pode ocorrer ainda que o vínculo com a Administração 
seja transitório. 
Esses agentes públicos expressam a vontade do órgão a que estão vinculados, obrigando a 
Administração Pública pelas suas manifestações, em virtude da teoria da imputação (ou teoria do 
órgão). Além disso, a Administração responde objetivamente pelos atos que os agentes públicos 
praticarem, atuando nesta qualidade, que ensejarem dano a terceiro (art. 37, §6º, CF). 
1.2 – Classificação 
Em primeiro lugar, há a classificação dos agentes públicos em: 
a) Agentes de fato: são os particulares que não foram investidos em cargo, emprego ou função 
pública ou cuja investidura se deu de forma irregular, que exercem função pública de boa-fé. O 
vínculo jurídico com o Estado é nulo ou inexistente. 
b) Agentes de direito: são os agentes que possuem vínculo jurídico formal e legítimo com a 
Administração Pública, tendo sido regularmente investidos em cargo, emprego ou função 
pública. 
Os agentes públicos de direito podem ser classificados em: a) agentes políticos; b) servidores 
públicos; e c) particulares em colaboração com o Estado. Estudaremos essa classificação no tópico 3 
desta aula. 
1.3 – Cargo público, emprego público e função pública 
a) Cargo público: a lei 8112/90, em seu art. 3º, conceitua cargo público como: 
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura 
organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
Trata-se de uma unidade situada na organização interna da Administração Pública que contém um 
conjunto de atribuições definidas por lei e ocupado por um agente púbico com vínculo estatutário e 
permanente. 
Os cargos públicos podem ser classificados, quanto à esfera de governo, em: a) federais; b) estaduais; 
c) distritais; ou d) municipais. 
Quanto à sua posição na estrutura estatal,pode ser classificado em: 
i. Cargos de carreira: organizados em classes ou categorias escalonadas em razão do nível de 
responsabilidade e atribuições, permitindo a progressão funcional e a promoção; 
ii. Cargos isolados: não integram uma carreira específica, não havendo escalonamento de 
funções nem progressão funcional ou promoção. 
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Quanto à estabilidade: 
i. Cargo público em comissão: unidade indivisível de atribuições relacionadas à direção, 
chefia e assessoramento, ocupado por agente nomeado de forma livre pela autoridade 
competente e passível de livre exoneração a qualquer tempo, sem necessidade de motivação 
ou processo administrativo; 
ii. Cargo público efetivo: preenchidos por agentes públicos aprovados em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, que possuirão estabilidade após cumpridos os requisitos do 
art. 41 da CF, o que lhes garante uma maior segurança no exercício de suas atividades; 
iii. Cargo público vitalício: também exige aprovação em concurso público, porém, os agentes 
públicos possuem maior segurança ainda em seus cargos, cuja perda somente poderá ocorrer 
por meio de sentença judicial transitada em julgado. 
Estudaremos detalhadamente essas hipóteses ainda nesta aula. 
b) Emprego público: Emprego público é a unidade da estrutura de um ente público, dotada de um 
conjunto de atribuições, ocupada por agente público aprovado em concurso público, que forma 
um vínculo contratual com a Administração (e não estatutário), regido pela Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT); 
c) Função pública: é um conjunto de atividades atribuídas a um cargo ou emprego público. 
 
Todo cargo ou emprego público possui uma função pública (conjunto de atribuições) 
estabelecidas em lei. Entretanto, nem toda função pública está vinculada a um cargo 
ou emprego público. As funções de confiança, por exemplo, são um conjunto de 
atividades de chefia, direção ou assessoramento, não relacionada a qualquer cargo, e 
atribuídas a servidor que já possua cargo público. 
Não confunda função de confiança com cargo em comissão. A primeira é uma “função 
pública sem cargo”, enquanto o segundo é espécie de cargo público dotado de função 
pública. 
1.4 – Classe, carreira, quadro e lotação 
a) Classe: reunião de cargos da mesma categoria funcional, com identidade de atribuições, 
responsabilidade e vencimentos. São os “degraus de acesso na carreira”, conforme leciona 
Hely Lopes Meirelles. A classe superior possui maior responsabilidade e remuneração; 
b) Carreira: é o agrupamento de classes da mesma categoria profissional, dispostas 
hierarquicamente; 
Vamos supor que o Estado X possui a carreira de Procurador do Estado. Dentro da carreira, podemos 
ter diversas classes: Procurador do Estado nível IV, nível III, nível II e nível I. A nomenclatura das classes 
não é uniforme, pois cada um dos Entes Federados pode dispor de forma diferente sem suas respectivas 
leis. 
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c) Quadro: é o conjunto de carreiras, cargos isolados e funções de uma mesma entidade da 
Administração direta ou indireta dos Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário de um Ente 
Federado; 
d) Lotação: é o número de servidores que exercem função pública em cada repartição pública, 
contendo o nome dos cargos daquela repartição e a sua quantificação. 
1.5 – Criação, transformação e extinção de cargos e empregos públicos 
A criação, transformação e extinção de cargos, empregos públicos e funções públicas, em regra, deve 
ocorrer por meio de lei (art. 48, X, CF). 
A iniciativa de lei que trate sobre o assunto de servidores públicos do Poder Executivo, inclusive a 
criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções, é do chefe deste Poder (art. 61, §1º, 
II, alínea “a”, da CF). Quando os cargos forem do Poder Judiciário, a inciativa é do presidente do 
Tribunal respectivo (art. 96, II, “b”, CF). Quanto aos cargos do Ministério Público, a iniciativa compete 
ao Procurador-Geral (art. 127, §2º, CF). 
Iniciativa de lei 
Poder Executivo Chefe do Poder Executivo 
Poder Judiciário Presidente do Tribunal 
Ministério Público Procurador-Geral 
1.5.1 – Exceções à reserva legal 
Por outro lado, os cargos do Poder Legislativo serão criados, transformados ou extintos por ato 
administrativo (resolução) editado pela Casa Legislativa respectiva (art. 51, IV e art. 52, XIII, da CF). 
Outras exceções à reserva legal: 
a) A criação, transformação e extinção de emprego público nas pessoas jurídicas de direito privado 
da Administração Indireta ocorre por atos internos dessas entidades; 
b) É possível a extinção de cargo público vago por decreto autônomo (art. 84, VI, “b”, CF); 
c) Transformação de cargos, desde que não haja aumento de despesa, por decreto autônomo (art. 
84, VI, “a”, CF). 
Vejamos uma tabela simplificada para ajudar na memorização dos instrumentos para criação, 
transformação e extinção de cargo público: 
Ente Público Instrumento Jurídico Iniciativa 
Poder Executivo Lei; Chefe do Poder Executivo; 
Poder Judiciário Lei; Presidente do Tribunal; 
Ministério Público Lei; Procurador Geral; 
Poder Legislativo Resolução; Casa legislativa respectiva; 
Empresa Pública e Sociedade 
de Economia Mista 
Ato interno. Da própria entidade. 
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2 – REGIMES JURÍDICOS FUNCIONAIS 
Já estudamos que regime jurídico significa um conjunto de normas que vinculam determinada situação 
ou relação jurídica. 
O regime jurídico funcional, neste sentido, é o conjunto de normas que regem a relação 
jurídica entre a Administração Pública e o agente público. 
Teremos um regime jurídico diferente a depender se o agente público ocupa cargo público, emprego 
público ou outra forma de vínculo funcional. 
2.1 – Regime jurídico estatutário 
O regime jurídico estatutário é o conjunto de normas que disciplinam os servidores públicos 
estatutários ocupantes de cargo público. É o regime utilizado pelas pessoas jurídicas de direito 
público e seus respectivos órgãos com relação aos seus servidores. 
Esse conjunto de normas é estabelecido pelas regras constitucionais e mediante lei de iniciativa, em 
regra, do Chefe do Poder Executivo de cada Ente Federado (desde que se relacione aos servidores do 
Poder Executivo). 
Rafael Oliveira1 identifica as seguintes características deste regime: 
a) Pluralidade normativa: cada Ente Federado possui autonomia para editar as leis que regem o 
seu funcionalismo público, desde que guardem harmonia com a Constituição Federal; 
b) Vínculo legal: não há contrato de trabalho, o servidor público se submete às normas legais que 
disciplinam a relação funcional; 
c) Competência para o processo e julgamento: compete à Justiça comum processar e julgar as 
causas relacionadas aos servidores estatutários, e não à justiça do trabalho. 
Vale destacar que existem determinados servidores públicos que possuem um regime jurídico 
estatutário próprio, previstos nas respectivas leis orgânicas, tal como ocorre com os membros da 
Magistratura, do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, da Advocacia Pública e da Defensoria 
Pública, cabendo, contudo, a aplicação subsidiária das leis estatutárias gerais. 
Os servidores públicos militares também se sujeitam a regime jurídico estatutário próprio. A União 
estabelece o regime das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica – art. 142, CF) e os Estados e 
Distrito Federal instituem o estatuto dos Policiais e Bombeiros Militares(art. 42, CF). 
 
 
1 OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de direito administrativo. 7. Ed. São Paulo: Método, 2019. 
P. 712. 
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2.2 – Regime jurídico trabalhista ou celetista 
O regime jurídico trabalhista é o regime aplicável aos agentes públicos que ocupam emprego 
público, normalmente, nas entidades administrativas de Direito Privado da Administração indireta. 
Neste caso, aplica-se o conjunto de normas aplicável aos trabalhadores da iniciativa privada, isto 
é, a CLT, sofrendo algumas derrogações constitucionais decorrente dos dispositivos relativos aos 
agentes públicos. 
As características observadas são as seguintes: 
a) Unicidade normativa: compete à União legislar sobre Direito do Trabalho (art. 22, I, CF); 
b) Vínculo contratual: os empregados públicos assinam contrato de trabalho com o empregador; 
c) Competência para processo e julgamento: Justiça do Trabalho (art. 114, I, CF). 
Em âmbito federal, foi instituído ainda o “regime do emprego público” pela lei 9.962/2000, que se 
restringe às pessoas administrativas federais, que se soma à CLT para disciplinar os empregados 
públicos federais. 
2.3 – Regime jurídico especial 
O regime jurídico especial é aplicável aos agentes públicos contratados por tempo determinado 
(servidores temporários), conforme art. 37, IX, CF. As regras específicas a esse regime jurídico serão 
estudadas nesta aula. 
O que é importante destacar neste momento é que esses servidores temporários não se 
submetem ao regime estatutário e nem à CLT. O vínculo jurídico será formado 
mediante contrato, entretanto, serão regidos pela legislação própria, a ser editada por 
cada Ente Federativo. 
2.4 – Regime jurídico único (RJU) 
2.4.1 – Regime originário da Constituição Federal de 1988 
O art. 39 da Constituição Federal, na sua redação original, previa o estabelecimento de um regime 
jurídico único, a ser adotado por cada Ente da Federação, relativamente aos servidores da 
Administração Pública Direta, das autarquias e das fundações públicas: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua 
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da 
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas 
Assim, cada Ente Federado deveria adotar o regime jurídico estatutário ou o celetista e o 
regulamentar, aplicando-se tal regime a todos os servidores da Administração Direta, autarquias e 
fundações. Ficaram de fora as empresas públicas e sociedades de economia mista, cujos servidores 
públicos se sujeitam ao regime celetista. 
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Em tese, caberia a cada ente a escolha do regime a ser adotado. Todavia, sempre se defendeu na 
doutrina que o regime recomendável (obrigatório, para alguns) para as pessoas de direito público é o 
estatutário. 
 
Vale destacar ainda que o dispositivo não instituiu o RJU, apenas determinou 
a sua implementação. Na União, o RJU foi instituído pela lei 8.112/90. 
Por este motivo, existem Entes Federados que sustentam a ausência de 
autoexecutoriedade do RJU. Para esses entes, é necessária a edição de lei instituindo 
o RJU para que o caput do art. 30 tenha eficácia. No Estado de São Paulo, por 
exemplo, é sustentado este posicionamento, de forma que não há lei instituindo o 
RJU. Desta forma, a Administração indireta contrata por meio do regime estatutário, 
porém, diversas autarquias possuem servidores celetistas, tal como a SPPREV. 
2.4.2 – Regime após a Emenda Constitucional nº 19/1998 (reforma administrativa) 
Posteriormente, a reforma administrativa promovida pela Emenda à Constituição nº 19/1998 revogou 
a exigência de instituição do RJU, conferindo a seguinte redação ao art. 39, CF: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política 
de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos 
respectivos Poderes. 
2.4.3 – Decisão cautelar do STF na ADI 2135 e a volta ao regime original (RJU) 
No entanto, o STF, em decisão liminar na ADI 2.135, suspendeu a redação dada pela EC 19/98 por 
vício formal, pelo que o art. 39 retornou à sua redação anterior em virtude do efeito repristinatório, ou 
seja, exigindo o RJU. Vale destacar que o STF não discutiu a questão material relacionada ao RJU, 
isto é, não afirmou a impossibilidade de extinção da exigência do RJU. 
Por outro lado, as decisões cautelares do STF em ações diretas possuem efeitos ex nunc (proativos), não 
anulando as relações jurídicas formadas durante a redação suspensa. Desta forma, os contratos de 
trabalho sob o regime celetista formados pela União neste período permanecem válidos. 
Da mesma forma, a lei federal nº 9.962/2000, que instituiu o “regime do emprego público” federal, 
permanece válida e regulamentando as relações de trabalho da União realizados no período em que se 
admitiu mais de um regime jurídico. 
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3 – ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS 
 
3.1 – Agentes políticos 
São os agentes que exercem função política de Estado. Possuem cargos estruturais e inerentes à 
organização política do país, exercendo função diretiva e manifestando a vontade superior do Estado. 
Existe, porém, divergência doutrinária quanto à abrangência do termo “agente político”: 
a) Corrente ampliativa: agentes políticos são os componentes do primeiro escalão do governo 
e que atuam com independência funcional. Suas funções são definidas na Constituição e não 
estão subordinados aos demais agentes públicos, pois ocupam os órgãos independentes. 
Por esta corrente, seriam agentes políticos, além dos Chefes dos Poderes Executivos e dos Membros das 
Casas Legislativas, os membros do Poder Judiciário e do Ministério Público. 
b) Corrente restritiva: agentes políticos são apenas aqueles responsáveis pelas decisões 
políticas fundamentais do Estado, ocupando local de destaque na estrutura estatal. Para esta 
corrente, apenas os cargos ocupados mediante eleição (Chefe do Executivo e Membros das Casas 
Legislativas) ou indicação política (Ministros e Secretários de Estado), cujo caráter é transitório, 
seriam cargos políticos. 
A doutrina majoritária entende que os Membros da Magistratura e do Ministério 
Público devem ser considerados agentes políticos. Por outro lado, o STF já se manifestou 
no sentido de que os Membros dos Tribunais de Contas não são agentes políticos, tratando-
Agente Público de 
Direito
Agentes políticos
Servidores 
públicos
Estatutários 
efetivos
Estatutários em 
comissão
Celetistas
Temporários
Agentes comunitários de saúde e 
combate às endemias
Particulares em 
colaboração com 
o Estado
Agente Público de 
fato
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se de agentes administrativos, razão pela qual configura nepotismo a nomeação de parentes 
para esses cargos (STF, Rcl 6702 MC-AgR). 
3.2 – Servidores públicos 
A expressão “servidor público” é gênero do qual são espécies: a) servidores estatutários; b) servidores 
trabalhistas (celetistas ou empregados públicos); e c) servidores temporários. 
 
3.2.1 – Servidores públicos estatutários efetivos 
Os servidores estatutários possuem vínculo jurídico decorrente diretamente da lei, tal como o 
regime jurídico a que estão sujeitos.Não há contrato de trabalho, apenas termo de posse. 
Podem ser servidores públicos estatutários efetivos ou comissionados. Os efetivos possuem 
vínculo permanente com a Administração, de natureza profissional e prazo indeterminado, tendo 
em vista que executam atividades permanentes de interesse público. 
Para se tornar servidor público estatutário efetivo, é necessário ser aprovado em concurso público de 
provas ou de provas e títulos e preencher os requisitos da Constituição e da lei específica de cada ente. 
Além disso, é pacífico o entendimento jurisprudencial de que não há direito adquirido a regime 
jurídico. Assim, a relação formada pelo servidor com o Estado pode ser modificada durante o vínculo 
jurídico mediante lei, desde que obedecidas as disposições constitucionais. Desta forma, é correto dizer 
que os direitos instituídos pelo estatuto dos servidores públicos não incorporam no patrimônio destes 
agentes. 
3.2.2 – Servidor público estatutário em comissão (comissionado) 
São servidores estatutários que ocupam cargo de forma transitória, nomeados e exonerados 
livremente pela autoridade competente (exoneração ad nutum). Trata-se, portanto, de mais uma 
exceção à regra do concurso público, tendo em vista que os cargos são de livre nomeação e 
exoneração (art. 37, II, CF). 
A escolha do servidor a ser nomeado pode ocorrer entre servidores que já ocupam cargo público ou 
pessoas que não integram o quadro funcional da Administração Pública, nos limites a serem fixados na 
Servidor 
Público
Estatutário
Efetivo Comissionado
Empregado 
Público
Servidor 
temporário
Agente comunitário de saúde e 
combate às endemias
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lei (art. 37, V, CF). Além disso, somente é possível a nomeação de servidor em comissão para cargos 
de chefia, direção ou assessoramento: 
Art. 37 (...) 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo 
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo 
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, 
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de 
direção, chefia e assessoramento; 
 
Neste sentido, o STF possui jurisprudência pacífica de que são inconstitucionais as leis que 
criam cargos em comissão para atividades rotineiras da Administração, ou de atribuições 
de natureza técnica, operacional ou meramente administrativa, as quais não pressupõem 
uma relação de confiança. Esses cargos devem ser preenchidos por concurso público (ADI 
3602) 
Além disso, o STF já se manifestou impondo que o número de cargos comissionados criados deve 
guardar proporcionalidade com a necessidade que eles visam a suprir e com o número de servidores 
ocupantes de cargos efetivos no Ente Federado, dentre outros requisitos: 
 
4. Fixada a seguinte tese: a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o 
exercício de funções de direção, chefia e assessoramento, não se prestando ao 
desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; b) tal criação deve 
pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor 
nomeado; c) o número de cargos comissionados criados deve guardar 
proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o número de 
servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os criar; e d) as 
atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, de forma clara e objetiva, na 
própria lei que os instituir (RE 1.041.210). 
Vale ressaltar que a liberdade de nomeação para cargos em comissão é ressalvada pelos 
princípios administrativos, especialmente os princípios da impessoalidade e moralidade, 
impedindo o nepotismo na Administração Pública, conforme Súmula Vinculante nº 13, STF, assunto 
estudado na aula acerca dos princípios administrativos, para a qual remetemos o aluno para não 
estender ainda mais esta aula. 
3.2.2.1 – Cargo em comissão x função de confiança 
Embora ambos se relacionem ao exercício de atividade de chefia, direção ou assessoramento, as 
funções de confiança somente podem ser exercidas por servidores públicos estatutários 
ocupantes de cargo efetivo, enquanto os cargos de confiança podem ser preenchidos por pessoa não 
integrante da Administração pública. 
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Cabe à lei, entretanto, estabelecer os casos, condições e percentuais mínimos de cargos comissionados 
a serem preenchidos por servidores de carreira (art. 37, V). 
 
(FUNDEP / PGM-CONTAGEM-MG / 2019) De acordo com a Constituição da República e o 
entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal sobre a criação de cargos 
comissionados, assinale a alternativa correta: 
a) A criação de cargos em comissão pode se destinar ao desempenho de atividades operacionais, 
pois pressupõe a necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor 
nomeado. 
b) O número de cargos comissionados criados deve guardar relação de proporcionalidade com o 
número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente que os criar. 
c) A função de confiança, exercida por servidor ocupante de cargo efetivo ou cargo em comissão, 
destina-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
d) Os servidores ocupantes de cargo efetivo não podem exercer cargos em comissão em 
acumulação, mas podem exercer função de confiança. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O STF possui jurisprudência pacífica de que são inconstitucionais 
as leis que criam cargos em comissão para atividades rotineiras da Administração, ou de 
atribuições de natureza técnica, operacional ou meramente administrativa, as quais não 
pressupõem uma relação de confiança. Esses cargos devem ser preenchidos por concurso público 
(ADI 3602). 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O número de cargos comissionados 
criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o 
número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os criar (RE 
1.041.210). 
A alternativa C está incorreta. Embora ambos se relacionem ao exercício de atividade de chefia, 
direção ou assessoramento, as funções de confiança somente podem ser exercidas por 
servidores públicos estatutários ocupantes de cargo efetivo, enquanto os cargos de confiança 
podem ser preenchidos por pessoa não integrante da Administração pública. 
A alternativa D está incorreta. O art. 37, V prevê que os cargos em comissão serão preenchidos 
por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei: 
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Art. 37 (...) 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, 
e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento; 
3.2.3 – Servidores públicos celetistas (empregado público) 
São agentes públicos com vínculo jurídico permanente e de prazo indeterminado com a 
Administração, formado mediante contrato de trabalho (relação de emprego), após aprovação em 
concurso público deprovas ou provas e títulos. 
➢ Regime jurídico 
Esses agentes públicos são regidos pela CLT e, em âmbito federal, pela lei 9.962/2000. Embora 
regidos pela CLT, o regime jurídico trabalhista desses empregados em específico sofre derrogações de 
Direito Público, especialmente decorrentes das disposições constitucionais. Podemos citar, como 
exemplo, as seguintes normas: 
✓ Proibição de acumulação com outro cargo ou emprego público, salvo as exceções constitucionais 
(art. 37, XVI e XVII, CF); 
✓ São considerados agentes públicos para fins de responsabilização por improbidade 
administrativa (art. 2º, da lei 8.429/92) e “funcionários públicos” para fins penais (art. 327, do 
Código Penal); 
✓ Submetem-se à exigência de concurso público (art. 37, II, CF); 
✓ A remuneração está submetida ao “teto constitucional” se pertencentes à Administração Direta 
ou se a empresa estatal receber recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, XI e §9º, CF); 
✓ Seus atos podem ser submetidos a controle judicial, tal como o mandado de segurança, se 
configurar ato administrativo (tal como atos relacionados aos concursos públicos, licitações 
etc.). 
Essas derrogações de direito público não descaracterizam a relação trabalhista. 
➢ Foro processual 
Por se tratar de relação trabalhista, as demandas relacionadas aos empregados públicos são 
processadas e julgadas pela Justiça do Trabalho (art. 114, I, CF). 
➢ Entes que podem contratar empregados públicos 
Normalmente os empregados públicos são contratados apenas pelas pessoas jurídicas de direito 
privado da Administração Pública. Entretanto, conforme estudamos, é possível que as pessoas de direito 
público contratem empregados públicos em três situações: 
a) Contratação anterior à Constituição Federal de 1988; 
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b) Contratação durante a vigência da redação dada pela EC 19/98 ao art. 39 da CF, antes de sua 
suspensão pelo STF; 
c) Contratação por Entes Federados que sustentam a não autoexecutoriedade do RJU. 
3.2.3.1 – Ausência de estabilidade e motivação da dispensa 
Por outro lado, os empregados públicos, em regra, não possuem direito à estabilidade (súmula 390, 
II, TST, entendimento do STF e da doutrina majoritária). 
 
Entretanto, existe uma exceção em que o empregado público terá direito à 
estabilidade: se cumprido o estágio probatório até a edição da EC 19/98, que 
alterou o art. 41 da CF. Vale lembrar que, antes da referida emenda, o prazo do 
estágio probatório era de dois anos. 
Quanto à necessidade de motivação da dispensa de empregados públicos, sempre houve muita 
discussão na doutrina. De um lado, sustentava-se não ser necessária motivação, bastando o pagamento 
das verbas rescisórias, tendo em vista se tratar de empregado público sem estabilidade. Por outro, 
defendia-se a necessidade de motivação uma vez que se trata da Administração Pública, sujeita ao 
princípio da motivação quanto aos seus atos, bem como em virtude de impessoalidade, pois a declaração 
do motivo seria uma forma de controle do ato de demissão, evitando-se favorecimento ou perseguições. 
Além disso, também se alegava que, o fato de o empregado público ser admitido por meio de concurso, 
deveria trazer uma garantia maior, o que exigia a declaração dos motivos de sua dispensa. 
Diante deste conflito, o STF decidiu primeiramente a questão de forma genérica, afirmando a 
necessidade de motivação em ato formal da demissão de empregados públicos, seja qual for a 
empresa estatal a qual está vinculado (RE 589998, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal 
Pleno, julgado em 20/03/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-179 
DIVULG 11-09-2013 PUBLIC 12-09-2013). 
Entretanto, no julgamento de embargos de declaração anos depois, a Corte Suprema esclareceu que a 
necessidade de motivação em ato formal da dispensa de empregados públicos diz respeito 
apenas aos Correios. Quanto às demais empresas estatais, a Corte afirmou que ainda não possui 
entendimento formado: 
 
(...) Embargos de declaração providos em parte para fixar a seguinte tese de julgamento: 
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT tem o dever jurídico de motivar, 
em ato formal, a demissão de seus empregados. 
(RE 589998 ED, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 
10/10/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-261 DIVULG 04-12-2018 PUBLIC 05-12-2018) 
Esse é o entendimento que o aluno deve levar para provas objetivas. Entretanto, em provas 
subjetivas deve-se ponderar os dois entendimentos existentes, explicitando as decisões do STF e os 
argumentos jurídicos relacionados. 
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Por fim, os motivos a serem expressos em ato formal podem ser diversos da dispensa 
por justa causa, bastando que o motivo seja relevante. 
3.2.4 – Servidores públicos temporários 
3.2.4.1 – Regime jurídico 
Conforme estudamos, os servidores temporários estão sujeitos a um regime jurídico 
especial, estabelecido em lei de cada Ente Federado. Não estão sujeitos à CLT nem ao 
regime dos estatutários, bem como não celebram contrato de trabalho. 
Esses servidores celebram contrato de direito público, regido pela lei, para exercício de 
uma função pública, remunerada e de caráter temporário. 
Quanto ao regime previdenciário, estão sujeitos ao Regime Geral de Previdência Social. 
➢ Exceção à regra do concurso público 
A contratação temporária é uma exceção à regra do concurso público que estudaremos 
ainda nesta aula. Entretanto, o STF decidiu que, embora não se apliquem integralmente as 
regras do concurso público para as contratações por necessidade temporária, deve a 
seleção simplificada observar os princípios da impessoalidade e da moralidade, 
inscritos no art. 37, caput, da CRFB (RE 635648). 
➢ Foro processual 
Por não se tratar de contrato de trabalho, as lides decorrentes das contratações temporárias do poder 
público não serão julgadas pela justiça do trabalho. O processo e julgamento são de competência da 
justiça comum, federal ou estadual, conforme o caso. 
➢ Regime Federal 
Em âmbito federal, a União disciplinou a contratação temporária por meio da lei 8.745/93, que 
estabelece os casos excepcionais em que será possível a contratação temporária por prazo determinado, 
estabelecendo os prazos máximos de contratação, incluídas as prorrogações (art. 4º). 
A contratação deverá ser realizada por meio de processo seletivo simplificado, sujeito à ampla 
divulgação, inclusive no diário oficial. Entretanto, a lei prevê a dispensa do processo seletivo em caso de 
a contratação ser destinada a atender necessidades decorrentes de calamidade pública, de 
emergência ambiental e de emergências em saúde pública (art. 3º). 
➢ Décimo terceiro salário e férias remuneradas + 1/3 (um terço) 
Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias remuneradas 
acrescidas do terço constitucional, salvo: I) expressa previsão legal e/ou contratual 
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em sentido contrário, ou II) comprovado desvirtuamento da contratação temporária 
pela Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou 
prorrogações. STF. Plenário. RE 1066677, Rel. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Alexandre de 
Moraes, julgado em 22/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 551) (Info 984 – clipping). 
3.2.4.2 – Requisitos 
A contratação temporária, ou designação temporária(DTs), foi prevista no art. 37, IX da CF: 
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público; 
O STF, por sua vez, já proferiu decisão acerca da contratação temporária, definindo os requisitos para a 
validade desta espécie de contratação2: 
a) Casos excepcionais previstos em lei: os casos excepcionais devem ser estabelecidos de forma 
específica na lei. O STF já declarou inconstitucional lei de serviço temporário que permitia a 
contratação em situações genéricas3; 
b) O prazo de contratação deve ser predeterminado na lei; 
c) A necessidade de contratação deve ser temporária; 
d) O interesse público deve ser excepcional; 
e) A necessidade de contratação deve ser indispensável. 
Jurisprudência 
 
 STF: Somente há possibilidade de contratação temporária para funções de 
caráter regular e permanente da Administração quando se mostrarem 
indispensáveis à necessidade temporária de excepcional interesse público (ADI 
3247). 
 STF: É constitucional que a lei de contratação temporária estabeleça quarentena 
antes da recontratação de um profissional para um mesmo serviço. Assim, algumas 
leis estabelecem que, finalizado o contrato temporário de um professor, por exemplo, é 
necessário aguardar um período para que seja possível a sua recontratação (12 meses, 24 
meses etc.) (RE 635648). 
 STJ: As regras que estabelecem um interstício mínimo antes da possibilidade de 
recontratação devem ser interpretadas de forma restritiva, não se aplicando à 
contratação temporária para outras funções (REsp 1433037/DF). 
 
 
2 RE 658026, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 09/04/2014, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-214 DIVULG 30-10-2014 PUBLIC 31-10-2014. 
3 ADI 3721, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 09/06/2016, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-170 DIVULG 12-08-2016 PUBLIC 15-08-2016. 
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3.2.4.3 – Nulidade da contratação 
No caso de a contratação ser considerada irregular pelo Poder Judiciário ou no exercício do 
poder de autotutela pela própria Administração Pública, os servidores temporários serão 
dispensados, não havendo direito à indenização de verbas rescisórias na forma da 
CLT, eis que não se trata de contrato de trabalho. 
 
Neste sentido, o STF entendeu que a dispensa do servidor temporário por nulidade da 
contratação enseja o direito ao recebimento apenas do saldo de salário e dos depósitos 
do FGTS, nos termos do art. 19-A da lei 8.036/90 (RE 765320 ED ). 
3.2.5 – Agentes comunitários de saúde e combate às endemias 
A contratação de agentes comunitários de saúde e de combate às endemias é mais uma hipótese de 
exceção à regra do concurso público, tendo em vista que serão admitidos por meio de processo seletivo 
público, conforme previsto no art. 198, §4º, CF: 
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de 
saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo 
com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. 
Em nível federal, esses agentes se submetem ao regime da CLT, ou seja, regime jurídico trabalhista. É o 
que prevê a Lei federal n.º 11.350/06: 
Requisitos para a 
contratação 
temporária
Casos excepcionais 
previstos em lei
Situações específicas, sendo vedadas 
hipóteses genéricas
Prazo de contratação 
predeterminado na lei
Permitida previsão de quarentena 
antes de nova contratação para mesma 
função
Necessidade de contratação 
temporária
Interesse público 
excepcional
Necessidade de contratação 
indispensável
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Art. 8º Os Agentes Comunitários de Saúde e os Agentes de Controle às Endemias admitidos 
pelos gestores locais do SUS e pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, na forma do 
disposto no § 4º do artigo 198 da Constituição, submetem-se ao regime jurídico 
estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, salvo se, no caso dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, lei local dispuser de forma diversa. 
Entretanto, verifica-se que o dispositivo permite aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
estabelecer regime jurídico diverso em lei local. 
3.2.6 – Existe a figura do empregado público em comissão? 
 
Sendo possível a contratação de servidor público de forma precária, sem concurso público, 
seria possível, às entidades que contratam pelo regime celetista, contratarem 
empregado público de forma precária (o empregado público em comissão)? 
Quanto ao questionamento, existem duas correntes. A primeira, mais conservadora e minoritária, aduz 
que não seria possível, adotando uma interpretação literal do art. 37, II e V da CF, que fala apenas em 
cargo público em comissão. Argumenta ainda que a lei 13.303/2016 não fez menção ao emprego público 
em comissão, sendo um verdadeiro silêncio eloquente do legislador. 
Já a segunda corrente, que é majoritária tanto na doutrina, quanto na jurisprudência, inclusive do TST, 
parte de uma interpretação sistemática da CF. Neste sentido, o art. 54, I, “b”, CF e art. 19, §2º, ADCT falam 
expressamente em “emprego em comissão”. Além disso, se o regime jurídico estatutário, que é mais 
rigoroso que o celetista, dependendo de lei para criação e regência dos cargos, autoriza a contratação 
de cargos comissionados, não faria sentido proibir esta modalidade no regime jurídico celetista. 
 
A contratação de empregados públicos em comissão deve seguir a mesma lógica 
do art. 37, V, CF, ou seja, destina-se apenas para as atribuições de direção, chefia 
e assessoramento. 
A questão é relevante pois existem empresas públicas e sociedades de economia mista que precisam 
contratar pessoas extremamente qualificadas, com notória especialização em determinada área, para 
funções de chefia ou direção de setores estratégicos. Todavia, sabe-se que esses profissionais 
qualificados não se sujeitam ao escrutínio do concurso público, pois possuem mercado nas maiores 
instituições privadas do país. 
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Ressalte-se, por oportuno, que não se trata dos cargos de diretoria das estatais previstos na lei 
13.303/2016, que devem seguir o regramento da legislação, mas de direção de setores estratégicos. 
Portanto, conclui-se que é viável juridicamente a criação do “emprego público em 
comissão”, desde que vinculado às funções de chefia, direção e assessoramento. 
Já quanto à dispensa desses empregados públicos em comissão, entende-se que não se aplica a 
vedação à dispensa arbitrária ou sem justa causa, pois a eles se aplicam a mesma sistemática do 
cargo público em comissão, sendo, portanto, de livre nomeação e exoneração (art. 7º I, CF). 
Além disso, em virtude da precariedade da contratação, também não são devidas as verbas 
rescisórias, tais como o aviso prévio indenizado, a multa de 40% do FGTS, dentre outras, salvo o saldo 
de salário, férias e 13º proporcionais, sendo devidos apenas os direitos trabalhistas adquiridos 
(saldo de salário, 13º e férias proporcionais e/ou vencidos). 
Neste sentido, é a jurisprudência do TST, conforme noticiado no informativo nº 191: 
 
Conforme a jurisprudência pacífica da SBDI-I e das Turmas do TST, os empregados 
públicos contratados sem concurso público, sob o regime da CLT, para o exercício de 
cargo em comissão, de livre nomeação e exoneração, não têm direito ao pagamentodas verbas rescisórias decorrentes da dispensa imotivada. 
TST-E-ARR-1642-58.2015.5.02.0080, SBDI-I, rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 
red. p/ acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 21.2.2019. 
3.3 – Particulares em colaboração com o Poder Público 
São os agentes públicos que atuam em situações excepcionais, em nome do Estado, mesmo sem 
perderem a condição de particulares e ainda que em caráter temporário ou ocasional e sem 
remuneração (embora possam ser remunerados). A condição de particular em colaboração 
independe do vínculo jurídico estabelecido. Esses particulares exercem função pública e podem ser 
divididos em quatro espécies: 
a) Designados (ou honoríficos): atuam em virtude de convocação do Poder Público e possuem a 
obrigação de participação quando requisitados, sob pena de sanção. Ex.: mesários das eleições, 
jurados do júri popular e os agentes militares constritos (convocados para o serviço militar 
obrigatório); 
b) Voluntários: atuam de forma voluntária nas repartições públicas, tais como as escolas, hospitais 
ou em situações de calamidade. O Poder Público pode realizar programa de voluntariado, em que 
os particulares atuarão como agentes públicos voluntários; 
c) Delegados: são os particulares que atuam na prestação de serviços públicos mediante delegação 
do Estado, como, por exemplo, os titulares de serviços de notas e registros (serventias 
extrajudiciais – cartórios) e nas concessões e permissões de serviços públicos previstas na lei 
8.987/95; 
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A classificação das concessionárias e permissionárias de serviços públicos como agentes públicos 
delegados não é pacífica na doutrina, tendo em vista que prestação do serviço não se dá em nome do 
Estado, mas por conta e risco da concessionária. 
d) Credenciados: são os particulares que atuam em nome do Estado em virtude de convênios 
celebrados com o Poder Públicos. Ex.: médicos privados que atuam em convênio com o Sistema 
Único de Saúde (SUS). 
 
3.3.1 – Titulares de serventias extrajudiciais (notários e registradores) 
 
Os serviços extrajudiciais constituem serviços públicos, fiscalizados pelo Poder Judiciário 
de cada Estado-membro e são exercidos em caráter privado por meio de delegação do 
poder público, por pessoa física aprovada em concurso público de provas e títulos. 
Tal delegatário recebe a denominação de tabelião (ou notário), se prestador de serviços de notas e de 
protesto de títulos, ou de oficial de registro (ou registrador), se prestador de serviços de registro. 
São profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade 
notarial e de registro. 
Os notários e registradores, portanto, são considerados agentes públicos, na espécie 
particulares em colaboração com o Poder Público (STJ). 
Particulares em colaboração com o Poder 
Público
Designados 
(honoríficos)
Convocação do Poder 
Público e obrigação de 
participar
Voluntários
Atuam de forma 
voluntária
Delegados
Serviços públicos 
delegados
Credenciados
Atuam em nome do 
Estado em virtude de 
convênio
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A forma de ingresso nestes cargos é por meio de aprovação em concurso público, sendo nula a 
investidura como titular de serviço de notas ou de registros sem prévia aprovação em concurso: 
CF, Art. 236 (...) 
§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e 
títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de 
provimento ou de remoção, por mais de seis meses. 
Da mesma maneira a remoção de uma serventia extrajudicial para outra se dá mediante concurso 
público de provas e títulos. 
Existem reiteradas decisões do STF no sentido de que a investidura ou remoção em serventias 
extrajudiciais sem concurso público de provas e títulos é nula. 
3.4 – Agente público de fato e usurpação de função 
➢ Agente público de fato 
Conforme já estudamos, os agentes públicos de fato são os particulares que não foram investidos em 
cargo, emprego ou função pública ou cuja investidura se deu de forma irregular, que exercem a função 
pública de boa-fé. O vínculo jurídico com o Estado é nulo ou inexistente. 
Os agentes públicos de fato podem ser divididos em duas categorias: 
a) Agente público de fato necessário: exercem função pública em situação de calamidade ou de 
emergência (ex.: particulares que, de forma voluntária, auxiliam vítimas em desastres naturais); 
b) Agente público de fato putativo: exercem função pública em situação de normalidade e 
possuem aparência de servidor público (ex.: servidor nomeado após aprovação em concurso 
público eivado de nulidade). 
Em função da teoria da aparência e da atuação de boa-fé dos agentes de fato putativo e 
necessário, os atos por eles praticados são considerados válidos e eficazes em relação a 
terceiros, desde que tenham agido de boa-fé. 
Por outro lado, a remuneração recebida pelos agentes públicos de fato putativos não deverá ser 
devolvida à Administração, tendo em vista que eles efetivamente exerceram atividade pública, sob 
pena de enriquecimento sem causa do ente público. Quanto aos agentes de fato necessários, em regra, 
atuam sem receber qualquer tipo de remuneração do poder público. 
A diferença mais relevante entre agente de fato putativo e necessário apontada pela doutrina 
diz respeito à responsabilidade civil do estado pelos danos causados a terceiro. Quando 
o dano for causado pelo agente de fato putativo, o Estado será objetivamente 
responsável, nos termos do art. 37, §6º, CF, tendo em vista a teoria da aparência. 
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Entretanto, quanto aos agentes de fato necessários, a doutrina não vem admitindo a 
responsabilidade civil do Estado pelos danos por eles causados, tendo em vista a 
impossibilidade de se invocar a teoria da aparência. 
➢ Usurpação de função 
Ao contrário do agente público de fato, o usurpador de função atua com má-fé, intentando se beneficiar 
do exercício irregular de função pública. A usurpação de função é crime previsto no art. 328 do Código 
Penal. 
Além disso, os atos praticados pelo usurpador de função são considerados inexistentes, tendo em vista 
que não foi emitido por um agente público. No mesmo sentido, a Administração Pública não será 
responsável pelos danos causados pelo usurpador de função a terceiros. 
4 – ACESSIBILIDADE AOS CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS 
4.1 – Requisitos de acesso aos cargos e empregos públicos 
4.1.1 – Princípio do amplo acesso aos cargos públicos 
O art. 37, I, da CF estabelece o princípio da ampla acessibilidade aos cargos públicos: 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
Neste sentido, o ingresso nos cargos públicos não pode sofrer restrições sem razoabilidade pela 
Administração Pública. Os requisitos necessários para se tornar servidor público devem ser apenas 
aqueles previstos na constituição e outros instituídos por lei, desde que guarde pertinência com a 
natureza e complexidade do cargo ou emprego público e seja razoável, com a finalidade de atender aos 
princípios da Administração Pública. 
Por este motivo, é inconstitucional qualquer norma que restrinja ou frustre o amplo acesso aos cargos 
ou empregos públicos. Além disso, não é válida a imposição de requisito por ato normativo infralegal. 
Os requisitos existentesno ordenamento jurídico brasileiro podem ser resumidos da seguinte forma, 
sem prejuízo da existência de outros relacionados a cargos específicos, em virtude de suas 
peculiaridades: 
➢ Nacionalidade brasileira: o art. 37, I, CF prevê que o amplo acesso aos cargos e empregos 
públicos pertence aos brasileiros que preencham os requisitos, não fazendo distinção quanto 
ao brasileiro nato e naturalizado. Os únicos cargos que não podem ser preenchidos por 
brasileiros naturalizados são aqueles em que a constituição faz expressa restrição (art. 12, §3º, 
CF). 
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Por outro lado, previu que o acesso aos cargos e empregos públicos pelos estrangeiros deve ocorrer 
na forma da lei. O acesso pelos brasileiros é norma de eficácia contida, enquanto, em relação aos 
estrangeiros, é norma de eficácia limitada à edição de lei. 
Assim, os estrangeiros somente terão acesso a cargos ou empregos públicos se houver lei autorizando 
e estabelecendo os requisitos. Neste sentido, em âmbito federal, o art. 5º, §3º, da lei 8.112/90 previu 
que “as universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus 
cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos 
desta Lei.” 
Quanto às demais entidades e cargos ou empregos públicos, é necessária lei específica autorizando o 
acesso por estrangeiros. 
➢ Gozo dos direitos políticos; 
➢ Quitação com as obrigações militares; 
➢ Nível de escolaridade exigida pelo cargo ou emprego público; 
➢ Aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos: exigência realizada no art. 
37, II, da CF, a qual estudaremos detalhadamente no próximo tópico. 
Em regra, os requisitos para acesso ao cargo público devem ser comprovados no momento da posse, 
e não da inscrição no concurso público: 
Súmula nº 266-STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser 
exigido na posse e não na inscrição para o concurso público. 
As poucas exceções serão tratadas nos tópicos próprios. 
4.2 – Concurso público 
4.2.1 – Exigência, conceito e abrangência 
O art. 37, II, da Lei Maior estabeleceu o princípio do concurso público: 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo 
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição 
da autoridade responsável, nos termos da lei. 
A imposição de concurso público abrange toda a Administração direta e indireta, inclusive as 
empresas públicas e sociedades de economia mista e está fundada, especialmente, nos princípios da 
impessoalidade, da moralidade e da eficiência. 
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Concurso público é o processo administrativo por meio do qual a Administração seleciona 
os melhores candidatos para ocuparem os cargos ou empregos públicos, por meio da 
realização de provas ou de provas e títulos. 
Vale relembrar que o concurso público não se confunde com a modalidade de licitação “concurso” 
(art. 22, IV e §4º, da lei 8.666/93), que consiste na modalidade de licitação entre quaisquer 
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios 
ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes do regulamento próprio previsto no 
edital. 
O STF possui entendimento pacífico no sentido da inconstitucionalidade de qualquer forma de 
provimento sem concurso público: 
Súmula Vinculante 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao 
servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu 
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 
Esta súmula impede, além do ingresso em cargo ou emprego público sem concurso, a transposição de 
cargos ou empregos na Administração, como, por exemplo, a transposição do cargo de “assessor 
jurídico” para “procurador do município” sob a nomenclatura de “promoção” ou por meio de lei 
específica, conforme caso concreto julgado inconstitucional pelo STF. Trata-se de fraude ao princípio do 
concurso público, pois buscava permitir o acesso a outro cargo em outra carreira. 
 
Em virtude da inconstitucionalidade, o STF entende que não se aplica o prazo 
decadencial de 05 (cinco) anos para a anulação da nomeação de servidor público 
quando desrespeitada a exigência de concurso público, não se admitindo a teoria do fato 
consumado neste caso. Assim, a nomeação com violação do princípio do concurso 
público pode ser anulada a qualquer tempo. 
 
Além disso, o STF possui jurisprudência pacífica no sentido de que não se pode manter 
no cargo servidor público que tomou posse por meio de decisão de caráter 
precário (liminar, cautelar, tutela antecipada etc.) posteriormente revogada, ainda 
que sob o argumento de fato consumado, segurança jurídica ou proteção da confiança. 
De acordo com a Corte, agente público possui consciência de que a decisão é precária e 
pode ser modificada ou revogada a qualquer tempo. Ademais, as decisões precárias são 
executadas de forma provisória e sob inteira responsabilidade de quem a requer, sendo 
certo que a sua revogação acarreta efeito ex tunc, circunstâncias que evidenciam sua 
inaptidão para conferir segurança ou estabilidade à situação jurídica a que se refere (RE 
608482). 
O STJ, por sua vez, mitigou esse entendimento, entendendo que, a depender do caso concreto, em 
situações excepcionais, é possível a aplicação da teoria do fato consumado para manter o servidor no 
cargo há mais de 20 anos, mesmo que tenha tomado posse por meio de decisão liminar posteriormente 
revogada: 
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 STJ: No caso concreto, havia a solidificação de situações fáticas ocasionada em razão 
do excessivo decurso de tempo entre a liminar concedida e os dias atuais, de maneira 
que, a reversão desse quadro implicaria inexoravelmente em danos 
desnecessários e irreparáveis ao servidor. De acordo com a corte, deveria considerar 
que a liminar que deu posse ao impetrante no cargo de Policial Rodoviário Federal foi 
deferida em 1999 e desde então ele está no cargo, ou seja, há mais de 20 anos. 
Assim, o STJ entendeu que existem situações excepcionais, nas quais a solução 
padronizada ocasionaria mais danos sociais do que a manutenção da situação 
consolidada, impondo-se o distinguishing, e possibilitando a contagem do tempo de 
serviço prestado por força de decisão liminar, em necessária flexibilização da regra 
estabelecida pelo STF de inaplicabilidade do fato consumado à posse em cargo público 
por decisão precária. STJ. 1ª Turma. AREsp 883.574-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia 
Filho, julgado em 20/02/2020 (Info 666). 
Além disso, o dispositivo constitucional estabelece que o concurso público será de “provas ou provas e 
títulos”, sendo impossível a realização de concurso público apenas com avaliação de títulos. 
Por outro lado, em caso de nulidade da nomeação em razão do provimento sem concurso público, o que, 
obviamente, inclui o concurso anulado por vício de legalidade, será devido ao servidor público que 
perdeu o cargo o depósito do FGTS relativamente ao período irregular de serviços prestados, a teor do 
art. 19-A da lei 8.036/90. De

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