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Universidade Estácio de Sá Programa de Pós-graduação Lato Sensu Enfermagem em Nefrologia Enf. Ms. Greice Petronilho Prata Carvalho Doutoranda Saúde Pública USP/SP E-mail: greicepprata@msn.com Hemodiálise Hemodiálise * É o método de substituição da função renal mais utilizado. * No início era utilizada exclusivamente para o tratamento da IRA. * A HD empregada no tratamento da uremia crônica se deu a partir da década de 60. * Aprimoramento das máquinas, dialisadores, confecção do acesso vascular permanente. * Milhões de pessoas são mantidas vivas no mundo graças à este método. * O tratamento crônico permite a preparação dos pacientes para serem submetidos ao transplante renal. Histórico • Romanos: Remoção da uréia por difusão (banhos quentes); • Tomas Graham – Primeiras experiências de movimento de vários solutos através de diversas membranas; • 1854 – Thomas Graham criou o termo “diálise” para a separação das substâncias tóxicas; • 1900 - Primeira membrana; • 1925 – George Haas realizou a primeira sessão em humanos; • 1940 - Hemodiálise como tratamento de humanos / Kolff PRIMEIRO RIM ARTIFICIAL; • 1949 – Dr. Tito Ribeiro realiza a primeira sessão de HD no Brasil(SP); • 1960 – Scribner e Quinton criam o shunt arteriovenoso; • 1966 – Cimino e Brescia idealizam a fístula arteriovenosa primária; • 1973 – Aprovada a lei que permitia o livre aceso de todo cidadão americano à diálise; 1955 Desembarca no RJ o 1º Rim Artificial do modelo Kolff-Brighom, no Hospital Pedro Ernesto (RJ). 1960 - SHUNT ARTÉRIO VENOSO 1966 - FÍSTULA ARTÉRIO VENOSA 1950 1970 1990 1960 2000 Evolução das máquinas de Hemodiálise MÁQUINA GENIUS 2007 Fresenius 4008S V10 • Analisa de forma online a eficiência e a dose de diálise prescrita (OCM); • Possui solução de diálise ultrapura (DIASAFE plus); • Monitor de Pressão Arterial (BMP) é totalmente integrado ao equipamento; • Novo conector do bibag (bicarbonato em pó); • Sistema Adapted Flow otimiza o consumo de água, energia e concentrados para a diálise, além de permitir uma economia de 20% no consumo de concentrados e água tratada para hemodiálise. • https://www.youtube.c om/watch?v=_HMGh MQq9QI Indicações da HD Urgência a) Hiperpotassemia ou hipercalemia A elevação dos níveis séricos de potássio deve chamar a atenção dos profissionais de saúde, pelo risco elevado de lesão cardíaca (IAM) e arritmias cardíacas. Valor normal: concentrações séricas de 3,5 - 5 mEq / L Hormônios reguladores: ADH e Aldosterona Caso 1 (s/ acompanhamento) TFG – 20 ml/min Uso de I-ECA e B-bloq K+ 6,8 mEq/l Sem orientação nutricional Caso 2 (com acompanhamento) TFG – 8 ml/min Bloq. can. Cálcio e diuréticos K+ 6,3 mEq/l Seguia orientações nutricionais Indicações da HD Urgência b) Hipervolemia – decorre da expansão do volume extracelular do paciente urêmico. Graus de expansão não suficientes para serem notados clinicamente ocorrem com frequência e repercutem sobre o sistema circulatório e sobre o pulmão, além de contribuir para o aparecimento de hipertensão arterial. Assim, pode aparecer insuficiência cardíaca na ausência de cardiopatia prévia e, edema pulmonar que pode ocorrer em consequência da incapacidade do ventrículo esquerdo em vencer a pós- carga. O início da HD, com a ultrafiltração, reverte prontamente os sintomas decorrentes da hipervolemia. Eventualmente, quando os sintomas ainda são incipientes, apenas com desconforto ao decúbito, o aumento da dose de diuréticos ou o melhor controle da pressão arterial podem atenuar este quadro. É importante ressaltar que hipervolemia pode cursar com franca anasarca sem sintomas respiratórios e que o contrário também pode acontecer. Vale ressaltar que o edema pulmonar é decisivo na indicação HD. Indicações da HD Urgência c) Pericardite urêmica – Pelo elevado risco de derrame pericárdico e tamponamento cardíaco. O paciente queixa-se de desconforto precordial, às vezes acompanhado de febre, e o diagnóstico clínico dar-se pela constatação de atrito pericárdico à ausculta. Caracteristicamente não ocorre elevação do segmento ST ao eletrocardiograma, o que é útil no diagnóstico diferencial com outras formas de pericardite. Este quadro é rapidamente revertido à medida que o tratamento dialítico é iniciado. Pelo risco de precipitar ou aumentar efusão hemorrágica no espaço pericárdico, deve-se evitar o uso de heparina durante a hemodiálise. d) Sinais e sintomas urêmicos – Desorientação, redução do nível de consciência, soluços persistentes, anorexia, náuseas e vômitos, caracterizam o doença renal em seu estágio terminal. Não apenas estes sinais e sintomas são, por si só, indicações da diálise, como também, nesta fase, torna-se provável o surgimento de outras complicações potencialmente fatais, como hiperpotassemia, pericardite e complicações hemorrágicas. Indicações da HD Urgência Indicações da HD Eletivas Em que momento indicar o início da TRS, sem o surgimento de sinais e sintomas??? São analisados 03 critérios a) Taxa de filtração gromelurar – Não é interessante permitir que os sinais urêmicos se agravem muito, sendo mais prudente programar o início da diálise antes que surjam comorbidades associadas a um maior risco de mortalidade após o início do tratamento, principalmente a desnutrição. TFG – 10 ml/min/1,73 m2 Diabéticos e idade inferior à 18 anos - TFG for < 15mL/min/1,73m2. Atenção! Considerar parâmetros clínicos!!! Indicações da HD Eletivas b) Estado nutricional – A piora do estado nutricional dos pacientes também deve ser um fator bastante considerado para a indicação do início da terapia substitutiva. É bastante comum encontrar pacientes com acentuada perda da função renal já bastante desnutridos. O estado nutricional ao início da diálise é um dos mais importantes determinantes da evolução clínica. Uma dieta com cerca de 0,6 a 0,75 g/kg/dia de proteína parece ser o suficiente para evitar uma desnutrição energético-protéica importante antes do início da diálise. Indicações da HD Eletivas c) Quadro Clínico – É sempre muito importante considerar a relação risco/benefício para indicar o início de uma TRS para um paciente em DRC em fase terminal. Isso nem sempre é uma tarefa muito fácil, porém exige bom senso e uma capacidade de comunicar-se bem com o paciente. * O momento para se iniciar a TRS é geralmente determinado pelas avaliações da taxa de filtração glomerular e do estado nutricional.Pontos Críticos * Desnutrição energético-protéica, refratária à dieta, pode ser uma indicação para se iniciar a diálise, quando a TFG ainda estiver acima de 10 ml/min. Antes do início da TRS é recomendado que o paciente assine um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) sobre a modalidade escolhida e esse termo deve ser anexado ao prontuário. Cada unidade pode ter o seu texto próprio, entretanto as informações mínimas que devem conter nesse documento são: I - Normas e Rotinas do serviço de diálise incluindo os direitos e deveres do paciente renal crônico. II - Tipos de tratamentos disponíveis na rede de assistência à saúde: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante, bem como seus benefícios e riscos. III - A doença renal crônica, os cuidados com o acesso dialítico (fístulas e cateteres), as possíveis intercorrências, alimentação e como proceder em viagens. IV - Telefones para denúncia, endereços das associações de usuários e da vigilância sanitária. V - Condições para entrada e como acompanhar sua situação na fila de transplante. Está recomendado para todos os pacientes estágio 5-D: 1. Diminuir a ingestão de sódio (menor que 2 g/dia) correspondente a 5 g de cloreto de sódio, em adultos, a não ser se contra indicado; 2. Atividade física compatível com a saúde cardiovascular e tolerância: caminhada de 30 minutos 5x por semana para manter IMC < 25; 3. Abandono do tabagismo; 4. Correção da dose de medicações como antibióticos e antivirais de acordocom a modalidade de diálise; 5. Adequação da ingesta de proteínas de acordo com o estado nutricional, avaliação da hiperfosfatemia e da adequação da diálise; 6. Para o controle da hipertensão o alvo deve ser PA < 140/90 mmHg 7. Para pacientes diabéticos, deve-se manter a hemoglobina glicada em torno de 7%. Princípios fisiológicos e Modelo da Cinética da Ureia Diálise É um processo em que a composição de soluto em uma solução A está alterada pela exposição dessa solução a uma segunda solução B, através de uma membrana semi- permeável. Princípios fisiológicos e Modelo da Cinética da Uréia No entanto, solutos maiores (como as proteínas) não podem passar através da barreira semipermeável, e as quantidades de solutos de alto peso molecular de cada lado da membrana vão permanecer inalteradas. Membrana semi-permeável pode ser considerada como uma folha perfurada por orifícios ou poros. Moléculas de água e solutos de baixo peso molecular nas duas soluções podem passar através dos poros da membrana e misturar-se. Princípios fisiológicos e Modelo da Cinética da Uréia http://webbed.com.br/geisy/?p=171 Princípios fisiológicos e Modelo da Cinética da Uréia Mecanismos de transporte de solutos - DIFUSÃO O movimento de solutos por difusão é o resultado de uma movimentação molecular aleatória. Ao colidir com a membrana e encontrar um poro de tamanho suficiente, ela passará da membrana para a solução contígua. Esse mecanismo pode ser influenciado por: a) Gradiente de concentração b) Peso molecular (velocidade e tamanho) c) Resistência da membrana (espessamento, número de poros, membrana de líquidos) Duas soluções com concentração diferentes separadas por uma membrana semipermeável. Moléculas pequenas passam para menor concentração por difusão. Já as moléculas maiores por convecção. Princípios fisiológicos e Modelo da Cinética da Uréia Mecanismos de transporte de solutos - ULTRAFILTRAÇÃO Apesar de estar diretamente ligada ao transporte de solvente, a ultrafiltração também influencia o movimento de soluto de um lado ao outro da membrana semipermeável. Isso se dá devido à forças convectivas relacionadas ao transporte de substâncias de baixo peso molecular. Solutos maiores, especialmente aqueles maiores que os poros da membrana, são mantidos. Para tal soluto grande, a membrana atua de forma semelhante à uma peneira, de forma seletiva e saturável. Princípios fisiológicos e Modelo da Cinética da Uréia Mecanismos de transporte de solutos - ULTRAFILTRAÇÃO Durante a hemodiálise, a água move-se do sangue para o dialisato no dialisador como resultado de um gradiente de pressão hidrostática entre os compartimentos de sangue e do dialisato. O ritmo de ultrafiltração vai depender da diferença total de pressão através da membrana (conhecida como pressão transmembrana → mmHg). Pressão compartimento de sangue - Pressão compartimento do dialisato PTM = Princípios fisiológicos e Modelo da Cinética da Uréia Mecanismos de transporte de solutos - ULTRAFILTRAÇÃO A permeabilidade das membranas dos dialisadores à água, ainda que alta, pode variar consideravelmente e é função da espessura da membrana e do tamanho dos poros. A permeabilidade da membrana à água é indicada pelo seu coeficiente de ultrafiltração (Kuf). O Kuf é definido como o número de mililitros de líquido por hora que pode ser transferido através da membrana por mmHg de gradiente de pressão transmembrana. Atentar para as especificações do fabricante! Kuf → 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 Princípios fisiológicos e Modelo da Cinética da Uréia Mecanismos de transporte de solutos - ULTRAFILTRAÇÃO A ultrafiltração durante a diálise é realizada com a finalidade de remover a água acumulada tanto pela ingestão de líquidos como pelo metabolismo de alimentos no intervalo inter-dialítico. Tipicamente, um paciente sendo dialisado três vezes por semana vai ganhar 1 – 4 kg de peso entre os tratamentos, que vai necessitar de remoção durante 3 – 4 horas do período de diálise. Pacientes com sobrecarga aguda de líquidos podem necessitar de uma remoção mais rápida. Assim, a necessidade clínica para ultrafiltração geralmente varia entre 0,5 a 1,5 litro/hora. OBS.: Estimativa de peso seco! Pontos-chave! Em hemodiálise: a) Difusão movimenta solutos principalmente na dependência de um gradiente de concentração; b) Convecção movimenta água e solutos sem alterar sua concentração; seu principal determinante é um gradiente de pressão hidráulica; c) Adsorção retirar moléculas maiores mas é um mecanismo saturável, a menos que se substitua o dialisador. Princípios fisiológicos e Modelo da Cinética da Uréia Aplicações clínicas da difusão e ultrafiltração na remoção de solutos a partir da perspectiva do dialisador O dialisador é um compartimento que possui, de um lado, sangue, e do outro, a solução de diálise. Esta solução consiste de uma água altamente purificada, acrescida de sódio, potássio, cálcio, cloreto, bicarbonato e dextrose. Quando o sangue urêmico entra em contato com esta solução, se inicia o transporte de solutos, num fluxo muito mais alto do que o fluxo retrógrado do dialisato para o sangue. Durante a hemodiálise, a concentração de equilíbrio é prevenida e o gradiente de concentração prevenida pelo preenchimento constante da solução de diálise. O dialisador No interior do dialisador existe um feixe de milhares de pequenas fibras capilares por cujo interior o sangue flui durante a sessão de hemodiálise. O dialisador é desenhado de forma que o sangue flua pelas fibras e a solução de diálise flua ao seu redor, pelo lado de fora. Solução de Diálise DialisatoDialisado Expurgo Sangue Sangue PACIENTE Banho de Diálise Expurgo Normalmente, a direção do fluxo de solução de diálise é oposto à direção do fluxo de sangue (fluxo em contra- corrente). Isso é feito com o propósito de maximizar a diferença da concentração de produtos catabólicos entre o sangue e o dialisato em todas as partes do dialisador. Funcionamento do Dialisador http://lauralahoz.blogspot.com/ O fluxo de sangue e dialisato devem passar em direção contraria para manter a diferença de gradiente de concentração e remover o máximo de solutos através da membrana semipermeável. Sangue LIMPO com reduzidos níveis de uréia, creatinina,etc ... Dialisato NOVO contendo os eletrólitos essenciais Dialisado USADO com uréia,creatinina, etc... Sangue Dialisato Sangue UREMICO com níveis elevados de creatinina, potássio, uréia, sódio, etc... Fluxo em Contra Corrente Exterior das fibras capilares Interior do lúmen das fibras capilares Clearance de uréia Clearance (C) é a capacidade do dialisador de ‘limpar’ uma quantidade de sangue de um determinado soluto (ureia) por unidade de tempo [ml/min]. QB=200 ml/min UF=0 Fatores que influenciam: tamanho do soluto, permeabilidade da membrana, área de superfície, fluxo de sangue, fluxo de dialisato, taxa de ultrafiltração, parâmetros de sangue do paciente, ... Na fabricação os dados são medidos in-vitro com um marcador de moléculas conforme as características do dialisador. QD=500 ml/min C.uréia=180 ml/min Uréia não depurada=20ml Fatores que afetam a depuração da uréia da porção aquosa do sangue (KW) a) Velocidade do fluxo de sangue* → À medida que o fluxo de sangue aumenta, o dialisador torna-se incapaz de remover a uréia no mesmo grau de eficiência. Exemplo de cálculo de depuração da uréia: Fluxo de sangue: 200 ml/min Uréia no plasma (entrada): 100 mg/dl Uréia no plasma (saída): 25 mg/dl 200 x (100 – 25) 100 = 150 ml/min Fluxo de sangue: 400 ml/min Uréia no plasma (entrada): 100 mg/dl Uréia no plasma (saída): 50 mg/dl 400 x (100 – 50) 100 = 200 ml/min * A recomendação é de que as bombas de sangue sejam ajustadas para taxas entre 200 a 500 ml/min na diálise de adultos. Fatores que afetam a depuraçãoda uréia da porção aquosa do sangue (KW) b) Velocidade do fluxo de solução de diálise → A remoção de uréia depende também do fluxo de solução de diálise. A velocidade usual de 500 ml/min. Uma velocidade maior pode aumentar a eficácia da remoção de uréia. Porém, um fluxo de solução de 800 ml/min, com fluxo de bomba de sangue a 350 ml/min aumentará a eficácia em apenas 12%, quando utilizado um dialisador de alto fluxo. Fatores que afetam a depuração da uréia da porção aquosa do sangue (KW) c) Eficiência do dialisador → Um dialisador de alta eficiência, com membrana fina de grande área de superfície, poros largos e arquitetura que maximize o contato entre o sangue e o dialisato removerá maior percentagem de catabólitos. O coeficiente de transferência de massa do dialisador (KoA) reflete a eficiência da remoção de solutos em função da velocidade de fluxo de sangue para um determinado dialisador. 200 250 300 350 400 450 500 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 KoA (in Vitro) 320 300 400 600 800 1000 Velocidade de fluxo de sangue total (ml/min) K ( C le a ra n c e , m l/ m in ) Fatores que afetam a depuração da uréia da porção aquosa do sangue (KW) d) Efeito do peso molecular → Solutos de alto peso molecular difundem-se pobremente através da membrana do dialisador. Solutos maiores, como a B2-microglobulina (PM = 11.800) não podem passar através dos poros de uma membrana de diálise padrão. Entretanto, membranas de alto fluxo tem poros de tamanho suficiente para que essa molécula passe. A permeabilidade da membrana a água que pode variar muito de um dialisador para outro depende de: 1. Espessura da membrana 2. Tamanho do poro 3. KUF (coeficiente de ultra filtração) – É definido com a quantidade de milímetros de água que é transferido através da membrana por hora, quando 1 mmHg de pressão (PTM) é aplicado O que é área do dialisador? É o tamanho do dialisador, ou seja, a quantidade de fibras do dialisador medida em metros quadrados (m2) O que é Priming? É a quantidade de líquido necessário para preencher todas as fibras do dialisador. COEFICIENTE DE ULTRA FILTRAÇÃO • Confeccionada com material biocompatível; • É semipermeável; • É responsável pela comunicação entre o compartimento sanguíneo e o compartimento dialítico; • Permite o transporte de solutos e solventes; • As múltiplas fibras ocas dos dialisadores são membranas semipermeáveis; MEMBRANA DOS DIALISADORES Ela é PERMEÁVEL, quando os poros do material permite a passagem de água e solutos, que é definido pelo seu peso molecular ou tamanho molecular. Se os solutos são maiores que o tamanho do poro, podemos dizer que a membrana é IMPERMEÁVEL Corte Fibra do Dialisador Membranas Existem atualmente quatro tipo de membranas frequentemente usados em dialisadores: a) Celulose → Obtida através do algodão processado. Membranas de celulose recebem vários nomes como: celulose regenerada, celulose cuprophane, rayon cyprammonium e celulose ester saponificada. b) Celulose substituída → O polímero de celulose tem um grande número de grupo hidroxila livre na sua superfície. Nas membranas de acetato de celulose, de diacetato de celulose e de triacetato de celulose, um número substancial desses grupos está quimicamente ligado ao acetato. D c) Celulose sintética → um material sintético (um componente de amino terciário) é adicionado à celulose liquefeita durante a formação da membrana. Como resultado, a superfície da membrana é alterada e a biocompatibilidade é bastante aumentada. Esta membrana recebe os nomes comerciais de Cellosyn ou Hemophan. d) Sintéticas → Essas membranas não são baseadas em celulose, e os materiais usados incluem poliacrilonitrila (PAN), polissulfona, policarbonato, poliamida e polimetilmetacrilato (PMMA). Membranas Membranas de Celulose Membranas Sintéticas Celulose Regenerada Celulose Modificada Acetato de Celulose (CA) Diacetato de Celulose Triacetato de Celulose (CTA) Hemophan (HE) Poliamida (PA) Polisulfona (PSu) Policarbonato (PC) Ethil-vinil-álcool copolimer (EVAL) Polyacrylonitrila (PAN) Polymethyl methacrylato (PMMA) Cuprofane (CU) Cupramonium Resumo das membranas DIFERENTES TIPOS DE MEMBRANAS BIOCOMPATIBILIDADE C O M P A T IB IL ID A D E D O S A N G U E PREÇO / QUALIDADE DO TRATAMENTO Membranas de celulose Membranas de Celulose Modificada Membranas Sintéticas Atenção! Durante a diálise utilizando membranas feitas de celulose não-substituída, os grupos livres de hidroxila na superfície da membrana ativam o sistema complemento no sangue que corre pelo dialisador. Já a polisulfona é uma membrana capaz de reter a endotoxina. Reações Anafiláticas Síndrome do “Primeiro Uso” Interação entre Material (membrana) e Sangue Adsorção proteínas do plasma (albumina & fibrinogênio) Sangue Fluxo Ativação da Coagulação do Sangue (via Fator XIIa) Ativação de leucócitos Ativação de Plaquetas (Adesão / agregação) Componentes do circuito extracorpóreo Ativação da Cascata de complemento C5a/ C3a Relação do volume de sangue extracorpóreo com o tamanho do dialisador: O volume extracorpóreo não deve ultrapassar 10% da volemia, ideal entre 5 e 7,5%; HF 60 70 80 100 VOL.INT. 82 98 110 138 VOL. EXTRA CORP. 262 278 290 318 PESO MAX 75 79 83 91 PESO MINIMO 37 40 41 46 Performance dos dialisadores BAIXO FLUXO ALTO FLUXO Celulose Sintética ✓ Poros pequenos – 0,1nm; ✓ HD convencional; ✓ Pode ser usado em máquinas com ou sem controle volumétrico; ✓ Retira apenas moléculas pequenas; ✓ Coeficiente de UF máximo 8ml/h/mmHg. ✓ Poros grandes – 0,3 nm; ✓ possibilidade de uso em HD, HDF ou HF; ✓ Pode ser usado apenas em máquinas com controle volumétrico; ✓ Retira moléculas pequenas e moléculas médias; ✓ Coeficiente de UF >10ml/h/mmHg. Sintética Celulose Modificada Dados que devem ser observados na especificação do dialisador a) Coeficiente de ultrafiltração (Kuf ) b) Clearance (Uréia in vitro) → úteis na comparação (KoA 500/700) c) Área de superfície de membrana → 0,8 a 2,1 m2 d) Volume de priming (enchimento do sistema) → 60 a 120 ml e) Comprimento e espessura das fibras f) Método de esterilização → ETO, irradiação gama ou autoclave com vapor. As funções da solução são: ✓ Correção dos valores plasmáticos para valores normais; ✓ A composição é determinada principalmente pela composição normal e do sangue urêmico; ✓ O dialisato é composto de água purificada e substâncias dissolvidas; O controle é realizado através: ✓ Condutividade: condução de cargas elétricas dos eletrólitos; ✓ Temperatura O “banho” ou dialisato é composto por: 34 partes Água Tratada + Solução de diálise CPHD - Concentrado Polieletrolítico para Hemodiálise Ácido e Básico A produção da solução de diálise Máquinas de diálise especialmente desenhadas misturam os dois compenentes simultaneamente com água purificada para fazer a solução de diálise produzida. A mistura de uma quantidade da fração ácida com quantidade equivalente de bicarbonato gera dióxido de carbono, formando o ácido carbônico e reduzindo o pH da solução para algo na faixa 7,0 a 7,4. Nesta faixa de pH o cálcio e o magnésio permanecem em solução. Para controlar o problema da precipitação de carbonato de cálcio e de magnésio, o sistema de geração do dialisato com base em bicarbonato utiliza dois componentes do concentrado, um componente “bicarbonato” e um componente “ácido”. http://www.farmace.com.br/cphd.asp Solução de Diálise (solução de troca) Uma composição típica de solução de diálise contendo bicarbonato inclui: Componente mEq/Litro Sódio 135 – 145 Potássio 0 – 4,0 Cálcio 2,5 – 3,5 Magnésio 0,5 – 0,75 Cloreto 98 – 124 Acetato 2 – 4 Bicarbonato 30 – 40 Dextrose 11 PH 7,1 – 7,3 SÓDIO: Ocorre uma suficiente remoção de sódio por difusão e convecção Na+ ✓ Principal cátion do fluido extracelular; ✓ Relacionado coma hidratação do corpo; ✓ Em geral a concentração de sódio no dialisato deve ser a mesma do plasma sanguíneo; PLASMA DIALISATO 135 – 145 mmol/L 130 – 145 mmol/L BAIXA CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO NO DIALISATO câimbras musculares, cefaléia, náuseas e vômitos ALTA CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO NO DIALISATO sede, hipertensão, hipertrofia ventricular, e aumento da mortalidade OBJETIVO: Balanço do sódio NEUTRO!!! CÁLCIO ✓ 99% do cálcio está no tecido ósseo e 1% no extracelular; ✓ Cálcio plasmático – 2,2 a 2,7 mmol/L; ✓ Responsável pela mineralização óssea, regula paratormônio e vitamina D; ✓ Cálcio é indispensável a concentração muscular; ✓ Hipocalcemia Cálcio sérico < 2,2 mmol/L Sintoma: Tetania Risco de osteodistrofia ✓ Hipercalcemia Cálcio sérico > 2,7 mmol/L Sintoma: Poliúria, polidipsia, náusea, vomito, fraqueza muscular, distúrbio na frequência cardíaca Risco de calcificação de tecidos moles Ca++ ✓ Principal cátion do fluido intracelular (98%); ✓ Transmissão de sinal/ estimulação nervosa; ✓ 90% eliminação renal e 10% enteral. ✓ Hipercalemia: É comum em IRC devido a falência de controle de excreção de K; Níveis sérios: K > 5.0 mmol/L Sintomas: Arritmias, fraqueza MMII, dormência peri labial, PCR. ✓ Hipocalemia: Níveis séricas: K<3,6 mmol/L Sintomas: Parestesia, extra sístole e alcalose POTÁSSIO: junto com o sódio é responsável pelo transporte através da membrana. K+ IMPORTÂNCIA DA GLICOSE NO DIALISATO ✓ Prevenção de efeitos negativos durante a diálise – Hipoglicemia principalmente em pacientes diabéticos; ✓ Agente osmótico ativo – Facilita a ultrafiltração pela remoção do excesso de água; BALANÇO ÁCIDO BÁSICO ✓ As células do corpo humano em seu meio ambiente tem uma necessidade interna específica: PH entre 6.8 a 7.6 (ideal 7.4) ✓ Processos metabólicos (metabolismo de alimentos) em nosso corpo produzem ácidos e bases em diferentes locais e momentos. ✓ Para manter o PH estável é necessário neutralizar os ácidos: Tampões, respiração (elimina CO2), regulação renal (elimina H+); GLICOSE: soluções ácidas podem ser acrescidas de glicose Aparelho de Hemodiálise A máquina de hemodiálise é um aparelho automatizado que conduz o sangue do paciente por meio da circulação extra-corpórea a fim de que o mesmo seja “dialisado” por meio de um filtro artificial. //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fc/Hemodialysismachine.jpg A hemodiálise é um método de substituição da função renal que se utiliza de um acesso vascular para promover a circulação extra-corpórea que conduzirá o sangue do paciente até o dialisador onde o sangue será depurado. Para promover a diferença de potencial que remove as toxinas urêmicas e a água excedente, são utilizadas duas soluções, que misturadas forma a solução de diálise (ou banho de diálise). Após ser retirado do paciente e filtrado pelo dialisador, o sangue é então devolvido ao paciente pelo acesso vascular. http://www.keywordpicture.com/keyword/hemodialise/ H2O Câmara de Mistura Expurgo Representação esquemática de uma máquina de proporção. Riella, 2003. Paciente Máquina de Diálise Os equipamentos de hemodiálise atuais contam com uma bomba de sangue, um sistema de liberação de solução de diálise e monitores de segurança de processo. a) Bomba de sangue → Move o sangue do local de acesso passando pelo dialisador e de volta para o paciente. O fluxo habitual para adultos é de 350 a 500 ml/minuto. b) Sistema de liberação de solução de diálise → Pode ser de proporção individual ou central. No sistema central toda a solução usada na unidade de diálise é produzida por uma única máquina e bombeada para cada máquina de diálise. O sistema individual proporciona sua própria solução de diálise com água purificada. b) Sistema de liberação de solução de diálise → O equipamento deverá ainda realizar o aquecimento da solução de diálise (35 a 37ºC) e remover as bolhas provenientes do ar dissolvido na solução. As máquinas de diálise são lavadas rotineiramente após cada uso e geralmente são desinfetadas no final do dia. A desinfecção pode ser feita usando calor ou detergente, e freqüentemente é precedida por uma lavagem com solução ácida para remover a incrustação de carbonato e a obstrução nas passagens dos tudos. É importante atentar para o tipo de solução utilizada, bem como sua concentração. c) Dispositivos de monitoramento – Circuito sangüíneo * Monitores de pressão → Vários pontos de monitoramento da pressão interna do sistema de diálise podem ser instalados. Geralmente encontra-se um tubo para sensor próximo à bomba de sangue e logo após o dialisador. Os sensores podem ser ajustados para alarmar e/ou para desarmar a bomba de sangue. * Detector de ar e cata-bolha venoso → Localizados logo após o monitor da pressão venosa. Às vezes um filtro também é instalado. O objetivo desse cata-bolhas é prevenir que o ar seja enviado para o paciente no retorno do sangue após sua passagem pelo dialisador. Caso isso aconteça, um detector de ar trava o sistema e pára a bomba de sangue. c) Dispositivos de monitoramento – Circuito da solução * Sistema de condutividade da solução → Caso haja alguma irregularidade na composição da solução de diálise, o sistema detecta e dispara um alarme, de forma prevenir que o sangue do paciente fique exposto à uma solução inadequada. * Temperatura da solução de diálise → O funcionamento inadequado do elemento de aquecimento pode proporcionar uma solução de diálise excessivamente quente ou fria. O uso de solução fria poderá causa hipotermia e uma solução acima de 42º C poderá levar à hemólise. * Válvula bypass → Desvia a solução de diálise para fora do dialisador caso a temperatura ou a condutividade estejam inadequadas, preservando o paciente. c) Dispositivos de monitoramento – Circuito da solução * Detector de perda sanguínea → Instalado na linha de retorno do dialisado. Se esse detector percebe a presença sangue, como ocorre quando uma perda desenvolve-se através da membrana do dialisador, um alarme apropriado é ativado. * Monitor de pressão de drenagem do dialisato → Em máquinas que não têm bombas especiais e circuitos para controlar diretamente a velocidade de ultrafiltração, a pressão nesse local pode ser usada juntamente com a pressão na linha de retorno de sangue para calcular a TMP e, portanto, estimar o ritmo de ultrafiltração. d) Dispositivos opcionais: * Bomba de heparina * Ajuste de bicarbonato * Ajuste de sódio * Ultrafiltração controlada * Ultrafiltração programável * Sensor de uréia no dialisato (KtV online) * Controle da temperatura corporal * Medição da recirculação do acesso ou fluxo do acesso * Monitores de volume sangüíneo e) Dispositivos de via única de sangue (agulha única) → A maioria dos tratamentos de hemodiálise é realizada usando duas vias separadas de sangue: uma para obter sangue do paciente e outra para retornar o sangue para o paciente. Vários sistemas permitem que a diálise seja realizada utilizando uma via de sangue única, sob a forma de Y.
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