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MARIANA MARQUES – T29 INTRODUÇÃO • A Hemostasia é um sistema que depende do equilíbrio entre mecanismos pró-coagulantes, anticoagulantes e fibrinolíticos, que garante a fluidez do sangue e a integridade dos vasos sanguíneos, anormalidades na sua função podem resultar em sangramento (hemorragia) ou na formação de coágulos no sangue (trombose). • Os principais componentes envolvidos são as plaquetas, fatores de coagulação, inibidores da coagulação, componentes fibrinolíticos e vasos sanguíneos. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DOS DISTÚRBIOS DE COAGULAÇÃO • As classes de fármacos empregadas são: ▪ Antiagregantes plaquetários: AAS, clopidogrel e ticagrelor. ▪ Anticoagulantes: varfarina, heparina, rivaroxabana e dabigatrana. ▪ Trombolíticos: estreptoquinase, tenecteplase e alteplase. ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS • São fármacos que atuam como inibidores do receptor de adenosina difosfato (ADP). • Principais fármacos: AAS baixas doses, clopidogrel, prasugrel e ticagrelor. AAS BAIXAS DOSES: ▪ Mecanismo de ação: atua fazendo uma inibição irreversível da ciclooxigenase (COX-1), que é acentuado nas plaquetas, porque estas não são capazes de sintetizar novamente essa enzima. ▪ Usos clínicos: são usadas no tratamento tromboprofilaxia, em indicações agudas (AVC trombótico em evolução ou infarto agudo do miocárdio). ▪ Efeitos adversos: sangramento do trato gastrintestinal, insuficiência renal aguda, trombocitopenia, hepatite, angioedema, asma, síndrome de Reye, zumbido ou exantema. ▪ Contraindicação: contraindicada em casos de hipersensibilidade, crianças com varicela ou outras viroses (Risco de Síndrome de Reye) e distúrbios hemorrágicos. CLOPIDOGREL, PRASUGREL, TICAGRELOR: ▪ Mecanismo de ação: é um pró-fármaco que modifica de forma covalente o receptor de ADP das plaquetas, impedindo sua sinalização e inibindo irreversivelmente a via de a8vação de plaquetas dependente de ADP. ▪ Usos clínicos: usado para prevenção secundária de eventos ateroscleróticos em IAM, acidente vascular encefálico ou doença vascular periférica recentes e na prevenção da trombose do stent (associado a AAS). ▪ Efeitos adversos: infecção do trato respiratório superior, dor no peito, cefaleia, artralgia, diarreia, rash cutâneo e depressão. ▪ Contraindicação: contraindicado quando há distúrbio hemorrágico ativo. FARMACOLOGIA CARDIOVASCULAR Hemostasia e Trombose MARIANA MARQUES – T29 ANTICOAGULANTES • São fármacos que bloqueiam a disponibilidade de vitamina K e limitam, dentre outras ações, a produção de fatores específicos da coagulação e, como resultado, o mecanismo de coagulação é alterado, levando mais tempo para o sangue coagular. • Principais fármacos: varfarina, heparinas, rivaroxabana, dabigatrana e apixabana. • Usos clínicos: são usadas na prevenção de trombose venosa profunda, embolia pulmonar, trombose e embolização em pacientes com fibrilação atrial, trombose em próteses valvares, coagulação em circulação extracorpórea, progressão do dano do miocárdio em pacientes com angina instável e durante o tratamento do infarto do miocárdio com elevação de ST. VARFARINA: ▪ Mecanismo de ação: atua como um antagonista da vitamina K, inibindo redutases envolvidas na síntese de hidroquinona a partir do epóxido, induzindo a produção e a secreção hepática de proteínas descarboxiladas, resultando num prejuízo na produção de fatores de coagulação. ▪ Principais usos: trombose venosa, profilaxia e tratamento da embolia pulmonar, embolia sistêmica pós- infarto ou associada à fibrilação atrial. ▪ Efeitos adversos: pode causar síndrome da embolização de colesterol, necrose de pele e outros tecidos, hemorragia, hepatite, dor abdominal e reação de hipersensibilidade. ▪ Contraindicação: contraindicada em casos de gravidez, tendência hemorrágica ou discrasias sanguíneas, aneurismas, hemorragias, pericardite, endocardite, cirurgia ocular, cerebral ou espinal recente, Hipertensão grave não controlada, eclâmpsia, pré-eclampsia, anestesia por bloqueio regional ou lombar. RIVAROXABANA: ▪ Mecanismo de ação: atua inibindo de forma direta, seletiva e reversível o fator Xa nas vias de coagulação extrínseca e intrínseca, impedindo a ativação de plaquetas e a formação de coágulos de fibrina. ▪ Outras usos: é indicado principalmente para o tratamento de trombose venosa profunda (TVP), prevenção de trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP) recorrentes, em adultos. ▪ Efeitos adversos: pode causar anemia e trombocitopenia, reação alérgica, dermatite alérgica, tonturas, cefaleias, síncope, hemorragia cerebral e intracraniana, afecções oculares, cardiopatias, taquicardia, vasculopatias, hipotensão, hematoma, doenças respiratórias, torácicas e do mediastino, hemorragia do trato gastrointestinal e afecções hepatobiliares. ▪ Contraindicação: contraindicada em casos de hipersensibilidade à substância ativa, hemorragia ativa ou em risco, tratamento concomitante com qualquer outro anticoagulante, doença hepática associada a coagulopatias e risco de hemorragia relevante, gravidez e amamentação. HEPARINAS: ▪ Mecanismo de ação: atua como cofator, combinando-se com a antitrombina III ativando-a, causando inibição de diversos fatores de coagulação e gerando efeito anticoagulante. ▪ Efeitos adversos: pode causar hipotensão, alopecia, disestesia no pé, equimose, eczema, eritema, eritrodermia, dor no local de aplicação, púrpura, síndrome de resposta inflamatória sistêmica, necrose tecidual, deficiência de aldosterona, hipercalemia, aumento do nível do hormônio da tireóide, lipídeos anormais e hiperlipidemia de rebote. ▪ Contraindicação: contraindicada em casos de sangramentos ativos, trombocitopenia induzida por heparina, tendências hemorrágicas, hipersensibilidades e hipertensão grave. TOMBOLÍTICOS (FIBRINOLÍTICOS) • São fármacos que aAvam o plasminogênio em sua transformação para plasmina, a qual tem a capacidade para degradar a fibrina, o maior componente do trombo. • Principais fármacos: estreptoquinase, alteplase, tenecteplase e reteplase. MARIANA MARQUES – T29 ESTREPTOQUINASE: ▪ Mecanismo de ação: atua formando um complexo com o plasminogênio endógeno, que quando ativado induz a formação de plasmina. A plasmina formada é uma potente enzima fibrinolítica que dissolve a matriz da fibrina contida no trombo, que consequentemente resulta em trombólise (fibrinólise). ▪ Usos clínicos: infarto agudo do miocárdio com elevação de ST, trombose arterial e venosa, embolia pulmonar e oclusão de cateter. ▪ Efeitos adversos: arritmias, síndrome de embolia por colesterol, sangramentos, hipotensão, febre, calafriose reação anafilactoide. ▪ Contraindicação: hipertensão grave não-controlada, sangramentos internos ativos, cirurgias, traumatismos ou AVC (menos de 2 meses). ALTEPLASE: ▪ Mecanismo de ação: atua como um ativador de plasminogênio tecidual recombinante, sendo mais ativo sobre o plasminogênio ligado a fibrina do que sobre o plasmático, sua ação resulta na conversão de plasminogênio em plasmina, que promove a dissolução da fibrina do coágulo. ▪ Usos Clínicos: após IAM com elevação ST (diminui taxa de mortalidade), embolia pulmonar potencialmente fatal, AVC isquêmico agudo e recanalização de artéria coronárias ocluídas. ▪ Efeitos adversos: quando em doses farmacológicas pode produzir estado lítico sistêmico (hemorragia), sepse, arritmias, síndrome de embolia por colesterol. ▪ Contraindicações: AVC hemorrágico recente, hipertensão grave não-controlada, sangramentos internos ativos e cirurgias ou traumatismos há menos de 2 meses.
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