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Pílula do dia seguinte

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MARCELA DE CASTRO E CASTRO – MÓDULO 7 
 
 
 
A Anticoncepção de Emergência (AE) é um método 
anticonceptivo que pode evitar a gravidez após a 
relação sexual. O método, também conhecido por 
“pílula do dia seguinte”, utiliza compostos hormonais 
concentrados e por curto período, nos dias seguintes 
da relação sexual. 
Diferente de outros métodos anticonceptivos, a AE tem 
indicação reservada a situações especiais ou de 
exceção, com o objetivo de prevenir gravidez 
inoportuna ou indesejada que, por alguma razão, foi 
desprotegida. 
Entre as principais indicações de AE, estão: 
1. Relação sexual sem uso de método 
anticonceptivo; 
2. Falha conhecida ou presumida do método em 
uso de rotina; 
3. Uso inadequado do anticonceptivo; 
4. Abuso sexual; 
Entre as falhas dos anticonceptivos, podem-se citar 
rompimento do preservativo, algo bastante comum, ou 
deslocamento do diafragma. Esquecimento 
prolongado do anticonceptivo oral, atraso na data do 
injetável mensal, cálculo incorreto do período fértil, 
erro no período de abstinência ou interpretação 
equivocada da temperatura basal são circunstâncias 
que levam ao uso inadequado do método e expõem ao 
risco de gravidez. 
Nos casos de violência sexual, a mulher ou a 
adolescente é privada da possibilidade de escolha e 
submetida à gravidez indesejada. Menos explícita que 
outras formas de abuso, a coerção sexual restringe o 
exercício da sexualidade feminina e permeia o 
cotidiano de muitos casais. Essas situações constituem 
exemplos de indicação apropriada da AE, na medida 
em que todas são condições excepcionais. A AE não 
deve ser usada de forma planejada, previamente 
programada, ou substituir método anticonceptivo 
como rotina. 
Apesar da disponibilidade de métodos anticonceptivos, 
a incidência da gravidez indesejada ainda é muito 
elevada em todo o mundo, particularmente em países 
em desenvolvimento. De fato, na América Latina e no 
 
 
 
Caribe, estudos revelam que as mulheres têm mais 
filhos do que desejariam ter. Primeiro, porque milhões 
de pessoas têm necessidades não satisfeitas de 
planejamento familiar, por falta de acesso a métodos 
anticonceptivos apropriados ou por informação e 
apoio insuficientes para utilizá-los. Segundo, porque 
todos os métodos anticonceptivos falham, sem 
exceção. A Organização Mundial da Saúde estima que, 
mesmo que todas as mulheres utilizassem métodos 
anticonceptivos de forma correta e regular, ainda 
ocorreriam cerca de 6 milhões de gestações 
inesperadas por falha desses métodos. Em terceiro, as 
mulheres nem sempre têm relações sexuais 
voluntárias ou desejadas. A elevada prevalência da 
violência sexual, a coerção sexual nas relações 
conjugais e a gravidez forçada são circunstâncias que 
impedem a livre decisão das mulheres. Seja qual for o 
motivo, milhões de gestações ocorrem de forma 
indesejada e não planejada. Cerca de 25% dessas 
gestações terminará em abortamento, muitas vezes 
inseguro, levando quase 67 mil mulheres anualmente 
à morte. Outra parte dessas gestações será levada até 
o termo, com possibilidade de não aceitação da 
criança, levando a importantes repercussões 
individuais, familiares e sociais. A AE apresenta grande 
potencial de prevenir a maior parte dessas gestações, 
evitando imenso sofrimento humano e reduzindo a 
necessidade de recorrer ao abortamento inseguro. 
Os serviços de saúde devem fornecer todos os 
métodos concepcionais recomendados pelo MS, 
inclusive a AE e é importante mencionar que a AE é 
aprovada pela ANVISA. Esse tipo de contracepção 
iniciou seu desenvolvimento pelo médico Yuzpe para 
agir em momentos de violência sexual. A OMS 
reconheceu, em 1995, a AE como um medicamento 
essencial, tentando ampliar o acesso e uso do método. 
Para a sua utilização, o MS recomendo o uso da 
primeira dose em até 72 após a relação sexual e a 
segunda dose 12 horas depois da primeira, à medida 
que o tempo passa sua eficácia vai diminuindo. 
 
 
PÍLULA DO DIA SEGUINTE 
anticoncepção de emergência 
MARCELA DE CASTRO E CASTRO – MÓDULO 7 
TIPOS E MECANISMO 
Existem 3 tipos mais utilizados: 
• O de associação entre estrogênios e 
progestágenos; 
• Progestágenos puro (levonorgestrel); 
• O método yuzpe – superdosagens de pílulas 
anticoncepcionais orais comuns a base de 
etinil-estradiol e levonorgestrel (é um 
prostágeno sintético). 
O LNG é administrado oralmente na forma de dois 
comprimidos 0,75mg cada um, ingeridos em intervalos 
de 12h ou em dose única de 1,5mg. Um estudo que 
avaliou o LVG em AE mostrou que os níveis plasmáticos 
do progestágeno permanecem constantes após 12 e 24 
horas da administração das pílulas. 
Os mecanismos de ação especulados se referem a 
alterações no surgimento do pico do hormônio 
luteinizante (LH), em que se demonstra uma forte 
supressão deste pico e na ovulação, no 
desenvolvimento folicular e do corpo lúteo, no 
espessamento do muco cervical o qual poderia 
interferir na penetração espermática e transporte, e 
na interferência com os eventos da fertilização. Foi 
especulada a hipótese de que o LNG pudesse interferir 
com a histologia e morfologia do endométrio, 
diminuindo desta forma a receptividade para a 
implantação embrionária. Porém quando 
administrados no dia do pico de LH, o efeito de sua 
ação é reduzido. 
O método yuzpe inibe a rotura folicular e em alguns 
casos fala-se da supressão do corpo lúteo. 
• Proteína glicodelina-a: 
Estudos apontam que a pílula do dia seguinte (com 
levonorgestrel puro) podem alterar a expressão de 
proteínas endometriais como a proteína glicodelina-a. 
Essa proteína é regulada pelos níveis de progesterona 
e é localizada no epitélio superficial do endométrio. Ela 
vai ser um dos principais produtos das células 
endometriais na final fase proliferativa se expressa 
principalmente no final da fase lútea do ciclo 
menstrual. Durante a fase folicular e ovulação a 
expressão dela se mostra mínima ou ausente no 
endométrio, pois foi visto que essa proteína dificulta a 
ligação entre o espermatozoide e o ovócito. 
A secreção de glicodelina está associada com o a 
liberação de progesterona ovariana, ela vai ser 
secretada na cavidade uterina e está relacionada como 
uma facilitadora da implantação do embrião. A 
ausência da glicodelina no período ovulatório é 
importante para o processo de concepção, 
fisiologicamente, a glicodelina está relacionada a 
alguns processos biológicos, pois inibe, de maneira 
dose-dependente, a ligação do espermatozoide 
humano na zona pelúcida do ovócito. Então a síntese 
de glicodelina-a pode ser induzida durante o período 
fértil pela administração de prostágenos, como a pílula 
do dia seguinte, que vai inibir a ligação do 
espermatozoide com a zona pelúcida, agindo como um 
método contraceptivo. 
Além disso, poucos estudos pontam que o LVG pode 
alterar características dos espermatozoides e assim 
prejudicar sua fecundação, como a reação acrossomal, 
mobilidade, absorção de cálcio (as etapas da 
capacitação). Apenas cerca de 10 a 30% dos 
espermatozoides possuem receptores de 
progesterona e talvez seja essa sub-população capaz 
de passarem pela capacitação e conseguirem fecundar, 
e a progesterona teria a capacidade de desencadear a 
reação acrossomal, então, se há a administração de 
PDS, a concentração de progestágeno pode induzir a 
reação acrossomal antes do encontro de 
espematozoide e óvulo, inibindo a fecundação. 
(tudo isso seriam hipóteses) 
A AE vai agir de diferentes modos dependendo de qual 
fase do ciclo que se encontra, podendo interferir na 
ovulação (inibição ou atraso), na nidação e na 
fecundação. Se usava na primeira fase do ciclo 
menstrual, altera o desenvolvimento dos folículos, 
impedindo a ovulação ou a retardando por vários dias. 
Se usada na segunda fase do ciclo menstrual, após a 
ovulação, a AE atua modificando o muco cervical, 
tornando-o espesso e hostil, impedindoou dificultando 
a migração dos espermatozoides do trato genital 
feminino até as trompas, onde se encontra o ovócito. 
E Nogueira et al. (2004) afirma que apesar da eficácia 
comprovada da AE, quando iniciado o processo de 
nidação, o método perde o efeito e não há evidências 
de consequências nocivas para o quadro gestacional, 
incluindo para o embrião.

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