Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 AULA 16 CONCEITOS, DEFINIÇÕES, EVOLUÇÃO DA QUALIDADE CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE NO BRASIL E MELHORIA CONTÍNUA FERRAMENTAS DA QUALIDADE – FOLHA DE VERIFICAÇÃO E HISTOGRAMA FERRAMENTAS DA QUALIDADE – DIAGRAMA DE DISPERSÃO, ESTRATIFICAÇÃO E DIAGRAMA ISHIKAWA DIAGRAMA DE PARETO E BRAINSTORMING MÉTODO PDCA E DMAIC CUSTO GESTÃO DA QUALIDADE ISO 9001:2015 MASP – MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÕES DE PROBLEMAS – PROGRAMA 5S INTRODUÇÃO A METROLOGIA SISTEMAS DE MEDIÇÃO INSTRUMENTOS DE MEDIÇÕES E CONTROLE DIMENSIONAL RELÓGIO COMPARADOR, APALPADOR E GONIÔMETRO TRAÇADOR DE ALTURA, RUGOSIMETRO E VERIFICADORES INSTRUMENTOS DE MEDIÇÕES ESPECIAIS INCERTEZA E ERROS DE MEDIÇÕES CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO 05 11 17 24 29 34 40 46 52 57 63 70 76 84 91 98 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA INTRODUÇÃO Atualmente temos visto o ambiente mercadológico que as empresas estão envolvidas é extremamente competitivo e globalizado. Os níveis de concorrência estão extremamente agressivos. Quando falamos em melhoria contínua dos processos antigamente era visto como um diferencial competitivo que fazia vender mais, agora não mais, hoje vemos que melhorar continuamente, reduzir custos, eliminar desperdícios e ter foco no atendimento nas necessidades e expectativas dos clientes é uma obrigação para levar as organizações a sobreviver e vencer a concorrência. O processo de melhoria da qualidade nas organizações exige pensamentos em estratégias e ações práticas e assertivas pautadas em fatos e dados para identificação de fatores que afetam negativamente os resultados das companhias. Desta forma, o objetivo desta disciplina é garantir o aprendizado em metodologias e ferramentas do Controle da Qualidade que possam propiciar habilidades técnicas para desenvolvimento do processo de melhoria contínua em suas vidas profissionais. Conceitos importantes serão apresentados aqui sobre a evolução do controle da qualidade. Também serão mostrados como utilizar as principais ferramentas da qualidade para análise e soluções de problemas, determinando de forma técnica os passos para caracterização dos problemas, detecção das causas raízes e implantação das soluções de forma eficaz. Veremos também conceitos das normas ISO largamente utilizada pelo mundo e seus principais objetivos. O controle da Qualidade basicamente consiste em uma série de atividades técnicas e de gestão para garantir que os produtos e serviços estejam de acordo com os padrões estabelecidos. A importante missão também de gerar conhecimento e know-how técnico para a empresa é um dos seus principais objetivos. Completaremos o nosso estudo com aprendizados referentes aos conceitos da metrologia, bem como seus sistemas de medições. Veremos os principais instrumentos de medição utilizados pela indústria em geral e como tudo isso auxilia as organizações na realização do controle da qualidade de seus produtos e serviços. Então, daremos início em mais uma jornada ao conhecimento sobre o processo de controle da qualidade empresarial. Vamos lá!!!!! FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA AULA 1 CONCEITOS, DEFINIÇÕES, EVOLUÇÃO DA QUALIDADE Convido a todos a virem comigo nesta jornada do conhecimento, onde teremos a oportunidade de aprendermos e adquirirmos conhecimento sobre o processo de controle e gestão da qualidade no meio empresarial e obtenção de produtos e serviços. A proposta desta aula é que você consiga interpretar os conceitos da qualidade ligados à gestão e entenda o significado dos principais conceitos e as definições do processo da qualidade em diversas perspectivas, além de poder correlacionar a gestão da qualidade com a estratégia de competitividade. Mas antes de iniciarmos a nossa aula, vamos salientar alguns conceitos iniciais para que todos tenham um mesmo entendimento quando tratarmos do processo do controle da qualidade. Como podemos definir o que é a qualidade? Temos diversas definições, mas de certa forma, vamos tratar aqui que a definição da qualidade é o atendimento de uma expectativa ou necessidade de um cliente ou consumidor e sua percepção sobre o produto ou serviço. Podemos também afirmar que termos qualidade de um produto ou serviço quando os padrões são respeitados. Dois exemplos que podemos citar é o cumprimento de uma especificação de engenharia em uma produção de um determinado item e o atendimento de um prazo de entrega de uma pizza para o cliente. Outra forma de se definir o conceito da qualidade seria correlacionar a expectativa, percepção e a qualidade percebida do consumidor. Então desta forma, quando o cliente tem uma expectativa elevada por algum produto ou serviço sua qualidade percebida é baixa e se a percepção do produto for maior que a expectativa, pode-se dizer que a qualidade percebida é alta e se a expectativa é atendida a qualidade percebida é adequada. Trago agora um conceito atual e bem aceito da qualidade que é uma maneira de atender e superar as expectativas e necessidades dos consumidores, equilibrando o preço, oferta e finalidade de uso referido ao mercado. O conceito do controle da qualidade também é importante já pré-definirmos aqui no início da nossa aula, então podemos afirmar que este processo é uma atividade desempenhada de forma preventiva para garantir que os padrões estabelecidos sejam atendidos. Um objetivo do controle da qualidade é buscar o atingimento das conformidades dos padrões no curto, FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA médio e longo prazo no mercado em que atua o produto e serviço e sendo compatível com um preço que o cliente vai pagar de forma justa. Desta forma, poderemos iniciar os nossos estudos sobre a gestão da qualidade, sua evolução e aprender mais alguns conceitos e abordagens sobre o tema. A abordagem da qualidade foi se alterando ao longo tempo e podemos citar as seguintes informações: • Qualidade como excelência suprema e padrões de alto nível. • Qualidade de produtos baseada em variáveis precisas e mensuráveis de atributos dos produtos. • Qualidade no atendimento de expectativas e desejos dos consumidores. • Qualidade de produção entre o planejado e executado. • Qualidade de custo-benefício entre preço e qualidade deve ser aceitável ao consumidor. Observando os diversos pensadores da qualidade, como Juran, Feigenbaum, Deming, Crosby e Ishikawa pode-se afirmar algumas definições sobre o conceito da qualidade, tais como: A qualidade é a inexistência de não conformidades. A qualidade são fatores relacionados à solução de falhas ligadas ao impacto na satisfação do cliente. A qualidade é a uniformidade, baixo custo e aceitação de mercado. A qualidade é o atendimento das especificações. A qualidade é projetar, produzir umproduto ou serviço que tenha um preço justo, seja útil e atendas as expectativas do consumidor. Anote isso Quem são os gurus da qualidade? Willian Edwards Deming: mestre do controle da qualidade e responsável pela revolução da qualidade. Arnald V. Feigenbaum: pioneiro do controle da qualidade total (CQT) nos EUA e do sistema da qualidade atrelando a responsabilidade à alta gerência. Joseph Juran: defensor do controle da qualidade como uma ferramenta para tomada de decisão da alta direção. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Kaoru Ishikawa: responsável pelo CCQ (círculo do controle da qualidade no Japão nos anos 60), pioneiro das 7 ferramentas da qualidade e desenvolvedor do diagrama causa-efeito (espinha de peixe). Walter Andrew Shewhart: pioneiro do controle estatístico de processos e o ciclo PDCA (plan, do, check e act). Philips B. Crosby: durante a década de 60 propôs o conceito do defeito zero. Genichi Taguchi: criado do método Tagushi que é utilizado me análise de desempenho de processos. Autor: Pezzatto, Alan Thomas, sistema de controle da qualidade. Seguindo em mais uma definição de conceito do controle da qualidade, vamos conceituar o que é sistema de gestão da qualidade, onde que por definição é um conjunto de atividades interacionadas que buscam garantir que os objetivos da qualidade através de técnicas de monitoramento e práticas padronizadas com foco em resultado. A implementação do sistema de gestão da qualidade, além de contribuir para a sobrevivência das organizações em ambientes competitivos, além de contribuir para sobrevivência das organizações em ambientes competitivos, permite adequar produtos e serviços ás exigências do mercado, ampliar o universo de atuação, estipulando o crescimento d organização, vencer barreiras comerciais, reduzir custos globais e aumentar as margens de lucros, e melhorar o desempenho global da organização com maior qualidade e produtividade, tornando –a mais competitiva e lucrativa. Ser líder em qualidade no mercado, muitas vezes, pode ser resultado da inserção em novo marcado e da conquista de vantagens competitiva. Cabe ressaltar que após se obter vantagem competitiva, é preciso mantê-la por meio de melhoria continua dos produtos e serviços (PEZZATTO, 2018, p. 18). A gestão da qualidade é suportada por oito princípios, sendo eles: • Foco no cliente: as organizações devem entender, atender e superar as expectativas dos clientes. • Liderança: deve coordenar as pessoas e incentivá-las na busca dos objetivos em comum da organização. • Engajamento de pessoas: buscar envolver ao máximo as pessoas e suas habilidades para o desenvolvimento organizacional. • Abordagem por processos: as atividades devem ser geridas por processos e não por departamentos. • Melhoria contínua: dever ser um objetivo principal das organizações para sempre buscar e melhoria nos resultados sistêmicos. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA • Abordagem em fatos: as organizações devem tomar decisões baseadas em fatos e dados e não em subjetivismos. • Gestão de provedores externos: a relação entre fornecedor e cliente dever ter retorno para ambos os lados. O processo de gestão da qualidade tem sido cada vez mais utilizado pelas organizações, tendo em vista os diversos cases de sucessos e reconhecimentos internacionais das melhorias que são promovidas e os resultados que são alcançados. Podemos afirmar que empresas com certificações da qualidade têm um diferencial competitivo e um nível de padronização mundial. A questão sobre a imagem da organização também é relevante e atrativa para clientes e fornecedores. Figura 1 – Gestão da qualidade e seus elementos Fonte: Pezzatto e Alan Thomas (2018) Evolução da Qualidade na história O conceito do controle da qualidade evoluiu consideravelmente ao longo dos anos, o conceito mais arcaico de controle era o de inspeção no final dos processos nisto as empresas FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA tinham muito refugo e retrabalho e por sua vez desperdícios. O conceito mais novo trata a qualidade como um processo de gestão e focada em aumentar a produtividade e potencializar os lucros empresariais. A preocupação e a necessidade de superar as expectativas do cliente vêm desde os primórdios da nossa existência. Quando pensamos no período dos homens das cavernas já podemos afirmar que as ferramentas de caça tinham que ser produzidas de uma forma eficiente para que não se falha na hora certa. Antes da revolução industrial as produções e comercializações eram feitas através de artesão e seus ajudantes, com o aumento das demandas produtivas, surgiu no século XVIII na Revolução Industrial que por sua vez teve as criações das fábricas e cadeias produtivas despadronizadas, onde surgiu a figura do inspetor da qualidade. De acordo com Pezzatto (2018), por muito anos as inspeções de final de processos ficam ativas com seus diversos retrabalhos e desperdícios sem a realização das análises de causas e prevenção de problemas. Chega então em 1924 a criação do controle estático da qualidade que foi idealizado pelos pensadores da qualidade Harold Dodge, Duran e Deming onde tivemos o início de uma gestão focada em análise de causas e redução das inspeções 100% para as inspeções por amostragem. Por conseguinte, nos anos 60, devido ao aumento da complexidade dos produtos e níveis de exigência mais elevados, mudando o foco aqui de um processo de detecção em um processo de prevenção. E esta mudança teve como princípio o CQT (controle da qualidade total) idealizado por Feigenbaum. Com isso temos a criação dos processos poka-yoke por Shingeo Shingo que correlacionou as ferramentas de produtividade com os conceitos do controle da qualidade. No final do século XX surgi o (TQM – total quality mangement). Rocha (2010) nos diz que o TQM consiste em gerenciar todos os aspectos internos e externos das organizações, com foco em efetividade dos resultados entre clientes e fornecedores. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Figura 2: Evolução da qualidade Fonte: Magnanti (2015) Até a chegada do século XX o objetivo da qualidade era inspeção de processo. No entanto, com o aumento das concorrências e a globalização da competitividade proporcionou uma evolução neste conceito de controle da qualidade onde a qualidade passou ser uma exigência dos clientes ou consumidores. Com isto o foco das inspeções mudou, saindo um pouco do final da linha e começo a ser realizado ao longo do processo produtivo, ou seja, no fluxo de agregação de valor. E no fim do século XX e início do século XXI com a globalização e preocupação com a melhoria contínua passa ser uma necessidade imediata. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA AULA 2 CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE NO BRASIL E MELHORIA CONTÍNUA As organizações que buscam certificações da qualidade no Brasil têm relevantes objetivos a alcançar relacionados a processos de melhorias de produtos e serviços prestados ao consumidor além da busca de atendimento de requisitos para garantir a sustentabilidade ambiental e conformidade com as responsabilidades sociais. As certificações da qualidade têm uma grande responsabilidade de apoio e auxílio para a gestão da qualidade na tomada de decisão de uma forma mais precisa e contundente. Este auxílio se dá pelo motivo de que estes processos de certificações identificam e operacionalizam os indicadores de desempenhos das organizações. O novo modelo de certificação no Brasil foi criado em 1992 que proporcionou um desenvolvimento das áreas de certificações gerando um movimento de conscientização da indústria e meio técnico científico, desta forma foi criado o sistemabrasileiro de certificação (SBC). O SBC é composto pelos órgãos públicos e privados que fazem utilização de normas técnicas em seus processos. No Brasil temos como representante da ISO (International organization for stadardization) o Inmetro (Instituto nacional de metrologia). O Inmetro é o responsável atual para graduar empresas que prestam serviços de certificação em outras organizações ou governo que almejam ter o selo da ISO 9000 dentre outros. Em se tratando de normas técnicas o órgão responsável no Brasil é a ABNT (Associação brasileira de normas técnicas). Dentro do processo de certificação de uma empresa é preciso ter evidência de conformidades de processos relacionados a requisitos das normas, além de se fazer uso de auditorias dos órgãos credenciados. Em se tratando de certificado de acreditação podemos citar a norma ABNT NBR ISO IEC 17025 que se trata de certificação de laboratórios de ensaios e calibração e ABNT NBR ISSO 15189 que se relaciona a laboratórios de analises clinicas. Para certificações é utilizado no Brasil as normas ISO 9001, 14001 etc. Em relação às normas para conformação do sistema de gestão da qualidade vamos citar as: FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA • ABNT ISO 9000: relacionados a fundamentos e vocabulário para termos técnicos. • ABNT ISO 9001: relacionados a requisitos de implementação para ter a certificação. • ABNT ISO 9004: relacionados a orientações para implementação do sistema de gestão da qualidade. Isto está na rede NBR ISO/IEC 17025:2017 Esta norma é utilizada para dar a acreditação a laboratórios de ensaios e calibração, tem como objetivo desenvolver a credibilidade e confiança nas operações de laboratórios, identificando e credenciando aqueles que oferecerão a máxima confiabilidade dos resultados aos seus clientes. Fonte: https://www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=1716&campo=6430 Acesso: 03 de out. de 2020. Em outros países podemos citar os principais órgãos certificadores da qualidade que são: • IAF (International Accreditation fórum Inc.) é um comitê que busca realizar uma homogeneização entre os critérios e suas exigências. • ISO (InternationaL Organization for Standardization) criada em Genebra, na Suíça em 1947. É uma organização que atua nas qualificações de processos, produtos, materiais e serviços. https://www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=1716&campo=6430 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Figura 3: Sequência para certificação da qualidade Fonte: Stefania e Márcio (2018) As normas ISO têm como principal foco melhorias dos processos de gestão empresarial. A ISO 9001 tem o foco em conformidade de processos e busca criar ou padronizar o sistema de gestão da qualidade, definir responsabilidade e autoridades no sistema de gestão, administração de recursos, obtenção dos produtos e o processo de medição, análise e melhoria contínua. A ISO 14001 tem foco no gerenciamento dos riscos ambientais correlacionando os aspectos empresariais e melhoria contínua. A ISO 50001 – tem foco no gerenciamento energético em seu uso mais eficiente e se baseia também em um sistema de melhoria contínua. A ISO 27001 – esta norma tem relação com o sistema de gestão de segurança da informação. Tem como base de informações requisitos para proteção de dados financeiros e confidenciais de maneira mais eficientes. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA A IATF 16949 – uma norma para gestão da qualidade para a indústria automotiva que tem como foco a redução de defeitos, melhoria contínua e redução de desperdícios. A ISO 13485 – é uma norma de gestão de dispositivos médicos, ela abrange os aspectos de armazenamento, distribuição, manutenção e instalação e seus serviços prestados. Dentre outras. A ISO 22000 – é uma norma que rege a gestão de segurança de alimentos que têm requisitos ligados à obtenção, manipulação, fornecimento com objetivo de proteção saúde da população. Isto está na rede Gestão da qualidade da indústria automotiva IATF 16949 A IATF 16949 foi desenvolvida pelos principais fabricantes mundiais de automóveis. Ela é baseada na ISO 9001 e em normas nacionais de qualidade da indústria automobilística, e pode ser facilmente integrada às atuais normas em utilização. A norma se aplica a todos os fabricantes da cadeia de fornecimento automotivo mundial – veículos, peças, componentes ou sistemas onde são fabricadas. Fonte: https://www.dnvgl.com.br/services/iatf-16949-gestao-da-qualidade-para-a- industria-automotiva-74548 Acesso: 03/10/2020 O processo de melhoria continua é a base e todas as certificações que mencionamos acima. De uma forma geral todas estas normas têm como pontos em comum ações para melhorar os processos internos, aumentar a qualidade da mão de obra, monitorar o ambiente de trabalho e também a busca da promoção da satisfação dos fornecedores e clientes da organização. Quando uma empresa tem uma certificação isto mostra que sem precisar realizar uma auditoria interna, que seus processos têm certo nível de padronização a atendimento a requisitos específicos além de ter ações claras para a busca da melhoria contínua, redução de desperdício, atendimento aos clientes dentre outros. https://www.dnvgl.com.br/services/iatf-16949-gestao-da-qualidade-para-a-industria-automotiva-74548 https://www.dnvgl.com.br/services/iatf-16949-gestao-da-qualidade-para-a-industria-automotiva-74548 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Anote isso Desafios da implantação da norma ISO 9001:2015 Quando uma empresa busca a certificação ISO 9001:2015, podemos afirmar que ela deu seu primeiro passo para alavancar seus processos a um nível mais competitivo no mercado atual. No início do processo de certificação ficará claro qual a situação atual da empresa, nos aspectos de padronização dos processos, e qual a porcentagem de adequação e atendimento a norma que serão necessários para que esta empresa seja certificada. Este estado inicial que a empresa se encontra, que será evidenciado no diagnóstico é que determinará o tempo do projeto e a quantidade de esforço que precisará ser desprendido no processo de certificação. Se a empresa já tem um nível de organização, como por exemplo, já faz utilização das práticas do 5S, ficará menos complicado e menos traumático este processo. Fonte: elaborado pelo autor. 2.1 Melhoria contínua O conceito de melhoria é quando uma ação é realizada com foco em reduzir, aumentar algo e somente é confirmado se este processo foi efetivo quando sua comprovação foi mensurada e evidenciada comparando aos valores iniciais. A melhoria contínua, por sua vez, é uma atividade adotada por diversas empresas para que atinjam suas metas e objetivos em seus processos internos e externos para seus produtos e serviços. Atualmente a busca pela o atendimento e superação da satisfação dos clientes é primordial para as empresas que desejam sobreviver no mercado tão competitivo que se encontram. Desta forma, as ações de melhorias contínuas dos processos internos ou externos das companhias devem ser orquestradas por gestores habilidosos. As empresas antes de sair realizando processos de melhorias devem ter consciência e sabedoria por onde começar. Portanto, se faz necessário a geração de dados estatísticos e contábeis informados pela contabilidade de custos para que a alta direção saiba exatamente aonde direcionar seus esforços de melhorias. É importante fixar alguns princípios para aplicação e obtenção do processo de melhorias e por sua vez canalizar os esforços em resultados mais eficazes e satisfatórios, então vamos lá: Ter foco no resultado é um princípio importante na obtenção da melhoria. Além do foco é salutar também definir claramente o que vai ser feito e quaissão os dados históricos para melhorar. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Ter padronização que será feita, definir as atividades de forma padronizadas é uma forma de eliminar variações e correlações de fatores que atrapalham o entendimento de como ocorrem as falhas. Ter um processo de monitoramento e medição é imperativo para o processo de melhorias. Saber com precisão se a medição que está sendo feita é confiável é extremamente importante, porque ela servirá como base para evidenciar no final do processo a comprovação do que foi feito e melhorado. Utilizar ferramentas e técnicas de melhorias se faz necessário. Fazer o uso de técnicas já consolidadas no mercado te trará confiança sobre os resultados encontrados. Saber fazer uso dos dados obtidos tanto no início como no final do processo de melhoria é relevante para o projeto. Ter o entendimento e confiança dos dados iniciais te trará uma partida mais precisa, com isso será definido ações mais focadas. Os dados de saída do processo melhorado devem ser interpretados de uma forma crítica e comparativa com os dados iniciais, como uma forma de comprovação da melhoria. As ferramentas utilizadas na melhoria contínua são empregues como forma de operacionalizar e orientar as ações correlacionando a teoria a prática. Esta práticas têm objetivos importantes que correlacionam as análises de dados com as priorizações dos problemas e suas causas raízes, bem como o planejamento das ações de implementações. Vamos deixar aqui alguns exemplos de ferramentas que trataremos nas próximas aulas. • Programa 5s; • Kaizen; • Lean; • Six sigma; • MASP e outras. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA AULA 3 FERRAMENTAS DA QUALIDADE – FOLHA DE VERIFICAÇÃO E HISTOGRAMA As ferramentas da qualidade são metodologias que servem para definição, mensurar, analisar e propor soluções que estão agindo de forma negativa em processos das organizações. Elas subsidiam as empresas a estabelecer formas de soluções baseadas em fatos e dados que suporte os planos de ações de uma forma mais assertiva. As sete ferramentas da qualidade foram idealizadas por Kaoru Ishikawa e são largamente utilizadas no ambiente fabril para melhorar os processos organizacionais. Conforme menciona Toledo (2013) as técnicas desenvolvem priorizações por grau de importância e podem ser divididas: • Ferramentas e técnicas básicas da qualidade: Folha de verificação, Histogramas, Diagrama de dispersão, estratificação, diagrama causa efeito, Diagrama de pareto, estratificação e estratificação. • Ferramentas intermediárias da qualidade: técnicas de amostragem, inferência estatística, métodos não paramétricos. • Ferramentas avançadas da qualidade: Método Tagushi, projetos de experimentos, analises multivariadas. • Ferramentas e métodos de planejamento da qualidade: Desdobramento da função qualidade (QFD) e analise de modos de falhas e seus efeitos (Fmea). As sete ferramentas da qualidade básicas são: • Folha de verificação ou tabela de amostragem • Histograma • Diagrama de dispersão-correlação •Estratificação FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA • Diagrama de causa efeito, diagrama de Ishikawa ou diagrama de espinha de peixe ou diagrama 6M • Diagrama de análise de pareto • Gráfico de controle O brainstorming é outra ferramenta que pode ser aplicada em conjunto com o diagrama de pareto. 3.1 Folha de verificação A folha de verificação são check list, formulários, tabelas físicas ou eletrônicas que servem para organizar e coletar de forma rápida e simples informações sobre um processo, por exemplo, que esta sendo analisado, estas informações serão posteriormente analisadas criticamente para tomada de decisão. As informações podem ser de diversos tipos, tais como, dimensional, tempo, kilo, distância dentre outros. Toledo (2013) propõe algumas etapas para elaboração da folha de verificação: • Planejamento das coletas de dadas: definir o problema que se quer resolver e elaborar as questões para obtenção das informações; definir as ferramentas apropriadas para coleta de dados; definir as condições de coletas; projetar o formulário; • Coleta de dados: as coletas devem ser feitas por pessoal treinado para que a qualidade dos dados seja garantida. • Analise dos dados: as análises devem ser feitas por pessoas responsáveis e capacitados para interpretar os dados e registros. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Figura 4 – Exemplo de folha de verificação Fonte: Qualidade Gestão e Métodos (TOLEDO, 2013, p.198) 3.2 Histograma Esta ferramenta da qualidade o histograma ou diagrama de barras mostra ao longo do tempo o comportamento ou frequência que uma determinada variável ocorre. Esses valores geram informações de como está o comportamento do processo avaliado e mostra o resultado de sua eficiência. Toledo (2013) nos mostra uma forma de elaborar um histograma nos seguintes passos: • Gerar os dados no processo a avaliar. • Ordenar os valores em escala crescente. • Calcular a amplitude da variação (Amplitude total AT = Xmax – Xmim). • Definir o número de classes, sua amplitude e limites de cada classe. • Determinar a frequência absoluta ou relativa de cada valor ou classe. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA • Plotar o histograma, cada barra terá altura proporcional à frequência com que esse valor ocorre. Todas as barras devem ser unidas e de larguras (amplitude da classe) iguais. A utilização de classes ou intervalos de valores é comum quando as variáveis são continuas ou quando a amplitude dos valores é muito grande. Para que não se perca a definição da forma da distribuição, recomenda-se que o número de intervalos seja no mínimo de sete. Os intervalos das classes são usualmente de igual amplitude e deve-se garantir que o limite inferior da primeira classe seja menor ou igual ao menor dos valores observados, da mesma forma que o limite superior da última classe deve ser maior ou igual ao maior dos valores observados (TOLEDO, 2013, p. 199). A seguir uma fórmula é proposta para cálculo do número de classes NC: NC=1+ logN NC= √N _____ log2 N é o número total de observações ou dados. Cada classe tem sua amplitude e pode ser calculada da seguinte forma: AC= Xmax-Xmin AC= At _______________ _____ NC NC Nas figuras abaixo apresentam alguns formatos de Histogramas mais comuns. Tendência central: o processo é padronizado e os dados são estáveis. Multimodal ou com dois picos: temos duas coletas de dados diferentes para correlacionar, neste caso a análise deve ser feita em separado. Figura 5 – Formatos comuns de histogramas Fonte: Qualidade Gestão e Métodos (TOLEDO, 2013, p.200). FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Tendência assimétrica negativa e positiva: neste caso geralmente os valores têm uma tolerância até um limite aceitável. E os valores se concentram nestes limites. Figura 6 – Formatos comuns de histogramas Fonte: Qualidade Gestão e Métodos (TOLEDO, 2013, p.200). Tendência assimétrica negativa e positiva: neste caso, geralmente, os valores têm uma tolerância até um limite aceitável. E os valores se concentram nestes limites. Figura 7 – Formatos comuns de histogramas Fonte: Qualidade Gestão e Métodos (TOLEDO, 2013, p.201) Baixa dispersão e grande dispersão: neste caso os valores são dispersos entorno do valor central (a), ou apresentargrande dispersão entorno dele (b) FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Isto acontece na prática Histograma na prática Em uma empresa que fornece serviços de usinagem gostaria de saber como está a dispersão dos valores dimensionais de uma determinada peça em uma forma gráfica. Desta forma, surgiu a necessidade de aplicar a ferramenta da qualidade histograma neste caso. Passo 1 – coleta dos dados – foram medidas 20 peças ao longo da produção do item. A tolerância da dimensão inspecionada é 10,00mm – 10,20mm. 10,00 10,15 10,20 10,12 10,11 10,08 10,09 10,05 10,19 10,01 10,17 10,20 10,15 10,12 10,10 10,20 10,15 10,08 10,10 10,08 Passo 2 – cálculo da amplitude O valor maior é 10,20 e o menor é 10,00, logo, 10,20 – 10,00 = 0,20mm Passo 3 – extrairemos a raiz quadrada do numero de dados - √20 – 4,47, arredondar para o numero inteiro mais próximo = 4 Passo 4 – calcular a amplitude de largura do intervalo. É a divisão do passo 2/passo3, logo, o valor é 0,05. Passo 5 e 6 – montar a tabela adicionar o menor valor e a largura dentro do intervalo Intervalo de classe Frequência De Até 10,00 10,05 3 >10,05 10,10 6 >10,10 10,15 6 >10,15 10,20 5 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Figura 8 – Histograma Fonte: elaborado pelo autor Para este caso concluísse que a distribuição de valores não está centralizada, que na qual, seria apropriada para um processo estabilizado. A maior parte dos valores estão alocados na faixa do limite superior da tolerância. Ações devem ser feitas de imediato para que este processo não produza unidades defeituosas. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA AULA 4 FERRAMENTAS DA QUALIDADE – DIAGRAMA DE DISPERSÃO, ESTRATIFICAÇÃO E DIAGRAMA ISHIKAWA Vamos agora estudar mais três ferramentas da qualidade que são o diagrama de dispersão, estratificação e o diagrama de causa-efeito espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa. 4.1 Diagrama de Dispersão Podemos chamar o diagrama de dispersão de dispersão-correlação, esta é uma analise gráfica de correlação entre duas variáveis e determinar o quão intenso elas estão relacionadas. Esta relação está ligada à quantidade de interação que estas variáveis têm ou em caso negativo as variáveis podem não ter relação alguma e graficamente podemos demonstrar isto. De acordo com Ramos e Edson (2013) o diagrama de dispersão é bastante utilizado nas situações comparativas entre a causa e seu efeito e suas variáveis podem ser classificadas em: • Linear positiva – neste caso as variáveis tem relação direta, se uma aumenta a outra também aumenta, neste caso o gráfico é crescente. • Correlação linear negativa – neste caso os pontos do gráfico têm um comportamento decrescente, isto por que, as variáveis tem um comportamento de decréscimo. • Ausência de correlação linear – neste caso as variáveis não tem correlação definida, no comportamento do gráfico os pontos ficam disposto em formato de nuvem. Abaixo alguns exemplos de gráficos de dispersão. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Figura 9: Exemplos de gráficos de dispersão Fonte: Controle estatístico da qualidade (RAMOS; EDSON, 2013, p. 36) As fórmulas para os cálculos são: Fórmula para determinar a inclinação da reta: x= valores da variável independente; y= valores da variável dependente; xmed= media dos valores de x; ymed= media dos valores y; n= números de observações ou pares; A ordenada na origem é calcula por: a= ymed – b.xmed. O cálculo de correlação linear r é dado pela expressão: FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Anote isso Quando usar o diagrama de dispersão A aplicação do diagrama de dispersão se dá quando se muda uma variável e quer saber se impacta a outra variável. Podemos aplicar este diagrama para analisar causas raízes de problemas vindas da aplicação de técnicas como brainstorming e diagrama Ishikawa. É praticado também para análise de dois efeitos que são correlacionados a uma mesma causa. Fonte: elaborado pelo autor 4.2 Estratificação A estratificação é uma ferramenta de análise que consiste em separar os dados coletado e analisa-los separadamente, estratificar por local (torno), turno (diurno ou noturno), data ou mão de obra etc. Por exemplo, uma fábrica está com incorrências de falhas em clientes e precisa analisar as causas, então as coletas de informações são feitas e estratificadas de uma forma a agrupar as informações por turno, funcionários, tipos de produtos e data. Desta forma, será possível correlacionar as quantidades de falhas por variável e realizar uma tomada de decisão. 4.3 Diagrama de Ishikawa Um dos pilares do sistema de gestão da qualidade é o processo de solução de problemas esta técnica veio para alavancar as ações de melhorias da qualidade de produtos e processos das organizações. • Kaoru Ishikawa menciona oito passos para construção desse diagrama: • Definir o problema a ser analisado. • Colocar o efeito na parte a direita do diagrama (Ver figura). • Determinar todos os fatores que podem influenciar no problema, correlacionando com chamados 6M: material, mão de obra, métodos de trabalho, maquinário, meio ambiente e medição. • Distribuir os possíveis causadores na estrutura da espinha de peixe. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA • Evidenciar as causas secundárias e acrescentar no gráfico, ramificando com as causas principais. • Este diagrama é importante que seja feito por pessoas envolvidas no ambiente da falha que está sendo analisada. Figura 10: Exemplo de aplicação do Diagrama Ishikawa. Fonte: Qualidade – Gestão e Métodos (TOLEDO, 2013, p. 205) Isto acontece na prática Diagrama Ishikawa na prática O Diagrama de Ishikawa quando aplicado na prática deve-se tomar alguns cuidados na sua execução. Um primeiro cuidado a ser considerado é na questão de fazer o diagrama sozinho deve ser levado em consideração o grau de criticidade do problema, se é um caso crítico que correlaciona várias variáveis do 6M a sugestão que todos os envolvidos no ambiente de origem da falha participem deste processo de análise da espinha de peixe para que a análise seja precisa e não deixe de considerar algum detalhe importante. Outro ponto importante a considerar é o líder da análise, este deve conhecer profundamente a ferramenta para coordenar de forma correta a aplicação da ferramenta. A aplicação desta ferramenta é por sua vez uma situação divergência de ideias, todas as possibilidades devem ser levadas em consideração e plotadas no diagrama, não coíba as ideias lançadas pela equipe, esta não é a hora, considere todas as informações. Uma ajuda importante na hora de aplicar a análise de Ishikawa é fazer FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA a pergunta para a equipe de como podemos fazer acontecer de propósito o problema a ser analisado, isto facilitará a aberturas de ideias. Fonte: elaborado pelo autor Na aplicação do Diagrama Ishikawa podemos utilizar alguns termos importantes na sua aplicação, que são: • Efeito da falha: é como a falha se apresenta ou acontece dentro do processo. • Problema: é uma situação problemática que pede uma solução, dentro da aplicação do diagrama, o problema pode surgir com realização de uma pergunta. • Causa: a causa é a geradora do efeito, a origem da falha. • Causa primária ou principal: são não conformidade mais claras que aparecem no primeiro nível da análise. • Causa secundária: são causas que estão ligadas às causas primárias. As ramificações das causas são geralmente distribuídas em níveis primários, secundários, terciários, dependendo da criticidadeda falha analisada. Podemos pensar quando utilizar ou porque fazer uso desta ferramenta, a aplicação deste diagrama tem como objetivo explicitar as origens dos problemas e as interações que tem que geram os efeitos do problema analisados. Quanto mais completo ficar o preenchimento do Diagrama de Ishikawa, mais preciso e explícito ficará os causadores das falhas estudada. Isto está na rede Aplicação do Diagrama de Ishikawa no Agronegócio Este trabalho apresenta uma aplicação prática do Diagrama Ishikawa em uma analise de baixa produtividade em uma plantação de melancia e o 2º exemplo foi aplicado em uma plantação de cacau, também neste caso o problema a ser analisado foi a baixa produtividade. O interessante que os produtores estavam com diversas hipóteses de causas, mas vejam como a aplicação desta ferramenta os ajudou na evidenciação das principais causas relacionadas à baixa produtividade. Fonte: https://institutoagro.com.br/diagrama-de-ishikawa/ https://institutoagro.com.br/diagrama-de-ishikawa/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA AULA 5 DIAGRAMA DE PARETO E BRAINSTORMING Vamos entrar agora em uma nova ferramenta da qualidade que tem grande responsabilidade e aplicabilidade quando se precisa fazer uma priorização para um plano de ação ou uma aplicabilidade para algum processo de melhoria. O Diagrama de Pareto tem como origem histórica no século XIX e foi criado por Vilfredo Pareto. Este pioneiro economistas italiano criou este método para estudar e estratificar as distribuições desiguais que ocorriam naquela época, com este estudo ele provou que 80% das riquezas estavam alocadas nas mãos de 20% da população. Deste estudo que o nome diagrama 80/20 surgiu. Quem acrescentou o Diagrama de Pareto nas 7 ferramentas da qualidade foi Joseph Juran para que esta ferramenta fosse utilizada para resolver problemas dentro do sistema de gestão da qualidade, com esta aplicação da ferramenta é possível promover uma priorização das causas que mais impactam a causa analisada. Este tipo de gráfico apresenta os dados de uma forma de prioridade de tamanho e importância. A forma que são aplicadas os cálculos de priorização do Diagrama de Pareto permite de uma forma eficiente identificar quais são os principais influenciadores no problema estudado. Quando podemos aplicar o Diagrama de Pareto? Esta metodologia era aplicada para analisar processo de desperdícios na indústria. Neste caso era aplicado para identificar as prioridades de ações em problemas que ocorriam com uma maior frequência. Portanto, pode-se utilizá-lo quando: • Na análise de recorrência das não conformidades (defeito na produção, reclamações de clientes, dentre outras). • Nas questões de priorização de muitas ocorrências, com esta metodologia pode-se realizar uma priorização e tratar as mais significativas e com isso ter resultados mais significativos. • Quando for preciso tratar os problemas desdobrados do sistema de gestão da qualidade e suas correlações com as situações especificadas dos processos analisados. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Vamos apresentar agora quais são os passos para montar um Diagrama de Pareto, então são eles: Passo 1: Levantar os problemas a ser analisado. Passo 2: Realizar a análise das causas e qual será a metodologia de coleta dos dados do processo estudado. Definir a ordem grandeza do estudo (Frequência, tempo, custo, defeitos, reclamações). Passo 3: Realizar a soma total de ocorrências no período estipulado para análise. Passo 4: Fazer o cálculo do percentual de cada ocorrência em relação ao valor total calculado anteriormente. Passo 5: Fazer o cálculo acumulado do percentual das ocorrências, este valor no final deve dar 100%. Passo 6: Realizar a priorização do mais frequente para o menos frequente. Esta informação será plotada no eixo horizontal do gráfico de pareto. Passo 7: Na construção do gráfico será plotado a linha do percentual acumulado iniciando sempre da primeira coluna à esquerda. Passo 8: Após todas as informações forem plotadas no gráfico realizar a análise crítica identificando quais são os principais dados priorizados e desenvolver as ações a partir dele. Figura 11: Exemplo de aplicação do Diagrama de Pareto Fonte: Qualidade – Gestão e Métodos (2013, p.207) FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Anote isso Vantagens e Desvantagens do Diagrama de Pareto Como toda metodologia, o Diagrama de Pareto tem vantagens e desvantagens a ser consideradas. As vantagens que podemos pontuar neste trabalho é que ele permite a visualização de todas as variáveis da não conformidade, apoiando na classificação e priorização; permite a visualização dos 80% dos problemas mais significativos e estarão compostos em 20% das causas; clarifica e coordena os esforços de maneira mais efetiva; permite ao gestor que está utilizando esta ferramenta a conseguir bons resultados com poucas ações. Em relação a desvantagens podemos citar os outros 20% das causas que não serão tratados, ou seja, estes por sua vez não são relevantes agora, mas dependendo do tipo da não conformidade, pode surgir como uma causa mais crítica mais para frente; têm certas dificuldades de aplicação; dentro desta aplicação pode-se aparecer uma causa que fique muito oneroso a sua correção daí a decisão pode ser a de tratar as outras causas menores. Fonte: elaborado pelo autor. Existem dois tipos de Diagrama de Pareto: O Diagrama de Fenômenos é utilizado para determinar qual é o principal problemas que origina o resultado não desejado. Esses problemas podem ser da qualidade, custo, entrega, segurança, etc. O Diagrama de Causas é empregado para uma vez encontrados os problemas importantes, descobrir quais são as causas mais relevantes que os produzem. (TOLEDO, 2017, p. 207). Toledo (2013) faz menção de alguns pontos importantes para prestar a atenção no Diagrama de Pareto, são eles: • Precisa-se tomar cuidado quando a categoria outros do gráfico represente uma maior porcentagem. Se isso ocorrer deve-se aplicar outro método de análise. • É sugerível apresentar os dados em valores monetários, quando aplicável. • Se um fator é fácil solução, este deve ser resolvido rapidamente, mesmo que for de importância baixa. • É imperativo aplicar este Diagrama para buscar a melhoria contínua dos processos. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA 5.1 Brainstorming Esta é outra ferramenta utilizada para análise e soluções de problemas em sistema de gestão da qualidade. Esta metodologia consiste na realização de uma reunião com o pessoal envolvido em uma analise de falhas, também chamada de tempestade de ideias, nesta reunião é exposto todas as informações, sendo elas pertinentes ou não, sobre o problema a ser estudado. A criatividade é potencializada e todas as pessoas devem participar sem medo e de forma espontânea. Se faz importante não ter censura neste momento para que não tenha supressão de ideias da equipe. Esta técnica foi desenvolvida pelo publicitário Alex Osborn e até hoje é uma prática usual. Pense que esta metodologia pode ser a ferramenta que está faltando para que ela alcance o sucesso. O jargão popular é valido neste caso, onde “duas ou mais cabeças pensam melhor que uma” e é sempre saudável empresas que pensam em conjunto para chegar a melhores resultados. Isto acontece na prática Não suprima as ideias no brainstorming Em certo período em uma empresa fabricante de equipamentos de máquinas agrícola, se fez necessário a aplicação desta técnica do brainstorming devido a um problema de campo que vinha ocorrendo. Desta forma, o administrador da reunião convocou todos os responsáveis e envolvidos na fabricação, desenvolvimento do produto que estava apresentando a falha naquele momento.No dia da reunião, ali presente engenheiros, técnicos e analistas, começamos a reunião e o administrador entrou com uma campainha nas mãos, todos observaram, mas ninguém perguntou o porquê daquela campainha e o que ela ajudaria na reunião. Desta forma, a reunião começou e todos começaram a expor suas ideias sobre as possibilidades de causas dos problemas encontrado em campo. Em uma determinada parte da reunião de brainstorming, a campainha foi tocada pelo organizador, mas porque ele fez o uso da mesma, então entendemos que na hora que um dos analistas disse uma possibilidade de causa um dos engenheiros começou a debater e não concordou com a informação exposta, então soou o som da campainha, na realidade a esta ferramenta inusitada era para coibir este tipo de atitude entre os participantes. Portanto, ali aprendemos que em uma aplicação de brainstorming não se deve coibir a criatividade. Fonte: elaborado pelo autor FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA De acordo com Toledo (2013), estas são as etapas propostas para realização de uma reunião de brainstorming: Planejamento prévio com definição de horário, pauta e comunicação com antecedência. Realização da reunião com uma introdução de 10 minutos para aquecimento das ideias da equipe com a utilização de um tema neutro; definição do problema a ser tratado; anotação das ideias, nesta etapa todos os participantes descrevem suas ideias por 15 minutos; por sua vez, cada participante comunica suas ideias. O organizador da reunião deve coletar as informações de todos os participantes para estratificação posterior. Racionalização das ideias, nestas atividades é comum aparecer ideias pouco claras aí faça com que os participantes expliquem melhor a situação. A seguir faça a exclusão de temas duplicados e siga para a análise crítica e seleção das melhores ideias. Anote isso Papéis importantes do líder e dos membros do Brainstorming O líder na reunião do brainstorming deve ter bons conhecimentos sobre como levar a reunião, o importante é que esta pessoa seja tranquila e consiga manter o a tranquilidade entre os participantes. Os membros devem vir com espontaneidade e ter o entendimento quando suas ideias forem descartadas e não levar para o pessoal. Evite críticas, criatividade é importante, quantidade precisa existir e combinar as ideias para gerar novas combinações aperfeiçoadas. Vamos mencionar algumas técnicas que podem ser aplicadas em um brainstorming: técnica 6-3-5; técnica do post-it; técnica “oposto”; mapa mental; brainstorming tangível; técnicas de chuva de ideia rápidas; técnica do mural de imagem; jogo do improviso; técnica das soluções impossíveis para o problema; técnica recursos infinitos; brainstorming individual. Fonte: elaborado pelo autor FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA AULA 6 MÉTODO PDCA E DMAIC Chegou a hora de aprender sobre uma ferramenta imprescindível para os gestores, gerentes ou profissionais que fazem administração de projetos de pequeno, médio e grande porte. Esta ferramenta é originada do programa Total Quality Control (Controle da Qualidade Total). O Ciclo PDCA é uma metodologia muito genérica e pode ser aplicada em diversos processo da indústria outros empreendimentos. Esta é uma ferramenta que possui em sua estrutura um objetivo voltado à melhoria contínua. Como veremos a Norma ISO9001:2015 toda sua estrutura é montada em cima deste ciclo. O Ciclo PDCA é uma ferramenta de gestão que determina o passo a passo a ser seguido e quais os resultados devem ser alcançados. Quando se trata de gerenciamento de processos podemos dividir em três ações; planejar, controlar e melhorar (JURAN, 1994). Figura 12 – Ciclo PDCA Fonte: Método PDCA e Demaic e suas Ferramentas Analíticas (2013, p.31) FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA O Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action) é estrturado da seguinte forma segundo Werkema (2012): 1. Planejamento (P) Nesta fase do planejamento do Ciclo do PDCA ocorre quando é definido os objetivos e metas do projeto. Aqui também se define qual a equipe que será composta e quais serão os indicadores-chaves que monitorarão o andamento e se os objetivos estão sendo atingidos. Também nesta fase se faz necessário a definições de quais metodologias que serão utilizadas para analisar e definir as ações para implementação das ações. Este método se relaciona aqui com outras ferramentas, tais como, Diagrama Ishikawa, Gráfico de Pareto, brainstorming e 5W2H. Deve-se investir mais tempo nesta fase para que as ações sejam mais assertivas. 2. Execução (D) Nesta fase deve-se executar as atividades planejadas exatamente como foram previstas e coletar as informações das atividades implementadas para a próxima fase do monitoramento. Aqui neste momento vamos fazer o uso da ferramenta do plano de ação 5W2H, caso ocorra algum erro na execução conforme planejado será necessário voltar a fase de planejamento. Antes de partir para a próxima fase certifique-se que todos os envolvidos estão treinados nas atividades desenvolvidas. 3. Verificação (C) Neste caso, com os dados levantados na fase de execução, a equipe envolvida deve realizar uma analise crítica dos resultados comparando-os com as metas e indicadores definidos na fase planejamento. Nesta fase faça uma análise mais criteriosas das atividades definidas no plano de ação, identifique os gaps e as oportunidades de melhorias nos processos, esta é a hora de evidenciar o que precisa ser melhorado, anote tudo, teste tudo, faça comprovações estatística se necessário, desta forma passe para a próxima fase. 4. Agir (A) Nesta fase deve-se analisar os dados obtidos na fase verificação e tomar a decisão, se o resultado foi satisfatório e dentro da meta adota-se o padrão, se o resultado não for satisfatório o responsável pelo plano deve promover ações melhorias para tornar o projeto efetivo. Nesta fase é importante corrigir falhas, implantar melhorias imediatas, buscando de uma forma rápida aprimorar as inda mais as ações do projeto. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Vantagens do Ciclo PDCA: • Melhorias constantes nos resultados da organização. • Definição de qualidade mínima aceitável dos projetos melhorias. • Motivação da equipe em alcançar as metas e objetivo. • Economia de recursos e aumento da produtividade com seus projetos. • Sistematização de resultados e soluções de problemas. Desvantagens do Ciclo PDCA se não for feito corretamente: • Um grande erro é iniciar o ciclo PDCA sem planejar o suficiente. • Não aplicar o segundo ciclo de melhoria. • Não corrigir os problemas detectados. • Não realizar uma analise critica dos resultados da forma correta. • Ser inexperiente na aplicação da metodologia. • Ter uma equipe com baixo desempenho. Anote isso Melhora contínua com o PDCA Com a premissa de que tudo pode ser melhorado, o ciclo PDCA pode em alguns casos ser infindável. Este nível mínimo de qualidade deve ser definido pela equipe de trabalho que atenda às expectativas dos clientes que farão uso destas informações. Quando mais treinada e engajada for a equipe os resultados serão ainda mais satisfatórios. Somente tome cuidado com detalhes que não agregam valor significante estes podem tomar tempo desnecessário e tirar do foco a equipe, quando isto ocorre o papel do líder se torna importante. Fonte: elaborado pelo autor. Falamos até o momento sobre o PDCA, mas podemos correlacionar também aqui o SDCA (Padronizar, Desenvolver, Controlar e Agir). Uma comparação que podemos fazer entre eles é que o PDCA é utilizado quando se deseja promover uma melhoria em algum processo, estruturando, definindo novos padrões ou reformulando atuais. No caso do processo SDCA é aplicado quando se deseja realizar a manutençãopara manter o resultado já conseguido, FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA ou seja, este método é proposto para fazer uma análise crítica da atual situação melhorada e manter em sua posição atual. Werkema (2012) define também o Ciclo SDCA e faz os seguintes comentários: S (Padronizar) – Nesta fase se define a meta operacional padrão e os procedimentos operacionais padrões (POP). O POP é um processo detalhada das operações pertinentes planejadas que apoiam o resultado para os indicadores padrões. Após a divulgação dos POPs deve-se realizar um treinamento dos envolvidos é imperativo. D (Desenvolver) os elementos necessários para desenvolvimento dos procedimentos operacionais são: treinamento no trabalho; supervisão; auditoria. C (Controlar) nesta fase deve-se monitorar os resultados com metas. A (Agir) ações de correção devem ser feitas, caso os resultados não sejam atingidos. Desta forma, as anomalias devem ser identificadas e eliminadas. O objetivo do SDCA é garantir e evidenciar os resultados, através do cumprimento dos padrões estabelecidos e com isso o sucesso é certo. Isto está na rede Ciclo PDCA como um método para solução de problemas da qualidade Resultados relevantes são obtidos nas empresas que faz o uso do Ciclo PDCA. Mas é preciso entendê-lo e quais as opções de aplicações. Este método se correlaciona com outros métodos e técnicas unilaterais. O objetivo deste artigo é subsidiar com uma fundamentação teórica e uma estrutura interligada que envolve diferentes conceitos que podem ser realizados ao PDCA. Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Dario_Miyake/publication/242782493_ Uma_analise_sobre_o_Ciclo_PDCA_como_um_metodo_para_solucao_de_problemas_ da_qualidade/links/0c96053469f796709c000000/Uma-analise-sobre-o-Ciclo-PDCA- como-um-metodo-para-solucao-de-problemas-da-qualidade.pdf 6.1 DMAIC e sua relação com o ciclo PDCA Um dos conceitos do Lean Seis Sigma é a criação de equipes de alta performance que trabalhem em projetos para alcance de metas estratégicas das organizações. Estes projetos são estruturados em cima desta metodologia DMAIC. Abaixo a estruturação do DMAIC: https://www.researchgate.net/profile/Dario_Miyake/publication/242782493_Uma_analise_sobre_o_Ciclo_PDCA_como_um_metodo_para_solucao_de_problemas_da_qualidade/links/0c96053469f796709c000000/Uma-analise-sobre-o-Ciclo-PDCA-como-um-metodo-para-solucao-de-problemas-da-qualidade.pdf https://www.researchgate.net/profile/Dario_Miyake/publication/242782493_Uma_analise_sobre_o_Ciclo_PDCA_como_um_metodo_para_solucao_de_problemas_da_qualidade/links/0c96053469f796709c000000/Uma-analise-sobre-o-Ciclo-PDCA-como-um-metodo-para-solucao-de-problemas-da-qualidade.pdf https://www.researchgate.net/profile/Dario_Miyake/publication/242782493_Uma_analise_sobre_o_Ciclo_PDCA_como_um_metodo_para_solucao_de_problemas_da_qualidade/links/0c96053469f796709c000000/Uma-analise-sobre-o-Ciclo-PDCA-como-um-metodo-para-solucao-de-problemas-da-qualidade.pdf https://www.researchgate.net/profile/Dario_Miyake/publication/242782493_Uma_analise_sobre_o_Ciclo_PDCA_como_um_metodo_para_solucao_de_problemas_da_qualidade/links/0c96053469f796709c000000/Uma-analise-sobre-o-Ciclo-PDCA-como-um-metodo-para-solucao-de-problemas-da-qualidade.pdf FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA D – Define (Definir): nesta fase se define o problema a ser tratado e seu escopo. M – Mensure (Medir): nesta fase se coleta os dados ou analisa os dados históricos do problema a ser resolvido. Aqui é importante analisar a confiabilidade dos dados de entrada da não conformidade. A – Analyse (Analisar): aqui se aplica diversas ferramentas de análises para obtenção das causas raízes e definição de priorização do processo de melhoria. I - Improve (Melhorar): nesta fase se implanta o plano de ação definido na fase de analise com base nas causas levantadas e priorizadas. C – Control (Controlar): nesta fase se coleta dados do processo melhorado para analisar se as ações foram eficazes e eliminaram ou reduziram os efeitos do problema estudado. Figura 13 – Comparação do método PDCA e DMAIC Fonte: Werkema (2012, p. 99) Está evidente que não há conflitos entre o DMAIC e o PDCA e, sim, uma complementaridade, de modo que ambos podem ser utilizados em uma mesma empresa. O DMAIC, com seu roteiro detalhado e maior número de ferramentas analíticas, pode e deve complementar o PDCA, á medida que evoluem o sistema de gestão e o nível de capacitação das pessoas da organização (WERKEMA, 2012, p. 101). FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Isto está na rede Aplicação do Método DMAIC para analise de problemas de produção A aplicação das ferramentas integrantes da abordagem Seis Sigma tem sido frequentemente utilizada pelas empresas. O presente artigo apresenta aplicação do método DMAIC (Define, Measure, Analyse, Improve, Control) para reduzir paradas de produção por falta de insumos de embalagem em uma indústria de computadores. Os atrasos na produção possuem impacto direto no resultado financeiro da empresa, principalmente em razão do atraso no faturamento das ordens de produção. A utilização de ferramentas aplicadas ao DMAIC possibilitou a coleta e análise dos dados para avaliar o problema. O cenário projetado comparado com o atual estima redução de 48,24% do valor monetário dos pedidos parados e 4% no custo de aquisição dos insumos para o processo. Fonte: https://revistas.unibh.br/dcet/article/viewFile/1241/675 https://revistas.unibh.br/dcet/article/viewFile/1241/675 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA AULA 7 GESTÃO DA QUALIDADE ISO 9001:2015 Nesta aula vamos aprender uma visão geral sobre o processo de certificação ISO 9001:2015 e para que ela serve e com seu enfoque. Vamos também verificar como uma empresa que pretende ter esta certificação pode melhorar e ter seus processos internos e externos padronizados. Afinal o que é a certificação ISO 9001:2015? Esta norma internacional se correlaciona com o sistema de gestão da qualidade (SGQ) e apresenta requisitos que trazem em seus conceitos ferramentas para padronização de processos. O foco principal deste tipo de norma é estabilizar os processos da companhia ao ponto de gere confiabilidade nos produtos e serviços ofertados. Empresas que são certificadas pela ISO 9001:2015 têm um estereótipo de uma organização que é padronizada e tem foco no atendimento e superação das expectativas dos clientes, além de apresentar um padrão de qualidade claramente definido. A origem da ISO 9001:2015 é do Comitê Técnico Quality Management and Quality Assurance (ISO/TC 176). A publicação no Brasil foi feita pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esta norma é aplicada para empresas privas e públicas, grandes ou pequenas empresas. Companhias, governo, comércio que desejam ter práticas que atendam as necessidades dos clientes podem ser certificadas com esta norma. Uma utilização conjunta pode ser feita entre as normas ISSO 45001 (saúde ocupacional), 14001 (Meio ambiente) e 27001 (Segurança de informações). Mas quem precisa de um certificado ISSO 9001? Em muitos casos, o cliente exige do fornecedor o certificado ISSO 9001, como evidência da capacitação para o atendimento dos requisitos da qualidade e como exigência prevista para a aquisição do produto ou serviço. Portanto, ter o certificado se torna obrigatório. Já tem outras situações, os clientes, como geralmente é o caso do consumidor final, não exigem o certificado, muitas vezes nem sabem o exato significado desse certificado. Portanto, nesse segundo caso, algumas empresas entendem que o esforço e o custo de certificação não se justificam; outros aproveitam para a utilizar o certificado como um diferencial e uma forma de marketing para aumentarsua credibilidade perante aos seus consumidores. No entanto mesmo que o mercado não exija um certificado, à implantação criteriosa dos processos de gestão estabelecidos nessa norma levará a empresa a conferir FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA mais organização e padronização e suas atividades reduzindo a chance d erros e melhorando a eficácia e eficiência (CARPINETT; GEROLAMO 2019, p. 5). A norma ISO 9001:2015 esta pautada em uma metodologia bem conceituada e válida que o ciclo PDCA. Figura 14: PDCA Fonte: https://www.consultoriaiso.org/15-perguntas-e-respostas-imperdiveis-sobre-a-iso-9001/ Como método base esta norma faz uso da metodologia do ciclo PDCA e mentalidade de risco. Este método tem como premissa a busca pela melhoria contínua através do planejamento, da implementação, medição e ação de melhorias, ou seja, esta atividade consiste em repetição até o processo de melhoria seja comprovado e melhorado. Anote isso O ciclo PDCA teve como criador o físico norte-americano Walter Andrew Shewart que foi pioneiro no controle estático da qualidade. Este é um método de gestão que apresenta o caminho a ser seguido para que as metas sejam atingidas. Este utiliza diversas ferramentas de análise e coletas de informações para se completar, além da utilização de técnicas estatística que tem sua relevância. As etapas do ciclo PDCA são: Planejamento (P) o que fazer? Metas? Recursos? – Execução (D) Executar as tarefas planejadas – Verificação (C) verificar se os dados apresentados mostram o atingimento das metas – Atuação corretiva (A) atuar no processo em função do resultado obtido. Fonte: Métodos PDCA e Demaic e suas ferramentas analíticas (2012). https://www.consultoriaiso.org/15-perguntas-e-respostas-imperdiveis-sobre-a-iso-9001/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA A norma ISO 9001:2015 demostra para que a organização tenha sucesso em seu sistema de gestão da qualidade ela deve se basear nos setes princípios da qualidade. Vamos estudar cada um deles. Foco no cliente – objetivo-chave desta norma, uma organização sem cliente não sobrevive, aqui o foco é em atender e superar as expectativas do cliente. Liderança – uma liderança sólida é fundamental para a certificação desta norma além de promover um ambiente motivador para que os líderes tenham desempenham satisfatório. Engajamento de pessoas – dedicação total nos processos de melhorias da empresa e nas soluções de problemas. Abordagem por processos – aqui a norma deixa claro que uma organização deve ser pautada por processos e não por departamentos. Melhorias – como premissa as organizações devem buscar a melhoria contínua dos seus processos do sistema de gestão da qualidade. Tomada de decisão baseada em evidências – aqui as empresas devem utilizar seus indicadores de performance e as informações geradas em auditorias para tomadas de decisão rápida e precisa. Gestão de relacionamento com provedores externos – neste caso a norma estabelece requisitos de benefícios mútuos entre cliente e fornecedores. Equilibrando preços, qualidade e ganhos por ambos os lados. Isto acontece na prática Responsabilidade da alta direção na implantação da norma ISO9001:2015 Uma empresa conhecida na região centro-oeste do estado de São Paulo decidiu pela implantação da norma ISO 9001:2015. Esta organização de médio porte com cerca de 380 funcionários é fabricante de equipamentos. Os processos de fabricação desta empresa são bem diversificados, sua produção é quase na sua totalidade interna, com poucas terceirizações. Observando de uma forma sistêmica, esta organização é, de certa forma, bem complexa, porque tem diversos processos diferentes, tais como, manufatura, engenharia de produto e pesquisa, comercial, financeiro, qualidade, manutenção, ferramentaria, setor de melhorias, expedição, dentre outras. Desta forma, o escopo de implantação da norma é total. Mas os grandes problemas que o desejo desta implantação era somente do Gerente de qualidade e não da alta direção, mas mesmo assim o projeto foi aprovado e seguiu. Afirmo aqui que este processo de implantação foi traumático para equipe da qualidade porque como não teve o apoio da alta gestão, qualquer atividade que precisava ser desempenhada era dificultada e adiada, ou seja, FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA além do ambiente de trabalho ter ficado insuportável os prazos de implementação foram adiados e a implantação também. Fonte: elaborado pelo autor 7.1 Requisitos de gestão da qualidade da ISO9001:2015 Esta norma é subdividida em requisitos específicos que são: • Contexto da organização (item 4) este requisito se trata sobre as questões das estratégias da organização, qual sua visão em médio e longo prazo, qual sua razão de existir e para aonde quer ir, com isto entendido o sistema de gestão da qualidade é delineado com as necessidades da organização. • Liderança (item 5) neste requisito mostra que a liderança deve ter total comprometimento com sistema de gestão da qualidade tanto com seu sucesso e com seu fracasso. • Planejamento do sistema da gestão da qualidade (item 6) neste requisito demostra os risco e oportunidades dos processos, seus objetivos da qualidade e planejamento para alcançá-los e planeamento de mudanças. • Suporte (item 7) este requisito demostra quais recursos a organização necessitará para implementação desta norma, aqui é relatado, os recursos, competências, conscientização, comunicação e informação documentada. • Operação (item 8) Neste ponto a empresa conseguirá planejar, implementar e controlar todos os processos com foco em garantir a conformidade dos produtos e processos sempre orientados ao cliente. • Avaliação de desempenho (item 9) aqui a empresa poderá realizar uma avaliação de seu desempenho até o momento e se está no caminho certo e está melhorando continuamente. Aqui veremos os recursos monitoramento e medição, auditoria interna e análise crítica da direção. • Melhorias (item 10) neste requisito se verifica o princípio desta norma que é a melhoria contínua, onde é tratado os processos de não conformidades e ação corretivas e melhoria contínua. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA 7.2 Implantação do SGQ - ISO9001:2015 Podemos identificar aqui cinco passos para implementação de um sistema de gestão da qualidade baseado norma ISO9001:2015 são eles: • Passo A – Diagnóstico da gestão da qualidade pré-implantação: nesta fase a organização pode contratar um órgão para realizar uma avaliação inicial de como está o nível de adequação dos processos em relação ao atendimento dos requisitos da norma. Este relatório de diagnóstico mostrará o tamanho do projeto que será realizado. • Passo B – Levantamento das necessidades e planejamento do sistema: nesta fase inicia com criação da equipe de condução do projeto e um membro da alta direção tem que estar presente para que o projeto tenha a seriedade devida. Aqui também se identifica as análises internas e externas que podem gerar algum risco ou oportunidade para o negócio, quais são as partes interessadas na organização e a realização das análises dos riscos e oportunidades são definidos nesta etapa. • Passo C – Projeto do sistema de gestão: nesta etapa temos as definições do escopo do projeto, a politica da qualidade e seus objetivos. O importante que estas definições estejam alinhadas com o planejamento estratégico da empresa. Também nesta fase se inicia o mapeamento dos processos da organização, seguindo a sequência de mapeamento dos processos primários e de suporte, estrutura funcional e cruzamento com os processos do negócio, identificação dos processos críticos ase de maior duração, neste momento se faz necessário, mas não mandatório a criação do manualda qualidade. São criados os procedimentos obrigatórios, os controles de documentos, ainda estabelecer as atividades e suas interações, determinar métodos e técnicas para controlar as atividades, determinar os recursos necessários, determinar autoridades a responsabilidades. • Passo D – Implantação: aqui se coloca os procedimentos em prática. Inicia-se com treinamentos dos procedimentos, implantação dos processos, documentos, revisão dos processos e procedimentos, treinamento de auditores internos, auditoria interna, analise das auditorias e plano de ação e acompanhamento das ações de melhorias. • Passo E – Auditoria de certificação: aqui se define o organismo certificador, planejamento e realização das auditorias e análise de resultados e tomada de ações para a melhoria do sistema. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Figura 15: Visão geral do processo de implantação do sistema de gestão da qualidade ISO9001:2015 Fonte: (CARPINETT;GEROLAMO, 2019) FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA AULA 8 MASP – MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÕES DE PROBLEMAS – PROGRAMA 5S Agora vamos estudar um método de análise e soluções de problemas que é largamente utilizado nas organizações sendo elas, indústria, comércio, governo, esta é uma ferramenta muito versátil que se correlaciona com o Ciclo PDCA. Esta metodologia de análise e soluções de problemas (MASP) é um importante gerador de informações para tomada de decisões importantes, saindo daquele campo de subjetividade e dos achismos. O MASP tem como grande objetivo a busca pela melhoria continua, aprimorando os produtos e serviços, apoiando nas reduções das falhas, aumento da produtividade e potencialização dos lucros. O Masp pode ser utilizado em situações simples ou em problemas complexos, porque nesta metodologia são aplicadas as ferramentas da qualidade de uma forma ordenada e concisa com isso facilitando as analise de causas mais simplificadas e os planos de ações para eliminação das causas (FREITAS, 2009). Outro objetivo deste método é aumentar as chances de resolver os problemas satisfatoriamente, segundo Freitas (2009) alguns elementos são de suma importância para que aplicação do método seja efetivo. São eles: a precisão das informações coletas deve ser fidedigna e com elas analisadas, agrupadas, estratificadas da forma que gerem agregação de valor ao processo de análise. Os dados históricos devem ser utilizados, analisados antes de qualquer passo, mas deve-se se tomar um cuidado com a precisão das informações. Deve -se levar em consideração como em todas as outras ferramentas que aprendemos, a forma de aplicação e a maturidade são imprescindíveis no processo. Este método consegue desenvolver aonde é aplicado, os processos de melhorias contínuas, engajamento dos colaboradores, melhorias de produtos e processos aplicando ações de correções mais assertivas. Em situações de falhas industriais, por exemplo, são rotineiramente solucionados, tratados, mas por sua vez, normalmente voltam a ocorrer. Conforme Toledo (2013), isto ocorre, em grande parte dos casos, porque não utilizam métodos sistemáticos para resolver os problemas. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA O Masp, segundo Toledo (2013), é um método para soluções de problemas genéricos que foi adaptado para o ambiente profissional. Podemos dizer que “Um problema é um resultado indesejável de um processo”. As etapas do Masp, conforme Toledo (2013) são: Identificação do problema – nesta fase é necessário definir claramente o problema e mostrar que ele é relevante, aqui é importante definir um critério de seleção dando um peso para separa-los de outros menos pertinentes. Este critério pode ser associado a uma analise GUT (Gravidade, Tendência e urgência). Exemplos: valor de prejuízo, reclamações de campo, paradas de produção etc. Observação – nesta fase é importante que investigação do problema seja feita aonde os mesmos ocorrem. A análise, de como as falhas acontecem, é uma forma interessante iniciar uma análise. Utilize ferramentas, quantitativas e qualitativas, colete dados de variações, estude e defina as características das falhas. Análise – A utilização das ferramentas da qualidade de análise, por exemplo, o Diagrama de Ishikawa, promove uma ajuda na identificação das possíveis causas da falha, sendo que elas principais ou secundárias. Plano de ação – Depois de ter identificado as causas contribuintes e causas raízes do problema, chegou a hora de desenvolver um plano de ação para resolver os causadores das não conformidades. Nesta situação vale a utilização do plano de ação 5W2H, onde se define o quê, quando, quem, onde, porque será feito, como será feito e o eventual investimento necessário. Não esqueça de definir as metas de acompanhamento das ações e as metas de eficácia para garantir se o problema foi realmente resolvido. Isto está na rede Aplicação do método 5w2h no processo produtivo do produto: a joia O método 5W2H consiste em uma série de perguntas direcionadas ao processo produtivo e permite identificar as rotinas mais importantes, detectando seus problemas e apontando soluções. No presente estudo, o método 5W2H foi utilizado para identificar situações da cadeia produtiva de joias em uma empresa de pequeno porte, a partir do desenvolvimento de uma coleção denominada “Gauchidade”. A metodologia possibilitou decompor as várias fases do processo, diagnosticando o que era realizado em cada etapa, o custo, os profissionais envolvidos e sua importância para o processo propondo soluções separadamente. Fonte: http://stat.necat.incubadora.ufsc.br/index.php/IJIE/article/view/1585/pdf http://stat.necat.incubadora.ufsc.br/index.php/IJIE/article/view/1585/pdf FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Ação – Aqui chegou a hora de atuar e implantar as propostas para eliminar as causas potenciais. Nesta etapa é importante que todos estejam treinados e engajados neste processo de modificações dos processos envolvidos na falha. Verificação – Este monitoramento é imperativo que ocorra, utilize os mesmos métodos de coletas no início do processo, faça a comparação e a análise e verifique se a melhoria se comprovou, se não volte no passo de observação para estudar melhor as causas. Padronização – A eliminação das causas dos problemas é relevante que ocorra para que ele não volte. Padronize as mudanças, treine todos os envolvidos com os procedimentos operacionais padrões e realize auditorias periódicas de avaliação. Conclusão – nesta fase final que podemos chamar de lições aprendidas, anote quais foram os pontos fracos e fortes deste processo com a equipe. Anote as percepções, as dificuldades que a equipe teve. Na próxima aplicação do método, recomece de uma forma melhor. Este método aparentemente é uma forma simplista de resolver problemas, mas ao longo do tempo, ele se torna um padrão para um caminho seguro para soluções de problemas. Figura 16 – Ferramentas de soluções de problemas Fonte: https://www.freeimages.com/pt/photo/cube-1-1522359 https://www.freeimages.com/pt/photo/cube-1-1522359 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 CONTROLE DA QUALIDADE E METROLOGIA PROF.º ESP. EDUARDO JOSÉ FERREIRA Isto acontece na prática MASP – UM RESUMO DE APLICAÇÃO NA PRÁTICA Em uma empresa de alimentos multinacional da região do centro oeste paulista utiliza o MASP dentro das sequências a seguir: na fase da identificação do problema pode ser utilizado uma lista de verificação ou um check list com as perguntas necessárias para identificação do problema, por exemplo, se este problema é recorrente ou não, em qual processo ele ocorre etc. Em seguida determine os participantes e um responsável. Os participantes devem ser técnicos envolvidos no processo
Compartilhar