Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 (GUSTAVO CEZAR DE ALBUQUERQUE) TCC. Trabalho de Conclusão de Curso Escatologia com base nas profecias bíblicas. Campos dos Goytacazes-RJ 2022.2 2 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 (GUSTAVO CEZAR DE ALBUQUERQUE) TCC. Trabalho de Conclusão de Curso Escatologia com base nas profecias bíblicas. TCC. Trabalho de conclusão de curso; apresentado a banca examinadora da Faterge. Como exigência parcial para a obtenção do grau de bacharel em teologia (eclesiástica); reformada. Campos dos Goytacazes-RJ 2022.2 3 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 (GUSTAVO CEZAR DE ALBUQUERQUE) Escatologia com base nas profecias bíblicas. Banca Examinadora: _______________________________________________________ Prof. Orientador: _____________________________________ Prof. ______________________________________ Prof. ______________________________________ Prof. ______________________________________ Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque. Cpf. 046.715.434-19 Este TCC foi aprovado em: ________de________________de________ Campos dos Goytacazes-RJ 2022.2 4 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 DEDICATÓRIA Dedico este TCC à: Minha Saudosa Mãe, Maria José de Albuquerque; fiel serva (eleita pela misericordiosa graça de DEUS); do Senhor. Campos dos Goytacazes-RJ 2022.2 5 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 AGRADESCIMENTOS: Ao meu Refúgio, minha Fortaleza, meu Socorro bem presente na hora da angústia, a Ele, O meu Deus, por ter me atraído e sustentado até aqui, tanto nas horas de alegria como de angústia, Ele foi e sempre será O meu Rochedo, O motivo maior e o combustível supremo, de minha perseverança incansável. Ao amado e estimado, corpo docente e demais colaboradores da Faterge. Faculdade Teológica Reformada Genebra, só tenho a agradecer a esta nobre instituição por ter me recebido de braços abertos, sobretudo, pela bolsa integral de estudos teológicos reformados; enfim, muito obrigado!!! A minha querida esposa, (Girlene Monteiro Albuquerque), que em todo este tempo esteve me apoiando, tanto moral, como espiritualmente; obrigado pela grande esposa que tem sido para mim. À minha querida mãe, que me ensinou os primeiros passos de minha vida. Em Fim A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta obra, os meus sinceros agradecimentos. Campos dos Goytacazes-RJ 2022.2 6 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 Resumo A Escatologia é a doutrina das últimas coisas, a qual se encontra em toda a Bíblia, desde suas primeiras páginas, até as últimas é possível ver a Escatologia. Esta obra traz em suas linhas uma explanação geral desta doutrina, começando pela Escatologia do Velho Testamento através do Tempo dos Gentios e as Setenta Semanas de Daniel, a qual compreende um esboço sintetizado do livro do Apocalipse, que por sua vez explana de maneira detalhada este assunto. No que tange à escatologia do Novo Testamento esta obra abrange boa parte do livro de Apocalipse, mostrando sua ligação direto com o livro de Daniel, além de uma gama de textos tanto do Velho quanto do Novo Testamento. Dentre estas explanações encontram-se os seguintes assuntos: O arrebatamento e suas respectivas teorias, O Tribunal de Cristo, O Dia do Senhor e O Dia de Cristo, As Bodas do Cordeiro, A Campanha do Armagedom, O período tribulacional como tempo de julgamento e derramar da ira de Deus, Os Cento e Quarenta e Quatro Mil, As Duas Testemunhas, A Segunda Vinda de Cristo, As Ressurreições, O Milênio e suas respectivas teorias, a Nova Jerusalém, O Estado Eterno além de outros assuntos. Palavras chave: Senhor Jesus Cristo, Escatologia, Arrebatamento, Tribulação, ressurreição, Julgamento, Milênio, Igreja, Israel e Estado Eterno. Campos dos Goytacazes-RJ 2022.2 7 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 Abstract Eschatology is the doctrine of the last things, which is found throughout the Bible, from its first pages to the last, it is possible to see Eschatology. This work brings in its lines a general explanation of this doctrine, starting with the Old Testament Eschatology through the Time of the Gentiles and the Seventy Weeks of Daniel, which comprises a summarized outline of the book of Revelation, which in turn explains this in detail. subject matter. Regarding New Testamenteschatology, this work covers a good part of the book of Revelation, showing its direct connection with the book of Daniel, as well as a range of texts from both the Old and New Testaments. Among these explanations are the following subjects: The Rapture and its respective theories, The Judgment Seat of Christ, The Day of the Lord and The Day of Christ, The Wedding of the Lamb, The Armageddon Campaign, The Tribulation Period as a Time of Judgment and pouring out of the wrath of God, The Hundred and Forty-Four Thousand, The Two Witnesses, The Second Coming of Christ, The Resurrections, The Millennium and its respective theories, the New Jerusalem, The Eternal State and other matters. Keywords: Lord Jesus Christ, Eschatology, Rapture, Tribulation, Resurrection, Judgment, Millennium, Church, Israel and Eternal State. Campos dos Goytacazes-RJ 2022.2 8 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 Resumen Escatología es la doctrina de las últimas cosas, que se encuentra a lo largo de la Biblia, desde sus primeras páginas hasta la última, es posible ver Escatología. Esta obra trae en sus líneas una explicación general de esta doctrina, comenzando por la Escatología del Antiguo Testamento hasta el Tiempo de los Gentiles y las Setenta Semanas de Daniel, que comprende un esquema resumido del libro de Apocalipsis, que a su vez lo explica en detalle. .materia. En cuanto a la escatología del Nuevo Testamento, esta obra cubre buena parte del libro de Apocalipsis, mostrando su conexión directa con el libro de Daniel, así como una variedad de textos tanto del Antiguo como del Nuevo Testamento. Entre estas explicaciones se encuentran los siguientes temas: El Rapto y sus respectivas teorías, El Juicio de Cristo, El Día del Señor y El Día de Cristo, Las Bodas del Cordero, La Campaña del Armagedón, El Período de Tribulación como Tiempo de Juicio. y derramando de la ira de Dios, Los Ciento Cuarenta y Cuatro Mil, Los Dos Testigos, La Segunda Venida de Cristo, Las Resurrecciones, El Milenio y sus respectivas teorías, la Nueva Jerusalén, El Estado Eterno y otros asuntos. Palabras clave: Señor Jesucristo, Escatología, Rapto, Tribulación, Resurrección, Juicio, Milenio, Iglesia, Israel y Estado Eterno. Campos dos Goytacazes-RJ 2022.2 9 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 SUMÁRIO PÁG. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………….....…01 1 - A Importância da Escatologia no Contexto Bíblico……….………………...…..01 2 - Os Métodos de Interpretação Escatológicos…………….......…………….…....01 A - Alegórico ……………………………………………………………….................. 01 B - Literal …………………………………………………………………….................02 2.1 - O método literal e a linguagem figurada ……………….………………….......02 2.2 - O método literal e a lei de dupla referência …………………………….......... 03 3 - As Fluências da Interpretação Escatológica no Decorrer da História …...........04 3.1 - O começo da interpretação………………………………………………........…04 3.2 - A interpretação judaica do Antigo Testamento …………………………..........04 3.3 - O literalismo na época de Cristo …………………………………………….......04 3.4 - O literalismo entre os apóstolos ……………………………………………........05 3.5 - A ascensão da alegoria …………………………………..………………........…05 3.6 - A idade média ……………………………………………..……………….......….05 3.7 - O período da reforma …………………………………….………………….........06 3.8 - O período pós-reforma ………………………………………………………........07 4 - Critérios Importantes na Interpretação Escatológica;……………………….........08 4.1 - Interpretar literalmente ……………………………………………………….........08 4.2 - Interpretar conforme a harmonia da profecia ……………………………….......08 4.3 - Observar os relacionamentos de tempo…………………………………….........09 4.4 - Interpretar cristologicamente ………………………………………………...........09 4.5 - Interpretar historicamente…………………………………………………….........09 4.6 - Interpretar gramaticalmente………………………………………………….........09 4.7 - Interpretar de acordo com a lei da dupla referência……………………….........09 4.8 - Evitar interpretações tendenciosas ao próprio pensamento………………........09 5 - A Escatologia no Velho Testamento …………………………………………..........10 5.1 - O Tempo dos Gentios;………………………………………………………...........10 5.1.1 - O Sonho com a Grande Estátua (capítulo 2); ……………………………........11 A - A cabeça de ouro fino……………………………………………………...................11 B - O peito e os braços de prata………………………………………....................……11 C - O ventre e as coxas de bronze………………………………………....................…11 10 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 D - As pernas de ferro, e os pés em parte de […]………………………........................11 5.1.2 - O Sonho com os Animais Simbólicos………………………………….................12 A - O primeiro animal……………………………………………………….........................12 B - O segundo animal………………………………………………………........................12 C - O terceiro animal………………………………………………………......................…13 D - O quarto animal…………………………………………………………........................13 E - O quinto animal………………………………………………………….........................14 5.2 - As Setenta Semanas de Daniel……………………………………………................15 5.2.1 - Uma análise dos versículos 24, 25, 26 e 27……………………………................20 6 - O Anticristo……………………………………………………………………..................23 A - Quem ele é ………………………………………………………………........................23 B - De onde ele vem……………………………………………………….......................…23 C - Qual o seu intento……………………………………………………….........................24 7 - O Arrebatamento…………………………………………………………….............……25 7.1 - Algumas considerações acerca do arrebatamento………………………................27 A - Será iminente…………………………………………………………….........................27 B - Cristo não pisará na terra……………………………………………….........................27 7.2 - As Teorias do Arrebatamento………………………………………………................27 7.2.1 - A Teoria do Arrebatamento Parcial………………………………………...............28 A – Definição…………………………………………………………………........................28 B – Objeções…………………………………………………………………........................28 1 - Anula a suficiência do sangue de Cristo………………………...................................28 2 - Anula a totalidade do arrebatamento dos santos……………....................................29 3 - Pende a um esforço natural do homem […]…………………....................................30 4 - Baseia-se em uma má interpretação de Lc 21.36……………...................................31 7.2.2 - A Teoria do Arrebatamento Mesotribulacionista………………………….............32A – Definição…………………………………………………………………........................32 B – Objeções…………………………………………………………………........................32 1 - Uma má interpretação de Ap 10………………………………....................................32 2 - Entra em choque com os ensinamentos bíblicos […]………....................................33 3 - Nada acontecerá sem que o detentor seja retirado…………....................................33 4 - Destrói a iminência da volta de Cristo…………………………...................................34 5 - Uma má interpretação de Ap 11………………………………....................................35 11 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 7.2.3 – A Teoria do Arrebatamento Pós-tribulacionista………………………..................37 A – Definição…………………………………………………………………........................37 B – Objeções…………………………………………………………………........................37 1 - Uma má interpretação da palavra “tribulação”……………….....................................37 2 - A Igreja não foi destinada para a ira……………………………..................................38 3 - A Igreja não foi destinada para a septuagésima semana…..................................…39 4 - É necessário uma distinção entre o […]………………………...................................39 5 - É necessária uma distinção entre Israel e igreja……………................................41 7.2.4 - A Teoria do Arrebatamento Pré-tribulacionista…………………………...............43 - Definição ……………………………………………………………………......................43 7.3 - Acontecimentos que se darão com a Igreja Após o Arrebatamento……..............47 7.3.1 - O Tribunal de Cristo………………………………………………………….............47 A - A Base do Julgamento………………………………………………….......................47 B - Os Resultados do Julgamento…………………………………………......................47 7.3.2 - As Bodas do Cordeiro……………………………………………………….............48 A - Os Participantes das Bodas……………………………………………......................48 1 - Jesus Cristo………………………………………………………...................................48 2 - A Igreja…………….......................………………………………………………................48 3 - Os Convidados……………....................………………………………………..............48 B - As bodas propriamente ditas…………………………………………….......................50 8 - O Dia do Senhor e o Dia de Cristo……………………………………………...............51 8.1 - O dia do Senhor………………………………………………………………...............51 8.1.1 - Profecias acerca do dia do Senhor………………………………………...............51 8.1.2 - O que é o Dia do Senhor?…………………………………………………..............52 8.1.3 - Quando começará o dia do Senhor?……………………………………….............52 8.1.4 - A igreja e o dia do Senhor………………………………………………..................53 8.1.5 - Quanto tempo durará o dia do Senhor? …………………………………..............53 8.1.6 - Como será o dia do Senhor?………………………………………………..............54 8.2 - O dia de Cristo…………………………………………………………………..............54 9 - O Período Tribulacional…………………………………………………………..............55 9.1 - Quando Começará a Tribulação?…………………………………………….............53 A - Quando o detentor for retirado…………………………………………........................53 12 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 B - Quando o Anticristo fizer uma aliança de sete anos com muitos…..........................53 9.2 - Os juízos de Deus na tribulação……………………………………………...............58 9.2.1 - Os Selos……………………………………………………………………….............59 A - O primeiro selo, o cavaleiro do cavalo branco………………………..........................59 B - O segundo selo…………………………………………………………..........................60 C - O terceiro selo……………………………………………………………........................61 D - O quarto selo……………………………………………………………..........................62 E - O quinto selo……………………………………………………………..........................63 F - O sexto selo………………………………………………………………........................63 G - O sétimo selo…………………………………………………………….........................64 9.2.2 - As Trombetas………………………………………………………………................65 A - A primeira trombeta……………………………………………………….......................65 B - A segunda trombeta……………………………………………………..........................65 C - A terceira trombeta………………………………………………………........................66 D - A quarta trombeta………………………………………………………..........................67 E - A quinta trombeta – O primeiro “Ai”………………………………..............................68 F - A sexta trombeta – O segundo “Ai”……………………………………........................70 G - A sétima trombeta – O terceiro “Ai”…………………………………….......................71 9.2.3 - As Taças………………………………………………………………………............71 A - A primeira taça……………………………………………………………......................75 B - A segunda taça………………………………………………………….........................75 C - A terceira taça……………………………………………………………........................75 D - A quarta taça……………………………………………………………..........................75 E - A quinta taça……………………………………………………………..........................76 F - A sexta taça………………………………………………………………........................76 G - A sétima taça………………………………………………………….............................77 9.2.4 - A Destruição da Babilônia Religiosa e Comercial……………………..................77 A - A Babilônia Religiosa……………………………………………………........................77 B - A Babilônia Comercial…………………………………………………..........................81 9.2.5 - As Duas Testemunhas……………………………………………………….............83 A - A Identidade das Duas Testemunhas?………………………………..........................83 B - O Ministério das Duas Testemunhas………………………………….........................84 13 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 9.3 - Aspectos Salvífico da Tribulação……………………………………………..............85 9.3.1 - A Base da Salvação na Tribulação………………………………………...............85 9.3.2 - Os Instrumentos Salvífico…………………………………………………...............86 9.3.2.1 - O Espírito Santo…………………………………………………………................86 A - O Espírito no Velho Testamento……………………………………….........................86 B - O Espírito no Novo Testamento………………………………………..........................87 C - O Espírito no Período Tribulacional……………………………………........................88 9.3.2.2 - Os 144.000 Selados……………………………………………………….............89 A - Os 144.000 começam seu ministério no início da tribulação……….........................89 B - Eles estarão durante a tribulação como profetas…………………….........................90 9.3.2.3 - Os Salvos da Tribulação…………………………………………………..............90 9.3.2.4 - Os Três Anjos……………………………………………………………................91 A - O Conteúdo da Mensagem do Primeiro Anjo………………………….......................91 B - O Conteúdo da Mensagem do Segundo Anjo………………………..........................91 C - O Conteúdo da Mensagem do Terceiro Anjo………………………….......................92 9.4 - As Duas Bestas………………………………………………………………...............92 A - A Besta queEmerge do Mar…………………………………………….......................92 C - A Besta que Emerge da Terra…………………………………………........................94 9.5 - Israel na tribulação………………………………………………………….................95 - O Propósito de Deus para com Israel na Tribulação…………………..........................95 - Acontecimentos Relacionados a Israel na Tribulação…………………........................96 9.6 - A Campanha do Armagedom……………………………………………..................100 A - Como se dará esta campanha?………………………………………........................100 B - Onde se dará esta campanha?……………………………………….........................103 C - Os componentes desta campanha…………………………………..........................104 9.7 - A Segunda Vinda de Cristo……………………………………………….................104 10 - O Julgamento das Nações…………………………………………………................104 - Quando acontecerá?……………………………………………………..........................104 10.1 - O Julgamento das Nações em relação às nações gentílicas…………..............105 - O resultado do julgamento……………………………………………….........................106 10.2 - O Julgamento das Nações em relação à nação de Israel……………................106 11 - O julgamento dos anjos caídos……………………………………………................107 14 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 12 - As Ressurreições……………………………………………………………................108 12.1 - A primeira ressurreição…………………………………………………..................109 - O resultado desta ressurreição………………………………………….........................110 12.2 - A segunda ressurreição……………………………………………………..............110 - O resultado desta ressurreição………………………………………….........................111 13 - O Milênio………………………………………………………………………..............111 13.1 - As teorias do milênio………………………………………………………...............110 13.1.1 - O amilenismo……………………………………………………………................111 13.1.2 - O pós-milenismo………………………………………………………..................112 13.1.3 - O pré-milenismo…………………………………………………………...............113 13.2 - Israel no milênio……………………………………………………………...............116 13.3 - Os gentios no milênio………………………………………………….....................117 13.4 - A igreja no milênio………………………………………………………...............…117 13.5 - A relação dos santos vivos e os santos ressurretos no milênio……..............…118 13.6 - Alguns aspectos do milênio……………………………………………...............…119 13.7 - Últimos acontecimentos do milênio…………………………………..............……121 - Satanás será solto……………………………………………………..............................121 14 - O grande trono branco……………………………………………………..................121 15 - A Nova Jerusalém Ap 21……………………………………………………...............114 A - Quando ela virá?……………………………………………………….........................114 B - Suas características…………………………………………………........................…116 16 - O Estado Eterno………………………………………………………..............………122 15 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 LISTA DE TABELAS Pág. Tabela 01 - Comparativo entre os animais com a estátua e os Reinos ……..............31 Tabela 02 - Comparativo entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda……...........…...56 Tabela 03 - Comparativo entre Cristo e o anticristo …………………………...........…115 Tabela 04 - Comparativo entre a trindade satânica e a Trindade Divina….............…116 Tabela 05 - Comparativo entre a primeira e a segunda besta……….……..............…116 Tabela 06 - Comparativo I entre as batalhas do Armagedom ……….……............…..124 Tabela 07 - Comparativo II entre as batalhas do Armagedom ……….…............…….124 Tabela 08 - Comparativo entre as consequências das batalhas…………...................124 16 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Gn. Gênesis. Nm. Números. Dt. Deuteronômio. Js. Josué. Jz. Juízes. Rt. Rute. I Sm. I Samuel. II Sm. II Samuel. I Rs. I Reis. II Rs. II Reis. I Cr. I Crônicas. II Cr. II Crônicas. Ed. Esdras. Ne. Neemias. Et. Ester. Jó Jó. Sl. Salmos. Pv. Provérbios. Ec. Eclesiastes. Ct. Cânticos dos Cânticos. Is. Isaías. JrEx. Êxodo. Lv. Levítico. . Jeremias. Lm. Lamentações de Jeremias. Ez. Ezequiel. Dn. Daniel. Os. Oséias. Jl. Joel. Am. Amós. Ob. Obadias. Jn. Jonas. Mq. Miquéias. Na. Naum. Hc. Habacuque. Sf. Sofonias. Ag. Ageu. Zc. Zacarias. Ml. Malaquias. Mt. Mateus. Mc. Marcos. Lc. Lucas. Jo. João. At. Atos. Rm. Romanos. I Co. I Coríntios. II Co. II Coríntios. 17 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 Gl. Gálatas. Ef. Efésios. Fp. Filipenses. Cl. Colossenses. I Ts. I Tessalonicenses. II Ts. II Tessalonicenses. I Tm. I Timóteo. II Tm. II Timóteo. Tt. Tito. Fm. Filemom. Hb. Hebreus. Tg. Tiago. I Pe. I Pedro. II Pe. II Pedro. I Jo. I João. II Jo. II João. III Jo. III João. Jd. Judas. Ap. Apocalipse. [...] Indica as supressões dos Textos. V, Indica versículo Vs, Indica versículos 18 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar deAlbuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 INTRODUÇÃO “Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.” Amós 3:7. De fato, o profeta tinha razão em dizer assim, desde o primeiro casal Deus já estava revelando os Seus planos ao homem. É do propósito de Deus que os Seus servos, os profetas saibam algo sobre Seus soberanos e infalíveis planos. Formada por duas palavras gregas: (eschatos = último, fim e (lógos = palavra, discussão, instrução, ensino, assunto, tema), a escatologia é a doutrina que estuda os últimos assuntos, ou seja, as últimas coisas. Realmente, Deus tem no decorrer das dispensações passadas, revelado aos Seus servos, os profetas, os desfechos futuros. As profecias podem ser divididas em duas classes que são: As que já se cumpriram e as que ainda estão para se cumprir. O cumprimento de muitas profecias é para nós a garantia de que as promessas que ainda estão para o futuro um dia se cumprirão também, porque aquele que fez as promessas é poderoso para cumpri-las. Sendo Cristo o Protagonista de toda a história, não deixa de O ser também de toda a Escatologia. Ele é o desfecho final, quando todas as coisas nele irão convergir. Não deve jamais, se tornar um assunto esquecido entre o povo de Deus, ainda que seja de difícil compreensão, é preciso que seja dada à Escatologia a sua devida importância. A Escatologia é para nós um consolo de que Deus não se esqueceu dos seus, e que um dia todos irão comparecer diante do Reto Juiz para dar conta de seus atos. Um dia, não tão longe, Ele enxugará dos nossos olhos toda a lágrima. 19 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 1 - A Importância da Escatologia no Contexto Bíblico; A Escatologia ocupa um lugar de destaque no contexto bíblico. Ainda que pouco se tenha ouvido a seu respeito em nossas reuniões eclesiásticas, a Bíblia em suas preciosas linhas faz uso dela, de maneira que desde os primeiros capítulos até os últimos nela contidos, pode-se encontrar a ideia escatológica. Tal assunto não pode jamais ser negado, uma vez que Cristo O Protagonista deste tão sagrado livro, pode ser visto desde as primeiras palavras, linhas, versículos e capítulos. Alguém já disse que todo e qualquer versículo bíblico aponta para Cristo, e isso só é possível através da escatologia. É impossível negar sua veracidade visto que homens de todos os tempos e de todas as épocas já puderam ser testemunhas dos cumprimentos proféticos. Ignorar a escatologia é ignorar que somos o cumprimento de promessas feitas a centenas de anos atrás, e que esperamos o cumprimento de promessas que ainda estão para o futuro, mas, que serão cumpridas custe o que custar, pois, estamos certíssimos de que aquele que fez as promessas também é poderoso para cumpri-las. 2 - Os Métodos de Interpretação Escatológicos; - Alegórico; No método alegórico o intérprete sempre procurará interpretar as expressões de maneira figurada, ignorando assim, o sentido literal e a realidade histórica dos acontecimentos. O dicionário eletrônico Houaiss define a palavra alegoria da seguinte maneira: “Modo de expressão ou interpretação us. no âmbito artístico e intelectual, que consiste em representar pensamentos, ideias, qualidades sob forma figurada e em que cada elemento funciona como disfarce dos elementos da ideia representada […] […] método de interpretação das sagradas escrituras us. por teólogos cristãos antigos e medievais, em que se almejava a descoberta de significações morais, doutrinárias, normativas etc., ocultas sob o texto literal.”1 1 Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. 20 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 Este tipo de interpretação das Escrituras trás sobre si vários problemas, pois, a autoridade deixa de ser a ideia literal dos textos e passa a ser a mente do intérprete, além de dar interpretações ao texto tendo em vista a posição doutrinária do próprio intérprete. Desta maneira, conclui-se que este não é o melhor método para a interpretação das Escrituras, alegorizar o texto cume no grande problema de sempre ter que fugir do sentido primário que ele tem, para um outro sentido que se encaixe com os pensamentos do intérprete, portanto, deve ser rejeitado. - Literal; Este método de interpretação tem por objetivo manter o sentido primário dos textos, deixando que a Palavra diga o que ela quer dizer. Ramm define o método literal da seguinte forma: ‘O significado costumeiro e socialmente reconhecido de uma palavra é o sentido literal dessa palavra’. O sentido “literal” de uma palavra é o seu ‘significado básico, costumeiro, social’. O sentido espiritual ou oculto de uma palavra ou expressão é o que deriva do significado literal e dele depende para sua existência. Interpretar literalmente significa nada mais, nada menos que interpretar sob o aspecto do ‘significado normal, costumeiro’. Quando o manuscrito altera seu significado, o intérprete imediatamente altera seu método de interpretação. 2 A vantagem deste método é que o intérprete não precisará de se valer de seus pensamentos para dar ao texto um sentido que ele não tem, nem tão pouco incorrerá no risco de “acrescentar as palavras deste livro” (Ap 22.18). 2.1 - O método literal e a linguagem figurada; É importante lembrar que o método literal de interpretação não nega a existência de linguagens figuradas, em que o autor se vale de uma verdade para ilustrar outra, nem da lei da dupla referência, em que o autor passa além na sua linguagem. Pentecost acrescenta: 2 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pág. 37. 21 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 Observar-se-á, assim, que o literalista não nega a existência de linguagem figurada. Ele nega, todavia, que tais figuras devam ser interpretadas de modo que destruam a verdade literal pretendida pelo emprego das figuras. A verdade literal deve ser informada por meio dos símbolos. 3 Para saber se a linguagem é literal ou figurada, basta ver se o sentido da expressão faz nexo, ou lógica com o restante do texto, se assim for, a linguagem é literal, caso contrário a linguagem é figurada. 2.2 - O método literal e a lei de dupla referência; Acerca da lei de dupla referência Horne comenta: As mesmas profecias muitas vezes têm sentido duplo e referem-se a diferentes acontecimentos, um próximo, outro remoto; um secular, outro espiritual ou talvez eterno. Uma vez que os profetas tinham em mente vários acontecimentos, suas expressões podem ser parcialmenteaplicáveis a um e parcialmente a outro, e nem sempre é fácil fazer as transições. O que não foi cumprido inicialmente deve ser aplicado ao segundo; o que já foi cumprido, muitas vezes pode ser considerado típico do que resta a ser realizado. 4 Deus tinha propósitos em fazer assim, pois, desta forma numa mesma revelação dava uma visão próxima e outra distante, “para que o cumprimento de uma garantisse o cumprimento da outra” (Pentecost). Este é o caso de Ezequiel 28 em que o autor vem fazendo uma profecia contra o rei de Tiro, porém, do versículo 12 em diante percebe-se que a linguagem do texto já não pode mais ser aplicada para um homem natural, então, a aplicação passa para outro ser (Lúcifer). Também é o caso de muitas profecias acerca da vinda de Cristo, em que os dois eventos (antes e depois da tribulação) são mostrados sem parecer haver um intervalo entre ambos. O método literal não anula a lei de dupla referência. Conclui-se assim que, o método literal de interpretação é o melhor método, pois, nele a própria Bíblia interpreta a si mesma, e não a mente do interprete com suas inclinações doutrinárias. 3 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pág. 45. 4 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pág. 75. 22 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 3 - As Fluências da Interpretação Escatológica no Decorrer da História; O método literal de interpretação tem ocupado um lugar de destaque na história da interpretação, começando por Esdras e seguido pelos rabinos, pelos apóstolos, pelos pais da igreja, e sobressaindo-se no período da reforma até os nossos dias. Acerca deste assunto, J. Dwight Pentecost faz uma detalhada compilação, chegando a uma conclusão inegável de que o método de interpretação correto é o literal. O assunto abordado em: “As Fluências da Interpretação Escatológica no Decorrer da História”; compõe um resumo extraído da obra de Pentecost das páginas 44 a 61; que segue. 3.1 - O começo da interpretação Teve seu início com Esdras, quando este ao voltar do exílio babilônico teve de interpretar a lei mosaica ao seu povo. A razão disto é que ao serem levados cativos, os judeus substituíram sua língua nativa, o hebraico, pelo aramaico, e ao voltarem a terra, as Escrituras haviam-se tornado ininteligíveis para eles. Não há dúvidas de que Esdras as interpretou de forma literal. 3.2 - A interpretação judaica do Antigo Testamento O método empregado pelo rabinismo dos escribas não era alegórico, mas literal, de tal maneira que eles esvaziavam a lei de todos os seus aspectos espirituais. Devemos concluir, a despeito de todas as falácias do rabinismo judaico, que os judeus seguiam um método literal de interpretação. 3.3 - O literalismo na época de Cristo A interpretação alegórica das escrituras sagradas não pode ser historicamente provada como a que prevalecia entre os judeus a partir do cativeiro babilônico; tampouco se pode provar que tenham sido comum entre os judeus na época de Cristo e de seus apóstolos. 23 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 Os judeus platônicos do Egito começaram, no primeiro século (depois de Cristo), em imitação aos gregos pagãos, a interpretar o Antigo Testamento alegoricamente. Jesus jamais usou tal método, pois, não era utilizado na época entre os judeus, principalmente os da Palestina, onde Jesus viveu e ensinou. 3.4 - O literalismo entre os apóstolos Havia um método uniforme comumente aceito por todos os escritores do Novo Testamento na interpretação e na aplicação das Escrituras judaicas. É como se todos tivessem frequentado a mesma escola e estudado com um único professor. Teriam frequentado a escola rabínica? Seria para com Gamaliel, ou Hillel, ou qualquer outro líder rabínico que estavam em dívida? Todo conhecimento que se pode obter quanto ao modo de ensino vigente na época nega claramente essa hipótese. O Senhor Jesus Cristo, e nenhum outro, foi a fonte original do método. Nesse sentido, como em vários outros, Ele tinha vindo como luz para o mundo. 3.5 - A ascensão da alegoria Este método de interpretação começou com a ideia de harmonizar a filosofia grega com a lei mosaica e os profetas. Seu primeiro mentor foi Aristóbulo, sendo seguido depois por Filo e então defendido por Orígenes e outros que o utilizavam para derrotar o literalismo tosco das heresias fanáticas, ou para conciliar os ensinos filosóficos com as verdades do evangelho. Fica claro que o método alegórico não surgiu do estudo das Escrituras, mas de um desejo de unir a filosofia grega à Palavra de Deus. 3.6 - A idade média Neste período não houve esforço para interpretar as Escrituras de maneira exata. Tornou-se princípio que a interpretação da Bíblia tinha de adaptar-se à tradição e à doutrina da igreja, foi uma época de “escuridão” teológica. 24 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 3.7 - O período da reforma Durante a Idade Média o método literal esteve um tanto esquecido, porém, somente até a reforma, onde grandes vultos da história do cristianismo fizeram uso do método literal. Lutero estabeleceu os seguintes critérios para interpretação: 1) A primeira delas era a suprema e irrefutável autoridade das próprias Escrituras, à parte de toda autoridade ou interferência eclesiástica [...] 2) Segundo, ele afirmou não só a suprema autoridade, mas a suficiência da Escritura [...] 3) Como todos os outros reformadores, ele pôs de lado a mentira estéril do sentido quádruplo [...] “O sentido literal, e apenas ele”, disse Lutero, “é a essência total da fé e da teologia cristã”. “Tenho observado que todas as heresias e erros se originaram não das simples palavras da Escritura, mas de negligenciar as simples palavras da Escritura, e da afetação de metáforas e inferências [...] puramente subjetivos”. “Nas escolas dos teólogos é uma regra bem conhecida que a Escritura deve ser entendida de quatro maneiras: literal, alegórica, moral e anagógica. No entanto, se quisermos tratar corretamente as Escrituras, nosso único esforço será obter “unum, simplicem, germanum, et certum sensum literalem”. “Cada passagem tem um sentido claro, definido e verdadeiro que lhe é peculiar”. Todos os demais são opiniões duvidosas e incertas”. 4) Quase não precisamos dizer, portanto, que Lutero, como a maio- ria dos reformadores, rejeitava a validade da alegorização. Ele negava totalmente a alegação de que se tratava de interpretação espiritual. 5) Lutero também sustentava a natureza compreensível da Escritu- ra... Algumas vezes ele se aproximava do dito moderno de que “a Bíblia deve ser interpretada como qualquer outro livro”.6) Lutero sustentava, com todo o vigor, e quase pela primeira vez na história, o absoluto e inalienável direito à opinião pessoal com respeito às Escrituras, o qual, ao lado do sacerdócio espiritual de todos os crentes, reside na base de todo o protestantismo. 25 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 3.8 - O período pós-reforma Talvez o nome mais proeminente na história da exegese no século XVIII seja o de John Augustus Ernesti, cuja obra Institutio interpretis Nove testamente (Leipzig, 1761), ou Princípios de interpretação do Novo Testamento, foi aceita como compêndio de hermenêutica por quatro gerações de estudiosos bíblicos. “Ele é considerado”, diz Hagenbach, “o fundador de uma nova escola exegética, cujo princípio era simplesmente que a Bíblia deve ser rigidamente explicada de acordo com sua própria linguagem e, nessa explicação, não pode ser subornada nem pela autoridade externa da igreja, nem por nossas próprias sensações, nem por caprichos alegóricos e irreverentes – algo frequente entre os místicos (pentecostais e neopentecostais); – nem, finalmente, por sistema filosófico algum”. Ernest, fundador da Escola Gramatical escreveu importante trabalho sobre a interpretação do Novo Testamento, no qual estabeleceu quatro princípios: 1) O sentido múltiplo da Escritura deve ser rejeitado, e somente se deve conservar o sentido literal; 2) As interpretações alegóricas devem ser abandonadas, exceto nos casos em que o autor indique o que deseja, a fim de se combinar com o sentido literal; 3) Visto que a Bíblia tem o sentido gramatical em comum com outros livros, isto deve ser considerado em ambos os casos; 4) O sentido literal não pode ser determinado por um suposto sentido dogmático. Ao resumir a história da hermenêutica, devemos observar que toda interpretação bíblica começou com a interpretação literal de Esdras. Esse método literal veio a ser o método básico do rabinismo. Foi o método aceito e usado pelos autores do Novo Testamento na interpretação do Antigo Testamento, e foi assim usado pelo Senhor e por Seus apóstolos. Os pais da igreja utilizavam o método literal até o tempo de Orígenes, quando se adotou o método alegórico, criado para harmonizar a filosofia platônica com as Escrituras. A influência de Agostinho trouxe o método alegórico para a igreja instituída e pôs fim a toda a exegese correta. Tal sistema continuou até a Reforma, ocasião em que o método literal de interpretação foi firmemente estabelecido e, a despeito de tentativas dos diversos seguimentos da igreja de ajustar toda a interpretação a algum credo adotado, a interpretação literal permaneceu e tornou-se a base sobre a qual repousa toda a exegese correta e saudável. 26 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 Conclui-se, com base no estudo da história da hermenêutica, que o método original e aceito de interpretação bíblica foi o método literal, usado pelo Senhor, o maior de todos os intérpretes, e que outros métodos foram introduzidos para promover heterodoxia. Portanto, o método literal deve ser aceito como o método básico de interpretação sadia em qualquer campo de doutrina hoje. Termina aqui as considerações extraídas em resumo da Obra de Pentecost. 4 - Critérios Importantes na Interpretação Escatológica; Para que haja uma interpretação dentro dos conformes bíblicos é necessário que o estudante da escatologia considere alguns critérios, como por exemplo: 4.1 - Interpretar literalmente Fazendo assim, o estudante evitará o problema de forçar uma interpretação para que um texto se encaixe com outro. É melhor ficar com o que está revelado, do que tentar especulações desnecessárias. 4.2 - Interpretar conforme a harmonia da profecia Toda profecia segue uma linha de pensamento, a qual quando posta diante de outras profecias é possível ver entre elas o que chamamos de harmonia das profecias. É preciso segui-la para não incorrer no erro de interpretar erradamente. 4.3 - Observar os relacionamentos de tempo Nem sempre uma profecia aponta para um único acontecimento, é o caso da lei de dupla referência, em que uma única profecia pode apontar para dois acontecimentos, sendo que muitas vezes um já se cumpriu e o outro não. É preciso levar em conta os relacionamentos dos tempos nestes casos. 27 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 4.4 - Interpretar cristologicamente Nunca se deve esquecer que Cristo é O Protagonista de toda a escatologia, portanto, toda profecia deve ser interpretada cristologicamente. 4.5 - Interpretar historicamente É preciso que se tenha um conhecimento histórico tanto dos dias em que o profeta viveu quanto dos dias em que a profecia foi cumprida, para que se entendam certas expressões usadas por ele. 4.6 - Interpretar gramaticalmente A interpretação poderá ser mal interpretada se não for levada em conta as regras gramaticais, tanto de nossa língua quanto da língua em que a profecia foi escrita. 4.7 - Interpretar de acordo com a lei da dupla referência Nunca se deve ignorar tal lei, visto que esse é o método pelo qual Deus quis fazer conhecidos seus planos. 4.8 - Evitar interpretações tendenciosas ao próprio pensamento Não se deve abordar o texto com pensamentos pré-concebidos acerca de determinados assuntos, isto impedirá que o estudante chegue a uma perfeita compreensão da profecia. 5 - A Escatologia no Velho Testamento: A Escatologia também é vista no Velho Testamento, através de vários profetas como Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros, porém Daniel é quem remonta o mais completo cenário profético. Portanto para melhor compreensão de toda Escatologia Bíblica, se faz necessário uma visão panorâmica de certos acontecimentos registrados neste livro, entre os quais estão “o Tempo dos Gentios”, e as “Setenta Semanas de Daniel”. 28 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 5.1 - O Tempo dos Gentios: Trata-se do tempo em que Israel seria dominado por outros povos, ou seja, pelos gentios. Este período começou quando Nabucodonosorlevou cativo o povo de Israel, por volta do século VI a.C. para a Babilônia, e sua plenitude, ou fim, se dará com o término da tribulação, porém, nos dias em que vivemos Deus abriu um parêntese para trabalhar com um novo povo, isto é, a igreja. Sendo assim, o Tempo dos Gentios voltará a “funcionar” no período tribulacional. A expressão “tempo dos gentios”, não é usada por Daniel, porém, o encontramos no Evangelho segundo Lucas, no capítulo 21 versículo 24, quando Jesus diz: “... Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos deles se completem”. E Paulo fala de sua plenitude (a palavra plenitude significa completo, ou, ponto máximo) em Rm 11:25, “Não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos), que o endurecimento veio em parte a Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado”. A palavra “endurecimento” diz respeito à atitude de Israel de ter rejeitado o Messias, enquanto que a expressão “até que a plenitude dos gentios haja entrado”, se refere ao fim do domínio dos gentios, que por sua vez acontecerá no fim da tribulação. Este tempo é exposto nos capítulos 2 e 7 do livro de Daniel, sendo que no capítulo 2, Deus mostra ao profeta a maneira como os homens veem os reinos que compreendem este período, sendo retratados por uma esplendorosa estátua, a aparência é de glória; enquanto que no capítulo 7 os reinos são expostos ao profeta da maneira como Deus os vê, cheios de maldade e com atitudes semelhantes a de animais selvagens. Torna-se necessária aqui, uma análise dos dois sonhos de Nabucodonosor: - O Sonho com a Grande Estátua (capítulo 2); “Tu, ó rei, estavas olhando, e viste uma grande estátua. Esta estátua, que era grande e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti, e a sua aparência era terrível. A cabeça da estátua era de ouro fino, o seu peito e os seus braços de prata, o seu ventre e as suas coxas de bronze, as suas pernas de ferro, os seus pés em parte de ferro e em parte de barro” Dn 2.31-33. O rei Nabucodonosor sonhou com uma grande estátua, e esta por sua vez, com suas partes representa os reinos que compreendem o período chamado de “tempo dos gentios”. As partes com suas significações são: 29 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 A cabeça de ouro fino o Império babilônico, liderado por Nabucodonosor. A cabeça de ouro fino mostra a glória e esplendor deste império (vs 32,37 e 38); O peito e os braços de prata o Império medo-persa. Este por sua vez fora inferior ao babilônico. Os seus dois braços mostram o duplo domínio do império, sendo que o mesmo era alternado entre os reis da Média e da Pérsia (vs 32 e 39); O ventre e as coxas de bronze o Império grego. Liderado por Alexandre Mágno, este império teve domínio sobre toda a terra (vs 32 e 39); As pernas de ferro, e os pés em parte de ferro e em parte de barro, o Império Romano. Conforme o versículo 40, este império seria forte como o ferro, esmiuçaria e quebraria todas as coisas. De fato o exército romano tinha um grande poder de destruição. O fato de os pés da estátua ser em parte de ferro e em parte de barro nos mostra algo que ainda está para o futuro, visto que este fato está ligado ao versículo 24 do capítulo 7, que fala do reino se dividindo em dez reis, simbolizados pelos dez dedos da estátua. Sendo assim, é só olharmos para a história e logo perceberemos que nunca o Império Romano fora dividido entre dez reis. - O Sonho com os Animais Simbólicos (capítulo 7): “disse Daniel: na minha visão da noite eu estava olhando, e vi que os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande. Quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar” (7.2-3). Os animais e suas respectivas significações são: “O primeiro era como leão, e tinha asas de águia. Eu olhei até que lhe foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi lhe dado um coração de homem” (vs 4). Este animal simboliza o Império Babilônico, e corresponde à cabeça de ouro da grande estátua. O ser como um leão, e ter asas de águia, mostra o seu grande poder e glória, como também era o símbolo do império, pois na entrada do palácio do rei, havia estátuas de leões com asas como águia. O fato de ele ter tido suas asas arrancadas, ter sido colocado de pé, e ter recebido um coração de homem, mostra um acontecimento que houve da parte de seu líder, o rei Nabucodonosor, quando este reconheceu que Deus tinha em Suas mãos o domínio dos reinos da terra. Alguns comentaristas interpretam esta passagem ligando-a com uma mudança que houve no império com o passar dos anos, pois no início o mesmo era bastante cruel, mas depois se tornou mais humanizado. Este fato é visto pelo próprio “Código de Hamurabi” (Conjunto de leis promulgado pelo imperador babilônico Hamurabi no século XVIII a.C., 30 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 Que unificou o direito costumeiro sumério e Arcádio (©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda), que atribuiu direitos e leis aos súditos do reino. As datas encontradas a respeito deste código são passiveis de contestação, por isso, é preferível ficar somente com as informações que o texto bíblico nos fornece, sobre este assunto Daniel Camargo Pauluci comenta: “Continuei olhando, e vi o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os dentes, e foi-lhe dito: Levanta-te, devora muita carne” (vs 5). Este animal simboliza o Império Medo-Pérsio, que corresponde ao peito e aos braços de prata. O fato de ele se levantar de um lado, mostra a superioridade da Pérsia em relação à Média. As três costelas representam os três principais reinos conquistados pelo império, que foram: Babilônia, Egito e Líbia (Ásia Menor). O terceiro animal; “Depois disto, continuei olhando, e vi outro animal, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas costas. Este animal tinha quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio” (vs. 6). Aqui temos simbolizado o Império Grego, que corresponde ao ventre e as coxas de bronze. Liderado por Alexandre, o Grande, seus exércitos eram bastante velozes, por isso é dada ao império a semelhança de um leopardo, visto que o leopardo é um dos mais velozes animais do mundo. Após a morte de Alexandre, o império foi dividido entre seus quatro generais, este fato é demonstrado pelas quatroasas e as quatro cabeças do animal. “Depois disto, continuei olhando nas visões da noite, e vi o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobrava. Era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. Estando eu observando os chifres, vi que entre eles subiu outro chifre pequeno; e três dos primeiros chifres foram arrancados diante dele. Neste chifre havia olhos como os olhos de homem, e uma boca que falava com vanglória”. (vs. 7-8). Correspondendo as pernas de ferro e os pés de ferro e barro, este animal representa o Império Romano, seus dez chifres correspondem aos dez dedos da grande estátua. O que nos chama a atenção, é que pelo seu terrível aspecto, este animal não recebe nome, ou seja, não é comparado com nenhum outro animal. Era muito forte e além de devorar e fazer em pedaços, ele pisava aos pés o que sobrava. Este fato nos mostra o tremendo poder do Império Romano, o qual possuía um forte exército, com soldados tão altamente treinados para a batalha, que eram considerados como verdadeiras, “máquinas mortíferas”. 31 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 Faz-se necessário observar que todos os aspectos deste terrível animal podem ser vistos claramente na história (pelo Império Romano), com exceção apenas dos dez chifres e do chifre pequeno que subia do meio deles, pois estes, dizem respeito a acontecimentos que ainda estão para o futuro, como por exemplo, a reorganização do Império Romano em dez estados (correspondendo aos dez chifres e os dez dedos da estátua), para que sejam cumpridas estas profecias. Para melhor esclarecimento do assunto Jaiderson E. Marçal escreve: As dez pontas (e os dez dedos dos pés da estátua) indicam que representa dez reis que estão reinando simultaneamente (ao mesmo tempo). Havia um tempo quando o reino romano ficou dividido em duas partes e havia dois reis. Mas nunca houve uma ocasião que o império ficou despedaçado em dez partes, ou estados, cada uma com o seu próprio rei. Portanto o dispensacionalista reconhece que com isto a visão passa do que para nós é história para algo que ainda jaz no futuro. E o que não tem sido realizado será realizado literalmente da mesma maneira que tudo do passado foi realizado literalmente. O Império Romano nunca foi conquistado por outra potência ou nação com poder para dominar o mundo. Roma enfraqueceu-se e desmoronou-se por causa da sua corrupção interna. Um historiador pelo nome de Gibbon escreveu uma história detalhada sobre Roma. Ele disse que os elementos que levou a sua derrota eram: 1. Uma dedicação apaixonada aos esportes e 2. A corrupção moral no abuso de sexo. O fato que a última parte desta visão não foi realizada ainda leva ao ensino promovido pelos dispensacionalistas, que diz que futuramente haverá uma reformação do império romano. Será feito pela união, ou coligação de dez estados, cada qual terá seu próprio governador, ou rei. “Quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis” (vs 24). É para notar que estes dez reis não vão reinar consecutivamente, mas simultaneamente. Mas o foco central aqui não são os detalhes já mencionados, mas sim o “chifre pequeno” que saiu do meio dos dez chifres. Este pequeno chifre representa o anticristo, o qual é visto nas Escrituras com os seguintes nomes e títulos: O Maligno, O Iníquo, O Homem do Pecado, A Abominação da Desolação, A Besta, etc. Com seu grande poder, abaterá a três reis (vs 24), e “proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e as leis. Eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (vs 25). 32 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 “Santos do Altíssimo” não se refere à igreja, pois no versículo 21 mostra que o chifre fazia guerra contra eles e os vencia. Desta maneira torna-se impossível dizer que Daniel aqui se referia à igreja, já que esta não irá passar pela tribulação (assunto que veremos mais adiante). Podemos então, concluir que ele está falando dos israelitas que serão perseguidos durante o período tribulacional. O quinto animal; Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um Ancião de Dias se assentou […] e vi que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem. Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado o domínio, a honra e o reino; todos os povos, nações e língua o adoraram. O seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único que não era destruído (vs 9,13,14). Aqui o Ancião de Dias se refere a Deus Pai. No exato momento em que o anticristo estiver fazendo atrocidades aqui na terra, Deus enviará Seu Filho, Jesus Cristo, e então Ele trará fim ao tempo dos gentios, vencendo o anticristo (esta cena é simbolizada pela pedra sem auxílio de mãos, que deu contra a estátua, ferindo os pés de ferro e de barro, e os esmiuçando), e o lançando no lago de fogo para ser queimado (vs 11, Ap 19.20; 20.10). Após estes eventos Jesus estabelecerá Seu reino aqui na terra (vs 14, 17), e este não terá fim. Desta maneira, vimos que o tempo dos gentios começa com o Império Babilônico, e termina com o Império Romano sendo destruído pelo próprio Jesus quando vier para estabelecer Seu reino. Tabela 01- Comparativo entre os animais com a estátua e os reinos; CAPÍTULO 7 CAPÍTULO 2 REINO O Leão A cabeça de ouro Babilônia O Urso O peito de prata Medo-Pérsia O Leopardo O ventre de bronze Grego A Fera sem nome As pernas de ferro Roma 5 5.2 - As Setenta Semanas de Daniel; Trata-se de um espaço de tempo estabelecido por Deus em que o “povo de Daniel” (os israelitas) teria que viver em certas circunstâncias. 5 Apostila de Escatologia do (SBT); Seminário Brasileiro de Teologia – Pg. 59 33 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 (Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade… Dn 9.24). O estudo das Setenta Semanas é de suma importância para a compreensão da Escatologia. Vejamos o que o Dr Alva J. McClain diz a este respeito em seu livro As Setenta Semanas de Daniel: […] estou convencido de que nas predições das Setenta Semanas nós temos a chave cronológica indispensável para toda a profecia do Novo Testamento. O grande discurso profético de nosso Senhor, registrado em Mateus e Marcos fixa o tempo da angústia maior e final de Israel definitivamente dentro dos dias da setuagésima semana da profecia de Daniel(Dn. 9:27; Mt. 24:15-22; Mr. 13:14-20). E a maior parte do Apocalipse é simplesmente uma ampliação da profecia de Daniel dentro do quadro cronológico esboçado pela mesma setuagésima semana, a qual se divide em dois períodos iguais de 1.260 dias ou 42 meses ou três anos e meio (Apoc. 11:2-3; 12:6, 14;13:5). Assim, à parte; de uma compreensão dos detalhes das Setenta Semanas de Daniel, todas as tentativas de interpretar a profecia do Novo Testamento devem falhar, de modo geral e absoluto. 6 Para melhor compreensão do assunto, se faz necessário uma visão geral do capítulo 9 do livro de Daniel. Ao chegarmos ao capítulo 9, encontramos Daniel falando sobre seus dedicados estudos em busca de uma compreensão a respeito do “número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias” (Dn 9.2). Após estudar, Daniel chegou à conclusão de que setenta anos haveriam de transcorrer sobre as desolações de Jerusalém, tais verdades encontramos em Jeremias 25.11 que falando a respeito do cativeiro diz: “toda esta terra virá a ser ermo desolado, e estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos”, como também em 29.10 que falando a respeito do final do cativeiro diz: “Assim diz o Senhor: certamente que passados setenta anos em Babilônia, atentarei para vós, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar”. Estes setenta anos são o período em que o povo de Israel ficou cativo na Babilônia. Mas para uma melhor compreensão, precisamos saber qual a razão e por que setenta anos de cativeiro. Consideremos estes assuntos: 6 As Setentas Semanas de Daniel – Alva J. McClain - Pg. 8-9 34 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 1- Razão do cativeiro: Conforme lemos em Daniel 9 a partir do verso 4 em diante, quando ele menciona sobre sua oração a Deus, o povo foi levado cativo por causa de dois fatores que são: “idolatria”, pecado que interferia no relacionamento da nação com Deus; e “assimilação de valores pagãos”, pecado que interferia a conduta moral do povo. Eles violaram a lei do Senhor, adoraram outros deuses, se uniram em casamento tomando do povo da terra (gentios), mulheres para si e assimilaram culturas pagãs. 2- Por que setenta anos? Em Lv 25.2-4 Deus fala a Moisés: “fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando tiverdes entrado na terra que eu vos dou, a terra guardará um sábado ao Senhor. Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os seus frutos. Porém no sétimo ano a terra terá o seu sábado de descanso, um sábado ao Senhor. Não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha”. O versículo é bem claro em dizer que o povo podia plantar na terra por seis anos, porém, no sétimo ano a terra deveria ter seu descanso. Da entrada do povo de Israel na terra prometida, até serem levados ao cativeiro na Babilônia, o povo viveu 490 anos, durante estes 490 anos o povo nunca deu descanso a terra.490 seria 70 ciclos de sete, que correspondem exatamente a setenta anos sabáticos (a terra poderia ser cultivada durante seis anos, mas, no sétimo teria que ter seu descanso, por isso é chamado de “ano sabático”). Sendo assim, o povo teria que desocupar a terra por 70 anos, até que esta descansasse de seus sábados, conforme nos mostra Lv 26.33-34: “Espalhar-vos-ei por entre as nações, e desembainharei a espada atrás de vós. A vossa terra será assolada, e as vossas cidades ficarão desertas. Então a terra folgará nos seus sábados todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos. Nesse tempo a terra descansará, e folgará nos seus sábados”. 35 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 A Este respeito o Dr Alva J. McClain comenta: […] esta “semana” bíblica de anos era tão familiar para os judeus quanto a “semana de dias”. Em certos casos era ainda mais importante. Seis anos o judeu estava livre para arar e plantar, mas o sétimo ano seria um solene “sábado de repouso para a terra” (Lv 25:3-4). […] Daniel também sabia que até mesmo o tempo de cativeiro babilônico fora baseado na violação judaica da lei divina do ano sabático. Conforme II Cn. 36:21 os judeus foram afastados da terra para que esta repousasse durante setenta anos; daí é evidente que o ano sabático fora violado por 490 anos, ou seja, exatamente setenta “setes” de anos. Foi bem apropriado então, que ao fim do julgamento por estas violações, o anjo fosse enviado para revelar o início duma nova era de relações entre Deus e o judeu, que se estenderia através do mesmo número de anos de sua violação do ano sabático, isto é, um ciclo de 490 anos, ou setenta “setes” de anos (Dn 9:24). 7 Este fora o período de duração, e a razão porque Israel esteve no cativeiro babilônico. “O profeta Daniel, agora um homem envelhecido no serviço e nas cortes dos reis babilônicos, compreende que o período do julgamento divino deve estar perto de seu término; e então ele ora ao Deus de Israel clamando pelo povo, confessando seus pecados, pedindo luz sobre o futuro de seu povo e da sua cidade (9.3-19). É uma oração maravilhosa, porém, não concluída; porque, enquanto o suplicante “falava em oração”, um mensageiro angélico chegou com uma resposta de Deus (21-23)” (Alva J. McClain) 8. Esta resposta encontra-se nos versículos 24, 25, 26 e 27. Mas antes de entrarmos numa análise destes versículos, precisamos entender algumas coisas: a) Qual o Sentido da Palavra Semana? Há para esta palavra dois sentidos que são: 1) O sentido mais comum que seria “semana de dias”, ou sete dias, muito conhecido em nossa época; 2) O sentido menos comum em nossa época, porém bastante conhecido para o judeu, que seria “semana de anos”, ou sete anos. 7 As Setentas Semanas de Daniel – Alva J. McClain – Pg. 15-16 8 As Setentas Semanas de Daniel – Alva J. McClain – Pg. 9-10 36 Faculdade Teológica Reformada Genebra - Faterge - educação teológica reformada, Discente: Gustavo Cezar de Albuquerque, Curso de Bacharelado (Eclesiástico); em Teologia Reformada - Campos dos Goytacazes – RJ 2022.2 No versículo 24 Daniel estava se referindo a “semanas de anos”, vejamos o que o Dr Mc. Clain comenta a este respeito: […] há um argumento notável e convencedor, baseado no uso da palavra hebraica, curiosamente omitido por muitos comentaristas. Fora da profecia das “Setentas Semanas”, a palavra hebraica shabua se acha somente em um outro lugar do livro (10:2-3), onde o profeta afirma que lamentava e jejuava durante “três semanas completas”. Aqui é perfeitamente óbvio que o contexto exige “semanas” de dias, porque
Compartilhar