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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ESTUDO DE LAJES DE CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO DE CÁLCULO ENTRE LAJES TRELIÇADAS E MACIÇAS, UTILIZANDO MÉTODO ELÁSTICO. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Ana Russowsky Marçal Santa Maria, RS, Brasil 2014 ESTUDO DE LAJES DE CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO DE CÁLCULO ENTRE LAJES TRELIÇADAS E MACIÇAS, UTILIZANDO MÉTODO ELÁSTICO. Ana Russowsky Marçal Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Civil. Orientador: Prof. Dr. Marcos Alberto Oss Vaghetti Santa Maria, RS, Brasil 2014 Universidade Federal de Santa Maria Centro de Tecnologia Curso de Engenharia Civil A Comissão Examinadora, abaixo assinada, Aprova o Trabalho de Conclusão de Curso ESTUDO DE LAJES DE CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO DE CÁLCULO ENTRE LAJES TRELIÇADAS E MACIÇAS, UTILIZANDO MÉTODO ELÁSTICO. elaborado por Ana Russowsky Marçal como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Civil COMISSÃO EXAMINADORA: Marcos Alberto Oss Vaghetti, Dr. (Orientador) Gerson Moacyr Sisniegas Alva, Dr. (UFSM) João Kaminski Junior, Dr. (UFSM) Santa Maria, 16 de dezembro de 2014. AGRADECIMENTOS Agradeço ao Prof. Marcos Vaghetti, pela paciência e conhecimentos repassados para elaboração deste trabalho. Agradeço imensamente aos meus pais, Evelyn Russowsky e Amilton Marçal, por me darem todo suporte, apoio, sabedoria e amor durante esses anos para que este momento tenha chegado. Agradeço aos meus padrinhos, Gissela Saydelles e Claudio Nascimento, pelo incentivo, carinho e dedicação de todos esses anos. Agradeço ao meu irmão, Diego Marçal, pela parceria e conhecimentos repassados, à minha irmã de coração, Luiza Saydelles, pela cumplicidade e torcida, e à minha família, em geral, pelo suporte e estímulo durante todas as etapas. Agradeço ao Engenheiro Civil, Rogerio Quinhones Pereira, por todas as horas dedicadas à concretização deste trabalho, pelo companheirismo, paciência e, principalmente, carinho. Agradeço à Sarkis Engenharia e a Vantec Estruturas pelas oportunidades de estágio e crescimento profissional. Agradeço a todos os meus amigos pelo companheirismo e amizade durante essa jornada, sem vocês não teria tanta graça. RESUMO Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia Civil Universidade Federal de Santa Maria ESTUDO DE LAJES DE CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO DE CÁLCULO ENTRE LAJES TRELIÇADAS E MACIÇAS, UTILIZANDO MÉTODO ELÁSTICO. AUTORA: ANA RUSSOWSKY MARÇAL ORIENTADOR: MARCOS ALBERTO OSS VAGHETTI Data e Local da Defesa: Santa Maria, 16 de dezembro de 2014. Atualmente, a construção civil exige uma busca constante por novos materiais e técnicas construtivas visando o melhor desempenho das edificações, segurança, qualidade e menor custo. Em função disso, este trabalho apresenta um comparativo de cálculo entre lajes maciças e treliçadas, utilizando o método elástico. Tal comparação tem por finalidade estabelecer as diferenças entre as duas lajes no que diz respeito aos seus deslocamentos elásticos imediatos (flechas) e ao consumo de concreto e aço para diferentes vãos. O dimensionamento das lajes foi feito utilizando o método simplificado das tabelas de Czerny e o software CAD/TQS para lajes maciças, bem como o, método da analogia de grelhas do software CAD/TQS, para as lajes treliçadas. As análises foram realizadas a partir de comparativos entre o consumo de aço e concreto assim como os deslocamentos imediatos obtidos para cada método de cálculo. Os resultados indicam que: a laje treliçada é mais econômica em relação ao consumo de materiais (concreto e aço), enquanto que os deslocamentos – independentemente do método adotado – são compatíveis com os limites de Norma. Na ausência de um programa computacional adequado, o método simplificado é indicado para obtenção de esforços e deslocamentos em lajes retangulares maciças de concreto armado. Palavras-chave: lajes maciças, lajes treliçadas, tabelas de Czerny, software CAD/TQS. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Sistema de Lajes Armadas com Ferro (VASCONCELLOS, 2004, p.34) .... 12 Figura 2: Laje Maciça (ARAÚJO, 2014, p.2) ............................................................. 13 Figura 3: Armação Treliçada (Manual Técnico Lajes Treliçadas Belgo) ................... 15 Figura 4: Elementos Laje Treliçada (Manual Técnico Lajes Treliçadas Belgo) ......... 16 Figura 5: Esforços solicitantes no elemento de placa (ARAÚJO, 2014, p.46) ........... 18 Figura 6: Situações onde se aplica a teoria das grelhas (ARAÚJO, 2014, p.81) ...... 20 Figura 7: Placa e grelha equivalente (CARVALHO; PINHEIRO, 2009, p.120) .......... 20 Figura 8: Tipos de apoios utilizados no cálculo (Site Laboratório de Estruturas e Materiais Estruturais USP - http://www.lem.ep.usp.br/ - acesso em 10/2014) .......... 22 Figura 9: Notação das Tabelas de Czerny (MARINO, 2006, p.8).............................. 22 Figura 10: Planta de Formas – Laje Maciça .............................................................. 24 Figura 11: Planta de Formas – Laje Treliçada........................................................... 25 Figura 12: Corte Esquemático ................................................................................... 26 Figura 13: Vãos teóricos das lajes ............................................................................ 28 Figura 14: Comparação do volume de concreto ........................................................ 38 Figura 15: Comparação de área de armadura por metro por laje ............................. 38 Figura 16: Comparação de deslocamentos imediatos .............................................. 39 Figura 17: Armaduras Positivas - Lajes Maciças ....................................................... 45 Figura 18: Armaduras Negativas - Lajes Maciças ..................................................... 46 Figura 19: Armaduras Positivas - Lajes Maciças ....................................................... 48 Figura 20: Armaduras Negativas - Lajes Maciças ..................................................... 49 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Vãos teóricos ............................................................................................ 28 Quadro 2: Cálculo dos esforços e deslocamento das L1, L3, L7 e L9 ...................... 32 Quadro 3: Cálculo dos esforços e deslocamento das L2 e L8 .................................. 32 Quadro 4: Cálculo dos esforços e deslocamento das L4 e L6 .................................. 32 Quadro 5: Cálculo dos esforços e deslocamento da L5 ............................................ 33 Quadro 6: Correção dos momentos negativos .......................................................... 33 Quadro 7: Correção dos momentos positivos ........................................................... 33 Quadro 8: Armaduras Positivas Horizontais .............................................................. 34 Quadro 9: Armaduras Positivas Verticais .................................................................. 34 Quadro 10: Armaduras Negativas Horizontais .......................................................... 34 Quadro 11: Armaduras Negativas Verticais .............................................................. 34 Quadro 12: Armaduras Positivas Horizontais ............................................................ 35 Quadro 13: Armaduras Positivas Verticais ................................................................ 35 Quadro 14: Armaduras NegativasHorizontais .......................................................... 35 Quadro 15: Armaduras Negativas Verticais .............................................................. 36 Quadro 16: Flechas Lajes Maciças ........................................................................... 36 Quadro 17: Armaduras das treliças ........................................................................... 36 Quadro 18: Armaduras das treliças por metro ........................................................... 36 Quadro 19: Volume de concreto por laje ................................................................... 37 Quadro 20: Flechas das Lajes Treliçadas ................................................................. 37 Quadro 21: Comparação de volume de concreto ...................................................... 37 Quadro 22: Comparação de área de armadura por metro por laje ............................ 38 Quadro 23: Comparação de deslocamentos imediatos ............................................. 39 Quadro 24: Comparação área de aço com adição de armaduras negativas na laje treliçada ..................................................................................................................... 39 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9 1.1 Objetivos ........................................................................................................ 10 1.1.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 10 1.1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 10 1.2 Estrutura do Trabalho ................................................................................... 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 12 2.1 Histórico das Lajes em Concreto Armado .................................................. 12 2.2 Lajes Maciças ................................................................................................ 13 2.3 Lajes Treliçadas ............................................................................................. 15 2.4 Método de cálculo pela Teoria de Flexão de Placas .................................. 17 2.5 Teoria das Grelhas ........................................................................................ 19 2.5.1 Método de Czerny ........................................................................................ 21 3 METODOLOGIA ................................................................................................. 24 3.1 Cálculo Lajes Maciças .................................................................................. 28 3.1.1 Dimensionamento pelo Método de Czerny....................................................... 28 3.1.2 Dimensionamento pelo Software CAD/TQS ..................................................... 29 3.2 Cálculo Lajes Treliçadas ............................................................................... 30 4 RESULTADOS E ANÁLISES ............................................................................. 32 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 41 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 42 Apêndice A ................................................................................................................ 44 Apêndice B ................................................................................................................ 47 Anexo A ..................................................................................................................... 50 Anexo B .................................................................................................................... 54 9 1 INTRODUÇÃO Atualmente a construção civil vive seu grande ápice, e com isso está passando por uma evolução considerável nos últimos anos. A busca por qualidade, segurança e menor custo é inevitável. Assim, visando o melhor desempenho das edificações, torna-se necessário o desenvolvimento de novos materiais e técnicas construtivas. Para que um empreendimento tenha o menor custo e seja bem executado proporcionando conforto aos usuários, se faz necessário um estudo comparativo entre diferentes tipos de estruturas visando a melhor alternativa para cada caso. O tipo de laje mais usual na construção civil é a laje maciça de concreto, seu emprego maior em relação às outras está relacionado à sua simplicidade executiva e de cálculo. Porém, temos também as lajes pré-fabricadas, chamadas lajes treliçadas que são uma alternativa a ser considerada principalmente na questão custo-benefício. Neste trabalho, as lajes treliçadas e maciças foram analisadas com iguais condições de contorno e carregamentos. Os vãos variam de 5 a 7 metros para análise dos deslocamentos imediatos (flechas) em função dos mesmos. Também será analisado o consumo de aço e concreto para os dois tipos diferentes de lajes com o objetivo de saber qual a melhor relação custo x benefício. Para saber qual tipo de laje possibilitará uma maior otimização do projeto estrutural foram feitos cálculos pelo método simplificado e pelo software CAD/TQS. O método simplificado é baseado na teoria da elasticidade e na analogia de grelhas, para simplificação do processo utilizou-se tabelas semi-empíricas. O cálculo pelo software também é realizado pelo método elástico simplificado através das Tabelas de Czerny. Os resultados em relação ao consumo de aço e concreto e aos deslocamentos das lajes para diferentes vãos serão apresentados por meio de tabelas e gráficos comparativos. 10 1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo Geral Estabelecer as diferenças entre lajes de concreto maciças e treliçadas no que diz respeito aos seus deslocamentos elásticos imediatos (flechas) e ao consumo de concreto e aço para diferentes vãos. 1.1.2 Objetivos Específicos - Estudar Normas Técnicas referentes a Projetos de Estruturas de Concreto; - Revisar bibliograficamente conceitos teóricos sobre lajes de concreto maciças e treliçadas; - Revisar bibliograficamente método de cálculo simplificado para lajes maciças de concreto; - Realizar um comparativo entre lajes maciças e treliçadas dos deslocamentos elásticos (flechas); - Aperfeiçoar os conhecimentos no software CAD/TQS; - Analisar o quantitativo de materiais para os dois diferentes tipos de laje; 1.2 Estrutura do Trabalho Como já apresentado, o primeiro capítulo introduz o tema e apresenta os objetivos gerais e específicos deste trabalho. No segundo capítulo é apresentada uma referência bibliográfica sobre as lajes maciças e treliçadas, descrevendo sobre seu histórico e sobre os métodos de cálculo utilizados para obtenção de esforços. O terceiro capítulo apresenta a metodologia para o cálculo e os critérios utilizados baseados nas Normas Técnicas, que foram classe de agressividade ambiental, cobrimento nominal, estados limites últimos, estados limites de serviço, deslocamentos limites, cargas verticais mínimas e limites mínimos para lajes maciças. Já o quarto capítulo refere-se aos resultados obtidos, realizando análises 11 referentes aos deslocamentos obtidos e ao consumo de aço e concreto por meio de tabelas e gráficos. Por fim, no quinto capítulo são realizadas as considerações finais por meio de análises dos resultados, indicando qual laje – maciça ou treliçada - possui o melhor desempenho em função do vão e consumo de materiais, respeitando os limites da Norma e a segurança estrutural. 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA2.1 Histórico das Lajes em Concreto Armado As lajes maciças em concreto armado surgiram no século XIX com o inglês William Boutland Wilkinson (1819-1902) que era fabricante de gesso e argamassa de Newcastle-upon-Tyne. Segundo VASCONCELLOS (2004, p.34) Wilkinson: [...] foi o primeiro a patentear um “sistema” de lajes em concreto armado em 1854. Ele construiu, com este esquema, uma casa de campo com dois pavimentos de alvenaria em que reforçou os planos de concreto (pisos e telhado) com barras de ferro e arames. A patente de Wilkinson foi classificada como “melhorias na construção à prova de fogo em moradias, armazéns e outros edifícios”. Este registro oficial é a descrição mais antiga em termos da efetiva utilização do concreto armado em estruturas de edificações. Figura 1: Sistema de Lajes Armadas com Ferro (VASCONCELLOS, 2004, p.34) A construção civil passou por grandes avanços ao longo das décadas, e com as lajes não poderia ser diferente. Atualmente, temos diferentes tipos de lajes que atendem a necessidades específicas de cada projeto, sendo algumas delas citadas a seguir: Lajes Maciças – são placas maciças de concreto armado ou de concreto protendido. 13 Lajes Nervuradas – conforme Souza e Cunha (1998) são lajes em que a zona de tração é constituída por nervuras. Entre essas nervuras pode ser colocado material inerte de forma que a superfície externa se mantenha plana. São lajes empregadas para vencer grandes vãos, geralmente maiores que 8m. Lajes cogumelos e lisas – são placas apoiadas diretamente nos pilares. Se o pilar não passar por um aumento de seção chamado capitel próximo a laje, esta se chama laje lisa. Se houver o aumento, é denominada laje cogumelo. Lajes pré-fabricadas – são lajes em que seus elementos são fabricados industrialmente em grande escala. Uma das mais utilizadas chama-se laje treliçada e é composta por vigotas e painel treliçado. Possui a vantagem da rapidez de execução e da economia de fôrmas e escoramento. 2.2 Lajes Maciças A laje maciça de concreto é a mais utilizada na construção civil por ter um método executivo e de cálculo simplificado, é uma placa plana de concreto armado maciço e sua espessura varia conforme as necessidades de cada projeto arquitetônico. Segundo Araújo (2014, pg.2) as lajes maciças são placas de espessura uniforme, apoiadas ao longo do seu contorno. Os apoios podem ser constituídos por vigas ou por alvenarias, sendo este o tipo de laje predominante nos edifícios residenciais onde os vãos são relativamente pequenos. Figura 2: Laje Maciça (ARAÚJO, 2014, p.2) 14 Conforme Spohr (2008 apud FARIA, 2010 p. 19) a laje maciça convencional não é adequada para vencer grandes vãos. Ele recomenda como prática usual adotar-se como vão médio econômico um valor entre 3,5 e 5m. O autor define como sendo um sistema convencional: [...] aquele que pode ser constituído basicamente por lajes convencionais, vigas e pilares, sendo que as lajes recebem os carregamentos oriundos da utilização, ou seja, das pessoas, móveis, acrescidos de seu peso próprio, os quais são transmitidos às vigas, que por sua vez descarregam seus esforços aos pilares e esses às fundações. Zacarias (2001) ainda complementa dizendo que, se os apoios das lajes forem as vigas do piso, o cálculo das mesmas pode ser feito de maneira simplificada como se elas fossem isoladas das vigas, com apoios (charneiras) livres à rotação e indeslocáveis à translação. Dentre algumas vantagens das lajes maciças podemos citar: a) a existência de muitas vigas, por outro lado, forma muitos pórticos, que garantem uma boa rigidez à estrutura de contraventamento (ALBUQUERQUE, 1999, p.21); b) foi durante anos o sistema estrutural mais utilizado nas construções de concreto, por isso a mão-de-obra já é bastante treinada (ALBUQUERQUE, 1999, p.23); c) apresentam pouca deformação e esforços relativamente pequenos (Carvalho e Pinheiro 2009 apud SILVA, 2010, p.23); d) execução simples e rápida (Carvalho e Pinheiro 2009 apud SILVA, 2010, p.23); Algumas desvantagens das lajes maciças: a) devido aos limites impostos, apresenta uma grande quantidade de vigas, fato esse que deixa a forma do pavimento muito recortada, diminuindo a produtividade da construção (ALBUQUERQUE, 1999, p.21); b) os recortes diminuem o reaproveitamento das formas (ALBUQUERQUE, 1999, p.21); c) apresenta grande consumo de concreto, aço e formas (ALBUQUERQUE, 1999, p.21); 15 2.3 Lajes Treliçadas Lajes treliçadas são estruturas compostas por vigotas pré-fabricadas com armadura treliçada. A NBR 14859-1 define vigotas pré-fabricadas da seguinte forma: Constituídas por concreto estrutural, executadas industrialmente fora do local de utilização definitivo da estrutura ou mesmo em canteiros de obra, sob rigorosas condições de controle de qualidade. Englobam total ou parcialmente a armadura inferior de tração, integrando parcialmente a seção de concreto da nervura longitudinal. A armação treliçada é formada por um fio superior (banzo superior), duas diagonais ou sinusóides e dois fios inferiores (banzo inferior), conforme a figura 3: Figura 3: Armação Treliçada (Manual Técnico Lajes Treliçadas Belgo) O banzo superior tem função de resistir aos esforços de compressão durante a montagem e concretagem da laje. As diagonais devem promover uma perfeita aderência entre o concreto pré-moldado da vigota e o concreto do capeamento, além de proporcionar rigidez ao conjunto e facilitar as condições de manuseio e transporte. O banzo inferior deve resistir aos esforços de tração provenientes do momento fletor positivo. 16 O banzo inferior é envolto por uma base de concreto estrutural, geralmente com 12 ou 13cm de largura, na qual, se necessário, poderá ser posicionadas armaduras positivas complementares. Entre as vigotas treliçadas são utilizados elementos de enchimento que possuem a função de diminuir o peso próprio da laje, reduzir o volume de concreto e servir como fôrma para o concreto do capeamento. Os elementos mais utilizados atualmente são blocos cerâmicos ou EPS (poliestireno expandido). Sobre o conjunto das vigotas treliçadas e elementos de enchimento é executada uma capa de concreto, com no mínimo 3cm de espessura, que é responsável pela resistência dos esforços de compressão da laje em serviço e pela distribuição das cargas nas nervuras. Juntamente com essa capa é posicionada uma armadura de distribuição nas duas direções que, segundo o Manual Técnico de Lajes Treliçadas (p.15), tem como função: a) Combater os efeitos da retração; b) Consolidar a estrutura da nervura com a capa; c) Efetuar um controle da abertura de fissuras; d) Efetivar a distribuição das cargas pontuais. Assim, a composição global da laje treliçada está representada na figura 4: Figura 4: Elementos Laje Treliçada (Manual Técnico Lajes Treliçadas Belgo) 17 Algumas vantagens que as lajes treliçadas apresentam sobre os demais tipos de lajes são citadas a seguir: a) Fácil transporte, manuseio e montagem; b) Capacidade de suportar grandes cargas com espessura de laje relativamente menor; c) Eliminação de fôrmas e redução do escoramento, reduzindo o custo e mão de obra; d) Baixo peso próprio; e) Redução do aparecimento de fissuras pela condição de aderência entre o concreto do capeamento e o concreto da vigota pré-fabricada; 2.4 Método de cálculo pela Teoria de Flexão de Placas A análise e dimensionamento de lajes pelo método da flexão das placas é baseado na Teoria da Elasticidade cujas hipóteses variam de acordo com o tipo de placa considerada. Segundo Araújo (2014, p.36), a teoria de flexão das placas é a teoria “exata” dentro dos princípios da teoria da elasticidade. A solução do problema é obtida através de uma equação diferencial de quarta ordem, juntamente com as condiçõesde contorno. Admite-se que o material apresente um comportamento elástico linear. Conforme citam Souza e Cunha (1998, p.53) a desvantagem dessa teoria são as consideráveis dificuldades analíticas para a obtenção da solução e, por se aplicar dentro dos limites elásticos dos materiais não se obtém uma estimativa mais precisa do comportamento próximo à ruptura e o real coeficiente de segurança existente. Portanto, apenas serão comentados alguns detalhes consideráveis para entendimento da teoria. Araújo (2014, p.46) diz que “a equação diferencial da placa é obtida considerando-se o equilíbrio de um elemento infinitesimal (dxdy) tomado em uma posição genérica no plano da placa.” Como indicado na figura 5 os esforços solicitantes nas faces do elemento são os momentos fletores Mx e My, os momentos de torção Mxy=Myx e os esforços cortantes Vx e Vy. 18 Figura 5: Esforços solicitantes no elemento de placa (ARAÚJO, 2014, p.46) De acordo com Souza e Cunha (1998, p.56) e Araújo (2014, p.41), a teoria de Kirchhoff e Love baseia-se nas seguintes hipóteses simplificadoras: a) O material da placa é linearmente elástico, contínuo, homogêneo e isotrópico; b) A espessura da placa é pequena comparada às outras dimensões; c) As rotações da superfície média têm ângulos pequenos em comparação à unidade; d) As deflexões são pequenas comparadas com a espessura da placa; e) Linhas retas, inicialmente normais à superfície média, permanecem retas e normais à superfície média após as deformações; f) As deflexões da placa são normais ao plano indeformado inicial; g) As tensões normais à superfície média são desprezíveis. Após expor as condições de equilíbrio da placa, Araújo (2014, p.48) obtém a equação diferencial da placa, conhecida como equação de Lagrange. Trata-se de uma equação diferencial parcial de quarta ordem, não homogênea e com coeficientes constantes. Somente é válida para uma placa com rigidez à flexão constante. (2.4.1) Onde: 19 w(x,y) = equação da flecha em qualquer ponto (x,y); D = rigidez à flexão da placa; p(x,y) = carregamento uniformemente distribuído na laje. A solução exata da equação diferencial da placa somente pode ser obtida para uns poucos casos particulares. Nos casos mais gerais de carregamento e condições de contorno, as soluções são encontradas adotando-se expansões em séries de Fourier, como por exemplo, solução de Navier e a solução de Lévy. Assim, devido a complexidade para resolução da equação de Lagrange, algumas tabelas para o cálculo de esforços e reações de apoio em placas foram elaboradas. Usualmente, as tabelas apresentam algumas diferenças decorrentes do valor adotado para o coeficiente de Poisson, bem como de aproximações devidas ao truncamento das séries de Fourier. 2.5 Teoria das Grelhas Grelhas são as estruturas planas formadas por barras coplanares rigidamente ligadas entre si, que são solicitadas por carregamento perpendicular ao plano da estrutura, define Paula (2007, p.42). A teoria das grelhas surgiu para calcular esforços e deslocamentos simplificadamente em lajes armadas em duas direções (em cruz) que não possuam rigidez à torção ou que não sejam suficientemente ancoradas nos cantos para evitar o seu levantamento, conforme Araújo (2014, p.81) sugere. Esse método também pode ser utilizado em casos no qual a laje é concretada monoliticamente com as vigas, conforma a figura 6: 20 Figura 6: Situações onde se aplica a teoria das grelhas (ARAÚJO, 2014, p.81) Conforme Carvalho e Pinheiro (2009, p.120), o método consiste em substituir a placa (laje) por uma malha equivalente de vigas onde cada uma representa uma determinada faixa de laje como mostrado na figura 7, conforme a dimensão escolhida para a abertura da malha. Figura 7: Placa e grelha equivalente (CARVALHO; PINHEIRO, 2009, p.120) Quanto aos carregamentos, considera-se que as cargas distribuídas atuantes no pavimento se dividem entre as barras de grelha equivalente de acordo com a área de influência de cada uma. As cargas podem ser consideradas uniformemente distribuídas ao longo das barras da grelha ou então concentradas diretamente nos seus nós. De acordo com Carvalho e Pinheiro (2009), algumas orientações auxiliam na definição da malha mais adequada visto que há uma variedade de formas, dimensões e condições de apoio da placa original, sendo elas: 21 a) Espaçamento entre os elementos da grelha equivalente não deve ser superior a ¼ do vão; b) Para analisar os efeitos localizados, o espaçamento pode ser menor; c) Em bordas livres os elementos devem ser considerados passando a 0,3 h dessas bordas, sendo h a espessura do elemento; d) Para placas pouco esconsas, os elementos da grelha podem ser admitidos ortogonais; e) Quanto menores forem a largura e o comprimento das barras, e, portanto mais densa a malha, melhores serão os resultados; f) Orifícios na laje cuja maior dimensão não exceda a 3h não precisam ser considerados, a não ser que estejam muito próximos dos pilares. O cálculo da inércia à flexão dos elementos de placa é realizado considerando-se uma faixa de largura b, igual à soma da metade dos espaços entre os elementos vizinhos e da espessura h da placa, sendo assim: If= (2.5.1) E o momento de inércia à torção por elemento de placa: It= (2.5.2) O processo de analogia de grelhas está sendo muito utilizado atualmente em programas computacionais de análise de estruturas de concreto armado, pois permite a análise de uma mesma situação sob diferentes parâmetros permitindo ao projetista a escolha mais adequada. 2.5.1 Método de Czerny Czerny desenvolveu um método simplificado para o cálculo de lajes maciças no qual consiste em tabelas semi-empíricas baseadas na Teoria da Elasticidade. 22 No cálculo dos momentos fletores e deslocamentos pelas Tabelas de Czerny, não são levadas em consideração a rigidez a torção, simplificando a análise da estrutura considerando as lajes como painéis isolados, apoiados em vigas indeformáveis. As tabelas são utilizadas de acordo com as condições de contorno e carga de cada estrutura. As condições de contorno (apoios) usualmente empregadas no cálculo são representadas na figura 8: Figura 8: Tipos de apoios utilizados no cálculo (Site Laboratório de Estruturas e Materiais Estruturais USP - http://www.lem.ep.usp.br/ - acesso em 10/2014) Os momentos fletores e o deslocamento imediato no meio do vão – flecha – são calculados através das expressões abaixo, sendo lx sempre o menor vão da laje conforme figura 9: Figura 9: Notação das Tabelas de Czerny (MARINO, 2006, p.8) http://www.lem.ep.usp.br/ 23 Como as Tabelas de Czerny determinam momentos fletores isolados em bordas que são contínuas em um painel de lajes, torna-se necessário uniformizar estes momentos negativos atuantes nestas regiões de continuidade de lajes. O momento negativo adotado será o maior valor entre 80% do maior momento entre as lajes contíguas ou a média entre os dois momentos. E, por fim, a correção dos momentos positivos é realizada da seguinte maneira: soma-se o momento positivo da lajeem questão a metade da diferença entre o momento negativo e o momento negativo corrigido da laje na direção que está sendo calculado. Tal correção somente será realizada se o momento sofrer acréscimo, do contrário permanece o calculado inicialmente. Existem diversos métodos além dos apresentados para o cálculo de lajes armadas em duas direções, sendo eles: teoria das linhas de ruptura, método dos elementos finitos, método das diferenças finitas, tabelas de Marcus, entre outros. 24 3 METODOLOGIA Para realizar a comparação entre lajes maciças e treliçadas em relação aos deslocamentos imediatos e ao consumo de materiais foi elaborado um painel com 9 lajes, chamado pavimento tipo, conforme plantas de formas das figuras 10 e 11 apresentadas a seguir: Figura 10: Planta de Formas – Laje Maciça 25 Figura 11: Planta de Formas – Laje Treliçada O pavimento tipo possui pé direito de 3m e se repete quatro vezes conforme corte esquemático abaixo. O fck adotado para os elementos de concreto armado foi 25MPa e com peso específico de 25kN/m³. O módulo de elasticidade utilizado para o concreto foi de 23800MPa. 26 Figura 12: Corte Esquemático Baseando-se nas Normas Brasileiras de Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento (NBR 6118/2014) e Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações (NBR 6120/1980), adotaram-se alguns critérios para dimensionamento da estrutura, sendo eles: Classe de Agressividade Ambiental II, referente a uma zona urbana com risco pequeno de deterioração da estrutura, conforme item 6.4.2 da NBR 6118. O cobrimento nominal adotado foi 20mm, visto que a NBR 6118 permite, no item 7.4.7.4, a redução em 5mm dos valores apresentados na tabela 7.2 da mesma se houver controle rigoroso de qualidade na execução. Adotou-se como Estado Limite Último (E.L.U), o item 10.3 letra c da NBR 6118: “estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte, considerando os efeitos de segunda ordem.” Os vãos efetivos utilizados seguiram o procedimento de cálculo sugerido pela NBR 6118 no seu item 14.7.2.2. As cargas verticais adotadas são apresentadas a seguir, baseadas na NBR 6120: Carga Permanente Adicional – 0,575kN/m² Carga Acidental – 1,5kN/m² No somatório da carga permanente adicional foi considerado 1cm de reboco com peso próprio da argamassa de cimento e areia de 21kN/m³, 1,5cm de reboco 27 com peso próprio da argamassa de cal, cimento e areia de 19kN/m³ e um revestimento de porcelanato com peso próprio de 8kN/m². As armaduras mínimas, apresentadas no item 19.3.3.2 da NBR 6118 e apresentadas na tabela abaixo, devem ser respeitadas para melhor o desempenho e à ductilidade à flexão das lajes, assim como controlar a fissuração, conforme tabela 1. Tabela 1: Armaduras mínimas - NBR 6118 – 2014 – PG. 158 A taxa mínima de armadura segundo o item 17.3.5.2.1 para o fck de 25Mpa, é de 0,15% da aéra do concreto. Os vãos efetivos das lajes foram calculados conforme sugere a NBR 6118, no item 14.7.2.2, os vãos efetivos ou teóricos (lef) podem ser calculados conforme a equação 3.1 quando os apoios puderem ser considerados suficientemente rígidos quanto à translação vertical. lef = lo + a1 + a2 (3.1) 28 Figura 13: Vãos teóricos das lajes 3.1 Cálculo Lajes Maciças Para o cálculo dos esforços e deslocamentos das lajes maciças, os mesmos critérios de dimensionamento, baseados na Norma Brasileira, foram adotados para os dois métodos apresentados a seguir. A espessura adotada, respeitando os limites mínimos da NBR 6118 no item 13.2.4.1, foi de 12cm e consequentemente o peso próprio de 3,0kN/m². 3.1.1 Dimensionamento pelo Método de Czerny O cálculo através deste método é baseado nas Tabelas de Czerny, com coeficiente de Poisson ν = 0,2. Painéis isolados de lajes foram dimensionados e verificados, sendo lx sempre o menor vão teórico. Os vãos teóricos adotados estão relacionados no quadro abaixo: VÃOS TEÓRICOS (m) Lx Ly L1=L3=L7=L9 4,897 4,972 L2=L8 4,972 6,872 L4=L6 4,897 6,872 L5 6,872 6,872 Quadro 1: Vãos teóricos 29 A obtenção dos coeficientes para cálculo dos momentos fletores das lajes dá- se por meio de tabelas, as quais variam de acordo com o tipo de apoio de cada laje, ilustrados na figura 8. Para as lajes L1, L3, L7 e L9 foi utilizada a tabela 2 do Anexo A que representa uma laje com duas bordas adjacentes engastadas e as outras duas livremente apoiadas. Já para as lajes L2, L4, L6 e L8 adotou-se a tabela 3 do Anexo A, a qual representa uma laje com duas bordas menores engastadas, uma borda maior engastada e outra livremente apoiada. E, por fim, o cálculo da L5 com quatro lados engastados foi baseado na tabela 4 do Anexo A. Após calculados os esforços em cada painel, realizou-se a correção dos momentos positivos e negativos. Por fim, foram calculadas as armaduras necessárias para resistir aos esforços obtidos, respeitando os critérios de armaduras mínimas apresentados no item 3 deste trabalho. As mesmas estão representadas em planta no Apêndice A. 3.1.2 Dimensionamento pelo Software CAD/TQS O cálculo dos esforços nas lajes e a verificação dos deslocamentos imediatos no programa computacional CAD/TQS dão-se por meio do método das grelhas. Para análise dos esforços e deslocamentos das lajes do pavimento tipo em estudo, foi adotado o modelo estrutural com discretização em barras de grelha, refinadas com espaçamento de 0,5m nas duas direções. O software determina automaticamente para cada barra as suas rigidezes equivalentes correspondentes às suas seções reais informadas no modelador estrutural. O resultado dos esforços das lajes são obtidos graficamente após o processamento do modelo estrutural da estrutura. O módulo CAD/LAJES do programa informa os esforços por metro. Os deslocamentos imediatos – flechas – foram retiradas diretamente do CAD/GRELHAS. 30 Posteriormente a obtenção dos esforços, foram dimensionadas as armaduras necessárias para resistir aos esforços, as quais estão representadas em planta no Apêndice B. 3.2 Cálculo Lajes Treliçadas O cálculo dos esforços e verificação dos deslocamentos nas lajes treliçadas no software CAD/TQS também é realizado através do método das grelhas. As barras da grelha foram discretizadas com espaçamento de 0,48m de forma unidirecional visto que as lajes treliçadas são biapoiadas na direção do menor vão. Em função do fabricante escolhido para basear este dimensionamento, adotou-se as treliças e os elementos de enchimento adequados para cada vão livre. Como elemento de enchimento utilizou-se o EPS unidirecional, com altura de 12cm, exceto para L5 a qual possui 16cm de altura de EPS. As treliças adotadas foram TR16745 para L5 e TR12645 para as demais lajes. A capa de concreto utilizada foi de 4cm para todas as lajes, totalizando lajes de 16 e 20cm. O peso próprio da estrutura, em função do elemento de enchimento e treliça adotada, é de 1,78kN/m² para L5 e para as demais lajes de 1,59kN/m². Os dados da vigota treliçada, como altura da base, largura da base, intereixo entre banzos superiores, são preenchidos conforme especificação do fabricante em função do vão livre (entre apoios) e elemento de enchimento. O software calcula automaticamente a armadura necessária complementar. Assim como no dimensionamento da laje maciça, os esforços são obtidos graficamente após o processamento do modelo estrutural da estrutura. O CAD/LAJES apresentou os momentos fletores por metro e o CAD/GRELHAS apresenta de forma direta os deslocamentos imediatos. 31 As tabelas nas quais foram baseadas este dimensionamento, estão no Anexo B. 32 4 RESULTADOS E ANÁLISES Os resultadosobtidos através dos métodos de cálculo apresentados nos itens 3.1 e 3.2 estão apresentados abaixo: A) Cálculo de lajes maciças pelo Método de Czerny: L1, L3, L7 e L9 αx 34,50 mx 3,53 kNm/m αy 34,50 my 3,53 βx 14,30 m'x 8,51 βy 14,30 m'y 8,51 FLECHA α2 41,30 wmáx 0,0017 m 0,17 cm Quadro 2: Cálculo dos esforços e deslocamento das L1, L3, L7 e L9 L2 e L8 αx 25,2 mx 4,98 kNm/m αy 37,0 my 3,39 βx 11,2 m'x 11,20 βy 13,0 m'y 9,65 FLECHA α2 28,1 wmáx 0,0027 m 0,27 cm Quadro 3: Cálculo dos esforços e deslocamento das L2 e L8 L4 e L6 αx 25,2 mx 4,83 kNm/m αy 37,0 my 3,29 βx 11,2 m'x 10,87 βy 13,0 m'y 9,36 FLECHA α2 28,1 wmáx 0,0025 m 0,25 cm Quadro 4: Cálculo dos esforços e deslocamento das L4 e L6 33 L5 αx 47,3 mx 5,067 kNm/m αy 47,3 my 5,067 βx 19,4 m'x 12,354 βy 19,4 m'y 12,354 FLECHA α2 68,5 wmáx 0,0040 m 0,40 cm Quadro 5: Cálculo dos esforços e deslocamento da L5 CORREÇÃO DOS MOM. NEGATIVOS (kNm/m) ENTRE Me- Md- Média 0,8xMaior M-final L1 e L2; L2 e L3; L7 e L8; L8 e L9 8,51 9,65 9,08 7,72 9,08 L1 e L4; L3 e L6; L4 e L7; L6 e L9 8,51 9,36 8,94 7,49 8,94 L2 e L5; L5 e L8 11,20 12,35 11,78 9,88 11,78 L4 e L5; L5 e L6 10,87 12,35 11,61 9,88 11,61 Quadro 6: Correção dos momentos negativos CORREÇÃO DOS MOM.POSITIVOS (kNm/m) M+ M- M-final M+corrigido M+final L1=L3=L7=L9 Direção lx 3,53 8,51 9,08 3,24 3,53 Direção ly 3,53 8,51 8,94 3,31 3,53 L2=L8 Direção lx 4,98 11,20 11,78 4,69 4,98 Direção ly 3,39 9,65 9,08 3,68 3,68 L4=L6 Direção lx 4,83 10,87 11,61 4,46 4,83 Direção ly 3,29 9,36 8,94 3,50 3,50 L5 Direção lx 5,07 12,35 11,61 5,44 5,44 Direção ly 5,07 12,35 11,78 5,35 5,35 Quadro 7: Correção dos momentos positivos 34 ARM.POS.HORIZ. L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Mk 3,53 3,68 4,83 5,44 kNm/m Md 4,94 5,15 6,76 7,61 Asmín - 1,80 1,80 1,80 1,80 cm² Asmín + (0,67xAsmín -) 1,21 1,21 1,21 1,21 As 1,22 1,27 1,68 1,90 ɸ 6.3 c/ 25 ɸ 6.3 c/ 24 ɸ 6.3 c/ 18 ɸ 6.3 c/ 16 Quadro 8: Armaduras Positivas Horizontais ARM.POS.VERT. L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Mk 3,53 4,98 3,50 5,35 kNm/m Md 4,94 6,97 4,90 7,50 Asmín 1,80 1,80 1,80 1,80 cm² Asmín + (0,67xAsmín -) 1,21 1,21 1,21 1,21 As 1,22 1,75 1,21 1,87 ɸ 6.3 c/ 25 ɸ 6.3 c/ 17 ɸ 6.3 c/ 25 ɸ 6.3 c/ 16 Quadro 9: Armaduras Positivas Verticais ARM.NEG.HORIZ. L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Mk 9,08 9,08 11,61 11,61 kNm/m Md 12,71 12,71 16,25 16,25 Asmín - 1,80 1,80 1,80 1,80 cm² As 3,24 3,24 4,20 4,20 ɸ 8 c/ 15 ɸ 8 c/ 15 ɸ 8 c/ 12 ɸ 8 c/ 12 Quadro 10: Armaduras Negativas Horizontais ARM.NEG.VERT. L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Mk 8,94 11,78 8,94 11,78 kNm/m Md 12,51 16,49 12,51 16,49 Asmín - 1,80 1,80 1,80 1,80 cm² As 3,18 4,27 3,18 4,27 ɸ 8 c/ 15 ɸ 8 c/ 11 ɸ 8 c/ 15 ɸ 8 c/ 11 Quadro 11: Armaduras Negativas Verticais 35 B) Dimensionamento de lajes maciças pelo Software CAD/TQS ARM.POS.HORIZ. L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Mk 4,20 4,50 5,40 6,10 kNm/m Md 5,88 6,30 7,56 8,54 Asmín - 1,80 1,80 1,80 1,80 cm² Asmín + (0,67xAsmín -) 1,21 1,21 1,21 1,21 As 1,46 1,56 1,88 2,14 ɸ 6.3 c/ 21 ɸ 6.3 c/ 19 ɸ 6.3 c/ 16 ɸ 6.3 c/ 14 Quadro 12: Armaduras Positivas Horizontais ARM.POS.VERT. L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Mk 4,10 5,40 4,20 5,90 kNm/m Md 5,74 7,56 5,88 8,26 Asmín 1,80 1,80 1,80 1,80 cm² Asmín + (0,67xAsmín -) 1,21 1,21 1,21 1,21 As 1,42 1,88 1,46 2,06 ɸ 6.3 c/ 21 ɸ 6.3 c/ 16 ɸ 6.3 c/ 25 ɸ 6.3 c/ 15 Quadro 13: Armaduras Positivas Verticais ARM.NEG.HORIZ. L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Mk 9,60 9,60 11,80 11,80 kNm/m Md 13,44 13,44 16,52 16,52 Asmín - 1,80 1,80 1,80 1,80 cm² As 3,43 3,43 4,28 4,28 ɸ 8 c/ 14 ɸ 8 c/ 14 ɸ 8 c/ 11 ɸ 8 c/ 11 Quadro 14: Armaduras Negativas Horizontais 36 ARM.NEG.VERT. L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Mk 9,30 11,80 9,30 11,80 kNm/m Md 13,02 16,52 13,02 16,52 Asmín - 1,80 1,80 1,80 1,80 cm² As 3,32 4,28 3,32 4,28 ɸ 8 c/ 15 ɸ 8 c/ 11 ɸ 8 c/ 15 ɸ 8 c/ 11 Quadro 15: Armaduras Negativas Verticais FLECHAS (cm) L1=L3=L7=L9 0,29 L2=L8 0,52 L4=L6 0,49 L5 0,90 Quadro 16: Flechas Lajes Maciças C) Dimensionamento de lajes treliçadas pelo Software CADTQS Quadro 17: Armaduras das treliças ARM VIGOTA ARM VIG POR METRO TELA SOLDADA TOTAL (cm²/m) L1=L3=L4=L6=L7=L9 1,599 3,198 0,61 3,808 L2=L8 1,599 3,198 0,61 3,808 L5 2,486 4,972 0,61 5,582 Quadro 18: Armaduras das treliças por metro BANZO SUPERIOR DIAGONAL BANZO INFERIOR ARM. (cm²) TOTAL (cm²) L1=L3=L4= L6=L7=L9 TR12645 6 4,2 5 0,814 1 ɸ 10,0 0,785 1,599 L2=L8 TR12645 6 4,2 5 0,814 1 ɸ 10,0 0,785 1,599 L5 TR16745 7 4,2 5 0,916 2 ɸ 10,0 1,570 2,486 ARMAD. ADICIONAIS (cm²) 37 COMP. TRELIÇA (m) UNIDADES CAPA (cm) BASE VIGOTA (m²) ÁREA VIGOTA (m²) ÁREA LAJE (m²) TOTAL (m³) L1=L3=L7=L9 4,83 9 4 0,0036 0,0081 23,64 1,454 L2=L8 4,90 13 4 0,0036 0,0081 33,32 2,078 L4=L6 4,83 13 4 0,0036 0,0081 32,81 2,047 L5 7,80 13 4 0,0036 0,0117 46,24 3,401 Quadro 19: Volume de concreto por laje DEF. IMEDIATAS (FLECHA) - (cm) PERM+ACID CONTRAFLECHA TOTAL L1=L3=L7=L9 1,21 1 0,21 L2=L8 1,56 1 0,56 L4=L6 1,59 1 0,59 L5 2,92 2 0,92 Quadro 20: Flechas das Lajes Treliçadas Nos quadros abaixo uma comparação entre os métodos apresentados os quais são cálculo de lajes maciças pelas tabelas de Czerny e cálculo pelo software CAD/TQS de lajes maciças e treliçadas: VOLUME CONCRETO (m³) MACIÇA - TAB MACIÇA -TQS TRELIÇADA -TQS L1=L3=L7=L9 2,837 2,837 1,454 L2=L8 3,998 3,998 2,078 L4=L6 3,937 3,937 2,047 L5 5,549 5,549 3,401 Quadro 21: Comparação de volume de concreto 38 Figura 14: Comparação do volume de concreto ARMADURAS (cm²/m²) MACIÇA - TAB MACIÇA -TQS TRELIÇADA -TQS L1=L3=L7=L9 9,496 10,620 4,418 L2=L8 11,432 12,556 4,418 L4=L6 11,120 11,432 4,418 L5 13,368 13,680 6,192 Quadro 22: Comparação de área de armadura por metro por laje Figura 15: Comparação de área de armadura por metro por laje 0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Volume de Concreto (m³) MACIÇA - TAB MACIÇA -TQS TRELIÇADA -TQS 0 5 10 15 L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Armaduras (cm²/m²) MACIÇA - TAB MACIÇA -TQS TRELIÇADA -TQS 39 DEF.IMEDIATAS (FLECHA) - (cm) MACIÇA - TAB MACIÇA -TQS TRELIÇADA -TQS L1=L3=L7=L9 0,17 0,29 0,21 L2=L8 0,27 0,52 0,56 L4=L6 0,25 0,49 0,59 L5 0,40 0,90 0,92 Quadro 23: Comparação de deslocamentos imediatos Figura 16: Comparação de deslocamentos imediatos ARMADURA (cm²/m) MACIÇA - TAB MACIÇA -TQS TRELIÇADA -TQS L1=L3=L7=L9 9,496 10,620 5,018 L2=L8 11,432 12,556 5,018 L4=L6 11,120 11,432 5,018 L5 13,368 13,680 6,792 Quadro 24: Comparação área de aço com adição de armaduras negativas na laje treliçada Baseando-se na análise do Quadro 21 e na Figura 13, a diferença no consumo de concreto apresentado entre as lajes maciças e treliçada, em torno de 50% maior nas lajes maciças, era esperado, visto que a laje treliçada apresenta como vantagem a redução do volume de concreto com uso de material na zona de tração do concreto, abaixo da linha neutra. Analisando o Quadro 22 e Figura 14 percebe-se que quando comparados os resultados obtidos através dos dois métodos de cálculo das lajes maciças, tabelas de Czerny e TQS, observa-se que a área de aço necessária para o equilíbrio da 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 L1=L3=L7=L9 L2=L8 L4=L6 L5 Flechas (cm) MACIÇA - TAB MACIÇA -TQS TRELIÇADA -TQS 40 seção são semelhantes. Sendo o resultado do cálculo pelo TQS aproximadamente 10% superior. Entretanto, a comparaçãode área de aço entre lajes maciças e lajes treliçadas ambas dimensionadas pelo software TQS apresenta uma diferença considerável, sendo necessária menos da metade de área de aço para laje treliçada em relação à maciça. Isso se deve ao fato que as lajes treliçadas são biapoiadas não necessitando de armaduras negativas, provavelmente também poderá estar relacionado à redução de peso próprio das lajes maciças para lajes treliçadas. Contudo, recomenda-se o uso de uma armadura negativa construtiva que tem a finalidade de combater a fissuração. O Quadro 24 apresenta um comparativo entre os métodos adicionando-se armadura negativa mínima correspondente a seção de concreto da capa (4cm) da laje treliçada. Em relação aos deslocamentos imediatos conforme Quadro 23 e Figura 15, o método pelas Tabelas de Czerny para lajes maciças resulta em flechas aproximadamente 50% menores em relação ao cálculo das lajes maciças pelo TQS. Explica-se tal diferença pelo fato que o software considera também a flexão das vigas para cálculo das flechas. Porém, quando comparados resultados entre lajes treliçadas e maciças pelo software, os deslocamentos são semelhantes. Para tal, deve-se respeitar as orientações do fabricante relacionadas à contraflecha necessária nas lajes treliçadas. Assim, embora haja uma diferença nas flechas nos métodos apresentados, especialmente entre as lajes maciças calculadas pelas tabelas e pelo software, todas as lajes estão de acordo com os limites sensoriais da Norma Brasileira. 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos quadros e gráficos comparativos apresentados, conclui-se que a laje treliçada é mais econômica em relação ao consumo de materiais – aço e concreto – afetando diretamente o orçamento da estrutura não só no quantitativo das lajes como nos demais elementos construtivos, visto que o peso próprio é bastante inferior às lajes maciças ocasionando um alívio na estrutura. A comparação entre as lajes maciças pelos dois métodos de análise, tabelas de Czerny e CAD/TQS, apresentou grande semelhança de área de aço necessária o que indica confiabilidade nos resultados através do método simplificado quando não há disponibilidade de softwares adequados para dimensionamento. Análises experimentais poderiam ser realizadas para obtenção de deslocamentos em laboratório, assim como um estudo mais abrangente inserindo os custos referentes às lajes maciças e treliçadas. 42 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, A.T. Análise de alternativas estruturais para edifícios em concreto armado. 1999.100f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999. ARAÚJO, J. M. Curso de concreto armado. 2. ed. Rio Grande, 2014.v.2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: projeto de estruturas de concreto: procedimento. Rio de Janeiro, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: cargas para o cálculo de projetos de edificações. Rio de Janeiro, 1980. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14859-1: laje pré- fabricada – requisitos parte 1: lajes unidirecionais. Rio de Janeiro, 2002. BASTOS, P. S. S. Apostila de lajes de concreto. 2013. Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2013. BELGO. 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Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Universidade de Estado do Rio de Janeiro, Porto Alegre, 2004. VITALLI, L. Estudo Comparativo entre lajes nervuradas com diferentes materiais de enchimento. 2010. 56f. (Trabalho de conclusão de curso em Engenharia Civil) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2010. 44 Apêndice A – Planta de armaduras positivas e negativas pelo Método de Czerny 45 Figura 17: Armaduras Positivas - Lajes Maciças 46 Figura 18: Armaduras Negativas - Lajes Maciças 47 Apêndice B – Planta de armaduras positivas e negativas pelo Software CAD/TQS 48 Figura 19: Armaduras Positivas - Lajes Maciças 49 Figura 20: Armaduras Negativas - Lajes Maciças 50 Anexo A – Tabelas para dimensionamento das lajes maciças pelo Método de Czerny 51 Tabela 2 52 Tabela 3 53 Tabela 4 54 Anexo B – Tabelas para dimensionamento das lajes treliçadas pelo software CAD/TQS 55 Tabela 5
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