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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Reagentes de fase aguda ...................................... 3
3. Sistema complemento ............................................. 5
4. Crioglobulinas.............................................................. 8
5. Fator antinuclear ........................................................ 9
6. Fator reumatóide ......................................................11
7. Anca ..............................................................................12
8. Autoanticorpos .........................................................12
Referências bibliográficas ........................................16
3LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
1. INTRODUÇÃO
O diagnóstico de doenças reumáti-
cas autoimunes é baseado em crité-
rios clínicos e alterações laboratoriais. 
Os exames laboratoriais auxiliam não 
só no diagnóstico como também no 
prognóstico e no seguimento de pa-
cientes. Os exames mais solicitados 
na investigação das doenças reumá-
ticas inflamatórias sistêmicas incluem 
reagentes de fase aguda, identifica-
ção de autoanticorpos, dosagem do 
complemento total e frações, detec-
ção de determinados antígenos de 
histocompatibilidade humana, além 
de dosagem e caracterização de 
crioglobulinas. 
2. REAGENTES DE FASE 
AGUDA
A resposta de fase aguda pode ocorrer 
em diversas patologias inflamatórias 
agudas ou crônicas, como infecções 
bacterianas, virais ou fúngicas graves, 
doenças reumáticas e outras doenças 
inflamatórias, malignidades ou necro-
se tecidual. Essas doenças produzem 
uma resposta em que a interleucina 
6 e outras citocinas desencadeiam a 
síntese hepática de várias proteínas 
plasmáticas, inclusive a proteína C 
reativa (PCR) e fibrinogênio. A detec-
ção e monitoração desses reagentes 
de fase aguda podem ter utilidade clí-
nica, sendo dosados, habitualmente, 
em vários contextos clínicos, a Veloci-
dade de Hemossedimentação (VHS), 
a PCR e a Eletroforese de Proteínas 
Séricas (EFPSE). 
VHS
A VHS é medida observando a sedi-
mentação da amostra de sangue an-
ticoagulado durante 1 hora em tubo 
de ensaio. Os valores normais da VHS 
são de 0 a 10mm/h para homens e 
0 a 15mm/h para mulheres, mas o 
limite superior do normal aumenta 
com a idade, obesidade, gestação e 
anemia. 
A VHS é uma medida indireta da 
resposta de fase aguda, pois o fibri-
nogênio e algumas outras proteínas 
de fase aguda (não a PCR) se ligam 
aos eritrócitos, aumentando a veloci-
dade de hemossedimentação. Esse 
é um exame diagnóstico útil quando 
há suspeita clínica de polimialgia reu-
mática ou arterite de células gigantes. 
Também é muito usado para acompa-
nhar a atividade dessas patologias e 
da artrite reumatoide. Como o núme-
ro de patologias associado à resposta 
de fase aguda é grande, as elevações 
da VHS possuem baixa especifici-
dade diagnóstica. Além disso, po-
dem ocorrer aumentos transitórios 
leves e moderados sem outros sinais 
de doença. Porém elevações acentu-
adas (>100 mm/h) são quase sempre 
secundárias a uma doença significa-
tiva. Na maioria dos casos trata-se de 
infecção, vasculites, malignidade ou 
doenças reumatológicas. Por outro 
4LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
lado, a hipofibrinigenemia, microcito-
se, doença falciforme e insuficiência 
cardíaca diminuem a VHS. 
Proteína C reativa
A PCR, produzida pelo fígado, de-
sempenha um papel fisiológico na 
resposta imune inata à infecção e 
provavelmente da depuração de cé-
lulas necrosadas que sofreram apop-
tose. Na resposta de fase aguda, os 
níveis de PCR sobem rapidamente, 
podendo aumentar 1.000 vezes, e 
atingem um pico em 48 horas (medi-
da direta). Quando a resposta de fase 
aguda termina, a PCR diminui, com 
uma meia-vida relativamente curta 
de 18 horas. 
O número de diferentes patologias 
capazes de induzir produção de PCR 
é muito grande, logo, uma PCR ele-
vada não tem especificidade diag-
nóstica. Porém, a elevação da PCR 
denota indício de uma doença infla-
matória da qual haja suspeita clínica, 
como polimialgia reumática ou arteri-
te de células gigantes, na ausência de 
outros achados objetivos. Em termos 
gerais, valores de PCR > 10mg/L são 
considerados indicadores de inflama-
ção clinicamente significativa. 
Apesar de sua aparente natureza 
inflamatória, a esclerodermia, a poli-
miosite e a dermatomiosite, em geral, 
induzem pouca ou nenhuma respos-
ta de PCR. Os níveis de PCR também 
tendem a permanecer baixos no lúpus 
eritematoso sistêmico (LES), salvo se 
houver serosite ou sinovite. 
[box se liga!: Em comparação com a 
PCR, a resposta da VHS é muito mais 
lenta (em dias), tanto no início quanto 
após a resolução da resposta de fase 
aguda. Em outras palavras, a variação 
dinâmica da VHS é menor que a PCR. 
A VHS também é mais influenciável 
que a PCR por outros fatores que não 
a resposta de fase aguda.]
EFPSE
A eletroforese de proteínas séricas 
(EFPSE) é um método simples, que 
permite separar proteínas do plasma 
humano em frações. O exame consis-
te em aplicar a amostra do soro em 
um meio sólido e submetê-la a um 
potencial elétrico. As proteínas per-
correm distâncias diferentes, forman-
do bandas denominadas: albumina, 
alfa-1-globulina, alfa-2-globulina, 
betaglobulina e gamablobulina. 
• Observa-se diminuição da concen-
tração da albumina em situações 
que promovam sua perda, como 
baixa ingesta proteica e elevação 
do catabolismo. 
• As frações alfaglobulinas apresen-
tam níveis aumentados em pro-
cessos inflamatórios e infecciosos. 
• O aumento da betaglobulina é ob-
servado em situações de pertur-
bação do metabolismo lipídico ou 
na anemia ferropriva. 
5LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
• A ausência ou diminuição da ban-
da gama indica imunodeficiências 
congênitas ou adquiridas. O seu 
aumento sugere elevação polici-
clonal das imunoglobulinas asso-
ciado às condições inflamatórias, 
neoplásicas ou infecciosas, além 
da elevação monoclonal obser-
vada no mieloma múltiplo e em 
outras desordens linfoproliferati-
vas, como macroglobulinemia de 
Waldenstrom.
A
α1
α2 β
γ
EFPSE normal
A
α1
α2
β γ
Estado inflamatório
Figura 1. EFPSE em estado normal e estado inflamatório. Fonte: Rosa Neto et. Al. O uso de provas de 
atividade inflamatória em reumatologia. Revista Brasileira de Reumatologia. 2009.
3. SISTEMA 
COMPLEMENTO
O sistema complemento é compos-
to por proteínas séricas e de super-
fície celular que interagem umas com 
as outras e com moléculas do siste-
ma imune para gerar produtos que 
têm a função de eliminar microrga-
nismos. O complemento é um dos 
principais mecanismos efetores da 
imunidade humoral e um importante 
efetor da imunidade inata. Ele é ativa-
do por agentes microbiológicos e por 
anticorpos que estão ligados a micro-
-organismos e outros antígenos. Três 
vias principais participam da ativa-
ção do sistema complemento. A via 
clássica é o principal mecanismo da 
imunidade humoral adaptativa e é 
ativada por certos isotipos de anti-
corpos ligados aos antígenos. Já a via 
alternativa é ativada sobre a superfí-
cie das células microbianas na ausên-
cia de anticorpos. Por fim, a via das 
lecitinas, é ativada por uma lecitina 
plasmática, que se liga aos resíduos 
6LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
de manose presentes nas superfícies 
celulares microbianas. Essas últimas 
duas vias são mecanismos efetores 
da imunidade inata. Independente 
do mecanismo de ativação, a cascata 
de eventos do sistema complemento 
sempre geram os complexos prote-
olíticos C3-convertase e C5-conver-
tase que são essenciais para o des-
fecho final no qual há a formação do 
complexo de ataque a membrana de 
micro-organismos para subsequente 
lise celular. Você pode conferir mais 
detalhes sobre as vias de ativação do 
Sistema Complemento nosso mate-
rial sobre Sistema Imune!
Avaliação clínica do complemento
O estudo clínico do complemento tem 
aplicabilidade nos estados de imu-
nodeficiência em que se suspeita de 
deficiência congênita ou adquirida de 
algum dos componentes do comple-mento e nas enfermidades associa-
das à deposição de imunocomplexos. 
Nessas últimas, a medida do consumo 
do sistema complemento é importan-
te para a monitoração da atividade da 
doença, visto que os imunocomple-
xos depositados fixam C1q e ativam 
a via clássica do complemento. 
Na prática clínica, existem algumas 
medidas de complemento utilizáveis, 
como CH50 e dosagem dos níveis 
de C3 e C4.
CH50
O CH50 é um ensaio funcional da via 
clássica, considerando de C1 a C9, 
que mede a lise dependente de com-
plemento de eritrócitos de carneiro 
usando o soro de paciente como fonte 
de complemento e anticorpos de co-
elho contra os eritrócitos de carneiro. 
As unidades são padronizadas com 
uma fonte conhecida de complemen-
to, que pode variar de um laboratório 
para outro se houver variação entre 
os reagentes padrões. As doenças 
por imunocomplexos podem resultar 
em ativação da via clássica, redução 
dos componentes do complemento e 
queda do CH50. Em geral, uma que-
da no CH50 requer uma diminuição 
de pelo menos 50% de um ou mais 
componentes. Como cada compo-
nente da via clássica tem um papel 
importante nesse ensaio, o CH50 é 
um excelente rastreamento para de-
ficiência na via clássica. O CH50 é 
indetectável quando há deficiência 
completa de quaisquer dos compo-
nentes. Já um CH50 detectável per-
mite descartar deficiência total de 
qualquer componente da via clássica. 
7LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
COMPONENTE SÍNDROME
Componentes da via
- C1q, C4, C2 Síndromes semelhantes ao lúpus
- C3 Infecções piogênicas recorrentes; glomerulonefrite por imunocomplexos
- C5, C6, C7, C8 Infecções recorrentes por Neisseria
Proteínas reguladoras
- Inibidor de C1 Angioedema
Tabela 1. Síndromes clínicas associadas a deficiências de componentes da via clássica da ativação do complemento. 
Fonte: IMBODEN, John B; HELLMANN, David B.; STONE, John H. Current reumatologia: diagnóstico e tratamento. 2. 
ed. São Paulo, SP: McGraw-Hill, 2008.
Níveis de C3
A concentração de C3 é determinada 
por imunoensaio por nefelometria em 
geral. As vias clássica e alternativa 
convergem no C3. A diminuição si-
multânea de C4 e C3 indica ativação 
da via clássica e a depressão de C3 
com C4 normal sugere ativação da 
via alternativa. A deficiência completa 
de C3 é rara e em geral se manifes-
ta na infância como infecções graves 
e recorrentes por micro-organismos 
piogênicos. 
Níveis de C4
A concentração de C4 é medida por 
imunoensaio por nefelometria na 
maioria das vezes. Níveis baixos de 
C4 ou de C4 e C3 costumam indicar 
ativação da via clássica por doença 
de imunocomplexos. 
SE LIGA! É importante considerar que 
em todos esses testes, mesmo que os 
resultados estejam na faixa da normali-
dade, pode estar havendo consumo do 
complemento. Isso porque o organismo 
pode sintetizar complemento em ritmo 
suficiente para manter o pool dentro da 
normalidade.
LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Vasculite
- Vasculite hipocomplementêmica com urticária
- Poliarterite nodosa (sobretudo associada à he-
patite B)
Glomerulonefrite
- Pós-estreptocócica 
- Membranoproliferativa
Crioglobulinemia (dos tipos II e III)
Endocardite bacteriana subaguda
Doença do soro
Tabela 2. Doenças por imunocomplexos associadas 
a hipocomplementenemia. Fonte: IMBODEN, John B; 
HELLMANN, David B.; STONE, John H. Current reuma-
tologia: diagnóstico e tratamento. 2. ed. São Paulo, SP: 
McGraw-Hill, 2008.
8LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
4. CRIOGLOBULINAS
Crioglobulinas são imunoglobulinas 
que precipitam em temperaturas 
abaixo de 37º C e tornam a entrar 
em solução quando reaquecidas. Elas 
estão níveis patológicos quando aci-
ma de 80 µg/ml e podem ocorrer em 
condições neoplásicas, infecciosas 
e autoimunes. As crioglobulinas são 
classificadas em três tipos conforme 
a composição de imunoglobulinas. 
• TIPO I: apresentam apenas um 
componente monoclonal, fre-
quentemente em altas concentra-
ções, em geral, associadas a do-
enças linfoproliferativas. Suas 
manifestações clínicas são rela-
cionadas a hiperviscosidade oca-
sionada pela alta concentração 
dessas crioglobulinas. Os princi-
pais sinais e sintomas incluem ce-
faleia, sonolência, torpor e púpura.
• TIPO II: possuem um componen-
te monoclonal e um componente 
policlonal, e podem estar associa-
das a doenças linfoproliferativas, 
síndrome de Sjogren e hepatite C. 
Clinicamente se manifestam como 
vasculite mediada por imunocom-
plexos com púrpura palpável. 
• TIPO III: possuem apenas com-
ponentes policlonais e estão, ge-
ralmente, associadas a doenças 
autoimunes, como LES e artrite 
reumatoide, ou a processos infec-
ciosos crônicos, inclusive a endo-
cardite bacteriana subaguda. 
TIPO COMPOSIÇÃO
ALTERAÇÕES 
LABORATORIAIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS
DOENÇAS 
ASSOCIADAS
I
Monoclonal (IgG, 
IgM, IgA, cadeia 
leve)
Pico monoclonal, 
hiperviscosidade
Acrocianose, Raynaud, necro-
se (extremidades), síndrome 
de hiperviscosidade
Mieloma, macroglobuli-
nemia, linfoma idiopático
II
Componentes 
mococlonal e 
policlonal
FR, C4, 
transaminases
Nefrite, púrpura, neuropatia, 
artrite, ceratoconjuntivite
Infecção HCV, LLC, ma-
croglobulinemia, síndro-
me de Sjögren, linfoma
II
Apenas compo-
nente policlonal
FR
Vasculite, artralgia, artrite, 
nefrite
Infecções crônicas, doen-
ças autoimunes
Fr: fator reumatoide; HCV: hepatite por vírus C; LLC: leucemia linfocítica crônica
Tabela 3. classificação das crioglobulinas. Fonte: Carvalho MA. Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento. 4ª ed. 
2014.
9LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
A pesquisa de crioglobulinas está 
indicada quando as manifestações 
clínicas forem sugestivas ou se sus-
peitar de enfermidade que habitual-
mente cursa com crioglobulina. É fun-
damental que a coleta do sangue seja 
feita em seringa pré-aquecida a 37º 
C e que todo o processo de coagula-
ção ocorra nessa temperatura. Caso 
contrário, pode ocorrer precipitação 
da crioglobulina e seu aprisionamen-
to no coágulo, resultando em teste 
falso-negativo. 
5. FATOR ANTINUCLEAR
Anticorpos antinúcleo (AAN) ou fator 
antinúcleo (FAN) é a denominação 
dada ao teste de imunofluorescência 
indireta para a pesquisa de autoan-
ticorpos. Porém, esse teste permite 
detectar também anticorpos que rea-
gem com componentes presentes no 
nucléolo, na membrana nuclear, nas 
organelas citoplasmáticas e no apa-
relho mitótico. 
O FAN traz três tipos básicos de in-
formação. A primeira é a presença ou 
a ausência de autoanticorpos. A se-
gunda, de caráter semiquantitativo, 
refere-se à concentração do autoan-
ticorpo no soro. Essa informação é 
traduzida pelo título, que representa a 
mais alta diluição que ainda apresenta 
reação positiva. A terceira informação 
refere-se ao padrão de fluorescência. 
Sua importância reside no fato de que 
o padrão morfológico pode sugerir a 
presença de algumas especificida-
des de autoanticorpos. Dessa forma, 
o padrão de fluorescência modula a 
relevância clínica de um teste FAN e 
sugere as próximas etapas de inves-
tigação laboratorial dos autoanticor-
pos envolvidos. 
Na maior parte dos casos, o padrão 
de fluorescência não define a especi-
ficidade do autoanticorpo. Para essa 
definição são necessários os testes 
de identificação. Entretanto, a infor-
mação dada pelo padrão de fluores-
cência pode fornecer direcionamento 
para o raciocínio clínico e sugerir os 
próximos testes a serem executados. 
Um padrão nuclear homogênio, por 
exemplo, é sugestivo de autoanticor-
pos anti-DNA nativo ou antinucleos-
somo. Esse achado sugere determi-
nado contexto patológico que deve 
ser esclarecido mediante a pesquisa 
específica desses autoanticorpos. O 
mesmo acontece com o padrão nu-
clear pontilhado grosso, sugestivo 
de anticorpos anti-Sm ou anti-RNP. 
Por outro lado, o padrão pontilhado 
fino denso, sugere autoanticorpos 
sem contexto clínico específico, que 
frequentemente estão presentes em 
indivíduos hígidos ou com condições 
não relacionadas à autoimunidade. O 
mesmo acontece com o padrão pon-
tilhado fino simples. Outros, ainda, 
têm seusignificado modulado pelo 
título. Assim, o padrão citoplasmáti-
co pontilhado polar usualmente não 
tem significado clínico quando em 
10LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
baixos títulos, mas pode está asso-
ciado a doenças autoimunes quando 
em altos títulos. 
Figura 2. PADRÃO PONTILHADO HOMOGÊNIO
Figura 3. PADRÃO PONTILHADO GROSSO. 
Fonte: Carvalho MA. Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento. 4ª ed. 2014.
11LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
É importante salientar que os anticor-
pos antinúcleo são encontrados não 
só em condições reumáticas autoimu-
nes, mas também em diversas condi-
ções inflamatórias crônicas, neopla-
sias e mesmo em indivíduos hígidos. 
No LES não tratado e em atividade, a 
pesquisa de FAN é positiva em 99% 
dos pacientes, fato muito importante, 
pois a ausência de anticorpos antinú-
cleo é um forte argumento contra o 
diagnóstico dessa doença.
DOENÇAS REUMATOLÓGICAS
DOENÇAS AUTO-IMUNES 
ESPECÍFICAS DE ÓRGÃOS
OUTRAS
Lupus eritematoso sistêmico Tireoidopatia auto-imune Lupus medicamentoso
Doença mista do tecido 
conjuntivo
Hepatite auto-imune Infecções crônicas
Esclerodermia Cirrose biliar primária Fibrose pulmonar idiopática
Síndrome de Sjögren Colangite auto-imune
Hipertensão pulmonar 
primária
Artrite reumatoide Distúrbios linfoproliferativos
Polimiosite
Dermatomiosite
Lupus discoide
Tabela 4. PATOLOGIAS ASSOCIADAS À DETECÇÃO DE FAN. Fonte: IMBODEN, John B; HELLMANN, David B.; 
STONE, John H. Current reumatologia: diagnóstico e tratamento. 2. ed. São Paulo, SP: McGraw-Hill, 2008.
6. FATOR REUMATÓIDE
A denominação fator reumatoide (FR) 
refere-se aos anticorpos que reco-
nhecem epítopos presentes na fração 
cristalizável (Fc) da molécula de IgG. A 
maioria desses anticorpos é da classe 
IgM, porém são também encontrados 
FR da classe IgG e da classe IgA. Em 
aproximadamente 70 a 80% dos ca-
sos de artrite reumatoide do adulto 
são encontrados FR circulantes. Na 
síndrome de Sjogren, títulos de FR 
também são comumente encontra-
dos. Uma vez que o FR é encontra-
do em frequência variável em grande 
número de outras condições mórbi-
das, sua especificidade e seu valor 
preditivo positivo (VPP) para o diag-
nóstico de artrite reumatoide não são 
elevados. 
12LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
GRUPO DE DOENÇAS ENFERMIDADES ESPECÍFICAS
Doenças virais
Hepatite B ou C, mononucleose, influenza, AIDS, 
pós-vacinação
Doenças autoimunes
Artrite reumatoide, LES, esclerose sistêmica, polimiosite, 
dermatomiosite, síndrome de Sjögren, crioglobulinemia mista, 
cirrose biliar primária, hepatite autoimune, fibrose pulmonar 
idiopática (Harman-Hirsch), doença mista do tecido conjunti-
vo, vasculites
Neoplasias Principalmente após irradiação ou quimioterapia
Infecções bacterianas
Tuberculose, sífilis, hanseníase, Salmonelose, endocardite 
bacteriana subaguda, brucelose, borreliose
Doenças parasitárias Malária, calazar, esquistossomose, filariose, tripanossomíase
Tabela 5. ENFERMIDADE NA QUAL É COMUM A PRESENÇA DO FR. Fonte: IMBODEN, John B; HELLMANN, David 
B.; STONE, John H. Current reumatologia: diagnóstico e tratamento. 2. ed. São Paulo, SP: McGraw-Hill, 2008.
7. ANCA
Os Anticorpos Anticitoplasma de 
Neutrófilos (ANCA) são considerados 
marcadores de vasculites de peque-
nos vasos. Dois padrões principais de 
fluorescência podem ser observados: 
c-ANCA e p-ANCA. Os antígenos 
reconhecidos por esse grupo de an-
ticorpos estão localizados nos grâ-
nulos presentes no citoplasma dos 
neutrófilos. O padrão c-ANCA está 
associado, geralmente, à presença 
de anticorpos antiproteinase 3. Esses 
anticorpos são considerados marca-
dores diagnósticos da granulomato-
se de Wegener, ocorrendo em 80 a 
90% dos casos com doença sistêmica 
em atividade e, em menor frequência, 
naqueles com doença localizada ou 
fora de atividade. O padrão p-ANCA 
está frequentemente associado a an-
ticorpos antimieloperoxidase (MPO). 
Esses anticorpos são encontrados 
em poliangites microscópicas e 
glomerulonefrite rapidamente pro-
gressiva, podendo também ser vistos 
em algumas dermovasculites por fár-
macos, especialmente o propitiouracil. 
8. AUTOANTICORPOS
Anti ds-DNA
Anticorpos anti-DNA nativo são en-
contrados quase exclusivamente em 
pacientes com LES, sendo considera-
dos maçadores dessa doença. Ocor-
rem com maior frequência e em títulos 
mais altos no LES com glomerulone-
frite proliferativa em atividade (nefrite 
lúpica) sem comprometimento renal, 
13LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
e em baixa frequência no LES inativo. 
Portanto, são também considerados 
marcadores de atividade de doença. 
O método mais usado para detectar 
anti ds-DNA é o ELISA. 
Anti-ENA
Os anticorpos contra antígenos nu-
cleares extraíveis (Anti-ENA) são, na 
verdade, antígenos celulares extraí-
veis, e não apenas antígenos nucle-
ares. Inicialmente, a denominação 
se referia apenas aos antígenos Sm 
e RNP. Entretanto, vários outros au-
toantígenos foram posteriormente 
identificados. 
Alguns dos autoanticorpos identi-
ficados pela pesquisa de anti-ENA 
apresentam associação clínica sufi-
cientemente restrita para serem con-
siderados marcadores diagnósticos. 
É o caso dos anticorpos anti-Sm, 
que ocorrem especificamente no LES, 
com frequência de 10 a 15% em in-
divíduos caucasoides e 30 a 40% em 
negros. Da mesma forma, anticorpos 
anti-Jo-1 e anti-Scl-70 têm associa-
ção clínica estreita com polimiosite e 
esclerose sistêmica, respectivamen-
te. Por outro lado, os anticorpos an-
ti-UI-RNP podem aparecer no LES e 
na doença mista do tecido conjuntivo 
(DMTC). 
Anti-RO (SS-A)
Os anticorpos anti-Ro são pouco co-
muns da população normal e em pa-
cientes com doenças reumáticas, com 
exceção da síndrome de Sjogren e 
do LES. Os anticorpos anti-RO es-
tão presentes em 75% dos pacientes 
com síndrome de Sjogren primária, 
mas em apenas 10 a 15% daqueles 
com artrite reumatoide e síndrome de 
Sjogren secundária. No LES, os anti-
corpos anti-RO estão presentes em 
até 50% dos pacientes e associados 
a fotossensibilidade, lúpus cutâneo 
subagudo e pneumopatia intersticial. 
A passagem do anti-RO materno pela 
placenta parece ser importante na fi-
siopatologia do lúpus cutâneo neona-
tal e do bloqueio cardíaco congênito. 
Anti-Histona
Os anticorpos Anti-Histona nos casos 
de lúpus induzido por medicamentos. 
Esses são de caráter temporário e 
desaparecem poucos meses após o 
término do tratamento com medica-
ção indutora. Na prática, sua aplicabi-
lidade clínica é restrita, pois não ajuda 
a diferenciar o lúpus farmacoinduzido 
do LES. Nesse, contexto a história clí-
nica apresenta mais valia. 
14LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
Anti-Centrômero 
Os anticorpos contra proteínas do 
centrômero produzem um padrão ca-
racterístico de coloração em ensaios 
de imunofluorescência direta com cé-
lulas HEp-2 (padrão centromérico). 
Ocorrem na esclerodermia limitada e 
na esclerodermia. São raríssimos em 
outras doenças reumatológicas e em 
pessoas saudáveis. 
Anti-Topoisomerase 
Os anticorpos anti-Scl-70 ou topoi-
somerase I produzem coloração e pa-
drão nucleolar à imunofluorescência 
indireta e podem ser dosados por 
ensaios de imunodifusão, imunoblot 
e ELISA. Ocorrem na esclerodermia 
e são raros em pacientes com outras 
doenças reumáticas sistêmicas e em 
indivíduos saudáveis. 
15LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
Anti ds-DNA
• Obtido por ELISA ou 
IFI
• Útil para diagnóstico e 
acompanhamento de 
LES
Anti-ENA
• Antígenos 
nucleares extraíveis
• Presentes no LES
Anti-Ro
Contra 
ribonucleoproteínas
• Diagnóstico de 
síndrome de Sjögren 
primária
• LES 
Anti-histonas
Proteínas que 
compõem o 
nucleosssomo
LES e LES induzido 
por fármaco
LABORATÓRIO EM 
REUMATOLOGIA
Fator reumatoide 
(FR)
Auto-anticorpos
Nefelometria
IgM contra a porção 
Fc de uma IgG
• Auxilia no 
diagnóstico
• Muito frequente na 
síndrome de Sjögren 
e artrite reumatoide
• Serve para 
estabelecimento de 
prognóstico
Anti-CCP
Auto-anticorpo para 
peptídeos citrulinaddos 
cíclicos
• Obtido por ELISA
• Altamente específico
Transformaçãode ARGININA em 
CITRULINA
Fator antinuclear
FAN
Pesquisa de auto-
anticorpos contra 
antígenos celulares
Imunofluorescência 
indireta em Hep 02
• Nuclear homogêneo
• Nuclear pontilhado 
grosso
• Nuclear pontilhado fino
Anti-centrômero
Contra proteínas 
centroméricas
Esclerose sistêmica
Anti-topoisomerase
Antígeno nucleolar
Esclerose sistêmica 
difusa e pneumopatia 
intersticial
Padrões
Não são exclusivas de 
doenças reumáticas
EFPSE
Eletroforese de 
proteínas séricas
Gel de agarose 
submetido à corrente 
elétrica
Mais sensível para 
inflamação 
Presença de bandas 
de contraste
Alfa 1
Alfa 2
Gama
Albumina
ANCA
Anticorpos anti-
citoplasma de 
neutrófilos
C- ANCA
P-ANCA
Infecção, traumas e 
neoplasias
Reagentes de 
fase aguda
PCR
Proteína C reativa
Produzida pelo fígado
Específica e sensível
Proteína de fase 
aguda direto
Crioglobulinas
Imunoglobulinas 
que se precipitam em 
baixas temperaturas e 
se solubilizam quando 
são reaquecidas
Tipo I
Tipo II
Tipo III
Devem estar 
associadas a sintomas 
clínicos
Resposta ao dano 
tecidual
VHS
Velocidade de 
hemossedimentação
Medida da pilha de 
hemácias precipitada 
em 01 hora
Método inespecífico 
e indireto
Sistema do 
complemento
Participa da 
imunidade inata e 
humoral
Conjunto de mais 
de 30 proteínas 
produzidas pelo fígado 
Diferentes vias 
de ativação 
Via lectina-manose
Via alternativa
Via clássica
16LABORATÓRIO EM REUMATOLOGIA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
CARVALHO MA; LANNA CCD; BERTOLO, MB; FERREIRA, GA. Reumatologia - Diagnóstico 
e Tratamento. 4ª ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014.
IMBODEN, John B; HELLMANN, David B.; STONE, John H. Current reumatologia: diagnósti-
co e tratamento. 2. ed. São Paulo, SP: McGraw-Hill, 2008.
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. H. I. V. Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2015.
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