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Apostila de psiquiatria

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PSIQUIATRIA
APOSTILA
Thaís H. Ambrósio
Medicina
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
1 
 
........................................................................................................................................................................... 2 
 .............................................................................................................................. 4 
 ............................................................................................................................................ 9 
 ........................................................................................................................................ 13 
 .................................................................................................................................................. 16 
 ....................................................................................................................................................... 21 
 ................................................................................................................... 28 
 .......................................................................................................................... 34 
 ......................................................................................................................................................... 41 
 ...................................................................................................................................................... 48 
 ...................................................................................................................................................... 53 
 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
2 
 
 
 
A psiquiatria surgiu na França, sob o ideal de 
liberdade da revolução francesa. Surgiu com base 
unicamente biológica. Philippe Pinel passou a escrever 
até mesmo sobre influências genéticas nos 
transtornos. 
Já a ideia de saúde mental é um termo mais amplo, 
que surge pós 2ª guerra. Transcende as dimensões 
exclusivas da saúde biológica, seguindo os novos 
conceitos propostos pela recém-criada OMS. 
Saúde é a ausência de doença, completo bem-estar 
biopsicossocial. A saúde mental tem um viés mais 
integral do indivíduo. Atualmente são usados como 
sinônimos, mas é importante ter em mente a essas 
diferenças. 
No Brasil, Dom Pedro II, em 1852, cria o hospital 
psiquiátrico brasileiro, um hospício para alienados, no 
RJ. Surge instituições asilares (pessoas ficavam 
reclusas, mornado no local). Com o fim da 2ª guerra, 
também chega ao BR a reforma de assistência 
psiquiátrica, como no Reino Unido, EUA, França e 
Itália. 
Na década de 1970, inicia-se a organização dos 
movimentos que garantiam os direitos da população e 
compromisso do Estado, resultando na construção do 
SUS com a lei orgânica 8080 de setembro de 1990. 
Princípios: universalidade, equidade e integralidade. 
Nos anos de 1980, seguindo as tendências mundicais 
surge o movimento chamado de Reforma Psiquiátrica 
que vai culminar na Lei 10.216 de Julho de 2001. Essa 
mudança pôs fim ao modelo asilar. 
 
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS) 
 
A atual política de saúde mental brasileira é 
resultado da mobilização de usuários, familiares e 
trabalhadores da saúde iniciada na década de 1980 
com o objetivo de mudar a realidade dos manicômios 
onde viviam mais de 100 mil pessoas com transtornos 
mentais. 
Portaria 3088 de julho de 2011 instituiu a RAPS. 
A atenção aos portadores de transtornos mentais 
passa a ter como objetivo o pleno exercício de sua 
cidadania, não somente o controle de sua 
sintomatologia. 
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) propõe um 
novo modelo de atenção à saúde mental, a partir do 
acesso e a promoção de direitos das pessoas, baseado 
na convivência dentro da sociedade. Além de mais 
acessível, a rede ainda tem como objetivo articular 
ações e serviços de saúde em diferentes níveis de 
complexidade. 
 
TIPOS DE SERVIÇOS DAS RAPS 
 
UBS 
Visam o atendimento de usuários com transtornos 
mentais leves e transtornos mentais moderados a 
graves estabilizados e reabilitados. 
 
Consultório de rua 
É uma estratégia instituída pela Política Nacional de 
Atenção Básica, em 2011, e visa ampliar o acesso da 
população em situação de rua aos serviços de saúde, 
ofertando, de maneira mais oportuna, atenção 
integral à saúde para esse grupo populacional, o qual 
se encontra em condições de vulnerabilidade e com 
os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados. 
Chamamos de consultório na rua equipes 
multiprofissionais que desenvolvem ações integrais de 
saúde frente às necessidades dessa população. Eles 
devem realizar suas atividades de forma itinerante e, 
quando necessário, desenvolver ações em parceria 
com as equipes das UBS dos territórios. 
 
Núcleo de apoio à saúde da família (NASFS) 
Foram criados com o objetivo de ampliar a 
abrangência e o escopo das ações da Atenção Básica, 
bem como sua resolutividade. 
Os Nasfs são constituídos por equipes compostas 
por profissionais de diferentes áreas de 
conhecimento, que devem atuar de maneira 
integrada e apoiando os profissionais das equipes de 
Saúde da Família e das equipes de Atenção Básica, 
compartilhando as práticas e saberes em saúde nos 
territórios sob a responsabilidade destas equipes, 
atuando diretamente no apoio matricial às esquipes 
das unidades nas quais o Nasf está vinculado. 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
3 
 
CAPS 
Os CAPS possuem caráter aberto e comunitário, 
dotados de equipes multiprofissionais e 
transdisciplinares, realizando atendimento a usuários 
com transtornos mentais graves e persistentes, a 
pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais em 
geral sem excluir aqueles decorrentes do uso de crack, 
álcool e outras drogas. Ele tem um caráter de 
reabilitação, mesmo com multiprofissionais. A 
portaria n° 3088, de 23 de dezembro de 2011, 
republicada em 21/05 de 2013 sobre os centros de 
Atenção Psicossocial e os organiza nas modalidades 
de: 
- CAPS I: indicado para municípios ou regiões de 
saúde com população acima de 15 mil habitantes. - 
CAPS II: indicado para munícipios ou regiões de saúde 
com população acima de 70 mil habitantes. 
- CAPS III: proporciona serviços de atenção contínua, 
com funcionamento 24h, incluindo feriados, fins de 
semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento 
noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive 
CAPS AD. Indicado para municípios ou regiões de 
saúde com a população acima de 150 mil habitantes. 
- CAPS i: atende crianças e adolescentes que 
apresentam prioritariamente intenso sofrimento 
psíquico decorrente de transtornos mentais graves e 
persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de 
substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que 
impossibilitam estabelecer laços sociais e realizar 
projetos de vida. Indicado para municípios ou regiões 
com população acima de 70 mil habitantes. 
- CAPS AD: atende pessoas de todas as faixas etárias 
que apresentam intenso sofrimento psíquico 
decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. 
Indicado para municípios ou regiões de saúde com 
população acima de 70 mil habitantes. 
- CAPS AD II: Indicado para municípios ou regiões de 
saúde com população acima de 150 mil habitantes. 
Portaria N°3588, de 21/12/2017: 
- CAPS AD IV: com pronto atendimento 24h todos os 
dias da semana.Unidades ambulatoriais especializadas 
Presta-se a “ampliar” o acesso à assistência em 
saúde mental para as pessoas de todas as faixas 
etárias com transtornos mentais mais prevalentes, 
mas de gravidade moderada, como transtornos de 
humor, dependência química e transtornos de 
ansiedade”, atendendo necessidades de 
complexidade intermediária entre Atenção Básica e os 
CAPS. 
 
Unidades de referência especializada em Hospital 
Geral 
No hospital geral, o processo de integração e 
interação mútua entre a psiquiatria e outras 
especialidades foi gradual e realizado de 3 maneiras: 
- Deslocamento de pacientes psiquiátricos para 
enfermarias de psiquiatria 
- Realização de interconsultas 
- Maior participação dos psiquiatras em comissões 
hospitalares. 
 
Assistência Hospitalar especializada em Psiquiatria 
Hospitais psiquiátricos que atendem ao modelo não 
asilar de internação respeitando os princípios da lei 
10.216 de abril de 2011. 
 
ESTRATÉGIAS DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO 
Serviços de residências terapêuticas (SRTs) criadas 
para acolher preferencialmente egressos de 
internações prolongadas, mas se abrem para pessoas 
com necessidades deste tipo de acolhimento, como 
por exemplo, pacientes com transtornos mentais 
graves, moradores em situação de rua, egressos de 
unidades prisionais comuns. 
Os pacientes moradores dos SRTs devem ser 
tratados e acompanhados por profissionais dos 
Serviços comunitários da RAPS (Ambulatórios, CAPs). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
4 
 
 
O TDAH uma condição que assim como diversos 
outros transtornos psiquiátricos, teve seu 
entendimento refinado e desenvolvido ao longo dos 
anos. 
Antes era visto como uma condição hipercinética da 
infância. Já hoje vemos que é uma condição do 
neurodesenvolvimento que pode persistir ao longa da 
vida e que tem critérios diagnóstico bem 
estabelecidos. 
Os transtornos do neurodesenvolvimento são um 
grupo de condições com início no período do 
desenvolvimento. 
Os transtornos tipicamente se manifestam cedo no 
desenvolvimento, em geral antes de a criança 
ingressar na escola, sendo caracterizados por déficits 
no desenvolvimento que acarretam prejuízos no 
funcionamento pessoal, social, acadêmico ou 
profissional. 
Os déficits de desenvolvimento variam desde 
limitações muito específicas na aprendizagem ou no 
controle de funções executivas até prejuízos globais 
em habilidades sociais ou inteligência. 
 
 
TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO 
- Deficiência intelectuais 
- Transtornos da comunicação 
- Transtorno do Espectro Autista 
- Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade 
 -Transtorno Específico da Aprendizagem 
- Transtornos motores 
 
Considerações Gerais 
- É um transtorno do neurodesenvolvimento 
- Desatenção, hiperatividade e impulsividade 
- Afeta aproximadamente 5% das crianças menores 
de 18 anos. 
- Funcionamento neuropsicossocial alterado e 
correlação neurobiológica. 
 
O Que Precisamos Saber Sobre TDAH? 
- É comum 
- Pode ser grave 
- Pode persistir 
- É estigmatizando – principalmente quando tem 
muita impulsividade 
- É tratável 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
Prevalência 
- Média no mundo: 5,29% para crianças e 
adolescentes, e 2,5% para adultos (19-45 anos) 
- 15% das crianças persistem com critérios 
completos na vida adulta 
- 40-60% das crianças entram em remissão parcial na 
vida adulta 
- Sexo masculino > sexo feminino→ é mais comum 
os meninos mais agitados e as meninas mais 
desatentas. 
 
Etiologia e fatores de risco 
- Forte componente genético: herdabilidade de 70-
80% 
- Fatores ambientais perinatais: prematuridade + 
exposição intrauterina ao tabaco + baixo peso ao 
nascer 
- Déficits neurobiológicos 
 
Uma série de agentes causais, tanto genéticos como 
ambientais, podem contribuir para o desenvolvimento 
do TDAH. Entretanto, cada fator de risco individual 
explica apenas uma pequena proporção do risco de 
desenvolvimento do transtorno. Nenhum dos fatores 
identificados é necessário para o desenvolvimento do 
TDAH, eles não são específicos e estão relacionados 
com outros transtornos mentais e anormalidades de 
neurodesenvolvimento. 
 
Neurobiologia 
- Disfunção frontal-estriatal 
 . Mediado por GABA e catecolaminas 
- Desregulação catecolaminérgica (dopamina e 
noradrenalina) 
- Atraso na maturação cortical (córtex pré-frontal) 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
5 
 
 
 
Alteração Pré-Frontal 
Essas regiões não estão ativadas efetivamente por 
noradrenalina e dopamina, de modo que cause uma 
agitação. 
 
Através de noradrenalina e dopamina temos uma 
ativação correta de comportamento. Com ativação 
pré-frontal reduzida, temos TDAH. 
 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
 
Hiperatividade 
A hiperatividade é caracterizada por: 
- Atividade física excessiva 
- Sentimentos de impaciência, tornando os pacientes 
incapazes de se manterem quietos, mesmo em 
situações em que se espera tal comportamento. 
- Atividade motora sem propósito, isto é, a atividade 
não tem um objetivo e afeta o ambiente de forma 
negativa (frequentemente permanece em pé e 
caminhando sem propósito quando se deveria estar 
sentado, ou movimentando as mãos e manipulando 
pequenos objetos quando se deveria estar imóvel). 
- Inquietação frequente ou o ato de se contorcer em 
seu assento. 
- Incapacidade de brincar calmamente. 
- Falar demais, correr em voltas ou escalar algo, 
quando isto é inapropriado. 
 
Desatenção 
A desatenção se refere a um padrão 
comportamental em que o indivíduo tem dificuldade 
em iniciar, continuar exercendo e completar uma 
tarefa. 
Os pais podem hesitar em aceitar um diagnóstico de 
TDAH baseando-se na percepção de que a criança é 
capaz de focar quando desempenham atividade 
específicas como jogar videogame, assistir televisão 
ou em determinadas situações. Vale ressaltar que a 
motivação, a relevância e a atratividade de uma tarefa 
para a criança, além do ambiente, influenciam 
amplamente à manifestação dos sintomas. É um 
sintoma que as vezes os professores percebem ou os 
pais na hora de fazer o dever. Muitas vezes a criança 
relata que ela não consegue prestar atenção. 
 
Impulsividade 
A impulsividade se refere à dificuldade em retardar 
uma ação ou resposta, mesmo quando é sabido que 
tal ação trará consequências negativas. 
A impulsividade é associada a necessidade de 
gratificação imediata, mesmo quando o adiamento 
levaria a melhores resultados. Comportamentos 
impulsivos manifestam-se em dificuldades em 
aguardar “sua vez de falar”, em jogos e brincadeiras 
ou ao atravessar a rua. 
Também podem manifestar-se como uma tendência 
em agir sem pensar. Por exemplo, dando respostas 
imediatas, independentemente de sua precisão, ou 
em respostas a não relacionadas à questão, ou deixar 
respostas escapar antes da questão ser finalizada. 
 
- A hiperatividade é muito mais comum na infância. 
- Tendo agitação na infância é comum com ou não 
TDAH. 
- Essa hiperatividade ao longo da vida vai diminuindo 
e exacerbando a impulsividade e déficit de atenção. 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
6 
 
Diagnóstico 
 
DSM-5 
A. Um padrão persistente de desatenção e/ou 
hiperatividade-impulsividade que interfere no 
funcionamento e no desenvolvimento, conforme 
caracterizado por (1) e/ou (2): 
1. Desatenção: Seis (oumais) dos seguintes sintomas 
persistem por pelo menos seis meses em um grau que 
é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm 
impacto negativo diretamente nas atividades sociais e 
acadêmicas/profissionais: 
OBS: Os sintomas não são apenas uma manifestação 
de comportamento opositor, desafio, hostilidade ou 
dificuldade para compreender tarefas ou instruções. 
Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou 
mais), pelo menos cinco sintomas são necessários. 
a. Frequentemente não presta atenção em detalhes 
ou comete erros por descuido em tarefas escolares, 
no trabalho ou durante outras atividades (p. ex., 
negligência ou deixa passar detalhes, o trabalho é 
impreciso). 
b. Frequentemente tem dificuldade de manter a 
atenção em tarefas ou atividades lúdicas (p. ex., 
dificuldade de manter o foco durante aulas, conversas 
ou leituras prolongadas). 
c. Frequentemente parece não escutar quando 
alguém lhe dirige a palavra diretamente (p. ex., 
parece estar com a cabeça longe, mesmo na ausência 
de qualquer distração óbvia). 
d. Frequentemente não segue instruções até o fim e 
não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou 
deveres no local de trabalho (p. ex., começa as 
tarefas, mas rapidamente perde o foco e facilmente 
perde o rumo). 
e. Frequentemente tem dificuldade para organizar 
tarefas e atividades (p. ex., dificuldade em gerenciar 
tarefas sequenciais; dificuldade em manter materiais 
e objetos pessoais em ordem; trabalho desorganizado 
e desleixado; mau gerenciamento do tempo; 
dificuldade em cumprir prazos). 
f. Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se 
envolver em tarefas que exijam esforço mental 
prolongado (p. ex., trabalhos escolares ou lições de 
casa; para adolescentes mais velhos e adultos, 
preparo de relatórios, preenchimento de formulários, 
revisão de trabalhos longos). 
g. Frequentemente perde coisas necessárias para 
tarefas ou atividades (p. ex., materiais escolares, lápis, 
livros, instrumentos, carteiras, chaves, documentos, 
óculos, celular). 
h. Com frequência é facilmente distraído por 
estímulos externos (para adolescentes mais velhos e 
adultos, pode incluir pensamentos não relacionados). 
i. Com frequência é esquecido em relação a 
atividades cotidianas (p. ex., realizar tarefas, 
obrigações; para adolescentes mais velhos e adultos, 
retornar ligações, pagar contas, manter horários 
agendados). 
2. Hiperatividade e impulsividade: Seis (ou mais) dos 
seguintes sintomas persistem por pelo menos seis 
meses em um grau que é inconsistente com o nível do 
desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente 
nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais: 
OBS: Os sintomas não são apenas uma manifestação 
de comportamento opositor, desafio, hostilidade ou 
dificuldade para compreender tarefas ou instruções. 
Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou 
mais), pelo menos cinco sintomas são necessários. 
a. Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os 
pés ou se contorce na cadeira. 
b. Frequentemente se levanta da cadeira em 
situações em que se espera que permaneça sentado 
(p. ex., sai do seu lugar em sala de aula, no escritório 
ou em outro local de trabalho ou em outras situações 
que exijam que se permaneça em um mesmo lugar). 
c. Frequentemente corre ou sobe nas coisas em 
situações em que isso é inapropriado. (OBS: Em 
adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações 
de inquietude.) 
d. Com frequência é incapaz de brincar ou se 
envolver em atividades de lazer calmamente. 
e. Com frequência “não para”, agindo como se 
estivesse “com o motor ligado” (p. ex., não consegue 
ou se sente desconfortável em ficar parado por muito 
tempo, como em restaurantes, reuniões; outros 
podem ver o indivíduo como inquieto ou difícil de 
acompanhar). 
f. Frequentemente fala demais. 
g. Frequentemente deixa escapar uma resposta 
antes que a pergunta tenha sido concluída (p. ex., 
termina frases dos outros, não consegue aguardar a 
vez de falar). 
h. Frequentemente tem dificuldade para esperar a 
sua vez (p. ex., aguardar em uma fila). 
i. Frequentemente interrompe ou se intromete (p. 
ex., mete-se nas conversas, jogos ou atividades; pode 
começar a usar as coisas de outras pessoas sem pedir 
ou receber permissão; para adolescentes e adultos, 
pode intrometer-se em ou assumir o controle sobre o 
que outros estão fazendo). 
B. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade 
/ impulsividade estavam presentes antes dos 12 anos 
de idade. 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
7 
 
C. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade 
/ impulsividade estão presentes em dois ou mais 
ambientes (p. ex., em casa, na escola, no trabalho; 
com amigos ou parentes; em outras atividades). 
D. Há evidências claras de que os sintomas 
interferem no funcionamento social, acadêmico ou 
profissional ou de que reduzem sua qualidade. 
E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante 
o curso de esquizofrenia ou outro transtorno psicótico 
e não são mais bem explicados por outro transtorno 
mental (p. ex., transtorno do humor, transtorno de 
ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno da 
personalidade, intoxicação ou abstinência de 
substância). 
 
Determinar o subtipo: 
314.01 (F90.2) Apresentação Combinada 
Se tanto o Critério A1 (desatenção) quanto o Critério 
A2 (hiperatividade-impulsividade) são preenchidos 
nos últimos 6 meses. 
(F90.0) Apresentação Predominantemente 
Desatenta 
Se o Critério A1 (desatenção) é preenchido, mas o 
Critério A2 (hiperatividade-impulsividade) não é 
preenchido nos últimos 6 meses. 
(F90.1) Apresentação Predominantemente 
Hiperativa/Impulsiva 
Se o Critério A2 (hiperatividadeimpulsividade) é 
preenchido, e o Critério A1 (desatenção) não é 
preenchido nos últimos 6 meses. 
 
Especificar se: 
Em Remissão Parcial 
Quando todos os critérios foram preenchidos no 
passado, nem todos os critérios foram preenchidos 
nos últimos 6 meses, e os sintomas ainda resultam em 
prejuízo no funcionamento social, acadêmico ou 
profissional. 
 
Especificar a gravidade atual: 
Leve 
Poucos sintomas, se algum, estão presentes além 
daqueles necessários para fazer o diagnóstico, e os 
sintomas resultam em não mais do que pequenos 
prejuízos no funcionamento social ou profissional. 
Moderada 
Sintomas ou prejuízo funcional entre “leve” e 
“grave” estão presentes. 
Grave 
Muitos sintomas além daqueles necessários para 
fazer o diagnóstico estão presentes, ou vários 
sintomas particularmente graves estão presentes, ou 
os sintomas podem resultar em prejuízo acentuado no 
funcionamento social ou profissional. 
 
Resumindo os critérios 
- Presença de 6 critérios de desatenção e/ou 
- Presença de Hiperatividade e Impulsividade 
- Vários sintomas estavam presentes antes dos 12 
anos de idade. 
- Vários sintomas presentes em 2 ou mais 
ambientes. 
 
Avaliação Clínica 
- Informação de pelo menos 2 contextos (como 
cuidador e professores que são muito importantes, 
fornecendo o relatório escolar→ maior contato com o 
paciente). 
- Avaliação médica/psiquiátrica 
- Avaliar comorbidades→ tem muita chance de 
cursar com comorbidade psiquiátricas 
- Testes adicionais não são necessários, mas podem 
ajudar (escalas e avaliação neuropsicológica). 
 
Essa SNAP-IV é a mais usada, com critérios do DSM. 
 
Diagnóstico Diferencial 
- Hiperatividade situacional (mudança 
comportamental devido a estressores) 
- Transtornos disruptivos e de conduta (TOD/TC) 
- Transtorno de humor 
- Tique, coreia, discinesias 
- Abuso de substâncias (abstinência) 
- TEA 
- Deficiência intelectual 
 
Possíveis Consequências Quando Não Tratado 
- Menor desempenho acadêmico (abaixo do 
esperadoe abaixo do potencial da própria pessoa) → 
problema na ATENÇÃO e não na CAPACIDADE 
COGNITIVA 
- Problemas matrimoniais e divórcio 
- Dificuldades em lidar com a prole (organizar a vida 
de seus filhos além da sua) 
- Menor performance no trabalho 
- Desemprego 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
8 
 
- Acidentes de trânsito 
- Outros transtornos psiquiátricos (ansiedade, 
depressão e uso de substâncias pela sensação de 
incapacidade e frustração) 
 
Indivíduos afetados pelo TDAH e suas famílias 
comumente interpretam erroneamente os sintomas 
como “parte de sua personalidade” ou seu “jeito de 
ser”. 
Nestas circunstâncias, os pais tendem a não buscar 
atendimento médico a menos que o comportamento 
esteja associado a prejuízo funcional notado por 
outros, como insucesso escolar; neste caso, os 
professores são os que sugerem aos pais para que 
procurem tratamento. 
 
Comorbidades 
O TDAH pode andar sozinho, mas pode andar com 
muitas outras afecções. O principal é o transtorno 
opositor desafiante, ansiedade, transtorno de 
conduta, depressão, enurese, transtorno bipolar etc 
 
Tratamento 
Objetivos 
- Reduzir sintomas 
- Melhorar desempenho escolar 
- Reduzir problemas na escola e na família 
 
O Que Funciona? 
O tratamento baseado em evidências para TDAH 
- Melhor evidência para medicações estimulantes 
- Tratamento comportamentais também são 
efetivos em casos leves e moderados 
- Psicoeducação para pais e escola 
 
Treinamento Para Pais 
Os pais podem ser treinados construtivamente a 
lidar com o comportamento de seus filhos ao 
ensinálos como reforçar comportamentos desejáveis 
e extinguir o mau comportamento. 
Por exemplo, como estabelecer e transmitir regras 
sensatas, apropriadas e viáveis e o que fazer quando a 
criança adere às regras ou as quebra. 
A força de evidência para o treinamento 
comportamental dos pais como uma intervenção de 
primeira linha para um melhor comportamento entre 
os pré-escolares com risco para o TDAH é alto, 
enquanto a força de evidência para o metilfenidato é 
baixa. 
 
 
 
 
Psicoestimulantes 
Medicações derivadas do Metilfenidato (Ritalina) e 
Anfetaminas (Lisdexanfetamina). 
Elas ajudam a disponibilizar maior quantidade de 
dopamina e noradrenalina em regiões de pré-frontal. 
Eficácia e segurança bem estabelecidas. 
- Resposta clínica em 70% 
- Efeitos colaterais comuns: náusea, perda de peso, 
insônia. 
- Efeitos colaterais mais graves: tique, sintomas 
psicóticos, aumento de PA, retardo de crescimento. 
 
Ficar atento, pois pode potencializar e causar 
sintomas psicóticos! Observar o histórico do paciente 
O alvo principal são os receptores de D2. 
 
 
Outras Medicações (Não-Estimulantes) 
- Atomoxetina 
- Clonidina 
- Imipramina 
Os não-estimulantes são menos efetivos e tem mais 
efeitos colaterais – tentar apenas quando os 
estimulantes não estiverem disponíveis, não forem 
tolerados ou não apropriados. 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
9 
 
 
 
 
CID-10 
- Amnésia dissociativa 
- Fuga dissociativa 
- Estupor dissociativo 
- Transtornos de transe e possessão 
- Transtornos motores dissociativos 
- Convulsões dissociativas 
- Anestesia e perda sensorial dissociativas 
- Transtornos dissociativos (ou conversivos) mistos 
- Outros transtornos dissociativos 
 
Desenvolvimento do conceito 
O termo histeria deriva do grego Hystera e significa 
matriz, útero. Já era utilizado por Hipócrates na Grécia 
Antiga para designar algumas alterações do 
comportamento. 
Na Idade Média estas alterações eram entendidas 
como manifestações de possessão demoníaca. No 
século XVIII os estudos da histeria são retomados. 
Breuer e Freud em os “Estudos sobre a Histeria” 
(1893-1985) se dedicam aos casos de histeria de 
conversão como mecanismos de defesa do Ego. 
Janet (1920) faz a primeira descrição de dissociação, 
que sugere a separação de conteúdos mentais, uma 
patologia da síntese pessoal e considerando os 
traumas psicológicos como causa principal de 
dissociação. 
Após a segunda guerra mundial as neuroses de 
Guerra trazem de volta o valor dos traumas na síntese 
dos sintomas dissociativos. 
O termo histeria foi muito associado a psicanálise e 
caiu em desuso na medicina pela conotação negativa 
que adquiriu. 
Ao longo do tempo, os transtornos conversivos e 
dissociativos receberam diferentes terminologias bem 
como entendimentos pelos sistemas de classificação 
diversos o que resultou em muita confusão, tanto na 
pesquisa como na prática clínica. 
 
 
Tipos 
- Transtorno de despersonalização/desrealização 
- Amnésia dissociativa - Transtorno dissociativo de 
identidade 
- Outro transtorno dissociativo especificado: 
 . Perturbação da identidade devido a persuasão 
coercitiva prolongada e intensa. 
 . Síndromes crônicas e recorrentes de sintomas 
dissociativos mistos. 
 . Reações dissociativas agudas e eventos 
estressantes 
 . Transe dissociativo. 
 
Os transtornos dissociativos compreendem perda 
parcial ou completa da integração normal entre 
memórias, identidade, emoção, percepção, 
representação corporal, controle motor e 
comportamento. 
 
Sintomas 
- Intrusões espontâneas na consciência e no 
comportamento acompanhadas por perdas de 
continuidade da experiência subjetiva; ou 
- Incapacidade de acessas informações e de 
controlar funções mentais que normalmente são de 
fácil acesso. 
 
Dissociação como módulos mentais 
semindependentes 
Seria a coexistência de sistemas mentais separados 
que deveriam estar integrados na consciência, na 
memória ou identidade. 
Transtornos de personalidades múltiplas, estados de 
transe, flashbacks de memórias traumáticas. 
 
Dissociação como perda de conexão entre o 
indivíduo e o ambiente 
Desrealização como mecanismo de defesa 
inconsciente e despersonalização 
 
Dissociação como mecanismo de defesa 
inconsciente 
Amnésia dissociativa, la belle indiference, fuga 
dissociativa 
 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
10 
 
 DISSOCIAÇÃO E TRAUMA 
Há uma importante associação entre dissociação e 
trauma. 
Havendo cada vez mais evidencias de que a 
dissociação pode ocorrer como uma defesa durante o 
trauma. 
Crianças expostas a traumas múltiplos tem risco 
aumentado para apresentar mecanismos de defesa. 
Os pacientes com transtornos dissociativos com RDI 
tem forte associação a história de abuso na infância. 
 
TRANSTORNO DE DESPERSONALIZAÇÃO/ 
DESREALIZAÇÃO 
Frequentemente transitória, tem resolução 
espontânea. 
Os casos recorrentes ou persistentes podem ser 
utilizados tratamentos não farmacológicos como 
Terapia Cognitivo comportamental, terapia 
comportamental, auto hipnose, psicoeduação. 
Todos os agentes farmacológicos foram utilizados 
com resultados moderados. 
 
Critérios 
A. Presença de experiências persistentes ou 
recorrentes de despersonalização, desrealização ou 
ambas: 
1. Despersonalização: Experiências de irrealidade, 
distanciamento ou de ser um observador externo dos 
próprios pensamentos, sentimentos, sensações, corpo 
ou ações (p. ex., alterações da percepção, senso 
distorcido do tempo, sensação de irrealidade ou senso 
de si mesmo irreal ou ausente, anestesia emocional 
e/ou física). 
2. Desrealização: Experiências de irrealidade ou 
distanciamento em relação ao ambiente ao redor (p. 
ex., indivíduos ou objetos são vivenciados como 
irreais, oníricos,nebulosos, inertes ou visualmente 
distorcidos). 
B. Durante as experiências de despersonalização ou 
desrealização, o teste de realidade permanece 
intacto. 
C. Os sintomas causam sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida 
do indivíduo. 
D. A perturbação não é atribuível aos efeitos 
fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, 
medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., 
convulsões). 
E. A perturbação não é mais bem explicada por 
outro transtorno mental, como esquizofrenia, 
transtorno de pânico, transtorno depressivo maior, 
transtorno de estresse agudo, transtorno de estresse 
pós-traumático ou outro transtorno dissociativo. 
 
AMNÉSIA DISSOCIATIVA 
A. Incapacidade de recordar informações 
autobiográficas importantes, geralmente de natureza 
traumática ou estressante, incompatível com o 
esquecimento normal. 
OBS: A amnésia dissociativa consiste mais 
frequentemente em amnésia localizada ou seletiva de 
um evento ou eventos específicos ou amnésia 
generalizada da identidade e da história de vida. 
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes do 
funcionamento. 
C. A perturbação não é atribuível aos efeitos 
fisiológicos de uma substância (p. ex., álcool ou outra 
droga de abuso, um medicamento) ou a uma condição 
neurológica ou médica (p. ex., convulsões complexas 
parciais, amnésia global transitória, sequelas de 
traumatismo craniano/lesão cerebral traumática, 
outra condição neurológica). 
D. A perturbação não é mais bem explicada por 
transtorno dissociativo de identidade, transtorno de 
estresse póstraumático, transtorno de estresse agudo, 
transtorno de sintomas somáticos ou transtorno 
neurocognitivo maior ou menor. 
 
Nota para codificação: O código para amnésia 
dissociativa sem fuga dissociativa é 300.12 (F44.0). O 
código para amnésia com fuga dissociativa é 300.13 
(F44.1). 
Especificar se: 
300.13 (F44.1) Com fuga dissociativa: Viagem 
aparentemente proposital ou perambulação sem 
rumo associada a amnésia de identidade ou de outras 
informações autobiográficas importantes. Na amnésia 
temos a incapacidade de recordar alguma informação 
importante, levando algum prejuízo. 
*Fuga dissociativa: paciente viaja, sai sem rumo e 
nem sabe explicar como chegou lá. 
 
Tratamento 
Tratamento com psicoterapia, terapia cognitivo 
comportamental, hipnose, terapia em grupo. 
Não há farmacoterapia conhecida além das 
entrevistas facilitadas por fármacos, como Diazepam, 
Amobarbital. 
 
 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
11 
 
TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE 
A. Ruptura da identidade caracterizada pela 
presença de dois ou mais estados de personalidade 
distintos, descrita em algumas culturas como uma 
experiência de possessão. A ruptura na identidade 
envolve descontinuidade acentuada no senso de si 
mesmo e de domínio das próprias ações, 
acompanhada por alterações relacionadas no afeto, 
no comportamento, na consciência, na memória, na 
percepção, na cognição e/ou no funcionamento 
sensóriomotor. Esses sinais e sintomas podem ser 
observados por outros ou relatados pelo indivíduo. 
B. Lacunas recorrentes na recordação de eventos 
cotidianos, informações pessoais importantes e/ou 
eventos traumáticos que são incompatíveis com o 
esquecimento comum. 
C. Os sintomas causam sofrimento clinicamente 
significativo e prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida 
do indivíduo. 
D. A perturbação não é parte normal de uma prática 
religiosa ou cultural amplamente aceita. 
OBS: Em crianças, os sintomas não são mais bem 
explicados por amigos imaginários ou outros jogos de 
fantasia. 
E. Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos 
fisiológicos de uma substância (p. ex., apagões ou 
comportamento caótico durante intoxicação 
alcóolica) ou a outra condição médica (p. ex., 
convulsões parciais complexas). 
 
Como no caso do filme “Fragmentado”. - A pessoa 
pode ter ou não ciência de que tem mais de uma 
personalidade. 
Ela pode ter ciência só porque as pessoas dizem que 
tem hora que ela está de um jeito e hora de outro → 
Exemplo: hora diz ser a Patrícia, hora diz ser a Júlia. 
 
Tratamento 
 Tratamento com psicoterapia, terapia cognitivo 
comportamental, hipnose, terapia familiar. 
Tratamento farmacológico não tem muita evidência. 
- ISRS, Antidepressivos Tricíclicos, benzodiazepínicos, 
clonidina. 
 
Outros TRANSTORNO Dissociativo Especificado 
Esta categoria aplica-se a apresentações em que 
sintomas característicos de um transtorno dissociativo 
que causam sofrimento clinicamente significativo ou 
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em 
outras áreas importantes da vida do indivíduo 
predominam, mas não satisfazem todos os critérios 
para qualquer transtorno na classe diagnóstica dos 
transtornos dissociativos. 
A categoria outro transtorno dissociativo 
especificado é usada nas situações em que o clínico 
opta por comunicar a razão específica pela qual a 
apresentação não satisfaz os critérios para qualquer 
transtorno dissociativo específico. Isso é feito por 
meio do registro de “outro transtorno dissociativo 
especificado”, seguido pela razão específica (p. ex., 
“transe dissociativo”). 
 
Exemplos de apresentações que podem ser 
especificadas usando a designação “outro transtorno 
dissociativo especificado” incluem os seguintes: 
1. Síndromes crônicas e recorrentes de sintomas 
dissociativos mistos: Esta categoria inclui perturbação 
da identidade associada a alterações brandas no 
senso de si mesmo e no senso de domínio das 
próprias ações ou alterações da identidade ou 
episódios de possessão em um indivíduo que relata 
não ter amnésia dissociativa. 
2. Perturbação da identidade devido a persuasão 
coercitiva prolongada e intensa: Indivíduos sujeitos a 
persuasão coercitiva intensa (p. ex., lavagem cerebral, 
reforma de pensamentos, doutrinação em cativeiro, 
tortura, prisão política prolongada, recrutamento por 
seitas/cultos ou organizações terroristas) podem 
apresentar mudanças prolongadas na, ou 
questionamento consciente da, própria identidade. 
3. Reações dissociativas agudas a eventos 
estressantes: Esta categoria inclui condições 
transitórias agudas que geralmente duram menos de 
um mês e às vezes apenas poucas horas ou dias. Essas 
condições são caracterizadas por estreitamento da 
consciência; despersonalização; desrealização; 
perturbações da percepção (p. ex., lentificação do 
tempo, macropsia); microamnésias; estupor 
transitório; e/ou alterações no funcionamento 
sensório-motor (p. ex., analgesia, paralisia). 
4. Transe dissociativo: Esta condição é caracterizada 
por estreitamento ou perda completa da consciência 
do ambiente que se manifesta como ausência 
profunda de responsividade ou insensibilidade a 
estímulos ambientais. A ausência de responsividade 
pode estar acompanhada por comportamentos 
estereotipados menores (p. ex., movimentos dos 
dedos) que o indivíduo não percebe e/ou não 
consegue controlar, bem como paralisia transitória ou 
perda da consciência. O transe dissociativo não é 
parte habitual de práticas culturais ou religiosas 
coletivas amplamente aceitas. 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
12 
 
 
Os aspectos fundamentais do transtorno são os 
sintomas ou déficits produzidos NÃO 
intencionalmente que afetam a função motora ou 
sensorial. 
Os transtornos conversivossão inerentemente 
dissociativos, já que envolvem a exclusão de 
conteúdos mentais do controle e da consciência do 
indivíduo. Por isso em alguns locais são tratados como 
um módulo único. 
Alguns sintomas conversivos, que não preenchem 
critérios para o diagnóstico, podem ocorrer em até 
1/3 da população ao longo da vida. 
Corresponde a 5-15% das consultas em emergências 
psiquiátricas. 
 
Homem X Mulher: 1 x 2-10 
 
Etiologia 
- Teoria psicanalista (repressão de um conflito 
intrapsíquico inconsciente, convertido em um sintoma 
físico) 
- Modelo de aprendizado 
O início e o término dos estados conversivos 
costumam ser súbitos e tendem a remitir em horas, 
dias ou semanas, particularmente se o início estiver 
associado à situação estressora. 
O fato de o diagnóstico dos quadros conversivos 
basear-se primariamente na exclusão de afecção 
orgânica torna bastante complexa a tarefa do médico. 
No entanto, alguns dados da história do paciente, 
bem como particularidades dos exames físico e 
neurológico, podem auxiliar o avaliador nessa tarefa. 
A anamnese do paciente deve explorar se o sintoma 
exibido tem origem psicogênica, apresentando 
estreita relação temporal com eventos traumáticos, 
problemas insolúveis ou intoleráveis ou relações 
pessoais deterioradas de forma grave. 
 
Diagnóstico Diferencial 
Epilepsia, afecções que cursam com lesões 
neurológicas (como Esclerose Múltipla, Coreia de 
Huntington em estágio inicial, tumores em SNC), 
ataques de pânico e até mesmo simulação. 
 
Transtorno Conversivo (Transtorno De Sintomas 
Neurológicos Funcionais) 
A. Um ou mais sintomas de função motora ou 
sensorial alterada. 
B. Achados físicos evidenciam incompatibilidade 
entre o sintoma e as condições médicas ou 
neurológicas encontradas. 
C. O sintoma ou déficit não é mais bem explicado 
por outro transtorno mental ou médico. 
D. O sintoma ou déficit causa sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo ou requer avaliação 
médica. 
Nota para codificação: O código da CID-9- MC para 
transtorno conversivo é 300.11, o qual é atribuído 
independentemente do tipo de sintoma. O código da 
CID-10-MC depende do tipo de sintoma (ver a seguir). 
 
Especificar o tipo de sintoma: 
- (F44.4) Com fraqueza ou paralisia 
- (F44.4) Com movimento anormal (p. ex., tremor, 
movimento distônico, mioclonia, distúrbio da marcha) 
- (F44.4) Com sintomas de deglutição 
- (F.44.4) Com sintoma de fala (p. ex., disfonia, fala 
arrastada) 
- (F.44.5) Com ataques ou convulsões 
- (F.44.6) Com anestesia ou perda sensorial 
- (F.44.6) Com sintoma sensorial especial (p. ex., 
perturbação visual, olfatória ou auditiva) 
- (F44.7) Com sintomas mistos 
 
Especificar se: 
- Episódio agudo: Sintomas presentes há menos de 
seis meses. 
- Persistente: Sintomas ocorrendo há seis meses ou 
mais. 
 
Especificar se: 
- Com estressor psicológico (especificar estressor) 
- Sem estressor psicológico 
Paciente tem alterações que não são bem explicadas 
pela anatomia, como paciente tem um déficit motor, 
mas no exame físico está tudo normal. 
Esses quadros agudos são muito compatíveis pós 
quadro traumáticos. Deve-se analisar isso. Com uma 
anamnese muito bem-feita. 
 
Anamnese (Histórias médica e psiquiátrica 
detalhadas) 
- Quadros agudos apresentam relação com eventos 
traumáticos. 
- Presença de sintomas depressivos e ansiosos. 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
13 
 
Depois... 
Exame Físico E Exame Neurológico 
Inconsistência com os exames físicos e neurológicos. 
Os sintomas refletem o conceito que o paciente tem 
da doença, divergem de princípios anatômicos e 
fisiológicos. 
 
Depois... 
Exame Psíquico 
- Alterações da memória, psicomotricidade, volição. 
- Dissociação ideoafetiva. 
- Pode ocorrer piora dos sintomas em presença de 
outras pessoas. 
 
Depois... 
Exames Complementares 
Solicitados na investigação e na exclusão de afecção 
orgânica. 
 
Depois... 
Condutas 
- Comunicar diagnóstico em termos positivos (evitar 
dizer que o paciente “não tem nada”). 
- Oferecer apoio e informação (psicoeducação) para 
o paciente e familiares. 
- Avaliar o uso de psicofármacos (alívio de sintomas 
associados de ansiedade/depressão ou para 
comorbidades psiquiátricas). 
- Na emergência, podem ser utilizados 
benzodiazepínicos ou baixa dose de antipsicótico. 
- Encaminhamento a psicoterapia. 
 
Tratamento 
Agudamente o objetivo principal é a remoção do 
sintoma, a abordagem deve ser de tranquilização e 
relaxamento, confrontações diretas NÃO são 
recomendadas. 
A longo prazo tratamentos psicoterápicos são 
indicados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que é personalidade? 
O termo personalidade tem sido utilizado como um 
rótulo descritivo do comportamento observável do 
indivíduo e de sua experiência interior subjetiva 
relatada. A totalidade do indivíduo descrita dessa 
forma representa tanto aspectos públicos como 
privados de sua vida. 
Podemos considerar que a personalidade possui um 
temperamento como pano de fundo e é composta do 
conjunto de representações – de si e dos outros – 
ligadas a estados afetivos e que se manifestam nos 
relacionamentos interpessoais. 
Não é possível determinar aquela que seria a 
personalidade normal; dentro de uma enorme gama 
de possibilidades, todos possuem algumas 
características que são mais ou menos adaptativas, 
que trazem dificuldades ou auxiliam a lidar com as 
diferentes situações. 
Certos indivíduos apresentam um conjunto de 
determinadas características, particularmente 
disruptivas e pouco funcionais, e essa mesma 
combinação pode ser observada em um certo número 
de pessoas com alguma frequência; esse padrão é 
então chamado de transtorno de personalidade. 
O transtorno de personalidade tende a aparecer no 
final da infância ou na adolescência e continua a se 
manifestar pela idade adulta. É, entretanto, 
improvável que o diagnóstico de transtorno de 
personalidade seja apropriado antes da idade de 16 
ou 17 anos. 
 
História 
Tipos e transtornos de personalidade têm sido 
relatados há milhares de anos, conforme evidenciado 
pela descrição de Hipócrates dos quatro 
temperamentos: o melancólico pessimista, o 
sanguíneo excessivamente otimista, o colérico 
irritável e o fleumático apático. 
No início dos anos 1800, psiquiatras como Pinel, 
Esquirol, Rush e Pritchard escreveram sobre os tipos 
de personalidade socialmente maladaptativas 
observadas em contextos clínicos. 
Os tipos de personalidade mais específicos foram 
descritos na virada do século XX, quando Janet e 
Freud delinearam os traços psicológicos associados a 
histeria, o precursor do transtorno da personalidade 
histriônica. - De uma perspectiva bastante diferente, 
na década de 1920, Kraepelin e Kretschmer 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
14 
 
descreveram tipos de personalidade fundamentadas 
no conceito de espectro. Scheneider não aderiu ao 
conceito de espectro, entendia que os transtornos de 
personalidade seriam variações desviantes e extremas 
no âmbito social de traços de personalidade de 
ocorrência frequente. 
O elemento central é a desarmonia que se reflete 
tanto no plano intrapsíquico como nas relações 
interpessoais. “...sofre e faz sofrer..”. 
Não são facilmente modificáveis por meio das 
experiências de vida. Tendem a permanecer estáveis 
ao longo de toda a vida. “...não aprende com a 
experiência...” 
 
Etiologia 
O que causa os transtornos da personalidadeé a 
pergunta mais enigmática e desafiadora em relação a 
esse grupo de psicopatologias complexas. 
 
Fatores Genéticos 
Há evidências de que os transtornos de 
personalidade apresentam um componente genético 
importante. (estudos com gêmeos monozigóticos, 
parentes biológicos com transtornos de eixo I) 
 
Fatores Biológicos 
Altos níveis de Hormônios Sexuais, Baixos Níveis de 
MAO nas plaquetas, movimentos oculares sacádicos, 
ondas lentas no EEG. 
Neurotransmissores (serotonina e dopamina) 
 
Fatores Psicodinâmicos 
Freud sugeriu que traços de personalidade se 
relacionam com a fixação em um estágio psicossexual 
do desenvolvimento. 
Reich criou o termo armadura de caráter para 
descrever os estilos defensivos característicos das 
pessoas para se proteger dos impulsos internos e da 
ansiedade interpessoal em relacionamentos 
significativos. 
Outro aspecto central são as relações com objetos 
internos. 
 
Mecanismos de defesa: fantasia, dissociação, 
isolamento, projeção, cisão, agressão passiva, 
atuação, identificação projetiva (aspecto do self é 
projetado > coerção para se identificar > unidade 
entre o recipiente da projeção e o que projeta). 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS - DSM-5 
Critérios diagnósticos de transtorno de 
personalidade, independentemente do tipo. 
 
A. Um padrão persistente de experiência interna e 
comportamento que se desvia acentuadamente das 
expectativas da cultura do indivíduo. Esse padrão 
manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas: 
1. Cognição (i.e., formas de perceber e interpretar a 
si mesmo, outras pessoas e eventos). 
2. Afetividade (i.e., variação, intensidade, labilidade 
e adequação da resposta emocional). 
3. Funcionamento interpessoal. 
4. Controle de impulsos. 
 
B. O padrão persistente é inflexível e abrange uma 
faixa ampla de situações pessoais e sociais 
 
C. O padrão persistente provoca sofrimento 
clinicamente significativo e prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
 
D. O padrão é estável e de longa duração, e seu 
surgimento ocorre pelo menos a partir da 
adolescência ou do início da fase adulta. 
 
E. O padrão persistente não é mais bem explicado 
como uma manifestação ou consequência de outro 
transtorno mental. 
 
F. O padrão persistente não é atribuível aos efeitos 
fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, 
medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., 
traumatismo craniencefálico). 
 
Esse padrão persistente de inflexibilidade ocorre em 
todas as relações: amizade, trabalho, relacionamento 
amoroso, família. Além disso, causa sofrimento no 
paciente. 
Esse paciente é assim e não é explicado por nenhum 
outro transtorno mental, como mania ou hipomania. 
 
CATEGORIZAÇÃO - DSM-5 
 
Cluster A (bizarro, estranho, excêntrico) 
- Transtorno de Personalidade Paranoide 
- Transtorno de Personalidade Esquizoide 
- Transtorno de Personalidade Esquizotípica 
 
Cluster B (dramático, emocional, errático) 
- Transtorno de Personalidade Antissocial 
- Transtorno de Personalidade Borderline 
- Transtorno de Personalidade Histriônica 
- Transtorno de Personalidade Narcisista 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
15 
 
Cluster C (ansioso, medroso) 
- Transtorno de Personalidade Evitativa 
- Transtorno de Personalidade Dependente 
- Transtorno de Personalidade Obsessivocompulsiva 
 
DIRETRIZES DIAGNÓSTICAS 
Condições não diretamente atribuíveis à lesão ou à 
doença cerebral flagrante ou a outro transtorno 
psiquiátrico, satisfazendo os seguintes critérios: 
a) Atitudes e condutas marcantemente 
desarmônicas, envolvendo em várias áreas de 
funcionamento, p. ex: afetividade, excitabilidade, 
controle de impulsos, modos de percepção e de 
pensamento e estilo de relacionamento com os outros 
b) O padrão anormal de comportamento é 
permanente, de longa duração e não limitado a 
episódios de doença mental 
c) O padrão anormal de comportamento é invasivo e 
claramente mal-adaptativo para uma ampla série de 
situações pessoais e sociais 
d) As manifestações acima sempre aparecem 
durante a infância ou adolescência e continuam pela 
idade adulta 
e) O transtorno leva à angústia pessoal considerável, 
mas isso pode se tornar aparente apenas tardiamente 
em seu curso 
f) O transtorno é usual, mas não invariavelmente 
associado a problemas significativos no desempenho 
ocupacional e social. 
 
TRATAMENTOS 
Quase sempre combinações de medicações e 
intervenções psicossociais são a melhor escolha. 
O tratamento é direcionado para cada domínio 
psicopatológico, como autoestima, relações 
interpessoais, impulsividade, desregulação afetiva, 
dependência, busca excessiva por novidades, 
depressão, automutilação e suicídio, 
ansiedade/inibição social. 
Deve-se obedecer a certa hierarquia na terapêutica: 
manejo de crise (cujo objetivo é fazer com que o 
paciente retome seu funcionamento de base), 
abordagem a sintomas-alvo, alterações cognitivas e 
identificação de gatilhos para a crise (que ocupariam 
posição intermediária) e, por fim, abordagem à 
psicopatologia central, em relação ao self e a 
interação com os outros. 
O setting ideal para o tratamento desses pacientes 
varia conforme o momento o qual eles se encontram. 
De forma geral, o tratamento para os chamados 
transtornos leves de personalidade (cluster C) é 
ambulatorial, com consultas psiquiátricas e 
psicoterapia. 
Pacientes dos clusters A e B podem exigir 
tratamento mais intensivo no CAPS ou hospital-dia. É 
importante avaliar o risco no início da abordagem. 
Ideação suicida ou graves tentativas de suicídio, alto 
risco de hetero e autoagressividade, episódios 
psicóticos transitórios ou episódios dissociativos 
graves são as principais indicações de internação 
desses pacientes, especialmente do cluster B. 
 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE 
 
Histriônica 
Caracteriza-se por emotividade em excesso, 
necessidade de estar no centro das atenções, atitude 
sedutora e teatral. 
Essas pessoas empreendem grandes esforços para 
agradar e seduzir de maneira indiscriminada e tem 
afeto superficial e inconstante. 
São bastante questionáveis e podem desenvolver 
relacionamentos de grande dependência. Episódios 
dissociativos e de somatização são comuns, assim 
como a comorbidade com transtornos do humor. 
Esses indivíduos costumam fazer ameaças de 
suicídio, normalmente relacionadas a intolerância a 
frustrações. 
Não se sabe quantos efetivamente o comentem, 
mas o risco existe e não deve ser subestimado. 
 
Prevalência 
A prevalência é em torno de 2-3% da população e de 
10-15% em amostras ambulatoriais. 
Tradicionalmente é mais comum em mulheres, 
embora dados epidemiológicos mais recentes 
mostrem prevalência semelhante em ambos os sexos 
 
Diagnóstico 
Um padrão difuso de emocionalidade e busca de 
atenção em excesso que surge no início da vida adulta 
e está presente em vários contextos, conforme 
indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: 
1. Desconforto em situações em que não é o centro 
das atenções. 
2. A interação com os outros é frequentemente 
caracterizada por comportamento sexualmente 
sedutor inadequado ou provocativo. 
3. Exibe mudanças rápidas e expressão superficial 
das emoções. 
4. Usa reiteradamente a aparência física para atrair a 
atenção para si. 
5. Tem um estilo de discurso que é excessivamente 
impressionista e carente de detalhes. 
6. Mostra autodramatização, teatralidade e 
expressão exagerada das emoções. 
 Thaís H. Ambrósio T XIV16 
 
7. É sugestionável (i.e., facilmente influenciado pelos 
outros ou pelas circunstâncias). 
8. Considera as relações pessoais mais íntimas do 
que na realidade são. 
 
Tratamento 
Psicoterapia é o principal Farmacoterapia como 
tratamento adjuvante direcionada a sintomas 
(antidepressivos para a depressão, antipsicóticos para 
sintomas de desrealização e ilusões...). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Um dos maiores desafios de ser autista não é o 
autismo em si, mas como as pessoas reagem a ele. Se 
você quer mudar vidas, comece mudando suas 
percepções de autismo.” - Amy Gravino 
 
NOTA HISTÓRICA LEO KANNER (1943) 
Descreveu uma criança que não parecia notar muito 
quando os pais chegavam, tinham movimentos 
estereotipados, pareciam ter grande prazer em 
rotacionar objetos, para essas crianças as palavras 
pareciam ter sentido muito literal/inflexível. Quando 
essas crianças eram colocadas num cômodo tinham 
tendência a buscar mais objetos do que pessoas. 
Hans Asperger (1944) 
Descreveu caso de uma pessoa que aprendeu a falar 
muito cedo e de criança já parecia um adulto falando. 
Quase nunca conseguia se enquadrar num grupo de 
criança para brincar. Parecia indiferente a autoridade, 
não ligava muito para questão do respeito. 
Conversava sem timidez até mesmo com estranhos. 
Era impossível ensinar a ele como se portar. 
Ocorrência de movimentos e hábitos 
estereotipados. 
 
INTRODUÇÃO 
Transtorno do neurodesenvolvimento. 
A sociabilidade é nata desde quando somos crianças. 
A nossa capacidade de socializar vai se desenvolvendo 
ao longo dos anos, de modo que ela fique cada vez 
mais refinada. Um bebezinho sem alteração já terá 
preferência por olhar para a mãe. - Normalmente há 
preferência por olhar no rosto 
Contato Visual - Estudos de Eye Tracking: aparelhos 
mapeiam onde as pessoas mantem seu foco. Estudos 
com bebês autistas mostram que há um padrão 
considerado alterado desde os 2 meses de idade. Isso 
não quer dizer que o diagnóstico será fechado com os 
2 meses de idade. 
 
 
 
 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
17 
 
TEORIA DA MENTE 
É uma habilidade de atribuir estados mentais 
independentes para si e para outros com o objetivo 
de prever ou explicar comportamentos. (É como se 
fosse uma habilidade de olhar no olho, por exemplo). 
Essa habilidade é essencial para interação social 
adequada: 
- É fácil explicar que João vai carregar um guarda-
chuva com ele: por acreditar que vai chover e por 
querer permanecer seco. 
É conseguir atribuir o estado mental do outro, 
independente do meu. É entender que o 
comportamento do outro não vai seguir a regra do 
meu. O comportamento do outro tem uma 
justificativa. Consigo separar o que faz sentido para 
mim e não faz para o outro. 
A pessoa com autismo, muitas vezes, tem essa 
habilidade alterada. É como se fosse muito difícil para 
ele entender que o outro tem vivência diferente. O 
que faz sentido para eles, eles acreditam que tem que 
fazer sentido para os outros. 
É a capacidade de entender os estados mentais ou 
emoções de outras pessoas. 
O teste decisivo para ToM tem sido a habilidade de 
atribuir falsas crenças/conhecimentos, no qual a 
predição e explicação de uma ação não pode ser 
baseado em sua própria convicção ou no estado do 
mundo. 
Para passar no teste o conhecimento do outro tem 
quer levado em conta e separado de seu próprio 
conhecimento. 
 
ESPECTRO AUTISTA 
O DSM-5 passou a adotar o termo de Transtorno do 
Espectro Autista, sem a definição de subtipos de 
autismo. 
O termo espectro: “ajuda a caracterizar não 
somente os déficits nucleares do transtorno, mas 
também sublinhar que existe uma variação no grau de 
severidade, ou seja, tais características estão 
distribuídas em um continuum na população. 
Como Assim Espectro? 
 
 
Quadro com principais questões: 
- Questões sociais 
- Outros: interesse, foco restritos 
- Alterações da parte sensorial 
- Questões de rotina e repetição de 
comportamentos 
- Comunicação e suas dificuldades 
Não é uma régua que vai do mais leve para o mais 
grave, são pessoas diferentes com características 
diferentes. Tem algumas coisas em comum porque 
tem o mesmo transtorno, mas a apresentação é 
diferente (ex.: uma tem mais movimentos repetitivos 
– estereotipias – e a outra tem mais dificuldades de 
comunicação). 
Podemos ter um paciente em A, com problemas na 
comunicação, por exemplo, mas o interesse e o foco 
estão mais alterados/restritos. 
Podemos ter um paciente com dificuldade de 
socialização, com bastante alteração da parte 
sensorial, mas não ter alteração do interesse e foco, 
como em B. 
Podemos ter um paciente sem alteração sensorial, 
mas com muita alteração na comunicação. 
Ao longo da vida, esse gráfico pode mudar. 
Ex.: a pessoa fez um tratamento e passou a ter 
menos estereotipias. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Prevalência 
1º estudo epidemiológico no Reino Unido, em 1966: 
4.1 em 10.000 pessoas. 
Prevalência tem aumentado desde então, isso se dá 
pela mudança de conceito e critérios, maior atenção 
ao transtorno e diagnósticos mais precoces. - Ao redor 
do mundo: média 1% de prevalência 
2-4x mais homens que mulheres (também existe 
viés, pois meninas são diagnosticadas mais 
tardiamente – há um mascaramento devido a quadros 
mais leves e também a maior pressão social, entre 
outros). Existem questões genéticas que justificam em 
partes isso. 
As meninas muitas vezes têm apresentações mais 
difíceis de se perceber, porque meninas são mais 
cobradas por questões sociais e o quadro se 
apresenta de formas diferentes. 
 
FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO 
Fatores de Risco 
- Idade materna ou paterna avançada 
- Exposição ao valproato na gravidez→ 
anticonvulsivante, também utilizado como 
estabilizador de humor. 
- Exposição a outras agentes químicos (agrotóxicos) 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
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- Complicações na gravidez (prematuridade) 
→ Vacinação não é fator de risco!! 
 
Fator de Proteção 
- Uso de ácido fólico antes e no início da gestação. 
 
COMORBIDADES 
Cerca de 70% das pessoas com autismo têm 
condições médi-cas, do desenvolvimento ou 
psiquiátricas associadas. 
A alta frequência de comorbidades pode ser 
resultado de uma fisiopatologia compartilhada, de 
efeitos secundários a crescer com TEA, de domínios e 
sintomas compartilhados. 
 
GENÉTICA 
- Estudos com gêmeos sugerem uma herdabilidade 
maior que 80% 
- Risco de recorrência entre irmãos: 1020% (genético 
+ ambiental). 
- A arquitetura genética complexa e heterogênea 
(poligênica). 
- Síndromes genéticas (X-frágil, esclerose tuberosa, 
Rett...). 
- Anormalidade cromossômicas raras. 
 
NEUROBIOLOGIA 
Existem algumas alterações anatômicas que vêm 
sendo descritas alterações em: 
- Conectividade neural-atípica 
- Conectividade fronto-posterior reduzida 
(capacidade de juntar habilidades/social reduzida) e 
parietooccipital é aumentada (habilidades de 
memória) 
- Conectividade a longa distância reduzida e 
aumentada a curta distância 
- Alterações neuroanatômicas 
As conectividades de uma região cerebral para outra 
parecem ser diminuídas. 
Há pessoas que tem interesses reduzidos, 
movimentos repetitivos, podendo estar relacionado a 
essas conectividades alteradas. 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO – DSM-5 
A. Déficits persistentes na comunicação social e 
na interaçãosocial em múltiplos contextos, conforme 
manifestado pelo que segue, atualmente ou por 
história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos, e 
não exaustivos; ver o texto): 
Para diagnosticar: todos esses 3 
1. Déficits na reciprocidade socioemocional, 
variando, por exemplo, de abordagem social anormal 
e dificuldade para estabelecer uma conversa normal a 
compartilhamento reduzido de interesses, emoções 
ou afeto, a dificuldade para iniciar ou responder a 
interações sociais. 
2. Déficits nos comportamentos comunicativos 
não verbais usados para interação social, variando, 
por exemplo, de comunicação verbal e não verbal 
pouco integrada a anormalidade no contato visual e 
linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso 
gestos, a ausência total de expressões faciais e 
comunicação não verbal. 
3. Déficits para desenvolver, manter e 
compreender relacionamentos, variando, por 
exemplo, de dificuldade em ajustar o comportamento 
para se adequar a contextos sociais diversos a 
dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas 
ou em fazer amigos, a ausência de interesse por 
pares. 
Especificar a gravidade atual: 
A gravidade baseia-se em prejuízos na comunicação 
social e em padrões de comportamento restritos e 
repetitivos. 
 
B. Padrões restritos e repetitivos de 
comportamento, interesses ou atividades, conforme 
manifestado por pelo menos dois dos seguintes, 
atualmente ou por história prévia (os exemplos são 
apenas ilustrativos, e não exaustivos; ver o texto): 
1. Movimentos motores, uso de objetos ou fala 
estereotipados ou repetitivos (p. ex., estereotipias 
motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, 
ecolalia (repetir a fala), frases idiossincráticas – fala 
estereotipada). 
2. Insistência nas mesmas coisas, adesão 
inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de 
comportamento verbal ou não verbal (p. ex., 
sofrimento extremo em relação a pequenas 
mudanças, dificuldades com transições, padrões 
rígidos de pensamento, rituais de saudação, 
necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os 
mesmos alimentos diariamente). 
3. Interesses fixos e altamente restritos que são 
anormais em intensidade ou foco (p. ex., forte apego 
a ou preocupação com objetos incomuns, interesses 
excessivamente circunscritos ou perseverativos). 
4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos 
sensoriais ou interesse incomum por aspectos 
sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a 
dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas 
específicas, cheirar ou tocar objetos de forma 
excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento). 
 
 
 
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Especificar a gravidade atual: 
A gravidade baseia-se em prejuízos na comunicação 
social e em padrões restritos ou repetitivos de 
comportamento (ver Tabela 2). 
 
C. Os sintomas devem estar presentes 
precocemente no período do desenvolvimento (mas 
podem não se tornar plenamente manifestos até que 
as demandas sociais excedam as capacidades 
limitadas ou podem ser mascarados por estratégias 
aprendidas mais tarde na vida). 
 
D. Os sintomas causam prejuízo clinicamente 
significativo no funcionamento social, profissional ou 
em outras áreas importantes da vida do indivíduo no 
presente. 
E. Essas perturbações não são mais bem 
explicadas por deficiência intelectual (transtorno do 
desenvolvimento intelectual) ou por atraso global do 
desenvolvimento. Deficiência intelectual ou 
transtorno do espectro autista costumam ser 
comórbidos; para fazer o diagnóstico da comorbidade 
de transtorno do espectro autista e deficiência 
intelectual, a comunicação social deve estar abaixo do 
esperado para o nível geral do desenvolvimento. 
OBS: Indivíduos com um diagnóstico do DSM-IV bem 
estabelecido de transtorno autista, transtorno de 
Asperger ou transtorno global do desenvolvimento 
sem outra especificação devem receber o diagnóstico 
de transtorno do espectro autista. Indivíduos com 
déficits acentuados na comunicação social, cujos 
sintomas, porém, não atendam, de outra forma, 
critérios de transtorno do espectro autista, devem ser 
avaliados em relação a transtorno da comunicação 
social (pragmática). 
 
Especificar se: 
- Com ou sem comprometimento intelectual 
concomitante 
- Com ou sem comprometimento da linguagem 
concomitante 
- Associado a alguma condição médica ou genética 
conhecida ou a fator ambiental (Nota para 
codificação: Usar código adicional para identificar a 
condição médica ou genética associada) 
- Associado a outro transtorno do 
neurodesenvolvimento, mental ou comportamental 
(Nota para codificação: Usar código[s] adicional[is] 
para identificar o[s] transtorno[s] do 
neurodesenvolvimento, mental ou comportamental 
associado[s].) 
Com catatonia (consultar os critérios para definição 
de catatonia associados a outro transtorno mental, p. 
119120) (Nota para codificação: usar o código 
adicional 293.89 [F06.1] de catatonia associada a 
transtorno do espectro autista para indicar a presença 
de catatonia comórbida.) 
Hoje ao invés de falar de gravidade, fala-se em 
níveis. Esses níveis podem variar ao longo da vida, 
dependendo do que acontece. 
 
AVALIAÇÃO 
- É multidisciplinar 
- História com cuidadores, com alguém que saiba 
dados mais específicos + avaliação do indivíduo 
- Investigar comportamentos em diferentes 
contextos e habilidades adaptativas 
- Exame físico (possíveis dismorfismos devem ser 
avaliados). 
- Relatório escolar 
- Avaliação neuropsicológica quando necessário. 
 
 
Autism Behavior Checklist (ABC) 
> 67→ alta probabilidade para TEA 
O ABC é um questionário constituído por 57 itens, 
elaborados para avaliação de comportamentos 
autistas em população com retardo mental, que tem 
ajudado na elaboração de diagnóstico diferencial de 
autismo. 
Esta lista de verificação foi desenvolvida a partir do 
registro de comportamentos, selecionados de nove 
instrumentos utilizados para se identificar o autismo. 
Os itens desta escala, na forma de descrições 
comportamentais, foram agrupados em 5 áreas de 
sintomas: sensorial, relacionamentos, uso do corpo e 
de objetos, linguagem, e habilidades sociais e de 
autoajuda. 
A análise da escala propõe 17 itens 
comportamentais pontuados com nota 4, que são 
considerados altamente indicadores de autismo, 17 
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itens pontuados com nota 3, 16 itens pontuados com 
nota 2, e 7 itens comportamentais com nota 1, 
considerados pouco indicadores de autismo. 
O resultado médio dos estudos de validação do 
instrumento é 78 pontos para o autismo e 44 pontos 
para o retardo mental grave. O ABC, aparentemente, 
é capaz de identificar sujeitos com altos níveis de 
comportamento autista. 
 
TRATAMENTO 
Sintomas Cardinais 
- Comunicação social (critérios A) 
- Comportamentos repetitivos (critérios B) 
 
Terapia 
Análise do Comportamento Aplicada (ABA) 
Modalidade que hoje em dia tem mais evidência 
para tratar essas pessoas. Psicólogos especializados 
nessa área 
Pode trabalhar o uso de gestos, como se adaptar a 
contextos sociais diferentes. A ABA não é só para 
autismo. 
Sistema de Comunicação por Troca de Imagens 
(PECS) 
Temos alguns pacientes, os quais chamamos de não 
verbais, que demoram muito para desenvolver a 
linguagem oral/verbal. As vezes conseguimos ensinar 
coisas a eles por fichas com trocas de imagens. 
Conseguimos até mesmo montar rotina para esses 
pacientes através dessas imagens. 
Integração Sensorial (TO)Terapeuta Ocupacional 
Ajuda a trabalhar a integração social e sensorial, 
como tocar em algo que dê muita agonia a essa 
paciente→ forma de comunicação 
 
Sintomas Associados 
A 1ª linha para eles continuam sendo a terapia. 
O mais utilizado para cada sintoma é: 
Agressividade: 
- Risperidona mais utilizado) 
- Aripiprazol 
- Anticonvulsivantes 
 Hiperatividade e Desatenção 
- Metilfenidato (ritalina) 
- Clonidina. 
 Distúrbios do Sono 
- Melatonina, 
- Anti-histamínicos (estes não têm estudos) 
- O ideal é ajustar uma higiene do sono. 
 
 
O ideal é usar essa medicação o mínimo de tempo e 
dose possível. 
Pode ser que daqui algum tempo com a terapia a 
criança não precise mais de medicamentos 
Se tem critérios para TDAH junto, usamos a 
ritalina→ SÓ USADAS QUANDO TEM TDAH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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21 
 
 
- Transtornos de pânico. 
- Fobias 
- Transtorno de ansiedade generalizada. 
 
Os transtornos de ansiedade são os transtornos 
psiquiátricos mais prevalentes. São responsáveis por 
grande sofrimento e perda da funcionalidade social e 
ocupacional. 
O termo ansiedade é usado para descrever diversos 
fenômenos, mas na literatura médica refere-se à 
antecipação de uma ameaça, o medo é a resposta a 
uma ameaça eminente real ou percebida. Os 
transtornos de ansiedade se caracterizam por um 
medo ou ansiedade por serem desproporcionais ou 
por persistirem além do período apropriado. 
Freud foi um dos primeiros a descrever e estudar 
quadros de ansiedade, dando nome de neurose de 
ansiedade, atualmente chamado de transtorno de 
pânico. 
 
SINTOMAS SOMÁTICOS 
Pacientes ansiosas costumam procurar o clínico 
geral com a queixa de um ou mais sintomas 
somáticos, podendo ser sinais cardiovasculares ou de 
doenças graves, confundindo o médico com sintomas 
numerosos e vagos, que poderiam iniciar o 
diagnóstico de diversas condições médicas. 
Em estudo feito na rede básica de saúde, os 
transtornos ansiosos estavam presentes em 24 a 50% 
das queixas de sintomas específicos, sendo o número 
de sintomas um preditor mais forte de síndrome 
psiquiátrica subjacente do que algum tipo específico 
de queixa. 
 
Exemplos de sintomas somáticos 
- Tontura, sensação de cabeça vazia, desmaio 
- Enjoo, problemas gastrointestinais, sufocamento e 
engasgo 
- Dor no peito 
- Batimentos cardíacos fortes e rápidos, palpitações 
- Sudorese, arrepios, fogachos 
- Tremores 
- Insônia, fadiga, incapacidade de relaxar 
- Dificuldade para dormir 
 
A irritabilidade que aparece na ansiedade também é 
muito comum na depressão. 
 
 
 
TRANSTORNO DE PÂNICO 
Esse transtorno tem recebido grande atenção nos 
últimos anos. Tanto na imprensa quanto nos meios 
médicos, muito se fala sobre a “Síndrome de Pânico”. 
Segundo o The National Comorbidity 5% das 
mulheres e 2% dos homens preenchem critérios para 
o transtorno do pânico em algum momento durante a 
vida. 
Cerca de 80% dos casos têm início antes dos 30 
anos. Tem curso variável, tipicamente com períodos 
de exacerbação e remissões. 
Apresenta grande comorbidade com transtornos 
depressivos e uso e abuso de álcool. 
Os pacientes com transtorno de pânico podem 
apresentar outros transtornos ansiosos que podem 
requerer tratamento, como fobia social e TAG. 
 
Critérios Diagnósticos - DSM-5 
A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. 
Um ataque de pânico é um surto abrupto de 
medo intenso ou desconforto intenso que 
alcança um pico em minutos e durante o qual 
ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes 
sintomas: 
OBS: O surto abrupto pode ocorrer a partir de 
um estado calmo ou de um estado ansioso. 
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia. 
2. Sudorese. 
3. Tremores ou abalos. 
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 
5. Sensações de asfixia. 
6. Dor ou desconforto torácico. 
7. Náusea ou desconforto abdominal. 
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem 
ou desmaio. 
9. Calafrios ou ondas de calor. 
10. Parestesias (anestesia ou sensações de 
formigamento). 
11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou 
despersonalização (sensação de estar 
distanciado de si mesmo). 
12. Medo de perder o controle ou 
“enlouquecer”. 
13. Medo de morrer. 
OBS: Podem ser vistos sintomas específicos da 
cultura (p. ex., tinido, dor na nuca, cefaleia, 
gritos ou choro incontrolável). Esses sintomas 
não devem contar como um dos quatro 
sintomas exigidos. 
 
 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
22 
 
B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês 
(ou mais) de uma ou de ambas as seguintes 
características: 
1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de 
ataques de pânico adicionais ou sobre suas 
consequências (p. ex., perder o controle, ter um 
ataque cardíaco, “enlouquecer”). 
2. Uma mudança desadaptativa significativa no 
comportamento relacionada aos ataques (p. ex., 
comportamentos que têm por finalidade evitar ter 
ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou 
situações desconhecidas). 
 
C. A perturbação não é consequência dos efeitos 
psicológicos de uma substância (p. ex., droga de 
abuso, medicamento) ou de outra condição médica 
(p. ex., hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares). 
 
D. A perturbação não é mais bem explicada por outro 
transtorno mental (p. ex., os ataques de pânico não 
ocorrem apenas em resposta a situações sociais 
temidas, como no transtorno de ansiedade social; em 
resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, 
como na fobia específica; em resposta a obsessões, 
como no transtorno obsessivo-compulsivo; em 
resposta à evocação de eventos traumáticos, como no 
transtorno de estresse pós-traumático; ou em 
resposta à separação de figuras de apego, como no 
transtorno de ansiedade de separação). 
 
Os aspectos essenciais são ataques recorrentes de 
ansiedade grave, os quais não estão restritos a 
qualquer situação ou conjunto de circunstâncias em 
particular e que são, portanto, imprevisíveis. Início 
súbito de palpitações, dor no peito, sensações de 
choque, tontura e sentimentos de irrealidade são 
comuns. Há um medo secundário de morrer, perder o 
controle ou ficar louco. 
Um indivíduo em um ataque de pânico 
frequentemente experimenta um crescendo de medo 
e sintomas autonômicos. 
Ataques de pânico constantes e imprevisíveis 
produzem medo de ficar sozinho ou ir a lugares 
público. 
Um ataque com frequência é seguido por medo 
persistente de ter outro ataque. 
Tem que ser um ataque recorrente e inesperado 
para ser transtorno de pânico. 
 
Diagnóstico (CID 10) 
Vários ataques graves de ansiedade autonômica 
devem ter ocorrido num período de cerca de 1 mês: 
- Em circunstâncias onde não há perigo objetivo 
- Sem estarem confinados a situações conhecidas ou 
previsíveis 
- Com relativa liberdade de sintomas ansioso entre 
os ataques (ainda que ansiedade antecipatória seja 
comum). 
 
Fatores de Pior Prognóstico 
- Ataques de pânico iniciais mais graves 
- Agorafobia inicial mais grave 
- Duração mais longa da doença 
- Depressão comórbida 
- Alta sensibilidade interpessoal 
- Estado civil solteiro 
 
Diagnósticos Diferenciais 
- Depressão ansiosa 
- Somatização com queixas físicas do tipo pânico 
- Fobia social 
- TEPT 
- Hipertireioidismo/Hipotireoidismo 
- IAM 
- Taquicardias 
- Feocromocitoma 
 
Tratamento 
- Frequentemente, antidepressivos, 
benzodiazepínicos ou ambos 
-

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