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CONCEITOS DE FARMACOLOGIA Medicamento: age sobre um organismo visando produzir efeitos benéficos; Droga: substância química que age sobre um organismo produzindo efeito ou alteração; Fármaco: termo sinônimo tanto de droga como de medicamento; Remédio: termo mais antigo, significa tudo aquilo que cura, alivia ou evita uma enfermidade; Posologia: estudo das dosagens dos fármacos; Dose: refere-se à quantidade de fármaco necessária para produzir a resposta terapêutica; Dosagem: inclui além da dose, a frequência de administração e a duração do tratamento; Farmacocinética: estuda o caminho ou movimento percorrido pelo medicamento no organismo; Farmacodinâmica: estuda o mecanismo de ação dos fármacos; Farmacognosia: termo indicativo para o estudo da origem dos fármacos; Farmacoterapêutica: estuda a utilização de medicações com fins terapêuticos, "cura"; Dose terapêutica: dose ideal para produzir efeito farmacológico benéfico; Dose de intoxicação: dose maior que a indicada ou utilizada de forma inadequada (via, tempo...) ou medicamento não indicado a espécie, raça... Dose letal: dose exacerbada com capacidade de produzir morte. FORMAS FARMACÊUTICAS Formas líquidas: ▫ Soluções aquosas - beberagem, enema, xarope, solução nasal/ocular; ▫ Soluções não aquosas - elixir, suspensão, gel, loção, pour-on; Formas semissólidas: pomadas, creme, pasta, emplasto; Formas sólidas: pó, comprimido, drágea, cápsula, pastilhas, supositório. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS FÁRMACOS Via enteral (entero - digestório): oral, sublingual e retal Via oral (PO, VO) - via mais comum; absorção básica pelo estômago e duodeno; efeito de primeira passagem pelo fígado limita as ações de muitas drogas; Vantagens – via segura, econômica e de fácil administração Desvantagens – acidez = inativação, irritação, competição com alimento Via sublingual – passa diretamente para a circulação sistêmica, evitando o efeito de primeira passagem pelo fígado; Via retal – limita o efeito de primeira passagem hepática; não sofre ação de enzimas digestivas; indicação, p.ex., casos de intolerância gástrica; Vantagens – animais com vômito, inconscientes, boa absorção Desvantagens – pacientes indóceis, doses maiores de medicação, diarreia Via parenteral (faz uma solução de continuidade): intravenosa, intramuscular e subcutânea Boa opção para administração de fármacos que sofrem alterações importantes no TGI ou de difícil absorção; Vantagens – efeito rápido, absorção uniforme e previsível Desvantagens – assepsia, dor, alteração tecidual Via intravenosa (IV) - sem efeito de primeira passagem hepática; pronto efeito e grau alto de controle de níveis circulantes; Via intramuscular (IM) - liberação mais lenta que a adm IV; fácil aplicação; Via subcutânea (SC) - similaridade com adm IM, porém a absorção é mais lenta; Via tópica: via transmucosa - p.ex. cremes, pomadas, colírios Outras vias de adm de drogas: inalatória, intranasal, epidural, transdérmica, intracardíaca, intraperitoneal... Ps1.: A condição do paciente (velhice, rins, fígado, idade, raça) interfere na resposta terapêutica, pois mesmo tomando a dose normal pode haver intoxicação. Ps2.: Gatos não podem apresentam salivação, lacrimejamento e cambalear após adm de medicamentos (cuidar os fármacos tóxicos como AAS, diclofenaco, paracetamol) Ps3.: Subdose é a quantidade de fármaco menor que a dose recomendada para o paciente, produzindo tratamento ineficaz ou recidiva da doença. Ps4.: Frascos de coloração âmbar protegem os fármacos de calor/radiação; sílica previne da umidade; frasco-ampola dá pra usar mais vezes. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA SINERGISMO – efeito na mesma direção de 2 ou mais medicamentos; ▪ Sinergismo por adição: efeito combinado dos medicamentos é igual à soma dos efeitos isolados de cada um; p.ex. antibióticos - sulfas ▪ Sinergismo por potenciação: efeito combinado dos medicamentos é maior que a soma dos efeitos isolados; p.ex. tranquilizantes + opióides AGONISMO – o que “produz efeito”; ▪ Agonistas totais: elevada eficácia ou efeito; ▪ Agonistas parciais: eficácia intermediária. ANTAGONISMO – efeito em direção oposta de 2 ou mais medicamentos, um corta a ação do outro; ▪ Antagonismo farmacológico: competição pelo mesmo receptor e o antagonista dificulta a formação do complexo agonista-receptor; p.ex. xilazina + atropina, dipirona + barbitúricos e/ou fenilbutazona = aumento do sistema microssomal hepático que degrada a dipirona Antagonismo farmacológico competitivo ▫ Pleno reversível - competem pelo mesmo receptor celular; ▫ Parcial reversível - pode ser possível reverter efeitos farmacológicos com doses altas; ▫ Irreversível - não é possível reverter os efeitos, independentemente da quantidade utilizada pois há bloqueio dos receptores. Antagonismo farmacológico não competitivo ▫ Antagonista bloqueia um ponto importante da cadeia de eventos que levaria à resposta desencadeada pelo agonista. ▪ Antagonismo não farmacológico: não há envolvimento direto do antagonista com um receptor; Antagonismo não farmacológico farmacocinético (ou disposicional) ▫ Um medicamento diminui efetivamente a concentração plasmática de outro medicamento administrado; Antagonismo não farmacológico químico (ou antidodismo) ▫ Dois agonistas interagem em sistemas de receptores independentes, porém produzindo efeitos opostos que se anulam; Antagonismo não farmacológico fisiológico (ou funcional) ▫ Duas substâncias não reagem com os receptores do organismo, mas sim reagem quimicamente em solução, entre si se antagonizando. ABSORÇÃO DE FÁRMACOS Passagem por membranas naturais desde o sítio de administração até o tecido alvo produzindo resposta farmacológica. DIFUSÃO PASSIVA Principal processo de absorção dos fármacos. Através da bicamada lipídica (lipossolubilidade), a favor do gradiente de concentração (meio mais concentrado para o menos concentrado). Passagem das drogas depende da porção lipídica (lipossolubilidade, apolaridade). *Enquanto o fármaco estiver lipossolúvel não pode ser eliminado via renal. A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas (determinada pelo pKa e pH), o que facilita sua absorção nos tecidos. Ex.: Em monogástricos, pH estomacal baixo, ácidos fracos são bem absorvidos no estômago devido a condições ácidas do órgão. Bases fracas são pouco absorvidas em meio ácido, sendo bem absorvidas no intestino delgado onde o pH é mais alcalino. pKa – constante dissociação da substância. “Quando maior dissociação, menor absorção” Seu valor representa o valor do pH do meio no qual a [ ] da forma ionizada é igual a [ ] da forma não ionizada. É utilizado para quantificar a acidez e basicidade, quanto maior o pKa significa que o fármaco é considerado um ácido fraco. Drogas básicas dissociam pouco em meio básico, portanto bem absorvidas nesse meio = drogas ácidas dissociam pouco em meio ácido, portanto bem absorvidas nesse meio. FILTRAÇÃO Fármacos hidrossolúveis, absorção por poros ou canais. Substâncias de tamanho pequeno e polares. A passagem das drogas depende do tamanho molecular. DIFUSÃO FACILITADA Transporte secundário para as drogas, ocorre por meio de carreador, sem gasto de energia, a favor do gradiente de concentração. Pode haver ligação com proteínas carreadoras (principal albumina). TRANSPORTE ATIVO Requer energia celular e ocorre contra o gradiente de concentração. Meio menos concentrado para o mais concentrado. Estrutura química da droga deve unir-se à molécula carreadora. FAGOCITOSE E PINOCITOSE Fagocitose engloba partículas sólidas e pinocitose partículas líquidas. Processo menos importante, ocorre por invaginação da membrana celular. Absorção de alguns polipeptídios e toxinas bacterianas (macromoléculas). BARREIRAS NATURAIS, SELETIVAS OU TISSULARES MEMBRANA PLASMÁTICA Bicamada lipídica (hidrofílica fora e hidrofóbica dentro) É fluido (moléculasindividuais se movem lateralmente) Apresenta proteínas (alvo dos fármacos) É relativamente impermeável a moléculas polares (hidrossolúveis) BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA Mantém o meio intracelular com características constantes Paredes contínuas de capilares, unidas por junções íntimas Formada por células gliais Impede a entrada de substâncias polares ou de peso molecular elevado ao SNC, assim como substâncias potencialmente neurotóxicas presentes no sangue Fármaco vem via sanguínea diluído no volume plasmático BARREIRA HEMATOTESTICULAR Células de sertoli com junções íntimas Barreira pouco permeável a proteínas Impede que o sistema imune atue contra proteínas dos espermatozoides Penetram nessas substâncias pouco polares, de tamanho pequeno Difusão passiva ou transporte ativo BARREIRA PLACENTÁRIA Proteção seletiva fetal Anticorpos passam por endocitose Substâncias químicas de baixo peso molecular e lipossolúveis podem atravessá-lo Substâncias lipossolúveis podem causar toxicidade fetal, p.ex. anestésicos (gerais), alguns antibióticos e analgésicos (principalmente corticoides) BARREIRAS EPITELIAIS (PELE, CÓRNEA, BEXIGA) Células unidas, penetração somente via celular Difusão - principalmente substâncias apolares MUCOSA GASTRINTESTINAL O TGI é revestido por células justapostas Obrigatoriamente as substâncias químicas se difundem somente através das membranas celulares (o fármaco precisa ultrapassar essa mucosa, chega aos capilares e então vai pra circulação) Substâncias químicas devem ser solúveis na membrana para ultrapassarem a barreira gastrintestinal FATORES QUE AFETAM O METABOLISMO DAS DROGAS Dependentes da droga: ▪ Lipo ou hidrossolubilidade ▪ Uso simultâneo de medicações ▪ Capacidade de dissociação ▪ Forma farmacêutica ▪ ph e pka Dependentes do paciente: ▪ Idade ▪ Composição genética ▪ Grau de repleção do estômago ▪ Diferenças entre espécies ▪ Sexo ▪ Doença
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