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ANÁLISE TÉCNICA DE BLOCOS CERÂMICOS DE VEDAÇÃO NA CIDADE DO RECIFE

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UNIFBV WYDEN 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFBV 
 CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
ALLEMBERT CLISTENYS S. DOS SANTOS 
 
 
 
 
 ANÁLISE TÉCNICA DE BLOCOS CERÂMICOS DE VEDAÇÃO NA 
CIDADE DO RECIFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2021 
 
 
ALLEMBERT CLISTENYS S. DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
ANÁLISE TÉCNICA DE BLOCOS CERÂMICOS DE VEDAÇÃO NA 
CIDADE DO RECIFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado 
ao Centro Universitário UNIFBV WYDEN, 
como requisito parcial para obtenção do título 
de Bacharel em Engenharia Civil. 
Orientador: Prof. João Ribeiro de Carvalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação na fonte - 
Biblioteca do Centro Universitário UniFBV | Recife/PE 
 
S237 Santos, Allembert Clistenys Sabino dos. 
 Análise técnicas de blocos cerâmicos de vedação na cidade do 
Recife. / Allembert Clistenys Sabino dos Santos. – Recife: UniFBV, 
2021. 
 60 f.: il. 
 Orientador (a): João Ribeiro de Carvalho. 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia 
Civil) -- Centro Universitário UniFBV. 
1. Blocos de Vedação. 2. Cerâmica. 3. Blocos Cerâmicos. I. 
Título. 
 
 CDU 624 [21.2] 
Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca. 
 
 
 
ALLEMBERT CLISTENYS S. DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 ANÁLISE TÉCNICA DE BLOCOS CERÂMICOS DE VEDAÇÃO NA 
CIDADE DO RECIFE 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado 
à Faculdade Boa Viagem, como requisito 
parcial para obtenção do título de Bacharel em 
Engenharia Civil. 
Orientador: Prof. João Ribeiro de Carvalho. 
 
 
Aprovado em:_ __/___ / 
 
 
 
 
 
 
Orientador(a) 
 
 
Avaliador(a) 
 
 
Avaliador(a) 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha obstinação 
durante todo o curso. Foi uma longa jornada, 
cheia de desafios dos quais não teria 
superado sem o afinco de concluir o curso. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A um ser humano maravilho que fez parte da minha vida por muito tempo, que 
acreditou em mim mais do que eu em vários momentos, que me incentivou, apoiou e 
contribuiu para que esse momento pudesse acontecer, ela tem parte nisso e só 
cheguei até aqui, por causa dela. Obrigado, Juliana! 
Aos amigos que construí durante a faculdade, ao meu amigo Carlos Eduardo 
que foi quem esteve mais próximo nos estudos, nas saídas, nas brincadeiras e no 
dia a dia, apoiamos um ao outro. 
Aos meus amigos Ismael Antônio, João Leal, Lucas Castro, João Parente, 
Vinicius Feitoza, Vinicius Nery, Tácio Brito e Thiago Batista que formaram nosso 
grupo de amizade ao longo da graduação. 
A minha amiga Lucimária, pela presença e apoio nos ensaios deste trabalho e 
durante o curso. 
A meus professores pela paciência e empenho em compartilhar suas experiên 
cias e conhecimentos, para contribuição da minha construção profissional e 
crescimento na academia. Em especial, a Methodio Varejão, Julieme Oliveira, Iane 
Marques, Ives Santos e ao meu orientador João Ribeiro por ter me proposto o tema 
e por toda a sua orientação no desenvolvimento do trabalho. 
A Suse do laboratório, pela sua contribuição em disponibilizar o laboratório 
em horários incomuns para a realização dos ensaios. 
Agradeço ao tio da parada, funcionário da faculdade que nos primeiros anos 
esteve presente todos os dias fazendo a nossa segurança. Sou grato, Sr. Roberto! 
A todos aqueles que de alguma forma contribuíram, seja por apoio moral, 
amizade, atenção ou ajuda nos momentos mais difíceis. 
Sou grato ao meu grupo de estudo na biblioteca, quando davamos plantão em 
dias que antecediam provas e durante a semana de provas, para ajudarmos uns aos 
outros. 
Ao meu coordenador de curso, Carlos Frederico, por toda sua disponibilidade 
e serventia em me atender e resolver minhas demandas durante toda a minha 
jornada da graduação na academia. 
Ao laboratório de materiais da construção civil e geotecnia da faculdade boa 
viagem, por todo o aparato e estrutura necessária para a realização dos ensaios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A perfeição é o meio-termo entre dois vícios: 
 um por excesso, e o outro por falta.” 
 
Aristóteles
 
RESUMO 
 
A ideia central que originou a contextualização deste trabalho, parte do 
príncipio do grande fluxo de comercialização de blocos cerâmicos de vedação para 
construções na cidade do Recife. A não conformidade dos blocos, pode elevar os 
custos do processo construtivo e ainda gerar perdas de materiais, além do 
surgimento de manifestações patológicas. O objetivo deste trabalho, foi o de analisar 
a conformidade de blocos cerâmicos de vedação em relação a NBR 15270-1 e 2 
(2017), que possui dimensões de 9x19x19cm e são classificados como VED15, de 
três fabricantes regionais, obtidos em dois diferentes armazéns do bairro de San 
Martin, na cidade do Recife. Foram coletadas amostras de trinta blocos (por 
segurança) de cada fabricante, de forma aleátoria. As principais características 
analisadas são quatro: sendo a primeira delas, a análise visual com relação às 
condições de comercialização do bloco, apenas um dos três fabricantes foi rejeitado 
neste quesito. A segunda, quanto a geometria, que envolve: planeza, espessura dos 
septos, desvio em relação ao esquadro e as dimensões. Todos os lotes foram 
aceitos na avaliação das dimensões e da planeza, porém rejeitados para o desvio de 
esquadro e espessura dos septos. Há ainda outras duas verificações, a do índice de 
absorção de água, neste ensaio todos foram aprovados, porém na verificação da 
resistência à compressão, foram todos reprovados. Todas as verificações foram 
feitas de acordo com às diretrizes da NBR 15270-1 e 2 (2017). A norma preconiza 
que a resistência mínima para blocos cerâmicos de vedação, é de 1,5 MPa, e que o 
índice de absorção d’água precisa estar entre 8 e 25%. Pelos resultados que foram 
obtidos nas análises, atráves de ensaios das amostras dos lotes, foi possível 
classificar a aptidão destes blocos para atender as obras do município. 
 
Palavras-chave: Blocos de Vedação. Cerâmica. Blocos Cerâmicos. 
 
 
ABSTRACT 
 
The central idea that gave rise to the contextualization of this work, starts from 
the beginning of the great flow of commercialization of ceramic blocks for 
constructions in the city of Recife. The non-conformity of the blocks can increase the 
costs of the construction process and also generate material losses, in addition to the 
emergence of pathological manifestations. The objective of the work was to analyze 
this compliance of ceramic sealing blocks in relation to NBR 15270-1 and 2 (2017), 
which has dimensions of 9x19x19cm and are classified as VED15, from three 
regional manufacturers, selected from two different warehouses in the neighborhood 
of San Martin, in the city of Recife. They were randomly collected from blocks of thirty 
blocks (for safety reasons) from each manufacturer. There are four main 
characteristics analyzed: the first being a visual analysis in relation to the block's 
commercialization conditions, only one of the three manufacturers was rejected in 
this regard. The second, regarding geometry, which involves: flatness, thickness of 
the septa, deviation from the square and dimensions. All batches were accepted in 
the evaluation of dimensions and flatness, but rejectedfor the deviation of square 
and thickness of the septa. There are still two other checks, that of the water 
absorption index, in this test all were confirmed, but in the verification of the 
compressive strength, all of them failed. All verifications were carried out in 
accordance with the guidelines of NBR 152.70-1 and 2 (2017). The standard 
recommends that the minimum resistance for ceramic sealing blocks is 1.5 MPa, and 
that the water absorption index must be between 8 and 25%. From the results 
obtained in the analyses, through the groups of lots, it was possible to classify the 
suitability of these blocks to meet the works of the municipality. 
 
Keywords: Sealing Blocks. Ceramics. Ceramic Blocks. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
Figura 1 – Bloco feito com cerâmica vermelha. ........................................................ 20 
Figura 2 – Taça feita com cerâmica branca.............................................................. 21 
Figura 3 – Jazida de extração. ................................................................................. 22 
Figura 4 – Sazonamento da argila. ........................................................................... 23 
Figura 5 – Extrusora à vácuo ou maromba. ............................................................. 24 
Figura 6 – Processo de extrusão. ............................................................................. 24 
Figura 7 – Boquilha de extrusão. .............................................................................. 25 
Figura 8 – Secagem. ................................................................................................ 25 
Figura 9 – Queima em forno do tipo túnel. ............................................................... 26 
Figura 10 – Queima em forno do tipo abóbada/redondo. ......................................... 27 
Figura 11 – Bloco cerâmico alveolar. ....................................................................... 28 
Figura 12 – Bloco cerâmico de paredes vazadas. .................................................... 28 
Figura 13 – Bloco cerâmico de paredes internas e externas maciças. ..................... 28 
Figura 14 – Bloco cerâmico de paredes externas maciças e paredes internas 
vazadas. ............. ...................................................................................................... 28 
Figura 15 – Bloco cerâmico de vedação. ................................................................. 29 
Figura 16 – Dimensões usuais de comercialização dos blocos cerâmicos de 
vedação. ......... .......................................................................................................... 30 
Figura 17 – Blocos do fabricante A dispostos no depósito do armazém 1. .............. 33 
Figura 18 – Blocos dos fabricantes B e C dispostos no depósito do armazém 2. .... 33 
Figura 19 – Localização das faces para medição. .................................................... 35 
Figura 20 – Medição das faces com paquímetro. ..................................................... 35 
Figura 21 – Localização dos pontos para medição dos septos, paredes externas, 
desvio e planeza. ...................................................................................................... 36 
Figura 22 – Medição dos desvios em relação ao esquadro. .................................... 36 
Figura 23 – Medição das paredes externas com paquímetro. .................................. 37 
Figura 24 – Medição das flechas. ............................................................................. 37 
Figura 25 – Bloco pesado em temperatura ambiente. .............................................. 38 
Figura 26 – Estufa. ................................................................................................... 38 
Figura 27 – Blocos submersos no tanque com água. ............................................... 39 
Figura 28 – Face do bloco capeada. ........................................................................ 40 
Figura 29 – Posicionamento do bloco na prensa. ..................................................... 40
 
 
Figura 30 – Bloco cerâmico de vedação 9x19x19cm. .............................................. 41 
Figura 31 – Tabela para aceitação e rejeição da análise visual. .............................. 42 
Figura 32 – Blocos dispostos sobre superfície plana e indeformável. ...................... 42 
Figura 33 – Critérios de aceitação para análise geométrica. .................................... 45 
Figura 34 – Critérios de aceitação e rejeição para o índice de absorção d’água. .... 52 
Figura 35 – Critérios de aceitação para resistência à compressão individual. ......... 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
 
Gráfico 1 – Comparativo das médias dos resultados da análise dimensional....... 47 
Gráfico 2 – Comparativo dos resultados de desvio e flecha entre fabricantes. ..... 49 
Gráfico 3 – Quantitativo de não conformidades na espessura dos septos e 
paredes externas. ...................................................................................................... 51 
Gráfico 4 – Médias do índice de absorção d’água por fabricante. ........................ 54 
Gráfico 5 – Médias da resistência à compressão individual. ................................. 57 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
Tabela 1: Terminologias adotadas durante os ensaios. ........................................... 34 
Tabela 2: Resultados da análise visual – Fabricante A. ........................................... 43 
Tabela 3: Resultados da análise visual – Fabricante B. ........................................... 44 
Tabela 4: Resultados da análise visual – Fabricante C. ........................................... 44 
Tabela 5: Resultados da análise dimensional – Fabricante A. ................................. 45 
Tabela 6: Resultados da análise dimensional – Fabricante B. ................................. 46 
Tabela 7: Resultados da análise dimensional – Fabricante C. ................................. 46 
Tabela 8: Resultados do desvio de esquadro e flecha – Fabricante A. .................... 48 
Tabela 9: Resultados do desvio de esquadro e flecha – Fabricante B. .................... 48 
Tabela 10: Resultados do desvio de esquadro e flecha – Fabricante C. .................. 49 
Tabela 11: Resultados espessura dos septos e paredes externas – Fabricante A. . 50 
Tabela 12: Resultados espessura dos septos e paredes externas – Fabricante B. . 50 
Tabela 13: Resultados espessura dos septos e paredes externas – Fabricante C. . 51 
Tabela 14: Resultados do índice de absorção d’água – Fabricante A. ..................... 52 
Tabela 15: Resultados do índice de absorção d’água - Fabricante B. ..................... 53 
Tabela 16: Resultados do índice de absorção d’água – Fabricante C. ..................... 53 
Tabela 17: Resultados da resistência à compressão individual – Fabricante A. ...... 55 
Tabela 18: Resultados da resistência à compressão individual – Fabricante B. ...... 56 
Tabela 19: Resultados da resistência à compressão individual – Fabricante C. ...... 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
 
AA Índice de Absorção d’água 
AB Área Bruta 
ABCERAM Associação Brasileira de Cerâmica 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
A.C Antes de Cristo 
ALIQ Área Líquida 
ANFACER Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica 
ANICER Associação Nacional da Indústria Cerâmica 
Cm Centímetro 
D Desvio em relação ao esquadro 
F Planeza das faces 
G Grama 
Hrs Horas 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
LxHxCLargura x Altura x Comprimento 
Mm Milímetro 
MPa Mega Pascal 
Ms Massa seca 
Mu Massa úmida 
NBR Norma Brasileira 
PBQP-H Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat 
PE Pernambuco 
PIB Produto Interno Bruto 
PSQ-BC Programa Setorial da Qualidade dos Blocos Cerâmicos 
S.D. Sem Data 
UNIFBV Universidade e Faculdade Boa Viagem 
VED15 Vedação de 1,5 MPa 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15 
1.1 Contextualização do problema da pesquisa ........................................................ 16 
1.2 Objetivos ............................................................................................................ 17 
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 17 
1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 17 
1.3 Justificativa .......................................................................................................... 17 
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 19 
2.1 A origem da cerâmica vermelha .......................................................................... 19 
2.2 A cerâmica vermelha no brasil ............................................................................ 19 
2.3 A evolução da cerâmica ...................................................................................... 20 
2.4 Caracterização da cerâmica ............................................................................. 20 
2.4.1 Cerâmica vermelha .......................................................................................... 20 
2.4.2 Cerâmica branca .............................................................................................. 21 
2.5 Matéria-prima .................................................................................................... 21 
2.6 Processo de fabricação ................................................................................... 23 
2.6.1 Tratamento da massa....................................................................................... 23 
2.6.2 Formação das peças ........................................................................................ 23 
2.6.3 Tratamento térmico ....................................................................................... 25 
2.6.3.1 Secagem ....................................................................................................... 25 
2.6.3.2 Queima .......................................................................................................... 26 
2.6.4 Materiais refratários .......................................................................................... 27 
2.6.5 Fritas e corantes ............................................................................................... 27 
2.7 Caracterização dos blocos cerâmicos ............................................................ 27 
2.7.1 Dimensões usuais dos blocos cerâmicos de vedação ..................................... 29 
2.7.2 Características geométricas ............................................................................. 30 
2.7.3 Das propriedades físicas .................................................................................. 30 
2.7.4 Das características mecânicas ......................................................................... 31 
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 32 
3.1 Classificação da pesquisa ................................................................................... 32 
 
 
 
3.2 Materiais .............................................................................................................. 32 
3.3 Análise e coleta de dados ................................................................................... 32 
3.4 Métodos .............................................................................................................. 34 
3.4.1 Análise visual ................................................................................................... 34 
3.4.2 Análise geométrica – Medidas das faces(LxHxC), medidas dos septos e 
paredes externas, planeza (flecha), desvio em relação ao esquadro. ...................... 34 
3.4.3 Análise da característica física: Índice de absorção d’água (AA) ..................... 38 
3.4.4 Análise mecânica: Determinação da resistência à compressão ....................... 39 
4 RESULTADOS ...................................................................................................... 42 
4.1 Análise visual: Identificação, quebras, deformação e som cavo. ................. 42 
4.2 Análise Geométrica: Dimensões, desvio de esquadro, planeza das faces, 
espessura dos septos e paredes externas. .......................................................... 45 
4.2.1 Dimensões ....................................................................................................... 45 
4.2.2 Desvio de esquadro e planeza das faces ......................................................... 47 
4.2.3 Espessura dos septos e paredes externas....................................................... 50 
4.3 Índice de absorção d’água (AA) ....................................................................... 52 
4.4 Resistência à compressão individual .............................................................. 54 
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 58 
5.1 Sugestões para trabalhos futuros ........................................................................ 58 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 59 
 
 
 
 
 
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A palavra grega kéramos, significa: “terra queimada”, o que quer dizer que o 
processo de obtenção do material vem do cozimento em altas temperaturas, é 
através deste processo que são fabricados os blocos cerâmicos de vedação. Estes 
blocos, são majoritariamente o material mais utilizado na construção civil brasileira 
para a vedação de ambientes, sendo fácil encontrá-los em quaisquer armazéns de 
pequeno porte. A não adequação das peças às especificações da norma, trazem 
diversos prejuízos a consumidores finais que adquirem estes materiais fora das 
conformidades. A norma de componentes cerâmicos, trás parâmetros para manter a 
qualidade dos blocos comercializados, desde a identificação do fabricante, até à sua 
resistência, índice de absorção d’água e dimensões geométricas (ANA PASSOS et 
al., 2020). 
Neste trabalho, se atestou a qualidade dos blocos oferecidos na cidade do 
Recife, mediante ensaios que comprovam se o produto final atende aos requisitos 
normativos. A Anicer (2018), criou o (PSQ-BC), em conformidade com o (PBQP-H), 
para garantir a aplicação dos requisitos descritos na NBR 15270-1:2017 e 15270-
2:2017. O programa tem como objetivo a melhoria do desempenho dos blocos nas 
construções, averiguando não conformidades e submetendo as peças a ensaios 
especificados pela norma. 
Blocos cerâmicos, são feitos de argila queimada. “O teor de umidade da argila 
também pode influenciar na estabilidade dimensional dos blocos que são 
conformados por extrusão” (BRAGA; SANTOS; SALES apud REIS; SILVA, 2017, 
p.40). “O não controle tecnológico nessa fase do processo, pode provocar retração 
por secagem e dimensões variáveis, além de fissuras. A indústriacerâmica 
brasileira, tem participação de cerca de 1% no PIB nacional, sendo 
aproximadamente 40% desta participação representada pelo setor de cerâmica 
vermelha” (MACEDO; MENEZES; NEVES; FERREIRA, 2008, p.411). 
 
16 
 
1.1 Contextualização do problema da pesquisa 
 
Devido ao baixo investimento no setor das olarias para controle tecnológico 
da fabricação dos materiais, comparado ao bloco de gesso e o de concreto, apesar 
do custo mais baixo, “o bloco cerâmico apresenta maior perda no fluxo de produção” 
(ANDRADE apud REIS; SILVA, 2017, p.40). E isto, está ligado a não adequação do 
bloco às normas, ocasionando perdas de materiais, alta geração de resíduos, 
manifestações patológicas nas alvenarias erguidas, além de elevar o consumo de 
insumos necessários para a execução na obra. Desvios de esquadro, aumentam o 
consumo de argamassa de assentamento. Já alto índice de absorção de água, pode 
aumentar o peso próprio da alvenaria e consequente carga na estrutura, sobretudo, 
em dias de chuva. O baixo índice de absorção, poderá levar a má aderência da 
argamassa ao bloco, prejudicando a ligação e o travamento entre eles. 
No que se refere a resistência à compressão, quando essa for inferior à 
prescrita pela NBR 15270-1 (2017), que é de 1,5 Mpa, coloca em risco uma das 
finalidades da alvenaria de vedação, que além de separar ambientes, é a de 
suportar pequenas cargas: como o peso próprio e cargas de objetos e pequenos 
equipamentos que são usualmente nelas fixados. Diante disto, as irregularidades 
geram desperdícios para o construtor e problemas futuros para o proprietário do 
imóvel. Não há por parte das olarias informações técnicas suficientes sobre as 
propriedade técnicas das argilas extraídas, o que leva a escolhas empíricas da argila 
utilizada na fabricação, estas infromações poderiam melhorar o desempenho da 
produção e aplacar as desconformidades, isto também se deve ao fato do não 
investimento em novas tecnologias de equipamentos e mão de obra especializada 
para o setor. Através dessa pesquisa, foi possível identificar a eficiência de alguns 
dos produtos oferecidos aos consumidores locais, avaliando três fabricantes. 
 
17 
 
1.2 Objetivos 
 
1.2.1 Objetivo geral 
 
Analisar a conformidade dos blocos cerâmicos de vedação classificados como 
VED15 e com dimensões 9x19x19cm de três diferentes fabricantes de acordo com a 
NBR 15270 (2017), que é constituída por duas partes. 
 
1.2.2 Objetivos específicos 
 
a) Examinar literaturas sobre blocos cerâmicos de vedação, sua matéria prima, 
metódos de fabricação, sua aplicação e propriedades físico-químicas; 
b) Realizar os ensaios previstos nas duas partes NBR 15270:2017, sendo eles: 
➢ Análise visual: identificação, quebras, deformação e som cavo; 
➢ Análise geométrica: dimensões, desvio em relação ao esquadro, 
espessura dos septos e das paredes externas, planeza das faces; 
➢ Índice de absorção d’água; 
➢ Resistência à compressão; 
c) Comparar os resultados com as diretrizes estabelecidas pela norma; 
 
1.3 Justificativa 
 
De acordo com a norma ABNT NBR 15270-1 (2017), “alvenaria de vedação é 
aquela não admitida como participante da estrutura”. A função desses blocos, é a de 
realizar a vedação entre ambientes, mas, eles conseguem suportar algumas cargas 
inexpressivas, e embora seja pequena, sua resistência não é nula. Suportam o peso 
próprio em uma parede ou muro, além de pequenas cargas de objetos que são 
neles fixadas. Quando sua fabricação é inadequada, as funções que deveriam ser 
desempenhadas são comprometidas. 
A consequência das inadequações chegam até construtores e proprietários, 
embora haja abundante mão de obra disponível no país para execução de alvenaria 
18 
 
com este tipo de material, sua maior parte não é qualificada. De acordo com dados 
disponíveis no site da ANICER (2021), que exibe dados do ano de 2008 do (IBGE), 
o número de fabricantes de blocos cerâmicos no Brasil, é de aproximadamente 
4.346 empresas, com uma produção mensal de quatro bilhões de peças, e um 
consumo de sete milhões e oitocentas mil toneladas de argila por mês. O setor é 
responsável por cerca de 90% das alvenarias construídas no país. 
Diante de números tão expressivos, a indústria da cerâmica vermelha 
representa segundo a própria ANICER (2021), 4,8% da indústria da construção civil. 
Fica evidente o grande volume movimentado no mercado e consequente dificuldade 
de fiscalização da qualidade oferecida pelos produtores, o que remete a produtos 
finais não padronizados. A última lista atualizada em março do ano de 2021 de 
empresas qualificadas no PBQP-H, mostra apenas 6 empresas qualificadas e 
associadas ao programa no estado de Pernambuco. 
Em um levantamento sobre o PBQP-H em Pernambuco, Paz apud 
Magalhães; Moraes; Holanda (2013), declara que existem cerca de 198 empresas 
legalizadas no estado, o que nos dá um percentual de cerca de 3% de fabricantes 
associados ao programa de qualidade. Por este motivo, este trabalho buscou 
analisar a conformidade dos blocos de três fabricantes distintos, escolhidos 
aleatoriamente em armazéns da cidade do Recife-PE. 
 
 
 
 
 
 
19 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
2.1 A origem da cerâmica vermelha 
 
Segundo a ANICER (2015), “a cerâmica vermelha é o material mais antigo já 
produzido pelo homem e com registros datados há cerca de dez mil anos. Na pré-
história já haviam utensílios cerâmicos, como vasos de barro com a cor natural da 
argila ou em tons mais escuros, pela presença do óxido férrico”. De acordo com a 
ANFACER (s.d.), “muitas culturas, desde os primórdios, desenvolveram estilos 
próprios que, com o passar do tempo, consolidavam tendências e evoluíam no 
aprimoramento artístico e ela nasceu no momento em que o homem passou a 
utilizar o barro endurecido pelo fogo”. Cerâmica compreende todos os materiais 
inorgânicos, não metálicos, geralmente obtidos após tratamento térmico em 
temperaturas elevadas (ABCERAM, 2016). A cerâmica artística ou para a 
construção, somente surgiu na antiguidade e apenas em centros comerciais, 
culturas antigas desenvolveram suas próprias técnicas de manuseio. A primeira 
queima de argila, ocorreu por volta de 23.000 a.C (OBERMEIER & VIEIRA, 1998). 
 
2.2 A cerâmica vermelha no brasil 
 
No Brasil, a cerâmica teve inicio na ilha de marajó, através dos índios da 
região. Porém, estudos arqueológicos mostraram que havia a presença de uma 
produção cerâmica mais simples, criada na amazônia por volta de cinco mil anos 
atrás. Dentre as técnicas da cerâmica marajoara, havia: raspagem, incisão, excisão 
e pintura. Os formatos eram sempre antropomorfos, haviam outros objetos 
modelados na época, que mesmo com a ausência de equipamentos mais 
sofisticados, demonstravam um trabalho valoroso (ANFACER, 2017). O maior 
avanço do setor cerâmico nacional, ocorreu em meados de 1960 com a implantação 
de políticas públicas de habitação, como o Banco Nacional de Habitação e o 
Sistema Financeiro de Habitação. Por volta de 1970, ocorreu um aumento acelerado 
na construção civil do país, ocasionando a expansão da indústria cerâmica, 
provocando a incorporação do processo de inovação e o lançamento de novas 
linhas de produtos, diversificando e estendendo o setor, Rossi apud APL-SE (2008). 
20 
 
2.3 A evolução da cerâmica 
 
A arte da cerâmica prosperou entre quase todos os povos ao mesmo tempo, 
refletindo nas formas e nas cores, o ambiente e a cultura dos diversos povos. Nas 
primeiras peças decoradas, os motivos artísticos eram sempre o dia a dia do povo: 
caça, os animais, a luta, etc. Hoje em dia, além de sua utilização como matéria-
prima constituinte de diversos instrumentos domésticos, da construção civil e como 
material plástico nas mãos dos artistas, a cerâmica é também utilizada na tecnologia 
de ponta, mais especificamente na fabricação de componentes de foguetes 
espaciais (TECCER, 2017). 
 
2.4 Caracterizaçãoda cerâmica 
 
2.4.1 Cerâmica vermelha 
 
As cerâmicas vermelhas, são materiais com tonalidade vermelha, 
ocasionadas pela presença do óxido férrico, que é o composto químico com a 
fórmula Fe2O3, amplamente utilizados na construção civil, como telhas, tijolos, blocos 
e etc (TECCER, 2017). A cerâmica, tanto de uso comum como artístico, é produzida 
hoje por toda parte, seja em grandes estabelecimentos ou por pequenos artesãos. 
Os sistemas são fundamentalmente os mesmos, mas é inegável que a experiência 
técnica adquiriu tamanha perfeição que permite resultados extraordinários 
(ANFACER, 2017). A cerâmica vermelha pode ser designada como revestimento, 
blocos, tijolos, telhas, utensílios domésticos e etc (ESTIVA, 2018). A figura 1 
demonstra blocos feitos de cerâmica vermelha. 
 
Figura 1 – Bloco feito com cerâmica vermelha. 
 
Fonte: LC MEDEIROS, 2015. 
21 
 
2.4.2 Cerâmica branca 
 
Este grupo é bastante diversificado, compreendendo materiais constituídos 
por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea transparente e 
incolor e que eram assim agrupados pela cor branca da massa, necessária por 
razões estéticas ou técnicas (ANFACER, 2017). A figura 2 mostra um utensílio 
doméstico feito com cerâmica branca. 
 
Figura 2 – Taça feita com cerâmica branca. 
 
Fonte: CAPITAL DECOR, 2019. 
 
2.5 Matéria-prima 
 
A argila é a principal matéria-prima para a fabricação de blocos cerâmicos de 
vedação. A grande maioria das matérias-primas utilizadas para a fabricação de 
blocos cerâmicos, são encontradas em jazidas minerais espalhadas pela crosta da 
terra. Após o processo de mineração, os materiais são desagregados, ou moídos e 
classificados de acordo com a granulometria e em alguns casos, também são 
purificados. Somente após esses tratamentos, é que se tem inicio o processo de 
fabricação. Matérias-primas sintéticas, são fornecidas prontas para o uso, 
necessitando apenas de ajustes de granulometria. Embora em vários países sejam 
consideradas propriedades físicas, químicas e mecânicas, no Brasil não é comum 
essa prática ABCERAM (2016). 
As argilas utilizadas na indústria de cerâmica vermelha ou, como também 
conhecidas na literatura técnica, argilas comuns (common clays) abrangem uma 
grande variedade de substâncias minerais de natureza argilosa. Compreendem, 
22 
 
basicamente, sedimentos pelíticos consolidados e inconsolidados, como argilas 
aluvionares quaternárias, argilitos, siltitos, folhelhos e ritmitos, que queimam em 
cores avermelhadas, a temperaturas variáveis entre 800 e 1.250ºC (CABRAL 
JUNIOR, 2005). As argilas podem ser também classificadas conforme a maior ou 
menor quantidade de colóides: as gordas são muito plásticas, devido à alumina 
deformam-se muito no processo de cozimento; as magras que possuem excesso de 
sílica são mais porosas e frágeis (SOUSA, 2013). 
Os principais tipos de argilas encontradas na natureza são: as argilas fluviais 
que são extremamente abundantes geralmente utilizadas em cerâmica vermelha; as 
argilas de estuários que contêm camadas ou áreas de laminação grossa, além de 
resíduos orgânicos de pântanos inter-laminados em camadas argilosas; as argilas 
de pântanos que são geralmente muito plásticas bastante puras e ricas em caulinitas 
e matéria orgânica; as argilas de cor de cozimento branca como os caulins e argilas 
plásticas utilizadas para a fabricação de pisos e azulejos; as argilas refratárias que 
são os caulins, argilas refratárias e argilas altamente aluminosas utilizada na 
confecção de tijolos refratários; e as argilas para materiais cerâmicos estruturais, 
amarelas ou vermelhas que são as argilas encontradas para a fabricação de 
manilhas, blocos e telhas (SOUSA, 2013). Na figura 3, vemos uma Jazida de 
extração da matéria-prima. 
 
Figura 3 – Jazida de extração. 
 
Fonte: CERÂMICA SÃO JOÃO, 2014 
 
 
 
 
 
23 
 
2.6 Processo de fabricação 
 
2.6.1 Tratamento da massa 
 
O processo de fabricação de materiais cerâmicos, são a partir da composição 
de duas ou mais matérias-primas, além de aditivos e água ou outro meio. No caso 
da cerâmica vermelha em que se utiliza apenas a argila como matéria-prima, são 
misturados dois ou mais tipos de argila com características diferentes na 
composição (ABCERAM, 2016). Raramente se utiliza apenas um tipo de argila. Por 
isso, se faz necessário o controle da dosagem das matérias-primas e dos aditivos, 
que seguem formulações de massas previamente estabelecidas. Após aprovada, a 
matéria-prima é levada para o pátio de sazonamento e lá é depositada em camadas 
alternadas de silte, o que otimiza a secagem da matéria, formando o que é chamado 
de sanduíches. O sazonamento aumenta a plasticidade do material e minimiza 
fissuras durante a secagem (CERÂMICA CONSTRULAR, s.d). A seguir, a figura 4 
mostra uma região utilizada para sazonamento da argila. 
 
Figura 4 – Sazonamento da argila. 
 
Fonte: CERÂMICA CONSTRULAR, s.d. 
 
 
2.6.2 Formação das peças 
 
De acordo com a ABCERAM (2016), “existem diversos processos para a 
formação das peças, a escolha de cada um deles, depende de fatores econômicos, 
do formato e das características do produto, sendo os métodos mais comuns:” 
 
24 
 
• Colagem ou fundição; 
• Prensagem; 
• Extrusão; 
• Torneamento. 
 
A extrusão é o método mais difundido no Brasil, e ocorre quando a massa 
plástica é colocada numa extrusora, também conhecida como maromba, onde é 
compactada e forçada por um pistão ou eixo helicoidal, através de bocal com 
determinado formato, como mostrado na figura 5 a 7. Como resultado obtém-se uma 
coluna extrudada, com seção transversal com o formato e dimensões desejados; em 
seguida, essa coluna é cortada, obtendo-se desse modo peças como tijolos 
vazados, blocos, tubos e outros produtos de formato regular, ABCERAM (2016). 
 
 
Figura 5 – Extrusora à vácuo ou maromba. 
 
Fonte: BERTAN MÁQUINAS, s.d. 
 
 
Figura 6 – Processo de extrusão. 
 
Fonte: CERÂMICA TATUÍ, 2019. 
 
 
 
25 
 
Figura 7 – Boquilha de extrusão. 
 
Fonte: SPOSTO; MORAIS; PEREIRA, 2007. 
 
 
2.6.3 Tratamento térmico 
 
2.6.3.1 Secagem 
 
Após a etapa de formação, as peças em geral continuam a conter água, 
proveniente da preparação da massa. Para evitar tensões e, conseqüentemente, 
defeitos nas peças, é necessário eliminar essa água, de forma lenta e gradual, em 
secadores intermitentes ou contínuos, a temperaturas variáveis entre 50 ºC e 150 
ºC, ABCERAM (2016). Na figura 8, um exemplo do material em processo de 
secagem. 
 
Figura 8 – Secagem. 
 
Fonte: CERÂMICA SÃO JOÃO DE ITU, 2014. 
 
 
 
26 
 
2.6.3.2 Queima 
 
ABCERAM (2016), afirma que nessa operação conhecida também por 
sinterização, os produtos adquirem suas propriedades finais. As peças, após 
secagem , são submetidas a um tratamento térmico a temperaturas elevadas, que 
para a maioria dos produtos situa-se entre 800 ºC a 1700 ºC, em fornos contínuos ou 
intermitentes que operam em três fases: 
 
• Aquecimento da temperatura ambiente até a temperatura desejada; 
• Patamar durante certo tempo na temperatura especificada; 
• Resfriamento até temperaturas inferiores a 200 ºC. 
 
O ciclo de queima compreendendo as três fases, dependendo do tipo de 
produto, pode variar de alguns minutos até vários dias. Durante esse tratamento 
ocorre uma série de transformações em função dos componentes da massa, tais 
como: perda de massa, desenvolvimento de novas fases cristalinas, formação de 
fase vítrea e a soldagem dos grãos. Portanto, em função do tratamento térmico e 
das características das diferentes matérias-primas são obtidos produtos para as 
mais diversas aplicações, ABCERAM (2016). Os fornos podem ter formatos 
diferentes, como demonstrados nas figuras 9 e 10. 
 
Figura 9 – Queima em forno do tipo túnel. 
 
 Fonte: THERMO INDUSTRIAL, s.d. 
 
 
 
 
27 
 
Figura 10 – Queima em forno do tipo abóbada/redondo.Fonte: SINDICER/PB, 2016. 
 
 
2.6.4 Materiais refratários 
 
“Os materiais refratários compreendem uma ampla gama de produtos que têm 
como característica principal a capacidade de suportar altas temperaturas, 
normalmente acima de 1200 °C” (VICTORIA apud McColm, 2013 p.1). 
 
2.6.5 Fritas e corantes 
 
“Estes dois produtos são importantes matérias-primas para diversos 
segmentos cerâmicos que requerem determinados acabamentos. Frita (ou vidrado 
fritado) é um vidro moído, fabricado por indústrias especializadas a partir da fusão da 
mistura de diferentes matérias-primas. É aplicado na superfície do corpo cerâmico 
que, após a queima, adquire aspecto vítreo” (ANFACER, 2017). 
 
2.7 Caracterização dos blocos cerâmicos 
 
Blocos cerâmicos podem ser classificados como estruturais ou de vedação. 
Os blocos cerâmicos estruturais, são peças que exercem função estrutural, em 
função de serem componentes estruturais para o sistema construtivo em alvenaria 
estrutural. Podem ser de paredes vazadas, alveolar, de paredes internas e externas 
maciças ou de paredes externas maciças e parede interna vazada ABNT NBR 
15270-1 (2017). As figuras 11 a 14 abaixo, ilustram os tipos de blocos estruturais: 
 
28 
 
Figura 11 – Bloco cerâmico alveolar. 
 
 Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2017. 
 
Figura 12 – Bloco cerâmico de paredes vazadas. 
 
Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2017. 
 
Figura 13 – Bloco cerâmico de paredes internas e externas maciças. 
 
Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2017. 
 
Figura 14 – Bloco cerâmico de paredes externas maciças e paredes internas vazadas. 
 
Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2017. 
29 
 
Segundo a NBR 15270-1 (2017), “blocos cerâmicos estruturais devem ter fbk 
mínimo de 4 Mpa”, a norma ainda classifica esses elementos, como componentes de 
alvenaria que possuem furos ou vazados prismáticos perpendiculares às faces que 
os contêm, e devem ser assentados com os furos ou vazados na vertical. A norma 
ainda caracteriza como bloco, componentes cujo altura seja superior a 115mm. 
Já para blocos cerâmicos de vedação, a mesma norma estabelece que a 
resistência mínima, é de 1,5 MPa. A norma define como alvenaria de vedação, 
aquela não admitida como participante da estrutura. Sendo assim, para tal sistema, 
admitimos que o componente não recebe cargas da estrutura, apenas o peso próprio 
e pequenas cargas de utilização pelos usuários. A norma caracteriza ainda, como 
bloco de vedação, o componente de alvenaria não participante da estrutura que 
possui furos ou vazados prismáticos perpendiculares às faces que os contêm. A 
figura 15 exemplifica um modelo de bloco cerâmico de vedação. 
 
Figura 15 – Bloco cerâmico de vedação. 
 
Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2017. 
 
Há ainda os tijolos, que são componentes cujo a altura seja de até 115mm. 
Podem ser maciços, maciços com rebaixo, perfurados, ou com formatos variadas. 
São permitidos blocos e tijolos com largura de até 70mm em casos excepcionais 
(ABNT NBR 15270-1, 2017). 
 
2.7.1 Dimensões usuais dos blocos cerâmicos de vedação 
 
A figura 16, mostra as dimensões mais comuns de blocos cerâmicos de 
vedação comercializadas no Brasil, sendo o mais utilizado na região da pesquisa 
deste trabalho, o bloco de 9x19x19cm. 
 
30 
 
Figura 16 – Dimensões usuais de comercialização dos blocos cerâmicos de vedação. 
 
Fonte: GONÇALVES, 2016. 
 
 
2.7.2 Características geométricas 
 
De acordo com a NBR 15270-1 (2017), as características geométricas dos 
blocos de vedação e estruturais, são: 
 
• Medidas das faces (LxHxC) – dimensões efeticas ou reais; 
• Espessuras dos septos e paredes externas dos blocos; 
• Desvio em relação ao esquadro (D); 
• Planeza das faces (F); 
• Área bruta (Ab) 
• Área líquida (Aliq), apenas para blocos estruturais. 
 
2.7.3 Das propriedades físicas 
 
Nas propriedades físicas, a massa seca representa a massa obtida após 
submeter o bloco a estufa em temperatura de (105 ± 5) °C, com pesagens a cada 
hora, até que a diferença entre as pesagens não supere 0,25%. Após isto, com o 
bloco submerso na água em temperatura ambiente por 24hrs, é possível obter a 
massa úmida e assim calcular o índice de absorção d’água. 
 
• Massa seca (ms); 
• Índice de absorção d’água (AA). 
 
31 
 
2.7.4 Das características mecânicas 
 
A característica mecânica dos blocos e tijolos cerâmicos de vedação, é a 
resistência a compressão individual (fb). 
 
 
 
32 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 Classificação da pesquisa 
 
O método utilizado para esta pesquisa, é o experimental. Quando através de 
procedimentos feitos em laboratório, observa-se o comportamento dos objetos em 
relação aos experimentos realizados, testando assim o maior número de variáveis 
possíveis, afim de se chegar a uma conclusão. Para ser pesquisa experimental, 
precisa apresentar as propriedades: manipulação das variáveis; amostragem 
aleatória; coleta de dados imparcial e controle das variáveis pelo pesquisador (GIL, 
2002, p. 48). A pesquisa experimental está relacionada a experimentar, gerar 
inovações, testar materiais, elaborar e formular novos elementos, simular eventos, 
fazer estudos de laboratório, estudos com protótipos, estudos de amostras 
criteriosas (JUNG, 2004). 
 
3.2 Materiais 
 
Neste estudo, foram utilizados blocos cerâmicos de vedação classificados 
pela NBR 15270-1 (2017) como VED15, por terem resistência mecânica mínima de 
1,5 MPa. Os blocos possuem dimensões de 9x19x19cm e foram escolhidos pelo 
autor de forma aleatória nos depósitos de armazenamento dos dois armazéns. 
Foram coletadas três amostras de trinta blocos de cada um dos três fabricantes. 
 
3.3 Análise e coleta de dados 
 
O material foi coletado em Abril de 2021 e colocado em ambiente protegido 
para preservação das características originais, em seguida identificados e removidas 
as rebarbas, conforme às diretrizes da ABNT NBR 15270-1 e 2 (2017). Em seguida, 
os blocos foram submetidos aos ensaios e os critérios para aceitação e rejeição, 
foram os prescritos nas tabelas dispostas na primeira parte da norma. Os blocos são 
de três fabricantes distintos e adquiridos em dois dos armazéns mais movimentados 
da região. Durante a coleta, foi verificado em cada bloco a qual fabricante era 
pertencente. O primeiro fabricante coletado foi chamado de A, o segundo e o terceiro 
de B e C respectivamente. As figuras 17 e 18 mostram os blocos dispostos nos 
33 
 
depósitos dos armazéns durante a coleta. 
 
Figura 17 – Blocos do fabricante A dispostos no depósito do armazém 1. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
Figura 18 – Blocos dos fabricantes B e C dispostos no depósito do armazém 2. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
A tabela 1, demonstra as terminologias adotadas para as amostras dos 
fabricantes durante os ensaios. Para todos os ensaios realizados, a amostragem é 
constituída por 13 corpos de prova, exceto para o ensaio do índice de absorção de 
água, que é constituído por apenas 6 corpos de prova como descrito na ABNT NBR 
15270-1 (2017). 
 
 
34 
 
Tabela 1: Terminologias adotadas durante os ensaios. 
 
 Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
3.4 Métodos 
 
3.4.1 Análise visual 
 
Nesta etapa inicial dos ensaios, foram feitas análises de identificação, 
quebras, deformação e a presença de som cavo. Para a análise da identificação dos 
blocos, em cada amostra dos fabricantes foi analisado conforme a ABNT NBR 
15270-1 (2017), a presença do nome da empresa, cnpj, as dimensões efetivas no 
formato (LxHxC), contatos da empresa e a data de fabricação do lote. Além disto, 
foram analisadas quebras, deformação e som cavo. 
 
3.4.2 Análise geométrica – Medidas das faces(LxHxC), medidas dos septos e 
paredes externas, planeza (flecha), desvio em relação ao esquadro. 
 
As medições nas faces, foram realizadas de acordo com as diretrizes 
dispostas na ABNT NBR 15270-2 (2017), como demonstrado na figura 19. 
 
35 
 
Figura 19 – Localização das faces para medição.Fonte: Adaptado pelo autor - ABNT NBR 15270-1, 2017. 
 
A figura 20 mostra as medições das dimensões efetivas realizadas em 
laboratório, com paquímetro. 
 
Figura 20 – Medição das faces com paquímetro. 
 
 Fonte: AUTOR, 2021. 
 
De acordo com a ABNT NBR 15270-2 (2017), as medições das dimensões 
efetivas, feitas em laboratório, devem ser feitas com paquímetro de sensibilidade 
mínima de 0,05mm e com os corpos de prova dispostos sobre uma superfície plana 
e indeformável, como visto na figura 20. As medições dos septos e paredes 
externas, desvio de esquadro e planeza das faces, foram realizadas de acordo com 
as diretrizes da ABNT NBR 15270-2, 2017. A figura 21, mostra as posições e 
localização dos pontos à serem medidos. 
36 
 
Figura 21 – Localização dos pontos para medição dos septos, paredes externas, desvio e planeza. 
 
 Fonte: Adaptado pelo autor - ABNT NBR 15270-2, 2017. 
 
A aludida norma recomenda que as medições do desvio em relação ao 
esquadro, sejam feitas com esquadro metálico de (90° ± 0,5), com os corpos de 
prova dispostos sobre superfície plana e indeformável, medindo uma das faces 
destinadas ao assentamento e a maior face destinada ao revestimento do bloco, 
conforme mostra a figura 22. 
 
Figura 22 – Medição dos desvios em relação ao esquadro. 
 
 Fonte: AUTOR, 2021. 
 
Com relação a medição da espessura dos septos e paredes externas, a ABNT 
NBR 15270-2, 2017, recomenda que as medições sejam feitas nos pontos indicados 
na figura 21, com utilização de paquímetro, buscando o ponto onde a parede 
apresenta menor dimensão. Para os septos, a referida norma recomenda que sejam 
medidos em sua região central. De acordo com a tabela 2 da ABNT NBR 15270-1 
(2017), a espessura mínima das paredes externas dos blocos cerâmicos de vedação 
são de 7mm, já para as paredes internas não há determinação de espessura 
mínima. A figura 23, mostra as medições nas paredes externas com paquímetro. 
37 
 
Figura 23 – Medição das paredes externas com paquímetro. 
 
 Fonte: AUTOR, 2021. 
 
Para determinação da planeza das faces (flecha), diante da impossibilidade 
da disponibilização do defletômetro recomendado pela ABNT NBR 15270-2 (2017), 
foram seguidas as diretrizes da norma anterior a esta: a ABNT NBR 15270-1 (2005). 
Sobre uma superfície plana e indeformável foi utilizado um esquadro metálico de 
90°, posicionado na diagonal de uma das faces do bloco destinada ao revestimento, 
medindo em seguida a flecha com régua metálica, conforme mostra a figura 24. 
 
Figura 24 – Medição das flechas. 
 
 Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
 
 
38 
 
3.4.3 Análise da característica física: Índice de absorção d’água (AA) 
 
Para a determinação das características físicas, foram seguidas as diretrizes 
do anexo B, da ABNT NBR 15270-2 (2017). Os corpos de prova foram pesados 
primeiramente em temperatura ambiente em uma balança com resolução de 5g, e 
em seguida colocados em uma estufa com temperatura ajustável a (105 ± 5) °C. 
Foram feitas pesagens com 1hr de intervalo, até que a diferença entre as pesagens 
fosse de no máximo 0,25% como recomenda a norma, para obtenção da massa 
seca. Em seguida, os blocos foram submersos no tanque do laboratório, com água 
em temperatura ambiente, pelo período de 24hrs, sendo pesados em seguida para 
obtenção da massa úmida. A figura 25 mostra um corpo de prova sendo pesado em 
temperatura ambiente. 
 
Figura 25 – Bloco pesado em temperatura ambiente. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
A figura 26, mostra a estufa com temperatura ajustável a (105 ± 5) °C. 
 
Figura 26 – Estufa. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
39 
 
Na figura 27, é possível ver os blocos submersos no tanque com água em 
temperatura ambiente, no laboratório de materiais da construção civil e geotecnia da 
UNIFBV. 
 
Figura 27 – Blocos submersos no tanque com água. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
Após a obtenção dos valores das massas secas e úmidas dos corpos de 
prova, foi procedido o cálculo para determinação do índice de absorção de água, 
através da seguinte expressão presente na norma: 
 
 da equação 1. 
 
A tolerância para o índice de absorção d’água (AA), de acordo com a ABNT 
NBR 15270-1 (2017) é de 8 a 25%. 
 
 
3.4.4 Análise mecânica: Determinação da resistência à compressão 
 
Para a determinação da resistência à compressão individual dos corpos de 
prova, foram seguidas todas as recomendações do anexo C da ABNT NBR 15270-2 
(2017). A norma recomenda que os blocos sejam regularizadas através de 
capeamento com pasta de cimento, nas faces em contato com as placas da prensa 
e que a espessura média do capeamento, não pode exceder 3mm. Em seguida, os 
corpos de prova foram submersos na água por no mínimo 6hrs, antes de serem 
rompidos na prensa. O capeamento foi procedido da seguinte forma: 
 
40 
 
• Na argamassadeira, foi rodada uma pasta de cimento com fator água cimento 
de 0,36 e cimento CPV-ARI. Em seguida, foi colocada a pasta em uma forma 
metálica plana, sobre uma superfície plana e os blocos foram colocados em 
cima da pasta. Com o nível bolha foi feito o nivelamento da pasta. 
 
As figuras 28 e 29, mostram a face do bloco capeada e o posicionamento do 
mesmo na prensa para o rompimento. 
 
Figura 28 – Face do bloco capeada. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
Figura 29 – Posicionamento do bloco na prensa. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
41 
 
Na figura 30, é possível ver uma imagem real da tipologia do bloco que foi 
objeto deste trabalho. 
 
Figura 30 – Bloco cerâmico de vedação 9x19x19cm. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
42 
 
4 RESULTADOS 
 
4.1 Análise visual: Identificação, quebras, deformação e som cavo. 
 
Os corpos de prova dos fabricantes foram separados e postos sobre uma 
superfície plana e indeformável. O primeiro ensaio realizado foi o da análise visual, 
enquadrando identificação, quebras, deformação e som cavo. Para a análise de 
identificação, a amostragem é simples. Quanto a análise de quebras, deformação e 
som cavo, a amostragem é dupla, conforme o item 7.3 da ABNT NBR 15270-1 
(2017). Conforme o item 8.1.2 da aludida norma, a não conformidade de qualquer 
amostra na análise de identificação, é suficiente para a rejeição do lote neste 
quesito. Os critérios de aceitação e rejeição, tiveram como base os parâmetros 
expressos na tabela 8 da aludida norma, como mostra a figura 31. 
 
Figura 31 – Tabela para aceitação e rejeição da análise visual. 
 
 Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2017. 
 
Na figura 32, é possível ver uma amostra de blocos de um dos fabricantes, 
sobre superfície plana e indeformável. 
 
Figura 32 – Blocos dispostos sobre superfície plana e indeformável. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
43 
 
• Fabricante A 
 
Conforme apresentado na tabela 2, o lote do fabricante A não apresentou não 
conformidades em nenhum dos 13 corpos de prova da primeira amostragem, sendo 
portanto aceito, de acordo com as exigências da tabela 8 da norma citada na tabela 
2. 
 
Tabela 2: Resultados da análise visual – Fabricante A. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
• Fabricante B 
 
Os corpos de prova do fabricante B, apresentaram não conformidades nos 
blocos B3 e B11, ainda assim foram aceitos na primeira amostragem, de acordo com 
a tabela 8 da norma citada na tabela 3. 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
Tabela 3: Resultados da análise visual – Fabricante B. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
• Fabricante C 
 
O fabricante C, foi o único deste ensaio a ter alta quantidade de não 
conformidades no quesito de identificação, em que a amostragem é simples, sendo 
assim rejeitado nesta análise com 9 corpos de prova não conformes. Para as 
características visuais de quebra, deformação e som cavo, apenas nos blocos C5 e 
C9 ficou constatada não conformidade, portanto, neste quesito o lote é aceito. A 
tabela 4 mostra os resultados. 
 
Tabela 4: Resultados da análise visual – Fabricante C. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
45 
 
4.2 Análise Geométrica:Dimensões, desvio de esquadro, planeza das faces, 
espessura dos septos e paredes externas. 
 
Para o ensaio da análise dimensional, todos os fabricantes foram aceitos 
pelos requisitos da ABNT NBR 15270-1 (2017), conforme mostram as tabelas 5, 6 e 
7. Os critérios de aceitação dos lotes para o ensaio da análise geométrica, são os 
dispostos na tabela 9 da ABNT NBR 15270-1 (2017), conforme disponível na figura 
33. 
 
Figura 33 – Critérios de aceitação para análise geométrica. 
 
 Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2017. 
 
4.2.1 Dimensões 
 
Tabela 5: Resultados da análise dimensional – Fabricante A. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
46 
 
Tabela 6: Resultados da análise dimensional – Fabricante B. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
Tabela 7: Resultados da análise dimensional – Fabricante C. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
No gráfico 1, é possível ver um comparativo das dimensões médias obtidas 
entre os fabricantes. 
 
 
47 
 
Gráfico 1 - Comparativo das médias dos resultados da análise dimensional. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
4.2.2 Desvio de esquadro e planeza das faces 
 
Para os quesitos desvio de esquadro e planeza(flecha), foram seguidos para 
a aceitação e rejeição, os critérios da tabela 9 da ABNT NBR 15270-1 (2017), como 
visto na figura 33. Todos os fabricantes analisados foram deficientes no quesito 
desvio em relação ao esquadro, já que a norma permite apenas 3mm de desvio e 
todos tiveram amostras com valores superiores. Quanto a planeza das faces, todos 
foram conformes ficando abaixo dos 3mm permitidos por norma, como mostram as 
tabelas 8, 9 e 10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
89,5 90,1 89,8
188,8 190,2 191,4189 191,7 192,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
FABRICANTE A FABRICANTE B FABRICANTE C(mm)
COMPARATIVO ENTRE FABRICANTES
LARGURA ALTURA COMPRIMENTO
48 
 
 
Tabela 8: Resultados do desvio de esquadro e flecha – Fabricante A. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
Tabela 9: Resultados do desvio de esquadro e flecha – Fabricante B. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
 
49 
 
Tabela 10: Resultados do desvio de esquadro e flecha – Fabricante C. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
No gráfico 2, um comparativo dos resultados obtidos entre os fabricantes. 
 
Gráfico 2 – Comparativo dos resultados de desvio e flecha entre fabricantes. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
(DESVIO) (PLANEZA) (DESVIO) (PLANEZA) (DESVIO) (PLANEZA)
FABRICANTE A FABRICANTE B FABRICANTE C
(mm)
COMPARATIVO ENTRE FABRICANTES
BLOCO 1 BLOCO 2 BLOCO 3 BLOCO 4 BLOCO 5 BLOCO 6 BLOCO 7
BLOCO 8 BLOCO 9 BLOCO 10 BLOCO 11 BLOCO 12 BLOCO 13
50 
 
4.2.3 Espessura dos septos e paredes externas 
 
Neste ensaio, o fabricante A foi rejeitado com 3 não conformidades, enquanto 
os fabricantes B e C foram rejeitados com valores elevados de não conformidades e 
aquém da tolerância estipulada na ABNT NBR 15270-1 (2017). As tabelas 11, 12 e 
13 mostram os resultados. 
 
Tabela 11: Resultados espessura dos septos e paredes externas – Fabricante A. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
Tabela 12: Resultados espessura dos septos e paredes externas – Fabricante B. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
51 
 
Tabela 13: Resultados espessura dos septos e paredes externas – Fabricante C. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
O gráfico 3 demonstra a quantidade de corpos de prova não conformes de 
cada fabricante. 
 
Gráfico 3 – Quantitativo de não conformidades na espessura dos septos e paredes externas. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
BLOCOS NÃO CONFORMES
3
11
5
Quantidade
GRÁFICO DE NÃO CONFORMIDADES
FABRICANTE C FABRICANTE B FABRICANTE A
52 
 
4.3 Índice de absorção d’água (AA) 
 
Para este ensaio foram necessárias cinco pesagens intervaladas de 1hr, para 
que a diferença da massa seca entre as pesagens, não superasse 0,25% conforme 
descrito no item (B.4.2 b) da ABNT NBR 15270-2 (2017). A norma ainda preconiza 
que para este ensaio, a amostragem simples seja constituída por apenas 6 corpos 
de prova. A tabela 10 da mesma norma, indica os requisitos para aceitação e 
rejeição dos lotes neste ensaio, conforme consta na figura 34. 
 
Figura 34 – Critérios de aceitação e rejeição para o índice de absorção d’água. 
 
 Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2017. 
 
Todos os fabricantes foram aceitos no ensaio de absorção d’água, conforme 
mostram as tabelas 14, 15 e 16 a seguir. 
 
• Fabricante A 
 
Tabela 14: Resultados do índice de absorção d’água – Fabricante A. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
 
 
53 
 
• Fabricante B 
 
Tabela 15: Resultados do índice de absorção d’água - Fabricante B. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
• Fabricante C 
 
Tabela 16: Resultados do índice de absorção d’água – Fabricante C. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
No gráfico 4, é possível ver as médias dos resultados do índice de absorção 
de água dos corpos de prova dos três fabricantes. 
 
 
 
 
 
54 
 
Gráfico 4 – Médias do índice de absorção d’água por fabricante. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
4.4 Resistência à compressão individual 
 
Para o ensaio de resistência à compressão, as condições para aceitação e 
rejeição, são aquelas dispostas na tabela 11 da ABNT NBR 15270-1 (2017), como 
mostra a figura 35. A resistência mínima à compressão individual estabelecida pela 
norma, é de 1,5 MPa. 
 
Figura 35 – Critérios de aceitação para resistência à compressão individual. 
 
 Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2017. 
 
 
Médias obtidas
Fabricante A 14,62%
Fabricante B 12,26%
Fabricante C 13,28%
8,00%
12,25%
16,50%
20,75%
25,00%
Média do índice de absorção d'água %
55 
 
• Fabricante A 
 
O fabricante A obteve uma baixa média de resistência à compressão 
individual, apenas 1,2 MPa. A ABNT NBR 15270-1 (2017) em sua tabela 11 acima, 
permite apenas 2 blocos não conformes para a aceitação do lote, porém o fabricante 
A teve 9 corpos de prova não conformes e teve o lote rejeitado neste ensaio, como 
mostra a tabela 17. 
 
Tabela 17: Resultados da resistência à compressão individual – Fabricante A. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
• Fabricante B 
 
Este fabricante obteve média de apenas 1,4 MPa. Como a ABNT NBR 15270-
1 (2017) permite apenas 2 blocos não conformes, os resultados do fabricante B 
mostram 5 corpos de prova não conformes, tendo assim o lote rejeitado. Durante o 
ensaio, houve um evento não previsto, o bloco B9 deste fabricante ao ser retirado da 
água na condição saturada como recomenda a norma, o mesmo se esfarelou ao 
simples toque das mãos, não sendo possível realizar o ensaio no mesmo e não 
alcançando assim a resistência mínima prevista pela norma. A tabela 18 mostra os 
resultados. 
 
 
56 
 
Tabela 18: Resultados da resistência à compressão individual – Fabricante B. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
 
• Fabricante C 
 
Este fabricante, alcançou a média mais baixa, apenas 1 MPa e teve o maior 
número de corpos de prova rejeitados, 11 no total, sendo assim o lote foi rejeitado 
pelos critérios da ABNT NBR 15270-1 (2017), como mostra a tabela 19. 
 
Tabela 19: Resultados da resistência à compressão individual – Fabricante C. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
57 
 
O gráfico 5, demonstra as médias obtidas pelos três fabricantes no ensaio de 
resistência à compressão individual. 
 
Gráfico 5 – Médias da resistência à compressão individual. 
 
Fonte: AUTOR, 2021. 
 
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
MÉDIA DE RESISTÊNCIA
MPa
MÉDIA DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DOS LOTES
FABRICANTE C FABRICANTE B FABRICANTE A
58 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Nos ensaios da análise visual, pode-se concluir que o desempenho dos 
corpos de prova dos fabricantes A e B foram satisfatórios, no entanto, o fabricante C 
esteve muito aquém dos parâmetros da norma. Quanto aos ensaios da análise 
geométrica, todos os três fabricantes foram deficientes no desvio em relação ao 
esquadro e na espessura dos septos e paredes externas, porém, foram aprovados 
na planeza das faces e análise dimensional.Para o ensaio do índice de absorção 
d’água, todos os fabricantes tiveram seus lotes aceitos e ficaram dentro da margem 
de absorção permitida por norma. No ensaio de resistência à compressão individual, 
todos os três fornecedores foram deficientes, ficando com valores bem distantes do 
valor mínimo normatizado e com muitos corpos de prova não conformes nos lotes. 
Os lotes dos fabricantes A, B e C não atenderam a todos os requisitos 
constatantes na ABNT NBR 15270-1 e 2 (2017) no período em que foram 
analisados, sendo assim, nos resultados obtidos ficou nítida a não aptidão para 
emprego de tais materiais em serviços de obras da construção civil. 
Isto mostra, que alguns dos blocos comercializados na cidade do Recife, não 
garantem qualidade e desempenho aos seus consumidores finais, podendo trazer 
prejuízos materiais e comprometimento da segurança dos serviços com estes 
utilizados, alguns apresentando inclusive, altas variações de desconformidades com 
os valores delimitados pela norma nos quesitos da análise mecânica e análise 
geométrica. 
 
5.1 Sugestões para trabalhos futuros 
 
Diante da grande demanda por utilização dos blocos cerâmicos de vedação 
na cidade e no país, pode-se proceder como continuidade e extensão deste 
trabalho, analisar maior número de fabricantes, além de comparativos entre 
materiais diferentes do mesmo segmento, como blocos de concreto para vedação e 
blocos cerâmicos de vedação, ou análise da resistência e demais propriedades entre 
bloco estrutural cerâmico e bloco estrutural de concreto. 
Além disto, outros estudos podem ser realizados no campo de análise das 
propriedades físicas e químicas da matéria-prima (argila), utilizada para a fabricação 
dos blocos cerâmicos. 
59 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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da-ceramica> Acesso em 12 fev. 2021. 
 
Anicer. (s.d.). Fonte: Anicer - Associação Nacional da Industria Cerâmica. Disponível 
em: <https://www.anicer.com.br/anicer/setor/> Acesso em 30 jan. 2021. 
 
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<https://www.anicer.com.br/wp-content/uploads/2021/02/PSQBC-20210331.pdf> 
Acesso em 04 abril 2021. 
 
Ataíde, C. (2019). Disponível em: 
<https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/mixsustentavel/article/view/3519> Acesso em 03 
jan. 2021. 
 
Constrular, C. (10 de setembro de 2020). Descubra passo a passo como é feita a 
fabricação de blocos cerâmicos! Fonte: Cerâmica Constrular. Disponível em: 
<https://ceramicaconstrular.com.br/fabricacao-de-blocos-ceramicos/> Acesso em 14 
março 2021. 
 
Ltda, C. S. (2014). Produção. Fonte: Cerâmica São João de Itu. Disponível em: 
<http://www.ceramicasaojoaoitu.com.br/producao.html> Acesso em 02 abril 2021. 
 
Macedo, R. S., Menezes, R. R., Neves, G. A., & Ferreira, H. C. (2008). Estudo de 
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<https://www.scielo.br/j/ce/a/N3MLsnTPzCKxKWy6rQtnt7w/?format=pdf&lang=pt.> 
Acesso em 18 fev. 2021. 
 
 
 
60 
 
Morais, D. (2017). Fonte: Repositório Unesp. Disponível em: 
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sequence=3&isAllowed=y> Acesso em 17 dezembro 2020. 
 
Neto, L. (26 de junho de 2015). Máquinas para Cerâmica Vermelha: como 
transformar a produção de toneladas por hora para milheiros por hora. Fonte: LC 
Medeiros: http://lcmedeiros.com/blog/2015/06/26/maquinas-para-ceramica-vermelha-
como-transformar-a-producao-de-toneladas-por-hora-para-milheiros-por-hora/ 
 
Paz, Y., P. M., Moraes, M., & Holanda, R. (2013). Programa Setorial de Qualidade 
para Blocos Cerâmicos no estado de Pernambuco. Recife. 
 
Pereira, A. (1 de abril de 2020). Verificação da Conformidade dos Blocos Cerâmicos 
de acordo com a NBR 15270:2017 Comercializados em João Pessoa – PB. Revista 
da Anicer, https://revista.anicer.com.br/verificacao-da-conformidade-dos-blocos-
ceramicos-de-acordo-com-a-nbr-152702017-comercializados-em-joao-pessoa-pb/ . 
Fonte: Revista da Anicer. Disponível em: <https://revista.anicer.com.br/verificacao-
da-conformidade-dos-blocos-ceramicos-de-acordo-com-a-nbr-152702017 
comercializados-em-joao-pessoa-pb/ > Acesso em 10 jan. 2021. 
 
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	856ad75348e857f13b95400830278832ce25eea52391bf30b231cf982c4dc1d3.pdf
	d72a2bc9330b226e922dc85682a787eeb742b2e2eaaf17cf6f462b4c504615a7.pdf
	856ad75348e857f13b95400830278832ce25eea52391bf30b231cf982c4dc1d3.pdf

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