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PLEUROPNEUMONIA EQUINA: REVISÃO DE LITERATURA Fernando Guilherme Meneghetti Mendonça Profª Dra. Denise Claudia Tavares Bauru 2021 CAMPUS BAURU Curso: Medicina Veterinária TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Introdução O pulmão possui grande importância fisiológica, sendo responsável pelo fornecimento de para os tecidos e pela eliminação de , termorregulação e eliminação e perda de líquidos, portanto, alterações em sua funcionalidade geram graves prejuízos a saúde do animal, afetando seu desempenho esportivo. A pleuropneumonia, também conhecida como doença da viagem (pois sua causa está ligada a transportes inadequados), se apresenta como causa substancial de mortalidade. Objetivo: Compreender melhor a fisiopatologia da pleuropneumonia em equinos, observando os métodos diagnósticos e tratamentos utilizados Definição É uma enfermidade que acomete cavalos jovens nas condições de imunossupressão. Sua causa é associada com a pneumonia, inflamação do parênquima pulmonar e da pleura parietal e/ou visceral; podendo ainda, ou não, estar associada a infecção bacteriana. Anatomofisiologia do sistema respiratório dos equinos Composto por: Narinas Cavidade nasal(conchas nasais) Seios Paranasais Faringe Bolsas Guturais Laringe Traqueia Brônquios Alvéolos Pleuras( visceral ou parietal) Etiopatogenia da doença Principal processo: Aspiração Inflamação do parênquima pulmonar associada a colonização bacteriana, desenvolvimento de abcessos pulmonares e/ou pneumonia com posterior extensão para a pleura visceral e ao espaço pleural Geralmente possui sua causa associada a aspiração de microrganismos durante o transporte, onde por incapacidade de abaixar a cabeça reduz a liberação e passagem de secreções oronasais aumentando as oportunidades de agentes oportunistas Fatores predisponentes Aspiração de microrganismos, transporte, anestesia geral, cirurgias, ruptura de esôfago, doenças sistêmicas, neoplasias, derrame pleural, traumatismo, insuficiência cardíaca congestiva, hérnia diafragmática, quilotórax, infecções virais, má nutrição, exposição a poeiras/gases tóxicos, imunodeficiência, terapias imunossupressoras, estresse, treinamento excessivo; Sinais clínicos Febre Letargia Anorexia Taquicardia/taquipneia Pleurodinia Descargas nasais Diagnóstico O diagnóstico é realizado através de um conjunto de fatores: Sinais clínicos Exames clínicos Auscultação pulmonar Culturas e análises microbiológicas Citologia Hemograma Toracocentese Drenagem torácica Diagnóstico por imagem Diagnóstico por imagem Radiografia, ultrassonografia, endoscopia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia; Ultrassonografia: Mais utilizado, melhor custo benefício, não invasivo, viável para a maioria dos animais, avalia-se a gravidade da doença/volume do líquido pleural/deposição de fibrina/ aderências pleurais e o pneumotórax , o local ideal para toracocentese Diagnóstico diferencial É realizado através de exames clínicos e complementares; Doença equina africana, neoplasias intratorácicas , ferimentos penetrantes no tórax, hemangiossarcoma, insuficiência cardíaca congestiva , perfusão esofágica, hérnia diafragmática, tromboflebite, laminite, endotoxemias, diarreias associadas ao uso de antibióticos, coagulopatias e edema ligados a hipoalmbuminemia; Prognóstico Grande melhora nos últimos 20 anos devido ao reconhecimento precoce e avanços nos teste de diagnóstico e terapia agressiva 90% de taxa de sobrevivência, com 60% de chance de retorno ao desempenho atlético Atraso maior que 48 horas no início da terapia apropriada promove o desenvolvimento de infecção anaeróbica e uma resposta fraca ao tratamento Cavalos com pnemonia necrosante possuem uma resposta ruim ao tratamento convencional e uma baixa taxa de sobrevivência X *O dreno torácico não limita o prognóstico de retorno atlético* 11 Tratamento Baia arejada, protegida do vento e do frio Repouso Dieta adequada Fluidoterapia Tratamento medicamentoso: Antibióticos, analgésicos e anti-inflamatorio Acompanhamento de médico veterinário Acompanhamento laboratorial Prevenção Cuidados no manejo Transporte com estresse minimizado Evitar a restrição de movimentação da cabeça do animal, de maneira que ele consiga abaixá-la Paradas constantes Evitar o transporte de animais imunossuprimidos, anestesiados ou com doenças respiratórias Vacinação dos equinos Resultado e discussão Assunto pouco estudado, tanto que o presente trabalho abrangeu os últimos 20 anos Aumento da taxa de sobrevida resultado da evolução dos exames(ultrassonografia), reconhecimento precoce da doença e avanço no tratamento Evolução no tratamento dos animais através do antibiograma para melhor escolha do antibiótico, realização da toracocentese e drenagem pleural Conclusão Doença de difícil diagnóstico na fase inicial Evolução dos estudos nos últimos 20 anos vem permitindo o diagnóstico precoce, tratamento adequado e o aumento da taxa de sobrevida do animal Melhor solução é a prevenção: Vacinação, melhoras nas condutas de manejo, transporte de maneira adequada, alojamento arejado e treinamento físico adequado Referências ARROYO, M. 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