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Edema: Definições e Fisiopatologia

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Beatriz Prado – Semiologia 
 
Página 1 de 5 
Definições: 
• Edema é uma condição clínica caracterizada 
por inchaço palpável produzido pela 
expansão do volume de líquido intersticial, 
que pode ser localizado ou generalizado. 
• Anasarca: edema generalizado = quando há 
três ou mais sistemas acometidos. 
• Derrame pleural: excesso de líquido nas 
cavidades pleurais. 
• Ascite: quando há presença de excesso de 
líquido no peritônio (camada que envolve a 
parede abdominal, muitas vezes funciona 
como filtro, então quando há algum 
vazamento irá extravasar um líquido que 
será chamado de ascite) 
• Cacifo: quando o edema é compressível. 
 
• Edema sem cacifo: endurecido 
 
Fisiopatologia: 
• Para que ocorra o edema, deve haver 
quebra dos mecanismos que controlam a 
distribuição do liquido no espaço intersticial. 
 
 
 
 
 
 
• Para ocorrer edema deve haver três 
alterações: 
1. Alteração na hemodinâmica 
capilar 
2. Retenção de sal e água pelos rins 
3. Defeito no transporte linfático 
• Quando a junção desses três está integra 
não haverá edema, mas quando ocorre a 
falha dos três ocorre o edema clinicamente 
visível. 
Alteração na hemodinâmica capilar: 
A lei de Starling foi criada para explicar as 
forças que ocorrem dentro da hemodinâmica 
capilar 
 
Constante de capilar (do vaso sanguíneo) + 
pressão hidrostática + pressão da proteína 
Dentro do vaso há conflito entre duas forças: 
força da água querendo sair (pressão 
hidrostática) e força que é representada por 
proteínas, principalmente albumina, tentando 
segurar dentro do vaso e envolvendo tudo isso 
há a integridade do vaso sanguíneo. 
Então quando há a quebra da barreira do 
sangue (1° parte) há perca da capacidade de 
filtração capilar, ocasionando um edema. 
Quando a pressão hidrostática vence a pressão 
representada pela as forças das proteínas que 
querem manter o líquido dentro do vaso (2° 
parte) também tem extravasamento de líquido. 
 
Beatriz Prado – Semiologia 
 
Página 2 de 5 
Mecanismos que alteram a hemodinâmica 
capilar: 
1. Quebra da barreira do vaso sanguíneo 
2. Diminuição da pressão das proteínas 
3. Aumento da pressão hidrostática 
 
A todo momento o que acontece é isso, temos 
o capilar sanguíneo e a água querendo sair 
(pressão hidrostática) e as proteínas tentando 
manter. Quando há a quebra disso, o líquido irá 
extravasar para o fluído intersticial e vai entrar 
em ação nos vasos linfáticos. Capilar linfático é 
responsável pela filtração do líquido no fluido 
intersticial, fazendo com que esse líquido não 
fique acumulado no 3° espaço e que ele seja 
drenado para o sistema linfático, porém isso 
tem um limite. 
Retenção de sal e água pelos rins: 
Quando há a diminuição do volume vascular 
efetivo (diminuição do volume dentro do vaso 
sanguíneo) que pode ser dado por perda de 
sangue ou perda de plasma e irá fazer com 
que haja uma resposta fisiológica do corpo para 
tentar manter esse volume vascular efetivo 
(mecanismo compensatório).
 
Mecanismo compensatório: 
entende que há a diminuição do volume 
vascular no líquido extracelular e há uma 
ativação de receptores no coração que irão 
fazer o estímulo para produção de 
vasopressina (hormônio), quando ela é liberada 
irá fazer com haja retenção a nível renal de 
água e fará com que esse estímulo que é 
ativado pelo sistema nervoso simpático tenha 
uma ativação no sistema renina-angiotensina-
aldosterona e essa ativação fará com haja 
retenção renal também de sal, tudo isso ocorre 
na tentativa de restaurar o volume arterial 
efetivo. Isso inicialmente será benéfico pois irá 
manter o volume arterial efetivo, mas é um 
mecanismo que não tem controle e isso fará 
com que mais água e sal seja retido dentro do 
vaso, aumentando a pressão hidrostática. 
Sistema renina-angiotensina-aldosterona: 
• Ativação do sistema leva à retenção de 
sódio e água, contribuindo para 
formação de edema. 
• A aldosterona aumenta a reabsorção de 
sódio (e a excreção de potássio) pelo 
Beatriz Prado – Semiologia 
 
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túbulo coletor, favorecendo a posterior 
formação de edema. 
Generalizado x localizado 
Edema generalizado: 
• Pensar imediatamente em três grandes 
órgãos: coração, rins e fígado. 
• Diagnósticos etiológicos que levam a 
edema generalizado: 
Insuficiência cardíaca ou diminuição de bomba 
da fração ejeção: 
• O paciente terá um quadro de dispneia aos 
esforços, frequentemente associada a 
ortopneia (deita e tem falta de ar) ou 
dispneia paroxística noturna (quando o 
paciente está dormindo e acorda pela falta 
de ar) 
• Presença de turgência jugular (excesso de 
líquido na veia jugular) 
• Ictus cordis deslocado (representa a ponta 
do coração, quando há um aumento de 
tamanho devido a ICC) 
• Presença de B3 
• Hepatomegalia (edema generalizado faz 
ingurgitamento dos vasos entre eles a veia 
porta quando turgida por excesso de líquido 
acaba passando isso para o órgão que ela 
drena) 
• Estertores finos (o líquido pode se 
concentrar através dos capilares pulmonares 
e na ausculta há estertores, dando sinal de 
derrame pleural) 
• O edema periférico se deve ao 
aumento da pressão venosa e pelo 
mecanismo da insuficiência cardíaca o 
coração direito não consegue drenar 
todo o sangue, tendo acumulo na 
periferia. 
• Na doença coronariana, na doença 
cardíaca hipertensiva e nas valvulopatias 
esquerdas, tende a ocorrer 
preferencialmente disfunção cardíaca 
esquerda, com presença de edema 
pulmonar. 
• Quando o paciente tem o coração 
esquerdo com doença, há também 
edema pulmonar, além do periférico. 
• Nas cardiomiopatias, os dois lados do 
coração são envolvidos de forma similar 
e haverá edemas pulmonar e periférico 
simultâneos. 
Renal – disfunção: 
• Doença de base associada (doenças que 
acometem os rins são secundarias às outras 
doenças. Ex.: disfunção renal crônica, tem 
como principal causa, hipertensão e 
diabetes. 
• Conhecer as comorbidades do paciente 
• Pode estar associada a sinais e sintomas 
urêmicos, que são decorrentes de falência 
renal, onde há o acumulo de ureia, 
substancia toxica causando náuseas, 
vômitos, sonolência e desorientação. 
• Retenção primária de sódio: o rim por sua 
falha acumula sódio e esse acumulo faz com 
que haja edema generalizado. O paciente 
por esse acumulo pode ter uma pressão 
arterial elevada, sinais de retinopatia 
hipertensiva, cheiro de amônia e em casos 
avançados com uremia pode ter atrito 
pericárdio. 
 
 
Beatriz Prado – Semiologia 
 
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Renal – glomerulopatia: 
• Doenças que acometem glomérulos e 
há perda de proteína, perda de fatores 
pros coagulantes. 
• É uma paciente que tem edema 
generalizado e além disso, edema 
periorbital. 
• Hipertensão 
• Presença de hematúria microscópica 
• Proteinúria pois quando o glomérulo está 
doente não consegue segurar proteína 
no corpo. 
• Edema pode ser súbito (aparece do 
nada) ou progressivo (vai aos poucos 
aumentando) 
 
Edema periorbital 
Fígado – cirrose hepática: 
• O fígado e responsável pela produção de 
albumina. 
• Há ascite 
• Desconforto respiratório (pode ser 
associado a ascite importante ou pode ser 
por derrame pleural) 
• Pode estar associada a fator de risco 
(infecção por vírus B, C, HIV, hepatite B ou 
C, etilismo, medicações, drogas. 
• Não tem turgência jugular, pois terá 
vasodilatação. 
• Icterícia 
• Eritema palmar 
• Ginecomastia 
• Encefalopatia – é um quadro onde o 
paciente tem acumulo de substancias 
toxicas por disfunção do fígado e essas 
substancias irão para o cérebro, podendo 
ficar sonolento ou agressivo ou agitado. 
• Circulação colateral: na cirrose há fibrose do 
fígado e isso irá fazer com que a veia porta 
não drene bem e estimulará a circulação 
colateral. 
Edema localizado: 
1. Gravidez: 
• Está presente em 80% das 
mulheres grávidas 
• Geralmente ocorre no segundo 
trimestre de gestação 
• Aumento do volume plasmático 
• Retenção renal de sódio 
 
2. Uso de medicações3. Linfedema: 
• Obstrução dos vasos linfáticos 
Beatriz Prado – Semiologia 
 
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• Defeito linfático primário (congênito) ou 
secundário (adquirido) 
• Estase linfática crônica leva À fibrose do 
subcutâneo resultando no aspecto do 
linfedema semelhante à “casca de 
laranja” 
 
4. Mixedema: 
• Hiper ou hipotireoidismo 
• Edema sem cacifo 
• Sintomas associados: sonolência, 
constipação, perda de peso, diarreia. 
 
5. Obstrução venosa: 
• Edema sem cacifo 
• Doloroso 
• Cianose pode estar presente 
• Sinal de Homans: ao fazer flexão do pé 
o paciente irá referir dor. 
 
 
 
Abordagem: 
• Anamnese: idade, se é um edema súbito 
ou progressivo. Exame físico: sinais, 
edema generalizado ou não, sintomas 
associados. 
• Doenças prévias 
• Uso de medicações 
• Aferir o peso corporal – o edema só vai 
ser visível se tiver de 2,5l a 3l a mais do 
peso corporal. 
• Parâmetros: associados pressão alta ou 
baixa 
• Exames complementares: função renal, 
hepática ou cardíaca. 
• O edema é um sinal clínico presente em 
várias condições clínicas de prática 
médica, envolvendo principalmente as 
doenças renais, cardíacas e hepática;

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