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LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
Ronei Tiago Stein
Estudos ambientais: 
defi nição, objetivos 
e importância
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identifi car os objetivos e tipos de estudos ambientais.
 Distinguir laudo de cobertura vegetal de laudo de fauna.
 Reconhecer a importância do laudo geológico.
Introdução
Todo e qualquer empreendimento ou atividade resultará em impactos 
ambientais, que podem ser tanto positivos quanto negativos. Obviamente, 
esses impactos variam de acordo com o grau poluidor e o porte do 
empreendimento. Para saber exatamente quais são as consequências 
ambientais, devem ser realizados estudos ambientais, que inclui a análise 
do meio biótico e abiótico. Em outras palavras, os estudos ambientais 
caracterizam a essência do licenciamento ambiental, pois são eles que 
vão definir se determinado empreendimento poderá ou não sair. 
Neste capítulo, você vai ler a respeito dos estudos ambientais e seus 
diferentes tipos. Existem diferentes tipos de estudos ambientais, sendo 
fundamental analisar a cobertura vegetal da área e a fauna associada, além 
de identificar o tipo de solo e a profundidade do lençol freático. Ainda, 
você vai ler sobre os laudos de cobertura vegetal, da fauna e geológico, 
por serem laudos demorados, que requerem maior atenção.
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Definições gerais
Como vimos, o licenciamento ambiental objetiva principalmente a proteção 
do meio ambiente, mas sem deixar de lado o desenvolvimento econômico. 
Embora essa defi nição pareça simples, esse assunto gera muita discussão na 
prática, porque, dependendo da atividade ou do empreendimento a ser cons-
truído, difi cilmente não haverá impactos ambientais. Um bom exemplo é a 
construção de uma hidrelétrica, em que vastas áreas acabam sendo inundadas. 
De um lado está a necessidade de o País fornecer energia para a população; 
de outro, os impactos ambientais que podem ocorrer.
Os estudos ambientais objetivam analisar principalmente os impactos negativos 
que determinada atividade pode ocasionar no meio ambiente. Para realizar esse 
levantamento, o órgão ambiental pode solicitar relatório ambiental, plano e projeto 
de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano 
de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco 
(BRASIL, 2009).
Portanto, é essencial investir nos estudos ambientais, visando descobrir 
quais são os prováveis impactos ambientais que determinada atividade pode 
ocasionar. 
Está enganado quem pensa que esses estudos estão voltados unicamente 
ao meio biótico, característico dos seres vivos ou que está vinculado a 
estes. É preciso analisar também o meio abiótico (todas as influências que 
os seres vivos possam receber em um ecossistema, derivadas de aspectos 
físicos, químicos ou físico-químicos do meio ambiente) e o socioeconômico, 
ou seja, a interferência na vida dos moradores e nas atividades no entorno 
do empreendimento.
Os estudos ambientais necessários ao processo de licenciamento deverão 
ser realizados por profissionais legalmente habilitados (equipe multidisci-
plinar), e os custos são arcados pelo empreendedor. Ou seja, o principal 
objetivo dos estudos ambientais é analisar os possíveis impactos ambientais. 
De acordo com o MMA (BRASIL, 2009), esses estudos incluem alterna-
Estudos ambientais: definição, objetivos e importância114
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tivas à ação ou ao projeto e pressupõem a participação do público, não 
representando um instrumento de decisão em si, mas um instrumento de 
conhecimento a serviço da decisão.
Impactos ambientais são alterações no ambiente causadas pelo desenvolvimento das 
atividades humanas no espaço geográfico. Podem ser positivos, quando resultam em 
melhorias para o ambiente, ou negativos, quando essas alterações causam algum risco 
para o ser humano ou para os recursos naturais encontrados no espaço. Normalmente, 
o termo impacto ambiental é mais utilizado para atividades negativas.
Tipos de estudos ambientais
Existem diferentes tipos de estudos ambientais. Os mais empregados, de 
acordo com MMA (BRASIL, 2009), são:
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) — série de procedimentos legais, 
institucionais e técnico-científi cos, com o objetivo de caracterizar e identifi car 
impactos potenciais na instalação futura de um empreendimento, ou seja, de 
prever a magnitude e a importância desses impactos. 
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental 
(RIMA) — o EIA é um documento de natureza técnica, cuja fi nalidade é 
avaliar os impactos ambientais gerados por atividades e/ou empreendimentos 
potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental. Deverá 
contemplar a proposição de medidas mitigadoras e de controle ambiental, 
garantindo o uso sustentável dos recursos naturais. Já o RIMA deve refl etir 
as conclusões do EIA e tem como objetivo informar à sociedade sobre os 
impactos, medidas mitigadoras e programas de monitoramento do empreen-
dimento ou da atividade. Para que esse objetivo seja atendido, o RIMA deve 
ser apresentado de forma objetiva e de fácil compreensão.
Projeto Básico Ambiental (PBA) — deverá apresentar um detalhamento 
de todos os programas e projetos ambientais previstos, ou seja, aqueles pro-
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venientes do EIA/RIMA, bem como os considerados pertinentes pelo órgão 
licenciador. Constitui-se em um dos documentos-base para a obtenção da 
licença de instalação (LI).
Plano de Controle Ambiental (PCA) — é exigido para a concessão da LI 
de atividade de extração mineral de todas as classes. O PCA é uma exigência 
adicional ao EIA/RIMA, apresentado na fase anterior à concessão da licença 
prévia (LP). No entanto, o PCA tem sido exigido, também, para o licenciamento 
de outros tipos de atividades. 
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) — concebido para a 
recomposição de áreas degradadas pela atividade de exploração de recursos 
minerais. No entanto, tem sido utilizado para os diversos tipos de empreen-
dimentos e, geralmente, é previsto no escopo dos estudos ambientais.
Relatório de Controle Ambiental (RCA) — é exigido na hipótese de 
dispensa do EIA/RIMA para a obtenção da LP de atividades de extração 
mineral da classe II. Deve ser elaborado de acordo com as diretrizes esta-
belecidas pelo órgão ambiental competente. O RCA tem sido exigido por 
alguns órgãos de meio ambiente também para o licenciamento de outros 
tipos de atividade.
Análise de risco — consiste em uma metodologia para analisar as possíveis 
consequências negativas para a sociedade de atividades humanas ou das 
forças da natureza. De maneira geral, a análise de riscos tem por objetivo 
responder às seguintes perguntas com relação a um determinado empreen-
dimento ou atividade: 
 O que pode acontecer de errado?
 Com que frequência isso pode acontecer?
 Quais são os efeitos e as consequências?
 É necessário reduzir os riscos? De que modo isso pode ser feito?
Estudos ambientais: definição, objetivos e importância116
Cap8_Licenciamento_Ambiental.indd 116 07/12/2017 10:41:31
Relatório Ambiental Simplifi cado (RAS) — estudos relativos aos aspec-
tos ambientais relacionados à localização, instalação e operação de novos 
empreendimentos habitacionais, incluindo as atividades de infraestrutura 
de saneamento básico, viária e energia, apresentados como subsídio para a 
concessão da licença requerida, que conterá, entre outras, as informações 
relativas ao diagnóstico ambiental da região de inserção do empreendimento, 
a sua caracterização, a identifi cação dos impactos ambientais e das medidas 
de controle, de mitigação e de compensação.
Todos esses estudos são aplicáveis para determinados tipos de empreendimentos. 
Para uniformizar e padronizar esses estudos,os órgãos ambientais elaboram os termos 
de referência (TR), visando orientar os profissionais na elaboração de qualquer tipo de 
estudo ambiental. Dessa forma, o TR bem elaborado é um dos passos fundamentais 
para que um estudo ambiental alcance a qualidade esperada. 
Laudo de cobertura vegetal e laudo de fauna
Como vimos, os estudos ambientais são fundamentais visando prevenir ao 
máximo os impactos ambientais. Em relação ao licenciamento ambiental, é 
fundamental saber identifi car a cobertura vegetal e a fauna associadas em 
determinada área. A identifi cação da cobertura vegetal ocorre por meio de 
laudos, sendo que esse estudo pode levar bastante tempo, dependendo do 
tamanho da área a ser analisada.
O laudo de cobertura vegetal consiste em levantamento in loco da co-
bertura vegetal existente nas áreas, com avaliação da florística, composição 
qualiquantitativa das espécies florestais, estudo do grau de sucessão florestal 
existente, identificação de espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção, 
com registro fotográfico, emissão de laudos e pareceres técnicos (Figura 1).
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Figura 1. a) Obtenção da circunferência na altura do peito e b) obtenção da 
altura média da árvore.
Fonte: Robert Cum/Shutterstock.
Segundo a Lei nº. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, elaborar ou apresentar, no licencia-
mento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, 
laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por 
omissão, é considerado crime ambiental, resultando em uma pena com reclusão de 
três a seis anos e multa (BRASIL, 1998).
Estudos ambientais: definição, objetivos e importância118
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Uma das informações mais importantes que deve constar no laudo de 
cobertura vegetal é a fase de sucessão ecológica que a vegetação se encontra. 
A expressão sucessão ecológica é usada para descrever processos de alteração 
nos ecossistemas sobre várias escalas, como temporal, espacial ou vegetacional. 
Ou seja, sucessão é o processo ordenado de mudanças em um determinado 
ecossistema, resultando na modificação do ambiente físico pela comunidade 
biológica (ROSARIO, 2010).
Além disso, deve constar, no laudo de cobertura vegetal, a qual grupo 
ecológico a vegetação da respectiva área pertence. Os grupos ecológicos 
representam o comportamento das espécies f lorestais nos processos de 
sucessão ecológica, que ocorrem de forma natural (por exemplo, uma árvore 
que tomba, abrindo uma clareira em uma mata) ou devido à ação humana. 
Esses grupos são formados por espécies que apresentam características 
biológicas e ecológicas em comuns, além da regeneração natural e padrão 
de crescimento da espécie. O grupo ecológico pode apresentar três dife-
rentes tipos: 
Pioneiras (P) — são as primeiras a aparecerem em uma clareira recente. 
São espécies cujas sementes necessitam da luz solar direta para germinarem. 
Normalmente, têm tamanho médio, são transportadas à longa distância por 
animais, principalmente pássaros e morcegos, e apresentam dormência e alta 
longevidade. A regeneração natural ocorre principalmente a partir do banco de 
sementes existentes no solo. A plântula necessita de luz para desenvolvimento 
e apresenta pouca reserva. A planta jovem apresenta rápido crescimento e 
competição por luz. São espécies de rápido crescimento, regeneração precoce, 
com produção contínua de sementes, ciclo de vida curto, podendo atingir 
de 5 a 8 m de altura. São modifi cadoras do ambiente após a germinação e 
desenvolvimento, propiciando condições para germinação e desenvolvimento 
das espécies secundárias e climácicas.
Secundárias (S) — também conhecidas como oportunistas de clareira, têm 
sementes geralmente aladas e de curta longevidade natural, necessitando de 
períodos secos para a sua dispersão anemocórica (disseminação de sementes 
de uma planta pela ação dos ventos), mas também podem apresentar dispersão 
zoocórica (dispersão de sementes por animais). As sementes não apresentam 
dormência e têm condições de germinarem à sombra da mata, muitas vezes 
formando banco de plântulas sob o dossel. As plântulas recém-germinadas 
apresentam pouca reserva e o seu desenvolvimento é estimulado com o sur-
gimento de clareira.
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Algumas bibliografias dividem as espécies secundárias em inicial e tardia. Nas espécies 
caracterizadas como inicial, o crescimento é mais rápido, a madeira é leve e não 
toleram sobra, sendo o tempo para primeira reprodução de 5 a 10 anos. Já nas espécies 
secundárias tardias, o crescimento é médio a rápido, a madeira normalmente é dura 
são intolerantes a sombra no estágio juvenil e a idade da primeira reprodução é entre 
10 a 20 anos (MORAES et al., 2013).
Climácicas (C) — com uma grande quantidade de nutrientes e todas condições 
e recursos ideais, bem como uma fauna já associada ao local, outras espécies 
muito mais exigentes, com ciclo de vinda longo e melhores competidoras, 
estabelecem-se: as espécies clímax. Elas dependem da umidade no solo e 
também de uma ampla gama de nutrientes para que as suas sementes germinem. 
As sementes das espécies clímax geralmente são grandes, protegidas por uma 
camada grossa de tecido que evita a perda de água e difi culta a predação por 
pequenos insetos. Enquanto as pioneiras e secundárias são pouco exigentes, 
competidoras inferiores e investem em sementes pequenas que são facilmente 
dispersadas pelo vento e água, as espécies clímax são competidoras superio-
res, mais exigentes e dependem geralmente da fauna para dispersar as suas 
sementes, que são grandes e associadas a frutos. Os frutos dessas espécies 
são fundamentais, e é por meio deles que a maioria é dispersada.
As florestas secundárias são classificadas de acordo com o estágio de 
regeneração. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), por meio 
da Resolução nº. 29, de 7 de dezembro de 1994, defini-as em:
 estágio inicial de regeneração — surge logo após o abandono do solo.
Esse estágio geralmente dura entre seis e dez anos, dependendo do grau 
de degradação do solo e do entorno. A altura média da vegetação não
ultrapassa quatro metros.
 estágio médio de regeneração — esse estágio pode ocorrer entre seis
e 15 anos depois do abandono do solo. As árvores podem atingir o
comprimento de 12 metros. A diversidade aumenta, mas ainda há pre-
dominância de espécies de árvores pioneiras.
 estágio avançado de regeneração — inicia-se geralmente depois de 15
anos e pode levar de 60 a 200 anos para alcançar novamente o estágio
semelhante à floresta primária (floresta intocada ou aquela em que a
ação humana não provocou significativas alterações das características
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originais de estrutura e de espécies). A diversidade aumenta gradual-
mente à medida que o tempo passa e esse processo é acelerado caso 
existam remanescentes primários para fornecer sementes. A altura 
média das árvores é superior a 12 metros.
No laudo de cobertura vegetal, devem ser identificadas espécies raras, endêmicas, 
ameaçadas de extinção e imunes ao corte conforme portaria do Instituto Brasileiro 
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) nº. 37-N, de 3 de abril 
de 1992 (INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS 
RENOVÁVEIS, 1992).
Laudo de fauna
Segundo a Lei de Proteção à Fauna Brasileira, os animais selvagens constituem 
um patrimônio público, sendo a sua preservação um dever e uma necessidade 
de todos os cidadãos (Lei Federal nº. 5.197, de janeiro de 1967). O art. 1º da 
referida Lei respalda: 
os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase de seu desenvolvimento 
e que vivem naturalmente forade cativeiro, constituindo a fauna silvestre, 
bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do 
Estado, sendo proibida sua utilização perseguição, destruição, caça ou apanha 
(BRASIL, 1967).
Assim, a fauna presente na referida área deve ser identificada. Esse le-
vantamento deve ocorrer principalmente percorrendo toda a sua extensão, 
analisando vestígios (pegadas, restos de comida, fezes, entre outros) por meio 
de bibliografias ou de conversa com moradores mais antigos. Pelo fato de 
muitos animais terem hábitos noturnos, é indicado a colocação de armadilhas, 
visando identificar o máximo de espécies possíveis.
Cabe ressaltar que tanto o laudo vegetal quanto o laudo da fauna devem ser 
realizados por profissionais as atribuições necessárias, visto que os animais 
vertebrados (aves, mamíferos, peixes, répteis e anfíbios) e os invertebrados 
(insetos, aracnídeos, crustáceos, centopeias, moluscos e vermes) possuem 
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características e hábitos totalmente distintos, que só podem ser identificados 
por profissionais devidamente capacitados e que conhecem bem as espécies. 
Dependendo do tipo de empreendimento (no caso de uma hidrelétrica, por exemplo, 
os impactos ambientais são muito grandes), o levantamento da fauna pode levar até 
1 ano, pois é necessário analisar os impactos nos animais migratórios (aves, peixes, 
entre outros).
O órgão ambiental poderá solicitar diferentes estudos/levantamentos da 
fauna, como:
 Inventários da Fauna Silvestre, como mastofauna (conjunto de mamí-
feros existentes em uma região), herpetofauna (conjunto de répteis e
anfíbios de uma região), avifauna (conjunto de aves de uma região) e
ictiofauna (conjunto de peixes de uma região);
 Programas de Monitoramento da Fauna;
 Programa de Resgate da Fauna Silvestre;
 Programa de Manejo da Fauna Silvestre;
 Elaboração de Programas de Monitoramento da Fauna;
 Elaboração de Programas de Resgate da Fauna;
 Identificação Taxonômica de Espécies.
A construção de hidrelétricas é uma das atividades que mais impacta negativamente 
o meio ambiente. Houve casos em que o levantamento da flora e da fauna não foi
bem feito, ocasionando a extinção de espécies. Para saber mais a respeito do assunto, 
leia as reportagens disponíveis nestes links:
https://goo.gl/XAB3T5
https://goo.gl/yJqfAC
https://goo.gl/knmVDG
Estudos ambientais: definição, objetivos e importância122
Cap8_Licenciamento_Ambiental.indd 122 07/12/2017 10:41:33
Laudo geológico
O laudo geológico é defi nido como um parecer técnico-ambiental, apre-
sentando a caracterização geológica e hidrogeológica do ambiente onde o 
empreendimento será instalado. Os profi ssionais que realizam esse tipo de 
serviço são principalmente geólogos e engenheiros de minas. Como a expan-
são imobiliária vem aumentando nos últimos aos, o laudo geológico tem sido 
cada vez mais solicitado, sobretudo na demarcação de loteamentos urbanos 
e rurais, sendo que, nesse caso, o trabalho deverá ser realizado também por 
um topógrafo. Essa análise técnica acaba assumindo a responsabilidade de 
dizer se um terreno está apto ou não à construção civil, de acordo com as 
normas ambientais.
Existem diversos tipos de estudos que podem estar inclusos no laudo 
geológico, sendo recomendado procurar sempre o órgão ambiental para saber 
exatamente o que será pedido. Isso porque, dependendo da atividade a ser 
desenvolvida, poderá haver contaminações do solo e até mesmo das águas 
subterrâneas, ou mesmo queda de taludes, se não forem construídos adequa-
damente (Figura 2). 
Figura 2. Exemplo de uma atividade cujo laudo geológico é de suma importância.
Fonte: Dmitriy Kuzmichev/Shutterstock.com.
123Estudos ambientais: definição, objetivos e importância
Cap8_Licenciamento_Ambiental.indd 123 07/12/2017 10:41:33
Entre os principais itens que um laudo geológico deve ter, podemos citar, 
de acordo com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz 
Roessler (RIO GRANDE DO SUL, 2017):
1. caracterização geológica da área do empreendimento, abordando
aspectos litológicos (composição e grau de alteração das rochas) e
estruturais (fraturamentos, falhamentos e tipos de contatos) das rochas
ocorrentes por meio da execução de sondagens/cavas representativas
de, no mínimo dois metros de profundidade, acompanhada de seções
geológicas transversais e longitudinais, especificando tipo e espessura
de cada camada com demarcação do nível freático, quando ocorrer;
2. caracterização geomorfológica da área do empreendimento contem-
plando a compartimentação do relevo e as formas dominantes, bem
como a dinâmica dos processos geomorfológicos;
3. caracterização geotécnica da área do empreendimento, contendo a
descrição dos tipos de solo e classes de uso, da declividade dos terrenos 
versus estabilidade de taludes e propensão a movimentos de massa
(áreas com a presença e delimitação de colúvios) e de áreas suscetíveis
à erosão e sujeitas à inundação (planície de inundação, travessias e
várzeas, solos orgânicos e hidromórficos).
No caso de infiltração de efluentes líquidos no solo, devem ser realizados, de forma 
representativa ao longo da área do empreendimento, ensaios de infiltração de acordo 
com as normas técnicas brasileiras NBR 13969:1997 ou 7229:1993 da Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT), contendo a indicação da profundidade da cava e locação 
dos pontos em planta, o tempo de infiltração, coeficiente de infiltração L/m².dia, taxa 
de percolação em m³/m².dia para cada ensaio, a data e as condições climáticas da 
época de realização dos referidos testes, e, ainda, posicionamento técnico conclusivo 
do profissional responsável pelas informações quanto à possibilidade de utilização 
do solo/subsolo da gleba em receber os efluentes líquidos tratados a serem gerados.
4. caracterização hidrogeológica local, identificando os tipos de aquíferos
ocorrentes e o potencial de vulnerabilidade à contaminação das águas
subterrâneas, considerando a delimitação das zonas de recarga e descarga,
bem como a direção de fluxo e a dinâmica do aquífero. Ainda, informa a
Estudos ambientais: definição, objetivos e importância124
Cap8_Licenciamento_Ambiental.indd 124 07/12/2017 10:41:33
localização dos poços de captação das águas subterrâneas destinado ao 
abastecimento público ou privado, existentes na área e no entorno, em 
um raio de 500 metros sujeitos à influência do empreendimento;
5. caracterização de todos os recursos hídricos superficiais (rios, riachos,
sangas, lagos, açudes, nascentes, olhos d’água, drenagens, áreas úmidas, 
etc.) existentes na área do empreendimento e no seu entorno em um raio
de 500 metros (esta metragem pode variar de acordo com as exigência do
órgão ambiental competente), contendo a bacia hidrográfica, sub-bacia e
curso d’água mais próximo (inserção do empreendimento na micro-bacia
hidrográfica), etc. A caracterização deve estar acompanhada de planta em
escala adequada com a devida representação dos recursos hídricos identi-
ficados, indicando a direção do fluxo preferencial das águas superficiais.
O laudo geológico apresenta funções de extrema importância, visando 
principalmente à proteção ambiental. Entre essas funções, podemos citar:
 prevenção contra deslizamentos de terra, visto que o estudo da super-
fície do solo averígua se ele pode ou não receber a instalação civil, a
mineração e demais ações humanas;
 prevenção contra a contaminação do solo, analisando-se o grau de
permeabilidade do solo, identificando se está suscetível à contaminação
por combustíveis líquidos, chorume ou outros materiais.
 combate ao crescimento desordenado das grandes cidades. Uma cons-
trução civil só estará autorizada mediante ao parecer positivo do laudo
geológico e do licenciamento ambiental sobre as condições físicas do
terreno em questão;
 um projeto arquitetônico que considera que o laudo geológico é desen-
volvido de forma maisalinhada às condições ambientais do próprio
terreno onde a construção está sendo feita. Futuramente, isso evita
erros arquitetônicos que comprometam a estrutura das residências e
provoquem rachaduras em paredes e desmoronamentos de casas.
É fundamental identificar o tipo de solo, pois este apresenta propriedades e caracterís-
ticas distintas. Por exemplo, solos arenosos são mais vulneráveis a processos erosivos 
em comparação a solos argilosos, o que pode acabar ocasionado graves consequências 
ambientais, dependo do local e do porte do empreendimento. 
125Estudos ambientais: definição, objetivos e importância
Cap8_Licenciamento_Ambiental.indd 125 07/12/2017 10:41:33
Estudos ambientais: definição, objetivos e importância126
Cap8_Licenciamento_Ambiental.indd 126 07/12/2017 10:41:35
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno de licenciamento ambiental. Brasília: 
MMA, 2009. 
BRASIL. Lei nº. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e admi-
nistrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras 
providências. 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.
htm>. Acesso em: 22 nov. 2017.
BRASIL. Lei Federal nº. 5.197, de janeiro de 1967. Dispõe sobre a proteção à fauna e dá 
outras providências. 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L5197.htm>. Acesso em: 23 nov. 2017.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº. 29, de 07 de dezembro 
de 1994. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res94/res2994.
html>. Acesso em: 22 nov. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. 
Portaria IBAMA nº. 37-N, de 03 de abril de 1992. Reconhece como lista oficial das espécies 
da flora brasileira ameaçadas de extinção a relação que apresenta. 1992. Disponível 
em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/179/_arquivos/179_05122008033627.pdf>. 
Acesso em: 23 nov. 2017.
MORAES, L. F. D. et al. Manual técnico para a restauração de áreas degradadas no estado 
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: [s.n.], 2013. Disponível em: <https://www.jbrj.gov.br/
sites/all/themes/corporateclean/content/publicacoes/manual_tecnico_restauracao.
pdf>. Acesso em: 23 nov. 2017.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Fundação Estadual 
de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler. Licenciamento ambiental. [200-?]. 
Disponível em: <http://www.fepam.rs.gov.br/licenciamento/area4/mineracao.asp>. 
Acesso em: 23 nov. 2017.
ROSARIO, R. P. G. Estágios sucessionais e o enquadramento jurídico das florestas montanas 
secundárias na Reserva Florestal do Morro Grande (Cotia, SP) e entorno. Dissertação (Mes-
trado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente) - Instituto de Botânica da Secretaria 
do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente, 2010.
Leituras recomendadas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13969: Tanques sépticos - Uni-
dades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, 
construção e operação. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7229: projeto, construção e 
operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de Janeiro: ABNT, 1993.

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