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Licenciamento Ambiental: Guia Completo

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Organização: 
Fernanda de Carvalho 
 
2 
 
Viçosa-MG 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LICENCIAMENTO 
AMBENTAL 
Os melhores artigos do blog 
Mata Nativa sobre o assunto 
Organização: 
Fernanda de Carvalho 
 
Com textos de: 
Fernanda de Carvalho 
Larissa Guarany 
Marina Stygar Lopes 
Elis Christina Pinto 
Junio Magela 
Tiago José Freitas de Oliveira 
http://www.matanativa.com.br/blog/author/elis-christina/
http://www.matanativa.com.br/blog/author/tiago-freitas-de-oliveira/
3 
 
ÍNDICE 
1. Licenciamento Ambiental: Estudos e Relatórios ................................................................... 5 
1.1 Estudo de Viabilidade Ambiental — EVA ............................................................................. 5 
1.2 Relatório de Controle Ambiental — RCA ............................................................................. 5 
1.3 Plano de Controle Ambiental – PCA .................................................................................... 6 
1.4 Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental do Sistema de Controle e demais 
Medidas Mitigadoras – Rada ..................................................................................................... 6 
1.5 Plano de Utilização Pretendida – PUP ................................................................................. 7 
1.6 Plano de Recuperação de Área Degradada – PRAD ............................................................ 7 
1.7 Estudo de Impacto Ambiental — EIA ................................................................................... 7 
1.8 Relatório de Impacto Ambiental — RIMA ............................................................................ 7 
2. EIA/RIMA – Estudo e Relatório de Impacto Ambiental ......................................................... 8 
2.1 EIA RIMA, Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental .................... 8 
2.2 EIA – Estudo de Impacto Ambiental .................................................................................... 8 
2.3 RIMA – Relatório de Impacto Ambiental ............................................................................ 9 
2.4 Atividades modificadoras do meio ambiente ................................................................... 11 
2.5 Conteúdo mínimo do EIA/RIMA ........................................................................................ 12 
2.6 Audiência Pública .............................................................................................................. 13 
3. Licenciamento ambiental hoje e amanhã ........................................................................... 14 
3.1 Aniversário do Licenciamento Ambiental ......................................................................... 14 
3.2 Singularidade da ferramenta............................................................................................. 15 
3.3 Andamento político ........................................................................................................... 15 
3.4 Os problemas de cada um destes pontos. ........................................................................ 16 
4. O Estudo de Viabilidade Ambiental e o Licenciamento Ambiental..................................... 18 
4.1 O que é o Estudo de Viabilidade Ambiental? .................................................................... 18 
4.2 Como fazer um Estudo de Viabilidade Ambiental............................................................. 19 
4.3 O que o EVA deve conter?................................................................................................. 19 
4.4 Por que elaborar o Estudo de Viabilidade Ambiental? ..................................................... 20 
4.5 Em quais situações o estudo de viabilidade ambiental é necessário? .............................. 20 
5. Licenciamento Ambiental Federal ....................................................................................... 21 
5.1 Como iniciar um processo de licenciamento? .................................................................. 23 
6. O licenciamento ambiental e o desenvolvimento urbano .................................................. 25 
7. Licenciamento ambiental: Análise de Risco de Empreendimentos .................................... 27 
8. O licenciamento ambiental em 7 passos ............................................................................ 31 
9. Licenciamento ambiental de empreendimentos consolidados .......................................... 35 
10. A Legislação aplicada ao Licenciamento Ambiental ............................................................ 39 
4 
 
11. Licença Ambiental não é um bicho de 7 cabeças ............................................................ 42 
11.1 A Lei Complementar 140 ................................................................................................. 44 
11.2 Competência da Licença .................................................................................................. 45 
11.3 União ............................................................................................................................... 45 
11.4 Estado .............................................................................................................................. 46 
11.5 Município......................................................................................................................... 46 
12. Diagnóstico e Avaliação de Impacto Ambiental: Instrumentos para a proteção do Meio 
Ambiente ..................................................................................................................................... 47 
12.1 O que é o EIA/RIMA ......................................................................................................... 47 
12.2 Objetivos da AIA .............................................................................................................. 48 
12.3 Meio físico, biológico e socioeconômico ........................................................................ 48 
12.4 Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental ................................................................ 49 
12.5 Métodos da AIA ............................................................................................................... 49 
13. O Diagnóstico Ambiental e as Áreas de Influência.......................................................... 51 
13.1 Os âmbitos da área de influência .................................................................................... 51 
13.2 Qual é a diferença entre área de influência e área de estudo? ...................................... 52 
13.3 Diagnóstico ambiental: meio físico, biótico e socioeconômico ...................................... 52 
14. Licenciamento ambiental para descomissionamento de projetos offshore................... 53 
14.1 O descomissionamento de projetos offshore ................................................................. 54 
14.2 Panorama de descomissionamento no Brasil ................................................................. 55 
14.3 A atividade de descomissionamento .............................................................................. 56 
14.4 O licenciamento para o descomissionamento ................................................................ 56 
15. Obrigações pós licenciamento ambiental ....................................................................... 58 
16. A participação popular no processo de licenciamento ambiental .................................. 61 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1. Licenciamento Ambiental: Estudos e Relatórios 
Escrito por Fernanda de Carvalho 
Existem diversos estudos ambientais que são exigidos para a obtenção da licença 
ambiental e cada órgão ambiental regulamentaprocedimentos e estudos ambientais 
próprios. 
A capacidade de gerar impacto ambiental do empreendimento é determinante para a 
definição dos tipos de estudos ambientais a serem realizados em cada fase do processo 
de licenciamento ambiental. 
A seguir vamos falar dos principais estudos ambientais solicitados no processo de 
licenciamento ambiental. 
1.1 Estudo de Viabilidade Ambiental — EVA 
O Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA) é parte essencial de todo o processo de 
licenciamento ambiental. É tratado como fase preliminar ao EIA e ao RIMA de todo 
empreendimento que cause considerável impacto ambiental no meio e na população 
envolvida, de acordo com a atividade a ser desenvolvida, assim servindo de apoio à 
ambos os estudos. 
É um estudo de natureza técnica e econômica, onde são abordadas questões 
pertinentes ao projeto, como: informações gerais, caracterização da área e da atividade 
a ser desenvolvida, estudo de alternativas e os aspectos legais ligados ao 
empreendimento, considerando os meios físico, biótico e antrópico. 
1.2 Relatório de Controle Ambiental — RCA 
O Relatório de Controle Ambiental é um estudo ambiental exigido para 
empreendimentos que não possuem grande capacidade de gerar impactos ambientais, 
apresentado quando for requerida a Licença Prévia, entretanto, a sua estruturação 
possui escopo semelhante ao do EIA/RIMA, apenas não são demandados altos níveis de 
especificidade em sua elaboração. 
Ele deverá conter as informações que permitam caracterizar o empreendimento a ser 
licenciado e, como objeto principal, os resultados dos levantamentos e estudos 
http://www.matanativa.com.br/blog/author/fernanda-carvalho/
http://www.matanativa.com.br/blog/cumprimento-de-condicionantes-da-licenca-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/cumprimento-de-condicionantes-da-licenca-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-modalidades/
http://www.matanativa.com.br/blog/estudos-e-relatorios-do-licenciamento-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/viabilidade-ambiental-licenciamento-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/processo-licenciamento-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/processo-licenciamento-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/relatorio-de-controle-ambientale-plano-de-controle-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/eia-rima/
6 
 
realizados pelo empreendedor, os quais permitirão identificar as não conformidades 
legais referentes à poluição, decorrentes da instalação e da operação do 
empreendimento para o qual está sendo requerida a licença, ou seja, o Relatório de 
Controle Ambiental é constituído de estudos referentes aos aspectos ambientais 
relativos à localização, instalação, operação e ampliação de um empreendimento ou 
atividade que não geram impactos ambientais significativos e que contêm informações 
relativas à caracterização do ambiente em que se pretende instalar e à sua localização 
frente ao Plano Diretor Municipal, Leis de Uso e Ocupação do Solo, e etc. 
1.3 Plano de Controle Ambiental – PCA 
O PCA é o documento por meio do qual o empreendedor apresenta os planos e projetos 
capazes de prevenir ou controlar os impactos ambientais decorrentes da instalação e da 
operação do empreendimento para o qual está sendo requerida a licença, bem como 
para corrigir as não conformidades identificadas, ou seja, é um estudo que contém os 
projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados na fase de LP. 
Além disto, o Plano deverá expor de forma clara tanto o empreendimento e/ou 
atividade, como sua inserção no meio ambiente com todas as suas medidas mitigadoras 
e compensatórias. 
1.4 Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental do Sistema de Controle e 
demais Medidas Mitigadoras – Rada 
Da mesma forma que ocorre quando da solicitação das licenças ambientais, para 
requerer a renovação da Licença de Operação(LO), também é necessário apresentar 
uma série de documentos, entre eles, o Relatório de Desempenho Ambiental do Sistema 
de Controle e demais Medidas Mitigadoras, mais conhecido como RADA. 
De forma bem prática, o RADA tem por finalidade subsidiar a análise do requerimento 
de renovação da LO. 
A exigência legal do RADA é encontrada na Deliberação Normativa COPAM nº 17 de 
1996, que diz em seu artigo 3º, I, que um dos documentos que deve acompanhar o 
pedido de renovação da Licença de Operação é o Relatório de Desempenho Ambiental 
do Sistema de Controle e demais Medidas Mitigadoras – RADA, elaborado pelo 
requerente, conforme Termo de Referência definido por tipo de atividade e/ou 
empreendimento, disponibilizado pelo Órgão Ambiental. 
http://www.matanativa.com.br/blog/relatorio-de-controle-ambientale-plano-de-controle-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/relatorio-de-controle-ambientale-plano-de-controle-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/municipalizacao-licenciamento-ambiental-mg-pros-e-contras/
http://www.matanativa.com.br/blog/regularizacao-parcelamento-de-solo-urbano-e-rural/
http://www.matanativa.com.br/blog/relatorio-de-controle-ambientale-plano-de-controle-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-e-suas-modalidades/
http://www.matanativa.com.br/blog/medidas-mitigadoras-e-compensatorias-de-impactos-ambientais/
http://www.matanativa.com.br/blog/medidas-mitigadoras-e-compensatorias-de-impactos-ambientais/
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-e-suas-modalidades/
http://www.matanativa.com.br/blog/rada/
http://www.matanativa.com.br/blog/rada/
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-e-suas-modalidades/
7 
 
1.5 Plano de Utilização Pretendida – PUP 
O Plano de Utilização Pretendida, seja em sua forma completa ou simplificada, deve ser 
apresentado sempre que houver necessidade de intervenção ambiental que envolver 
supressão de vegetação ou destoca, obedecendo o disposto em Lei. 
A formalização de processos para intervenção ambiental relativos à supressão de 
vegetação nativa para uso alternativo do solo, depende da apresentação do Plano de 
Utilização Pretendida – PUP com inventário florestal qualitativo e quantitativo, os quais 
devem ser elaborados e executados sob responsabilidade técnica de profissional 
devidamente habilitado, sendo necessária a Anotação de Responsabilidade Técnica – 
ART. 
1.6 Plano de Recuperação de Área Degradada – PRAD 
Frequentemente este estudo é solicitado pelos órgãos ambientais como parte 
integrante do processo de licenciamento de atividades degradadoras ou modificadoras 
do meio ambiente. Pode ser solicitado, também, após o empreendimento ser punido 
administrativamente por causar degradação ambiental. 
Tecnicamente, o PRAD refere-se ao conjunto de medidas que propiciarão à área 
degradada condições de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico, com solo apto para 
uso futuro e paisagem esteticamente harmoniosa. Tal plano engloba a confecção do 
cronograma físico-financeiro da recuperação ambiental proposta, assim como a 
indicação do uso futuro pretendido. 
1.7 Estudo de Impacto Ambiental — EIA 
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é o conjunto de estudos realizados por 
especialistas de diversas áreas, com dados técnicos detalhados e multidisciplinares, 
que tratam sobre o controle preventivo de danos ambientais para a atividade na qual 
for constatado riscos e perigos ao meio ambiente. O acesso a ele é restrito, em respeito 
ao sigilo industrial. 
1.8 Relatório de Impacto Ambiental — RIMA 
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), refletirá as conclusões do estudo de impacto 
ambiental (EIA). O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua 
compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas 
http://www.matanativa.com.br/blog/plano-de-utilizacao-pretendida/
http://www.matanativa.com.br/blog/plano-de-utilizacao-pretendida/
http://www.matanativa.com.br/blog/plano-de-utilizacao-pretendida/
http://www.matanativa.com.br/blog/guia-completo-do-inventario-florestal/http://www.matanativa.com.br/blog/prad/
http://www.matanativa.com.br/blog/estudo-e-relatorio-de-impacto-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/analise-de-risco-de-empreendimentos/
http://www.matanativa.com.br/blog/eia-rima/
8 
 
por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo 
que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as 
consequências ambientais de sua implementação. 
 
2. EIA/RIMA – Estudo e Relatório de Impacto Ambiental 
Escrito por Fernanda de Carvalho 
Impacto Ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas 
do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam: 
1. a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
2. as atividades sociais e econômicas; 
3. a biota; 
4. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
5. a qualidade dos recursos ambientais. 
2.1 EIA RIMA, Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental 
O EIA/RIMA foi instituído no Brasil pela Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei 
6938/81. A resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) nº 001 de 
1986, regulamenta os critérios básicos e as diretrizes gerais para aplicação da Avaliação 
de Impacto Ambiental, assim como define as atividades que se enquadram nesta 
modalidade e ainda estabelece os conteúdos mínimos para a elaboração do Estudo de 
Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). 
2.2 EIA – Estudo de Impacto Ambiental 
A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001/86 define que o Estudo de Impacto Ambiental é o 
conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas áreas, com dados técnicos 
detalhados. O acesso a ele é restrito, em respeito ao sigilo industrial. 
No artigo 6° dessa resolução define que o EIA desenvolverá as seguintes atividades 
técnicas: 
http://www.matanativa.com.br/blog/author/fernanda-carvalho/
http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/46_10112008050406.pdf
http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/46_10112008050406.pdf
https://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/legislacao/MMA/RE0001-230186.PDF
9 
 
I –Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise 
dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a 
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando: 
a) o meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, 
a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as 
correntes marinhas, as correntes atmosféricas; 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora, destacando as 
espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e 
ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; 
c) o meio socioeconômico – o uso e ocupação do solo, os usos da água e a 
socioeconômica, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e 
culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os 
recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. 
II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de 
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis 
impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e 
adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e 
permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; 
a distribuição dos ônus e benefícios sociais. 
III – Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os 
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência 
de cada uma delas. 
IV – Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos 
positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados). 
2.3 RIMA – Relatório de Impacto Ambiental 
O RIMA é um documento público que confere transparência ao EIA, um resumo em 
linguagem didática, clara e objetiva, para que qualquer interessado tenha acesso à 
informação e exerça controle social. Assim, as informações devem ser traduzidas em 
linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas 
de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e desvantagens 
http://www.matanativa.com.br/blog/diagnostico-ambienta-areas-de-influencia/
10 
 
do projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua implementação. Dessa 
forma, o Relatório de Impacto Ambiental deverá conter os seguintes itens: 
1. Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as 
políticas setoriais, planos e programas governamentais; 
2. A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando 
para cada um deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as 
matérias primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnica 
operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos 
diretos e indiretos a serem gerados; 
3. A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de 
influência do projeto; 
4. A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da 
atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de 
incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para 
sua identificação, quantificação e interpretação; 
5. A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando 
as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a 
hipótese de sua não realização; 
6. A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos 
impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau 
de alteração esperado; 
7. O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos; 
8. Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de 
ordem geral). 
A aplicação deste estudo no processo de licenciamento ambiental está somente 
condicionada àquelas atividades que se enquadrarem nas características sendo 
“potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente”. 
11 
 
2.4 Atividades modificadoras do meio ambiente 
Dependem de elaboração de EIA/RIMA, o licenciamento de atividades modificadoras do 
meio ambiente, tais como: 
1. Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; 
2. Ferrovias; 
3. Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
4. Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 
18.11.66; 
5. Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos 
sanitários; 
6. Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; 
7. Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para 
fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de 
canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água, abertura 
de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; 
8. Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
9. Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; 
10. Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; 
11. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, 
acima de 10MW; 
12. Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, siderúrgicos, 
cloro químicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); 
13. Distritos industriais e zonas estritamente industriais – ZEI; 
14. Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100hectares ou 
menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de 
importância do ponto de vista ambiental; 
12 
 
15. Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de relevante 
interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais 
competentes; 
16. Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em 
quantidade superior a dez toneladas por dia; 
17. Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 ha ou menores, 
neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de 
importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção 
ambiental. 
2.5 Conteúdo mínimo do EIA/RIMA 
A Resolução nº 001/86 do CONAMA (Arts. 5º, 6° e 9º) dispõe também sobre o conteúdo 
mínimo do EIA/RIMA: 
1. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto – consiste no levantamento 
e análise dos recursos ambientais e suas interações na área de influência do 
projeto, considerando o meio físico, biológico e socioeconômico. O diagnóstico 
ambiental é trabalho preliminar do EIA, referente ao levantamento das 
características da região, ainda sem a consideração das alterações que advirão com 
a futura implementação do empreendimento. A área de influência do projeto é 
aquela que será afetada pelos impactos, podendo transcender ao espaço territorial 
do município sede do empreendimento. 
2. Descrição da ação proposta e suas alternativas e identificação, análise e previsão 
dos impactos significativos, positivos e negativos. 
3. Definição das medidas mitigadoras desses impactos, tais como, a implementação 
de equipamentos antipoluentes. Entre tais medidas, embora não expressamente 
prevista pela Resolução do CONAMA, poderão estar as compensatórias, em caso de 
impacto irreversível. 
4. Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos 
positivos e negativos. Note-se que o monitoramento dos impactos produzidos pela 
atividade estudada ocorrerá após o deferimento da Licença de Operação. Contudo, 
já deverá estar programado desde a elaboração do EIA. O coração do EIA são as 
13 
 
alternativas tecnológicas e locacionais, confrontadas com a hipótese de não 
execução do projeto. 
2.6 Audiência Pública 
Realizado por equipe multidisciplinar, às expensas do empreendedor, e também 
avaliado por equipe multidisciplinar do Órgão Ambiental, os estudos ambientais, na 
forma resumida de RIMA, submete-se à apreciação pública, sendo um dos mais 
transparentes instrumentos de licenciamento ambiental. 
A Constituição Federal Brasileira de 1988, no Artigo 225, consolidou o uso deste deste 
instrumento: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
1.º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: 
 IV. exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto 
ambiental, a que se dará publicidade; 
Dessa forma, a Audiência Pública é o instrumento utilizado para a democratização do 
licenciamento efetuado através de EIA RIMA. O procedimento consiste em uma primeira 
fase de comentários, quando o RIMA fica a disposição do público junto ao Órgão 
Ambiental e onde mais se fizer necessário para o alcance dos interessados (Art. 11 da 
Resolução CONAMA nº 001/86). 
A segunda fase, realizada durante a Audiência Pública (Resoluções CONAMA nºs 001/86 
e 009/87), corresponde à fase das manifestações verbais. As manifestações colhidas em 
ambas as fases são registradas nos autos do processo administrativo de licenciamento. 
Podemos afirmar que o RIMA servirá como uma ponte de comunicação entre o EIA que 
é estritamente técnico e ao órgão licenciador e o público envolvido. 
Se você ficou interessado em saber mais sobre o assunto, acompanhe o blog Mata 
Nativa, pois sempre postamos conteúdos interessantes sobre o licenciamento 
ambiental. 
14 
 
3. Licenciamento ambiental hoje e amanhã 
Escrito por Larissa Guarany 
Quando o licenciamento ambiental, enquanto instrumento positivado em lei, foi criado, 
eu estava longe de nascer. A normativa que estabeleceu o licenciamento ambiental foi 
a Política Nacional de Meio Ambiente, Lei nº 6.938/81 (art. 9º, inciso IV). No texto legal, 
art. 8º, inciso I, institui-se que é o CONAMA o responsável estabelecer, mediante 
proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras. Sendo assim, em 1997, foi promulgada a Resolução 
CONAMA nº 237 que discorre sobre os procedimentos e critérios utilizados no 
licenciamento ambiental e no exercício da competência, bem como as atividades e 
empreendimentos sujeitos ao licenciamento. 
É nesta resolução que foram estabelecidas as grandes bases do licenciamento brasileiro: 
necessidade de EIA/RIMA para empreendimentos de significativo impacto; possibilidade 
de realização de audiências públicas; estabelecimentos de licença prévia (relativa ao 
local e concepção do empreendimento), licença de instalação (de acordo com as 
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados) e licença de 
operação (fase final em que se autoriza a operação da atividade, após a verificação do 
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores); prazos de análise; etc. 
3.1 Aniversário do Licenciamento Ambiental 
Em 2021, esta famosa ferramenta completará 40 anos. Durante este tempo, as 
atividades produtivas avançaram bastante em tecnologia e se diversificaram; é seguro 
dizer que a produção de bens de curta vida útil aumentou, e com isso, aumentou 
também a problemática no entorno da produção de resíduos. Quem nunca ouviu falar 
nas grandes ilhas de plástico do oceano? 
A despeito disso, enverando por um caminho que vejo como a contramão do natural e 
necessário, há hoje uma notória vontade dos legisladores em facilitar, ao que eles 
chamam de flexibilizar, a legislação ambiental geral e especificamente as regras de 
licenciamento. 
No Estado de Minas Gerais, por exemplo, chama atenção a discussão sobre a mudança 
na norma de diretrizes básicas de licenciamento, conhecida por Deliberação Normativa 
http://www.matanativa.com.br/blog/author/larissa-guarany/
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-modalidades/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.matanativa.com.br/blog/o-que-e-eia-rima-estudo-e-relatorio-de-impacto-ambiental/
http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=45558
15 
 
COPAM 217/17, que emergiu a partir do momento em que se tornou conhecimento de 
todos que esta mudança implicou numa reclassificação de alguns empreendimentos 
tidos antes como de classe máxima, 6, para 4. Sendo assim, o licenciamento tornou-se 
menos complexo, sendo possível, inclusive obter as três licenças prevista em lei (prévia, 
de instalação e de operação) concomitantemente. 
A meu ver, com o nível de consolidação do direito ambiental e seus princípios, 
principalmente o in dubio pro natura, reconhecido inclusive pelo Supremo Tribunal de 
Justiça em seus julgados, e o da prevenção e precaução, a legislação ambiental deveria 
avançar no sentido da proteção do patrimônio natural e jamais ser menos restritiva. 
Poderia, sim, ser mais eficiente, dado que é irreal imaginar o empreendedor passar 05 
ou 10 anos na tentativa de obter uma Licença de Operação para finalmente poder tocar 
sua atividade. Mas não creio que esta presteza deve passar pela facilitação de algum 
procedimento ou supressão de algum dispositivo protetivo e sim pela melhor e mais 
racional gestão. 
3.2 Singularidade da ferramenta 
É bem verdade que o licenciamento ambiental brasileiro é único, o que não quer dizer 
queoutros países democráticos negligenciem a proteção ambiental. De modo geral, os 
países da união europeia e do continente americano utilizam a Avaliação de Impacto 
Ambiental como instrumento de autorização de “direito de uso” dos bens ambientais, 
de forma direta ou indireta, aos particulares antes destes operarem um 
empreendimento. 
Segundo Rigotto e Alió, na Catalunha, por exemplo, as atividades econômicas são 
classificadas em grupos, de acordo com sua natureza e escala, sendo estabelecido um 
regime para a concessão da autorização, licença ou comunicação para cada um deles, 
que diferem em termos da profundidade dos estudos exigidos e da frequência dos 
controles, entre outros. Ainda segundo as autoras, o município sempre participa do 
processo. 
3.3 Andamento político 
Tramita no Congresso Nacional brasileiro, Projeto de Lei conhecido como Lei Geral do 
Licenciamento. Originado no PL 3729/04, de autoria de três deputados petistas, vem 
sendo apensado desde 2004 e já teve diversos substitutivos. Há também um projeto de 
http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=45558
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-federal/
16 
 
lei no Senado, de autoria de Acir Gurgacz, do PDT-RO, com o mesmo objetivo. Todas 
teoricamente visam dar mais rapidez e simplicidade aos processos de licenciamento. Há 
tempos (desde a promulgação da Constituição Federal de 88 – art. 225, inciso IV), que 
se faz necessária a regulamentação do licenciamento através de lei específica. 
A bancada ruralista no congresso está ávida pela pauta e aprovação da atual proposta 
Lei Geral do Licenciamento, o que nos leva a inferir que o meio ambiente não será o 
maior beneficiário das mudanças trazidas. Entre os pontos negativos desta proposta, 
destaca-se a renovação automática da Licença de Operação a partir de declaração do 
empreendedor; a não aplicabilidade de licenciamento para atividades de cultivo de 
espécies de interesse agrícola, temporárias, semiperenes e perenes, e pecuária 
extensiva e para a silvicultura de florestas plantadas; retirar a obrigatoriedade de 
apresentação de certidão de uso, parcelamento e ocupação do solo urbano emitida 
pelos municípios; a criação de uma licença por adesão e compromisso; e considerar as 
conclusões e recomendações da audiência pública não vinculantes. Um único ponto que 
considero positivo é determinar que as Licenças de Operação Corretiva sejam 
embasadas em Relatório de Controle Ambiental – RCA. 
3.4 Os problemas de cada um destes pontos. 
A renovação de licença automática implica na não análise, por parte dos técnicos do 
órgão ambiental, das condições do empreendimento. Mesmo que as condicionantes 
estejam cumpridas (requisito para esta modalidade de renovação), o empreendimento 
pode estar causando degradações não abarcadas nestas, mas presentes nos estudos 
ambientais, por exemplo. Ou ainda, degradações não previstas. Sabe-se que um país 
continental como o Brasil, com Estados maiores que países inteiros, não há estrutura 
organizacional suficiente para fazer fiscalizações periódicas em empreendimentos; aí jaz 
o perigo da automatização. 
Sobre a dispensa de licenciamento para a agropecuária e silvicultura, penso que é 
gravíssimo. Estas atividades precisam de modernização para que diminuam seus 
impactos sobre a biota, o solo, a água e a qualidade do ar. Uso de agrotóxicos em 
excesso, uso contínuo de fertilizantes químicos, número de cabeça de gado por hectare 
acima do indicado são alguns dos aspectos que podem gerar impactos significativos e 
negativos ao meio ambiente. 
http://www.matanativa.com.br/blog/relatorio-de-controle-ambientale-plano-de-controle-ambiental/
17 
 
Em relação à autorização municipal para uso do solo, entendo como jogar ainda mais 
para escanteio a municipalidade que é uma parte interessada no processo de instalação 
de empreendimentos em sua área. Se hoje há pouca conversa e inclusão, essa medida 
joga uma pá de cal e finda a medíocre participação do município nos processos de 
licenciamento. 
A criação de uma licença por adesão e compromisso só deve parecer interessante para 
quem acha que é possível padronizar o meio ambiente. Entendo ser possível simplificar 
o licenciamento, mas tornando-o algo mecânico, acho que não. Por mais que o tipo de 
atividade seja bem conhecida e mapeada, cada área é única e pode sofrer impactos de 
diferentes formas que devem ser bem avaliadas. 
Por fim, acredito que o projeto perde uma oportunidade ao determinar que as 
conclusões e recomendações da audiência pública são não vinculantes. Assim como 
acontece com os municípios, as pessoas não costumam ter voz nos processos de 
licenciamento. Esqueceram que o desenvolvimento sustentável implica em equilíbrio 
entre a economia, a natureza e a sociedade? Será que os afetados por Belo Monte 
aprovariam a instalação da hidrelétrica? Será que os moradores de Brumadinho 
aprovavam a barragem? Não digo que eles tenham poder de veto, mas que sejam 
consideradas suas opiniões e necessidades. 
Merece menção uma proposta que estava no primeiro PL, aquele dos petistas, que 
instituía a possibilidade do licenciador em exigir a contratação de seguro de 
responsabilidade civil por dano ambiental. Isto facilitaria tanto a internalização de 
passivos por partes dos empreendedores, quanto o recebimento de valores devidos em 
caso de dano ambiental. Hoje, por exemplo, nada foi pago pela Samarco no caso 
Mariana. A morosidade do julgamento de processos administrativos e cíveis impede que 
as multas sejam uma sanção efetiva, bem como que haja indenização. Ademais, este 
tipo de seguro é usado em países da união europeia, que podem servir de exemplo de 
boa prática. 
Ressalto, por fim, o licenciamento ambiental mostra sua importância a cada dia e não 
deve ser esfacelado ou enfraquecido. 
18 
 
4. O Estudo de Viabilidade Ambiental e o Licenciamento 
Ambiental 
Escrito por Fernanda de Carvalho 
A verificação da viabilidade ambiental de um empreendimento, previamente à sua 
implantação, constitui a finalidade do licenciamento ambiental como instrumento de 
política e gestão do meio ambiente, o que confere à etapa de licenciamento prévio, uma 
posição de destaque na sua aplicação. 
Por sua vez, incorporar a dimensão da viabilidade ambiental nos processos de tomada 
de decisão tem sido um grande desafio para planejadores e administradores públicos e 
privados, uma vez que, demanda ações que incidem sobre os horizontes espacial, 
temporal e potencialmente conflitantes, especialmente considerando-se interesses 
puramente econômicos. 
4.1 O que é o Estudo de Viabilidade Ambiental? 
O Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA) é o primeiro passo para o conhecimento dos 
impactos ambientais que envolvem um empreendimento. Trata-se de um levantamento 
das particularidades ambientais de uma área onde se pretende implantar uma atividade 
empresarial. 
Ele é parte essencial de todo o processo de licenciamento ambiental e é tratado como 
fase preliminar ao EIA/RIMA de todo empreendimento que cause considerável impacto 
ambiental. 
É um estudo onde são abordadas questões pertinentes ao projeto, como informações 
gerais, caracterização da área e da atividade a ser desenvolvida, estudo de alternativas 
e os aspectos legais ligados ao empreendimento, considerando os meios físico, biótico 
e antrópico. 
O objetivo do estudo de viabilidade ambiental é apresentar, analisar e definir as 
melhores opções de locação para um empreendimento, permitindo ao empreendedor 
selecionar aquela que melhor atende às suas expectativas econômicas e legais e que 
proporcione a melhor preservação do meio ambiente. 
http://www.matanativa.com.br/blog/author/fernanda-carvalho/
http://www.matanativa.com.br/blog/o-que-e-eia-rima-estudo-e-relatorio-de-impacto-ambiental/
19 
 
4.2 Como fazer um Estudo de Viabilidade Ambiental 
Embora seja um documento bastante completo e complexo, o estudo de viabilidadeambiental se baseia basicamente na análise de um ambiente em questão e de 
características como: bioma, recursos ambientais, população do local e atividades 
econômicas. Nele, devem ser levadas em consideração todas as medidas que o 
empreendedor precisará tomar para instalar o seu negócio e que podem afetar 
diretamente todos esses fatores. 
Também é preciso realizar uma análise sobre os espaços adjacentes, que serão afetados 
de maneira indireta. É o caso, por exemplo, de uma empresa cuja produção resultará na 
liberação de gases. Ainda que a emissão seja dentro do limite permitido por lei, 
invariavelmente essa emissão afetará regiões vizinhas e, por isso, uma análise prévia é 
importante. Além disso, é fundamental que no documento constem as medidas que 
visam reduzir ou mesmo suprimir o impacto ambiental, garantindo o mínimo de 
perturbações possíveis ao sistema como um todo. 
4.3 O que o EVA deve conter? 
A elaboração do Estudo de Viabilidade Ambiental deve oferecer uma abordagem bem 
abrangente, alcançando o meio ambiente de forma ampla, a população local e a 
legislação aplicável. Além disso, como pretende avaliar a viabilidade de um 
empreendimento e propor estratégias para alcançá-la, deve considerar as seguintes 
ações: 
 avaliação das interações das atividades que serão desenvolvidas com o patrimônio 
ambiental local; 
 identificação das possíveis medidas mitigadoras necessárias para viabilizar o 
empreendimento; 
 identificação das variáveis ambientais asseguradas com a implantação do 
empreendimento e as respectivas estratégias para o seu monitoramento; 
 identificação das exigências legais aplicáveis à atividade e ao respectivo processo 
de licenciamento ambiental. 
Assim, para o Estudo de Viabilidade Ambiental, são consideradas quaisquer alterações 
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causadas pelas 
http://isotecconsultoria.com.br/como-definir-os-indicadores-de-qualidade-da-sua-empresa/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost
20 
 
matérias ou energias resultantes das atividades humanas que possam interferir, direta 
ou indiretamente em questões como: 
 Saúde, segurança e bem estar da população; 
 Atividades sociais e econômicas; 
 Biota; 
 Condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
 Qualidade dos recursos ambientais. 
4.4 Por que elaborar o Estudo de Viabilidade Ambiental? 
Sem a elaboração de seu respectivo EVA, o empreendedor pode iniciar uma atividade 
para a qual não está adequado e em inconformidade com a legislação ambiental. Além 
disso, pode se ver na condição de desconhecer as medidas que deve adotar para não 
cometer crimes ambientais com a sua atividade naquela área. 
Por outro lado, se o empreendimento for considerado impactante para o meio 
ambiente, a existência do EVA tornará mais fácil a elaboração do Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). 
Para empreendimentos que não são considerados potencialmente poluidores e que, 
portanto, não tenham obrigação de realizar estudos ambientais, mas que estejam 
buscando estudar e entender suas perspectivas econômicas e ambientais, o EVA pode 
ser uma excelente fonte de dados, bem como um recurso importante para alavancar as 
melhorias ambientais, além de melhor definir as atividades que podem ser 
desenvolvidas no local. 
Finalmente, muitos órgãos públicos, assim como diversos agentes financeiros, exigem 
um estudo de viabilidade ambiental para concessão de licenças e de recursos, 
respectivamente. 
4.5 Em quais situações o estudo de viabilidade ambiental é necessário? 
O estudo de viabilidade ambiental normalmente é necessário para novos 
empreendimentos. Ou seja, em uma região não ocupada pela atividade que será 
desempenhada pela empresa. Com isso, a necessidade desse estudo existe tanto para a 
construção de um novo empreendimento quanto para a simples implantação do 
21 
 
negócio. No caso de uma siderúrgica, por exemplo, ainda que o local esteja previamente 
construído, é necessário fazer esse estudo devido aos impactos causados pelo 
empreendimento. 
Além disso, a análise de viabilidade ambiental é o primeiro passo para um estudo de 
impacto ambiental (EIA) e também para a elaboração do relatório de impacto ambiental 
(RIMA), que são indispensáveis para a obtenção de uma licença de operação. Isso faz 
com que o estudo de viabilidade seja a exigência de muitos bancos, agentes financeiros, 
fundos de financiamento e órgãos públicos em geral. Essa exigência existe em razão dos 
aspectos legais da implantação de novos empreendimentos, já que se devem seguir 
padrões específicos, visando à preservação do meio ambiente. 
 
5. Licenciamento Ambiental Federal 
Escrito por Fernanda de Carvalho 
O Licenciamento Ambiental é o procedimento no qual o poder público, representado 
por órgãos ambientais, autoriza e acompanha a implantação e a operação de atividades, 
que utilizam recursos naturais ou que sejam consideradas efetiva ou potencialmente 
poluidoras. 
A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6938/81) estabelece que atividades efetiva 
ou potencialmente poluidoras devem ser submetidas ao licenciamento ambiental. 
Assim, estão sujeitas ao procedimento administrativo do Licenciamento Ambiental as 
atividades ou empreendimentos que devem ser submetidos a Avaliação de Impacto 
Ambiental (AIA), visando evitar, minimizar, reparar e compensar possíveis danos 
causados ao meio ambiente (meios físico, biótico e socioeconômico). 
Todos os licenciamentos ambientais federais, são de responsabilidade do Ibama, que 
pela Lei Complementar nº 140, de 08 de dezembro de 2011, regulamentada pelo 
Decreto nº 8.437, de 22 de abril de 2015, estabelece quais os projetos devem ser 
submetidos ao Licenciamento Ambiental Federal. Desta forma, é de competência do 
Ibama o licenciamento ambiental de: 
http://www.matanativa.com.br/blog/author/fernanda-carvalho/
22 
 
 Empreendimentos localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país 
limítrofe, no mar territorial, na plataforma continental, na zona econômica 
exclusiva, em terras indígenas ou em unidades de conservação de domínio da 
União; 
 Empreendimentos localizados em dois ou mais Estados; 
 Empreendimentos cujos impactos ambientais ultrapassem os limites territoriais do 
País ou de um ou mais Estados; 
 Empreendimentos destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, armazenar e 
dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear 
em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional 
de Energia Nuclear; 
 Bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação 
específica. 
A Lei Complementar nº 140 e o Decreto nº 8.437, também estabelecem quais 
empreendimentos ou atividades serão licenciadas pelo Ibama: 
 Rodovias federais – implantação, pavimentação e ampliação de capacidade com 
extensão igual ou superior a duzentos quilômetros, regularização ambiental de 
rodovias pavimentadas, podendo ser contemplada a autorização para as atividades 
de manutenção, conservação, recuperação, restauração, ampliação de capacidade 
e melhoramento, atividades de manutenção, conservação, recuperação, 
restauração e melhoramento em rodovias federais regularizadas; 
 Ferrovias federais – implantação, ampliação de capacidade, regularização 
ambiental de ferrovias federais. Porém, não se aplica nos casos de implantação e 
ampliação de pátios ferroviários, melhoramentos de ferrovias, implantação e 
ampliação de estruturas de apoio de ferrovias, ramais e contornos ferroviários; 
 Hidrovias federais – implantação, ampliação de capacidade cujo somatório dos 
trechos de intervenções seja igual ou superior a duzentos quilômetros de extensão; 
23 
 
 Postos organizados – todos, com exceto das instalações portuárias que 
movimentem carga em volume inferior a 450.000 TEU/ano ou a 15.000.000 
ton/ano; 
 Terminaisde uso privado e instalações portuárias – terminais de uso privado e 
instalações portuárias que movimentem carga em volume superior a 450.000 
TEU/ano ou a 15.000.000 ton/ano; 
 Petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos – exploração e avaliação de 
jazidas, compreendendo as atividades de aquisição sísmica, coleta de dados de 
fundo (piston core), perfuração de poços e teste de longa duração quando 
realizadas no ambiente marinho e em zona de transição terra-mar (offshore), 
produção, compreendendo as atividades de perfuração de poços, implantação de 
sistemas de produção e escoamento, quando realizada no ambiente marinho e em 
zona de transição terra-mar (offshore), produção, quando realizada a partir de 
recurso não convencional de petróleo e gás natural, em ambiente marinho e em 
zona de transição terra-mar (offshore) ou terrestre (onshore), compreendendo as 
atividades de perfuração de poços, fraturamento hidráulico e implantação de 
sistemas de produção e escoamento; 
 Usinas hidrelétricas – usinas hidrelétricas com capacidade instalada igual ou 
superior a trezentos megawatt; 
 Usinas termelétricas – usinas termelétricas com capacidade instalada igual ou 
superior a trezentos megawatt; 
 Usinas eólicas – empreendimentos e atividades offshore e zona de transição terra-
mar. 
5.1 Como iniciar um processo de licenciamento? 
De acordo com as instruções do Ibama, para iniciar um processo de licenciamento 
ambiental, o interessado deverá preencher a Ficha de Caracterização de Atividade (FCA), 
que é o formulário eletrônico padrão de solicitação de licenciamento definido pelo 
Ibama visando a caracterização inicial do projeto – empreendimento ou atividade. 
A FCA está disponível para preenchimento no portal de serviços do Ibama, cujo acesso 
é habilitado apenas para pessoas físicas ou jurídicas que possuem registro no Cadastro 
24 
 
Técnico Federal. Ao receber a FCA, o Ibama providenciará a instauração do processo, 
no prazo de até 7 dias uteis. 
Para solicitar licenças e autorizações no âmbito do licenciamento ambiental de 
empreendimentos e atividades, é necessário, primeiramente, que o processo de 
licenciamento tenha sido instaurado no Ibama. O tipo de licença ou autorização a ser 
requerida, bem como o tipo de estudo a ser entregue pelo empreendedor, são definidos 
previamente pelo Ibama no âmbito de cada processo de licenciamento, com base no 
estabelecido nas normativas legais relacionadas a cada tipologia de empreendimento. 
O interessado deverá realizar o requerimento de licença por meio do preenchimento do 
formulário disponível no Portal de Serviços do Ibama. 
São exemplos de licenças e autorizações: autorização de supressão de vegetação, 
autorização para a inclusão da Unidade Marítima de Perfuração, licença ambiental única 
de instalação e de operação, licença de instalação, licença de operação, licença de 
operação para pesquisa mineral, licença de pesquisa sísmica, licença prévia, licença-
prévia de produção para pesquisa e a licença-prévia para perfuração. 
É interessante entender que este processo pode ser simplificado quando as empresas 
buscam trabalhar com o órgão ambiental desde o início, buscando de forma 
transparente as soluções para o desenvolvimento de suas atividades respeitando o meio 
ambiente, já que o objetivo do Licenciamento Ambiental por órgãos ambientais, é a 
conciliação do desenvolvimento das atividades humanas com o respeito ao meio 
ambiente e, apesar de ser constituído de várias etapas e exigências, ele é uma obrigação 
legal. 
Referências 
DECRETO Nº 8.437, DE 22 DE ABRIL DE 
2015 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Decreto/D8437.htm> 
LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 8 DE DEZEMBRO DE 
2011 <http://www.planalto.gov.br/ccivIl_03/LEIS/LCP/Lcp140.htm> 
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 
1981 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm> 
25 
 
6. O licenciamento ambiental e o desenvolvimento 
urbano 
Escrito por Fernanda de Carvalho 
As dificuldades enfrentadas para o acesso à habitação, frequentemente, conduzem a 
população de baixa renda à ocupação de áreas de proteção ambiental ou daquelas áreas 
que apresentam condições de risco e insalubridade. Além disso, considerados fatores 
como indisponibilidade ou ineficiência de transporte público, saneamento básico, 
energia elétrica e equipamentos sociais (creches, escolas, postos de saúde e outros), a 
pressão sobre locais mais próximos às ofertas de trabalho e demais serviços tem 
provocado a ocupação das áreas disponíveis próximas aos grandes centros, o que ocorre 
geralmente de forma precária, agravando o problema da falta de infraestrutura e 
causando sérios impactos ambientais. Estes assentamentos urbanos irregulares 
ocorrem, em sua maioria, à margem dos instrumentos legais de acesso à terra urbana e 
à propriedade, revelando o processo de urbanização do país. 
Um dos maiores desafios das políticas públicas está na sua efetividade. No caso da 
política urbana, a efetividade das ações de habitação, saneamento básico e transporte 
urbano, dependem fortemente de um ambiente legal eficiente, adequado às 
características socioeconômicas da população. 
Os desafios urbanos e habitacionais do país se apresentam na precariedade habitacional 
e nos problemas urbanos associados à pobreza, especialmente aqueles relacionados à 
favelização e na necessidade de regularização urbanística, fundiária e ambiental de 
grandes áreas urbanas, em cidades de todas as regiões do país. Esta situação vem da 
inadequação dos instrumentos de planejamento e gestão do uso do solo, que não têm 
conseguido acompanhar as transformações da realidade urbana. Nesse contexto, o 
licenciamento ambiental cumpre papel decisivo na solução dos problemas urbanos. 
O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo destinado a permitir 
atividades ou quaisquer empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva 
ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar a degradação 
ambiental. Trata-se, portanto, de um instrumento essencial para conciliar o meio 
http://www.matanativa.com.br/blog/author/fernanda-carvalho/
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-e-suas-modalidades/
26 
 
ambiente e o desenvolvimento econômico e social, por meio do qual o órgão 
competente verifica a adequação de um projeto ou atividade ao meio ambiente, 
licenciando, em diferentes etapas, a sua implantação 
No desenvolvimento urbano, o licenciamento ambiental é aplicado para a aprovação de 
empreendimentos, sendo o parcelamento e a regularização do solo urbano, nos 
aspectos urbanístico e habitacional, importantes atividades de urbanização. 
Com o agravamento dos problemas urbanos, com a duplicação do número de pessoas 
vivendo em aglomerados no país, principalmente em municípios próximos às grandes 
cidades, o licenciamento ambiental tem um papel essencial na viabilidade dos projetos 
de desenvolvimento urbano, em especial naqueles voltados à habitação de interesse 
social, situados nos municípios das regiões metropolitanas que absorvem grande parte 
da população de baixa renda. Para tanto, se faz necessária a adoção de medidas para 
agilizar e simplificar os licenciamentos das atividades de urbanização. 
Cada nível de governo possui competências diferenciadas no que se refere ao 
licenciamento ambiental. A Constituição estabelece, em seu Artigo 23, que é 
competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios 
proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas. A 
competência legislativa sobre meio ambiente, definida no Artigo 24 da Constituição 
Federal, é concorrente da União, estados, Distrito Federal e municípios. À União cabe o 
estabelecimento de normas gerais, enquanto os estados, além de legislações 
específicas, podem exercer competência legislativa plena, caso inexista lei federal sobre 
normas gerais. Aosmunicípios compete legislar sobre assuntos de interesse local e 
suplementar a legislação federal e as estaduais, no que couber. 
Cabe aos estados: promover o licenciamento ambiental de atividades ou 
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente 
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental e 
promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou 
desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo estado, exceto em APAs. 
É atribuído aos municípios: promover o licenciamento ambiental das atividades ou 
empreendimentos, que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, 
27 
 
conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente 
(Conama), considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade 
e localizados em unidades de conservação instituídas pelo município, exceto em APAs. 
Seja no parcelamento do solo para fins urbanísticos, seja no pedido de licença para 
construir, todos os aspectos urbanísticos e ambientais deverão ser avaliados 
simultaneamente, perfazendo uma totalidade a ser aprovada ou licenciada. A licença 
para o uso habitacional de uma edificação é usualmente denominada habite-se, por leis 
municipais, e é dada após a sua conclusão. A realização de usos e atividades comerciais 
e industriais, bem como a prestação de serviços, em geral, é objeto de uma licença de 
atividades, específica, dada pela municipalidade. 
O que podemos concluir é que, a falta de planejamento para o crescimento das cidades, 
a insuficiência e inadequação dos instrumentos de infraestrutura e gestão do solo 
urbano (planos diretores, leis de uso, ocupação e parcelamento do solo, entre outros 
que, em geral, não conseguem acompanhar as transformações e a dinâmica urbana) 
dificultam o acesso à terra pela população de baixa renda e contribuem para a 
proliferação das áreas urbanas informais, especialmente favelas e loteamentos 
clandestinos. Portanto, aperfeiçoar e fortalecer o planejamento e a gestão urbana, 
mediante uma nova governança urbana inclusiva, é o grande desafio do setor público 
no âmbito da política urbana. 
 
7. Licenciamento ambiental: Análise de Risco de 
Empreendimentos 
Escrito por Larissa Guarany 
A Análise de Risco no âmbito do licenciamento ambiental é uma atividade restrita à 
determinados tipos de empreendimento e, por isso, bem menos popular que os Estudos 
de Impacto Ambiental, por exemplo. Para abordar o tema, precisamos antes conhecer 
alguns conceitos intrínsecos à atividade. 
Primeiro é legal entender o que é risco. E de modo a manter a boa técnica neste artigo, 
apresento um conceito retirado da Norma Brasileira ABNT NBR ISO 31000, cujo tema 
http://www.matanativa.com.br/blog/author/larissa-guarany/
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-de-empreendimentos/
28 
 
central é a Gestão de Riscos. Segundo esta norma, Risco é o efeito da incerteza nos 
objetivos. O efeito é um desvio em relação ao esperado, positivo e ou negativo. Já a 
incerteza é o estado da deficiência das informações relacionadas a um evento, sua 
compreensão, seu conhecimento, sua consequência ou sua probabilidade. 
Um conceito talvez mais popular e provavelmente mais direto de risco, comumente 
aplicado à matéria ambiental, diz que o Risco é a combinação da probabilidade de 
ocorrer um evento indesejado e da magnitude dos impactos advindos deste evento. 
Risco é a possibilidade de nos depararmos com a consequência negativas de 
determinada atividade (impacto), sendo diretamente proporcional à força deste 
impacto. 
Segundo a mencionada Norma, a Análise de Risco é o processo de compreender a 
natureza do risco e determinar o nível do mesmo. O conceito de nível de risco nesta NBR 
assemelha-se ao exposto acima, sendo este tido como a magnitude de um risco ou 
combinação de riscos, expressa em termos da combinação das consequências e de suas 
probabilidades. 
Diante deste último conceito, tende-se a questionar: a Análise de Risco se aplica a todos 
os empreendimentos passíveis de licenciamento ambiental? E a resposta é não (a dica 
já havia sido dada no início do texto). Aplica-se somente àquelas atividades consideradas 
perigosas. Abro um parêntesis para apresentar um conceito bem direto de perigo 
segundo a Norma da Occupational Health and Safety Assessment Series – OHSAS 
18001:2007, sendo este a fonte, situação ou atividade com potencial para causar dano. 
Não há uma legislação específica que indique quais atividades são consideradas 
perigosas e, portanto, devem realizar análise e gerenciamento de riscos no âmbito do 
licenciamento. A Resolução CONAMA 237/97, notória por regulamentar o licenciamento 
ambiental, traz no seu art. 1º, inciso III, o conceito de estudos ambientais como aqueles 
relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e 
ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a 
análise da licença requerida, tais como: […] e análise preliminar de risco. Ou seja, criou-
se desde 1997 um documento chamado Análise Preliminar de Risco categorizado como 
estudo ambiental. 
29 
 
Alguns tipos de empreendimentos necessariamente têm de apresentar estudos que 
contemplem análise de riscos de acordo com legislações variadas. São as indústrias 
químicas e os do ramo petrolífero, por exemplo. Cita-se o Decreto nº 5098/04 e a 
Resolução CONAMA 398/08, ambos melhor explicados a seguir. 
O Decreto nº 5098/04 institui o Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta 
Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (P2R2). Segundo o 
Ministério do Meio Ambiente – MMA, são objetivos do plano a prevenção através da 
implantação de, por exemplo, programas que visam inibir ou desmotivar práticas que 
levem à ocorrência de acidentes envolvendo produtos químicos perigosos e a correção 
através da implementação de, entre outros, procedimentos que buscam atender as 
ocorrências de acidentes. 
Um dos instrumentos que o MMA, coordenador da Comissão Nacional do P2R2, utiliza 
na gestão do Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências 
Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (P2R2) é o Plano de Ação de Emergência 
– PAE. Segundo o Ministério, o PAE se constitui no conjunto de planos de ação 
previamente elaborados para atender a ocorrência de acidentes com produtos 
químicos, objetivando estabelecer estratégias e requisitos mínimos de planejamento 
das ações que serão empregadas no atendimento de situações de emergências entre 
órgãos e instituições públicas, privadas e a comunidade. Em seu escopo, o PAE aborda 
o tópico “Exemplos de acidentes”, em que são dispostos os tipos de acidentes e 
consequências esperadas em cada hipótese acidental considerada, com os impactos em 
áreas vulneráveis na região. Isto consiste diretamente numa análise de risco. 
Segundo Cartilha do IBAMA¹, o PAE está associado à Análise de Riscos e deve ser 
elaborado como parte integrante do processo de gerenciamento de riscos no âmbito do 
licenciamento ambiental. Sua elaboração baseia-se nos resultados obtidos no Estudo de 
Análise de Risco – EAR e na legislação vigente. 
Ainda segundo a mencionada cartilha[1], alguns são os estudos que contemplam o 
escopo da Análise de Risco voltada às questões ambientais, valendo destacar o EAR, que 
aborda diferentes cenários de risco, considerando atividades de rotina e de não rotina, 
bem como situações críticas, e acordo com a atividade praticada, recomendando 
medidas para a redução das frequências e consequências de eventuais acidentes. 
http://www.matanativa.com.br/blog/analise-de-risco-de-empreendimentos/#_ftn1
30 
 
Há também o Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR, que considera os resultados 
trazidos no EAR para permitir a execução da gestão de risco e contempla, entre outros 
assuntos, o Plano de Açãode Emergência. É o EAR que fornece os subsídios necessários 
à elaboração destes dois estudos. 
Há igualmente que se comentar sobre o Plano de Emergência Individual – PEI, trazido 
na Resolução CONAMA 398/08, que versa sobre o conteúdo mínimo do Plano de 
Emergência Individual para incidentes de poluição por óleo em águas sob jurisdição 
nacional, originados em portos organizados, instalações portuárias, terminais, dutos, 
sondas terrestres, plataformas e suas instalações de apoio, refinarias, estaleiros, 
marinas, clubes náuticos e instalações similares, e orienta a sua elaboração. 
O art. 2º, inciso XXII desta Resolução dispõe que o PEI é documento ou conjunto de 
documentos, que contenha as informações e descreva os procedimentos de resposta da 
instalação a um incidente de poluição por óleo, em águas sob jurisdição nacional, 
decorrente de suas atividades. Ainda segundo esta norma (art. 3º), a apresentação do 
Plano de Emergência Individual dar-se-á por ocasião do licenciamento ambiental e sua 
aprovação quando da concessão da Licença de Operação – LO, da Licença Prévia de 
Perfuração – LPper e da Licença Prévia de Produção para Pesquisa – LPpro. É importante 
destacar que o PEI deverá ser reavaliado, conforme art. 6º, inciso I, quando a atualização 
da análise de risco da instalação recomendar. 
Em resumo, o PEI, o PAE e o PGR são grupos de documentos normalmente apresentados 
juntos ou um contido no outro, como o caso do PAE contido no PGR, nas diferentes fases 
de licenciamento de atividades perigosas e o EAR é o que dá base para a elaboração dos 
mesmos. 
Ouso dizer que a institucionalização da Análise de Risco no processo de Licenciamento 
Ambiental ainda é incipiente no país, sendo executada mais no âmbito da 
voluntariedade, através do atendimento das Normas Técnicas nacionais e internacionais 
do que no âmbito das obrigações legais. 
Legenda: 
[1] Acesse o Guia de Procedimentos do Licenciamento Ambiental Federal através do 
link: http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/Procedimentos.pdf 
http://www.matanativa.com.br/blog/analise-de-risco-de-empreendimentos/#_ftnref1
31 
 
8. O licenciamento ambiental em 7 passos 
Escrito por Marina Stygar Lopes 
O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo no qual o Órgão Ambiental 
competente acompanha a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades que utilizam recursos ambientais, consideradas efetiva 
ou potencialmente poluidoras ou que possam causar alguma degradação ambiental. 
O processo de licenciamento ambiental poderá variar em virtude das características do 
empreendimento, da sua localização e dos procedimentos adotados pelo órgão 
ambiental competente. 
No entanto, é possível identificar elementos comuns à maioria dos licenciamentos, 
servindo como orientação para o empreendedor. Vejamos a seguir os 7 passos para 
obtenção do licenciamento ambiental. 
1º Passo: Identificar o órgão ambiental competente 
A Lei Complementar 140/2011 introduziu as normas definidoras de competência dos 
entes federativos para o licenciamento ambiental, são elas: 
 à União caberá, através do IBAMA, licenciar atividades e empreendimentos (art. 7º, 
XIII e XIV) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; em 
terras indígenas; em unidades de conservação instituídas pela União, exceto 
em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); em dois ou mais Estados; de caráter 
militar; destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar 
e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear 
em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional 
de Energia Nuclear; que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder 
Executivo, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e 
natureza da atividade ou empreendimento; 
 aos Estados caberá, através do órgão ambiental, licenciar atividades e 
empreendimentos (Art. 8º, XIII, XIV e XV) que causar impactos ambientais diretos 
http://www.matanativa.com.br/blog/author/marina/
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-modalidades/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp140.htm
http://www.matanativa.com.br/blog/politica-nacional-meio-ambiente/
32 
 
que ultrapassem os limites territoriais do Município; localizados ou desenvolvidos 
em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em APAs; 
 aos Municípios caberá, através do órgão ambiental, licenciar atividades e 
empreendimentos (Art.9º, XIII, XIV) que causem ou possam causar impacto 
ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos 
Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor 
e natureza da atividade; ou localizados em unidades de conservação instituídas pelo 
Município, exceto em APAs. 
Ainda em 2015, foi aprovado o decreto federal 8.437, que regulamentou a Lei 
Complementar 140/11, que definiu a tipologia de empreendimentos cujo licenciamento 
é de competência da União. Entre os empreendimentos cuja competência foi conferida 
ao ente federal, estão: Rodovias, Ferrovias e Hidrovias federais, Portos, Exploração e 
produção de petróleo e gás, Exploração e avaliação de jazidas, Usinas hidrelétricas, 
termelétricas e eólicas. 
É preciso ressaltar que os licenciamentos iniciados antes da vigência do decreto seguirão 
tramitando nos órgãos em que se encontram. Já os pedidos de renovação serão 
submetidos aos entes competentes conforme o decreto. Já o processo de licenciamento 
ambiental de rodovias e ferrovias federais que se iniciar em órgão ambiental estadual 
ou municipal será assumido pelo órgão ambiental federal. 
Já o licenciamento ambiental em empreendimentos localizados nas Unidades de 
Conservação tem algumas particularidades, e em alguns casos será necessária 
autorização do órgão gestor da UC (art. 1º da Resolução CONAMA 428/2010). 
2º Passo: Identificar o tipo de licença ambiental a ser requerida 
Para a definição do tipo de licença a ser requerida ao órgão ambiental, é necessário 
identificar as características do empreendimento. Essa definição costuma levar em 
conta o potencial poluidor do empreendimento e o seu porte. Dependendo da legislação 
estadual ou municipal é possível ainda que as licenças possuam algumas diferenças de 
nomenclatura e do procedimento, o que deverá ser analisado. 
Os tipos de Licenças Ambientais são: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Decreto/D8437.htm
33 
 
 Licença Prévia – LP: estabelece as condições para a viabilidade ambiental do 
empreendimento ou atividade, após exame dos impactos ambientais gerados, dos 
programas de redução e mitigação de impactos negativos e de maximização dos 
impactos positivos, permitindo que o local escolhido como de maior viabilidade 
tenha seus estudos e projetos detalhados. Caso se trate de novo empreendimento, 
a empresa deverá requerer a LP para aprovar a localização e concepção do 
empreendimento ou atividade, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo 
os requisitos básicos a serem atendidos nas próximas fases. Uma vez concedida a 
LP, para dar início ao empreendimento, deve ser requerida a Licença de Instalação. 
A LP não poderá ter prazo superior a cinco anos, conforme o artigo 8º, I, da 
Resolução CONAMA 237/97. É possível, no entanto, que normas estaduais e 
municipais estabeleçam prazo diverso. 
 Licença de Instalação – LI: será concedida para a implantação do empreendimento 
ou atividade, de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e 
projetos aprovados. Segundo a legislação federal (Artigo 8º, II da Resolução 
CONAMA nº 237/97) a LI terá prazo máximo de seis anos, sendo possível, que haja 
disposiçãodiversa no âmbito da legislação estadual e municipal. 
 Licença de Operação – LO: será concedida para a operação da atividade ou 
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento das exigências 
constantes nas licenças anteriores, com o estabelecimento das medidas de controle 
ambiental e condicionantes determinadas. O prazo da LO será no mínimo de quatro 
anos e máximo de dez anos, podendo haver disposição distinta nas normas 
estaduais e municipais (Artigo 8º, III da Resolução CONAMA nº 237/97). 
É importante salientar que a licença ambiental não é o único ato autorizativo necessário 
para a regular implantação e funcionamento de um empreendimento utilizador de 
recursos ambientais. Algumas intervenções sobre o ambiente devem ser precedidas de 
outras autorizações, como a Autorização Ambiental, a Autorização do Órgão Gestor da 
UC, e a Autorização do IPHAN (quando a atividade ou empreendimento pode gerar 
impactos sobre o patrimônio histórico, artístico, arqueológico). 
34 
 
3º Passo: Formulário de requerimento ao órgão licenciador 
O empreendedor deverá solicitar ao órgão licenciador competente, o formulário 
adequado para a atividade que pretende licenciar. Deve então preencher o formulário 
e apresentá-lo ao órgão ambiental juntamente com os documentos que lhe forem 
solicitados. 
4º Passo: Requerimento da licença/autorização e abertura de processo (art. 10, II, 
Resolução CONAMA nº 237/1997) 
O empreendedor deverá apresentar o formulário ao órgão ambiental juntamente dos 
documentos para a formação do processo, incluindo o Relatório de Caracterização do 
Empreendimento-RCE. Caberá ao órgão ambiental promover o andamento do processo, 
solicitando do empreendedor todos os estudos necessários para a concessão da licença. 
O RCE bem como a exigência de plantas e memoriais é específico para cada modalidade 
da Licença e para cada tipo de atividade. 
Nesta etapa, o órgão ambiental pode promover o reenquadramento da atividade, caso 
considere, com base nas informações fornecidas, que o enquadramento realizado não 
corresponde ao disposto na legislação. 
5º Passo: Apresentação de estudos e demais documentos que forem solicitados 
Iniciado o processo de licenciamento, o órgão ambiental solicitará do empreendedor a 
Avaliação de Impacto Ambiental, através da apresentação de estudos capazes de 
demonstrar os impactos causados pela atividade ou empreendimento sobre o 
ambiente. A complexidade desses estudos poderá variar conforme as características do 
empreendimento. Estes estudos serão analisados pelo órgão ambiental e de acordo com 
o artigo 10, IV, da Resolução CONAMA nº 237 e art. 14, §1º da Lei Complementar 
140/2011, o órgão poderá requerer a apresentação de estudos complementares. 
Para o LI de obra ou atividade potencialmente causadora de degradação do meio 
ambiente, o órgão ambiental solicitará estudo prévio de impacto ambiental e respectivo 
relatório (EIA/RIMA), a que se dará publicidade através da promoção de audiências 
públicas com a participação dos órgãos públicos envolvidos, Ministério Público, 
sociedade civil e o empreendedor. 
http://www.matanativa.com.br/blog/eia-rima/
http://www.matanativa.com.br/blog/eia-rima/
35 
 
Conforme Resolução CONAMA nº 237/1997, os prazos para análise dos requerimentos 
poderão ser estabelecidos por cada órgão ambiental, observados cada modalidade de 
licença, porém o prazo máximo será de seis meses a contar do protocolo do 
requerimento até seu deferimento ou indeferimento. Nos casos em que houver 
EIA/RIMA o prazo será de 12 meses. 
6º Passo: Análise do processo pelo órgão ambiental 
Após a análise de todos os documentos e estudos apresentados, poderá o órgão 
ambiental agendar uma vistoria técnica no empreendimento para verificar a veracidade 
das informações apresentadas, além de colher informações que embasarão o 
estabelecimento das condicionantes ambientais, que farão parte da licença concedida 
(art. 10, III da Resolução CONAMA nº 237/97). Posteriormente, serão elaborados 
Pareceres Técnicos e Jurídicos que integrarão o Processo de Licenciamento. 
A análise será coordenada por um técnico responsável, que manterá contato direto com 
o interessado para os esclarecimentos que se fizerem necessários, bem como para a 
solicitação de estudos complementares. 
7º Passo: Concessão de licença ambiental pelo órgão ambiental competente 
Após a vistoria, caso não seja necessária a revisão dos estudos ou a realização de 
alterações no projeto, a licença ambiental será emitida pelo órgão ambiental, e deverá 
ser publicada no diário oficial às expensas do empreendedor. 
O Órgão Ambiental emite o certificado da Licença Ambiental, contendo o nº do Processo 
Administrativo, nº Portaria do Órgão ou da Resolução, data da publicação no Diário 
Oficial o prazo de validade da licença e a íntegra dos condicionantes, concedendo à 
empresa a Licença Ambiental requerida. O diploma legal que certifica o licenciamento 
da empresa deve estar à disposição das autoridades competentes. 
 
9. Licenciamento ambiental de empreendimentos 
consolidados 
Escrito por Larissa Guarany 
http://www.matanativa.com.br/blog/author/larissa-guarany/
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A década de 80 apresenta um importante marco para a institucionalização da proteção 
ambiental brasileira. Foi nesta década que se promulgou a Política Nacional do Meio 
Ambiente, com a Lei nº 6.938/81. É nela que são criados dois importantes instrumentos, 
quais sejam, o licenciamento ambiental e a avaliação de impacto ambiental. É nela 
também que se cria o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA e o Conselho 
Nacional de Meio Ambiente – CONAMA. Seu Decreto Regulamentador, de nº 8.351/83, 
atribui ao CONAMA o papel de fixar os critérios básicos segundo os quais serão exigidos 
estudos de impacto ambiental para fins de licenciamento. Daí surge a Resolução 
CONAMA 01/86, que estabelece diretrizes gerais para uso e implementação da 
Avaliação de Impacto Ambiental, a qual, nesta resolução, se materializa na forma de 
Estudo de Impacto Ambiental – EIA – obrigatoriamente acompanhado de seu Relatório 
de Impacto Ambiental – RIMA. 
Toda essa história se consolida no famoso artigo 225 da Constituição democrática de 
1988, que traz a obrigatoriedade de exigir EIA para a instalação de obra ou de atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente. Foi com a 
união do disposto na CONAMA 01/86 e na Constituição que nosso querido EIA passou a 
embasar diversos processos de licenciamento ambiental nos três entes federados: 
União, Estados e Municípios. Até aí, tudo bem! A partir de 1986, qualquer atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação haveria de ser licenciada com 
base em seu estudo de impacto. 
E o que fazer com aqueles empreendimentos instalados antes de 1986 e atualmente 
operando? E aqueles outros, instalados após 1986 sem regularização e, mesmo assim, 
em funcionamento? 
Primeiro precisamos diferenciar estas duas situações. Ambos os empreendimentos, se 
já instalados a ponto de ser possível sua operação, estão consolidados. Digo 
consolidados pois a infraestrutura necessária ao funcionamento da atividade está 
instalada, edificada, construída, etc., ou seja, o ambiente prévio, pelo menos da área 
diretamente afetada, está descaracterizado. E sou muito conservadora na disposição 
desta data. Se fizermos um paralelo com o novo “Código Florestal” (Lei nº 12.651/12), o 
marco da consolidação poderia ser trazido para 22 de julho de 2008[1], como é aplicado 
nesta legislação para os empreendimentos que suprimiram vegetação ilegalmente[2]. 
http://www.matanativa.com.br/blog/legislacao-ao-licenciamento-ambiental/
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-de-empreendimentos/#_ftn1
http://www.matanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-de-empreendimentos/#_ftn2
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A data da consolidação é importante para pontuar que, em relação aos 
empreendimentos implantados

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