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Direito Constitucional Intertemporal

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1. Com o advento da nova Constituição, surgem vários fenômenos ligados à transição constitucional.
Retroatividade mínima, média e máxima
1. Retroatividade mínima: Segundo a jurisprudência do STF, as normas constitucionais Federais aplicam-se de imediato, alcançando efeitos futuros de fatos pretéritos. Essa eficácia retroativa recebe o nome de retroatividade mínima. O STF fixou o entendimento de que a retroatividade mínima somente se aplica às normas constitucionais federais, ou seja, as Constituições estaduais e as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios sujeitam-se à vedação do art. 5°, XXXVI, que trata da proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada.
2. Retroatividade média seria quando a novel Constituição atinge efeitos pendentes de atos jurídicos anteriores a ela (vale dizer, quando atingir as prestações vencidas, mas não quitadas).
3. Retroatividade máxima seria quando a nova Constituição atinge os próprios atos jurídicos consumados, como é o caso do art. 51 da ADCT
Desconstitucionalização
1. A tese da desconstitucionalização diz que os dispositivos da Constituição superada que não entrarem em conflito com a recém-inaugurada serão recepcionados, mas com força de lei ordinária. Entretanto, a posição do Brasil, adotada pelo STF, é de que a Constituição nova revoga integralmente a Constituição antiga.
Recepção
1. O fenômeno da recepção assegura a preservação do ordenamento jurídico infraconstitucional anterior à nova Constituição, contanto que seja materialmente compatível com ela. 
2. A constituição anterior e as normas infraconstitucionais materialmente incompatíveis são ab-rogadas. 
3. O status da norma pré-constitucional infraconstitucional será determinado pela nova Constituição. É o caso Código Tributário Nacional que foi lei ordinária recepcionada como lei complementar (a Carta Política exige que normas gerais sobre Direito Tributário sejam veiculadas por lei complementar, assim o CTN ganhou status de lei complementar).
9. É possível se falar, ademais, em recepção de apenas parte de ato normativo (quando alguns dispositivos da lei são materialmente compatíveis e outros não). 
10. E se a nova constituição mudar a competência para legislar sobre determinada matéria? A recepção só será possível se a mudança de competência se der de um ente federado de maior grau para outro de menor grau. Sendo assim, uma lei federal anterior à Constituição de 1988 pode ser recebida como estadual ou municipal se a matéria por ela veiculada passou para a competência dos Estados ou dos Municípios.
Repristinação
1. LINDB: “salvo disposição em contrário, a lei revoada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. Em sede constitucional o fenômeno é parecido. A Constituição também não restaura, automaticamente, a vigência de leis que não mais estavam em vigor no momento de sua promulgação. 
DUTRA, Luciano. Direito constitucional essencial. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.

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