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1 DRA. DANIELA VIANA – SAÚDE DO ADULTO II DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV Hepatologia ANATOMIA HEPÁTICA: O fígado é um órgão que pertence ao sistema digestório, localizado na parte superior direita do abdômen, abaixo do diafragma e acima do estômago, rim direito e intestinos (hipocôndrio direito). Apesar do tecido hepático ser formado principalmente por um único tecido celular – o hepatócito, o parênquima hepático é uma das estruturas mais complexas e admiráveis do nosso corpo. Os hepatócitos se organizam em polígonos microscópicos que são conhecidos como lóbulos hepáticos. O hepatócito é a célula funcional do fígado, ele vai ser formado por uma região portal, sendo a veia porta hepática, a artéria hepática, vênulas centrais e os ductos biliares. Os hepatócitos (células parenquimatosas do fígado) realizam as funções metabólicas do fígado: • Formação e excreção de bile como um componente do metabolismo da bilirrubina • Regulação da homeostase dos carboidratos. • Síntese de lipídios e secreção de lipoproteínas plasmáticas. • Controle do metabolismo de colesterol. • Formação de ureia, albumina sérica, fatores de coagulação, enzimas e diversas outras proteínas. • Metabolismo ou desintoxicação de fármacos e outras substâncias exógenas. O espaço entre os hepatócitos é preenchido por capilares especiais chamados de: sinusoides hepáticos. Os sinusoides hepáticos têm paredes bastantes fenestradas, compostas por uma camada única de células que podem ser de dois tipos: as células endoteliais e as células de kupffer (fagocitárias). Os estreitos espaços que separam as placas de hepatócitos dos sinusoides hepáticos são conhecidos como espaços de Disse. ESPAÇO DE DISSE – é o local de troca de materiais entre o sangue e os hepatócitos Nos cantos dos polígonos, temos uma região convencionalmente chamada de: espaço porta. Cada espaço porta possui em seu interior uma vênula (ramo da porta), 2 DRA. DANIELA VIANA – SAÚDE DO ADULTO II DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV uma arteríola (ramo da artéria hepática), um ducto biliar e vasos linfáticos. Todos eles são envoltos por uma bainha de tecido conjuntivo. No centro de cada lóbulo hepático está um pequeno e único vaso venoso: vênula central (ou centrolobular). A veia ou vênula centrolobular/central recebe o sangue que atravessou todo o hepatócito. CIRCULAÇÃO HEPÁTICA: O fígado recebe sangue de dois lugares, ele possui dois vasos aferentes (que chega): um trazendo sangue arterial (artéria hepática), e o outro, sangue venoso (veia porta). O sangue venoso vem de diversos órgãos, especialmente do mesentério (rico nas substâncias intestinais recém absorvidas) – mecanismo de primeira passagem. A artéria hepática leva sangue oxigenado para os tecidos hepáticos, enquanto a veia porta coleta sangue desoxigenado dos órgãos abdominais e o filtra, eliminando toxinas e processando os nutrientes que foram coletados durante a absorção no trato gastrointestinal. Esse sangue passa dentro do fígado porque o sangue do intestino, o sangue que vem do baço e pâncreas passam pelo fígado pois ele tem um mecanismo de primeira passagem para conseguir tirar ou eliminar tudo que for toxico para em seguida ir para o coração. Veia porta é responsável por 70-75 % do fluxo sanguíneo hepático. A artéria hepática com apenas 25-30% do fluxo total. Mesmo contendo sangue venoso, o alto fluxo da veia porta faz com que esta seja a principal fonte de oxigênio do parênquima hepático (e não a art. hepática). 3 DRA. DANIELA VIANA – SAÚDE DO ADULTO II DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV Cirrose Hepática O termo cirrose hepática não se refere apenas ao surgimento de fibrose hepática. Ocorre também, um profundo remodelamento da citoarquitetura do parênquima hepático. SANGUE DA ARTÉRIA HEPÁTICA + VEIA PORTA → SINUSOIDES → VEIA CENTROLOBULAR/CENTRAL Várias etiologias estão relacionadas com o surgimento da cirrose, como infecções virais crônicas, esteato-hepatite alcoólica e não alcoólica (NASH), toxinas e doenças autoimunes, sendo que todas elas confluem para doença hepática crônica (DHC). Independente da causa, todas as etiologias culminam com a mesma via final de lesão hepática e estímulo a deposição de colágeno. HEPATÓCITO: as substâncias provenientes do sangue são captadas e metabolizadas. Capilares ricamente fenestrados (buracos nas paredes), desprovidos de membrana basal (facilita a saída de macromoléculas) Por isso, todas as substâncias presentes no sangue podem atravessar livremente as fenestras sinusoides e alcançar o espaço de Disse, que fica entre os hepatócitos e o interstício. No espaço de Disse contém as células mais importantes para a gênese da cirrose hepática: as células estreladas ou células de Ito. As células estreladas/ células de Ito são “quiescentes”, ou seja, apresentam pouca atividade metabólica. A função das células estreladas/ células de Ito é armazenar vitamina A. Todavia, se as células estreladas/células de Ito sofrerem estímulo podem se transformar em células altamente capazes de sintetizar matriz extracelular (em particular colágeno tipo I e III). Células de Kupffer (pertence ao sistema fagocitário) → fagocitar “agressores” → mandar um estímulo as células estreladas/ Ito → sintetizar matriz extracelular As células de Kupffer fazem parte do sistema fagocitário, então quando elas identificam um agressor essas células o fagocitam. Quando fagocitam e degradam esses agressores elas mandam um estimulo para as células estreladas, essas células estreladas vão começar produzir uma matriz 4 DRA. DANIELA VIANA – SAÚDE DO ADULTO II DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV celular rica de colágeno, enchendo o espaço de Disse de colágeno. Esse colágeno vai bloquear as fenestras dos capilares sinusoides. As células estreladas → vão produzir matriz celular (colágeno) → colágeno vai se depositar no espaço de Disse→ obliterar/ fechar as fenestras presentes nos sinusoides impedindo o contato entre os hepatócitos e as substâncias vindas do sangue. Desaparecimento das microvilosidades na membrana hepatocitária → diminuição na captação celular. A capacidade de metabolização hepática vai se tornando progressivamente comprometida. Diminuição do calibre dos sinusoides → aumento da resistência vascular intra- hepática (hipertensão porta) O sangue então passa a circular dentro dessas traves fibróticas sem entrar em contato com os hepatócitos indo diretamente dos espaços portas para as veias centro lobulares → shunt intra-hepático. (mudança do fluxo) Onde tinha campo fenestrado virou fibrose. SHUNT INTRA-HEPÁTICO – antes o sangue chegava no espaço porta e era disseminado, entrava nos hepatócitos e depois voltava na veia centrolobular agora como tem todo espaço preenchido por colágeno e passa direto para o centrolobular, pois não tem mais os campos fenestrados para poder entrar e passar dentro dos hepatócitos, mudou o trajeto do sangue dentro do fígado. Existe uma doença hepática crônica com atividade necroinflamatória persistente (com ciclos de necrose, fibrose e regeneração celular) → nódulos de regeneração. Os nódulos de regeneração são constituídos por uma massa de hepatócitos desprovida de funcionalidade. Os nódulos de regeneração representam uma tentativa (frustrada) do fígado em reestabelecer sua citoarquitetura funcional em meio a fibrose intensa e disseminada. É um processo patológico irreversível do parênquima hepático caracterizado por dois componentes: • fibrose hepática com formação de shunts vasculares no interior dessa trave fibrótica. • rearranjo da arquitetura lobular nos chamados nódulos de regeneração. RESUMO: As células de Kupfer, ao sofrerem injúrias por uma série de toxinas (o que inclui álcool, drogas, medicamentos), passam a secretaruma série de citocinas inflamatórias. Essas citocinas agem agora nas células de Ito as quais normalmente produzem Vit. K, mas que sob estímulo das citocinas passam a sintetizar colágeno. Há a chamada capilarização dos sinusoides, pois eles perdem suas fenestrações, o que afeta as trocas gasosas entre o sangue e os hepatócitos. Além desse dano no sinusoide, as células estreladas tornam-se miofobriblastos, se contraindo e diminuindo o diâmetro dos sinusoides, explicando porque a cirrose pode evoluir com hipertensão portal intra-hepática. 5 DRA. DANIELA VIANA – SAÚDE DO ADULTO II DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV AS CAUSAS PARA CIRROSE HEPÁTICA PODEM SER AGRUPADAS EM 8 GRUPOS: 1. Vírus hepatotrópico (cerca de 43 % dos casos estão associados com o vírus da hepatite C) 2. Álcool 3. Drogas 4. Hepatopatia autoimune 5. Doenças metabólicas 6. Hepatopatia colestática 7. Doença da Infância 8. Cirrose criptogênica/ idiopática corresponde em cerca de 10-15% dos casos Esses são os fatores desencadeantes que fazem as células estreladas produzirem muito colágeno para o fígado evoluir para uma cirrose hepática. A perda progressiva de hepatócitos funcionantes leva a uma série de alterações que se instalam de maneira insidiosa. 6 DRA. DANIELA VIANA – SAÚDE DO ADULTO II DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV Distúrbios endócrinos e hemodinâmicos predominam nas fases iniciais da hepatopatia, enquanto problemas como encefalopatia hepática, hipoalbuminemia e coagulopatia aparecem em fases mais avançadas. Manifestações Clínicas As manifestações clínicas da cirrose variam amplamente, dependendo do estádio dela, de um paciente assintomático sem sinais de doença hepática crônica a um paciente que se apresenta confuso e ictérico com emaciação muscular grave e ascite. É possível a divisão em duas condições: cirrose hepática compensada, pobre em sinais e sintomas em considerável parte dos casos, e cirrose hepática descompensada, com presença de complicações. O primeiro quadro é identificado através de alterações como hepatomegalia e níveis aumentados de transaminases, detectadas durante realização de exames físicos e laboratoriais de rotina. É bastante frequente uma história mórbida pregressa de hepatite sem etiologia definida, uso crônico de álcool ou sintomatologia vaga, tal como astenia, perda ponderal, dispepsia, epistaxe, lentidão de raciocínio e edema. Alguns pacientes permanecem nessa fase por toda a vida, falecendo por outras causas, enquanto outros evoluem para insuficiência hepática e hipertensão portal em poucos meses ou anos. Já o segundo quadro se apresenta com complicações da cirrose hepática, tais como ascite, encefalopatia e hemorragia digestiva alta, através de insuficiência e hipertensão portal. Em geral, apresenta fraqueza progressiva com sinais evidentes de déficit do estado nutricional e diminuição de massa muscular. Esses pacientes ainda podem exibir hálito hepático e icterícia. A progressão para a morte pode ser acelerada em decorrência do desenvolvimento de outras complicações, como sangramento gastrointestinal recorrente, insuficiência renal (ascite refratária, síndrome hepatorrenal), síndrome hepatopulmonar e sepse (peritonite bacteriana espontânea). SINAIS DE HIPERESTROGENISMO/HIPOANDROGENISMO: Por mecanismos pouco compreendidos, a cirrose hepática altera a homeostase dos hormônios sexuais. • Aumento do estrogênio: hiperestrogenismo. • Diminuição do androgênio: hipoandrogenismo. (androgênio é um hormônio que dá origem ao desenvolvimento dos caracteres masculinos sendo o mais conhecido a testosterona) O hiperestrogenismo é o responsável pelas alterações vasculares cutâneas da cirrose: eritema palmar e telangiectasias do tipo “aranha vascular”. (altos níveis de estrogênio = proliferação e vasodilatação de vasos cutâneos). Eritema palmar: regiões tênar e hipotênar 7 DRA. DANIELA VIANA – SAÚDE DO ADULTO II DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV Telangiectasias do tipo aranha vascular/ spider angioma: desaparecem a digitocomprensão e o seu enchimento se dá do centro para periferia. Encontradas em regiões do pescoço, na porção superior do tronco e dos membros superiores. O hipoandrogenismo é responsável pela queda da libido, impotência sexual, atrofia testicular, redução importante da massa muscular (evidenciada pela atrofia dos músculos interósseos da mão) e rarefação de pelos (cuja distribuição passa a respeitar o padrão feminino). A ginecomastia é decorrente do hipoandrogenismo associado ao hiperestrogenismo. BAQUETEAMENTO (OU HIPOCRATISMO) DIGITAL: A ponta dos dedos torna-se abaulada na base da unha, dando ao dedo um aspecto de “baqueta de tambor”. Pode ser encontrado em outras doenças pulmonares, cardíacas e GI. Ocorre um aumento volumétrico do tecido subcutâneo vascularizado da extremidade distal, por mecanismos ainda desconhecidos. ENCEFALOPATIA HEPÁTICA: É uma síndrome neuropsiquiátrica potencialmente reversível. A encefalopatia é causada pela passagem de substâncias tóxicas (proveniente dos intestinos) para o cérebro. Em uma pessoa normal essas substâncias seriam depuradas pelo fígado, como ele perdeu seu citoesqueleto e está todo fibrosado, essas substâncias tóxicas ganham a circulação e chegam ao cérebro. NH3/ amônia é uma das substâncias principais desse mecanismo (proveniente do metabolismo de aminoácidos e da degradação do metabolismo de bactérias colônicas). (FISIOLÓGICO: a amônia é transformada em glutamina- aa- e em ureia). Manifestações neurológicas e psiquiátricas: 8 DRA. DANIELA VIANA – SAÚDE DO ADULTO II DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV • Distúrbios do comportamento (agressividade, agitação) • Sonolência / letargia • Inversão do ciclo sono-vigília • Fala arrastada com bradipsiquismo • Hálito hepático (fetor hepaticus) – cheiro de terra molhada • Asterixis/flapping – braço esticado e hiper estender a mão do paciente com os dedos abertos, pacientes normais mantem a mão normal, o paciente com encefalopatia hepática tem tremor na mão. • Incoordenação muscular e hipertonia • Escrita irregular • Reflexos tendinosos exacerbados • Crises convulsivas O diagnóstico é puramente clínico. (a ureia sérica não tem relação com a gravidade da encefalopatia, o EEG e a RMN são utilizados nos estudos científicos). TRATAMENTO: Restrição proteica: não é mais utilizada de rotina. Só está indicada em casos refratários ao tratamento com lactulona e/ ou ATB. Corrigir a constipação: a constipação aumenta a proliferação bacteriana. O tratamento é feito com lactulose. A lactulose é considerada a “pedra mestre” do tratamento da encefalopatia hepática com uma eficácia de 70-80%. Além do seu efeito laxativo, a lactulose quando é metabolizada pelas bactérias colônicas é capaz de mudar o PH colônico e assim a amônia (NH3) – NH4+ (inabsorvível pela mucosa intestinal). Posologia: 20-30 g de 2-4 x ao dia. Objetivo: 2-3 evacuações pastosas/ dia. ATB: certos antibióticos podem ser usados com o intuito de reduzir a flora bacteriana colônica produtora de amônia. EX: neomicina, metronidazol. MANIFESTAÇÕES HEMATOLÓGICAS: Anemia da hepatopatia crônica: na maioria das vezes o mecanismo é dilucional (aumento de volume circulante). Apenas uns 40 % possuem anemia verdadeira, que ocorre devido a redução da meia vida da hemácia e a redução da resposta eritropoiética a anemia. A anemia pode ser normocítica ou macrocítica. Hiperesplenismo: o baço é responsável pela hemocaterese. Na cirrose – hipertensão portal – congestão esplênica. Como o baço está congesto de sangue ele aumenta seu trabalho de hemocaterese (contribuindo pra anemia) e sequestra um número maior de plaquetas, causando plaquetopenias/ trombocitopenia (30 000 – 60 000). SD HEPATORRENAL- SHR: É uma insuficiência renal funcional, não ocorre alterações histopatológicasrenais. Ocorre em pacientes com hepatopatia crônica avançada, secundária á vasoconstrição renal (diminui a TFG) e vasodilatação extra-renal (causando hipotensão). Diagnóstico Anamnese e exame físico NO EXAME FÍSICO: O sinal de cirrose consiste em aranhas vasculares, mais habitualmente no tronco, face e membros superiores. 9 DRA. DANIELA VIANA – SAÚDE DO ADULTO II DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV Eritema palmar envolvendo as eminências tenar e hipotenar e as pontas dos dedos. Os homens podem ter perda de cabelo no peito e abdome, ginecomastia e atrofia testicular. Petéquias e equimoses podem estar presentes como resultado da trombocitopenia ou tempo de protrombina prolongado. Uma característica patognomônica da cirrose é o achado no exame físico de um lobo hepático direito menor, com extensão de menos de 7 cm na percussão, e o lobo esquerdo palpável, nodular, com consistência mais densa. A esplenomegalia também pode estar presente e é indicativa de hipertensão portal. A circulação colateral na parede abdominal (cabeça de medusa) também pode desenvolver-se como consequência da hipertensão portal. Em alguns casos mais graves, ascite, edema e icterícia. Os achados de cirrose não são específicos de nenhuma etiologia. Exceto os achados abaixo que sugerem etiologia alcoólica: Intumescimento de parótidas Contratura palmar de Dupuytren (enrijecimento progressivo do tecido fibroso, pp do 4 e 5 º dedos) Neuropatia Pancreatite crônica associada ALTERAÇÕES LABORATORIAIS: Aminotransferases: quando elevadas sugerem atividade inflamatória no parênquima. FAL e GGT: elevam nas hepatopatias colestáticas (cirrose biliar primária e colangite esclerosante). Bilirrubinas: fator de mau prognóstico; ocorre mais às custas da BD. Hipoalbuminemia: insuficiência crônica da síntese hepatocelular. Costuma estar associada a desnutrição proteico-calórica (frequente em etilistas). Alargamento no tempo de protrombina e diminuição da atividade de protrombina: tendência hemorrágica. Pancitopenia, esplenomegalia e hiperesplenismo; além de fatores como desnutrição, sangramento crônico, supressão medular pelo álcool. EXAMES DE IMAGEM: Objetivos: Avaliar as alterações morfológicas da doença; Avaliar a vascularização hepática e extra-hepática; Detectar e estimar os efeitos da hipertensão portal; e Identificar tumores hepáticos, diferenciando o Carcinoma Hepatocelular (CHC) de outros tipos de tumor. • Ultrassonografia convencional do abdome (USG). • Ultrassonografia do abdome com Doppler (USGD). • Tomografia computadorizada do abdome (TC). • Ressonância Magnética (RM). • Angiorressonância Magnética (ARM). • Arteriografia. 10 DRA. DANIELA VIANA – SAÚDE DO ADULTO II DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV São úteis nas fases avançadas para corroborar o diagnóstico; nas fases iniciais estarão normais. ACHADOS: Nodularidade da superfície hepática, heterogeneidade do parênquima hepático; Alargamento da porta hepatis e da fissura interlobar; Redução volumétrica do lobo hepático direito e do segmento médio do lobo hepático esquerdo; Aumento volumétrico do lobo caudado e do segmento lateral do lobo hepático esquerdo; Identificação de nódulos regenerativos. Biópsia hepática: padrão-ouro que confirma o dx de cirrose, ao encontrar o padrão de fibrose + nódulos. Apesar de ser o padrão-ouro, a bx está reservada para casos de dúvida diagnóstica. O diagnóstico de cirrose pode ser obtido por uma análise conjunta da clínica + laboratório + radiologia. Tratamento: A cirrose é considerada uma condição irreversível, assim, o seu tratamento é baseado no manejo das suas complicações – encefalopatia hepática, hipertensão portal, ascite, PBE, etc. Atualmente, o tratamento da cirrose compensada está direcionado para a prevenção do desenvolvimento da descompensação por tratar a doença hepática subjacente (p. ex., terapia antiviral para hepatite C ou B) para reduzir a fibrose e evitar a descompensação; evitar fatores que possam piorar a doença hepática, como o álcool e fármacos hepatotóxicos; e fazer um rastreamento para detectar varizes (para prevenir hemorragia varicosa) e carcinoma hepatocelular (para que o tratamento seja realizado no estádio inicial). Para casos mais avançados, basicamente trata as complicações (varizes esofágicas, ascite, encefalopatia, entre outros) e orientar o paciente quanto a mudança de estilo de vida. Em alguns casos devemos começar a pensar em transplante. A cura seria apenas pelo transplante hepático. Em geral, a “descompensação” indica cirrose com um escore de Child-Pugh > 7 (classe B de Child-Pugh) e este nível é um critério aceito para inclusão no cadastro do transplante hepático.
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